Biografia Tomás de Áquino

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    São Tomás de Aquino

    São Tomás de Aquino era nobre e primo do imperador. O conde de Somacla,tenente general, casou com Francisca da Suábia, irmã do imperadorFrederico I, Barbarroxa (!"#$%, imperador desde ""&, a'o deFrederico II. O seu l)o, o conde *andol+o de Aquino casou com . Teodorade T)eate, do ramo -ossi da +amlia dos /araccioli, descendente dosnormandos conquistadores da Siclia. 0stes dois eram os pais de Tomás.

    1ão se sabe bem quando nem onde o +uturo santo nasceu, mas os

    especialistas inclinam#se para o m de !!2 ou !!", no castelo de-occasecca a norte de 1ápoles, a principal casa da +amlia. 1a sua maistenra in+3ncia 'ericaram#se alguns prodgios, que alguns consideramlendários, mas que constam nas suas biograas mais antigas. O seunascimento e )ist4ria teriam mesmo sido pro+eti5ado 6 sua mãe grá'ida, emson)os, por um eremita santo da região c)amado Buono.

    Sendo um dos l)os mais no'os do casal (era o mais no'o de quatrorapa5es, )a'endo tamb7m cinco irmãs& +oi destinado pela +amlia, como

    então era costume, 6 'ida monástica. Assim, aos cinco anos o 8o'em Tomás

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    +oi le'ado ao mosteiro de 9ontecassino, o mais +amoso de Itália, aquele queS. Bento, o pai da ordem beneditina, tin)a +undado em "!$ e onde +orasepultado. Tomás +oi a admitido em !:%, quando era abade o seu tio*andol+o Sinibaldi. 1aturalmente, espera'a#se que o 8o'em nobre 'iesse asubstituir um dia o seu ilustre parente, e assim aquele importante benecio

    eclesiástico continuaria na +amlia. Ser abade de um mosteiro daquelaimport3ncia naquele tempo equi'alia 6 condi;ão de grande dalgo, pelo queo l)o mais no'o não deslustraria a lin)agem.

    0ntretanto, o 8o'em esta'a cada 'e5 mais a+astado desses son)osmundanos. 9edita'a muito e cou notado por, inesperadamente, perguntaraos seus superiores< =>ue 7 eus?@. eus era crescentemente o centrodominante da sua 'ida. /omo con+essaria num dos seus li'ros maisimportantes, a Suma contra os entios, adoptou então como o lema da sua

    'ida a di'isa de Santo ilário de Coitiers (:%%#:DE&< =e'o a principalocupa;ão da min)a 'ida a eus, para que todas as min)as pala'ras e todosos pensamentos +alem d0le@ (c+. S. ilário e Trinitate i. :G&. Apesar do seu)abitual silHncio, Tomás mani+esta'a grande inteligHncia, de tal +orma que oabade recomendou ao pai que o en'iasse para a uni'ersidade.

    Al7m disso, a inseguran;a que se 'i'ia no mosteiro sugeria a mesma'iagem. O =sacro imperador@ anda'a em guerra contra as +or;as partidáriasdo papa, uma coisa que, como disse, era normal na altura e mostra bem acomplexidade e ambiguidade da sociedade medie'al. A +amlia de Aquinoera partidária do pontce, embora alguns dos l)os ser'issem o primoimperador antes da re+rega. In+eli5mente, quer o castelo de -occasecca,quer o mosteiro, esta'am perto das +ronteiras em disputa. Isso )a'eria, aliásde causar mais tarde a destrui;ão e saque de ambos e a execu;ão de umdos irmãos de S. Tomás, -enaud, 6s mãos do imperador. e momento, aturbulHncia recomenda'a que o 8o'em oblato (no'i;o de monge& +osseretirado ao seu mosteiro.

    este modo em !:$, com 2 ou " anos, Tomás +oi para a uni'ersidade de1ápoles, +undada pelo primo imperador " anos antes. A come;ou os seusestudos. Tamb7m se conta dele, na uni'ersidade, o mesmo milagre de S.Isabel de Cortugal< uma 'e5, quando da'a esmola aos presos, +oi apan)adopelo pai que l)e perguntou o que le'a'a ali. 9as ao abrir o saco tin)a láores em 'e5 de din)eiro.

    9uito mais importante que os estudos, +oi a que o 8o'em con)eceu omo'imento re'olucionário dos mendicantes e decidiu 8untar#se a eles. Oimperador expulsara todos os +rades das suas terras, mas permitira a dois

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    permanecerem, para ser'irem a igre8a da sua capital. Foi atra'7s de umdeles, +rei João de S. iuliano, que o descendente da nobre casa de Aquinocon)eceu o grande ideal da no'a ordem do ominicanos. 0m Abril de !22tomou )ábito, das mãos do outro dominicano +rei Tomás de *entini. O dalgono'i;o partiu imediatamente para Caris, 8unto com o 9estre geral da Ordem,

    +rei João de Kildes)ausen, c)amado =o Teut4nico@, o terceiro sucessor de S.omingos no cargo (de !2 a !"!&.

    a'ia boas ra5Les para essa 'iagem intempesti'a. O esc3ndalo da +amliaperante a decisão do l)o +oi grande e compreens'el. Mma coisa era sermonge e tal'e5 abade beneditinoN outra muito di+erente era ser pedinte. Aindigna;ão da mãe +oi tal que, al7m de apelar ao papa e ao imperador,mandou dois dos irmãos raptar o 8o'em, quando o no'i;o dominicano'ia8a'a a p7 com 'ários dos con+rades. 0ste 7 o c7lebre rapto, que tem

    'ários epis4dios curiosos. Tomás +oi mantido preso no castelo +amiliar durante mais de um ano.Fi5eram#l)e as propostas mais mirabolantes para o con'encerem a desistir,como a de manter o )ábito dominicano sendo abade beneditino de9ontecassino e at7 arcebispo. A mãe e os irmãos (o pai 8á de'ia ter morrido&não s4 não o conseguiram demo'er dos seus intentos mas, pelo contrário,ele 7 que le'ou a sua irmã 9arotta a entrar para religiosa. Cor isso, e comoa sua Ordem 8á apelara ao papa InocHncio I (papa de !2: a !"2& pararecuperar o no'i;o, Tomás acabou por ser liberto no Outono de !2" eentregue aos con+rades. CPde então nalmente dirigir#se a Caris paraestudar.

    Caris era nesta altura a mel)or e mais 'i'a uni'ersidade do mundo. *áensina'a o grande +rade Alberto, tamb7m dominicano. Alberto 9agno, quepro'in)a da +amlia dos condes de BollstQdt, era um pro+essor tão +amosoque tin)a de dar aulas numa pra;a, por ser grande a multidão que o queriaou'ir. 0ssa pra;a parisiense ainda )o8e se c)ama =pra;a 9aubert@, umacorrup;ão de =9agni Alberti@. Foi a esse centro do saber que c)egou osilencioso 8o'em italiano, que por ser muito grande era con)ecido entre oscolegas como =boi mudo@. epois de algumas perip7cias engra;adas,acabou por ser notado pelo 9estre, que o passou a encarregar de trabal)oscada 'e5 mais exigentes.

    O g7nio do 8o'em estudante era tal que, quando em !2E 9estre Alberto +oiencarregado de ir +undar estudos uni'ersitários em /ol4nia, embrião da+utura uni'ersidade que nasceria em :EE, le'ou consigo o seu estudante

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    italiano. 0m /ol4nia este continuou os seus trabal)os, a8udando 8á o seupro+essor a ensinar a Bblia e as Senten;as de Cedro *ombardo.

    A 'ida de Tomás era muito simples, ocupada apenas pelas tare+as de +rade ede uni'ersitário. >uando ao seu aspecto, sabemos que era muito gordo emuito grande, louro e um pouco careca. 9ais importante do que isso, eleera sempre alegre e simpático. Os colegas =ac)a'am que o 0sprito Santoesta'a 'erdadeiramente com ele, porque ele tin)a sempre com cara alegre,doce e a+á'el@ e =inspira'a alegria em todos os que o 'iam@.

    Mm momento decisi'o da sua 'ida deu#se em !"%, quando aos !" anos +oiordenado sacerdote. Aquilo que ele )a'eria de escre'er sobre a sublimidadeda 0ucaristia +oi desde então 'i'ido na primeira pessoa, quando come;ou acelebrá#la todos os dias. As )ist4rias +alam todas da pro+unda contempla;ãoe +er'or com que celebra'a, com muitas lágrimas, longos momentos de

    abstra;ão e at7, le'ita;ão no ar. i5ia#se que ele c)ora'a +requentementedurante a celebra;ão da missa como se esti'esse no /al'ário. Temos muitasora;Les que ele compPs precisamente para re5ar no momento da ele'a;ãodo Santssimo Sacramento.

    0m !"! regressou a Caris como =bac)arel sententiário@, preparando o seudoutoramento, que seriam os monumentais =/omentários 6s Senten;as deCedro *ombardo@. e'e di5er#se que nessa altura a 'ida intelectual em Carisesta'a muito turbulenta. ois problemas principais agita'am a cidade

    uni'ersitária. O primeiro era o ensino das obras de Arist4teles, ainda 'istascom desconan;as pelos pro+essores mais retr4grados. O segundo era oembate entre mendicantes e os outros mestres, sacerdotes seculares, nadi'isão do limitado nRmero de cátedras.

    Os +ranciscanos e dominicanos tin)am c)egado )á poucas d7cadas maseram cada 'e5 mais procurados pelos alunos, enquanto os 'el)ospro+essores não os queriam promo'er. A má 'ontade, aliás, tin)a ra5Lesantigas, pois em !!$ os pro+essores de Caris, no sentido +or;ar a mel)oria

    das suas condi;Les, tin)am +eito gre'e e partido para outras cidades. 9asos mendicantes, )abituados 6 pobre5a, não concordaram e continuaram assuas aulas. A gre'e, apesar de pretender ser de seis anos, s4 durou at7!: e a +Rria dos colegas +oi grande contra os =+ura#gre'es@.

     Tomás, apesar da sua mansidão, +oi cair mesmo no meio destes terr'eisembates. Crimeiro, como discpulo de 9estre Alberto, esta'a decididamentedo lado da liberdade de ensino da Filosoa de Arist4teles. 0m Fe'ereiro de!"D o c)anceler da uni'ersidade Americ de eire deu ao 8o'em a sua

    licentia docendi, a permissão para ensinar, ordenando#l)e que se

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    preparasse para pro+erir a sua li;ão inaugural, que o consagraria comomestre. Isto exigia uma dispensa especial, porque o 8o'em ainda nãoatingira os :" anos que os estatutos exigiam. Tal moti'ara 8á importantesmo'imenta;Les, pois o g7nio do 8o'em dominicano era um trun+oimportante na luta acad7mica entre mendicantes e seculares. e +acto,

    aquando do regresso de Tomás a Caris, Alberto pedira a inter'en;ão docardeal ugo de Saint#/)er (!%%#!D:&, antigo e reputado pro+essordominicano e legado do papa para a Aleman)a, para conseguir que odoutoramento de Tomás +osse acelerado. Agora era o pr4prio papaAlexandre I (papa de !"2 a !D&, recentemente eleito, que inter'in)a naquestão, aplaudindo numa carta pontical a decisão do c)anceler dedoutorar Tomás. Tudo isto mostra como os debates uni'ersitários eramduros e inuentes.

    As lutas complica'am#se enormemente pelo +acto de os alunos tomarempartido 'iolento, o que torna'a os debates acad7micos em 'erdadeirasbatal)as campais. Foi precisamente nesse In'erno de !""#"D que as coisasatingiram o auge, com 'ários mendicantes agredidos por estudantes nasruas de Caris. A 'iolHncia quase impediu o 8o'em dominicano de dar a suali;ão inaugural. Inclusi'amente, +oi necessário que o rei *us I, S. *us deFran;a (!"#!G%, rei desde !!D&, ordenasse a um grupo de arc)eiros queguardassem as instala;Les para que as pro'as +ossem prestadas, enquantomuitos mani+estantes proibiam a audiHncia externa de assistir. Caradoxal

    situa;ão para o pac)orrento eruditoUApesar da sua li;ão inaugural na Crima'era de !"D e de continuar como)abitualmente as suas aulas, a oposi;ão acad7mica mante'e#se e s4 maisde um ano depois, a " de Agosto de !"G, 7 que Tomás de Aquino,

     8untamente com o colega +ranciscano S. Boa'entura (!!#!G2&, +oramrelutantemente admitidos no col7gio dos mestres de Caris.

