BOLETIMINFORMATIVO

UP-CEAD/01/2015

2ª CONFERÊNCIA BIENAL DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Janeiro2015

POR UMA GESTÃO SISTÉMICA, INCLUSIVA E PARTICIPATIVA NA EAD

UNIVERSIDADE PEDAGÓGICACENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA E À DISTÂNCIA

BOLETIM INFORMATIVO

Título: BOLETIM INFORMATIVO Autor: Universidade Pedagógica & Centro de Educação Aberta e a DistânciaRedação: Cristina Loforte & Augusta F. GuilimaRevisão: Alice FreiaLayout & Maquetização Jubel D. CastianoLocal de edição: MaputoData: Março 2015Site: www.ceadup.ac.mz

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Pretendemos, com esta publicação, manter-lhe informado(a) sobre o que acontece no mundo da Educação à distância no geral e em particular sobre o desenvolvimento do sistema de Educação à distância na Universidade Pedagógica.Este número será inteiramente dedicado à realização da IIª Conferência Bienal de Educação à Distância em Moçambique, realizada em Maputo de 5 a 7 de Novembro de 2014.Apresentamos, numa primeira secção, de forma

resumida, as competências, missão e visão do Centro de Educação Aberta e à Distância da Universidade Pedagógica (CEAD).Relembramos, na secção seguinte, a realização da Iª Conferência, visto a segunda conferência ser corolário da primeira. Apresentamos também algumas das recomendações saídas da primeira conferência.Numa terceira secção apresentamos o ponto principal deste boletim, o informe sobre a realização da IIª Conferência de Educação à Distância em Moçambique.

Seja bem-vindo(a) à primeira edição do Boletim Informativo do Centro de Educação Aberta e à Distância

da Universidade Pedagógica (UP).

INTRODUÇÃO

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É um centro, da Universidade Pedagógica, com a missão de coordenar todos os programas de Educação à distância na instituição, auxiliando no acesso à educação e na expansão do ensino superior no país, através da modalidade à distância. Embora nos identifiquemos como um centro de educação aberta, de momento, os nossos cursos não oferecem ainda níveis diferentes de abertura, aspecto que iremos introduzindo paulatinamente, iniciando, por exemplo pela oferta de uma maior flexibilidade no período mínimo de término de um curso de graduação.

A nossa visão é tornar a Universidade Pedagógica numa referência de excelência na oferta de cursos à distância, garantindo o acesso à educação independentemente do lugar, do tempo e da estrutura formal (física e pedagógica).

Concretizamos a nossa missão coordenando todas actividades de Educação Aberta e à Distância na UP; apoiando no desenho dos planos curriculares dos cursos à distância; gerindo o desenho e a elaboração de materiais instrucionais; articulando com as delegações e outros órgãos da Universidade Pedagógica, assim como com outras entidades nacionais e estrangeiras que possam colaborar com o Centro de EAD; gerindo a implementação e o uso das tecnologias de informação e comunicação nos programas de educação à distância na UP; realizando as tarefas relacionadas com a EAD que nos são atribuídas pelos órgãos centrais da UP.

No âmbito das nossas actividades organizamos, desde 2012, uma conferência nacional, bienal, de educação à distância onde se trocam experiências sobre a implementação de cursos à distância e discutem dificuldades e boas práticas que permitam o aumento da expansão e a melhoria da qualidade na implementação da modalidade no país.

I. O QUE É O CEAD

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Para as instituições provedoras e reguladoras da educação à distância em Moçambique, é constante a preocupação em aumentar as oportunidades de educação àqueles que por razões geográficas, sociais e profissionais não podem aceder aos cursos oferecidos na modalidade presencial. É preocupação também, o controle e garantia da qualidade dos serviços e produtos oferecidos.

Assim, como forma de criar uma oportunidade de discutir, a nível nacional, desafios e formas de aumentar a expansão e qualidade da educação à distância em Moçambique, realizou-se, nas instalações da Universidade Pedagógica, no Campus de Lhanguene, em Maputo, a Iª Conferência Nacional de Educação à Distância, organizada pela UP. Sob o lema, “Práticas diversificadas da EaD em Moçambique: Rumo à expansão e garantia da qualidade”, 88 participantes provenientes de várias instituições provedoras e reguladoras de EAD, discutiram, de 22 a 24 de Agosto de 2012 o presente e o futuro da EaD em Moçambique.

