Botânica - midia.atp.usp.br · De forma geral, é o ato de vincular o conhecimento à sua origem e...
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Botânica
1 Contextualização da Botânica: escolhendo o caminho da arte
IntroduçãoNeste capítulo abordamos uma dentre as inúmeras possibilidades para contextualizar o
estudo da Botânica. O objetivo do capítulo é fazer com que você: ∙ compreenda o conceito de contextualização; ∙ reconheça a arte como um importante elemento contextualizador da Botânica; ∙ estabeleça outras possibilidades para contextualizar a temática Botânica no Ensino
Médio, tais como: 1. alimentação;2. fitoterapia; 3. indústria celulósica e madeireira; 4. fontes alternativas de energia, ex.: biodisel; 5. artesanato.
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Antes de prosseguirmos, leia atentamente a definição de contextualização extraída do Dicionário Interativo da Educação Brasileira.
Nossa escolha foi exemplificar uma forma de contextualizar a Botânica por meio da arte, abordando suas representações tanto na ciência quanto na arte.
ContextualizaçãoDe forma geral, é o ato de vincular o conhecimento à sua origem e à sua aplicação.A ideia de contextualização entrou em pauta com a reforma do Ensino Médio, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, que orienta para a compreensão dos conhecimentos para uso cotidiano. Tem origem nas diretrizes que estão definidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que são guias para orientar a escola e os professores na aplicação do novo modelo. De acordo com esses documentos, orienta-se para uma organização curricular que, entre outras coisas, trate os conteú-dos de Ensino de modo contextualizado, aproveitando sempre as relações entre conteúdos e contexto, para dar significado ao aprendido, estimular o protagonismo do aluno e estimulá-lo a ter autonomia intelectual.Portanto, o novo currículo, segundo orientação do Ministério da Educação (MEC), está estruturado sobre os eixos da interdisciplinaridade e da con-textualização, sendo que esta última vai exigir que “todo conhecimento tenha como ponto de partida a experiência do estudante, o contexto onde está inserido e onde ele vai atuar como trabalhador, cidadão, um agente ativo de sua comunidade”. A contextualização também pode ser entendida como um tipo de interdisciplinaridade, na medida em que aponta para o tratamento de certos conteúdos como contexto de outros.A ideia da contextualização requer a intervenção do estudante em todo o processo de aprendizagem, fazendo as conexões entre os conhecimentos.De acordo com o MEC, “esse aluno que estará na vanguarda não será nunca um expectador, um acumulador de conhecimentos, mas um agente transformador de si mesmo e do mundo”.Trabalhando contextos que tenham significado para o aluno e possam mobi-lizá-lo a aprender, num processo ativo, em que ele é protagonista, acredita-se que o aluno tenha um envolvimento não só intelectual, mas também afetivo. Isso, de acordo com o novo currículo, seria educar para a vida. MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos. “Contextualização” (ver-bete). Dicionário Interativo da Educação Brasileira. EducaBrasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2002. Disponível em: http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=55.
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Vamos, primeiramente, ver quais definições o dicionário nos apresenta sobre o tema:
Como o tema é bastante amplo, escolhemos fazer um recorte que julgamos interessante. Dessa forma, convidamos você a nos acompanhar em três grandes subtópicos:
∙ As plantas e suas representações são nossas companheiras do dia a dia ∙ Representação botânica: ciência artística ou arte científica? ∙ Representações botânicas em espaços culturais da cidade de São Paulo
As plantas e suas representações são nossas companheiras do dia a dia
Reflita sobre as seguintes questões: ∙ Descreva a última representação botânica que você lembra ter visto. Tente incluir
formas, cores, tamanhos, detalhes etc. ∙ Quando essa representação foi observada e em qual situação? ∙ Em sua opinião, essa representação pode ser classificada como artística ou científica? ∙ Quais características você utilizou na questão anterior para classificar a representa-
ção como artística ou científica?
Representação BotânicaRepresentação: 1. Ser a imagem ou a reprodução de; 2. Conteúdo concreto apreendido pelos sentidos, pela imaginação, pela memória ou pelo pensamentoBotânica: Parte da biologia que estuda as plantas; estudo da morfologia e da fisiologia dos vegetais
Fonte: Dicionário Aurélio
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Vamos tentar identificar, em nosso cotidiano, como estamos rodeados por diferentes tipos de representações botânicas. Observe a sua casa (um ótimo exemplo são os imãs de geladeira).