    Apesar da turbulHncia, o sucesso do no'o mestre não se +e5 esperar. Assuas aulas esta'am c)eias de alunos, ansiosos por aprender com ano'idade do seu ensino e a clare5a da sua exposi;ão. A partir de então asua 'ida seria um longo e intenso trabal)o de estudo, medita;ão, ensino eescrita, at7 ao esgotamento nal. 0ste'e em Caris a ensinar at7 !"$, dataem que partiu para Itália. Aqui os )istoriadores perdem#l)e o rasto por unsmeses, mas sabem que em !D +oi con'idado para ensinar no con'entodominicano de Or'ieto, onde na 7poca se encontra'a o papa e a corteponti+cia. epois, em !D", +oi encarregado de +undar em -oma uma escoladominicana de Teologia, o que o ocupou at7 !DE, data em que regressou a

    Caris. A segunda regHncia em Caris durou at7 !G!, quando +oi encarregado

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    de no'o de +undar de +undar uma escola de Teologia da sua Ordem. esta'e5, o captulo da pro'ncia dominicana de -oma da'a#l)e total liberdade deescol)a, e ele selecionou a 1ápoles, onde come;ara os estudos.

    Al7m de ensinar, escre'ia. O nRmero de li'ros produ5idos por 9estre Tomás7 prodigioso. A lista )abitual conta com $% obras, desde os grossostrabal)os com 'ários 'olumes aos pequenos opRsculos. 0ste montante le'aa muitas compara;Les surpreendentes. 1o perodo mais produti'o, os anosde !G#G!, ele escre'eu por dia uma m7dia equi'alente a !," páginas dasnossas (A2& a um espa;o (:"% pala'ras por página&. O trabal)o era +eitocom a a8uda de secretários, dos quais o principal era o seu =s4cio@ econ+essor, +rei -eginaldo ou -einaldo de Ciperno (!:%#!$%&. 0le era umadas poucas pessoas que conseguia ler a letra do 9estre, que eraconsiderada ileg'el, como di5em 'ários testemun)os do tempo, e como

    podemos testemun)ar )o8e nos manuscritos dele que sobre'i'eram. São Tomás tin)a a capacidade notá'el de ditar simultaneamente obrasdi+erentes a trHs ou at7 quatro secretários.

    Cassando todo o dia a re5ar, ensinar, a escre'er e a ditar, tin)a de ter tempopara pensar, meditar e conceber as suas obras. -ouba'a esse tempo aosono. Temos muitas )ist4rias que di5em que ca'a de lu5 acesa at7 altas)oras da noite, reetindo nas questLes e pedindo a eus, com muitaslágrimas, ilumina;ão para resol'er algum problema mais di+cil.

    Sabemos tamb7m que a resposta por 'e5es 'in)a em 'isLes, como quando-eginaldo o surpreendeu con'ersando com São Cedro e São Caulo, que l)eexplica'am o sentido das pro+ecias de Isaas.

    9as não quem com a ideia de que São Tomás era uma pessoa abstrusa,a7rea ou solitária. >uando era preciso, ele era capa5 de ser pragmático,diligente e organi5ado. Temos mesmo in+orma;Les de tare+asadministrati'as e diplomáticas complicadas, re+erentes 6 sua +amlia, queele desempen)ou com ecácia e competHncia.

    São Tomás não era, pois, o pro+essor te4rico, et7reo e mis4gino que tantosquerem +a5er dele, mas um )omem amá'el, atento e a+á'el, que toma'aconta dos seus como qualquer outra pessoa. 9as isso s4 aumenta'a aindamais a carga de trabal)o sobre os seus ombros. O rei de Fran;a, S. *us, o9estre eral da sua Ordem, o prior do seu con'ento e muita outra gentequeria o seu consel)o sobre questLes práticas.

    0ste es+or;o contnuo e intenso tin)a de ter os seus e+eitos. Foi o queaconteceu num dia de Outubro de !G:. >uando celebra'a missa na capela

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    de São 1icolau, Tomás so+reu uma trans+orma;ão espantosa. epois dessamissa não escre'eu mais nem nunca mais ditou o que quer que +osse e at7deixou o seu material de escrita. 0sta'a nessa altura na terceira parte daSuma, no tratado da CenitHncia. A -eginaldo estupe+ato, que nãocompreendia porque ra5ão ele abandona'a a sua obra, o 9estre respondeu

    simplesmente =1ão posso mais@. oltando 6 questão um pouco mais tarde,-eginaldo recebe a mesma resposta =1ão posso mais, em compara;ão como que 'i, tudo o que escre'i me parece pal)a@.

    /laramente, al7m de uma 'isão sobrenatural, )a'ia tamb7m um pro+undoesgotamento cerebral, +ruto de anos seguidos de trabal)o intenso econtnuo. Se antes era c)eio de energia, agora caiu na cama e +oi descansarpara o castelo de S. Se'erino, a sul de 1ápoles, perten;a de sua irmã

     T)eodora, condessa de 9arsico. 1o m do ano o 9estre regressou a

    1ápoles, onde recebeu ordem do papa reg4rio para se deslocar aodecisi'o segundo conclio de *ion, que trataria das rela;Les com as igre8asorientais. Frei Tomás, apesar do seu estado, obedeceu prontamente e pPs#sea camin)o.

    Couco depois da partida, perto de Teano, so+reu um acidente. istradocomo sempre e absor'ido em medita;ão, não 'iu um tronco no meio daestrada, caiu e bateu +ortemente com a cabe;a. Apesar de atordoado,assegurou que esta'a bem e continuou. Coucos dias depois c)egaram aocastelo de 9aen5a, onde 'i'ia a sua sobrin)a Francisca, condessa de/eccano. Foi a que caiu doente. Ainda recuperou e 'oltou ao camin)o, maste'e de parar logo a seguir na abadia de mosteiro cisterciense de S. 9ariade Fossano'a, na /ampania, onde morreu a G de 9ar;o de !G2, quarta#+eira da terceira semana da >uaresma. O seu con+essor disse depois que aconssão geral que +e5, pouco antes da morte, era a de uma crian;a decinco anos.

    A +ama do pro+essor +e5 con'ergir para essa abadia muita gente. *ogo ap4sa morte come;am a correr )ist4rias de muitos milagres que o seu corporeali5a'a. /ome;ou tamb7m uma +orte luta pela posse do seu corpo. Osmonges queriam guardá#lo e os dominicanos pretendiam recuperá#lo e at7 auni'ersidade de Caris o reclamou. /omo era o tempo da de'o;ão dasrelquias, o cadá'er +oi algo maltratado na busca de recorda;Les. A luta não+oi pacca e 6 'olta dos restos mortais do sereno +rade 8untaram#seex7rcitos. Foi precisa a inter'en;ão da autoridade papal para que asrelquias +ossem le'adas em :D$ para Toulouse, no sul de Fran;a, centro daordem dominicana, onde +oram colocadas a !E de Janeiro na Igre8a dos

     Jacobinos onde, ap4s algumas perip7cias, podem ainda )o8e ser 'eneradas.

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    /ome;ou então tamb7m o culto de Tomás como santo. Al7m do local damorte e da sua Ordem, tamb7m em Caris e noutras uni'ersidades, comoOx+ord, a sua mem4ria era 'enerada. O seu processo de canoni5a;ãocome;ou em :G, e a E de Jul)o de :!: +oi canoni5ado por João II.

    A " de Abril de "DG +oi declarado outor da Igre8a por São Cio ("%2#"G!, papa desde "DD&. São Tomás +oi o quinto santo de toda a ist4ria areceber este ttulo, o primeiro ap4s os quatro grandes =doutores doOcidente@, Santo Ambr4sio (:2%#:$G&, São Jer4nimo (:2E#2!%&, SãoAgostin)o (:"2#2:%& e São reg4rio 9agno ("2%#D%2&. A sua +esta litRrgica+oi durante muito tempo a G de 9ar;o, data da morte, mas na Rltima re'isãodo calendário litRrgico, como esse dia tin)a 8á a grande celebra;ão SantaCerp7tua e Santa Felicidade, as mártires de /artago no s7culo III, a +esta deSão Tomás +oi passada para !E de Janeiro, data da traslada;ão para

     Toulouse.

     Ju'entude e estudosCro+ecia do seu nascimento>uando . Teodora, sua mãe, tão notá'el pela nobre5a da sua condutacomo das suas origens, esta'a no seu castelo de -occasseca, nos conns doreino de Siclia e da /amp3nia, um +rade, c)amado Buono, mas mel)orainda pela sua conduta e piedade, que le'a'a )á muito tempo uma 'ida de

    eremita na montan)a com muitos compan)eiros, e que era considerado umsanto pelos )abitantes do pas, 'eio ter com ela segundo uma inspira;ão. 0disse#l)e<

    Alegra#te sen)ora, porque estás grá'ida e darás ao mundo um l)o a quemc)amarás Tomás. Tu e o teu marido quererão +a5er dele um monge nomosteiro de 9ontecassino, onde repousa o corpo do bem#a'enturado Bento,com esperan;a de conseguirem o 'osso regresso 8unto dos grandes dessemosteiro, gra;as 6 mitra de prelado para 'osso l)o. 9as eus disporá de

    outra +orma, porque ele será, na Ordem dos Cregadores, um +rade tãobril)ante em ciHncia e santidade de 'ida, que na sua 7poca não )a'eráigual em todo o mundo (Tocco c. II&.

    /enas de in+3nciaMma terr'el tempestade abateu#se de sRbito sobre o castelo de-occasecca. Mm raio atingiu a torre, matando a irmã da crian;a que a dormia, tal como os ca'alos no estábulo. A mãe, mais preocupada com oseu bebH pequeno que com a l)a, acorreu tremendo ao leito onde a

    crian;a dormia com a sua ama. 0ncontrando#os aos dois sãos e sal'os, deu

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    gra;as a eus, que a pouco e pouco come;a'a a reali5ar na crian;a o quetin)a prometido (Tocco c. III&.

    Aconteceu que a mãe do santo +oi a 1ápoles, aos ban)os, com outrasdamas e +e5 'ir o seu l)o pela ama. 0sta, tendo sentado a crian;a no lugar)abitual, ele encontrou a por milagre um pequeno peda;o de papel, queagarrou espontaneamente. epois, como a ama queria despi#lo e abrir amão que tin)a o papel, a crian;a come;ou a berrar muito alto. Tomada depena, ela ban)ou#o, secou#o e 'estiu#o com o pun)o sempre +ec)ado, ele'ou#o assim 6 sua mãe. A mãe, que tin)a aberto a mão +ec)ada domenino, apesar das suas lágrimas, encontrou a uma +ol)a com estaspala'ras =A'e 9aria@, a sauda;ão 6 irgem loriosa (Tocco c. I&.

    -apto do santo

    A mãe de S. Tomás, sabendo do entrada do seu l)o na ordem, comol)e tin)a sido pro+eti5ado, 'em a 1ápoles para o conrmar na suaescol)aOs nobres da cidade caram surpreendidos que tal )erdeiro deixasse a casapaterna e que tão ricos come;os, ndices re'eladores de uma +uturaascensão, cassem escondidos debaixo do )ábito de uma Ordemmendicante. 9as os irmãos da Ordem lou'aram a eus por l)e terconcedido um no'i;o tão nobre e admirá'el, e 8á os sinais certos l)es +a5iamesperar 'H#lo ser'ir mais tarde nos cumes da ciHncia. 1o entanto, quando os

    'assalos de -occa souberam a no'idade, comunicaram#na com lágrimas 6mãe. 0la, que 'ia reali5ar#se no seu l)o a pro+ecia de que guardara apromessa na mem4ria, dirigiu#se imediatamente a 1ápoles com as suasnobres acompan)antes, c)eia de alegria, pretendendo con'ersarmaternalmente com Tomás para o conrmar numa escol)a querida poreus. 9as os +rades, ignorando estas boas disposi;Les, 8ulgam Teodoraperturbada pelos seus sentimentos. Creocupados com a guarda de umdep4sito tão precioso, en'iam o seu no'i;o de Terracina a Ananie e at7 aocon'ento de Santa Sabina em -oma, acompan)ado de irmãos escol)idos.Cressionada pela a+ei;ão maternal e pri'ada da 'ista de seu l)o, +ruto detantas penas, Teodora 'ai at7 -oma, proclamando a todos que o querencontrar para o con+ortar na sua escol)a. 1o entanto, os +rades não aimaginam capa5 de tal +or;a de alma que domine o seu instinto maternal.9ontam 6 'olta do 8o'em Tomás uma guarda 'igilante com medo de o'erem capturado, e +a5em#no +ugir, solidamente acompan)ado, para Caris.