Após os 3 dias de apresentações e discussões constatou-se que algumas das acções necessárias para expandir a modalidade de EaD em Moçambique, com qualidade seriam:

• Estabelecer padrões de qualidade e definir os requisitos necessários para o alcance dessa qualidade almejada, a serem seguidos por todos os intervenientes em EaD;

II. Iª CONFERÊNCIA BIENAL DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA EM MOÇAMBIQUE

• Fazer um marketing mais agressivo desta modalidade de ensino e aprendizagem;

• Fazer com que a EaD seja uma opção primeira e não uma alternativa ao regime presencial;

• Incentivar o auto didactismo dos estudantes;

• Procurar alternativas para a disponibilização dos materiais impressos, como, por exemplo, gravando-os em discos compactos;

• Dadas as ainda dificuldades de acesso à Internet, potenciar o uso de telemóveis para a comunicação entre os tutores e os estudantes;

• Promover, de forma mais agressiva, o uso das ferramentas tecnológicas disponíveis.

As acções levadas a cabo em resposta às recomendações da primeira conferência, resultaram em comunicações e projectos de pesquisa institucionais e individuais, apresentados na IIª Conferência Nacional de Educação à Distância, organizada pela Universidade Pedagógica.

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III. IIª CONFERÊNCIA BIENAL DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA EM MOÇAMBIQUE

O LEMA DA CONFERÊNCIA

PORQUÊ DISCUTIR A GESTÃO SISTÉMICA EM EAD

Realizou-se de 5 a 7 de Novembro de 2014, no campus de Lhanguene, Maputo, a IIª Conferência de educação à distância organizada pelo Centro de Educação Aberta e à Distância da Universidade Pedagógica, sob o lema “Por uma gestão sistémica, inclusiva e participativa na EaD”.

A conferência foi organizada por uma comissão coordenada por dr. Lourenço Mavaieie e constituída por: Prof. Dra. Alice Freia, dr.Valdinácio Paulo, dra.Suelga Mondlane, dr. Aurélio Pires, dra. Margarida Basílio (em memória), dra. Carla Uaiene, dra. Lalita Balate, sra. Helena Mafumo, sra. Augusta Guilima, e sra. Deolinda Guambe.

Porque a EaD requer o uso de recursos humanos, técnicos e financeiros, é sempre melhor que ela seja abordada como um sistema (ou seja de forma integrada). Assim, Moore, Kearsley (1996, 2011) afirmam que uma abordagem sistémica é muito útil para compreender a EaD como área de estudo e que a adopção de uma abordagem sistémica é o segredo para o sucesso da EaD.

A prática tem mostrado que existe uma certa dificuldade em aplicar este tipo de abordagem na gestão dos sistemas e subsistemas de EaD. Como forma de criar uma oportunidade de discutir a gestão em EaD e de encontrar formas de melhor aplicar a abordagem sistémica, escolheu-se, como lema da IIª Conferência Nacional, “Por uma Gestão Sistémica, Inclusiva e Participativa”.

Para além de se pretender reflectir sobre a gestão da EaD pretendeu-se também, abrir um espaço para a partilha de experiências de educação à distância e divulgar os resultados de pesquisas realizadas na área de EaD.

Um sistema de EAD consiste de todos os processos que operam quando o ensino/aprendizagem à distância ocorrem. Inclui a aprendizagem, ensino, comunicação, desenho (programação), gestão e ainda outros componentes menos óbvios como a história, cultura e filosofia da instituição (Moore, Kearsley, 1996,2001). Cada um destes componentes é um subsistema que, em si, representa também um sistema. Por exemplo, existe em todos os sistemas de EaD um subsistema que trata da gestão do próprio sistema, incluindo várias actividades que em conjunto colaboram para que os cursos seja produzidos e oferecidos com qualidade, a tempo e a um custo acessível. O subsistema de gestão se liga a outros subsistemas para formar um sistema global.

O modelo de abordagem sistémica (integrada) fornece uma ferramenta que não só ajuda a reconhecer os diversos aspectos que diferenciam a EaD da educação convencional mas também ajuda a distinguir um bom sistema de EaD de um mau sistema de EaD. Com uma perspectiva sistémica poderemos verificar, por exemplo, porque temos resultados não satisfatórios em termos de aprendizagem dos estudantes, qual o custo-benefício ou ambos.

A visão sistémica é uma boa ferramenta conceptual que ajuda a perceber e analisar a EaD e é também uma ferramenta que deve e pode ser aplicada na prática de EaD a qualquer nível. A abordagem sistémica pode e deve ser aplicada no desenvolvimento de qualquer curso. Quando um curso à distância é desenvolvido de forma sistémica existe um mecanismo de controlo que assegura que todos os componentes do processo estão bem integrados uns com os outros. Assim, a qualidade do produto final é maior do que poderia ser atingido com a contribuição de qualquer um dos componentes em separado (Moore, Kearsley, 1996,2011).

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APRESENTAÇÕES DISCUSSÕES E RECOMENDAÇÕES

Assim, apresentou-se, discutiu-se e debateu-se a importância, dificuldades e potencialidades de gerir um sistema de EAD que inclua todos os elementos do sistema e seus subsistemas (Gestão Sistémica), que potencia ao máximo a colaboração de todos (participativa) e em que se estimula e valoriza a contribuição de cada um (inclusiva).A sessão de abertura da conferência contou com a presença da Pró-Reitora de Graduação, a Professora Doutora Bendita Donaciano e o Pró-Reitor de Pós-Graduação Pesquisa e Extensão, o Professor Doutor José Paulino Castiano.Com uma média de 95 participantes, foram apresentados 22 temas, tanto no formato de “long

papers” (comunicações apresentadas em sessões plenárias, com a duração de aproximadamente 60 minutos) como apresentações no formato de “short papers” (comunicações apresentadas em sessões ocorrendo em simultâneo com a duração de aproximadamente 30 minutos). Foram também organizadas duas mesas redondas.A conferência foi organizada em torno dos seguintes temas:

Tema 1: Políticas e padrões de gestão em EaD;Tema 2: Currículo e Desenho Instrucional;Tema 3: Aplicações das TIC´s na EaD;Tema 4: Estudantes e professores à distância.

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APRESENTAÇÕESApresentação de “long papers”

Apresentação de “short papers”

A sessão de apresentações em plenária iniciou com comunicações que ilustraram como a integração das tecnologias de comunicação e informação podem melhorar os sistemas de gestão administrativa e pedagógica. Assim foi apresentado o tema “Integração dos sistemas de informação baseados na tecnologia Web no melhoramento da gestão e do processo de ensino e aprendizagem”, pelo Mestre em Ciências de Tecnologia e Informação, Célio Barbosa Sengo. Foi apresentada a pesquisa por si realizada cujo objectivo era conceber e implementar uma solução baseada na tecnologia Web, que permita melhorar de forma significativa o processo de ensino, aprendizagem e gestão dos cursos de pós-graduação da Universidade Pedagógica (UP). Esta pesquisa teve como resultado o desenvolvimento de um sistema com nome SISPOG (Sistema de Pós-Graduação) que permite gerir as inscrições, mensalidades, material de apoio e avaliações de todos os cursos de mestrado da UP.

Ainda nesta linha temática, foi apresentado, pelo dr. Aurélio Ribeiro, o tema “Frontlinesms para gestão pedagógica e administrativa de EaD”. A apresentação resulta de uma pesquisa sobre recursos computacionais associados a serviços de sms para gestão pedagógica e administrativa na EAD, em particular o aplicativo Frontlinesms. É um software desenvolvido em 2005 por ambientalistas, para se manterem em contacto com as comunidades no Parque Nacional Kruger na África do Sul e que pode funcionar sem uma conexão com a Internet, sendo necessário um telemóvel ou modem com o cartão SIM e um computador. Associando estas características do aplicativo ao nível elevado de acesso ao telemóvel, grandes são as potencialidades do uso do aplicativo na gestão pedagógica e administrativa dos cursos à distância na UP.

O INED (Instituto Nacional de Educação à Distância) apresentou, em sessão plenária, duas comunicações: “Criação de um sistema de garantia de qualidade para a educação à distância em Moçambique”(Dra. Isabel Azevedo) e “Algumas visões sobre a gestão

harmoniosa dos Centros provinciais de Educação à distância”(Dr.Custódio Ualane). Estas apresentações reforçaram a importância dos intervenientes no sistema de EaD em Moçambique planificarem as suas actividades, gerirem os seus subsistemas de forma sistémica.

Foram apresentados e discutidos, em sessões de 30 minutos comunicações subordinadas aos grandes temas da conferência: Políticas e padrões de gestão em EaD, Currículo e Desenho Instrucional, Aplicações das TIC´s na EaD e Estudantes e professores à distância. Assim foram apresentados e discutidos:Ser Docente/tutor de EaD (Aida Ofiço), A dinânima dos estudantes e professores à distância (Lúcia Suzete Simbine), Interação entre estudantes e docentes à distância (Francisco Tovela).Os conceitos de Educação à distância e suas implicações (Cristina Loforte), Reflexões sobre produção de material instrucional paraEaD na Universidade Pedagógica (Elisa Nhambire), Afectividade e desempenho académico na EaD: Estudo de caso das relações tutor geral e estudantes do centro de recursos de Bárue (Pita Ianae), Avaliação da aprendizagem em EaD (Rosário Dobiala).Percepção dos estudantes sobre o uso da plataforma moodle (Valdinácio Paulo), Produção de sentido e autoria em aprendizagem mediada pelas TIC’s (Cacilda Rafael Nhanisse), Uso das tecnologias em EaD no contexto Moçambicano (Dionísio Carlos Mavume).Processos de gestão da EaD na UP Manica: experiêncais e desafios (Dilza Gotine e Rogério Almoço), Gestão do curso de Física à distância (João Filipe Muchanga), Cinco anos de existência da EaD na Up Manica (Hermínio Baúte e Afonso João), Cinco anos de existência da EaD na UP Beira (Gildo Bulafo).

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Mesas redondas

Constatações e Recomendações

Constatações

Recomendações

Apresentou-se também, o quotidiano da EaD nas delegações da UP em formato de mesa redonda sob a moderação do Dr Hermínio Baúte. Participaram os Drs. Jonatane Macie, Dionísio Tumbo, Daniel Muando, Stela Pinto Novo, Jonas Manhice. Relativamente à gestão sistémica foram apontadas a deficiente articulação entre os departamentos de EaD e o sector financeiro e administrativo que afecta a deslocação dos tutores para os centros de recurso.Em outra mesa redonda alguns tutores gerais tiveram a oportunidade de apresentar as suas experiências no processo da tutoria geral, o que foi possível aprender durante o processo e os desafios que enfrentam. Apresentaram também algumas sugestões para melhoria do processo de tutoria geral.

Das discussões havidas os participantes constataram e recomendaram o seguinte:

• Os centros de recurso precisam de ser apetrechados em material bibliográfico adequado para os cursos existentes;• A deslocação dos tutores de especialidade aos centros de recurso é um aspecto crítico em algumas delegações;• Existe uma sobrecarga de trabalho para os tutores gerais e de especialidade;• Os tutores de especialidade não elaboram o guia de estudo para o estudante;• Não há comunicação entre os tutores gerais e os de especialidade;• Os Centros Provinciais de Educação à Distância (CPED´s) do MINED ainda carecem de um instrumento legal para o seu pleno funcionamento;• Estudantes ainda não estão inscritos no sistema SIGEUP (Manica e Niassa).

• O núcleo de pesquisa de EaD deve direccionar projectos para as delegações;• A avaliação do corpo docente, das Faculdades e das delegações deve abranger aspectos de EaD;• As delegações e as Faculdades devem contratar docentes para trabalhar a tempo inteiro na modalidade à distância. Em Manica, por exemplo, o número de docentes que o curso de Física possui, já justifica alocar pelo menos dois à distância;• É necessário formar tutores de curta duração e ao nível da pós-graduação;• O estudante que ingressa na EaD deve ter uma preparação inicial na modalidade e em Informática. Esta preparação pode ser feita através de um módulo introdutório à EaD e à Informática;• Os tutores devem incentivar a criação de grupos de estudo entre os estudantes de modo a diminuir os níveis de desistência;• A planificação rigorosa das actividades de EaD deve ser uma exigência a todos os níveis;• No início de cada ano lectivo deve haver um encontro envolvendo estudantes, direcção e tutores;• Deve-se monitorar as actividades dos tutores de modo a evitar os constantes adiamentos das tutorias e atrasos na entrega dos resultados de avaliação;• O departamento de tutoria deve negociar com as Faculdades as formas de incluir os tutores gerais nos cursos de pós-graduação da UP.

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A sessão final da conferência foi dedicada à apresentação e discussão de temas que abrangem a gestão da EaD na Universidade Pedagógica aos diferentes níveis como a gestão de todo o sistema, a gestão da instrução (e das suas componentes de tutoria e de desenho do currículo para os cursos à distância) e a gestão do subsistema de monitoria e avaliação.

Assim foi apresentada, pela Professora Dra. Suzete Buque, a comunicação A tutoria na Universidade Pedagógica: Algumas reflexões sobre a tutoria geral com o objetivo de analisar o papel do tutor geral e verificar como este articula as suas actividades com outros intervenientes no processo. O trabalho apresentado foi resultado das discussões havidas durante as sessões de formação de tutores em algumas delegações da UP, nas quais alguns tutores gerais mostravam-se insatisfeitos no que concerne a sua relação com os tutores de especialidade e o papel secundário que, por vezes, lhes é atribuído pelos estudantes. Entende-se que a insatisfação apresentada pelos tutores gerais pode colocar em causa a gestão sistémica que se almeja na implementação de cursos à distância na UP. Os resultados apontam que nem todos os tutores gerais tem clareza sobre quais as suas tarefas no processo de apoio ao estudante. Também percebeu-se que os tutores de especialidade agem de diferentes formas na sua articulação com os tutores gerais. Considera-se que um trabalho articulado entre os tutores de especialidade e gerais pode contribuir positivamente na formação dos estudantes.