Podemos identificar duas representações simples das espécies apresentadas (Fig. 1.2).Agora observe um daqueles famosos “kites” de cozinha, onde também há algumas plan-
tas representadas (Fig. 1.3). No pano de prato (Fig. 1.6), observamos flores e frutos da macieira. Também observa-
mos o abacaxi, que é o que chamamos, em termos técnicos, de infrutescência.O abacaxi (Fig. 1.7) é uma bromélia!
Figura 1.2 Representação de flores e flores naturais / Fonte: Suzana Ursi/ CEPA
Figura 1.3 Utensílios de cozinha Fonte: Suzana Ursi/ CEPA
Figura 1.4 Margarida — Chrysantemum leucanthemum / Fonte: Thinkstock
Figura 1.5 Tulipa sp. / Fonte: Thinkstock
Figura 1.6 Pano de prato / Fonte: Suzana Ursi/ CEPA
Figura 1.7 Abacaxi — Ananas Comosus Fonte: Thinkstock
Figura 1.1 Imãs de geladeira / Fonte: Suzana Ursi/ CEPA
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Também observamos muitas representações de plantas em roupas. Veja a flor represen-tada no lençol (Fig. 1.8). Você sabe qual é? Esta é uma antera (Fig. 1.9).
E a cenoura? Tão associada aos coelhos e à Páscoa (Fig. 1.11)!A cenoura (Fig. 1.10) é um fruto.Na figura 1.12, observamos a representação de duas plantas bastante típicas de nosso
país: o pinheiro e o mandacaru.
Figura 1.8 Lençol com estampa floral / Fonte: Suzana Ursi/ CEPA
Figura 1.9 Lírio – Lilium brownii var. varidulum / Fonte: CEPA (informações); Thinkstock (fotografia).
Figura 1.10 Cenoura – Daucus carota subsp. Sativus / Fonte: Thinkstock
Figura 1.11 Cenoura – Daucus carota subsp. Sativus / Fonte: Suzana Ursi /CEPA
Figura 1.12 Enfeites de casa Fonte: Suzana Ursi /CEPA
Figura 1.13 Pinheiro-do-Paraná - Araucaria angustifólia. Fonte: Suzana Ursi /CEPA
Figura 1.14 Mandacaru - Cereus sp. Fonte: Suzana Ursi /CEPA
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Uma das plantas mais representadas, certamente, é a rosa. Veja alguns exemplos (Figs. 1.15, 1.16 e 1.17).
Até no papel de parede elas aparecem (Fig. 1.18)! Mas essa rosa vistosa, cheia de lindas e numerosas pétalas é muito diferente da rosa selvagem.
Você sabia que essas rosas sofreram uma forte seleção artificial ao longo do tempo?Veja a rosa selvagem (Fig. 1.19) e a rosa comercial (Fig. 1.20) e compare-as.
Figura 1.15 Toalha de mesa Fonte: Suzana Ursi /CEPA
Figura 1.16 Velas decorativas Fonte: Suzana Ursi /CEPA
Figura 1.17 Vaso com rosas artificiais Fonte: Suzana Ursi /CEPA
Figura 1.18 Papel de parede Fonte: Suzana Ursi /CEPA
Figura 1.19 Rosa ssp. Variedade comercial Fonte: Suzana Ursi /CEPA
Figura 1.20 Rosa ssp. Variedade selvagem Fonte: Suzana Ursi /CEPA
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Veja também outras representações das flores nas figuras 1.21 e 1.22. Essa primeira parte do capítulo teve o intuito de ressaltar como estamos rodeados não só
por plantas, mas também por suas representações artísticas.
DicaConvidamos você, professor, a fazer um exercício de observação dessa natureza junta-
mente com os seus alunos. Acreditamos que essa seja uma boa forma de contextualizar o ensino de Botânica, uma disciplina que aborda organismos fundamentais e, como vimos, muito presentes em nossa vida.
Representação Botânica: ciência artística ou arte científica?
Para iniciarmos nosso segundo tema, vamos observar duas representações bem distintas de uma planta muito comum em nosso país. Observe a fotografia (Fig. 1.23), você sabe qual é esta planta?
É uma planta do gênero Tibouchina. É conhecida popularmente como: Manacá-da--serra, Jacatirão ou Flor-da-quaresma.
Podemos observar uma representação científica da Tibouchina semidecandra na figura 1.25.