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    A mãe, perturbada por não poder 'er o l)o, o +e5 ser capturadopelos seus l)os que esta'am na Tosc3nia com o imperador, e ser#l)econdu5ido

     Teodora, emocionada por não poder encontrar o seu l)o e perturbada pelaincredulidade dos +rades diante dos seus mRltiplos protestos de boas

    inten;Les, deixa a sua a+ei;ão carnal dominar no seu esprito a +7 napromessa. 0n'ia um mensageiro especial aos seus l)os que acompan)amo imperador na plancie de Aquapendente na Tosc3nia e manda, com a suaben;ão maternal, que apan)em Tomás, seu l)o e irmão deles, que osCregadores re'estiram do seu )ábito e +a5em +ugir do reino, e que l)een'iem sob boa escolta. 0les, dese8osos por a+ei;ão de satis+a5er o pedidomaternal, expLem esta ordem ao imperador e obtHm dele a autori5a;ão.0n'iam guardas pelas ruas e lugares e descobrem o seu irmão repousandoperto de uma +onte, com quatro membros da sua Ordem. Surgem então,não como irmãos, mas como inimigos.

    1ão conseguem, no entanto, arrancar#l)e o )ábito, ao qual o no'i;o seagarra com +or;a. 0xpulsam então os outros +rades e +a5em condu5ir Tomása sua mãe, tal como está 'estido, para não correr o risco de um +erimento.0sta 'H#o com alegria mas não consegue le'á#lo a depor o )ábito. Fá#loguardar primeiro em 9ontesangio'anni, depois em -occa, at7 ao regressodos seus l)os. 9anda admoestá#lo nesse inter'alo por 'árias pessoas, am de testar a solide5 da 'erdade da promessa pro+7tica diante da tenta;ão

    )umana. 0ntretanto, os +rades, a quem mãos pro+anas tin)am tirado umtesouro tão precioso, estão tão perturbados como se +osse a perda de Jos7.iram#se em lágrimas para o Soberano igário de /risto, InocHncio I, entãopresente na Tosc3nia, como a outro patriarca Jacob, e apresentam#l)e o seudi+erendo.

    Mm abuso +oi cometido contra a Ordem. Cor paixão, os seus irmãos desangue, como +ero5es +eras sel'agens, de'oraram Jos7. O SoberanoContce, ultra8ado que tal excesso ten)a sido perpetrado quase diante da

    sua presen;a na região, pede ao imperador que se8a inigida uma 8ustapuni;ão a ttulo de repara;ão. 0ste, temendo incorrer na +Rria do SoberanoContce se negligenciasse compensar tal abuso com 8usti;a, +a5 prender osirmãos de Tomás. Os +rades, temendo então pPr em perigo a reputa;ão dasua Ordem e escandali5ar a sua consciHncia se prosseguissem o seucontencioso, desistem inteiramente, para mais quando sabem que o 8o'em

     Tomás conser'a o seu )ábito com const3ncia, mesmo +ec)ado numa cela.

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    A luta 'itoriosa e pro+ecia que te'e no cati'eiroFec)ado sob alta 'igil3ncia, pri'ado da lu5 do dia e de autonomia demo'imentos, ele coloca a sua liberdade nas algemas e a sua lu5 nas tre'as.Oprimido sicamente, liberta#se espiritualmente. eus ilumina#o de tantosraios sobrenaturais que na sua prisão ele lH integralmente a Bblia, aprende

    as Senten;as, comenta, segundo se di5, o Tratado dos Sosmas deArist4teles e instrui as suas irmãs nas Sagradas 0scrituras, presságios doseu ensino +uturo. Já os seus ensinamentos tHm os seus +rutos na sua irmã,que os pais tin)am en'iado para amaciá#lo. Celas suas li;Les e exemplos,ele a condu5 ao amor de eus e ao despre5o do mundo. 0la tomará )ábitoreligioso de S. Bento. A sua probidade e os m7ritos da sua 'ida 'aler#l)e#ãoser eleita abadessa do mosteiro de Santa 9aria de /ápua. A m deautenticar a gra;a da sua 'oca;ão com obras, Tomás entregasseinteiramente 6 ora;ão, 6 leitura e 6 contempla;ão. 1en)uma persuasão,

    nen)uma tenta;ão, nen)uma amea;a, nen)um medo, nem nen)uma dascoisas que con+rontam )abitualmente a coragem de uma pessoa aguerrida,nada disso des'ia o 8o'em. Celo contrário, cada +erida recebida no combateaumenta as suas +or;as. e regresso, os seus irmãos agra'am ainda mais assuas agressLes. Tentando o insulto onde o medo não tin)a podido submetH#lo, nem a sedu;ão amolecH#lo, eles rasgam o seu )ábito dominicano, naesperan;a que o depon)a por amor pr4prio para tomar outro de suaescol)a. 9as ele suporta a in8Rria com innita paciHncia. /omo o pr4prio/risto teria le'ado esse )ábito, ele enrola#se nos +arrapos e não se sentemenos re'estido por eles por conser'ar ntegra a de'o;ão na sua alma.

    Os ataques insuportá'eis que ele 'ence com a a8uda de eus0stas o+ensi'as são impotentes para des'iá#lo. 0ntão os irmãos concebempara submetH#lo a outra estrat7gia, recon)ecida por derrubar os cárceres,amolecer a roc)a e desenrai5ar um cedro na tempestade. /ampo de batal)aonde 'emos muitos combater, mas bem poucos triun+ar das diculdades.

    0nquanto Tomás, +ec)ado so5in)o no seu quarto, se repousa debaixo de boa

    guarda, en'iam#l)e uma esplHndida 8o'em, prostituta especiali5ada na suaarte, com a missão de le'á#lo 6 +alta por ol)ares, toques, 8ogos e outrosestratagemas. >uando a 'H, ele que exala 8á o amor esponsal pelasabedoria de eus, ele o combatente in'enc'el, sente por permissão dadi'ina Cro'idHncia em 'ista de triun+o mais glorioso, a excita;ão da carneque )abitualmente tin)a sob o domnio da ra5ão.

    Brandindo um car'ão ardente tirado da c)amin7, expulsa com indigna;ão acortesã do seu quarto. epois, c)eio de +er'or espiritual, c)ega ao 3ngulo

    do quarto e tra;a com a cabe;a do ti;ão o sinal da Santa /ru5 na parede.

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    Crosterna#se em terra e, com lágrimas, pede a eus que l)e conceda umcinto de perp7tua castidade a m de ser'ir sem corrup;ão nos combates.

    Assim re5ando e c)orando, adormece rapidamente e eis que dois An8os sãoen'iados para l)e assegurar ter sido ou'ido por eus na 'it4ria de umcombate tão di+cil. 0les o tomam de cada um dos lados pelos rins e di5em#l)e< =a parte de eus e a teu pedido, n4s te cingimos de um cinto decastidade que nen)uma 'iolHncia te poderá arrancar. Aquilo que a 'irtude)umana não pode atingir pelo seu m7rito, isso te 7 o+erecido em dom pelagenerosidade di'ina@.

    1unca ele sentirá que este cinto +oi +or;ado intimamente. Isso será repetidopelo testemun)o muito seguro dos seus con+essores 6 )ora da morte.

     Jamais ele terá o sentimento de ter 'iolado na sua 'irgindade ao longo deperigosos combates que tra'ará at7 6 )ora da morte. 0le sentirá desde

    então uma a'ersão pela aparHncia das mul)eres. 0'itará muitocuidadosamente o seu contato, a sua con'ersa;ão e a sua +requHncia.

    Admiram#no )abitualmente por isso e ele, quando o sabe, repete+requentemente que os )omens consagrados 6s especula;Les di'inaspodem rapidamente perder muito tempo a +alar na compan)ia dasmul)eres, a menos que esses contatos se8am suscitados pela necessidadede uma causa particularmente Rtil, ou que tratem de eus e das coisasdi'inas.

    0le sentiu sicamente esse aperto ang7lico e acordou num sobressalto comclamor. /omo se inquietam dos seus gritos, ele nada quer re'elar do dom deeus. 9antH#lo#á ostensi'amente escondido at7 6 sua morte. /onar#se#áapenas ao seu compan)eiro e será este que o contará muitas 'e5es comoexemplo, para lou'or de eus e recomenda;ão dos santos.

    O) bem#a'enturada cela exgua onde ame8a tal esplendor de inteligHnciaU

    O) salutares entra'es que contribuem tanto 6 li're contempla;ão dos /7usU

    O) tenta;ão ben7ca, que o inimigo quer le'ar 6 queda e que 8orra, com aassistHncia di'ina, em triun+o da +or;a 'itoriosa na lutaU

    O) pro'as mani+estas e consumadas dos m7ritos da sua 'ida e da suasantidadeU Aguerrido na sua sensibilidade e lutador indomá'el, ele não podeser amolecido pelas delcias nem quebrado pelas a+rontasU

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    O) atleta 'iril e soldado triun+anteU 0le submete o antigo e ser'il demPnio,consegue uma 'it4ria insigne num tão di+cil combate e mostra#se digno dacoroa em todos os outrosU

    O) bem# a'enturado peregrino e )4spede do s7culo, tu conquistas o ttulode cidadão do /7u e mereces, por dispensa di'ina, 'er os seus concidadãos,tu que a sociedade dos An8os não renega quando estás cingido decastidade, tu digno de um An8o pela tua pure5a enquanto de bates na Terrapela tua 'irgindadeU

    O 8o'em santo 7 entregue 6 sua ordem/omo tudo isto de'ia acontecer por disposi;ão di'ina, como ele não de'iaser abandonado pelos seus con+rades a quem tin)a sido arrancado, comonuma tão +orte tenta;ão ele go5ou do socorro di'ino, como uma di'inapro+ecia prometia que ele seria um dia entregue 6 sua Ordem, por todasestas ra5Les, o pr4prio +rei João de S. iuliano em pessoa não )esitou em'isitá#lo na sua prisão, tanto ou'ia +alar da sua const3ncia na luta edisciplina de costumes.

    0ste re'erendo padre, animado do mesmo amor com que o recebeu naOrdem, mant7m no seu esprito a esperan;a de o 'er um dia de'ol'ido aosCregadores.

    Vs escondidas, le'a'a 'estidas as tRnicas que despindo no seu quarto l)e

    deixa'a, para que o 8o'em não so+resse demais no seu corpo, ele a quem tal'irtude con+orta'a mentalmente.

    Fec)ado assim durante dois anos, Tomás mostrou a const3ncia espiritualque será a da sua 'ida +utura. A sua mãe atentamente compreendeu quede'ia cumprir em seu l)o a predi;ão do eremita inspirado do 0spritodi'ino. 0la temia menos a+rontar a perse'eran;a do seu l)o do que aCro'idHncia di'ina. /om prudente dissimula;ão, a8udou#o a descer ao longode uma corda pela 8anela do castelo. Os +rades, pre'enidos, recebem#no

    com alegria e condu5em#no a 1ápoles.*ou'am o Sen)or por ter recuperado Jos7 que, como ele, tin)a o esprito deinteligHncia e compreendia mel)or que os sábios do 0gito. Todos oconsideram instrudo pela prisão como se ti'esse estudado continuamenteas disciplinas escolares (Tocco c. III#II&.

    -etrato>uanto 6 disposi;ão natural do seu corpo e do seu esprito, 8á dissemos que

    era grande de corpo, de uma estatura alta e direita, que respondia 6 retidão

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    da sua alma. 0ra louro como o trigo, indcio do seu temperamento bemequilibrado. Tin)a uma cabe;a grande como exigem os 4rgãos per+eitos epedem as +aculdades sens'eis ao ser'i;o da ra5ão. O cabelo era um poucoraro (Tocco c. III&.

    Os colegas ac)a'am que o 0sprito Santo esta'a 'erdadeiramente com ele,porque ele tin)a sempre com cara alegre, doce e a+á'el, e inspira'a alegriaem todos os que o 'iam (Tocco c. I&.

    A mãe do seu s4cio, -eginaldo, contou tamb7m que =quando Tomás passa'anos campos, o po'o que esta'a ocupado a trabal)ar a terra abandona'a osseus trabal)os e precipita'a#se ao seu encontro, admirando a estaturaimpressionante do seu corpo e a bele5a dos seus tra;os )umanos. 0les iam6 sua +rente, mais por causa da sua bele5a do que por causa da suasantidade de 'ida ou nobre5a de origem@ (*aurent ($2%& =Mn l7gendier

    dominicain peu connu@, Analecta Bollandiana "E, !E#2G, p.2:&.

    O boi mudoesde que c)egou a Mni'ersidade, ou'indo mestre Alberto ensinar com umensino de tal pro+undidade e originalidade, o 8o'em alegrou#se por ter enmencontrado um tesouro capa5 de saciar o seu dese8o. Cara mani+estar quec)egara ao m da sua busca, ele mante'e#se espantosamente silencioso,assduo ao estudo e +er'oroso na ora;ão, memori5ando interiormente tudo o

    que transmitirá depois no seu ensino. Crotegido pela sua admirá'elsimplicidade recebia sem rudo as li;Les ensinadas pelo 9estre e in+undidaspela miseric4rdia di'ina. Os seus condiscpulos deram#l)e então a alcun)ade o boi mudo, ignorando que mugidos o seu ensino em bre'e daria. O seumutismo exterior tornou#se eloquente em pensamento, para seu grandegan)o e bene+cio de todos. /alando#se, ele não +oi pre8udicado pornen)uma pala'ra exterior e adquiriu assim mais rapidamente os )ábitos daciHncia.

    /omo progredia assim em silHncio, todos ignora'am o seu a'an;o. 9estreAlberto come;ara a explica;ão do Tratado =os 1omes i'inos@ de Sãoionsio e o nosso discpulo escuta'a com a maior aten;ão.

    Ignorando a potHncia intelectual que se escondia nele, um colega te'ecompaixão dele e propPs#l)e ama'elmente re'er com ele a li;ão. Tomásaceitou e agradeceu )umildemente. Ora este tutor bem intencionadoenganou#se logo desde o princpio do estudo e +rei Tomás, tendo por assimdi5er recebido de eus autori5a;ão para se exprimir, apresentou claramente

    a li;ão e completou#a, 8untando muitas coisas que não tin)am sido ditas

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    pelo 9estre. /)eio de admira;ão, o colega pediu#l)e que passassem a re'er 8untos as li;Les para progredirem mutuamente. Tomás aceitou, mas nacondi;ão de ele não o re'elar a ningu7m, para poder continuar na suadiscreta simplicidade.

    O condiscpulo concordou, mas depois censurou#se gra'emente por guardarsilHncio. /onou ao mestre de estudantes ter descoberto em Tomás umtesouro insuspeito de sabedoria. 0ste, escondendo#se na sala onde elesestudam, descobre, com grande satis+a;ão, muito mais do que tin)a ou'idodo estudante e apressou#se a indicar o aluno a 9estre Alberto, para suaalegria.

    Alberto debateu um dia uma questão di+cil e +rei Tomás redigiu umapontamento da aula. Cor acaso, um estudante encontrou#o no c)ão 8unto 6sua cela e mostrou#o com alegria ao 9estre de estudos que a leu. 0ste

    lou'ou este +urto +eli5 e pensou que de um silHncio tão persistente e de umcomportamento tão simples e transparente não podia deixar de germinarqualquer coisa de grande no segredo da ra;a. 0ncarregou então o 9estre a

     Tomás de responder, no dia seguinte diante de todos, a uma questãomuitssimo di+cil, o qual, embora pela )umildade não o quisesse +a5er, o+e5, toda'ia, pela obediHncia. irigiu#se então ao seu lugar )abitual deora;ão e recomendou#se )umildemente a eus com 'ista a passar esteprimeiro exame escolar com a a8uda di'ina, preparando#se para a pro'a dodia seguinte.

    /)egado o momento Tomás +a5 preceder os argumentos de uma distin;ãoque respondia inteiramente 6 questão. O 9estre di5#l)e =Frei Tomás, tupareces#me tomar não o papel do interlocutor, mas de pro+essor@. 0 esterespondeu com re'erHncia< =9estre, não 'e8o como abordar este problemade outra +orma@. Alberto conrmou então< =a tua distin;ão resol'ee+eti'amente a questão@, mas acrescentou#l)e quatro no'os argumentostão di+ceis de serem respondidos que pensou com isto tin)a colocado aconclusão 6 questão. Frei Tomás respondeu#l)es amplamente e 9estreAlberto +oi tomado por um sopro pro+7tico para di5er< =14s c)amamos aeste 8o'em de boi mudo, mas ele ainda dará taman)o mugido na doutrinaque soará em todo o mundo@. 0sta pro+ecia está )o8e reali5ada< o seuensinamento está di+undido entre os 7is do mundo inteiro e a Igre8a 7ensinada pelas suas pala'ras.

    Apesar de tal sucesso escolar, o 8o'em, enrai5ado na )umildade de cora;ão,não caiu no orgul)o espiritual. 1ão mudou nada 6 simplicidade dos seus)ábitos e conser'ou o mesmo modo de 'ida, antes como depois. 1o

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    entanto, o 9estre submete#l)e a partir de então todas as diculdadesescolásticas e ele resol'e#as mel)or que todos.

    0m seguida, Alberto abordou as questLes da Wtica de Arist4teles. Frei Tomásanotou conscienciosamente as li;Les do 9estre e redigiu#as com uma penaeloquente, pro+unda e subtil, como que para ornamentar a +onte de taldoutor, que ultrapassa em saber toda a sua gera;ão. Foi bem o modo dadi'ina Cro'idHncia, permitir assim a Tomás de se mani+estar e +alar porocasião da leitura do li'ro dos =1omes i'inos@. O pr4prio eus l)e o+erecea oportunidade de esclarecer a doutrina dos Seus nomes desde essa leitura,e de aper+ei;oá#la at7 ao m da sua 'ida. 9esmo no momento da morte, elenão se cala e continua a escre'er. (Tocco c. III&.

    Obten;ão do grau de doutor

    A 'isão que te'e quando +oi +eito mestre em Teologia>uando o tempo de estudo se esgotou +rutuosamente, c)egou o momentoem que os bac)ar7is em teologia de'iam ser apresentados ao c)anceler dauni'ersidade de Caris. Adiantando#se ao perodo regulamentar, o c)ancelerpediu ao prior dos Cregadores de Caris para +a5er saber de sua parte a +rei

     Tomás que ele se de'ia preparar para receber o magist7rio em Teologia,sem respeitar a ordem de antiguidade, que de'ia ter +eito passar outrosantes dele.

    O 8o'em protestou )umildemente, in'ocando a sua +alta de con)ecimentose a sua idade. 9as ele não se pPde escusar ao regulamento que o obriga'a6 obediHncia. 0ntão, aceitando )umildemente a carga que l)e era imposta,dirigiu#se ao lugar onde tin)a o costume de re5ar e, prostrado no c)ão,pediu a eus, c)orando, que l)e concedesse a gra;a e a ciHncia necessáriaspara receber e exercer o magist7rio, dado que 0le 8á o tin)a coberto degra;as apesar da sua indignidade. /ome;ou a re5ar o salmo< =Socorro,Sen)or, não )á quem se8a el, a lealdade desapareceu de entre os )omens@

    (Sl ! (&, !&.epois de ter re5ado e c)orado muito tempo, adormeceu.

    0 eis que um mensageiro do /7u, um 'el)o e 'enerá'el +rade da suaOrdem, l)e +oi en'iado, que l)e di5< =Frei Tomás, porque re5ais a eus comestas lágrimas?@. 0 ele respondeu< =Corque o cargo do magist7rio, para aqual a min)a ciHncia 7 insuciente, me +oi imposto, e não sei o que 'ouapresentar como li;ão inaugural@. O 'el)o disse#l)e< =0is que +ostesatendido. Aceitai o cargo do magist7rio, porque eus está con'osco. Cara a

    'ossa li;ão, eis o que de'eis expor< X-egas os montes desde as tuas altas

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    moradasN com o +ruto das tuas obras será saciada a terra (Sl %2(%:& :&@./om estas pala'ras, +rei Tomás acordou e deu gra;as a eus, que o tin)aatendido tão rapidamente. 0 estas pala'ras não constituram apenas o temada sua primeira li;ão, mas indicaram bem a excelHncia de toda a sua obra,pois, gra;as ao que ele recebeu das montan)as da contempla;ão di'ina,

    saciou toda a Igre8a das c)u'as da sabedoria, como um campo c)eio dasemente di'ina (Tocco c. II&.

    ida uni'ersitáriaumildadeCara +alarmos das suas 'irtudes, comecemos pela sua )umildade, na qualresumimos o principal, porque ela dá incremento a todas as 'irtudes.

    A prop4sito da sua )umildade, conta#se que o nosso doutor di5ia, na pure5ado seu cora;ão< =ou gra;as a eus de não ter tido nunca, em ra5ão damin)a ciHncia, do alto da min)a cátedra de mestre, em nen)um momentoda min)a ati'idade pro+essoral, um mo'imento de 'ão orgul)o que ten)aele'ado a min)a alma da sede da )umildade. 0 se um primeiro mo'imento'eio a+etar a min)a ra5ão, eu imediatamente o reprimi, recorrendo ao 8u5oda mesma ra5ão@. 0le não poderia nunca ter ele'ado o seu esprito a essasalturas sublimes, se não ti'esse, como +undamento da sua )umildade,deixado de lado todas as preocupa;Les )umanas. Corque esta'a consciente

    de ter a sua ciHncia de eus, que l)e tin)a concedido. 0le não podia poisconceber na sua alma um culpá'el sentimento de 'ã gl4ria. 0le sabia, pelocontrário que, em cada dia, a 'erdade di'ina aua a ele.

    A simplicidade do seu comportamento era um sinal da sua )umildade, oreexo do interior da sua alma. >uando o admirá'el doutor descia doscumes da contempla;ão das coisas di'inas para as coisas )umanas, o seutrato era tão +ácil e a sua con'ersa tão agradá'el, que mostra'a claramenteque seguia o exemplo de /risto, de que tin)a tido o pri'il7gio de con)ecer a

    'ida pela contempla;ão, e depois a ensinar pela prega;ão. Corque ele nãopoderia ter obtido de eus tanta ciHncia se não ti'esse na sua 'ida seguidoas suas li;Les de )umildade (Tocco c. &.

    O ser'i;o do +rade apressadoAcerca desta notá'el )umildade di5#se que, quando o dito doutor esta'a nocon'ento de Bolon)a, tin)a o costume de andar em contempla;ão so5in)opelos claustros. 0ntão um certo irmão de outro con'ento, que não con)eciao doutor, 'eio a Bolon)a e pediu e obte'e licen;a do prior para le'ar o

    primeiro +rade que encontrasse para o a8udar num assunto seu na cidade.

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    0ncontrou Frei Tomás e disse#l)e< =Bom +rade, o prior manda que 'en)ascomigo@. 0 ele, inclinado a cabe;a, seguiu#o. 1o camin)o, como Tomás nãoconseguia andar depressa, o seu compan)eiro ral)a'a#l)e e ele)umildemente pedia desculpa.

    Os cidadãos, que o con)eciam, estran)aram que um doutor tão importanteseguisse um +rade de baixa condi;ão, o que era muito surpreendente.Censando que isso se de'esse a um erro, disseram ao +rade quem eraaquele que o seguia. 0le então pediu muita desculpa a Tomás, pela suaignor3ncia. Os cidadãos, 8untaram#se 6 'olta do 9estre com respeito einterrogaram#no sobre este notá'el exemplo de )umildade. 0le respondeu#l)es então que a 'ida religiosa não se pode seguir senão na )umildade, pelaqual o )omem se submete ao )omem por amor de eus, tal como eusobedeceu ao )omem por amor do )omem (Tocco c. &.

    /ontro'7rsia com o +ranciscano João de CecYamMm outro exemplo de )umildade, sinal da per+ei;ão do nosso doutor, +oi#nosrelatado pelo testemun)o 'erdico dos que esta'am com ele em Caris.

    Mm religioso tin)a de se apresentar 6 tarde diante do c)anceler com 'ista aobter o magist7rio, segundo o costume. Vs questLes que l)e eramcolocadas, o candidato respondeu sustentando uma opinião contrária 6'erdade que +rei Tomás tin)a determinado nos seus cursos. 0ste reagiu comuma grande paciHncia, sem 'er pre8u5o no +ato de ser contradito por ummestre ainda no'i;o. 9agn3nimo, não +e5 caso do despre5o que l)e eraassim testemun)ado. /om a alma tranquila e o 'erbo sereno, ele 'oltou aocon'ento com os compan)eiros da sua Ordem.

    9as os estudantes e o compan)eiro de Tomás, não podendo tolerar aa+ronta que tin)a sido +eita ao seu mestre, disseram#l)e< =9estre, n4s +omosgra'emente o+endidos na 'ossa pessoa. 0ste mestre não de'ia ter idocontra a 'ossa opinião, e '4s não de'eis ter suportado esta a+ronta empresen;a de todos os mestres de Caris@.

    O mestre, sereno nas suas pala'ras, e ainda mais na sua alma, respondeu#l)es< =Fil)os, pareceu#me que este no'o mestre de'ia ser poupado duranteo seu exame, e não ser con+undido diante de todos os mestres. 0u nãodu'ido da min)a doutrina porque um mestre a contradisse, quando a ten)osolidamente +undada, com a a8uda de eus, sobre as autoridades dossantos e sobre raciocnios con+ormes 6 'erdade. 9as se os irmãos 8ulgam deoutra +orma, aman)ã eu poderei suprir o que )o8e não 5@.

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    1o dia seguinte, +rei Tomás e os seus estudantes encontraram#se com osoutros no palácio de sua eminHncia o bispo, para a cerimPnia. /omo ocandidato repetia as mesmas questLes e as mesmas respostas sem l)es darcorre;ão, +rei Tomás disse com a maior das modera;Les< =9estre, a 'ossaposi;ão não pode ser sustentada sem despre5o pela 'erdade, porque ela

    contradi5 o conclio de ... Crecisais de mudar de opinião, se não quereisestar em desacordo com esse conclio@. 0ntão o candidato pPs#se a +ormularo seu pensamento de outra +orma, mas sem mudar de opinião. 0 o doutorinter'eio de no'o e tornou a opor#l)e o texto do conclio. Acabou porcondu5i#lo a con+essar o seu erro e a pedir )umildemente ao doutor que l)e5esse con)ecer mais pro+undamente a 'erdade. Frei Tomás disse#l)e<=Agora, +alais bem@, e ensinou#l)e o que se de'ia de+ender como 'erdade.

     Todos os mestres admiraram a calma do seu esprito e da sua atitude. 0letin)a, de +ato, con+rontado um ad'ersário da mesma +orma como teria

    ensinado um aluno (Tocco c. I&.

    -ecusa das )onras eclesiásticasZ>uando esta'a moribundo, o bom doutor não esquecia o seu discpulo equeria consolá#lo. Frei -eginaldo tin)a re'elado ao mestre uma das causasda sua triste5a< ele tin)a esperado que no conclio de *ião onde ele sedirigia, o doutor l)e 'isse atribuda qualquer distin;ão importante, que)onraria a Ordem e acrescentaria 6 gl4ria temporal da sua +amlia.U 0ntão osanto doutor, que sempre se tin)a contentado apenas com o amor da di'ina

    sabedoria, acima do mundo e muito para lá de toda a )onra temporal, di5#l)e< =9eu l)o, não 'os inquieteis disso. 0ntre outros dese8os, pedi a eus eobti'e, pelo que *)e dou muitas gra;as, de me tirar desta 'ida no estado de)umildade onde me encontro, sem que qualquer autoridade me atribua umadistin;ão que mudasse este estado. 0u poderia progredir ainda em ciHncia eser Rtil aos outros pela doutrina, mas agradou a eus, segundo umare'ela;ão que me +e5, de me impor silHncio, pondo m ao meu ensino.Corque 0le quis, como sabeis, re'elarme o segredo de um con)ecimentosuperior. W por isso que, a mim indigno, eus concedeu mais que aos outrosdoutores, que permaneceram mais tempo nesta 'ida, para que eu sassemais depressa que os outros desta 'ida mortal, e que entre, serenado, na'ida eterna. 0stai pois tranq[ilo, meu l)o, que morro seguro de todas ascoisas.\ (Tocco c. *III&

    istra;ão

    A distra;ão de S. Tomás de Aquino era +amosa. 9Rltiplas )ist4rias a pro'am.9ergul)ado em medita;ão ou na ora;ão, o santo era capa5 de car al)eio a

    tudo 6 sua 'olta. Alguns casos curiosos são citados na sua biograa

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    A 'ela e a mão

    Z0stando no seu quarto, enquanto dita'a a sua Suma sobre os tratados da Trindade, com uma 'ela na mão, disse ao seu secretário. =O que quer me'e8as acontecer, não me c)ames@. 0 enquanto mergul)a'a na suacontempla;ão, a 'ela +oi consumida ao m de uma )ora, de tal maneira quea c)ama atingiu os seus dedos< 9as ele não a sentiu, apesar de ela estarlongamente em contato com os dedos. Suportou o +ogo at7 6 sua extin;ãosem +a5er o menor mo'imento.\ (Tocco c. *II&

    0squecia de comer

    Z]-eginaldo de Ciperno, o +rade compan)eiro e secretário^ não ser'ia s4como discpulo +ace ao mestre, de l)o +ace ao pai, mas como de'oto +aceao santo. e'ia sem cessar cumprir o papel de ama, de'ido 6 abstra;ão

    quase constante do seu esprito e das +req[entes Hxtases que le'a'am asua alma ao c7u. 0ra preciso apresentar#l)e a comida necessária 6subsistHncia enquanto esta'a assim absor'ido e pPr diante dele o que elede'ia comer, am de que ele não tomasse por erro, na sua abstra;ão,qualquer coisa de perigoso.\ (Tocco c. *III&

    V mesa de S. *us

    ZA prop4sito desta abstra;ão mental e desta contempla;ão, mara'il)osas einauditas, conta#se que uma 'e5 que S. *us, rei de Fran;a, o tin)a

    con'idado para a sua mesa, ele desculpou#se )umildemente, por ra5ão dotrabal)o que representa'a a Suma de Teologia, que esta'a a ditar nessaaltura. 9as o rei e o prior do con'ento de Caris obti'eram do mestre, tão)umilde como sublime na contempla;ão, que ele se inclinasse diante da sua'ontade. 0le deixou o seu estudo e, guardando no seu esprito ospensamentos que tin)a +ormado quando esta'a na sua cela, +oi ter com orei. >uando esta'a sentado 6 mesa, uma 'erdade da +7 +oi#l)e de repentedi'inamente inspirada. 0ntão bateu na mesa com o pun)o di5endo< =esta

    'e5 7 que está arrumada a )eresia dos maniqueusU@. 0ntão o prior disse#l)etocando#l)e< =Tomai cuidado, mestre, pois estais na mesa do rei de Fran;a.@0 puxou#l)e 'iolentamente a capa, para +a5H#lo sair da sua abstra;ão.

    Z0ntão o mestre, parecendo recuperar os sentidos, inclinou#se diante dosanto rei pedindo#l)e que l)e perdoasse de ter tal distra;ão 6 mesa real. Orei cou admirado e edicado pela conduta do mestre, pois este, quepertencia 6 nobre5a, podia ter#se deixado encantar pelo con'ite real e ter#sedistrado da sua contempla;ão. 1o entanto, +oi a abstra;ão do esprito que odominou, a ponto que os seus sentidos não conseguirem +a5er descer o seu

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    esprito das alturas onde se encontra'a durante a re+ei;ão. O santo rei +oisucientemente a'isado para não deixar perder a medita;ão que tin)aassim absor'ido o esprito do nosso doutor. /)amou então o seu secretário,para registrar por escrito, na sua presen;a, o que o doutor guarda'a nosegredoembora nada se perdesse na mem4ria do doutor daquilo que l)e era

    in+undido pelo 0sprito Santo_ para que ele o conser'asse.\ (Tocco c.*III&Anestesia especial

    ZA abstra;ão mental do nosso doutor era tão grande que l)e acontecia nãosentir as +eridas corporais. Mm dia em que, por ordem do m7dico, tin)am del)e +a5er uma cauteri5a;ão na perna, ele disse ao compan)eiro< =i5ei#mecom antecedHncia quando c)egará aquele que 'ai aplicar o +ogo@. 1omomento do tratamento, ele preparou#se estendendo a perna na cama ondede'ia receber a cauteri5a;ão, e depois se ele'ou ntal abstra;ão que não

    sentiu nem a aplica;ão do +ogo nem o caut7rio. A pro'a +oi que ele não semexeu absolutamente nada no leito onde tin)a estendido a perna. (...& amesma +orma, em Caris, cada 'e5 que tin)a de suportar uma sangria, 'ia#seele +a5er de tal maneira que se separa'a dos sentidos pela contempla;ão doseu esprito, antes do cirurgião c)egar para abrir as 'eias. 0ste, que assimcorta'a a 'eia sem qualquer diculdade, não podia atingir a imagina;ão dosanto doutor, que ele encontra'a completamente desligada dos seussentidos. Ora o nosso doutor era extraordinariamente sens'el e as +eridas+sicas não deixa'am de perturbá#lo. Cor isso l)e +oi permitido, por ummilagre di'ino, 'i'er num corpo sens'el, mas poder estar por 'e5es serinsens'el 6 dor.\ (Tocco c. *II&

    -ecep;ão a um cardeal

    ZFrei -amond Wtienne conta um +ato muito semel)ante, que ele soube doarcebispo de /ápua, que +oi discpulo do nosso doutor.

    ZMm cardeal que era então legado no reino e que tin)a ou'ido sobre o

    nosso doutor todos estes +atos admirá'eis e outros ainda, disse aoarcebispo< =>uereis ordenar que ten)amos uma con'ersa particular, essemestre e eu?@ /on'ocado, o mestre desceu do seu estudo, continuando nasua abstra;ão. 0les esperaram longamente que ele sasse desse estado. erepente, o nosso doutor mostrou uma cara que re'ela'a a alegria da suaalma e disse< =Aqui estáU 0ncontrei o que procura'aU@ /omo ele nãomostra'a nen)um sinal de re'erHncia a seu respeito, o cardeal come;a'a amostrar irrita;ão de o 'er assim. O arcebispo disse#l)e então< =Sen)or, não'os espanteis. 0le está +req[entemente tão absor'ido que não +ala,

    quaisquer que se8am as pessoas diante das quais se encontraU@ 0 puxou#l)e

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    'iolentamente pela capa. 0ntão o nosso doutor, parecendo acordar do sonoda contempla;ão, e 'endo que esta'a na presen;a de tão altos prelados,inclinou#se respeitosamente diante do sen)or cardeal e pediu#l)e que l)eperdoasse por ter estado absor'ido tanto tempo e não l)e ter prestado as)onras que l)e eram de'idas. /omo eles l)e perguntassem por que ra5ão

    ele tin)a mostrado uma cara tão radiosa durante a sua abstra;ão, elerespondeu< =0ncontrei um belo argumento para uma questão sobre a quallongamente reeti< o 8Rbilo que mostrei reetia a alegria da min)a alma@\(Tocco c.*III&

    Sucesso nas aulas

    =Os estudantes apressa'am#se tão numerosos aos seus cursos que os locaismal conseguiam conter todos os 8o'ens que atraa e incita'a ao estudo oensino de um tão grande mestre. 0ste ensino claro e luminoso +e5

    desabroc)ar numerosos mestres, tanto religiosos como seculares, gra;as 6+orma de ensinar concisa, lmpida e ligeira.@ (Tocco c. III&.

    orário

    Z/ada dia, +rei Tomás celebra'a missa logo de man)ã5in)a na capela de S.1icolau. Outro padre l)e sucedia imediatamente que celebra'a por sua 'e5.epois de ou'i#la, ele deixa'a as 'estes ]sacerdotais^ e da'a logo os seuscursos. Mma 'e5 acabados estes, ele pun)a#se logo a escre'er e a ditar a

    'ários secretários. epois comia, 'olta'a 6 sua cela onde 'aguea'a pelascoisas di'inas at7 ao momento do repouso. epois do repouso recome;a'aa escre'er e era assim que ele ordena'a a eus toda a sua 'ida\(Bartolomeu de /ápua em Crocessus canoni5ationis S. T)omae, 1eapoli GG,citado em T. :"D&

    itar enquanto dormia

    Z/onta um dos seus secretários, 0'en ar'it), um bretão da diocese de Tr7guier que, depois de ter ditado a ele e dois outros secretários que tin)a,

    acontecia#l)e, +atigado pelo es+or;o do ditado, colocar#se em posi;ão derepouso, mas continuando a ditar mesmo a dormir. O re+erido secretárioredigia por escrito o que ou'ia da sua boca adormecida, continuando amat7ria que antes escre'era enquanto ele dita'a acordado. 0ra como se'isse a sua alma administrar no corpo as +or;as sensiti'as e libertar asintelecti'as do peso da carne, para poder di5er< =0u durmo, mas o meucora;ão 'igia@ (/t ", !&, pois mesmo enquanto dormia, o seu 4cio era'igilante na contempla;ão de eus\ (Tocco c.III, n`%%&

    Segredo de S. Tomás

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    ZTemos da boca de +rei -eginaldo, seu compan)eiro, o que ele pPdeobser'ar e guardou segredo durante a 'ida do nosso doutor. 0ste +radecontou#o depois da morte do mestre, quando regressou 6 abadia deFossano'a e tin)a retomado o seu ensino onde o tin)a interrompido. 0ra,com e+eito, leitor no con'ento de 1ápoles.

    ZIrrompendo em solu;os, disse =Irmãos, o meu mestre tin)a#me proibido dere'elar durante a sua 'ida os prodgios aos quais eu tin)a assistido e, entreestes, a sua ciHncia, admirá'el entre todas, que ele obtin)a não apenas pelasua inteligHncia )umana, mas pelos m7ritos da sua ora;ão. /ada 'e5 quequeria estudar, disputar, ler, escre'er ou ditar, ele come;a'a por se retirarno segredo da ora;ão, e re5a'a, ban)ado em lágrimas, para descobrir ossegredos di'inos. 0 pelos m7ritos da sua ora;ão, saa instrudo, com aresposta 6s questLes sobre as quais antes se interroga'a. 0 se alguma

    dR'ida surgia antes de regressar ao seu orat4rio, pun)a#se a re5ar, e o queera obscuro torna'a#se claro, por um milagre di'ino@ (...&

    ZOs seus secretários re'elaram igualmente que, enquanto escre'ia o/omentário 6s 0pstolas do bem#a'enturado Caulo, em Caris, e queencontra'a diculdades na exposi;ão literal de uma passagem, elemanda'a#os embora e +ec)a'a#se s4 na sua c7lula. Crostrado com a cara naterra, inunda'a o c)ão das suas lágrimas, at7 que, pelos m7ritos de S.Caulo, seu intermediário 8unto de eus, o sentido desse texto se#l)e torna'aper+eitamente claro. /)ama'a então os seus secretários que come;a'am aescre'er aquilo que eus l)e tin)a querido re'elar. 0ra então que eles 'iamque o lugar onde se tin)a prostrado para re5ar esta'a inundado delágrimas\ (Tocco c. &.

    0xecutor testamentário

    Zispomos aqui de alguns dados )istoricamente bem atestados. A % deSetembro de !G!, o rei /arlos I +a5ia saber ao Administrador dos bens da/oroa que +rei Tomás de Aquino tin)a sido designado pelo seu cun)ado,

    -oger dquila, conde de Traetto, como seu executor testamentário. A estettulo, outro documento datado de !% de Setembro, encarrega'a#o dedistribuir pelos )erdeiros, segundo as instru;Les do de+unto, 'ários tipos debens< mulas, 8umentos, potros, selas, tRnicas, samarras, trigo, etc. Algunsdias mais tarde, a ! de Outubro, o rei escre'e de no'o ao mesmoAdministrador que as instru;Les deixadas por -oger pre'iam que Tomáscasse encarregado de restituir as terras que o de+unto se tin)ain8ustamente apropriado e que, para outras restitui;Les, ele se podia ser'irdos rendimentos dos moin)os de Scauri. 0le esta'a pois autori5ado a

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    guardar esse din)eiro at7 que essas opera;Les ti'essem terminado e os+uncionários da /oroa não de'iam criar obstáculos 6 sua tare+a (...& /omo setrata'a de um grande do reino, o rei tin)a 8á conado a tutela dos quatrol)os ao =9estre Crocurador da Terra de *a'oro@ mas, por ra5Les +acilmentecompreens'eis, +rei Tomás pre+eria que esse cargo casse na +amlia. Foi

    pois procurar o rei em /ápua e obte'e dele que a tutela +osse conada a-oger de Sanse'erino, conde de 9arsico, o seu outro cun)ado, que aexerceu con8untamente com Adelásia, a mãe das crian;as.\ (Torrell p. 2%:#2%2&/onsel)os de S. Tomás.

    Z0mbora +osse estran)o, num grau espantoso, aos assuntos temporais epro+anos, ele que esta'a inteiramente 'irado para as coisas di'inas, dirigia,quando l)e pediam, as suas +aculdades de reexão para as decisLes atomar no exerccio dos assuntos temporais. 0 da'a então consel)os tão

    a'isados e tão Rteis que se diria para isso ter requerido a opinião de eus.iramos, com e+eito, que ele tin)a como que miraculosamente sob os ol)ostodas as regras que presidem 6 decisLes e a;Les )umanas\ (Tocco c. &

    S. Boa'entura e o O+cio do /orpo de eus

    ZTestemun)a da grande5a do seu trabal)o tamb7m 'eio de outros grandessantos, como S. Boa'entura. Tendo#l)e tamb7m sido encomendado pelaSanta S7 que escre'esse um o+cio para a +esta do /orpo de eus, ao lerapenas uma página dos es+or;os de Tomás, imediatamente tomou a sua

    obra (certamente tamb7m uma grande obra#prima& e queimou#a diante deS. Tomás. >uando o espantado Tomás l)e perguntou =9as por quH?@, elerespondeu, =Corque não quero ter na min)a consciHncia, Tomás, que poderiaser um obstáculo entre o mundo e isto\ (/)egidden ($$E&&

    /arta do papa castigando o bedel

    Z0xiste ainda )o8e nos arqui'os da Mni'ersidade de Caris uma carta de !Dde Jun)o de !"$ que o papa Alexandre I escre'eu ao bispo de Caris,

    -enaud de /orbeil, pedindo#l)e que castigasse se'eramente o bedel uillotda na;ão picarda (um dos grupos da uni'ersidade&. 0ste, no omingo de-amos anterior atre'era#se a interromper mestre Tomás quando esteprega'a ao po'o. O papa impun)a penas se'eras, exigindo a excomun)ão,perda de salário e a expulsão da +un;ão de bedel. Carece que a pena não +oiaplicada, porque sabemos que ele continuou em +un;Les. Aliás, isso de'eter sido +acilitado pelo +ato de poucas semanas depois S. Tomás ter deixadoCaris e partido para Itália.\ (Torrell p.%2&.

    O boi 'oador

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    ZOs no'i;os são sempre no'i;os. Tin)am#l)e dado a alcun)a de =o boi mudoda Siclia@. (...& Crega'am#l)e partidas, brincando com a sua calmaimperturbá'el e a sua conan;a imediata. S4 uma 'e5 ele respondeu.

     Tin)am gritado 6 sua 8anela< =Frei Tomás U Frei Tomás U en)a 'erdepressa ... um boi a 'oar U@. Obedientemente, ele 'eio 6 8anela, para ser

    recebido 6 gargal)ada. =AcreditouU AcreditouU CalermaU CalermaU@. 0 Tomásdisse imperturbá'el< =Crero acreditar que um boi pode 'oar do que umominicano possa mentir@. 0 o riso acabou.\ (de Ko)l p. $$&.

    O dente sup7ruo

    Zi5#se que quando o nosso doutor esta'a em Caris e de'ia, no dia seguinte,determinar diante da uni'ersidade uma questão que ele tin)a disputado na'7spera, se le'antou durante a noite para re5ar como de costume.Apercebeu#se então que tin)a acabado de l)e nascer na boca um dente

    sup7ruo que o incomoda'a considera'elmente ao +alar. Inquieto, deu partedisso ao seu compan)eiro. /omo a )ora era pouco propcia para obter umrem7dio, este sugeriu que se anunciasse no dia seguinte 6 uni'ersidade queo mestre tin)a um impedimento e não podia de +orma nen)uma pronunciara sua determina;ão. 0 poderia então c)amar#se algu7m para arrancar odente com um instrumento de +erro. 9as o doutor, que pensa'a na con+usãoque isso pro'ocaria 6 uni'ersidade e nos perigos que poderiam sobre'ir daextra;ão do dente, disse ao seu compan)eiro< =1ão 'e8o outro rem7diosenão conar#me 6 di'ina Cro'idHncia@. 0 dirigiu#se ao lugar ondecostuma'a re5ar. -e5ando e c)orando longamente, ele pediu o bene+ciodese8ado e entregou#se 6 di'ina Cro'idHncia. 0nquanto re5a'a com +er'or,eis que, sem a menor dor e 'iolHncia, ele tira +acilmente o dente sup7ruocom uma simples pressão da mão. O nosso doutor cou completamenteliberto deste obstáculo 6 pala'raU

    Z/omo lembran;a deste bene+cio da miseric4rdia di'ina, ele trouxe consigodurante muito tempo o dente. O esquecimento, que +a5 nascer a ingratidão,não a +e5 desaparecer do seu esprito, e a conan;a na sua ora;ão, quetin)a sido tão rapidamente atendida, tornou#se cada 'e5 maior.\ (Tocco c.*I&.

    A discussão dos +rades

    ZMm dia dois +rades come;aram a discutir no con'ento. >uando acabaram,um deles +oi ter com +rei Tomás e explicoul)e a sua posi;ão. Tomás, ou'indopacientemente, respondeu< =Tem ra5ão, irmão. Tem mesmo muita ra5ã[email protected] a pouco 'eio o outro +rade e explicou#l)e as suas ra5Les, in'ersas 6s do

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    primeiro. Tomás, ou'iu tamb7m pacientemente e no m respondeuigualmente< =Tem ra5ão, irmão. Tem mesmo muita ra5ãoU@.

    ZMm terceiro +rade que assistia 6 cena, +oi ter com +rei Tomás e disse#l)e.=/omo 7 isso, +rei Tomás?U eio um dos nossos irmãos di5er#l)e uma coisa, eo +rei di5#l)e que ele tem ra5ão. em depois o outro di5er#l)e o contrário, e+rei Tomás di5#l)e que ele tamb7m tem ra5ão. /omo pode ser isto?@ Frei

     Tomás ou'iu#o ainda pacientemente e no m respondeu< =Ol)e, meu irmão,tamb7m tem ra5ão. Tem mesmo muita ra5ãoU@\

    As )omlias de /ris4stomo

    Z/onta#se a este prop4sito que um dia, quando ele 'in)a com os seusestudantes de Saint#enis, onde tin)a ido 'er as relquias dos santos e asanta abadia dos monges, e quando 'ia a cidade de Caris tão pr4xima, os

    estudantes disseram#l)e< =9estre, 'ede como 7 bela a cidade de CarisUostareis de ser dono dela?@. 0les espera'am assim ou'ir da sua boca umapala'ra edicante. 0le respondeu< =Cre+eria antes ter as )omlias de S. João/ris4stomo sobre o 0'angel)o do bem#a'enturado 9ateusU Se esta cidademe pertencesse, ela a+astar#me#ia, pelas preocupa;Les da suaadministra;ão, 6 contempla;ão das coisas di'inas e +aria obstáculo 6consola;ão da min)a alma@\ (Tocco c.*II&

    9ilagres

    -ebocar um barco

    Z>uando ele esta'a num barco com muitos irmãos da sua ordem e osmarin)eiros subiam o rio, e muitos deles, descendo na margem, puxa'am obarco com muita diculdade com a8uda de um cabo, S. Tomás disse,suspirando< =O gHnero )umano carece tanto de +or;a que muitos )omensmal conseguem puxar este na'io, enquanto ele obedeceria ao comando deum s4 se esse se con+ormasse 6 'ontade do seu eus@. 0, ao m de algumtempo, como os marin)eiros esti'essem +atigados, o santo compadecido di5

    aos compan)eiros< =es;amos e a8udemos um pouco estes marin)eiros@. 0quando desceram, o mestre, sem nen)uma diculdade, pPs#se a puxarso5in)o, numa certa dist3ncia, o barco que muitos antes dicilmenteconseguiam deslocar. 0ntão os compan)eiros, admirando a dist3nciapercorrida, espantoso prodgio, puseram#se a rebocar com o mestre\ (Toccoc.III&

    /ura com a ponta da capa

    Z/onta#se outro milagre do nosso doutor

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    Zurante a semana santa, ele tin)a pregado sobre a Caixão do Sen)or em-oma, na igre8a de S. Cedro, e tin)a suscitado lágrimas na assistHncia. 1oseu sermão no dia da -essurrei;ão, ele exortou os 7is a se alegrar com agloriosa irgem pela ressurrei;ão de seu Fil)o, tal como na '7spera esta'amunidos a ela nos so+rimentos da Caixão.

    Z>uando ele descia da cátedra depois do sermão, uma mul)er, que so+ria)á muito tempo de perdas de sangue e que nen)um rem7dio da medicinanão conseguia ali'iar, tocou na borda da capa do nosso doutor e sentiu#seimediatamente curada do seu mal. 0la seguiu#o at7 ao con'ento de SantaSabina e +e5 saber ao compan)eiro do nosso doutor o bene+cio que tin)arecebido. 0 ele contou#o muitas 'e5es e a numerosas pessoas em seguida.

    ZFeli5 doutor, que se ilustrou por um milagre semel)ante ao do Sal'ador,pelo qual o doente 7 curado quando toca na borda do 'estidoU Assim se

    mani+esta'am os grandes m7ritos da sua alma, pois tanta +or;a seencontra'a na sua capa para o testemun)arU\ (Tocco c. *III&

    /ura de um cego no tRmulo

    Z/omo tantos sinais e pro'as de santidade tin)am acompan)ado a mortedo nosso doutor, . João de Ferentino, sub#prior da abadia, que so+ria dosol)os a ponto de mal poder 'er, +e5#se condu5ir perto do corpo do nossosanto. Crostrou#se a seus p7s com respeito e de'o;ão, e colocou#se contra o

    cadá'er. epois, colocando a sua cara sobre a cara do santo, re5ou a eusque pelos m7ritos do doutor ao qual se tin)a dedicado nas suas ora;Les, alu5 de que tin)a sido pri'ado l)e +osse restituda. Imediatamente recuperoua 'ista, gritando< =Bendito se8a eus, gra;as aos m7ritos do santo, a 'ista+oi#me per+eitamente restitudaU@ /on'in)a que eus concedesse a lu56quele que pedia a lu5 pelos m7ritos do santo. Corque 0le tin)a permitido aeste que passasse desde a sua morte para a lu5 da gl4ria que 0le 'i'e pelaeternidade.\ (Tocco c. *I&

    9ilagre do odor e incorrup;ãoZ>uando abriram o tRmulo com instrumentos de +erro, muito tempo depoisdo dia da sua exuma;ão (...& escapou#se um odor tal que não parecia que seti'esse aberto um tRmulo contendo restos )umanos, mas um armáriocontendo per+umes. O odor era tão +orte e espal)ou#se tanto pelo mosteiro,que todos os monges, acordados por este milagre, precipitaram#se semmais sinais na sua dire;ão. Os despo8os do doutor inumado +oram#l)esmostrados e eles 'iram que o pr4prio corpo, assim como o 'estuário, a capae a carapu;a, o )ábito da sua Ordem, nada tin)a mudado.\ (Tocco c. *I&

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    Z/ator5e anos depois da morte do doutor, . Teodora, sua irmã, pediu aCedro de 9ontesangio'anni, abade do mosteiro, que l)e desse, comorelquia, a mão do direita de seu irmão. Aceitando , ele prometeu de l)o dar.Foi pois ao tRmulo do santo. 0 logo que a pedra tumular +oi le'antada cominstrumentos de +erro, e o precioso tesouro do corpo do santo descoberto,

    que um poderoso odor se libertou, como da primeira 'e5. 0, como antes, osmonges acorreram nesta dire;ão e descobriram os despo8os intatos _quer ocorpo, quer o tecido do )ábito_ 6 exce;ão da ponta do nari5 que esta'a umpouco roda depois de todo este tempo.\ (Tocco c. *III&

    O passarin)o sem medo

    ZO sen)or Cedro Sanguineo de Terracina, camareiro de sen)or Canol+o deSa'elli que inquiria os milagres acontecidos, gra;as aos m7ritos de S.

     Tomás, na abadia de Fossano'a e arredores, tin)a prometido le'ar 6 /Rria,

    em nome dele, o li'ro que tin)a sido composto por esse notário sobre osmilagres submetidos a inqu7rito e de o apresentar ao papa. 9as tomado deum medo bem )umano, come;ou, assustado, a perguntar a si mesmoporque tin)a de se expor assim no mar ao perigo dos piratas e porque seconaria 6s ondas incertas das tempestades marin)as, quando esta'a emseguran;a em terra. >uando os m7ritos do santo, nos quais acredita'a, e osmedos, que ele temia, se a+ronta'am no seu cora;ão e no seu espritoperturbado, eis que um pequeno passarin)o da oresta entrou comconan;a no quarto e pousou no cabide de 'estuário. 0le admirou#o muitotempo, surpreendido pela sua seguran;a, depois aproximou#se e apan)ou#o,tal como um animal dom7stico que não temia nada. Ficando na sua mãosem a mnima palpita;ão de medo, o pássaro mostrou que tin)a sidoen'iado di'inamente para tra5er ao seu esprito perturbado a decisãodeniti'a, um consel)o inspirado, am de que o )omem não temesseen+rentar o que 'in)a de eus. 0ra o que queria signicar a conan;a dopassarin)o sem medo.

    Z>uando ele o +oi pousar, tranq[ilo, na mão do sen)or Sa'elli, ambosadmiraram tal sinal de conan;a, 'indo do exterior, e tornaram#se aindamais de'otos dos m7ritos do santo. O mensageiro +e5 a 'iagem, muitoalegre, e o seu mestre re5ou para que ele a 5esse com sucesso.\ (Tocco9ilagre /I&.

    isLes e 9orte

    Apari;ão de S. Cedro e S. Caulo

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    0ste compan)eiro ]-eginaldo de Ciperno^ re'elou um prodgio espantosoacontecido com o nosso doutor. >uando este esta'a a compor o /omentáriode Isaas, e ilumina'a, ao escre'er essa exposi;ão, os pro+undos mist7riosdos li'ros do pro+eta, c)egou a uma passagem que não compreendia. /omonão conseguia encontrar um sentido literal que o satis5esse, 8e8uou e re5ou

    durante 'ários dias. 0 obte'e, pelas suas instantes sRplicas e a de'o;ão dassuas ora;Les, que a passagem di+cil l)e +osse claramente explicada.

    Mm dia em que tin)a 8e8uado com grande de'o;ão, o seu compan)eiroou'iu#o +alar durante a noite. 0le não sabia se era com uma ou maispessoas. /onseguia perceber algumas pala'ras, mas não compreender osentido do col4quio. Acabada a con'ersa, o doutor disse ao seucompan)eiro< Z-eginaldo, meu l)o, le'anta#te e acende a candeia. Toma ocaderno no qual anotaste o comentário de Isaas e prepara#te para retomar

    a escrita\. 0 escre'eu muito tempo o que o doutor l)e dita'a com tanta+acilidade como se lesse num li'ro. Ao m de cerca de uma )ora, este di5 aoirmão que escre'ia. Zai dormir agora, meu l)o. O tempo de repouso estálonge de ter acabado\. 9as ele, que ardia para con)ecer o prodigiososegredo do seu mestre, que a con'ersa ou'ida l)e tin)a re'elado, pPs#se de

     8oel)os aos p7s deste e disse#l)e a c)orar. Z1ão me le'antarei daqui antesque me ten)as dito com quem +alastes tanto tempo esta noite\. 0 pPs#se asuplicá#lo em nome de eus. Tomás recusou muitas 'e5es re'elá#lo,di5endo#l)e< Z9eu l)o, tu não tens necessidade de o saber\. 0nm, como

    ele l)e suplica'a de no'o, e como o nosso doutor não queria parecerdespre5ar o nome de eus, pelo qual o seu compan)eiro tin)a ousadocon8urá#lo a +alar, ele disse#l)e, la'ado em lágrimas< Z9eu l)o, 'istes omeu desgosto nos Rltimos dias por causa das dR'idas que tin)a sobre estetexto que acabo de explicar. Tin)a pedido a eus, com muitas lágrimas, quemo 5esse compreender. 0is que esta noite eus, tendo piedade de mim,me en'iou os bem#a'enturados ap4stolos Cedro e Caulo, que eu tin)atomado como intercessores 8unto d0le, e eles tudo me ensinaramper+eitamente. 9as, da parte de eus, pe;o#'os que nada re'eleis disto

    enquanto eu +or 'i'o\. (Tocco c. I&

    isão e con'ersa com o crucixo

    /aptulo I # o mesmo e+eito da ora;ão e ele'a;ão, e da re'ela;ão quel)e +oi +eita

    ZMm prodgio semel)ante, mas ainda mais espantoso, +oi obser'ado nocon'ento de 1ápoles por +rei omingos de /aserta, sacristão, )omem de

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    uma grande de'o;ão, de grande dedica;ão na a;ão e cu8a 'irtude erarecon)ecida de todos, que aliás te'e outras 'isLes admirá'eis.

    Z0ste +rade tin)a, com e+eito, notado que +rei Tomás deixa'a sempre o seulugar de estudo antes das matinas, para descer 6 igre8a e que, para não ser'isto dos outros, se apressa'a a retornar ao seu quarto quanto toca'a osinal das matinas. Tomado de curiosidade, decidiu um dia obser'á#lo. 0leentrou por detrás na capela de S. 1icolau, onde se demorou, mergul)adonas suas ora;Les, e 'i#o ele'ar#se nos ares, a dois cP'ados do c)ão.0nquanto esta'a a ol)á#lo, c)eio de admira;ão, ou'iu de repente, do lugarpara onde o doutor se tin)a 'irado para re5ar com lágrimas, uma 'o5emanando do crucixo que di5ia< =Tomás, tu escre'este bem sobre mim.>ue receberás tu de mim como recompensa pelo teu trabal)o?@ (T)oma,bene scripsisti de me, quam recipies a me pro tuo labore mercedem?&. 0le

    respondeu< =1ada, senão 4s, Sen)orU@ (omine, non nisi teU&.0le escre'ia então a terceira parte da Suma, sobre a Caixão e a -essurrei;ãode /risto. epois disto, não escre'eu muito mais, por causa das mara'il)asque eus l)e tin)a re'elado de +orma admirá'el. >ue eus l)e ten)aperguntado 8á que recompensa ele dese8a'a receber pelo seu trabal)o eraum sinal muito claro de que ia em bre'e deixar de escre'er. 0 a recompensaque ele pediu era mesmo aquela que con'in)a< repousar#se das suas+adigas na pátria dAquele que o tin)a encantado de tal do;ura na 'ida aolongo do seu trabal)o de escrita. Corque ele tin)a compreendido muito maiscoisas que todos durante a sua 'ida e +oi digno de 'er mais claramente quemuitos outros quando morreria.\ (Tocco c. I&

    isão e m da escrita

    Z>uando celebra'a missa na capela de S. 1icolau, Tomás so+reu umatrans+orma;ão espantosa. epois dessa missa não escre'eu mais nemnunca mais ditou o que quer que +osse e at7 deixou o seu material deescrita. 0sta'a nessa altura na terceira parte da Suma, no tratado da

    CenitHncia. A -eginaldo estupe+ato, que não compreendia porque ra5ão eleabandona'a a sua obra, o 9estre respondeu simplesmente =1ão possomais@. oltando 6 questão um pouco mais tarde, -eginaldo recebe a mesmaresposta =1ão posso mais. 0m compara;ão com o que 'i, tudo o que escre'ime parece pal)a@\ (Bartolomeu de /ápua em Crocessus canoni5ationis S.

     T)omae, 1eapoli EG, citado em T. 2!2. /+. Tocco c.*II&

    Os Rltimos dias de S. Tomás

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    /aptulo *I # a c)amada do dito doutor ao conclio de *ião, da sua doen;ae do milagre dos peixes

    Zepois o nosso doutor partiu para o conclio geral que de'ia ter lugar em*ião, respondendo ao apelo do papa reg4rio . *e'a'a consigo a obra quetin)a composto contra os gregos a pedido do papa Mrbano I, a m de oscon'encer dos seus erros e da maldade dos sua )eresia cismática.

    Z0sta'a ele a passar pela /amp3nia e pelo castelo de 9aen5a, quepertencia a . Francisca, sua sobrin)a. Ali caiu doente e perdeu o apetite, aponto que não conseguia ter pra5er em nen)um alimento. /omo mestre

     João di uido, m7dico de Ciperno, l)e perguntou se ele tin)a 'ontade dealguma comida em particular, ele respondeu que não poderia engolir nada,a não ser arenques que tin)a comido em Fran;a. O m7dico temia não poder+ornecer este rem7dio ao seu doente, doutor eminente, porque esta esp7cie

    de peixe era imposs'el de encontrar.

    ZIndo 6 pra;a da aldeia, encontrou algu7m que c)ega'a de Terracina comum carregamento de sardin)as acabadas de pescar. >uando este )omem ascolocou no c)ão para 'er se alguns outros peixes não se teriam misturado6s sardin)as, descobriu, no lugar das sardin)as, um cesto c)eio de arenques+rescos. O m7dico cou estupe+ato, porque nunca tin)a 'isto tais peixes naregião. Al7m disso o portador dos peixes não deixa'a de armar que eramsardin)as que tin)a comprado. Todo contente, +e5 le'ar os peixes ao mestre,

    pensando recon+ortá#lo gra;as ao alimento que dese8a'a, e que l)e tin)asido miraculosamente dirigido. 9as o nosso doutor, na sua sabedoria econsciHncia _maior nele que nos outros_ da grande5a do desgnio di'ino, 'iuque um grande milagre tin)a sido concedido ao seu apetite pela di'inamiseric4rdia. 9as recusou comer os peixes que l)e eram o+erecidos, di5endoao m7dico< =9estre, 7 mel)or que eu me entregue 6 di'ina Cro'idHncia, doque ouse comer estes peixes que me +oram concedidos pelo poder di'ino.ese8ei#os com demasiada cobi;a@.

    Z1umerosos são os que comeram desses peixes e numerosos são os que,ainda 'i'os, ou'iram o relato do m7dico. Cor isso o milagre permanececon)ecido em toda a região.(...&

    /aptulo *II # a entrada do dito doutor no mosteiro de Fossano'a e dapro+ecia do seu 4bito

    Zepois o nosso doutor, +ortalecido por alguns rem7dios, 'iu#se emcondi;Les de retomar o camin)o para -oma. Cassando pela abadia deFossano'a, como +osse con'idado pelo abade e os monges, e como queria

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    re+a5er as +or;as durante alguns dias, entrou nela, acompan)ada por escoltade numerosos monges que o tin)am 'indo acol)er.

    ZCassou primeiro pela igre8a, e depois, ap4s se ter prostradorespeitosamente como de'ia diante do altar, c)egou ao claustro. 0 a a mãode eus pousou sobre ele. Tocado pelo esprito de pro+ecia, disse aosnumerosos monges que o escuta'am e aos +rades da sua Ordem _particularmente ao seu compan)eiro, a tin)a )ábito de +a5er taisre'ela;Les< =-eginaldo, meu l)o, aqui 7 o meu repouso pelos s7culos doss7culosN aqui )abitarei porque o escol)i (c+. S.l. :! (::&, 2&@. (...&

    Zepois de ter assim pro+eti5ado a sua morte, os assistentes, eparticularmente os irmãos da sua Ordem, come;aram a lamentar#se. Onosso doutor +oi instalado no quarto do abade e, como o exigia a situa;ão,os seus compan)eiros reunidos prodigali5aram#l)e os seus cuidados com

    uma piedosa caridade. /omo o nosso doutor de'ia permanecer no leitodurante muito dias e o seu estado se agra'a'a, os monges come;aram aser'ilo com respeito e )umildade. 0les at7 tra5iam, aos seus ombros, amadeira da oresta, considerando#se +eli5es por poder prestar ser'i;o aosanto doutor que, ainda 'i'o, a'an;a'a para o -eino. O nosso doutor,considerado no que l)e di5ia respeito e compadecido dos outros, di5ia<=/omo 7 que os ser'idores de eus me ser'em a mim, )omem, e se dão aotrabal)o de tra5er de longe tão pesados +ardos?@.

    ZApesar da sua +raque5a _pensa'a#se com e+eito que ele ia abandonar esta'ida, como o tin)a pro+eti5ado_, alguns monges, capa5es de compreender,pediram#l)e que l)es deixasse ao partir uma recorda;ão da sua ciHncia. 0leexpPs#l)es então bre'emente o /3nticos dos /3nticos. Assim, no momentoem que o seu corpo en+raquecido ia deixar a 'ida mortal, a sua alma, essanão en+raquecia no ato necessário do ensino, e o estudo da disciplinaeclesiástica termina'a por um c3ntico 6 gl4ria do /7u.

    /on'in)a muito que o nosso doutor, a ponto de sair da prisão do corpo,

    terminasse o seu estudo da sabedoria pelo /3ntico do amor entre o esposoe s esposa. Tal como aplicara o seu estudo a eus, assim c)egou a abra;aro Bem#amado.\

    /aptulo *III # o +eli5 4bito do dito doutor e da sua comun)ão dosacrossanto corpo de /risto

    Zepois o nosso doutor come;ou a so+rer de uma extrema +raque5a.Sabendo que ia deixar esta 'ida, com uma grande de'o;ão pediu que l)etrouxessem o 'iático do 'ia8ante cristão, o Santssimo Sacramento do corpo

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    de /risto. O abade e os monges trouxeram#nO com piedade e respeito.0ntão, estendido por terra, +raco de corpo, mas +orte de esprito, +oi aoencontro do seu Sen)or, deitando lágrimas. epois de l)e teremapresentado o Santssimo corpo do Sen)or, perguntaram#l)e, como se +a5 atodo o cristão para se assegurar da sua +7 neste sacramento essencial, se

    ele acredita'a que esta )4stia consagrada era o 'erdadeiro corpo do Fil)ode eus, que nasceu das entran)as da irgem 9aria e +oi suspenso dopatbulo da cru5, que morreu por n4s e ressuscitou ao terceiro dia. 0lerespondeu com uma 'o5 clara, com 'ibrante de'o;ão, e deitando lágrimas<=Se nesta 'ida pode )a'er sobre este sacramento uma ciHncia maior queaquela que nos 7 dada pela +7, nesta eu respondo que sei 'erdadeiramente,e com toda a certe5a que este eus 7 'erdadeiramente )omem, Fil)o deeus Cai e da irgem mãe. /reio de todo o meu cora;ão e con+esso pelamin)a boca o que o padre armou acerca deste Santssimo Sacramento.@

    Cronunciou então as pala'ras c)eias de piedade, que os presentes nãopuderam reter e que +oram, segundo di5em, estas<

    Adoro te de'ote Adoro te de'ote, latens eitas, >u sub )is guris 'erelatitas< Tibi se cor meum totum subiicit, >uia te contemplans totum decit.isus, tatus, gustus in te +allitur, Sed auditu solo tuto creditur. /redoquidquid dixit ei Filius< 1il )oc 'erbo eritatis 'erius. In cruce latebat solaeitas, At )ic latet simul et )umanitasN Ambo tamen credens atquecontens, Ceto quod peti'it latro pnitens. Clagas, sicut T)omas, non

    intueorN eum tamen meum te conteor. Fac me tibi semper magis credere,In te spem )abere, te diligere. O memoriale mortis ominiU Canis 'i'us,'itam prstans )ominiU Crsta me menti de te 'i'ere 0t te illi semperdulce sapere. Cie pellicane, Iesu omine, 9e immundum munda tuosanguine. /uius una stilla sal'um +acere Totum mundum quit ab omniscelere. Iesu, quem 'elatum nunc aspicio, Oro at illud quod tam sitioN Mt tere'elata cernens +acie, isu sim beatus tu glori. Amen.

    Adoro#te de'otamente, di'indade escondida, >ue sob esta gura

    'erdadeiramente Te escondes< A Ti o meu cora;ão se submete, Corque tecontemplando tudo +alta. isão, tato e paladar em Ti +al)am, S4 o ou'idotudo crH. /reio em tudo o que disse o Fil)o de eus< A 'erdade da erdade 7mel)or recebida. 1a cru5 escondia#se s4 a di'indade, 9as aqui esconde#setamb7m a )umanidadeN 1o entanto ambos acredito e con+esso, Ce;o o quepedia o ladrão penitente. /)agas, como Tom7 'iu, não 'e8o, 9as, meu eus,em Ti cono. Fa5#me sempre mais em Ti acreditar, 0m Ti esperar, Te amar.O) memorial da morte do Sen)orU Cão 'i'o, 'ida dás ao )omemU /oncede 6min)a alma de Ti 'i'er, Celo Teu sabor sempre ser alimentado. Sen)or Jesus,

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    pio pelicano, A mim imundo la'a o Teu sangue. o qual uma s4 gota c)egapara sal'ar Todo o mundo de todos os pecados. Jesus, que 'elado agoracontemplo, -e5o para que se +a;a o que tanto anseioN >ue a Tua +acere'elada eu ol)e. 0 bem#a'enturado 'e8a a Tua gl4ria. Am7m.

    Ora;ão 6 )ora da morte

    0 recebendo este Sacramento, disse<

    ZSumo te pretium redemptionis anime mee, sumo te 'iaticumperegrinationis mee, pro cuius amore studui, 'igila'i et labora'iN tepredica'i, te docui, nic)il umquam contra te dixi, sed si quid dixi, ignoransdixi nec sum pertinax in sensu meoN sed si quid male dixi de )ocsacramento et aliis, totum relinquo correctioni sancte -omane 0cclesie, incuius obedientia nunc transeo ex )ac 'ita\

    Z-ecebo#Te a Ti, pre;o da reden;ão da min)a alma. -eceboTe a Ti, 'iático damin)a peregrina;ão, por cu8o amor estudei, 'igiei, trabal)ei, preguei eensinei. 1unca disse nada contra Ti. Se o 5, +oi por ignor3ncia, e não soupersistente na min)a opinião, 9as o que de mal eu disse deste sacramentoou de outras coisas, tudo entrego 6 corre;ão da santa Igre8a -omana, decu8a obediHncia eu nunca me des'iei nesta 'ida\

    Zi5#se do nosso doutor que, no momento da ele'a;ão do corpo de 1ossoSen)or, tin)a o )ábito de di5er< =4s /risto, rei da gl4ria, '4s sois o l)o

    eterno do Cai ...@ at7 ao m ]do )ino Te eum^, com grande de'o;ão edeitando lágrimas.Zepois de ter recebido o sacramento, pediu, com umade'o;ão que s4 podia acrescentar ao seu m7rito e dar aos outros exemplo,que l)e +osse tra5ido no dia seguinte o 4leo da santa un;ão, o sacramentodos moribundos, am que o 0sprito desta un;ão, que o tin)a en'iado paraguiar os seus compan)eiros, o condu5isse ao /7u a que aspira'a. Coucotempo depois de o ter recebido, entregou ao Sen)or a sua alma, que eletin)a conser'ado tão santa quanto a tin)a recebido. 0la deixou o corpo tão

    alegremente que parecia 'i'er mara'il)osamente +ora deste.ZFeli5 doutor que correu tão ligeiro no estádio, que tra'ou cora8osamente ocombate e que obte'e uma 'it4ria triun+alU 0le merecia di5er como oAp4stolo< =/ombati at7 ao m o bom combate, acabei a min)a corrida,guardei +7. 0 agora eis que está preparada para mim a coroa de gl4ria@(!Tm 2, G#E&, coroa que ele era 'erdadeiramente digno de receber pelo seuestudo da doutrina inspiradaU\(Tocco c. *I#*III&.