Boletim zoonoses 2010

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Marabá, PA 31 de dezembro de 2010 - Ano V, Nº 1 11º CENTRO REGIONAL DE SAÚDE/SESPA ZOONOSES BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO O gênero Bothrops representa o grupo mais importante de serpentes peço- nhentas, com mais de 60 espécies encontra- das em todo o território brasileiro. Entre 1990 e 1993, dentre os aciden- tes ofídicos ocorrido no Brasil 73,1% (59.619 de um total de 81.611 casos regis- trados) foram provocados pelo gênero Bot- hrops. A espécie Bothrops atrox, conhecida- mente como Jararaca e jararaca-do-norte, é o ofídio mais encontrado na Amazônia, prin- cipalmente em beiras de rios e igarapés. A espécie pode chegar até 1,5 metros quando adultos sendo que não há registros de seu comprimento máximo, é um animal terrestre e diurno podendo ser encontrada ativa durante todo dia. A cor de seu corpo é muito variável tendo como a cor de fundo marrom, verde-oliva, amarelo, cinza ou mui- to raramente oxidado. O habitat do Bothrops atrox são as florestas tropicas e, apesar desta região ter sofrido muito com os desmatamentos, a ser- pente não foi afetada como outro animais e esta entre as jararacas mais numerosas. Os locais onde se pode encontrá-las são principalmente em regiões de matas úmidas e lugares inundados. É uma serpente bem agressiva, fica agitada facilmente e ataca constantemente. Apesar de ser um animal terrestre nada muito bem e, se necessário, consegue subir em árvores para caçar. Ataca suas pre- sas com seu veneno, as quais fogem com o veneno na corrente sanguí- nea, ficam desorientadas e acabam morrendo. A serpente depois se- gue seus rastros, sendo que os animais que estão em seu cardápio são aves, sapos, mamíferos pequenos e lagartos. Essas serpentes são encontradas em plantações de café e banana a procura de roedores para se alimen- tar, ficam praticamente imóveis e seus botes são bem rápidos para poder pegar suas presas. Por permanecerem em plantações se camuflam com o ambiente que muitas vezes não são percebidas pelos trabalhadores das plantações que acabam sendo atacados. A Jararaca é muito venenosa, seu efeito é letal e rápido, sendo necessário apenas 62mg para matar um ser humano. Com apenas uma do- se do veneno é possível produzir 124mg de antído- to e em alguns casos é pos- sível produzir 342mg. Região de distribuição NESTA EDIÇÃO .O que fazer e não fazer em caso de picada de cobra .Campanha de Vacinação Antirrábica Canina e Felina .Dados epidemiológicos .Raiva animal: Dados em espécies animais .Parauapebas realiza capacitação de enfermeiros .Dia “D” .Captura de quirópteros .Supervisão nos municípios .Primatas Não Humanos e a Febre Amarela Bothrops atrox (Jararaca, jararaca-do-norte)

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Marabá, PA 31 de dezembro de 2010 - Ano V, Nº 1

11º CENTRO REGIONAL DE SAÚDE/SESPA ZOONOSES

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO

O gênero Bothrops representa o

grupo mais importante de serpentes peço-nhentas, com mais de 60 espécies encontra-das em todo o território brasileiro. Entre 1990 e 1993, dentre os aciden-tes ofídicos ocorrido no Brasil 73,1% (59.619 de um total de 81.611 casos regis-trados) foram provocados pelo gênero Bot-hrops. A espécie Bothrops atrox, conhecida-mente como Jararaca e jararaca-do-norte, é o ofídio mais encontrado na Amazônia, prin-cipalmente em beiras de rios e igarapés. A espécie pode chegar até 1,5 metros quando adultos sendo que não há registros de seu comprimento máximo, é um animal terrestre e diurno podendo ser encontrada ativa durante todo dia. A cor de seu corpo é muito variável tendo como a cor de fundo marrom, verde-oliva, amarelo, cinza ou mui-to raramente oxidado. O habitat do Bothrops atrox são as florestas tropicas e, apesar desta região ter sofrido muito com os desmatamentos, a ser-pente não foi afetada como outro animais e esta entre as jararacas mais numerosas. Os

locais onde se pode encontrá-las são principalmente em regiões de matas úmidas e lugares inundados. É uma serpente bem agressiva, fica agitada facilmente e ataca constantemente. Apesar de ser um animal terrestre nada muito bem e, se necessário, consegue subir em árvores para caçar. Ataca suas pre-sas com seu veneno, as quais fogem com o veneno na corrente sanguí-nea, ficam desorientadas e acabam morrendo. A serpente depois se-gue seus rastros, sendo que os animais que estão em seu cardápio são aves, sapos, mamíferos pequenos e lagartos. Essas serpentes são encontradas em plantações de café e banana a procura de roedores para se alimen-tar, ficam praticamente imóveis e seus botes são bem rápidos para poder pegar suas presas. Por permanecerem em plantações se camuflam com o ambiente que muitas vezes não são percebidas pelos trabalhadores das plantações que acabam sendo atacados.