Figura 1.21 Vaso de cerâmica Fonte: Suzana Ursi /CEPA
Figura 1.22 Quadros / Fonte: Suzana Ursi /CEPA
Figura 1.23 Manacá – Tibouchina / Fonte: Thinkstock
Figura 1.24 Manacá – Tibouchina Fonte: Thinkstock
Figura 1.25 Manacá – Tibouchina semidecandra Fonte: Thinkstock/ Dorling Kindersley RF
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Como podemos observar acima, as representações científicas têm forte preocupação em reproduzir a realidade da maneira mais fiel possível, pois as ilustrações botânicas são um instrumento de estudo e pesquisa muito importantes. Existem profissionais altamente especializados em exercer a atividade de ilustrador. Uma das mais famosas ilustradoras é a inglesa Margaret Mee. Em seu caso, fica difícil traçar a linha entre o científico e o artís-tico, pois suas representações são extremamente fieis à realidade, bem como apresentam valor estético inestimável.
Na figura 1.26 podemos observar uma exposição com obras de Margarete Mee, que aconteceu no Museu de Zoologia da USP em 2004.
Figura 1.26 a) e b) Exposição das obras de Margarete Mee na USP, 2004. / Fonte: MZUSP
Atualmente, uma das mais importantes obras sobre a flora nacional está disponível on-line, a “Flora Brasiliensis”, e pode ser um valioso recurso para os professores, como fonte de informações e imagens.
Acesse-a em: http://florabrasiliensis.cria.org.br/
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Vamos apresentar outras pinceladas históricas sobre representações botânicas. Pode-mos observar dois dos mais antigos estudiosos da história antiga já preocupados com a descrição e representação científica das plantas (Figs. 1.27 e 1.28).
Na Biblioteca Nacional de Viena, na Áustria, está preservado o Manuscrito Bizantino. Alguns trechos são reproduzidos na figura 1.29.
Outra obra com enorme valor histórico encontra-se na Biblioteca Britânica, em Londres (Fig. 1.30). Ela data do final do século XVI.
É uma tradução para o italiano do trabalho do árabe Serapion (século IX).
Figura 1.27 Theophrastus (371-287 A.C). Obra: Enquiry into Plants On the Causes of Plants / Fonte: CEPA
Figura 1.28 Dioscorides (90-40 A.C). Obra: Matéria Médica / Fonte: CEPA
Figura 1.29 Manuscritos Bizantinos. Anicia Juliana - 500 D.C / Fonte: Biblioteca Nacional de Viena
Figura 1.30 Manuscrito / Fonte: Biblioteca Britânica, Londres
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As representações puramente artísticas são ainda mais antigas. Veja mais um exemplo interessante (Fig. 1.31).
Neste segundo tema, abordamos tanto a contextualização mais relacionada ao nosso dia a dia, quanto a relacionada aos elementos que podem servir de base para uma contex-tualização histórica. Esperamos que essa abordagem tenha trazido um novo olhar sobre a Botânica e suas representações ao longo da história.
Figura 1.32 Flor de lótus / Fonte: Thinkstock
Figura 1.31 Amenophis I segurando uma flor de lótus (Nelumbo nucifera) 1.140 A.C. / Fonte: Museu Britânico, Londres
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Representações botânicas em espaços culturais da cidade de São Paulo
Gostaríamos de finalizar este capítulo apresentando algumas obras de arte que podem ser visitadas em espaços culturais na cidade de São Paulo. Não temos a pretensão de fazer uma cobertura completa das possibilidades, apenas apresentar algumas delas que abrangem obras nacionais e estrangeiras de diferentes movimentos culturais.
Vale ressaltar que os colegas professores, de todas as outras localidades do Brasil, tam-bém podem fazer um levantamento desse tipo de obra em sua cidade, destacando repre-sentações artísticas importantes.
Figura 1.33 Espaços culturais da cidade de São Paulo / Fonte: CEPA
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Pinacoteca do Estado de São Paulo
Figura 1.36 Baía de São Vicente, 1911. Óleo sobre tela, 72 x 42cm. / Fonte: Pinacoteca do Estado
Benedito calixto
Figura 1.35 Pinacoteca do Estado / Fonte: CEPA
Conheça a Pinacoteca acessando
http://www.pinacoteca.org.br
Para saber mais sobre Benedito Calixto acesse o site
do Itaú Cultural.
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21Aula 1 Contextualização da Botânica: escolhendo o caminho da arte
Acesse o site do Itaú Cultural para saber mais sobre Pedro
Alexandrino e Antônio Parreiras.
