Bibliologia e Introdução

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BIBLIOLOGIA E INTRODUÇÃO TEOLOGIA SISTEMÁTICA Teologia Sistemática ou Dogmática Compreende uma série de disciplinas estudadas pela igreja, como cristologia (Jesus), eclesiologia (igreja), trindade, antropologia teológica (vendo o homem quanto à criação, pecado, graça e salvação), escatologia (últimas coisas) e Heresiologias (Seitas e Heresias). Ademais, não se ocupa em repetir dogmas, que são declarações de fé, que as pessoas crêem, tenta entender a vida, e refletir a real e pura fé cristã. Bibliologia e Introdução O estudo da teologia sistemática ordenada da Bíblia, seu autor, seu inspirador, seus escritores, tempo, tema e mensagem, origem e destino, auditórios primário e secundário. Fascinante teor no Livro dos livros com o objetivo de melhorar o vínculo de Comunhão entre o leitor estudioso e as portas da revelação bíblica. Cada livro será explorado a fim de discernir a mensagem específica de seus escritores em seu tempo e na sua vida. - Cristologia O Estudo da pessoa de Cristo, sua doutrina desde os tempos da Dispensação do Mistério até a Dispensação da Plenitude dos Tempos, tratando desde quando estava no seio do Pai até o Tudo em Todos. - Teologia Própria O Estudo da pessoa do Pai. Estudo pouco aplicado nas Escolas Profissionais de Teologia Bíblica. Desde seu planejamento até o dia em que mandou colocar um novo trono para receber seu Filho, o mistério escondido, à sua destra. Um tremendo estudo temário desde os atributos do amor que se manifesta em Graça, da Justiça que se transforma e Vingança, e IGREJA APOSTÓLICA MINISTÉRIO VIVA EM CRISTO APOSTILA DE ESTUDO – TEOLOGIA SISTEMÁTICA Página 1

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BIBLIOLOGIA E INTRODUÇÃO

TEOLOGIA SISTEMÁTICA

Teologia Sistemática ou Dogmática Compreende uma série de disciplinas estudadas pela igreja, como cristologia (Jesus), eclesiologia (igreja), trindade, antropologia teológica (vendo o homem quanto à criação, pecado, graça e salvação), escatologia (últimas coisas) e Heresiologias (Seitas e Heresias). Ademais, não se ocupa em repetir dogmas, que são declarações de fé, que as pessoas crêem, tenta entender a vida, e refletir a real e pura fé cristã.

Bibliologia e Introdução O estudo da teologia sistemática ordenada da Bíblia, seu autor, seu inspirador, seus escritores, tempo, tema e mensagem, origem e destino, auditórios primário e secundário. Fascinante teor no Livro dos livros com o objetivo de melhorar o vínculo de Comunhão entre o leitor estudioso e as portas da revelação bíblica. Cada livro será explorado a fim de discernir a mensagem específica de seus escritores em seu tempo e na sua vida.

- Cristologia O Estudo da pessoa de Cristo, sua doutrina desde os tempos da Dispensação do Mistério até a Dispensação da Plenitude dos Tempos, tratando desde quando estava no seio do Pai até o Tudo em Todos.

- Teologia Própria O Estudo da pessoa do Pai. Estudo pouco aplicado nas Escolas Profissionais de Teologia Bíblica. Desde seu planejamento até o dia em que mandou colocar um novo trono para receber seu Filho, o mistério escondido, à sua destra. Um tremendo estudo temário desde os atributos do amor que se manifesta em Graça, da Justiça que se transforma e Vingança, e Misericórdia que determina o perdão de Deus.

- Pneumatologia O Estudo completo da trajetória do Espírito Santo, desde o primeiro livro até o Estado Eterno, sua obra, sua dobrada unção, a possessão temporária, seu trabalho na Igreja (batismo, dons, enchimento) e seu trabalho escatológico com as duas testemunhas.

- Harmatiologia O Estudo profundo sobre assunto que mais importuna o homem e o separa de seu Criador, as doutrinas heréticas sobre o pecado, o sistema biológico e psicológico do pecado, os membros do corpo e as suas leis, o homem interior e a vitória sobre o poder do pecado.

- Soteriologia O Estudo na Catedral da Salvação, o livre de Romanos. Um profundo conhecimento sobre a expiação de Cristo, a santificação, o sangue, o Parente Remidor e nossa garantia de fé.

- Eclesiologia A Igreja desde a dispensação do ministério até a plenitude dos tempos, a igreja como

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elemento fundamental do Reino de Deus, sua escolha, sua fundação, sua cidade e seu esposo.

- Escatologia Conheça o maravilhoso mundo das coisas relacionadas ao fim dos tempos da graça e o novo início com o Reino eterno de Cristo. Saiba o que significam as 70 semanas de Daniel, os 3 elementos do Reino e seu fim, o Anticristo, as 7 trombetas do Apocalipse, o derramamento das taças da grande ira, a salvação antes, durante e depois da grande tribulação e muito mais.

- Antropologia O Estudo especial e tremendo sobra a tricotomia do ser humano, espírito alma e corpo, seus desafios e seu fim eterno.- Angeologia O Estudo completo da origem, ministério natureza e propósito angelical. Desde a sua criação santa, predestinação, eleição, domicilio, Hades, poço do Abismo. Como os Anjos estão limitados no tempo da Graça e como voltarão a atuar como ministravam no Antigo Testamento e porque são conservos da Igreja.

- Basiléia O Estudo do Reino de Deus, pouco conhecido no meio Pentecostal. Seus tipos, suas parábolas, seus três elementos, sua chegada, seus profetas e seu Rei Eterno, seu reino, seus súditos, sua abrangência, seu poder, sua glória e sua Capital Eterna.

Comunicação ( 03 Lições )

- Evangelismo & Missões Saiba por que o Ide a todo mundo também requer o Vinde a Mim. Veja como a sinceridade da fé opera a oportunidade a fim de o pecador mais longínquo de Deus seja inescusável com respeito a sua salvação. Conheça por você opera o premio para aquele que o discípulo e todas as almas que você ganha para Cristo contam como galardão àquele que o ganhou para Cristo. Saiba quando seu próprio galardão será uma realidade através de novo discipulado.

- Homilética O Estudo fascinante da arte da pregação atual, seus métodos antigos e modernos, seus elementos e tipos, suas figuras de linguagem, seus mistérios e a grande chance de conhecer os segredos da revelação profética, o esboço e a inspiração. E ainda a arte da exposição, a comunicação pública, e o equilíbrio emoção e da razão.

- Hermeneutica O Estudo precioso da arte de interpretar textos, especialmente o texto bíblico. Conheça os dois auditórios para que foram escritos os textos bíblicos e as leis e regras de sua interpretação, como por exemplo, a Bíblia interpreta a própria Bíblia é a lei áurea da Hermenêutica.