A Jararaca é muito venenosa, seu efeito é letal e rápido, sendo necessário apenas 62mg para matar um ser humano. Com apenas uma do-se do veneno é possível produzir 124mg de antído-to e em alguns casos é pos-sível produzir 342mg.

Região de distribuição

NESTA EDIÇÃO .O que fazer e não fazer em caso de picada de cobra .Campanha de Vacinação Antirrábica Canina e Felina .Dados epidemiológicos .Raiva animal: Dados em espécies animais .Parauapebas realiza capacitação de enfermeiros .Dia “D” .Captura de quirópteros .Supervisão nos municípios .Primatas Não Humanos e a Febre Amarela

Bothrops atrox (Jararaca, jararaca-do-norte)

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Boletim Epidemiológico Zoonoses 2010

O QUE FAZER E NÃO FAZER EM CASO DE PICADA POR COBRA?

A Central de Informações Toxicológicas funciona no 5.º andar do HUJBB, prestando informações e orientações pelos telefones 0800-7226001, 3249-6370, 3259-3748 aos profissionais da área de saúde e ao público em geral, 24 horas por dia, via telefone, quanto ao atendimen-

to de pessoas ou animais intoxicados por plantas, drogas, produtos químicos ou animais peçonhentos.

O Disque Intoxicação, que é acessado pelo número 0800-7226001, foi viabilizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), proporcionado a integração de todos os CITs existentes no Brasil, por meio da Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência

Toxicológica (Renaciat).

Fonte: http://www2.ufpa.br/webhujbb/

SORO RECEBIDO E UTILIZADO PELOS MUNICÍPIOS DO 11ºCRS

Antibotrópico (SAB) Leve: quadro local discreto, sangramento em pele ou

mucosas. 2 a 4

Antibotrópico-laquético

(SABL)

Moderado: edema e equimose evidentes, sangramento

sem comprometimento. 5 a 8

Grave: alterações locais intensas, hemorragia grave,

hipotensão, anúria. 12

NÚMERO DE AMPOLAS DE SORO A SEREM UTILIZADAS SEGUNDO A GRAVIDADE DA PICADA POR BOTHROPS

No gráfico a cima observam-se os município com o maior número de utilização do soro antibotrópico. Nes-tes dados não estão registrados saldo de doses de 2009 nos respectivos municípios.

Após observações dos dados do SINAN, as notificações de agressões por Botrópicos tem-se aumentado significativamente, conseqüência de maior cobrança por parte do Setor, bem como do auxílio do modelo de planilha de peçonhento utili-zado. Em 2010 o 11ºCRS recebeu da central de imunizantes 3.940 doses de antibotrópico, tendo 180 ampolas de “saldo” de 2009 e, distribuiu aos municípios 3.932 doses. No SINAN constam notifi-cados a utilização de 3.672 ampolas.

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Utilizado 71 33 6 8 8 91 50 130 214 1152 23 354 3 151 11 281 65 177 12 832

Recebido 63 41 15 67 85 20 118 132 151 215 1.153 30 220 5 250 32 263 112 102 5 853

Frequência de antibotrópico utilizado e recebido segundo o município em 2010

2007 2008 2009 2010Quantidade de soro 2484 2775 3578 3672

% 19,86% 22,18% 28,60% 29,35%

Frequência de soro antibotrópico utilizado

entre os anos de 2007 e 2010

Fonte: Planilha da Raiva

Fonte: SINAN

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Page 3: Boletim zoonoses 2010

Apesar da interrupção da campanha de vacinação animal, muitos municípios alcançaram índices significativos de suas metas, sendo Breu Branco não iniciado a campanha por questões gerenciais associadas à Secretaria Municipal

de Saúde e não aos relatos ligados à vacinação.

Boletim Epidemiológico Zoonoses 2010

Abel B.Jes. B. Gran. Breu. Canaã Curio. Eldor. Goian. Itupir. Jacun. Marabá N.Ipix. N.Rep. Pales. Paraup. Piçar. Rond. S.Domi. S.Gera. S.João Tucuruí

META 1.316 2.756 1.431 7.518 3.257 2.760 3.066 2.438 12.212 5.133 34.772 3.213 7.774 1.230 13.149 3.521 10.301 3.170 4.362 2.222 12.512

ALCANÇADO 1.336 2.849 1.230 0 3.807 2.856 2.068 3.493 4.550 3.342 16.662 3.305 6.113 1.248 9.197 3.601 10.328 3.220 2.527 2.311 4.529

% 101% 103% 86% 0% 117% 103% 67% 143% 37% 65% 48% 103% 79% 101% 70% 102% 100% 102% 58% 104% 36%

Resultado da campanha de vacinação antirrábica em cães, em outubro de 2010

Abel B.Jes. B. Gran. Breu. Canaã Curio. Eldor. Goian. Itupir. Jacun. Marabá N.Ipix. N.Rep. Pales. Paraup. Piçar. Rond. S.Domi. S.Gera. S.João Tucuruí

META 638 1.000 637 3.263 1.180 1.121 899 1.089 4.690 3.121 15.036 1.114 2.851 414 4.533 1.223 4.527 1.386 1.360 577 5.172

ALCANÇADO 639 1.086 592 0 781 1.086 597 1.567 1.135 1.198 6.841 1.112 2.146 422 3.317 1.245 3.200 1.525 873 586 2.642

% 100% 109% 93% 0% 66% 97% 66% 144% 24% 38% 45% 100% 75% 102% 73% 102% 71% 110% 64% 102% 51%

Resultado da campanha de antirrábica de felinos em outubro de 2010

A Campanha Nacional de Vacinação Antirrábi-

ca Canina em 2010 foi marcada por um episódio raro. Através da Nota Técnica 150/07/10/10, o Minis-tério da Saúde (MS), em comum acordo com o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde e Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde, diante do aumento das notificações e dados preliminares das in-vestigações laboratoriais referentes aos eventos adver-sos graves após vacinação contra raiva animal, determi-nou a interrupção preventivamente, e por período inde-terminado, as campanhas de vacinação contra raiva animal com uso da vacina RAI-PET®, em todo o País. A vacina animal utilizada até o ano de 2009 foi a Fuenzalida & Palacios, substituída em 2010 pela de culti-vo celular, por apresentar maior imunogenicidade, segu-rança além de ser recomendada pela Organização Mundial de Saúde.

Campanha de Vacinação Antirrábica Canina e Felina

Em 2010 a vacinação utilizando exclusivamente a vacina RAI-PET® iniciou-se em junho e apenas em alguns Estados da Federação, período onde houve relatos de reações adversas e óbitos. Dos lotes existentes no Brasil (59, 139, 177/10), em nossa Regional foi utilizado o lote 139/10, entretan-to, segundo resultado da campanha, foram apenas rela-tados reações adversas em alguns município, sendo os casos de óbito não comprovadamente conseqüentes da vacinação, mesmo assim, fora obedecida a instrução de interrupção da campanha. Apesar dos relatos em mídia sobre as reações e óbitos em animais muitos proprietário de nossa região levaram seus cães para vacinação, chegando alguns municípios a completa meta de suas vacinações. Ficaram de ser devolvidas à Central de Imunobio-lógicos em Belém cerca de 40.375 doses de vacinas não utilizadas pelos municípios do 11º CRS.

Fonte: Planilha da Raiva

Fonte: Planilha da Raiva

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Tucur

Frequência Atendimento 75 53 10 211 239 127 123 86 304 453 1900 71 238 11 808 53 202 133 144 51 443

Vacinas recebidas 145 90 25 370 480 220 330 260 550 810 3445 120 440 70 1850 125 360 400 375 210 970

Frequência de Atendimento Antirrábico Humano segundo o município

e vacinas recebidas em 2010

Dados Epidemiológicos

Boletim Epidemiológico Zoonoses 2010

1

4869

604

101 62 10 88

Ign/Branco Canina Felina Quiróptera

(morcego)

Primata

(macaco)

Herbívoro

Doméstico

Outra

Frequência de Agressões segundo a Espécie em 2010

Fonte: SINAN , Planilha da Raiva

Fonte: SINAN

Em 2010, o 11ºCRS re-

cebeu do Nível Centra l ,

11.100doses de vacinas antirrábica

humana, sendo que a Regional

possuía 980 doses como saldo po-

sitivo de 2009.