Seguiu-se a apresentação do Dr. Manuel Macandza sobre “A monitoria e avaliação do sistema de EaD na UP. A comunicação apresentada resultou de uma avaliação ao sistema de educação à Distância da Universidade Pedagógica no IIº semestre de 2013.O público escolhido para esta reflexão foram os estudantes dos cursos de Física (3º, 4º e 5° Anos), Biologia (2° Ano), Química (2° Ano) e Ensino Básico (1° Ano) abarcando os centros de recurso de Maputo província e cidade. A metodologia seguida para a

avaliação foi a aplicação de um questionário a uma amostra de 219 estudantes. As perguntas abertas e fechadas abarcavam aspetos ligados às expectativas dos estudantes em relação ao curso, a análise dos mesmos sobre as tutorias, a aquisição dos módulos, às estratégias dos professores, à avaliação do processo de ensino-aprendizagem, às infra estruturas e aos aspectos administrativos. Os resultados obtidos indicam que no geral os cursos oferecidos na modalidade à distância pela UP respondem às expectativas dos estudantes. Estes estão satisfeitos com os tutores e com as tutorias, com o funcionamento dos centros de recurso embora reconheçam haver desafios que devem ser suplantados: a disponibilização de material de estudo suplementar e recursos tecnológicos.

Referente ainda ao processo de gestão da instrução em EaD na UP, foi colocado para discussão o tema “Bases e Directrizes Curriculares da UP-Reflexões para EaD”(Cristina Loforte).Pretendia-se aproveitar a ocasião para apresentar o desafio que o CEAD tem de adaptar as Bases e Directrizes Curriculares da UP para o sistema de EaDe recolher, dos participantes, subsídios que permitam realizar de forma mais inclusiva esta tarefa. Foi apresentado o que se constatou da revisão preliminar dos currículos para EaD e que aspectos poderiam ser melhorados para que tenhamos, efectivamente, currículos de cursos à distância. Os participantes consideraram pertinente, no âmbito deste processo realizar pesquisas (estudos) nas seguintes áreas:

• A viabilidade de redução do tempo mínimo de conclusão do curso

• Reflexão sobre o que estamos a fazer e porque estamos a fazer (por exemplo número e tipo de tutorias)

• Reflexão sobre os objectivos da EaD na UP (o perfil que queremos e as imposições de uma grelha curricular única).

Sessão de fecho da conferência

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O fecho das sessões plenárias foi feito pela Professora Dra. Alice Freia que, através da comunicação “O CEAD e os desafios para uma gestão sistémica, inclusiva e participativa,” apresentou o historial e situação da educação à distância na UP. Segundo a interlocutora, falar da EaD é polémico porque ainda existem focos de resistência e preconceitos quanto à modalidade à distância no seio da comunidade académica. Entretanto é uma discussão necessária porque, por um lado, temos que insistir na importância da EaD clarificar o conceito de EaD, uma modalidade que comporta algumas características como a planificação rigorosa do processo de ensino e aprendizagem, a mediação do processo por uma ou mais tecnologias de comunicação e informação. Nessa perspectiva, esta modalidade exige uma mudança da

rotina de trabalho. Por outro lado, trata-se de um sistema ainda em construção e, por isso, ainda recente na UP. A experiência de gestão de um sistema de EaD, pelo CEAD, iniciou em 2007, com a introdução de cursos de formação de professores de Física e Inglês na província de Cabo Delgado. Todavia, a existência de um órgão que pudesse coordenar as actividades de EAD na UP iniciou bem antes, quando entre os anos 1997 e 1998 foi criado o Núcleo de EaD, que, posteriormente, transformou-se, em 1999 no CEAD, directamente ligado à reitoria.

A troca de experiências entre os vários intervenientes no sistema de EaD na UP foi fundamental para o “despertar” da importância da visão sistémica no processo de gestão de EaD.

O fecho das sessões plenárias

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Moore, M; Kearsley, G (1996). Distance Education: A System View. Wadsworth Publishing Company, USA.Moore, M; Kearsley, G (2011). Distance Education: A Systems View of Online Learning(3rd Ed). WadsworthCengageLearning, USA.

Referências

BOLETIM INFORMATIVO Centro de Educação Aberta e à DistânciaUP-CEAD/01/2015

Bairro do Zimpeto, Av. de Moçambique, Condomínio Vila Olímpica, bloco 22 edifício 4, R/C Tel. 82 3050353