Apologética (02 Lições )

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- Heresiologia Seitas e Heresias Conheça melhor as doutrinas de cada seita, os seus pontos fortes doutrinários à luz da Palavra de Deus. Conheça as novas seitas que se influenciam no meio evangélico e suas novas armas.

- História da Igreja Um Estudo da Igreja desde quando era conhecida como Nação Poderosa no livro de Ezequiel até ao dia em que é introduzida nas bodas do Cordeiro, e seu governo ao lado de Cristo na eternidade, sem contar o seu propósito, seu papel de esposa e seu papel fundamental no Reino.

Panorama Bíblico (04 Lições )

- Antigo Testamento O Estudo temático do Antigo Testamento e ainda os caminhos de como extrair mensagens reveladas e unidas do Antigo Testamentos.

- Novo Testamento O Estudo temático no Novo Testamento e ainda os caminhos de como extrair mensagens reveladas e ungidas do Novo Testamento.

- Geografia e História Bíblica Um Estudo de fundo histórico profético desde o livro de Gênesis até as mudanças que ocorrerão em Jerusalém quando o Senhor Jesus colocar seus pés no Monte das Oliveiras.

- Teologia Pastoral Um Estudo sobre as atividades do obreiro com ênfase no ministério pastoral. O objetivo deste livro é mostrar ao aluno algumas adversidades que um homem de Deus no exercício do pastorado pode passar, bem como apresentar algumas ferramentas que estão liberadas por Deus para o este utilizar no seu dia a dia. Diante dos cinco ministérios daremos ênfase ao ministério pastoral, assim o aluno poderá ajudar o pastor nesta importante missão de conduzir o povo de Deus nesta importante caminhada até a Canaã Celestial.

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ABREVIATURAS:

Em índices e citações bíblicas, é comum o uso de abreviaturas para se referir aos textos bíblicos. Um dos formatos convencionados segue o padrão abaixo:

Os dois pontos (:) separam o capítulo dos versos; O hífen (-) indica uma faixa contínua de versos; A vírgula (,) indica uma seqüência não contínua de versos; O ponto-e-vírgula (;) inicia um novo capítulo do mesmo livro ou não, se seguido de

nova abreviação.

Exemplos:

2 Ts 2:2-12 = Segunda Tessalonicenses, capítulo 2, versículos 2 a 12Gn 3:1-15 = Gênesis, capítulo 3, versículos 1 a 15.Rm 11:18 = Romanos, capítulo 11, versículo 18.Dn 9:25, 27; 11:3-43 = Daniel, capítulo 9, versículos 25 e 27; e capítulo 11, versículos 3 a 43.Mt 24-26; Ap 1:1-8 = Mateus, cap. 24 ao cap. 26; Apocalipse, capítulo 1, versículos 1 a 8.

Encontram-se aqui as abreviaturas remissivas e teológicas com as quais o estudante deve se familiarizar.

a. C. antes de Cristo (colocado após o número)A. D. Anum Dominum (no ano do Senhor; depois de Cristo)ARA: Edição Almeida Revista e Atualizada ARC: Edição Almeida Revista e Corrigida AT: Antigo Testamentoc. circa (cerca de, mais ou menos em) cap. capítulo caps. capítulos cf. confer (compare, confira) d.C. Depois de Cristo( isto é depois do nascimento de Cristo)ed. editor e. g. exempli gratia (por exemplo)Gr. Gregohb. Hebraicoi. e. id est (isto é)int. introduçãolit. literal; literalmente

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N do E nota do editorNT Novo Testamentoop. cit. opus citatum (obra citada)p. página pp. páginasppl. passagem paralelaref. referênciarefs. referênciass. seguinte ss. e os seguintes(isto é, os versículos consecutivos de um capítulo até o seu final. Por exemplo: 1Pe 2.1ss, significa 1 Pe 2.1-25)v. versículo vv. versículos ver vejap.m tarde-noitea.m manhã

ALGUNS TERMOS IMPORTANTES E SEUS SIGNIFICADOS:

Apócrifos: (significa: escondidos ou duvidosos). Livros não-bíblicos aceitos por alguns (como a igreja católica romana), mas rejeitados por outros, por não serem inspirados e conterem muitos erros, o que prova serem de autoria humana e não divina. Pelos católicos romanos são conhecidos como Deuterocanônicos (= 2º Cânon). Foram acrescentados às Escrituras (Dt 4.2, 12.32; Pv 30.6; Ec 3.14; Ap 22.18,19).Cânon = Do grego "kánon", e do hebraico "kaneh", regra; lista autêntica dos livros considerados como inspirados.Epístolas = Cartas. Evangelho = Caminho; boas novas. Sinópticos = Síntese. Os três primeiros evangelhos são chamados de evangelhos sinópticos, pois são muito parecidos e sintetizam a vida de Jesus; Testamento = Aliança, Pacto, Acordo; Tradução = Transliteração de uma língua para outra; Versão = Tradução da língua original para outra língua.

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ÍNDICE GERAL

Descrição Página

Introdução; O Autor e o Testemunho da Bíblia 07A Bíblia é o livro de Deus 07Os originais 08O Antigo Testamento em Hebraico 09O Novo Testamento em Grego 09A Bíblia, o livro mais antigo e mais amado 10A Bíblia, Superior a qualquer livro jamais escrito 11A Bíblia é Canônica 11A Bíblia, o livro mais influente 12Inspiração, Iluminação e Revelação 12Inspiração 12Iluminação 15Revelação 16Revelação Geral 16Revelação Especial 18Comparação: Revelação-Inspiração-Iluminação 21A Divindade na Bibliologia 21Dispensação do Mistério 22O tema central da Bíblia, o MESSIAS 23O tema central da Bibliologia 25Divisão dos livros da Bíblia 30Breve análise dos livros da Bíblia - 1. A.T. 30Breve análise dos livros da Bíblia - 2. N.T. 33Os livros Apócrifos e os Pseudopígrafos 35Lívros Pseudopígrafos 36Lívros Apócrifos 37A história da versão em Língua Portuguesa 39

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A BÍBLIA

INTRODUÃO: O AUTOR E O TESTEMUNHO DA BÍBLIA

O Autor da Bíblia é o PAI. Embora a Palavra subsista antes da encarnação de Cristo, o Autor da Palavra é o PAI. É o Pai que fala o Verbo. O Verbo sai como Palavra dita do Pai. Embora, depois da ressurreição de Cristo, vemos o Verbo explicando o próprio Verbo aos discípulos de Emaús, o Verbo sai da boca do Pai. A Bíblia contém a Palavra de Deus e é, ao mesmo tempo a Palavra de Deus, mas nem tudo o que está escrito na Bíblia procede da boca de Deus. Aquilo que foi escrito e canonizado é o registro. O registro é inspirado e o que foi escrito às vezes é a narrativa daquilo que um ímpio falou. Aquilo que este ímpio falou é um registro inspirado, mas não é a Palavra de que sai da boca de Deus. Está ali como mecanismo de ensino, advertência ou com alguma mensagem de vida final. Esta era a confusão que o diabo queria gerar em Mateus 4, quando veio falar com Cristo, questionando a sua divindade nos dias de sua provação no deserto. Vemos a Palavra procedendo da boca do incrédulo Tomé, de um angustiado Pedro, de espíritos malignos falando aos amigos de Jó; mas suas palavras humanas, seus pontos de vista e seus questionamentos, não procedem da boca de Deus. Mas o registro daquilo que eles disseram faz parte do conteúdo bíblico, e estão ali para que tiremos nossas lições, pois Deus não esconde os desejos, pecados e ansiedades, erros e acertos do homem. Mas somente a Palavra que procede da boca de Deus nos pode dar vida. (Mt 4.4; Jo 5.16,20)

O poder da Palavra foi dado ao Filho. Ele é o Verbo de Deus. A Palavra é dele. O Pai é o Arquiteto da Criação, mas a Palavra, o mesmo que Verbo é a execução. O Verbo não está, o Verbo é, faz, profetiza e executa. Aqui ele manda que o ouçamos; “Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida.” Jo 5.24

O Pai da testemunho da Palavra, Ele manda que O vejamos, ouçamos e creiamos.

Através da Bíblia podemos ver seis coisas que os discípulos não tiveram:

1. Eles nunca ouviram a sua voz. Jo 5.372. Eles nunca viram sua forma(parecer). Jo 5.373. A Palavra não permanecia neles. Jo 5.384. Eles não criam no Pai que O havia enviado. Jo 5.385. Eles não examinavam as Escrituras que davam testemunho Dele. Jo 5.396. Eles não criam nos Escritos. Jo 5.47.

Jesus quer dizer para lermos o Logos(palavra escrita) para poder crer no Rhema(palavra revelada).

A BÍBLIA É O LIVRO DE DEUS (Is 34:16).

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A palavra Bíblia (Livros) entrou para as línguas modernas por intermédio do francês, passando primeiro pelo latim bíblia, com origem no grego biblos (folha de papiro do século XI a. C preparada para a escrita). Um rolo de papiro tamanho pequeno era chamado “biblion”, e vários destes era uma “Bíblia”. Portanto “Bíblia” quer dizer coleção de vários livros.

No princípio, os livros sagrados não estavam reunidos uns aos outros como os temos agora em nossa Bíblia. O que tornou isso possível foi a invenção do papel no séc. II pelos chineses, bem como a invenção do prelo de tipos móveis, em 1450 A. D. por Guttenberg, tipógrafo alemão. Até então tudo era manuscrito como ocorria anteriormente com os escribas, de modo laborioso, lento e oneroso.

Com a invenção do papel desapareceram os rolos e a palavra biblos deu origem a “livro” como se vê em biblioteca (coleção de livros), bibliografia, bibliófilo (colecionador de livros).

A primeira pessoa a aplicar o nome “Bíblia” foi João Crisóstomo, grande reformador e patriarca de Constantinópla, 398-404 A. D.

A Bíblia em si, recebe outros nomes como Livro do Senhor (Is 34.16); Palavra de Deus (Mc 7.13; Jo 10.35; Hb 4.12); Escrituras (Mt 21.42; Lc 4.21; Jo 7.38,42; Rm 4.3; Gl 4.30) Santas Escrituras (Rm 1.2) Sagradas Letras ( 2Tm 3.15); a Verdade (Jo 17.17; Rm 15.8); Lei (Sl 119); Lc 10.26; Mt 5.18); Mandamentos (Sl 119); a Lei e os Profetas (Mt 5.17; Lc 16.16); a Lei de Moisés (Lc 24.44)

A BÍBLIA É:

“Toda escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.” 2 Tm 3.16,17. Examine ainda 1 Coríntios 10.11 e Romanos 15.4.

A BÍBLIA É UM LIVRO PARA: ser buscado/examinado (Jo 5.39); crido (Jo 2.22); lido (1 Tm 4.13); recebido (1 Ts 2.13); confirmado e aceito (At 17.11).

A BÍBLIA TEM MUITOS OBJETIVOS: avisar os crentes (1 Co 10.11); manifestar o cuidado de Deus (1 Co 9.9,10); ensinar e instruir (Rm 15.4); aperfeiçoar o cristão para toda boa obra (2 Tm 3.16,17); fazer o homem sábio para a salvação (2 Tm 3.15); produzir fé na divindade de Cristo (Jo 20.31); produzir vida eterna (Jo 5.24).

1. OS ORIGINAIS

Grego, hebraico e aramaico foram os idiomas utilizados para escrever os originais das Escrituras Sagradas. O Antigo Testamento foi escrito em hebraico. Apenas alguns poucos textos foram escritos em aramaico. O Novo Testamento foi escrito originalmente em grego;era a língua mais utilizada na época. Os originais da Bíblia são a base para a elaboração de uma tradução confiável das Escrituras. Porém, não existe nenhuma versão original de manuscrito da Bíblia, mas sim cópias de cópias de cópias. Todos os autógrafos, isto é, os livros originais, como foram escritos pelos seus autores, se perderam.

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As edições do Antigo Testamento hebraico e do Novo Testamento grego se baseiam nas melhores e mais antigas cópias que existem e que foram encontradas graças às descobertas arqueológicas. Para a tradução do Antigo Testamento, a Comissão de Tradução da SB, Sociedade Biblica do Brasil, usa a Bíblia Stuttgartensia, publicada pela Sociedade Bíblica Alemã. Já para o Novo Testamento é utilizado The Greek New Testament, editado pelas sociedades Bíblicas Unidas. Essas são as melhores edições dos textos hebraicos e gregos que existem hoje, disponíveis para tradutores.

2. O ANTIGO TESTAMENTO EM HEBRAICO

Muitos séculos antes de Cristo, escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas do povo hebreu mantiveram registros de sua história e de seu relacionamento com Deus. Estes registros tinham grande significado e importância em suas vidas e, por isso, foram copiados muitas e muitas vezes e passados de geração em geração. Com o passar do tempo, esses relatos sagrados foram reunidos em coleções conhecidas por A Lei, Os Profetas e As Escrituras. Esses três grandes conjuntos de livros, em especial o terceiro, não foram finalizados antes do Concílio Judaico de Jamnia, que ocorreu por volta de 95 d.C. A Lei continha os primeiros cinco livros da nossa Bíblia. Já Os Profetas, incluíam Isaías, Jeremias, Ezequiel, os Doze Profetas Menores, Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis. E As Escrituras reuniam o grande livro de poesia, os Salmos, além de Provérbios, Jó, Ester, Cantares de Salomão, Rute, Lamentações, Eclesiastes, Daniel, Esdras, Neemias e 1 e 2 Crônicas. Os livros do Antigo Testamento foram escritos em longos pergaminhos confeccionados em pele de cabra e copiados cuidadosamente pelos escribas. Geralmente, cada um desses livros era escrito em um pergaminho separado, embora a Lei freqüentemente fosse copiada em dois grandes pergaminhos. O texto era escrito em hebraico - da direita para a esquerda - e, apenas alguns capítulos, em dialeto aramaico. Hoje se tem conhecimento de que o pergaminho de Isaías é o mais remoto trecho do Antigo Testamento em hebraico. Estima-se que foi escrito durante o Século II a.C. e se assemelha muito ao pergaminho utilizado por Jesus na Sinagoga, em Nazaré. Foi descoberto em 1947, juntamente com outros documentos em uma caverna próxima ao Mar Morto.

3. O NOVO TESTAMENTO EM GREGO

Os primeiros manuscritos do Novo Testamento que chegaram até nós são algumas das cartas do Apóstolo Paulo destinadas a pequenos grupos de pessoas de diversos povoados que acreditavam no Evangelho por ele pregado. A formação desses grupos marca o início da igreja cristã. As cartas de Paulo eram recebidas e preservadas com todo o cuidado. Não tardou para que esses manuscritos fossem solicitados por outras pessoas. Dessa forma, começaram a ser largamente copiados e as cartas de Paulo passaram a ter grande circulação. A necessidade de ensinar novos convertidos e o desejo de relatar o testemunho dos primeiros discípulos em relação à vida e aos ensinamentos de Cristo resultaram na escrita dos Evangelhos que, na medida em que as igrejas cresciam e se espalhavam, passaram a ser muito solicitados. Outras cartas, exortações, sermões e manuscritos cristãos similares também

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começaram a circular. O mais antigo fragmento do Novo Testamento hoje conhecido é um pequeno pedaço de papiro escrito no início do Século II d.C. Nele estão contidas algumas palavras de João 18.31-33, além de outras referentes aos versículos 37 e 38. Nos últimos cem anos descobriu-se uma quantidade considerável de papiros contendo o Novo Testamento e o texto em grego do Antigo Testamento.

Teológicamente a Bíblia é a revelação de Deus para a humanidade. Etimologicamente é uma coleção de livros pequenos, cujo autor é Deus, o Espírito Santo é seu real intérprete e Jesus Cristo seu TEMA UNIFICADOR, seu assunto

central.

A BÍBLIA, O LIVRO MAIS ANTIGO E MAIS AMADO

Os demais livros são lidos e venerados, mas a Bíblia é um livro admirado e amado por bilões de pessoas, das mais diversas culturas no mundo e em toda história da humanidade; tem transformado vidas, cidades, reis, pessoas comuns, crianças, adultos, nações, reinos e famílias.

Reis como Davi, o amaram. Reis como Josias, o acharam. Profetas como Samuel, o escreveram. Poetas como Salomão, o pintaram. Doutores como Lucas, o organizaram. Amigos como Teófilo, o encomendaram. Apóstolos como Paulo, viajavam com longos pergaminhos deste livro.

Devemos amar a Bíblia porque ela é:

A bússola do náufrago. A bigorna onde o ferreiro molda sua arte. O bálsamo que cura as feridas do homem à míngua e à morte. Indica o Criador e inspira o culto a Seu nome. A fonte onde a sede de nossa alma eterna encontra Água Viva. O alimento que é doce no paladar e amargo no ventre, por que deve ser

compartido e não guardado egoisticamente. Manual da construção e edificação do homem. A chave que abre as portas das revelações celestes. O transporte que nos conduz à Rua de Ouro da Nova Jerusalém. A nossa ferramenta de nosso púlpito. A garantia de armar sua tenda em qualquer lugar. A única que oferece uma profissão garantida em qualquer lugar do mundo, a de

ministro de Evangelho de Jesus Cristo. O farol que alumia os nautas perdidos no mar da vida.

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A luz para nossos pés, e a luz para nossos caminhos. É luz para os pés, porque sua mensagem é pessoal e individual, e luz para nossos caminhos porque todos os que caminam conosco também são beneficiados com a sua iluminação.

As respostas para as perguntas mais difíceis da vida, da história e do coração do homem: Cristo.

A Graça de Jesus Cristo, pois dias virão que os homens hão de procurá-la aos quatro cantos da Terra, mas não a encontrarão. Ela será arrebatada dentro do coração de cada servo de Jesus Cristo.

A BÍBLIA, SUPERIOR A QUALQUER LIVRO JAMAIS ESCRITO

A Bíblia possui o mais vasto acúmulo de conhecimento físico, astronômico, científico de todas as espécies, morais, espirituais, cronológico, matemático, físico, biológico, equilibrado e verdadeiro. A Bíblia é o livro mais honesto, por que não encobre nem um só pecado do homem, antes os usa para ensinar como podemos viver livres deles. Os pecados do pai da Fé são revelados, do grande Rei de Israel são revelados, do discípulo mais amado, com o objetivo de ensinar aos próprios homens que Deus não faz acepção de pessoas, a fim de revelar a redenção do homem. A Bíblia é o livro mais harmônico, escrito por aproximadamente quarenta escritores, que tinham culturas e status diferentes. Os escritores viveram distantes uns dos outros. Onze países diferentes, em épocas e condições diferentes, não se conheceram. Nna época a comunicação era praticamente impossível pertenceram às mais variadas camadas sociais, e tinham profissões muito diferentes.

Demoraram cerca de aproximadamente 1600 anos para escrever os 66 livros. 1491 a. C., quando Moisés teve a visão do passado, começou a escrever o Pentateuco,

no meio do trovão no monte Sinai, até 97 d. C., quando o apóstolo João teve a visão do futuro, ele mesmo um “filho do trovão” (Mc 3.17), escreveu seu evangelho na Ásia Menor. Entretanto, há na Bíblia um só plano ou projeto, que de fato mostra a existência de um só Autor divino, guiando os escritores. A Bíblia é um só livro. Tem um só sistema doutrinário, um só padrão moral (expressão da autoridade de Deus), um só plano de salvação, um só programa das eras. A Bíblia é a coleção das exatas palavras dos 66 livros que constituem o seu CÂNON (cânon significa autoridade, regra de fé. O cânon está fechado, não há mais nenhum livro inspirado!!!). Vide (Mt 4.4; Jo 12.48; 2 Tm 3.16,17; 2 Pe 1.3; Jd 3).

A BÍBLIA É CANÔNICA

Um livro é canônico quando, desde o seu primeiro dia, foi aceito pelo povo de Deus como divinamente inspirado, como realmente o é (Ver o item “Inspiração”).

CÂNON do grego "kánon", e do hebraico "kaneh" (= regra; lista autêntica dos livros considerados como inspirados).

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Significava originalmente “vara de medir”, depois “norma ou regra” (Gl 6.16), e hoje significa “catálogo de uma revelação completa e divina”.

A palavra cânon acha-se em três passagens do N.T.: Gl 6.16, Fp 3.16 e 2 Co 10.13-17.

A inspiração diz respeito à ação divina no ato do registro escrito, garantindo o resultado fiel.

Já a canonização do Texto diz respeito à ação humana, reconhecendo a qualidade divina daquele material.

A “CAANONIZAÇÃO” DE UM LIVRO NÃO SIGNIFICA QUE HOMENS LHE CONCEDERAM AUTORIDADE E INSPIRAÇÃO DIVINA, MAS SIM QUE HOMENS FORMALMENTE OFICIALIZARAM O QUE SEMPRE FOI RECONHECIDO COMO INSPIRADO POR DEUS [EM OUTRAS BASES, SUFICIENTES].

Esse processo de reconhecimento se deu no seio da comunidade da Fé — a comunidade hebraica, quanto ao A.T., e a comunidade cristã (igreja primitiva), quanto ao N.T.

A canonização tem tudo a ver com a preservação do Texto, pois, a comunidade da Fé só iria se preocupar em transmitir e proteger os livros "canônicos", tidos como inspirados.

A parte humana na transmissão do Texto fica patente, mas será que houve ação divina também, protegendo o Texto (a exata redação do Texto)?

Se o Criador quis que Sua revelação chegasse intacta, ou pelo menos de forma íntegra e confiável, até o século XXI e seguintes, fatalmente teria que vigiar o processo da transmissão através dos séculos. Teria que proibir a perda irrecuperável de qualquer parte genuína, bem como a inserção indetectável de material espúrio.

A BÍBLIA, O LIVRO MAIS INFLUENTE Todos ignoram o pecado para facilitar sua crença. Mas a Bíblia expõe o pecado do homem, e provê um redentor para o pecador e ainda é o mais influente e mais amado livro de toda História. A Bíblia é mais influente porque revela que o homem é pecador que precisa ser salvo e há um Salvador para ele. A Bíblia ensina que o homem não será condenado por desconhecer o Salvador, mas pelo fato de rejeitá-Lo. A Bíblia revela o cumprimento de suas próprias profecias.

INSPIRAÇÃO, ILUMINAÇÃO E REVELAÇÃO

A Bíblia é Inspirada

Jesus Cristo ensinou que a Bíblia é infalivelmente inspirada (Jo 10.35b; 17.17; Mt 4.4; 5.17,18) e também eterna e perfeitamente preservada por Deus (Mt 24.25, Lc 16.17; 21.33; 24.44)

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BIBLIOLOGIA E INTRODUÇÃO

INSPIRAÇÃO é o homem escrevendo o que Deus revelou. A Inspiração é o registro escrito das revelações de Deus e daquilo que Ele quis que os escritores registrassem por escrito. A inspiração, portanto, é o processo pelo qual Deus manifesta uma influência sobrenatural sobre certos homens, capacitando-os para registrar acurada e infalivelmente o que tenha sido revelado. Lemos em 2 Pe 1.21 “a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo’. O resultado desse processo é a Palavra de Deus escrita, a “escritura da verdade” (Dn 10:21).

Como ocorreu o processo da inspiração:

A própria Bíblia clama ser a Palavra de Deus. O termo “inspiração” é o termo teológico tirado da Bíblia que expressa a verdade que a Bíblia é a Palavra de Deus.

Para entendermos a inspiração, devemos olhar para dois versículos clássicos das Escrituras, a seguir:

“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça” (2 Tm 3.16)

A palavra inspiração é “theopneutos”, que provém de duas palavras gregas: “theo” = Deus, e “pneutos” = assoprar. A palavra hebraica é “nehemiah” e é usada somente uma vez no Velho Testamento (em Jó 32.8). O versículo está dizendo que Deus assoprou nos escritores da Bíblia que escreveram assim as próprias Palavras de Deus. O adjetivo empregado nesta passagem significa <<insuflado por Deus>> (cf. Gn 2.7).

A palavra “Escritura”, vem do Grego “graphe”, que siginifica escrita, grafia, palavra. Deus “assoprou” palavras! Podemos dizer então que tudo o que foi “escrito” (as Escrituras) foi dado pelo “sopro de Deus”. Portanto, o que Deus “soprou” foram palavras (graphe). Cada palavra, cada letra é importante para Deus.

É importante frisarmos que a Bíblia é inspirada e não os escritores. Se fosse o contrário, tudo aquilo que eles escrevessem, de uma forma geral, seria Bíblia.

A próxima passagem é:

“Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” (2 Pe 1.21)

Literalmente, o que o versículo está dizendo é que a inspiração é o processo pelo qual o Espírito Santo “ moveu” ou dirigiu os escritores, para eles escrevessem não fossem palavras deles, mas a própria Palavra de Deus. Deus nos está dizendo que Ele é o Autor da Bíblia, e não o homem.

Os escritores da Bíblia são chamados de: homens impelidos (ou “carregados”) pelo Espírito Santo (2 Sm 23.2; 2 Pe 1.20,21; cf. Ap. 19.9; 22.6;). Eles foram “movidos”, “tomados”, “levados”.

O próprio Jesus Cristo afirmou que o Espírito Santo faria os Seus discípulos se lembrarem de tudo o que presenciaram: “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o

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Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (Jo 14.26) e os anunciaria fatos futuros: “Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade, porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir” (Jo 16.13). (1 Co 2.10-13; 1 Jo 1.1-3).

O Deus que soprou o fôlego de vida nos seres viventes é o mesmo que soprou Sua Palavra nas consciências dos Seus profetas.

Se o próprio Espírito Santo supervisionou a entrega e o registro da revelação, Ele, sendo Deus Onipresente, Onisciente e Onipotente, garantiu que isto seria feito sem erros.

Assim, cada palavra da Bíblia é literalmente de Deus e é a única base para doutrina.Inspiração é o poder estendido pelo Espírito Santo, mas não sabemos exatamente como esse poder operou. É limitado aos escritores das Escrituras Sagradas. Isto EXCLUI todos os outros livros “sacros” por não serem inspirados; também nega autoridade final a todas as igrejas, concílios eclesiásticos, credos e clérigos.

A inspiração não exclui a diversidade de expressão sobre o mesmo assunto (Mt 16.16; Mc 8.29; Lc 9.20). Até os 10 mandamentos têm expressões diferentes, pois o Autor é Deus, e Ele pode Se exprimir de formas diferentes sobre o mesmo assunto!!! (Ex 20.8-11; Dt 5.12-15).

O mais próximo que conseguimos chegar da inspiração é chamando-a de “orientação”. Isto é, o Espírito Santo supervisionou a seleção dos materiais a serem usados e das palavras a serem empregadas por escrito. Finalmente, Ele preservou os autores de todos os erros e omissões. Temos na Bíblia, portanto, a Palavra de Deus verbalmente inspirada.

O apóstolo Paulo relatou, inclusive, seus lapsos de memória (1 Co 1.14-16), suas emoções pessoais (Gl 4.14), suas palavras (1 Co 7.12,40). Entretanto, ele mesmo frisa que, apesar de expor sentimentos e impressões pessoais, tudo o que ele registrou nas Escrituras são Palavras do Senhor! (1 Co 2.13; Gl 1.12). Inclusive, quando ele aborda a questão do papel e posição da mulher na igreja, ele declara que o que disse são “mandamentos do Senhor” e não seu entendimento pessoal! (1 Co 14.37-38).

Observamos, além disso, que a inspiração se estende às palavras , não simplesmente aos pensamentos e conceitos, ou idéias gerais. Se estendesse simplesmente aos últimos, ficaríamos sem saber se os escritores entenderam exatamente o que Deus disse, se lembraram exatamente do que Ele disse, e se eles tinham capacidade para expressar os pensamentos de Deus com exatidão.

Será que cada palavrinha da Bíblia é mesmo inspirada?O que Jesus disse acerca deste assunto?

“Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de TODA a palavra que sai da boca de Deus.” (Mt 4:4)

Que sublime afirmação do Mestre! Ele claramente nos diz que TODAS (não somente algumas, não somente as que constam nos “melhores e mais antigos manuscritos”, nem as que

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têm certa preferência da crítica textual), mas sim que todas as palavras que saem da boca de Deus são alimento para o homem.

Ou que dizer acerca do cumprimento cabal da lei, declarado por Jesus:“Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til

se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.” (Mt 5:18)Ora, aqui Jesus nos diz que TUDO o que está na lei, será cumprido. Existem

versículos que claramente proíbem acrescentar, ou diminuir, o que quer que seja (Dt 4.2; 12.32; Pv 30.6; Ec 3.14; Ap 22.18,19). Lembre-se que uma vírgula numa frase pode alterar totalmente o sentido da mesma. Em Gl 3.16, vemos a importância e falta que faz uma simples letra “s”!!!

Assim, a Bíblia, obra de escritores humanos, é, contudo, de natureza divina (1 Ts 2:13) e isto num sentido mais elevado do que o que se dá ao fazer referência a outras obras que se costumam dizer “inspiradas”.

Os profetas estavam tão cônscios da responsabilidade de entregar a mensagem de Deus (e não suas) que muitas vezes pediam a Deus que os poupasse desse peso (Vide a resistência de Jonas). Os escritores do Novo Testamento também reconheceram terem sido guiados pelo Espírito Santo para registrar as revelações de Deus.

A Bíblia é um livro divino-humano: humano porque, escrito por homens, manifesta sentimentos e pensamentos humanos, às vezes em desacordo com os de Deus (ver, por exemplo, os discursos dos amigos de Jó, que o próprio Deus refutou); divino, porque é obra de homens a quem a Palavra de Deus foi revelada.

Distinção entre Inspiração e Autoridade:

Algo deve ser dito a respeito da distinção entre Inspiração e Autoridade. Geralmente, as duas são idênticas, de modo que aquilo que é inspirado tem também autoridade com respeito ao ensino e à conduta. Mas, ocasionalmente, não é isso o que acontece. Por exemplo: o que Satanás disse para Eva foi registrado na Bíblia por Moisés, que foi inspirado por Deus, mas não é a verdade (Gn 3:4-5); o conselho que Pedro deu a Cristo (Mt 16:22); a declaração de Gamaliel ao Concílio (At 5:38-39). O mesmo ocorre com textos retirados do contexto, que assumem um significado totalmente diferente de quando inseridos no contexto, etc.

Iluminação

ILUMINAÇÃO é o entendimento do Espírito Santo. Não muda o Escrito nem a mensagem. Vem através da fé ao ouvir a palavra de Deus e não necessita ser um crente. A iluminação rompe a incredulidade a fim de dar lugar e origem à fé, a partir daí abre os olhos da alma(Sl 119.18). A iluminação é uma grande ajuda à organização dos fatos, do ponto de vista histórico, como do ponto de vista profético, mas já requer algo de revelação. Lucas ao ordenar os fatos que se deram, nos dias de Jesus, explicou que precisou de investigação diligente e conhecimento histórico (Lc 1.1-4).

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•  A iluminação é o entendimento que temos da leitura da Bíblia, pela ação do Espírito Santo (Êx 31.3; 35.31; 1 Rs 4.29; Jó 11.12; Sl 111.10; 119.34,99,104,125,130,169; Pv 2:1-12; 4.7; Is 11.2; Dn 1.17; 4.34; 5.12-14; Lc 24.45; Jo 14.26; Rm 12.2; 1 Co 2.14-16; 2 Co 4.6,7; Ef 1.18; 2 Tm 2.7; 2 Pe 1.20; 1 Jo 5.20). •   A iluminação se faz necessária por causa das cegueiras: natural Rm 10:2; 1 Co 2.14; Ef 4:18; induzida pelo diabo 2 Co 4.3,4; induzida pela carne 1 Co 3.1; Cl 1.21; Tt 1.15; Hb 5.12-14. •   Só com a iluminação é que pecadores são salvos (Sl 119.30; 146.8) e crentes são fortalecidos (Sl 119.105; 1 Co 2:10; 2 Co 4:6). •   Antes de iluminar, o Espírito Santo procura por sinceridade no homem (Dt 4.29; Hb 11:6) e diligente estudo do crente (At 17.11; 2 Tm 2.15; 1 Pe 2.2). •   O Espírito Santo sempre tem que usar um crente (que O tem) para iluminar o descrente (que não O tem) At 8:31 (Filipe e o eunuco etíope).

Revelação

REVELAÇÃO, no Grego, significa: descobrir, deixar aberto aquilo que estava velado/coberto.

Em outras palavras, revelação é a capacitação para ensinar aquilo que aparentemente não está claro na mensagem escrita e transformá-la em aplicação atual àqueles que a recebem. É um dom de Deus. Abre o coração (At 2.14-31).

MÉTODOS DE REVELAÇÃO:

a) Por anjos, Abraão e Sodoma (Gn 18); b) Com voz alta, punindo a queda (Gn 3.9-19);c) Com voz suave, a Elias (1 Rs 19.11,12; Sl 32.8); d) Pela natureza (Sl 19.1-3); e) Por um jumento, a Balaão (Nm 22.28); f) Por sonhos (Gn 28.12); g) Em visões (Gn 46.2; At 10.3-6); h) O próprio Livro de Apocalipse; i) Cristofania (Êx 3:2).

A NECESSIDADE DA REVELAÇÃO:

Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas. (Amós 3:7)

Será possível ao homem, finito e limitado como é, em sua capacidade e em seu entendimento, compreender a grandeza do Deus infinito?

Por si mesmo, é evidente que não. A não ser que Deus se revele ao homem, este não pode conhecê-Lo(1 Co 2.10). Chega-se, portanto, à conclusão de que Deus Se revelou às Suas criaturas.

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A REVELAÇÃO DE DEUS DIVIDE-SE EM GERAL E ESPECIAL:

•     Revelação geral de Deus : (Sl 19:1-6; 104), é o termo freqüentemente usado para se referir ao fato de Deus se fazer conhecido na criação, na consciência e na história. O termo é usado em distinção de “revelação especial”, a revelação salvífica de Deus através de Jesus Cristo nas Escrituras. Até os dias de hoje é comum ouvirmos a pergunta: Como Deus compartilha sua revelação conosco? Resumidamente podemos dizer que Deus compartilha sua revelação conosco através da Revelação Geral (ex: criação, vida humana) e da Revelação Especial (ex: Bíblia, Pessoa de Cristo, pessoa do Espírito Santo e Corpo de Cristo). Detalhando melhor esses dois conceitos, podemos dizer que a revelação geral é mencionada em várias passagens, mas com maior clareza em Romanos 1.18-32. Essa passagem fala de Deus se fazendo conhecido nas coisas da criação (vv. 20, 25) e na consciência do homem (v. 19, observe as palavras neles). Essa revelação geral, contudo, não tem poder salvífico. Ela não é nem mesmo um tipo de graça, embora muitos falem dela como um exemplo da assim chamada “graça comum”. Pelo contrário, como Romanos 1 deixa bem claro, essa revelação geral é uma revelação da ira de Deus, e serve somente para deixar o ímpio sem escusa (vv. 18, 20). É endereçada e acessível a TODA criatura inteligente, e tem por objetivo persuadir a alma a buscar o verdadeiro Deus. É suficiente para condenar os homens, tornando-os inescusáveis. Mas, não é suficiente para salvá-los! Ela ocorre:

a) Na Natureza: (Jó 12.7-9; Sl 8.1,3; 19.1-3; Is 40.12-14,26; At 14.15-17; R m 1:19-23, 2:14- 15). Sua finalidade é incitar o homem a buscar o Deus Verdadeiro, para receber mais luz. Algumas verdades contidas nas religiões pagãs derivam-se dessa fonte de revelação.

É, contudo, insuficiente. Se revela a grandeza, a sabedoria e o poder de Deus, nada diz do interesse que ele tem no homem pecador, nem se este pode se salvar.

b) Na História de nações tais como o Egito, a Assíria, etc. Embora Deus possa usar uma nação mais ímpia para castigar uma menos ímpia, ao final tratará a mais ímpia com maior severidade (Hc 1.1-2.20). Esse povo acreditava que Deus, a quem conhecia por nome de Javé ou Jeová, agia na sua vida individual e nacional (Sl 78); que lhe falava por meio de profetas (1 Sm 3; Is 6; Os 1; Am 7.14-17), revelando-lhes que Seu caráter era de justiça e amor (Is 6.3; Am 5.6-27; Dt 7.8; Jr 31.3; Os 11.1); que Israel era Seu povo escolhido (Dt 7.7-26; Jr 7.23; 13.11) e que dele Deus reclamava não só o culto, como também a justiça e o amor em sua vida social e nacional (Am 5.21-24; Mq 6.8). Esse Deus era Senhor da criação (Is 40; 42.5; Am 5.8) e Rei moral da história (Dt 28; Jz 2; Am 5.14). Haveria, um dia, de julgar o mundo e estabelecer um reino de justiça. Seu propósito final para os homens era portanto a salvação e para esse fim, escolhera a Israel para Seu servo, o qual deveria levar todos os homens ao conhecimento da verdade. Como, porém, Israel estava prejudicado pelo seu pecado, Deus prometera levantar futuramente, para executar esta tarefa, um Libertador, chamado, ora de Rei, na sucessão de Davi, ora de Servo do Senhor (Is 2.1-4; 9.1-7; 42.1-9; 49.1-6; 50.4-9; 52.13; 53.12; Jr 31.31-40; 33.14-16; Ez 34.23,24).

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Esta revelação já é mais explícita e informativa do caráter pessoal de Deus, do que a revelação através da natureza. Contudo, é também incompleta.

c) Na Consciência: Na nossa consciência temos outra revelação de Deus (Rm 2:14-16). A Lei gravada nos corações, “uma espiã de Deus em nosso peito”, “uma embaixadora de Deus em nossa alma”.

É a presença no homem desta ciência do que é certo e errado, deste algo discriminativo e impulsivo, que constitui a revelação de Deus. Não é auto-imposta, como fica evidenciado pelo fato de que o homem frequentemente se livraria de suas opiniões se pudesse. É o reflexo de Deus na alma.

Suas proibições e ordens, Suas decisões e impulsos não teriam qualquer autoridade real sobre nós se não sentíssemos que na consciência temos de alguma forma a realidade, algo em nossa natureza que, todavia, está acima desta natureza.

Em outras palavras, nossa consciência revela o fato de que há uma lei absoluta do certo e do errado no universo e de que há um Legislador Supremo que encarna esta lei em Sua própria Pessoa e conduta.

d) Na providência divina: (Pv 16.9; At 14.15-17);

e) Na preservação do mundo: (Hb 1.3)

•     Revelação especial de Deus : (Sl 19.7-14). Abrange os atos de Deus pelos quais Ele Se fez conhecer e à Sua verdade, em ocasiões especiais e a pessoas específicas, mas quase sempre para o benefício de todos. É uma Revelação completa! O termo também é usado como a Revelação Salvífica de Deus através de Jesus Cristo nas Escrituras. A razão de ser chamada de especial deve-se ao fato dessa revelação ser exclusiva ao povo de Deus, ou seja, os crentes em Jesus, uma vez que vem por escrito (A Bíblia), como já foi mencionado, mas também vem pela presença do Espírito Santo na vida do cristão e da comunhão com outros salvos em Cristo, ou seja, através da vida eclesiástica.

É necessária porque o homem não respondeu à Revelação Geral (Rm 1 . 20-23,25; 1 Co 1 . 21 ; 2.8).

Ela ocorre:

a) Em Jesus Cristo, A SUPREMA REVELAÇÃO DE DEUS (Jo 1.14; Cl 1 . 15 ; 2 . 9 ; Hb 1.3). Necessária porque o homem não respondeu às outras Hb 1. 1 . Cristo é a melhor prova da existência, natureza, e vontade de Deus! A vinda de Jesus Cristo foi a manifestação suprema e o pleno cumprimento da Revelação que Deus começara a fazer de Sua Pessoa, na vida de Israel.