Segundo o gráfico ao lado,

os municípios que mais receberam

vacina estão Marabá, Parauapebas,

Tucurui seguido de Jacundá.

Em relação ao soro antirrá-

bico a Regional recebeu no ano

1.467 doses.

Sem dúvida nenhuma o cão

ainda representa a espécie com mai-

or expressividade em termos de a-

gressões, sendo as praticadas pelos

quirópteros fonte de preocupação

pelas possíveis dificuldades no a-

companhamento antirrábico comple-

to quando ocorrentes em áreas de

difícil acesso e/ou isoladas, como

ocorre na região do lago da Represa

Hidrelétrica de Tucurui.

Raiva Animal

Os casos de raiva animal ainda têm

sido um problema em nossa Regional. Infeliz-

mente dos 21 município, apenas Marabá pos-

sui Centro de Controle de Zoonoses, São Ge-

raldo do Araguaia um Núcleo e, Tucurui um

canil. Ainda assim o apoio das Secretarias à

estes ambientes não são suficientes para aten-

der às necessidades plenas para que cumpram

com seus objetivos.

Desde o ano de 2006 alguns municípios

têm notificados casos de raiva canina e/ou bo-

vina.

Em se tratando de caninos, ainda falta

muito para se alcançar as metas de maior con-

trole da população de animais errantes, os

quais nada mais são que vítimas da irresponsa-

bilidade de proprietários que abandonam e/ou

“criam” seus cães a esmo.

FREQUÊNCIA DE CASOS DE RAIVA ANIMAL SEGUNDO A ESPÉCIE

Fonte: IEC-LANAGRO

MUNICÍPIOS 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Canaã dos Carajás

01 bubalino

Eldorado dos Carajás

03 bovinos

Goianésia do Pará

01 canino/urbano

01 felino/urbano

Itupiranga 01 bovino

Jacundá 01 felino/urbano 01 canino/urbano

07 canino/urbano

Marabá 03 canino/urbano 22 canino/urbano 35 canino/urbano 06 canino/urbano 06 canino/urbano 01 canino/urbano

02 equídeos 02 canino/rural

Parauapebas 02 bovinos 01 bovino

São Domingos do Araguaia

01 canino

São João do Araguaia

01 canino/rural

São Geraldo do Araguaia

01 canino/rural 01 canino/rural

01 bovino

Tucurui 01 canino/urbano Página 4

Page 5: Boletim zoonoses 2010

Parauapebas realiza capacitação de enfermeiros Conforme relatório enviado ao Setor de Zoo-

noses, no dia 16 de julho foi realizada capacitação de 11 enfermeiros do setor hospitalar, onde foram abordados temas sobre o tratamento em caso de aci-dentes por animais peçonhentos, bem como a profila-xia e acompanhamento antirrábico humano. A iniciativa dos Técnicos da SMS do município, teve como objetivo indicar o tratamento correto e evi-tar os constantes desperdícios com a soroterapia ina-dequada. O evento foi organizado pelos técnicos Marcelo Claudio Monteiro da Silva (Dir. Deptº. DVS) , Maria Abadia Lopes (Coord.do Deptº. de Vig. Epidemiológi-ca) e Danielli de Almeida Maia (Coord. Imunização).

Muitos municípios conseguiram realizar a campanha de

vacinação nacional no dia “D”, outros em decorrência da situ-ação das estradas pelo período de chuvas tiveram que alterar a data. Dos 21 município apenas Breu Branco não realizou a campanha , sendo que Jacun-dá e Tucurui vacinou apenas na região urba-na.

Boletim Epidemiológico Zoonoses 2010

Dia “D”

ESPÉCIE ZONA URBANA SONA RURAL

CANINA 51.493 37.079

FELINA 20.747 11.843

TOTAL 72.240 48.922

Modelo de Banner em Novo Repartimento

ANIMAIS VACINADOS SEGUNDO ESPÉCIE E ZONA

Captura de quirópteros Entre 13 a 19 de junho, a equipe do Setor de

Zoonoses realizou captura de quirópteros e acompa-nhamento do tratamento profilático antirrábico humano na região do lago no município de Novo Repartimento. As atividades foram realizadas conjuntamente a equipe da Secretaria Municipal de Saúde de Novo Repartimento, através do programa governo itinerante. Na ocasião foram distribuídos mosqueteiros para a população lacustre. Ao tratamento entre soro e vacinação antirrábica humana totalizaram-se 42 pessoas, sendo que nas cap-turas de morcegos obteve-se um total de 08 Desmo-dus rotundos e 01 Diaemus youngi, sendo tratado com pasta vampiricida apenas os Desmodus. Equipe participante da ação Página 5

Page 6: Boletim zoonoses 2010

SUPERVISÃO NOS MUNICÍPIOS

Boletim Epidemiológico Zoonoses 2010

Breu Branco

(Não instalado)

Piçarra

Abel Figueiredo Bom Jesus do Tocantins

Canaã dos Carajás Eldorado dos Carajás

(não instalado) Goianésia do Pará

Jacundá

(Não instalado)

Parauapebas

Itupiranga

Rondon do Pará

(Instalado qdo. da falta de energia)

Novo Repartimento Palestina do Pará Marabá

(Não funcional)

São Geraldo do Araguaia

Entre os meses de novembro e dezembro o Setor de Zoonoses realizou supervisão nos 21 municípios da regional. A ação tinha como ob-jetivo, além de apurar os dados da campanha de vacinação canina, coletar informações sobre reações adversas da vacina e óbitos, a situa-ção do acondicionamento dos vacinas antirrá-bicas humanas, animais e de peçonhentos, pla-nilha de controle de temperatura, termômetro de máxima e mínima, a coleta aleatória de ge-lox para identificar os quantitativos vencidos, modelos de carteiras de vacinação antirrábica animal e a existência ou não de grupo gerador do setor de imunobiológicos dentre outras con-dições. Dos itens acima cita-dos foram encontradas inú-meras irregularidades que variou de município para município, sendo tais resul-

tados encaminhados sob a forma de relatório de supervisão aos respectivos lugares e ao Nível Central para análise e tomada de providências. Abaixo, constam a relação de imagens dos únicos municípios que apresentam geradores, sen-do que alguns apesar de existirem não estão ins-talados e que já representaram perdas significa-tivas de imunobiológicos como ocorreu no municí-pio de Jacundá. Os municípios de Brejo Grande do Araguai-a, Curionópolis, São João do Araguaia e São Domingos do Araguaia não possuem grupo gera-dor, enquanto o gerador do Hospital Municipal de Tucurui atende apenas ao centro cirúrgico.

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Page 7: Boletim zoonoses 2010

CALLITHRIX PENICILLATA Nomes: para Callithrix: Sagui-comum, Sagui-detufo-branco, Sagui-detufo-preto, Mico-estrela, Sagui-de-cara-branca, Soim, Sagui-branco, Sagui-de-cabeça-preta

A febre amarela é uma doença causada por um

arbovírus (do inglês arthropod borne virus = vírus trans-mitido por artrópode), o vírus da febre amarela, e re-presenta importante causa de morbidade e letalidade em vastas zonas das regiões tropicais da África e das Américas. A febre amarela silvestre é uma zoonose e, como tal, impossível de ser erradicada − motivo pelo qual permanece ativa nas florestas tropicais tanto da África como da América do Sul. É uma doença febril aguda, cujo agente etiológico é um vírus do gênero Flavivirus, da família Flaviviridae (do latim flavus = amarelo), é potencialmente epidêmica porém prevenível por vacina em torno de 10 anos. Os gêneros que mais têm sido associados com a ocorrência de epizootias no Brasil são Alouatta, Cebus e Callithrix.

ALOUATTA CARAYA

Nesta espécie o macho é sempre preto e a fêmea clara. Nomes para os Alouattas: Guariba, Bugio, Gritador, Barbado, Roncador e Capelão

No ciclo urbano, o vírus é transmitido de homem a ho-mem pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti in-fectada pelo vírus da febre amarela. Não há participação de animais domésticos na manutenção viral. O homem é o hospedeiro responsável pela infecção dos mosquitos. Já o ciclo silvestre é mais complexo: a transmissão se processa entre primatas não-humanos (macacos) e mosquitos silvestres que vivem habitualmente nas copas das árvores. As regras do SUS determinam que o nível municipal é responsável pela adoção das medidas de prevenção e con-trole. Entretanto, em situações de maior gravidade a parti-cipação dos níveis estadual e federal faz-se necessária, haja vista que a febre amarela é uma doença de potencial explosivo e notificação internacional. GÊNERO ALOUATTA: Os filhotes de ambos os sexos de A. caraya e A. guariba clamitans nascem com uma pelagem com coloração semelhante à das fêmeas adultas e os ma-chos mudam de cor ao longo de seu desenvolvimento. Enquanto os machos adultos de A. caraya são comple-tamente pretos e as fêmeas adultas são bege-acinzentada, bege-amareladas ou marrom claras, representado dos ex-tremos de coloração encontradas no gênero, as fêmeas a-dultas de A. guariba clamitans são marrons e os machos a-dultos tornam-se avermelhados em decorrência da libera-ção de um pigmento por glândulas apócrinas.

Boletim Epidemiológico Zoonoses 2010

CEBUS APELLA NIGRITUS Nomes Comuns:

Macaco-prego, Mico, Piticau, Caetê e Caiarara.

HAEMAGOGUS JANTHINOMYS Nomes comuns: Carapanã, geral-mente na região Norte; Pernilon-go, no Sul, Sudeste e Centro-oeste; e Muriçoca, no Nordeste. Macho adulto de bugio-ruivo

(Alouatta guariba clamitans) Ima-gem de Júlio César Bicca-Marques

Primatas não humanos e a Febre

Amarela

Fonte: MS/SVS

ÁREAS DE RISCO PARA A FEBRE AMARELA SIL-

VESTRE, 2003

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Page 8: Boletim zoonoses 2010

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ / SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE PÚBLICA / SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE / 11º CENTRO REGIONAL DE SAÚDE / DVS / SETOR DE ZOONOSES

Diretor Regional: Pedro Correa Lima Chefe Deptº. de Vig. em Saúde: Ana Raquel Miranda Setor do Zoonoses: Neuder Wesley França da Silva

HISTÓRICO DO SETOR

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS Bothrops atrox -Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peço-nhentos. 2ª ed. - Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2001. -http://animais.culturamix.com/informacoes/repteis/bothrops-atrox -http://www.butantan.gov.br/home/acidente_com_animais_peco nhentos.php -Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretari-a de Vigilância em Saúde. – 6. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2005. Primatas não humanos e a febre amarela -Manual de vigilância de epizootias em primatas não-humanos / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2005. -Mamíferos do Brasil/Nelio R. dos Reis(et al). Londrina:2006. 437p -http://www.superstock.com/stock-photos-images/4133-14180 -http://es.wikipedia.org/wiki/Cebus_apella -http://centrodeestudosambientais.wordpress.com/2009/04/16/campanha-E2%80%9Cproteja-seu-anjo-da-guarda%E2%80%9D/

Municípios de abrangência da Regional

Abel Figueiredo, Bom Jesus do Tocantins, Breu Branco, Brejo Grande do Araguaia, Canaã dos Carajás,

Curionópolis, Eldorado dos Carajás, Goianésia do Pará, Itupiranga, Jacundá, Marabá, Nova Ipixuna, Novo Re-

partimento, Palestina do Pará, Parauapebas, Piçarra, Rondon do Pará, São Domingos do Araguaia, São João do

Araguaia, São Geraldo do Araguaia e Tucurui.

O Setor de Zoonoses, iniciou sua estruturação no 11º

CRS em novembro de 2006 com objetivo de criar um traba-

lho sólido, cuja missão é coordenar, supervisionar e quando

necessário executar atividades pertinentes ao Programa Na-

cional da Raiva e demais Zoonoses nos 21 municípios sob a

jurisdição do respectivo Centro.

O Setor também desenvolve ações relacionadas a

prevenção de Acidentes por Animais Peçonhentos e quando

acionado realiza atendimento de foco de Febre Amarela e

epizootias em primatas não humanos (macacos). Missões em

Aldeias Indígenas também são realizadas, porém em parce-

ria e conforme solicitações das Instituições representativas

dos indígenas.

11º CENTRO REGIONAL DE SAÚDE SESPA

2010 - 11º Centro Regional de Saúde / SESPA

Publicação anual.

Elaboração e Edição: Neuder Wesley França da Silva

Médico Veterinário

Tiragem: - (Divulgação através da Web)

5ª Publicação - dezembro 2010

Impresso no Setor do Zoonoses

Marabá - Pará - Brasil

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Equipe resgata Guariba

Durante as ações realizadas em Novo Repartimento no lago da represa de Tucurui, nossa equipe resgatou uma fêmea jovem de Alouatta (Guariba). A espécie fazia travessia entre ilhas e estava bastante fraca pelo es-forço em área distaste das margens. O animal foi capturado em segurança e solto na ilha mais próxima em que se dirigia.