Boletim Comunicando nº 55

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0(0%52 '2 *5832 (8523(8 '( 3(16,21,67$6 '$6 &$,;$6 (&21Ï0,&$6 ( %$1&26 Comunicando 55 3XEOLFDomR 7ULPHVWUDO $QR ;;, (Outubro/Dezembro) 2 nosso boletim existe há 21 anos, com um visual gráfico muito seme- lhante. Os tempos decorrem e as tecnologias evoluem. )ruto do excelente apoio que a CGD presta à nossa Associação, temos neste momento a estagiar connosco uma jovem licenciada na área de comunicação. Esta opor- tunidade vai ser aproveitada para melhorar a forma como comunica- mos com os Sócios. 4uem “navega na internet” já se terá apercebido da existência de al- gumas mudanças no nosso blogue e também no Facebook da ANAC. $ partir da próxima edição terá oportunidade de verificar algumas alterações gráficas no nosso bole- tim bem como a adoção do novo acordo ortográfico. Esteja atento e dê-nos as suas opiniões. (m tempos de mudança, com maiores dificuldades para todos, a Direção da ANAC dirigiu uma carta ao senhor Presidente da República e a outras entidades no sentido da defesa dos interesses dos menos jovens – poderá lê-la na página se- guinte. (mbora com as ameaças todas que pairam, não podemos deixar de estar unidos e, tanto quanto nos seja possível, comungar do espírito de família, no sentido estrito ou lato, pelo que desejamos a todos festas felizes e que 2013 não corresponda às mais negras expetativas. A Direcção (',725,$/ Decorreu, como estava anunciado, no dia 13 de Outubro, o XIII Encontro de Sócios Efetivos, nas instalações da Culturgest. O encontro começou às 09H00, com a credenciação dos inscritos. Contámos a presença de cerca de 500 Sócios. Na sua intervenção inicial, o Presidente da Direção pediu um minuto de silêncio em memória de todos os Sócios falecidos, personalizando-os em Feliciano Guerreiro e Raúl Furtado (membros de anteriores elencos diretivos) e também do Dr. Luiz Goes que deu um dos seus últimos espetáculos no decorrer do nosso anterior Encontro. Foi lida uma carta dirigida pela ANAC ao senhor Presidente da República sobre a situação dos aposentados de uma forma geral e sensibilizando-o para a situação de discriminação dos aposentados da CGD face aos outros bancários. (vide cópia mais adiante) Depois de algum tempo de debate livre, premiámos “os Nossos Talentos” literários e fotográficos – poderá ver à frente, neste boletim, alguns deles. Os nossos Amigos da Agência Abreu, da Royal Caribbean e da Air France brindaram três dos Sócios presentes com alguns “miminhos” - Uma estadia de 7 dias nas Canárias, um cruzeiro e um conjunto de “troleys”. Depois, foi a vez de os nossos convidados falarem - o Séniamor (Lurdes Fonseca e Luís Cuco), os Serviços Sociais (Luís Filipe Rocha) e o representante da Administração da CGD (Dr. Henrique de Melo). Os colegas do Séniamor deram conta das suas experiências de voluntariado junto dos nossos colegas em situa- ção de dependência e/ou isolamento. O Sr. Luís Filipe Rocha falou da situação dos nossos Serviços Sociais face à situação atual bem como de um projeto que envolve a nossa associação e os Serviços Sociais – a criação da Academia Social. O Dr. Henrique de Melo, respondendo a algumas questões que tinham sido anteriormente levantadas, relativas à eventual privatização da CGD, referiu os valores que norteiam a atuação da nossa casa e dos ativos que resi- dem nos seus atuais e anteriores colaboradores. Após um almoço aproveitado para momentos de convívio, tivemos um espetáculo superiormente apresentado pelo nosso Sócio e Amigo Rui Nuno. O fado foi representado por duas vozes jovens (André Gomes e Carla Arruda), acompanhados por dois “pesos pesados” da sua música (Humberto Vicente Henriques e Pedro Mourato). Os nossos Grupos Coral e de Cantares estiveram ao seu alto nível habitual, tal como tinha acontecido em Barcelona, de onde tinham regressado na semana anterior, após terem representado muito dignamente a nossa Associação e o país no III Encontro de Grupos Corais e Folclóricos de Pineda de Mar. O Grupo Milcordas voltou a deliciar-nos com a sua maravilhosa música e deu-nos a honra de ouvirmos pela primeira vez em público uma nova composição. Obrigado pela distinção. O humorista Jorge Serafim levou-nos às lágrimas (de riso) pela sua contagiante alegria e espontaneidade. Tudo terminou com um lanche após a exibição da Secção de Danças dos Serviços Sociais que levou uma boa parte do auditório a “abanar o capacete” no palco sempre maravilhoso da Culturgest. O Encontro Nacional, tal como o Euroencontro, são momentos de convívio muito importantes mas, para além disso, são momentos de reflexão conjunta que servem para reforçar os laços de solidariedade e de sentir comum que são a “reserva moral” da nossa geração perante as ameaças de que a mesma está a ser continuamente alvo. A Direção da ANAC sente-se muito honrada quer pela forma como este Encontro decorreu, com pequenas falhas, é certo, mas sobretudo com o grande espírito de “estar vivo” demonstrado pelos nossos Sócios. É por eles que teremos de dizer que: DAQUI A DOIS ANOS HAVERÁ MAIS !!!!!!!!!! ;,,, (1&21752 1$&,21$/ '( 6Ï&,26 ()(7,926

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Edição nº 55 do Comunicando

Transcript of Boletim Comunicando nº 55

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Comunicando 55(Outubro/Dezembro)

nosso boletim existe há 21 anos, com um visual gráfico muito seme-lhante. Os tempos decorrem e as tecnologias evoluem.

ruto do excelente apoio que a CGD presta à nossa Associação, temos neste momento a estagiar connosco uma jovem licenciada na área de comunicação. Esta opor-tunidade vai ser aproveitada para melhorar a forma como comunica-mos com os Sócios.

uem “navega na internet” já se terá apercebido da existência de al-gumas mudanças no nosso blogue e também no Facebook da ANAC.

partir da próxima edição terá oportunidade de verificar algumas alterações gráficas no nosso bole-tim bem como a adoção do novo acordo ortográfico. Esteja atento e dê-nos as suas opiniões.

m tempos de mudança, com maiores dificuldades para todos, a Direção da ANAC dirigiu uma carta ao senhor Presidente da República e a outras entidades no sentido da defesa dos interesses dos menos jovens – poderá lê-la na página se-guinte.

mbora com as ameaças todas que pairam, não podemos deixar de estar unidos e, tanto quanto nos seja possível, comungar do espírito de família, no sentido estrito ou lato, pelo que desejamos a todos festas felizes e que 2013 não corresponda às mais negras expetativas.

A Direcção

Decorreu, como estava anunciado, no dia 13 de Outubro, o XIII Encontro de Sócios Efetivos, nas instalações da Culturgest. O encontro começou às 09H00, com a credenciação dos inscritos. Contámos a presença de cerca de 500 Sócios.

Na sua intervenção inicial, o Presidente da Direção pediu um minuto de silêncio em memória de todos os Sócios falecidos, personalizando-os em Feliciano Guerreiro e Raúl Furtado (membros de anteriores elencos diretivos) e também do Dr. Luiz Goes que deu um dos seus últimos espetáculos no decorrer do nosso anterior Encontro.

Foi lida uma carta dirigida pela ANAC ao senhor Presidente da República sobre a situação dos aposentados de uma forma geral e sensibilizando-o para a situação de discriminação dos aposentados da CGD face aos outros bancários. (vide cópia mais adiante)Depois de algum tempo de debate livre, premiámos “os Nossos Talentos” literários e fotográficos – poderá ver à frente, neste boletim, alguns deles.

Os nossos Amigos da Agência Abreu, da Royal Caribbean e da Air France brindaram três dos Sócios presentes com alguns “miminhos” - Uma estadia de 7 dias nas Canárias, um cruzeiro e um conjunto de “troleys”.

Depois, foi a vez de os nossos convidados falarem - o Séniamor (Lurdes Fonseca e Luís Cuco), os Serviços Sociais (Luís Filipe Rocha) e o representante da Administração da CGD (Dr. Henrique de Melo).

Os colegas do Séniamor deram conta das suas experiências de voluntariado junto dos nossos colegas em situa-ção de dependência e/ou isolamento. O Sr. Luís Filipe Rocha falou da situação dos nossos Serviços Sociais face à situação atual bem como de um projeto que envolve a nossa associação e os Serviços Sociais – a criação da Academia Social.

O Dr. Henrique de Melo, respondendo a algumas questões que tinham sido anteriormente levantadas, relativas à eventual privatização da CGD, referiu os valores que norteiam a atuação da nossa casa e dos ativos que resi- dem nos seus atuais e anteriores colaboradores.

Após um almoço aproveitado para momentos de convívio, tivemos um espetáculo superiormente apresentado pelo nosso Sócio e Amigo Rui Nuno. O fado foi representado por duas vozes jovens (André Gomes e Carla Arruda), acompanhados por dois “pesos pesados” da sua música (Humberto Vicente Henriques e PedroMourato). Os nossos Grupos Coral e de Cantares estiveram ao seu alto nível habitual, tal como tinha acontecido em Barcelona, de onde tinham regressado na semana anterior, após terem representado muito dignamente anossa Associação e o país no III Encontro de Grupos Corais e Folclóricos de Pineda de Mar. O Grupo Milcordas voltou a deliciar-nos com a sua maravilhosa música e deu-nos a honra de ouvirmos pela primeira vez empúblico uma nova composição. Obrigado pela distinção. O humorista Jorge Serafim levou-nos às lágrimas (deriso) pela sua contagiante alegria e espontaneidade.

Tudo terminou com um lanche após a exibição da Secção de Danças dos Serviços Sociais que levou uma boa parte do auditório a “abanar o capacete” no palco sempre maravilhoso da Culturgest.

O Encontro Nacional, tal como o Euroencontro, são momentos de convívio muito importantes mas, para além disso, são momentos de reflexão conjunta que servem para reforçar os laços de solidariedade e desentir comum que são a “reserva moral” da nossa geração peranteas ameaças de que a mesma está a ser continuamente alvo.

A Direção da ANAC sente-se muito honrada quer pela forma como este Encontro decorreu, com pequenas falhas, é certo, mas sobretudo com o grande espírito de “estar vivo” demonstrado pelos nossos Sócios. É por eles que teremos de dizer que:

DAQUI A DOIS ANOS HAVERÁ MAIS !!!!!!!!!!

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Propriedade da ANAC – Associação

Nacional dos Aposentados da Caixa

Geral de Depósitos

Sede: Rua Marechal Saldanha,

nº. 5-1º. 1200-259 Lisboa

Tels. 21 324 50 90/1

Fax 21 324 50 94

E-mail: [email protected]

Blogue: http://anaccgd.blogspot.com

Coordenação: Carlos Garrido

Publicação: Trimestral

Impressão: Gráfica Expansão -

Artes Gráficas, Lda.

Rua de S. Tomé, 23-A

2685-373 PRIOR VELHO

Tiragem: 3.500 exemplares

Depósito Legal: nº. 55350/92

Distribuição: gratuita aos sócios

Colaboraram neste número:

Cândido Vintém; Esmeralda Moutão;

Carlos Garrido; Antónia Serrano;

Jorge Sebastião; Vital Veríssimo;

João Oliveira; Catarina Pimentel e

José Coimbra (Deleg. ANAC Norte).

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Diabetes e artriteNo âmbito da rubrica, chama-se desta vez a atenção para duas doenças que atormentam muitas pessoas, com ênfase nas faixas etárias mais avançadas. São a diabetes e a artrite.

A diabetes pode ser assintomática no seu início, mas se se estiver atento a pequenos sinais, deve consultar-se o médico de imediato o qual pode detectar a doença e dar início ao tratamento ainda numa fase precoce.

Os sintomas mais frequentes costumam manifestar-se por sede excessiva, sensação de boca seca, micções frequentes, fadiga e visão turva. Devem fazer-se por rotina análises específicas, principalmente depois dos 55 anos ou, na existência de factores de risco, nomeadamente excesso de peso, diabetes em elementos da família ou, nas senhoras, diabetes

durante a gravidez, colesterol e tensão arterial elevados e intolerância à glucose.

A prevenção passa muito pelo cuidado individual, seguindo um conjunto de cuidados que se devem cumprir com rigor, nomeadamente, muita atenção ao controlo do açúcar no sangue, perda de peso, dieta variada em proporções equilibradas, actividade física adequada à idade. Porém, mesmo com todos estes cuidados, o acompanhamento médico deve ser uma preocupação constante.

Quanto à artrite, o principal sintoma é a dor e rigidez das articulações afectadas.

Como consequências podem acontecer deformações ou dificuldades de movi-mentação na pessoa atingida.

Se sofre de artrite pode viver com menos dificuldades, praticando exercício físico e dedicando especial cuidado à alimentação, realizar as tarefas indispensáveis

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de forma pausada, alternando--as com períodos de repouso, minimizar os gestos repetitivos e proceder à arrumação dos objectos que tem que utilizar frequentemente, em sítios de fácil acesso.

O cuidado dedicado à ali-mentação é muito importante e deve basear-se no consumo de frutas e legumes, pouco açúcar e gorduras para reduzir o peso

e não sobrecarregar as articulações. Deve consumir--se peixe, tal como atum, sardinha e salmão, ricos em determinados ácidos gordos muito benéficos a este tipo de doenças. O exercício físico, tal como caminhar, nadar, ginástica de manutenção, contribuindo para a perda de peso, dão flexibilidade ajudando as articulações atingidas.

Porém, para além destes cuidados essenciais para quem sofre desta doença, o acompanhamento médico é in-dispensável.

Cuidem-se.

(C. Garrido)

No verão de 2010 esteve em Lisboa para participar numa conferência, o economista James K. Galbraith, filho do famoso economista Jonh Kenneth Galbraith (1908 – 2006).

Em conversa informal para uma revista de grande difusão, o economista defendeu abertamente uma maior intervenção do Estado na economia, para sair da crise financeira em que nos encontramos envolvidos.

Discordando abertamente da política alemã de austeridade, lembrou a contradição dessa atitude com a política que a República Federal da Alemanha seguiu, antes e depois da unificação com a antiga República Democrática Alemã, pois aí funcionou muito bem como Federação, com um sistema interno muito eficaz de transferências orçamentais entre os diversos estados, em que os mais fortes apoiavam financeiramente os mais fracos, o contrário do que defende presentemente, pois recusa apoio financeiro aos países em dificuldades na zona euro, exigindo uma austeridade impiedosa.

Discorrendo sobre a origem da crise financeira que teve início nos Estados Unidos da América em 2007, com a grande desvalorização do mercado imobiliário, conhecida como crise do subprime, afirmou que esse problema ainda não tinha sido inteiramente ultrapassado, o que iria ter como consequência a permanência de outros problemas, tais como a fraca expansão do consumo por duas ou três décadas, assente no consumo privado, especialmente pelas famílias da classe média, dada a política de restrição do crédito concedido aos consumidores.

Outras incertezas continuavam a existir sobre o sector financeiro que reclamava para os seus ativos valor que eles não possuíam por estarem sobreavaliados. Esse problema teve origem na desregulamentação sem supervisão do setor financeiro, tal como sucedeu antes da crise de 1929, em que o sistema colapsou. O que se seguiu entre os anos de 1930 e 1980 foi a construção de um sistema misto, com uma presença muito forte do setor público na economia, mesmo nos Estados Unidos da América.

Os europeus acabaram por ser vítimas de práticas pouco ortodoxas, que tendo como início a crise do subprime, e sem supervisão adequada do sis-tema financeiro, deram origem à criação de produtos financeiros reconhe-cidos como tóxicos, de alto nível de risco, adquiridos em larga escala por bancos e fundos de pensões, tendo apenas um país, a Islândia, recorrido ao sistema judicial, acusando políticos e banqueiros de práticas fraudulentas.

Esta situação teve como consequência, na opinião de Galbraith, que os investidores, desconfiados com os produtos financeiros tóxicos, por motivos de segurança, passassem a preferir o investimento em dívida pública dos EUA, Alemanha e outros países economicamente fortes, os quais em princípio, cumpririam as suas obrigações financeiras, vendendo os títulos que possuíam, de dívida de outros países economicamente mais débeis. Foi assim que a partir dos princípios de 2009, as taxas de juro de dívida dos países do Sul da Europa começaram a subir e não pelos problemas de governação que pudessem existir.

Em sua opinião o BCE deveria encarar o problema a sério, começando a comprar dívida de países em dificuldades, nos quais Portugal está incluído, o que presentemente já está a acontecer, a taxas de juro mais baixas que as exigidas pelos mercados.

Por razões políticas, foram implementadas medidas de austeridade, que podem revelar-se potencialmente desastrosas para a economia, contribuindo para o prolongamento da crise.

O setor financeiro, enfraquecido pela sobrevalorização dos ativos, não está em condições de financiar a economia, o que relembra as potencialidades de expansão que o setor público pode deter na Europa.

A União Europeia, porém, tem problemas de natureza política que a limitam nas suas possíveis decisões, os tratados e o pacto de estabilidade e crescimento, que impõem determinadas metas, que não devem impor--se numa crise financeira. São metas de natureza arbitrária, que deveriam ser mais elásticas e realistas, para possibilitar um crescimento económico que tarda. No entanto a U.E. continua muito pouco unificada. Como está a funcionar, na prática como uma união aduaneira e monetária, não é mais que uma confederação com um modelo económico inviável, sem um sistema orçamental comum, como têm os Estados Unidos. Como um todo, a Europa tem uma balança comercial equilibrada com o exterior, mas na zona euro a Alemanha tem um superavit relativamente aos outros países, os quais em consequência têm um deficit. Quer isto dizer que o superavit alemão deveria equilibrar as dívidas dos outros. Não o fazendo, a austeridade imposta aos restantes países vai originar retração à sua própria economia.

Estas opiniões foram manifestadas faz dois anos e a situação geral não melhorou, bem pelo contrário. A crise na zona euro acentuou-se de tal forma que há economistas que defendem a saída do euro para que seja possível voltar a ter política monetária que possibilite a desvalorização da moeda e permita às atividades de bens transacionáveis o aumento de competitividade de que tanto necessitam para concorrer no mercado internacional. Isto não faria subir o nível de vida da população, mas dava uma esperança para o desenvolvimento económico e a respetiva diminuição do desemprego.

Esta opinião minoritária baseia-se no facto de que a política económica portuguesa, limitada pelas condições da moeda única, focou-se no mercado interno, dirigindo o investimento para bens não transacionáveis, produções protegidas da concorrência internacional, tais como a construção, distribuição, serviços. Assim a estrutura produtiva foi-se deteriorando, sendo o processo de desindustrialização um dos mais rápidos da zona euro. Por isto é necessário equilibrar os diferentes setores da economia, os mais protegidos da concorrência externa e os mais expostos à globalização.

Temos que estar conscientes porém, que o nosso país, dentro da sua dimensão é dos mais dependentes do exterior, em termos de necessida-des básicas, tais como a energia e a alimentação. A nossa estratégia para o futuro não pode esquecer a alteração dessa situação e preparar-nos para cenários que impliquem dois tipos de objetivos; procurar respostas para a solução dos problemas relacionados com o aperfeiçoamento do governo europeu, pelo aprofundamento de um federalismo controlado pelos eleitores e, noutro plano, desenvolvermo-nos como comunidade autónoma, apelando às nossas vantagens competitivas, nomeadamente o desenvolvimento da economia ligada à ecologia e ao mar, construindo um sistema político credível, honesto e economicamente viável.

Lamentável seria que após os sacrifícios que todos estamos a fazer, chegar-se à conclusão de que afinal é necessário renegociar com a troika, pois os problemas existentes não foram resolvidos mas sim agravados.

(C. Garrido)

(Continuação na página anterior)

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CONSTÂNCIA - ENCONTRO COM CAMÕES

Um grupo de cerca de meia centena de Sócios e familiares deslocou-se a Constância com o objetivo de conhecer melhor esta linda vila bem como tomar maior contato com Camões e a sua vida e obra.

Foi uma jornada de alegre convívio entre avós e netos, como dá conta a nossa Sócia Esmeralda Moutão nesta missiva que transcrevemos:

O meu primeiro passeio com a minha neta

A minha neta tem 5 anos e pela primeira vez resolvi levá-la comigo a um passeio numa cidade histórica, porque fixa com muita facilidade e não se esquece. Irá lembrar-se, um dia, deste passeio.

O seu rosto mostrava o contentamento do seu primeiro passeio longo com a avó, quando entrámos para o autocarro que nos levaria a Constância.

Tirando algumas brincadeiras com outras crianças a sua atenção na Igreja Matriz, no Pelourinho e no Cruzeiro foi inte-ressante para a sua idade.

Quando passámos pelo Jardim dos Amores é que começou.

- Vóvó!! O senhor está em cima da senhora!!!

Um pouco atrapalhada respondi-lhe:

-Não faz mal estão só a brincar às cócegas, como tu e o teu irmão.

- Mas nós temos roupa... isso não se faz....

-Olha Nônô estão com calor e a avó também; vamos mas é ver aquele rio tão lindo...

Desviei a sua atenção, mas logo me questionou.

- Estás enganada. não é um rio.

-Não???

-Não vês? são dois...e grandes!!!!!!!

-Tens razão, este é o rio Zêzere e aquele lá à frente é o Tejo.

Riu-se

-Tejo!?? O cão do meu vizinho é Tejo!

-Pois... mas aquele rio chama-se Tejo e nasce em Espanha, que é um País junto ao nosso que é Portugal. O Tejo resolveu visitar Portugal e veio por aí abaixo até Lisboa e depois entra no mar.

O rio Zêzere nasce na Serra da Estrela onde já estiveste com os pais e o mano a brincar com a neve. Este rio resolveu, também, vir passear por ai abaixo e quando chegou aqui encontrou o Tejo, (ela olhava e ouvia, pensativa) e ficou muito contente por não andar mais sozinho e o Tejo também. Deram um beijinho, abraçaram-se e seguiram assim juntinhos....

-Para Lisboa? 

-Sim...

-Mas vão abraçados são namorados?!!!!

-Pois.... 

Rindo disse:

-Gosto muito deste rio que dá beijinhos ao outro....

-E tu dás um abraço ao teu namorado e nunca mais o largas!!!!!!!!

-SIM!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

…e corremos pela relva fresca à sombra dos salgueiros e chorões a rir e brincar até ficarmos deitadas no chão.

UM DIA PARA NÂO ESQUECER.

CICLO DE COLÓQUIOS – ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Mais um assunto de muito interesse para o estrato etário dos nossos Sócios foi abordado no colóquio que decorreu no passado dia 27 de Setembro – a alimentação saudável.

Com a presença de mais de 50 Sócios, a Drª Rute Tavares (do Posto Médico de Lisboa, dos Serviços Sociais) falou sobre regras básicas para uma alimentação mais correta e, por vezes, mais económica.

Foram focados os benefícios (ou não) dos alimentos ditos light ou de baixo teor de gordura bem como dos biológicos.

Fez-se uma pequena abordagem à leitura inteligente dos rótu-los dos produtos que compramos diariamente. Porque se trata de um assunto importante quer para a nossa saúde quer para a nossa bolsa, vamos retomá-lo dentro em breve.

CRUZEIRO NAS CARAÍBAS

No passado mês de Outubro 47 dos nossos sócios, partiram pa-

ra Miami (EUA), onde os aguardava um gigante dos mares, de

seu nome “Oasis of the Seas”.

Trata-se do maior barco do mundo com 362 metros de compri-

mento, 65 metros de largura máxima, 16 andares, autêntica ci-

dade flutuante com 5500 passageiros e 2500 tripulantes. Além

das piscinas e restaurantes e outras zonas de lazer, comuns a to-

dos os navios, dispunha de excelentes salas de espetáculos, um

teatro ao ar livre e uma sala com pista de gelo. Nestes recintos

diariamente foram reservados para o nosso grupo espetáculos

(Continua na página seguinte)

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(Continua na página seguinte)

musicais, de comé-

dia, de saltos acro-

báticos para piscina,

de dança em pista

de gelo, todos de

elevado nível artís-

tico. Também con-

távamos com a sim-

patia da tripulação,

quase toda gente

jovem, oriunda de

dezenas de países,

muitos deles a en-

tenderem a nossa

língua, que figurava

entre as 6 línguas

oficiais do barco.

O cruzeiro teve a du-

ração de 8 dias com

visitas às Bahamas,

St Thomas (Ilhas Vir-

gin) e St Marteens, uma pequena ilha de 200 mil habitantes,

de 140 nacionalidades, sob domínio holandês uma parte e sob

domínio francês outra parte e onde no passeio que lá fizemos,

fomos encontrar uma guia italiana, que se exprimia num por-

tuguês corretíssimo, porque tinha vivido em Lisboa com seu

pai, que foi correspondente do jornal italiano Corrieri della Sera.

A viagem correu pelo melhor até dois dias do seu final quando

fomos informados pelo Comandante do navio da existência do

furacão Sandy, e da possível alteração da rota prevista. Não

tínhamos noção da sua violência nem do rasto de destruição

pela sua passagem. Apenas notámos no último dia uma

forte agitação marítima e muito vento que nos causou algum

desconforto.

Os últimos dois dias foram passados em Miami, onde fizemos

a visita panorâmica à cidade, completamente plana, construída

sobre um pântano, composta de ilhas artificiais, com belas

mansões, onde os americanos endinheirados passam as suas

férias de inverno e onde o espanhol parece ser a língua oficial.

O programa em matéria gastronómica foi do agrado de todos

com pratos típicos de cozinha cubana, argentina, brasileira e

mexicana.

Por último e antes do regresso a nossas casas tivemos ainda

oportunidade de fazer um passeio de hovercraft pelos pânta-

nos com exuberante vegetação em Everglades, onde abun-

dam milhares de espécies de vida animal com destaque para

os crocodilos e tartarugas em completa liberdade.

(João Oliveira)

SÃO MARTINHO MEDIEVAL

Entre os dias 10 e 12 de Novembro, um grupo de 59 Sócios

regressou a um local já de muitos conhecido e que faz parte

dos “históricos” da ANAC – a Quinta do Crestelo, entre S. Ro-

mão e Seia.

A razão da deslocação prendeu-se com a festividade do S.

Martinho, dando-lhe um toque medieval.

Fomos principescamente recebidos quer pelo proprietário da

Quinta (Dr. Alberto Martinho) quer por toda a equipa da mes-

ma. Dentre os seus profissionais poderemos destacar dois

ou três (o António, a Rita ou o João) porque estiveram mais

próximos do grupo, mas todos foram inexcedíveis.

Foi-nos preparado um programa vasto mas não cansativo que

incluiu uma prova de vinhos e produtos regionais, a visita ao

CISE (Centro de Interpretação da Serra da Estrela), ao Museu

do Pão e à 10ª festa do porco e do enchido, em Meruge.

A festa de S. Martinho, com abundantes castanhas assadas no

momento e jeropiga em consonância, decorreu na Quinta e,

depois dela, foi o jantar ao estilo medieval.

Os preparativos foram demorados, com os convivas a “farda-

rem-se” à época e a sala devidamente ornamentada, comen-

do-se à luz das velas e sem garfos…

Foram servidas muitas e variadas iguarias que os nossos

antepassados apreciavam e de que nós também muito gosta-

mos (desde a galinha, ao faisão, passando pela lebre, pelo

coelho e pela perdiz, acabando no cordeiro e no leitão).

Todos estes eventos foram vividos com muita alegria, camara-

dagem e espírito familiar pelo que podemos afirmar, sem receio

de errar, que é assim que se fortalecem as amizades e conse-

guimos “ir dando vida aos anos de vida” de cada um de nós.

A Quinta do Crestelo, a Serra da Estrela e toda a região

envolvente serão locais a visitar de novo.

(Cândido Vintém)

VISITA AO MOSTEIRO DE SANTA MARIADE ALCOBAÇA

Mais conhecido por Mosteiro de Alcobaça, hoje Património

Mundial da Humanidade pela Unesco e Monumento Nacional

desde 1910, é a primeira obra plenamente gótica em solo

português. Foi começado em 1178 pelos monges de Cister e

abandonado pelos mesmos em 1834, quando foram obrigados

a deixar o mosteiro, na sequência da expulsão de todas as

ordens religiosas em Portugal.

Fomos 54 amigos, sócios da ANAC, no dia 21 de Novembro,

acompanhados pela diretora do Mosteiro, que nos deu todas as

explicações acerca daquela monumental abadia, descrevendo

em pormenor a Igreja, Sacristia, os primeiros túmulos reais

de D. Pedro e Inês de Castro, o Claustro Medieval, o Claustro

de Leitura, o Dormitório, o Claustro do Refeitório e tantas

outras coisas, que nos deixaram a todos com um sentido da

grandiosidade e conhecimento, deixado pela grande obra dos

(Continuação na página anterior)

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Monges Cistercenses. De seguida dirigimo-nos ao Hotel Santa

Maria e fomos contemplados com um farto almoço a contento

de todos. Depois do almoço, fomos visitar a Fábrica de Vidros

de Cristal da Atlantis, que pertence ao mesmo grupo da Vista

Alegre, tivemos a oportunidade de ver como se processa o

fabrico e, de seguida, visitarmos a loja onde alguns colegas

compraram prendinhas de Natal.

Foi um dia muito bem passado o qual, também se agradece ao

colega Nabais Pinheiro, que nos indicou o que havia de melhor

na sua zona.

(Antónia Serrano)

III FESTIVAL INTERNACIONAL DE GRUPOS CORAIS E FOLCLÓRICOS DE PINEDA DE MAR

Os nossos Grupos Coral e de Cantares já são conhecidos além-

-fronteiras.

É verdade, o grupo coral já tinha estado no festival de Palafolls

(Barcelona) há alguns anos.

Desta vez, deslocaram-se os dois grupos a Pineda de Mar onde

decorreu o festival internacional, entre 29 de Setembro e 06 de

Outubro.

Foram oito dias de alegre camaradagem, muitas cantigas,

música e danças tradicionais e de aprendizagem.

Nas horas de folga ainda houve oportunidade de dar um sal-

tinho até Barcelona ou Tossa de Mar (onde decorrerá o XIX

Euroencontro) e até mesmo para dar uns mergulhos no Me-

diterrâneo pois as águas estavam boas e o tempo até ajudou.

Com este tipo de participação, embora um pouco onerosa para

a nossa Associação, enriquecemos o nosso património cultural

e damos a conhecer o que de bom há na nossa terra e nas

nossas gentes.

Como existem muitos festivais por esse país e mundo fora,

este é um caminho que seguiremos, com o objetivo de “dar

vida aos anos de vida” dos nossos Sócios.

(Cândido Vintém)

CICLO DE COLÓQUIOS – OSTEOPOROSE, ARTROSES E ARTRITES; EXERCÍCIO FÍSICO

No dia 22 de Novembro, cerca de 60 Sócios reuniram-se no

Auditório Artur Vieira Filipe, na nossa Sede, com o objetivo de

falarem sobre os temas acimas referidos com especialistas da

área. Fruto da excelente colaboração das Direções dos nossos

Serviços Sociais e Clínica do Posto Médico de Lisboa, tivemos

oportunidade de ouvir (e esclarecermo-nos) o Dr. José Espanca

e as Fisioterapeutas Margarida Paixão e Sílvia Matias.

Tratou-se de uma sessão muito participada e interativa (como

mostra a fotografia...) onde houve oportunidade de esclarecer

algumas dúvidas importantes e também alguns mitos sobre

exercício físico e atividades físicas.

Em breve teremos mais colóquios sobre outros temas, sempre

do interesse da maioria dos Sócios.

(Continuação na página anterior)

Entre membros dos grupos, familiares e amigos, deslocaram-

-se 52 pessoas. Tivemos oportunidade de confrontar a evolução

dos nossos talentos com os de mais de meia dúzia de países

(Itália, França, Bélgica, Polónia, Croácia, Hungria, Eslovénia,…)

e, podemos dizê-lo com algum mal disfarçado orgulho que não

ficámos nada mal no conjunto.

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a e e es a t p a c st - – –

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-Manuel A. Pina

Dezembro 2012 - Anac Norte

N OTÍCIAS DO ORTE ELEGAÇÃO DO ORTO

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Resposta à Rubrica “QUEM É O AUTOR ?”

Quem é o Autor ?

Ao separar a correspon-dência, o carteiro encon-trou várias cartas dirigi-das ao Pai Natal. Como não tinham endereço, ficaram por distribuir. Desejos não endereçados não chegam ao céu!

Resolveu fazer Natal todo o ano. Quando o trata-ram de maluco, pergun-tou-respondeu candida-mente: “Então o pinheiro não é uma árvore sempre verde?”

Encontrou no sapatinho uma guilhotina de brin-quedo.

À porta da loja de brin-quedos, o Pai Natal já não podia com frio. Um senhor teve pena dele e pagou-lhe um copo num bar vizinho.

Proposta (rejeitada) de um vereador amigo da natureza: fazer árvores de Natal nos pinhais (com pinheiros não cortados, evidentemente).

Todos os lugares deviam ser santos no Natal.

Pelo Natal, um pequeno industrial arruinado deci-diu relançar o seu talco invendável sob uma nova marca: NATALCO. “Mas é a pior altura do ano para se vender talco!”, disse-lhe um amigo. “Não. É agora que os armazenistas fazem os seus estoques de Verão”, respondeu-lhe o industri-al. E cada um parecia muito seguro do que afir-mara. Eu pensava nos refegos dos bebés…

O mais triste do após-Natal: pinheirinhos cor-tados, às portas das ca-sas, como adereços já imprestáveis.

-Que tens tu? -Nada. É Natal.

A resposta à rubrica “Quem é o Autor?” publicada no último boletim da Anac, é a seguinte: Manuel António Pina, recentemente desaparecido do nosso convívio, que hoje homenageamos. Foi um dos nossos mais laure-ados poetas e um jornalista isento e corajoso na resistência aos condicionalismos, impostos pelos grandes interesses, da actual crise que tem afectado sobretudo os mais frágeis, entre os quais os pensionistas, e a própria comunicação social. A resposta à rubrica deste número, deverá ser dirigida à Delegação da Anac-Norte e será divulgada no próximo número deste jornal.

Lembrar M A Pina /

Caldo

de Letras

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Dezembro 2012 - Anac Norte

N OTÍCIAS DO ORTE ELEGAÇÃO DO ORTO

No dia 8 de Novembro, realizamos o "passeio de São

e Familiares. Fomos visitar o de Pombeiro

Viagem aos Picos da Europa

Almoço de Natal No dia 15 de Dezembro de 2012, realizamos o Almoço

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espera.

Norte, vai realizar

tema "INVERNO". Cada Colega

até 15 de Janeiro

de 2013

O concurso está

-Norte de 2012/2013. Os jogos decorrerão

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No dia 10 de Outubro,

No dia 24 de Outubro

aria, e as rejas de S. e to da it ria e S. os das

No dia 4 de Novembro

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MERCADO DE ARTE EM ALTA

Recente notícia na imprensa, informou que vai ser leiloada em Londres, no próximo mês de Dezembro, uma obra do pintor Rafael, conhecida como “Desenho Auxiliar para Cabeça de Jovem Apóstolo”, que se prevê venha a ser vendida entre 12 a 18 milhões de euros.

Figura marcante do Renascimento italiano, Rafael nasceu em Urbino em 6 de Abril de 1483 e faleceu a 6de Abril de 1520, curiosamente no dia em que com-pletava 37 anos.

Era filho de Giovanni Santi, pintor não muito dotado porém bem relacionado, o qual transmitiria ao filho, de talento precoce e grande sensibilidade artística, o gosto pela pintura.

Tendo perdido o pai ainda na infância, beneficiou de uma formação sólida na juventude, o que contribuiu para o desenvolvimento do seu enorme talento, tendo

continuado a formação artística junto de Pietro Vannucci, na cidade de Perugia, cuja influên-cia aparece no início da obra de Rafael.

Tendo-se transferido para a cidade de Florença, onde então brilhavam Leonardo da Vinci e Miguel Ângelo, ali permaneceu durante quatro anos, período em que pintou excelentes trabalhos cujo motivo principal é a figura de Maria.

Mais tarde, em 1508, trabalhou em Roma para o Papa Júlio II, cidade onde permaneceu até à sua morte. Tendo ganho enorme prestígio, pintou o quadro “Escola de Atenas”, realizado para o Vaticano, onde mostra enorme domínio da narrativa e da composição.

O quadro “A Cabeça de Jovem Apóstolo” foi um estudo destinado à sua obra “Transfiguração”, à direita representada, uma das mais significativas da sua carreira.

O preço de venda da obra acima referida, pelo valor que se prevê, só vem confirmar que não existe crise para os grupos que ope- ram no mercado da arte.

(C. Garrido)

No decorrer do nosso XIII Encontro Nacional, procedemos ao reconhecimento público dos talentos que existem entre os nossos, nomeadamente nas áreas da fotografia e da escrita (poesia e prosa).

São esses talentos que vamos dar a conhecer a todos os Sócios através da publicação dos premiados nas várias categorias.

Quer a quantidade quer a qualidade dos trabalhos recebidos deram algumas dores de cabeça aos júris que os avaliaram pois não foi fácil, de forma séria e tecnicamente documentada, fazer uma classificação dos mesmos.

Assim, neste número iremos publicar os primeiros premiados na área da fotografia bem como da prosa e da poesia. Nos números seguintes iremos fazer o mesmo para os segundos e terceiros classificados bem como com as menções honrosas atribuídas.

Fotografia – 1 º prémio

Título – REDONDEL

Autor – Diamantino Santos – Sócio nº 1958

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A n e x o i n f o r m a t i v o

”... A sua biografia dá-o como nascido no lugar de Candemil, povoação pré-romana instituída paróquia nos fins do séc. XII e vem referida nas Inquisições Gerais de D. Afonso II em 1220, como não sendo do padroado real. Filho de José Joaquim da Costa Pi-nheiro e Ana Joaquina Ribeiro, pelo baptismo ficou sendo António Cândido Ribeiro da Costa. Foram seus padrinhos Manuel Caetano Guedes Mourão - Vereador da Câmara Municipal de Amarante - e sua mulher Ana Delfina de Abreu.

Somos levados a concluir que, ainda em criança, seria moço de fina inteligência, porque nascido em Candemil, que ao tempo não teria escola, frequentou a escola do professor particular de Louredo das Almas, em S. Salvador do Monte, José Pinto Pereira, “O Mestre Manco”. E tão boa conta de si deve ter dado que a 7 de Junho de 1871 em Braga, recebeu ordens de subdiácono e no Verão do mesmo ano era ordenado presbítero.

Não querendo limitar-se a cura de aldeia, matricu-lou-se em Direito na Universidade de Coimbra, em Outubro de 1871. Aí, António Cândido fez acto de formatura a 2 de Julho de 1876; 2 anos depois, em 21 de Julho de 1878, douturou-se. Tendo tomado as-sento na sala dos capelos daquela Universidade, foi nomeado lente em 29 de Dezembro de 1881, em 1891 ascendia à elevada situação de lente catedrático da 14.ª cadeira – Direito Penal – da mesma faculdade.

Durante este período foi eleito deputado por Amarante, tendo prestado em 14 de Janeiro de 1880. Nomeado ajudante do procurador Geral da Coroa em 20 de Fevereiro de 1886, afastou-se por ter discordado da marcha política do Governo e voltou ao ministério do General Crisóstomo de Abreu e Sousa, assumindo a pasta do reino em 13 de Outu-bro de 1890.

Foi nomeado par do reino por Carta Régia em 31 de Março de 1891; em 1896 passou a ocupar o alto cargo de Procurador Geral da Coroa e em 1902 subia a membro do Conselho de Estado, para em 3 de Junho de 1905 se sentar na Cadeira de Presidente da Câmara dos Dignos Pares, o mais alto cargo que então se podia atribuir a um político. Foi sócio efectivo e Vice-Presidente da Academia Real das Ciências de que era Presidente o Rei.

A Rainha Regente de Espanha agraciou-o com a Gran Cruz de Carlos III, por diploma de 20 de Dezembro de 1890 e El-Rei D. Carlos distinguiu-o com a Gran Cruz de S. Tiago por Carta Régia de 26 de Setembro de 1900.

Finou-se na tarde de 24 de Outubro de 1922 na sua casa de Candemil ficando conhecido em todo o País, pelo punho de Camilo, com o feliz ápodo de “Águia do Marão...”

António Pinto Mendes

Poesia – 1º prémio

Título – CANDEMIL

Autor – António Costa Neves – Sócio nº 20

CANDEMIL(À memória do CONSELHEIRO ANTÓNIO CÂNDIDO)

Candemil

Tebaida do Marão.

Onde o homem

Não foi menino,

Não!

Como ovelha desgarrada

Pelo trovão e a nevada;

Por entres as torgas geladas,

As estevas, as giestas,

O vento a uivar pelas friestas

Do turgúrio ou da choupana;

À nortada e ao suão,

Cedo trocou da escola

O recreio e a instrução

Pelo cajado e a sacola,

E, p’ra não pedir esmola,

pelo amanho do pão.

Mas foi na aridez das fragas

E da urze mais rasteira

Que a Natureza formou

O ninho onde nasceu

A águia mais altaneira,

A que mais alto voou.

Candemil,

Tebaida do Marão.

Onde o homem

Não foi menino,

Não!

Pantaleão

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Aquele Natal

Enquanto responsável da agência da CGD na qual desenvolvi o meu trabalho ao longo de diversos anos, fui, certa vez, confrontado com uma situação que, por me ter impressionado profundamente, guardei para sempre no meu arquivo mental de memórias.

A propósito da concessão de um crédito, daqueles que os acontecimentos políticos ante-cedentes tinham condicionado, e que, por isso, não continha grande viabilidade, os fiadores acabaram por ser executados. Tratava-se de uma família humilde cujo único bem que possuía era a casa de habitação.

Certo dia recebi directivas para comunicar aos proprietários da casa que teriam de a aban-donar e entregá-la ao Banco, no curto prazo de um mês. Simultaneamente, solicitaram-me que visitasse a moradia e efectuasse um relatóriosobre o estado da mesma e das suas condições de habitabilidade.

No final de uma tarde de Dezembro, após o encerramento dos serviços na agência, pus- -me a caminho da localidade onde se situava a habitação, um pouco perturbado por ter de cumprir tão desagradável e ingrata tarefa, não obstante a sua legitimidade.

Chovia. Era uma chuva miúda e persistente de Inverno. Lá segui com a viatura por caminhos enlameados, sob um céu toldado de nuvens e de tristeza. Localizada a casa, que se encontrava fechada, procurei colher algumas informações junto da vizinhança. Fiquei então a saber, com mais pormenores, a história triste daquela pobre família:

– “Os filhos são uns vadios e não querem tra-balhar...”

– “Só o pai é que trabalha. Guarda vacas numa herdade, longe daqui. É um pobre diabo.”

– “A mulher é uma bêbeda. Agora foi obrigada a ir à monda porque a miséria a fez trabalhar... deve estar quase a chegar.”

Pouco a pouco, ia-se formando na minha mente um quadro negro e dramático, no qual eu próprio vinha acrescentar o pedido de en-trega da casa. Contaram-me ainda que o pobre homem tinha um velho burro que usava como meio de transporte para ir trabalhar. Por infelici-dade o burro morreu e ele ficou sem transporte. Levantava-se às quatro da manhã para fazer o percurso a pé e só regressava a casa alta noite.

Dali a pouco chegava a moradora com as rou-pas encharcadas e umas botas rotas cheias de lama. Era uma mulher já na casa dos cinquenta anos, em cujo rosto transpareciam as vicissitudes

Prosa – 1º prémio

Título – AQUELE NATAL

Autor – António Espadinha do Monte – Sócio nº 2072

de uma vida cheia de dificuldades. Quando se confrontou com a razão da minha visita, os seus olhos adquiriram uma expressão de pânico e vol-teavam desesperadamente nas órbitas.

Percorri a casa para me certificar do estado da mesma. Ao longo da visita fui deparando com buracos no telhado que deixavam entrar a chuva e o vento naquela pobre moradia. Havia poucos móveis, muita roupa empilhada, por en-gomar, e alguns baldes que aparavam as gotas infiltradas. Toda a casa respirava um ar de miséria e desolação.

Com alguma dificuldade deixei o meu recado e parti pela estrada lamacenta a caminho decasa. Vim pensando que aquela desafortuna-da mulher, a ser verdade o que diziam os vizi-nhos, talvez tivesse boas razões para se embria-gar. Depois, ocorreram-me os nomes de alguns homens célebres que marcaram a história domundo e que tinham tentando, em vão, trans-formá-lo. Uns apelando à revolução, outros àreflexão e ao exemplo, e alguns até pela violên-cia. Porque permanecia na Humanidade um convívio insuportável entre pobreza, injustiça, poder, indiferença, autoridade! E, agora, eu mesmo estava ali, do lado dos mais poderosos,contra os tocados pela adversidade!

Cheguei a minha casa onde havia uma lareira acesa, um mínimo de conforto e o jantar à minha espera. Mas um nó na garganta não me permitiu engolir fosse o que fosse. Fiquei em silêncio a escutar a chuva que caía copiosamente lá fora e a pensar naquela desditosa gente que, em breve, iria ficar sem um tecto. Sentia-me extremamente angustiado.

No dia seguinte elaborei o relatório e deixei transparecer nele a situação dramática que se me tinha deparado. Uns dias depois, recebi um telefonema do jurista que detinha o processo a comunicar-me que, após a leitura da minha exposição, tinha sido decidido ampliar o prazode entrega da casa por mais dois meses, atendendo também à quadra do Natal que, rapidamente, se aproximava.

Soube mais tarde que alguém, caridosamen-te, tinha posto à disposição da família despe-jada uma velha quinta, onde pôde recolher os seus poucos haveres e abrigar-se da intempérie.

A chuva e o frio continuaram por mais alguns dias. Depois, o cinzento do céu deu lugar a uns breves períodos de sol que se derramava levemente sobre uma bela paisagem de searas e arvoredo. Por essa altura, a “sociedade de consumo” enchia as ruas das cidades, numa azá-fama louca para adquirir bens preciosos com que, dois dias depois, iria celebrar aquele Natal.

João Sarrolha

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2012

Dezembro – dia 15 ALMOÇO-CONVÍVIO DE NATAL

– dia 30 PASSAGEM DE ANO - PATEIRA DE FERMENTELOS

2013

Abril – dias 15 a 26 XIX EUROENCONTRO

Junho – dias 1 a 15 ISDABE - 1.º TURNO (*)

Setembro – dias 8 a 19 ISDABE - 2.º TURNO (*)

ALMOÇO NACIONAL (*)

Dezembro – ALMOÇO-CONVÍVIO DE NATAL (*)

Abril – dias 15 a 22 CRUZEIRO NO MEDITERRÂNEO OCIDENTAL (*)

Junho – dias 9 a 22 VIAGEM À RÚSSIA (*)

Agosto – dias 3 a 6 VIAGEM A LONDRES (*)

Setembro – dia 7 a 19 ISDABE

(*) Programas já definidos ou a divulgar oportunamente.

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Recrutamento de Voluntários

Como é sabido, a ANAC tem vindo a realizar frequentemente viagens, passeios e

visitas culturais com os seus sócios.

Para além destes, o Grupo de Cantares e o Grupo de Coral (coro da ANAC) são dois

dos exemplos das várias atividades existentes atualmente.

Outra das atividades em que temos vindo a apostar é em Formação: aulas de francês,

de informática, de pintura e as danças são as áreas que se encontram a decorrer de

momento.

Os Sócios da ANAC podem inscrever-se como voluntários e vir dar o melhor de si transmitindo aos outros o que têm

gosto em ensinar bem como partilhar os seus gostos e experiências.

Se considera que tem conhecimento de alguma área que tivesse gosto em partilhar e ensinar, inscreva-se como

voluntário e venha dar formação.

Porque ensinar é aprender duas vezes!

Informe-se connosco e inscreva-se: Telefone - 21 3245090 (Secretaria) / 21 3245091 (Gabinete) ou envie um e-mail para: [email protected]