Pedro alexandrino
Figura 1,37 Cozinha na roça, 1894. Óleo sobre tela, 110 x 131cm. / Fonte: Pinacoteca do Estado
Figura 1.38 Bananas e metal, sem data. Óleo sobre tela, 130 x 96cm. / Fonte: Pinacoteca do Estado
antônio Parreiras
Figura 1.39 Paisagem (Ventania), 1888. Óleo sobre tela, 100 x 150cm. / Fonte: Pinacoteca do Estado
Figura 1.40 Baía Cabrália, 1900. Óleo sobre tela, 84 x 120cm. / Fonte: Pinacoteca do Estado
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estevão roBerto silva
Estevão Roberto Silva foi o primeiro pintor negro a se formar na Academia Imperial de Belas Artes e um os maiores pintores brasileiros de natureza morta do Século XIX.
Estávamos convencidos de que o primeiro prêmio seria conferido a Estevão Silva. Ele trêmulo, comovido, esperava. A sua cabeça pendeu, seus olhos se encheram de lágrimas. Recuou, e foi ficar atrás de todos. Íamos nos revoltar - Silêncio! Eu sei o que devo fazer. Tão imperiosamente foram ditas estas palavras, por aquele homem que chorava, que obedecemos. Um por um, foram sendo chamados os premiados. Finalmente, o nome de Estevão Silva ecoou na sala. Calmo, passou entre nós. A passos lentos atravessou o salão. Aproximou-se do estrado, onde estava o Imperador. Depois, belo, oh! Muito belo! - Aquele negro ergueu arrogantemente a cabeça e forte gritou: Recuso! (A. Pareiras)(LEITE, José R. T. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artli-vre, 1988, p.476).
Figura 1.41 Fachada do Museu Afro Brasil / Fonte: CEPA
Figura 1.42 Natureza-morta, 1889. Óleo sobre tela. / Fonte: Acervo Museu Afro Brasil
Figura 1.43 Natureza-morta, 1889. Óleo sobre tela. / Fonte: Acervo Museu Afro Brasil
Museu Afro Brasil
Saiba mais sobre Estevão
Roberto Silva.
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23Aula 1 Contextualização da Botânica: escolhendo o caminho da arte
Para saber mais sobre Rebolo acesse os sites Pintura Brasileira e Itaú Cultural; sobre Di Caval-
canti acesse: http://www.dicavalcanti.com.br
Figura 1.44 Fachada do Palácio dos Bandeirantes Fonte: CEPA
reBolo
Figura 1.45 Vaso com flores, 1942. Óleo sobre tela, 70 X 45 cm. / Fonte: Acervo Artístico-cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo
Palácio dos Bandeirantes
di cavalcanti
Figura 1.46 Vaso de flores, 1936. Óleo sobre tela, 60,7 x 49,5 cm. Fonte: Acervo Artístico-cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo
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Museu Paulista
Figura 1.47 Fachada do Museu Paulista
Jules Martin
Figura 1.48 Avenida Paulista. Aquarela sobre papel / Fonte: Acervo do Museu Paulista da Universidade de São Paulo; créditos fotográficos: José Rosael e Hélio Nobre.
Saiba mais acessando o site do Museu Paulista.
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25Aula 1 Contextualização da Botânica: escolhendo o caminho da arte
Saiba mais acessando o site do MAC; sobre Tarsila do
Amaral acesse: http://www.tarsila-doamaral.com.br/
MAC
Figura 1.49 Fachada do MAC
tarsila do aMaral
Figura 1.50 Floresta, 1929. Óleo sobre tela, 63, 9 x 76,2 cm. / Fonte: Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
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Esperamos que você tenha gostado da nossa breve imersão no universo das representa-ções botânicas e na ligação que pode existir entre ciência e arte.
Um dos intuitos desse capítulo foi servir como uma inspiração inicial para a atividade que desenvolveremos nesta semana:
Desenvolver atividades motivadoras para iniciar a abordagem de botânica no Ensino Médio por meio de projetos interdisciplinares.
Henri Matisse
Figura 1.51 Natureza Morta, 1941. Óleo sobre tela, 27,4 x 41 cm / Fonte: Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo
Saiba mais sobre Henri Matisse acessando o site Info-
Escola; sobre José Antônio da Silva acesse o site do Itaú Cultural.
José antônio da silva
Figura 1.52 Algodoal, 1950. Óleo s/ tela, 51,5 x 101,8 cm. / Fonte: Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo