Quarta-Feira, 10 de agosto de 2016

Bom dia,

Câmara dos Deputados aprovou nesta madrugada a renegociação das dívidas de Estados e Municípios com a União. Na madrugada desta quarta-feira foi aprovado na Câmara dos Deputados por 282 a 140 votos (houve duas abstenções) o projeto de Lei que renegocia as dívidas de Estados e Municípios. Porém para ser aprovada, foi retirada a cláusula que limita o reajuste do salário de servidores públicos estaduais a inflação do ano anterior, por dois anos. A retirada da clausula representa uma derrota para o ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que já vinha se posicionado fortemente a favor da efetivação da cláusula.

59 senadores votam a favor do impeachment. Em extensa sessão comandada por Lewandowski, 59 senadores votaram a favor da continuidade do impeachment, ante 21 que votaram contra o processo, favoráveis a Dilma Rousseff. Com o placar a favor superando até mesmo os dois terços necessários na votação final (54 votos) o impeachment passa a ser tido como certo pelo mercado. Lewandowski concordou que a sessão final comece no próximo dia 25, e não mais dia 29 como era previsto anteriormente, devendo durar em torno de uma semana. Ainda que o impeachment já esteja em boa medida precificado nos ativos de risco, a proximidade do desfecho do processo deve dar algum ânimo ao mercado acionário. CCJ aprova a admissibilidade da PEC que limita os gastos públicos. Ontem foi aprovado a admissibilidade da Proposta de Emenda a Constituição 241/16 na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) por 33 votos a favor e 18 contra. Agora o próximo passo é a instalação de uma comissão especial na Câmara Federal, por Rodrigo Maia, para examinar o mérito da PEC com no mínimo onze sessões antes da votação, assim a deliberação final só deve ocorrer em outubro, após as eleições municipais. A PEC é a "bala de prata" do governo para ajustar as contas públicas, porém a dificuldade vista na aprovação da lei que visa a renegociação da dívida dos Estados aumentou as dúvidas com relação a governabilidade de Temer de aprovar tal medida, sem ter que fazer novas concessões a parlamentares. Prévia do IGP-M de Agosto fica estável. A prévia do índice Geral de Preços - Mercado divulgado pela manhã pela Fundação Getúlio Vargas veio em 0,55%, mesmo índice de igual período de 2015. No ano, até a primeira prévia de Agosto o índice acumula alta de 6,1%, e em doze meses de 11,33%. IPCA de Julho acelera. Hoje pela manhã o IBGE divulgou o IPCA referente ao mês de Julho, que apresentou

variação mensal de 0,52%, ante 0,35% no mês anterior. Já no ano a variação em doze meses ficou em 8,74%. Os números vieram acima das expectativas médias do mercado que orbitavam próximos a uma variação de 0,49%. A persistência da inflação acima da meta do Banco Central deverá reforçar o viés de manutenção mais prolongada da SELIC em 14,25% a.a. e implicar hoje na correção nas curvas de juros. IPC segue em desaceleração. O índice de Preços ao Consumidor do Município de São Paulo - IPC apresentou variação de 0,24% na primeira quadrissemana de agosto, ante a última variação de 0,72%. Esse arrefecimento é fruto principalmente da deflação registrada no grupo de vestuário (-0,91%) e transportes (-0,03%), bem como pela menor variação no grupo habitação (+0,01%).

Agenda Econômica dos EUA. Queda na produtividade do trabalho. O indicador que mede a produtividade do trabalho norte-americano registrou queda de 0,5% no 2° trim/16, sendo o terceiro resultado negativo do indicador. Já o índice de custo unitário do trabalho apresentou novo avanço, de 2,1% na comparação anual. Esses indicadores divergentes sinalizam que apesar dos bons resultados na criação de novas vagas e salários registrados nos últimos meses ainda é necessário cautela, pois a queda na produtividade indica que o potencial de crescimento da economia norte americana pode ser reduzido. Hoje, às 11h00, sairão os dados semanais de criação de empregos, uma espécie de prévia do payroll que deverá chamar atenção dos investidores. Destaca-se também a apresentação, às 11h30, dos estoques de petróleo bruto nos EUA, para os quais se espera uma queda

de 1,34 milhão de barris, o que poderá favorecer a cotação da commodity. Garantia de liquidez ainda rodeia os países emergentes. A proximidade do fim da crise política no Brasil, aliada às novas perspectivas de estímulos na China (depois que Pequim apresentou desaceleração na inflação pelo terceiro mês consecutivo) e o BC inglês voltando a apontar novos cortes na taxa de juros com estímulos na economia, mantém a alta liquidez global. Bolsas mundiais em queda. Após dia de alta - quase - generalizada ontem (ver tabela abaixo) a maior parte das bolsas mundiais registra retração nesta quarta-feira (10/08), puxadas principalmente pela queda na cotação das commodities, com destaque para o petróleo que recua diante de noticias de que a Arábia Saudita teria registrado produção recorde em julho, frustrando as expectativas criadas nos últimos dias de que a OPEP pudesse conseguir algum acordo para congelar a produção mundial.

A Positivo Informática apresentou desempenho impressionante neste 2T16. A companhia vem implantando uma série de medidas voltadas à melhorar o seu resultado, tais como: cortes agressivos de custo fixo, ganhos de produtividade em fábrica e medidas para eliminação do excesso de estoques, reduzindo significativamente as vendas promocionais de itens de giro lento em inventário. Desta forma, a Positivo no trimestre em analise, capturou importantes ganhos de eficiência, possibilitando a recuperação de sua rentabilidade. Além disso, acelerou o ganho de market share no mercado de celulares, atingindo 6,1%, elevação de 3,9 pp, destacamos que esta categoria já representa 26% de sua receita total. Outro ponto de grande destaque foi a redução das despesas gerais e administrativas que recuou 18,5%, contribuindo para a impressionante elevação de 168% no EBTIDA ajustado (Ajustado pelo efeito caixa do hedge cambial dos insumos, pela adição de 50% do EBITDA da joint-venture IFSA e por itens não recorrentes reconhecidos no resultado do 2T15 e 2T16), na comparação com o 2T15. Com isso, o seu resultado final veio "positivo" revertendo o prejuízo dos trimestres passados. Para os próximos trimestres, a empresa esta muito mais confiante passando boas perspectiva de crescimento em quase todas as suas divisões. Destacamos que o carro chefe continua sendo em Celulares, conforme mencionado pela empresa e esperada uma aceleração das vendas e volume de pedidos para manter a atual taxa de crescimento anual de três dígitos. Vale comentar que o plano de monetização de ativos tributários, decorrente a migração da produção das fábricas para Manaus, propiciara forte geração de caixa, além disso, a companhia mantém se firme no conservadorismo para aquisição de insumos e reduções de seu custo fixo. E por fim, a ampliação das operações internacionais e o lançamento de novos produtos tendem a garantir bons resultados ao longo do ano de 2016, principalmente depois da empresa ter reduziu o seu endividamento, saindo de uma alavancagem de 3x em 2T15 para 1,9x no 2T16. A Positivo irá fazer sua teleconferência hoje as 10h30. Esperamos que seus papéis tenham uma performance positiva no pregão de hoje. Guararapes. No segundo trimestre de 2016, a companhia reportou resultado regular, consequência da baixa

performance de vendas em mesmas lojas; do comportamento da margem bruta de mercadorias; pelo impacto causado pelas despesas adicionais provenientes de lojas novas; pelo aumento dos encargos da folha de pagamento; pelo crescimento das tarifas de energia elétrica e, também, da pressão proveniente do aumento da despesa com perdas e provisionamento que diminuiu o desempenho da operação financeira no trimestre. Entretanto, estes problemas foram parcialmente compensados pelo controle de despesas operacionais, no entanto, não foi o bastante para melhorar a sua geração de caixa (EBITDA). Com isso, o seu resultado final veio mais fraco em relação ao mesmo período do ano anterior. A Guararapes fará sua teleconferência hoje às 11h30. Resultado da Senior Solution. A companhia apresentou desempenho em linha com as expectativas de mercado, com avanço sobre o 2º Trim/15 de 7,7% na receita líquida e de 27,3% no EBITDA. Porém, em função dos benefícios concedidos pela Lei do Bem no mesmo trimestre de 2015, o lucro líquido reportado foi inferior em 14,5%. Não esperamos forte impacto nas ações SNSL3 no pregão de hoje. Resultado da Tegma. Fraco desempenho apresentado pela companhia neste 2º Trim/16. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a receita líquida caiu 17% e o EBITDA ajustado recuou 3%, enquanto que o prejuízo líquido reduziu para R$ 1 milhão ante R$ 3 milhões reportados um ano antes. De qualquer maneira, consideramos que o contexto operacional para a Tegma ainda se mostra muito desfavorável e com perspectiva de retomada na atividade econômica só no médio prazo. Portanto, entendemos que suas ações deverão seguir pressionadas em bolsa. Protesto de fraqueado da CVC. Segundo o jornal Valor Econômico, a CVC enfrentou pelo segundo dia o fechamento de 22 das 70 lojas da rede no Rio de Janeiro. A paralisação é uma forma de protesto da empresa CRG Viagens, master franqueada da marca no estado, que não aceita as condições impostas para rescisão do

contrato entre as duas partes. O impasse começou em Fev/16, quando a CVC entrou em contato com a CRG para romper o acordo previsto para seguir até 2022. Acreditamos que a recorrência desse evento passará a penalizar os ativos CVCB3 em bolsa. Concessões de Infraestrutura. De acordo com reportagem do jornal Valor Econômico de hoje, o presidente interino, Michel Temer, convocou para o dia 25/Ago/16 a primeira reunião do conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) que visa lançar um novo pacote de concessões, contemplando: quatro aeroportos, duas ferrovias, um terminal portuário de passageiros e as concessões de rodovias (que ficariam somente para 2017). Cabe destacar o modal ferroviário, pois o governo pretende oferecer um contrato de longuíssima duração (de 50 a 70 anos) para viabilizar a Ferrogrão, projeto ferroviário que ligará os municípios de Sinop (MT) e Miritituba (PA). A outra ferrovia escolhida é a Norte-Sul, que tem um trecho pronto entre Palmas (TO) e Anápolis (GO), mas ainda sem operações. Outro trecho, de Ouro Verde (GO) a Estrela D'Oeste (SP), está com mais de 90% de execução física e a estatal Valec assumiu o compromisso de concluir as obras antes da concessão. Essas duas partes serão leiloadas conjuntamente à iniciativa privada que já se mostra interessada nos projetos, tendo representantes nacionais (Rumo-ALL) e empresas estrangeira (Russian Railways International), segundo informações do veículo de imprensa. Em nossa visão, os primeiros passos do PPI deverão alimentar as expectativas também sobre as prorrogações das concessões existentes como contrapartidas de duplicação de trechos e mais investimentos no modal ferroviário. Tal notícia poderá levar as ações RUMO3 a performarem positivamente no pregão de hoje. Embraer é alvo de ação coletiva nos EUA. Segundo fontes da mídia, acionistas norte americanos entraram com uma ação coletiva no tribunal de Nova York visando reparação frente as perdas recentes com os ADRs na companhia. O epicentro dos problemas da empresa é a investigação de corrupção no governo da Republica Dominicana, que segundo a própria companhia deve ser decidido de forma desfavorável a companhia no

tribunal. A Embraer já provisionou 200 milhões de dólares (R$ 684 milhões) no resultado do 2°trim deste ano para o pagamento da multa ao tribunal americano. Segundo noticiado, a ação aponta que a Embraer violou as leis do mercado ao publicar informações falsas e negligencia. Além disso, a empresa anunciou um programa global de redução de custos, visando mitigar os impactos negativos no balanço da empresa. Ainda não foi passado guidance da magnitude dos cortes ou quando será efetivado, por ora recomendamos somente manutenção para os ativos da empresa, dado o momento sensível e a falta de previsibilidade de fatores exógenos ao seu core business. Bom resultado operacional, mas financeiro pressiona Iguatemi. A Iguatemi viu seus shoppings reportarem bons números nesse trimestre, com aumento nas vendas na comparação anual (mesmo desconsiderando a aquisição de participação no Shopping Pátio Higienópolis), o que resultou em aumento de receita para a companhia. Ainda assim, o lucro da companhia foi bastante pressionado pelo forte aumento das despesas financeiras e menores receitas extraordinárias (revenda de pontos). Resultado mais próximo do que foi apresentado no 1T16, o que não deve trazer grandes impactos para os papéis da companhia. Sem surpresas, a Cyrela reportou números ainda bastante pressionados no 2T16, em linha com o esperado, haja vista a forte deterioração do cenário para as construtoras nos últimos anos. O principal ponto continua sendo o aumento do estoque pronto, que diminui bastante as margens da companhia, e a principal causa é o volume de entregas de empreendimentos que não vem sendo acompanhado por uma velocidade de vendas saudável. A receita da companhia caiu fortemente, parte pelas vendas fracas e parte pela operação de compra de unidades permutadas que aconteceu no empreendimento Riserva Golf (que sozinha reduziu a receita líquida em R$ 96,3 milhões). Essa operação também afetou a geração de caixa da companhia, com dispêndio de R$ 27,8 milhões, sendo que a queima de caixa total foi de R$ 13 milhões.

Assim como no 1T16, a São Carlos teve seu resultado muito impactado pela elevação do endividamento líquido referente aos empreendimentos entregues recentemente (Torre A da EZ Towers, Jardim Europa e Candelária), o que resultou em novo prejuízo líquido, no mesmo patamar do 1T16, também. Porém, a companhia ainda mostrou resiliência operacional no trimestre, com a receita líquida crescendo quando comparamos a mesma base de imóveis, com vacância caindo tanto na comparação anual quanto na trimestral. É outra companhia que divulgou resultado muito próximo ao do trimestre anterior e não deve ter seus papéis fortemente impactados por ele. Resultado bastante pressionado do BTG no trimestre, com forte queda na receita na comparação com o 1T16, derivados do resultado das mesas do banco e também do menor patamar de ativos sob gestão e administração, que teve mais um trimestre de queda (segundo o banco, houve um início de recuperação no final do trimestre). Com isso, o lucro líquido do banco também caiu e o retorno sobre o PL médio ficou em 16,1%, contra 18,8% no 1T16 e 21,0% no 2T15. Papéis do banco devem abrir o pregão pressionados pelos números mais fracos. AGENDA DE RESULTADOS