Biblocas n.º 41

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BOLETIM INFANTO-JUVENIL DA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE VIANA DO CASTELO ISSN: 0874-6982 N.41 ANO 12 JULHO 2010 Olá! Cá estou de novo! Desta vez demorei mais um pouco, porque estive a tratar da minha apre- sentação. Quero ser um boletim mais moderno e mais informado, para te po- der acompanhar! Mas continuo a trazer-te novidades da nossa Biblioteca! Desde que conversámos a última vez, já recebemos muitos es- critores, apresentámos muitas histórias ao sábado e tivemos muitas visitas de miúdos e graúdos. Comemorámos o Dia da Europa, o Dia do Cigano em Viana do Castelo e o Dia da Criança. Organizámos o Concurso Nacional de Leitura, a nível dis- trital, e a semana “Contornos da Palavra” que levou escritores, ilustradores, actores e poetas a várias escolas do concelho! Agora, aproveitando as tuas férias e o teu tempo livre, queremos convidar-te a visitar a Biblioteca de Praia que estará à tua disposição nos meses de Julho e Agosto, na Praia Norte! Isto, para além da Biblioteca Municipal onde podes ir to- dos os dias, de segunda a sábado, entre as 10 e as 20 horas! Bora lá! A Vereadora da Cultura Maria José Guerreiro

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Boletim Infanto-Juvenil da Biblioteca Municipal de Viana do Castelo

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BOLETIM INFANTO-JUVENIL DA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE VIANA DO CASTELO

issn: 0874-6982

N.41

ANO 12JULHO 2010

Olá! Cá estou de novo!

Desta vez demorei mais um pouco, porque estive a tratar da minha apre-sentação. Quero ser um boletim mais moderno e mais informado, para te po-der acompanhar!

Mas continuo a trazer-te novidades da nossa Biblioteca! Desde que conversámos a última vez, já recebemos muitos es-critores, apresentámos muitas histórias ao sábado e tivemos muitas visitas de miúdos e graúdos. Comemorámos o Dia da Europa, o Dia do Cigano em Viana do Castelo e o Dia da Criança. Organizámos o Concurso Nacional de Leitura, a nível dis-trital, e a semana “Contornos da Palavra” que levou escritores, ilustradores, actores e poetas a várias escolas do concelho!

Agora, aproveitando as tuas férias e o teu tempo livre, queremos convidar-te a visitar a Biblioteca de Praia que estará à tua disposição nos meses de Julho e Agosto, na Praia Norte! Isto, para além da Biblioteca Municipal onde podes ir to-dos os dias, de segunda a sábado, entre as 10 e as 20 horas!

Bora lá!

A Vereadora da CulturaMaria José Guerreiro

Notícias2

Projecto LEITURA PARA TODOS

Título O Biblocas. Direcção Maria José Guerreiro. Direcção Editorial Rui A. Faria Viana. Design Gráfico Rui Carvalho. Texto Porfírio P. Silva, Maria Irene Mesquita, Júlia V. Silva e Fernando Elias Cunha. Fotografia Gualberto Boa-Morte e Biblioteca Municipal. Edição e Propriedade Câmara Municipal de Viana do Castelo. Redacção Biblioteca Municipal. Edição Electrónica Pedro Vieira. URL www.biblioteca.cm-viana-castelo.pt. Email [email protected] ISSN 0874-6982. Depósito Legal 140521/99. Periocidade Trimestral. Tiragem 1500 exemplares. Distribuição Gratuita. Impressão Gráfica Casa dos Rapazes - Viana do Castelo.

FICHA TÉCNICA

ANO 12 N.41 Julho 2010

Impresso em papel 100% reciclado

No âmbito do concurso Promoção da Leitura, promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian, a Biblioteca Mu-nicipal está a ser apoiada no projecto intitulado “Leitura para todos”.

Com este projecto, pretende-se facilitar o acesso à leitura de forma igual e indiferenciada a todos os ami-guinhos do Biblocas que integram o grupo de Necessidades Educativas Especiais (NEE).

Para isso, a Biblioteca Municipal propôs-se preparar 20 títulos que in-

Recebemos da «Paulinas», editora do Instituto Missionário Filhas de São Paulo, um interessante livro do escritor nosso conhecido, João Pedro Mésseder, com ilustrações de Madalena Matoso. Este livro é aconselhado pela Casa da Leitura, da “Gulbenkian”.

Também, a Editora «Nova Vega» teve a gentileza de nos enviar um livro de José Jorge Letria com ilustrações de Raquel Pinheiro, e com o sugestivo título Uma viagem no verde. Este livro recebeu o Prémio “O Ambiente na Li-teratura Infantil”, 1986, da Secretaria de Estado do Ambiente.

tegram o Plano Nacional de Leitura, em diferentes suportes, tais como livro áudio, livro digital, livro pictográfico e braille ilustrado, para permitir o aces-so às obras exploradas em contexto de sala de aula.

Os documentos a reproduzir em diferentes suportes, irão constituir um kit destinado a 5 escolas de refe-rência NEE (Necessidades Educativas Especiais) e na BMVC para facilitar a sua leitura iremos disponibilizar um computador com monitor táctil.

Recebemos e agradecemos

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No ano passado fui passar uns dias de férias a Viana do Castelo.

No primeiro dia passei a manhã na praia Norte, e quando não é o meu es-panto, descobri uma biblioteca de Praia e reparei na quantidade de crianças que lá se encontravam.

Como estava um pouco distante, pus-me atenta para tentar perceber o que se passava e pareceu-me que es-tavam a fazer a dramatização de uma história ao ar livre.

BIBLIOTECA DE PRAIA em Julho e Agosto na Praia Norte

Comentei com a minha mãe:

- Oh mãe!!!!! olha que engraçado, teatro na praia!

A minha mãe estava deitada na toalha e não ligou importância, dando até a entender que não acreditava.

- Joaninha tem juízo filha!

- Biblioteca de praia e teatro? Es-tás com febre filha. Disse-me ela.

- Oh mãe, levanta-te e vem ver… insisti.

Assim o fez, levantou-se e abriu a boca de espanto….

- Com que então estou com febre? Estou?

- Hum…que giro, despacha-te e vamos assistir. Disse a minha mãe.

(continua...)

Notícias

Notícias4

No dia 7 de Maio quando cheguei à es-cola, a minha professora disse à turma:

- Meninos, hoje vamos à Biblioteca Municipal, tivemos um convite.

E, logo todos os meninos bastante curiosos questionaram quase em coro:

- Professora, o que vamos lá fazer?

Enquanto isto, ela ia explicando que a 9 de Maio comemora-se o Dia da

pasta de papel, que em Viana chamam de “Cabeçudo”. Descobri, também, que estes bonecos feitos em tamanho gi-gante desfilam habitualmente na fa-mosa Romaria da Senhora D`Agonia.

Nos dias que se seguiram fui sem-pre até à biblioteca e, em todos os dias participei em diferentes actividades desde dramatizações, horas do conto, actividades desportivas, ateliês va-riados e bons momentos de leitura.

Incentivei os meus pais a fazer gi-nástica, enquanto eu, me recreava na esplanada da biblioteca, a fazer umas

leituras, a vê-los a saltar e a dançar e a transpirar por tudo o que era lado….

Que divertido, dois em um, pensei eu.

Chegou o dia do regresso, fiquei triste, mas o papá e a mamã prome-teram-me voltar no próximo ano, até porque já se tinham informado que a Biblioteca de Praia continuaria a fun-cionar desta forma...

E, como o prometido é devido cá es-tou eu a preparar-me para voltar a pas-sar mais umas férias em Viana do Cas-telo e desfrutar do programa previsto para a Biblioteca de Praia em 2010.

Estavam realmente a dramatizar uma história ao ar livre e tinham mui-tos meninos a assistir, a peça era muito engraçada, e os bonecos muito giros….

Entrei depois na biblioteca e depa-rei com muitos livros, jogos, revistas, e mais espantada fiquei por saber que podia levar livros durante três dias. Vejam só, livros, teatro e desfrutar da praia ao mesmo tempo, só mesmo em Viana do Castelo!

No segundo dia de manhã , na bi-blioteca de praia havia uma actividade onde aprendi a fazer um boneco em

Dia da EuropaEuropa mas, como este ano era num sábado e as Escolas estavam fecha-das, a Biblioteca achou por bem feste-jar no dia 7 de Maio, para que os alunos tivessem a oportunidade de colaborar e participar nesta actividade.

Um dos miúdos interrompe a pro-fessora e questiona:

- E, afinal, o que é que deu origem ao dia da Europa?

A professora explica:

- O 9 de Maio, lembra o dia em que as guerras entre os países membros da União Europeia se tornaram um pe-sadelo do passado, é uma comemo-ração comum a todos estes países. A decisão de o celebrar foi tomada pelos chefes de Estado e de Governo na Cimeira de Milão de 1985 que, reco-nhecendo a importância da data para o início do processo de construção europeia, decidiram consagrar o 9 de Maio como “Dia da Europa”.

Chegada a hora, pusemo-nos a caminho e dirigimo-nos à Biblioteca Municipal para assistir à dramatização de uma das Lendas da Europa. Quan-do lá chegamos, a nossa professora chamou-nos à atenção para um cartaz da autoria do aluno Nuno Correia da Es-cola Secundária de Santa Maria Maior. No final da dramatização da lenda fo-mos convidados a assistir à largada de pombos, pela Associação Columbófi-la do Distrito de Viana do Castelo e à montagem de uma bandeira da Europa em flores naturais. Gostei muito, este momento foi realmente muito bonito.

No início da tarde, presenteamos os adolescentes com uma sessão de de-bate Ser adolescente e ser cigano, usos, costumes e regras de etnia cigana, em que houve uma forte participação dos ado-lescentes presentes. Ao longo do deba-te houve partilha de conhecimentos e aprendizagem de culturas.

A finalizar este debate, tivemos um momento de dança.

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No passado dia 4 de Junho, a Bi-blioteca Municipal em parceria com o Agrupamento das Escolas de Darque, promoveu o Dia do Cigano em Viana do Castelo. Para o efeito foram prepara-das um conjunto de actividades dirigi-das a crianças, adolescentes e adultos, que de alguma forma permitissem a interacção e cruzamento de culturas.

De todas as actividades desenvolvidas destacámos aqui as que se destinaram às crianças dos jardins-de-infância, do ensi-no primário e para os adolescentes.

As actividades para as crianças dos jardins-de-infância e do ensino básico, começaram logo pela manhã com duas sessões de dramatização, pelas animadoras da biblioteca da obra “O Papa Cogumelos” da autora Albertina Fernandes, natural dos Ar-cos de Valdevez.

Foi uma história muito interessan-te. O Papa-Cogumelos era um menino que vivia muito infeliz com a sua ma-drasta, uma mulher má. O menino, nos seus tempos livres refugiava-se na flo-resta em busca de cogumelos que lhe enganassem a fome e tristeza. Antes de adormecer planeava fugas sonhava com a sua mãe que há muito morrera….

No dia 16 de Outubro de 2009, come-morou-se um pouco por todo o mundo, o “Dia Mundial da Alimentação”. Na Se-mana da Alimentação Saudável, que se realizou entre 15 e 25 de Outubro, o Ga-binete Cidade Saudável, da Câmara Mu-nicipal de Viana do Castelo, juntou-se à causa e promoveu um conjunto de acti-

Dia do Cigano em Viana do Castelo

No intervalo das duas sessões, no exterior da Biblioteca, assistiu-se à ac-tuação do grupo de Bombos da Escola Carteado Mena.

Notícias

Participação da Biblioteca no Festival das Sopasvidades tais como: exposições, oficinas, provas gastronómicas e teatro.

As animadoras da secção infanto--Juvenil da BMVC, colaboraram nesta actividade com a dramatização de um conto infantil.

Assim, no dia 24 de Outubro, des-locaram-se ao Pavilhão AiMinho de Viana para apresentar a Hora do Con-to, com a história “Viagem ao mundo da alimentação” de Manuela Leitão.

Depois da dramatização os autores Ana Paula Figueiredo e Pedro Emanuel Figueiredo lançaram o livro “ Uma cor-rida marada”.

Esta iniciativa teve como principais objectivos o incentivo à leitura, criar bons hábitos alimentares e gerar o gosto pela prática de exercício físico.

6 Notícias

Com a intenção de promover a lei-tura junto da pequenada e até mesmo dos adolescentes, a Biblioteca Muni-cipal de Viana do Castelo, a partir de Janeiro 2010, passou a promover em cada mês um escritor de literatura infanto-juvenil.

Desta forma, durante o mês da actividade “Sábado com histórias”, as histórias a dramatizar serão sempre do mesmo autor.

Tendo em conta a introdução des-ta novidade na actividade que decorre

Conscientes de que os doentes ne-cessitam de quem lhes transmita um pouco de alegria e afecto, este ano a Biblioteca Municipal decidiu comemorar o dia mundial da criança junto dos me-ninos e meninas que se encontravam internados na Unidade Local de Saúde do Alto Minho, com a dramatização da história Sapo é sapo de Max Velthuijs.

No final da dramatização as animado-ras da Biblioteca incentivaram as crian-ças a recontar a história apresentada.

Foi um momento diferente e muito gratificante ver a alegria estampada na face destas crianças.

Dia Mundialda Criança

Novidades da Biblioteca 2010

aos sábados, pensou-se na possibili-dade de trazer junto dos nossos leito-res os autores dessas mesmas obras, criando maior interesse.

Esta actividade, à qual a Biblioteca Municipal deu o nome de Escritor do mês, contou já com a presença de Maria do Céu Nogueira, João Pedro Mésseder, Manuela Monteiro e Bernardete Costa.

Pretende-se assim, para além de motivar o gosto pela leitura, proporcio-nar o contacto directo dos pequenos lei-tores com os seus autores preferidos.

O encontro da escritora Eugénia Frazão com jovens leitores, ocorri-do no dia 26 de Março, foi outra das novidades da Biblioteca, assim como a sessão Viana a encomenda artística monumental apresentada pela Doutora Paula Cardona, a 20 de Maio, na Sala Couto Viana.

ANIMAçãO INFANTILSáBADO COM HISTóRIAS (AGOSTO/SETEMBRO)

DIA 7 DE AGOSTO / SáBADO“Panda e a floresta chorona”,de Isabel Zambujal.Actividades paralelas: Árvore Mágica

DIA 14 DE AGOSTO / SáBADO“101 Coisas e meia que devias fazer antes de crescer”, de Isabel Zambujal.Actividades paralelas: Porta-lápis em formade estrela.

DIA 21 DE AGOSTO / SáBADO“Panda e a caixa de aguarelas mágicas”,de Isabel Zambujal.Actividades paralelas: Pintura individualcom aguarelas.

DIA 27 DE AGOSTO / SáBADO“A menina que sorria a dormir”,de Isabel Zambujal.Actividades paralelas: Fantoche de menina.

DIA 4, 11, 18, 25 DE SETEMBRO / SáBADOContos extraídos do livro “Palavras de avó”,de Albertina Fernandes.Actividades paralelas: Relógio do tempo, marcador de livros, etiqueta para a porta e caixa com laços.

À descoberta da nossa cidade 7

... NO PASSADO

... E NO PRESENTE

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Biblocas na escola8

No âmbito do Plano Nacional de Lei-tura foi realizado um Concurso Nacional de Leitura que se desenvolveu em três fases distintas, a primeira em contexto escolar, a segunda a nível distrital e a terceira a nível nacional.

Assim, a Biblioteca Municipal de Viana do Castelo acolheu e organizou a 2.ª fase do Concurso Nacional de Lei-tura, que teve lugar no dia 24 de Março na ESE, Escola Superior de Educação e na Sala Couto Viana da Biblioteca Mu-nicipal. Esta fase envolveu 11 escolas de 9 concelhos do distrito, num total de 100 alunos, distribuídos por dois níveis de ensino distintos, 68 do 3.º Ciclo e 32 do Secundário, desenvol-vendo-se em 3 provas eliminatórias.

Concurso Nacional de Leitura – Fase distrital

Para a fase distrital foram selec-cionadas 4 obras de leitura, Os bichos, de Miguel Torga e Os da minha rua, de Ondjaki, para o 3.º Ciclo, e Mar me quer, de Mia Couto e A Viagem do elefante, de José Saramago, para o Secundário.

As eliminatórias tiveram por base as obras seleccionadas e constaram das seguintes três provas: a 1.ª pro-va, de compreensão e conhecimento, compreendeu a realização de um teste de resposta múltipla sobre a obra Os bichos de Miguel Torga, para o 3.º ci-clo, e Mar me quer, de Mia Couto, para o secundário; na 2.ª prova, de escrita e criatividade, os alunos foram cha-mados a registar a sua impressão de leitores sobre o aspecto que mais os cativou na obra Os da minha rua, para o 3.º ciclo e A Viagem do elefante, para o secundário, produzindo um texto entre 60 (sessenta) e 80 (oitenta) pa-lavras; e na 3.ª prova, de argumenta-ção e raciocínio, os alunos durante 5 minutos puderam expor oralmente as razões da obra que mais gostaram de ler e propor a sua leitura.

Do conjunto das três provas foram seleccionados 6 alunos,3 do 3.º ciclo e 3 do secundário, para representar o distrito na fase final do Concurso, em Lisboa.

As provas de selecção foram rea-lizadas num clima de serenidade, de respeito e de espírito de solidariedade para com aqueles que iam sendo eli-minados.

A organização ficou satisfeita pelo grande empenho dos alunos e profes-sores que acompanharam os alunos nesta actividade e pela importância de um acontecimento como este, que marcou as escolas/agrupamentos do distrito e, em particular a Câmara e a Biblioteca Municipal de Viana do Caste-lo responsáveis pela organização.

Parabéns aos alunos que participaram e aos professores que os acompanharam na motivação para a leitura.

De destacar que Sara Rafaela Sou-sa Rego, aluna da Escola Básica do 2.º e 3.º Ciclos com Ensino Secundário de Lanheses – Agrup. Escolas Arga e Lima, seleccionada na 2.ª Fase do Concurso Nacional de leitura, organizado pela Bi-blioteca Municipal, ficou classificada em 2º lugar a nível Nacional, em Lisboa.

Reportagem 9

A Câmara Municipal de Viana do Castelo, através da Biblioteca, apre-sentou de 19 a 24 de Abril, a semana designada de “Contornos da Palavra”, uma iniciativa dirigida a educadores de infância, professores do ensino básico e secundário, professores bi-bliotecários, professores de educação especial e todos os interessados em pedagogia da leitura, mediadores da leitura e animadores socioculturais.

O programa, que decorreu na Bi-blioteca Municipal e nas Escolas do concelho durante a essa semana, teve como principais objectivos reflectir so-bre a leitura e a escrita no contexto da literatura infanto-juvenil.

Assim, no dia 20, começaram as sessões nas Escolas dirigidas aos alunos com o objectivo de tornar mais acessível a literatura infanto-juvenil, o tema principal desta primeira edi-ção de “Contornos da Palavra”. Nestas sessões, realizaram-se sempre dra-matizações, encontros com escritores e ilustradores, e leituras encenadas.

Dos espectáculos apresentados realçámos os que se destinaram aos alunos dos jardins de infância, 1.º, 2.º, 3.º ciclos e ensino secundário, nome-adamente: O Canteiro dos Livros, de

Contornos da palavra

José Jorge Letria, e Histórias de papel e lápis, de Margarida Fonseca Santos, pelas animadoras da Biblioteca Muni-cipal; O Velho da Horta, de Gil Vicente, apresentado pelo grupo de Teatro Àgil; Palavras a brincar para crianças e Diz-se poesia para acordar, com Andreia Ma-cedo, XaTa – Projecto de Poesia Teatral da responsabilidade do grupo de Teatro Tenda de Saias; O rapaz que tinha zero a matemática pelo ATL – Mãe Galinha; No país dos alimentos, musical sobre vermicompostagem, Pimpão e Lasca-linha, da responsabilidade do Clube de Teatro EB2,3 do Monte da Ola; Seara das brincadeiras e História da Papoila, apresentada pelo grupo de estagiárias do curso de Educadores de Infância da Escola Superior de Educação; O Chá do Sr. B, por João Lizardo. O Grupo a Fri-da apresentou Os bonecos, leitura do

conto Antes de começar de Almada Ne-greiros, e o grupo PELE apresentou o espectáculo Ler + perto.

As escolas envolvidas foram: EB1 de Afife, Santa Maria Geraz do Lima, Cruzeiro (Vila Nova de Anha), Meadela, Senhora das Oliveiras (Darque), Alva-rães Carvoeiro, Castelo do Neiva, Igre-ja (Cardielos), Igreja (Nogueira), Igreja (Outeiro), Igreja (Torre), Montedor (Car-reço), Outeiro (Deocriste), Perre, Ma-zarefes e Subportela, Centro Escolar de Lanheses, Centro Escolar de Santa Marta, o Colégio do Minho, as EB2,3 de Pintor José de Brito, Abelheira, Monte da Ola, Lanheses, Frei Bartolomeu dos Mártires, e as Escola Secundárias de Monserrate, Santa Maria Maior e Mon-te da Ola.

Não querendo esquecer os alunos com necessidades educativas espe-ciais, a Biblioteca integrou neste pro-grama, a itinerância pelas escolas EB2,3 de Abelheira e Carteado Mena, história A galinha Medrosa, apresenta-da com leitura digital e linguagem ges-tual. Este trabalho é um dos produtos do projecto Leitura para todos, apoiado à Fundação Calouste Gulbenkian.

Em termos de balanço final, pode-mos afirmar que esta foi uma activi-dade acolhida com muito agrado na comunidade escolar e de grande êxito, ficando a vontade de lhe dar continui-dade nos próximos anos.

A prová-lo estão as mensagens de apoio recebidas na Biblioteca Mu-nicipal pela realização desta a acti-vidade e os 3884 alunos envolvidos nas actividades infanto-juvenis...

Fernando Vale, de seu nome completo Fernando Gomes Mar-ques do Vale, é o autor de que te vamos falar. Natural do con-celho de Viseu, onde nasceu a 20 de Janeiro de 1940, tem o grau de mestre em Literaturas de Expressão Portuguesa pela Universidade de Lisboa, com uma dissertação na área da Li-teratura Infantil.

Fernando Vale é investigador de literatura para crianças e jo-vens, tendo frequentado cursos de especialização nesta área, na Universidade de São Paulo (USP) e tem exercido funções docentes no Instituto Piaget e no Instituto Superior de Ciências Educativas.

Apresentou diversas comunicações em encontros e congressos, realizados no país e no estrangeiro, e tem orientado cursos de for-mação de professores.

Foi leitor e professor de Cultura Portuguesa no Brasil e bolsei-ro do Instituto Nacional de Investigação Científica (INIC).

Pertence a diversas organizações científicas e pedagógicas nacionais e estrangeiras.

Na última década, para além da divulgação da Obra de Ana de Castro Osório, tem-se dedicado a reunir e a publicar histórias e contos infantis dos países de língua portuguesa.

Além de diversos trabalhos publicados em jornais e revistas, é autor e/ou organizador das seguintes obras:

A Literatura Infantil em Portugal: João de Deus, um Pioneiro?; A Obra Infantil de Monteiro Lobato – Inovações e Repercussões; A Literatura Infantil de Língua Portuguesa – João de Deus e Mon-teiro Lobato; Versos de João de Deus (org.); Contos Tradicionais Portugueses para Crianças (org.); A Grande Aliança (org.); Os Dez Anõezinhos da Tia Verde-Água (org.); O Príncipe Luís e Outras His-tórias (org.); Viagens Aventurosas de Felício e Felizarda ao Pólo Norte; Viagens Aventurosas de Felício e Felizarda ao Brasil (org.); Casa de Meu Pai (org.); Fábulas e Contos para as Crianças (Org.); Teatro, Histórias e Rimas para Crianças; Contos Tradicionais dos Países Lusófonos; Histórias de Ontem e Teatro de Hoje; Histórias Portuguesas e Guineenses para as Crianças.

Leituras10

Fernando ValeUm escritor da lusofonia…

Passatempos 11

Sopa de LetrasIdentifica o nome colectivo e procura-o na Sopa de Letras:

M U L T I D Ã O T P F E

A D A N A M F A T O R X

E N X A M E W H L M O É

M E O H N A B E R A T R

A L C A T E I A M R A C

T E Q U A D R I L H A I

I N P I N H A L P C V T

L C P I Q U E T E T A O

H O T K A L I F Á C R T

A C A R D U M E S W A U

A R Q U I P É L A G O O

T U R M A O L I V A L S

Neste quadro, encontram-se cinco pares de pa-lavras homófonas retiradas das frases seguintes. Coloca de novo cada uma dessas palavras no seu respectivo lugar.

acento ora cozida aço ruído

assento hora cosida asso roído

Há já uma que o telefone não toca.

Nas grandes cidades, o dos carros é permanente.

Se não me tiram daqui, ainda ao sol.

bolas! Com esta chuva não posso sair.

Este é demasiado duro.

Aquela máquina tem várias peças de .

A dobra desta toalha foi com linha de bordar.

João, o teu casacão está todo de traça.

A palavra águia tem um agudo.

Não sei se eles preferem a carne ou grelhada.

CONJUNTO DE:

1. Alunos2. Pessoas3. Soldados4. Castanheiros5. Pinheiros6. Oliveiras7. Árvores de fruto8. Ilhas9. Barcos10. Porcos11. Bois12. Abelhas13. Ovelhas14. Peixes15. Cães16. Lobos17. Camelos18. Cabras

Palavras homófonas

Última página12

Sabias que...

... o conjunto escultórico na Praça da República, representa o vianense Diogo Álvares Correia (Caramurú) e a sua mu-lher Paraguaçú, e é da autoria do Mestre José Rodrigues? É verdade, este monu-mento foi inaugurado na última noite do ano (31 de Dezembro) de 2008, para prestar homenagem ao mítico herói vianense ligado à génese do Brasil.

Caramurú, foi um destemido nave-gante que naufragou na Baía de Todos os Santos, no Brasil, em 1509, e que está intimamente ligado à história da-quele país. Quando, a seguir ao naufrá-gio, usou a sua arma de fogo e matou um pássaro, surpreendeu de tal modo os índios que estes lhe atribuíram po-deres divinos. De acordo com a narra-tiva fantasiosa tornada lenda, passa-

ram os índios a tratá-lo por Caramurú, designação que significava “homem de fogo” ou “filho do trovão”. Tratava-se da denominação de um peixe existente naquela zona, de uma espécie próxima da moreia com mais de um metro de comprimento, tudo levando a crer ser esta a verdadeira razão do nome que lhe impuseram em associação ao seu aspecto físico ou devido ao facto de ter surgido do mar, entre as pedras, como sucede com as moreias. Em todo o caso, Diogo Álvares Correia passou a viver entre os indígenas e, segundo os historiadores, conseguiu entre estes enorme prestígio e acabou por prestar valioso auxílio não apenas às expedi-ções portuguesas que ali aportavam como ainda aos donatários entretanto estabelecidos e aos missionários jesu-ítas que ali iniciaram a sua actividade de evangelização.

Casou depois com a filha do chefe da tribo Tupinambá, Paraguaçú, tendo tido grande influência quer na miscigenação que caracteriza a nação brasileira quer

no acolhimento dos portugueses em terras de Vera Cruz. Segundo alguns cronistas, o casamento de Caramurú com Paraguaçú realizou-se em França, para onde supostamente navegaram em 1526, tendo sido apadrinhados por Henrique II e Catarina de Médicis. Ou-tros afirmam que foram apadrinhados por Katherine des Granches, esposa do navegador Jacques Cartier, e por Guyon Jamyn, cunhado de Tomasia Cartier, tia de Jacques Cartier, tendo Paraguaçú a partir de então passado a usar o nome de “Catarina do Brasil”.

A vida de Caramurú ficou envolta em lendas, algumas delas imortalizadas num poema épico escrito em meados do sécu-lo dezassete, por um frei chamado José da Santa Rita Durão.

Na inauguração deste monumen-to estiveram presentes centenas de pessoas, o Mestre José Rodrigues, o Presidente da Câmara, Dr. Defensor Moura, e o Prof. Doutor Amadeu Torres (Castro Gil).