Jesus afirmou expressamente que Ele era Aquele de quem os profetas falavam (Mt 5.17; Lc 24.44). Referia-Se a Si mesmo como o Filho de Deus (Mt 11.25-27) e atribuía às Suas próprias palavras a autoridade de Deus (Mc 2.1-12; 13.31; 14.62). Além das Suas palavras, o caráter e as ações de Cristo deviam ser considerados manifestações de Deus aos homens. Chamados de sinais, ou seja, Seus milagres e Suas obras poderosas (Lc 12.54-56; Jo 3.2; 14.11). Toda a Sua vida demonstrara o amor que caracteriza a Deus (Mc 2.17; 10.21,45; Lc 19.1-10; Jo 3.16). Sua morte coroou Sua vida de abnegação em favor dos homens (Mc

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14.22-24), Sua ressurreição e ascensão declararam que Deus Se agradara da obra de Seu Filho e O tinha exaltado (At 3.14-26; Rm 1.4). Seus discípulos passaram o restante de suas vidas anunciando-O como Aquele que verdadeiramente revelava Deus aos homens e lhes restabelecia a relação adequada com Deus Pai. As provas impressionantes de Sua influência nas vidas humanas, a partir de então, são outras tantas confirmações de Seu objetivo de revelar Deus aos homens.

Esta Revelação, na qual Deus Se fez homem, na Pessoa de Seu Filho Jesus Cristo, é uma Revelação pessoal, perfeita e que não se repete. No sentido mais completo, Jesus Cristo é a PALAVRA DE DEUS aos homens (Jo 1.1-18; Hb 1.1-2; Ap 19.13). É evidente, portanto, que ninguém pode conhecer a Deus, senão por Jesus Cristo (Jo 1.18; Mt 11.27).

b) Nas experiências pessoais de certos homens: Enoque e Noé andaram com Deus (Gn 5.21-24; 6.9); Deus falou a Noé (Gn 6.13; 7.1; 9.1); a Abraão (Gn 12.1-3); a Isaque (Gn 26.24); a Jacó (Gn 28.13; 35.1); em sonhos a José (Gn 37.5-11); a Moisés de modo teofânico(através do Anjo do Senhor) (Ex 3.3-10); apareceu a Josué (Js 1.1); a Gideão (Jz 6.25); a Samuel (1 Sm 3.2-4); a Davi (1 Sm 23.9-12); a Elias (1 Rs 17.2-4); a Isaías (Is 6.8), também a muitos outros. Da mesma maneira, no N. T. Deus falou a Jesus (Mt 3.16,17; Jo 12.27,28); a Pedro, Tiago e João (Mc 9.7); a Felipe (At 8.29); a Paulo (At 9.4-6; 18.9; Gl 1.12); e a Ananias (At 9.10). Nas experiências de nós, crentes da dispensação da graça, que temos a testificação do Espírito Santo de que somos filhos de Deus.

c) Em milagres: eventos fora do usual e natural, realizando uma obra útil, revelando a presença e poder de Deus, visando trazer homens a Cristo (Jo 20.30-31). Êx 4.2-5 (Deus transformou vara em cobra).

Milagres podem ser:

a) de intensificação (exemplo: dilúvio) ou “tempo exato” (terremoto na crucificação) de fenômenos naturais (praga de saraiva e fogo); a força de Sansão, etc.

b) de alteração das leis naturais (multiplicação dos pães, florescimento da vara de Arão, obtenção de água da rocha, cura dos doentes, ressurreição de mortos).

Se alguém quiser contestar a existência de milagres, lembre-lhe que a pergunta certa é “as testemunhas são absolutamente confiáveis?” e não “o evento é naturalmente possível?”. Demonstre a historicidade da ressurreição de JESUS CRISTO. Mostre que se ele crer na ressurreição e no Ressurreto Homem-Deus, aceitará todos os milagres da Bíblia.

c) Em Profecias-predição de eventos, só possível pela comunicação direta da parte de Deus. Ex: O Livro de Isaías foi escrito em aproximadamente 698 a.C. e falou sobre Ciro, com uma antecedência de séculos (Is 44.28-45.1). Se alguém quiser contestar a existência de profecias, mostre-lhe que se ele crer em Jesus Cristo, aceitará todas as profecias da Bíblia. Por exemplo: compare 1 Rs 13.2 com 2 Rs 23.15,16; 1 Rs 13.22 com 2 Rs 23.17,18; 1 Rs 21.19 com 1 Rs 22.38; 1 Rs 21.23 com 2 Rs 9.36.

Algumas das 332 profecias   cumpridas em Cristo:

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Ele deveria ser nascido de uma virgem (Is 7.14; Mt 1.23) da semente de Abraão (Gn 12.3; Gl 3.8) da Tribo de Judá (Gn 49.10; Mt 1.2,3; Hb 7.14) da linhagem de Davi (Jr 23.5; Mt 1.6; Rm 1.3) deveria nascer em Belém (Mq 5.2; Mt 2.6) ser ungido pelo Espírito (Is 61.1,2; Lc 4.18,19) entrar em Jerusalém montado em um jumento (Zc 9.9; Mt 21.4,5) ser traído por um amigo (Sl 41.9; Jo 13.18) ser desprezado (Is 53.4-6,10-12; 2 Co 5.21) ser rejeitado (Is 53.3; Jo 8.48; 9.34) ser vendido por trinta moedas de prata (Zc 11.12,13; Mt 26.15; 27.9,10) ser abandonado por seus discípulos (Zc 13.7; Mt 26.31,56) ter suas mãos e pés traspassados, mas não ter nenhum osso quebrado (Sl 22.16; 34.20;

Jo 19.36; 20.20,25) os homens iriam dar-lhe fel e vinagre a beber (Sl 69.21; Mt 27.34; Jo 19.28,29) repartir Suas vestes e lançar sortes sobre Sua túnica (Sl 22.18; Mt 27.35) Ele seria abandonado por Deus (Sl 22.1; Mt 27.46) enterrado com os ricos (Is 53.9; Mt 27.57-60) Ele iria surgir dos mortos (Sl 16.8-11; At 2.27; Mc 16.19) subir às alturas (Sl 68.18; Ef 4.8) e se assentar à mão direita do Pai (Sl 110.1; Mt 22.43-45), etc.

Será que não temos nestas predições que já foram cumpridas uma forte prova do fato que Deus Se revelou por profecia? E se Ele o fez nestas predições, o que nos impede de crer que O fez em outras também?

d) Nas Escrituras (1 Pe 1.12; 1 Co 1.21): Se a suprema revelação de Deus é Jesus Cristo, surge o problema: como então pode Deus Se revelar a nós, que vivemos dois milênios depois de Cristo? Não estando Jesus visivelmente entre nós, ficamos privados da possibilidade de alcançar a plena Revelação de Deus?

A resposta a essas perguntas é que existe ainda outra forma de Revelação. É que o Espírito de Deus capacitou homens a darem testemunho escrito da Revelação que receberam, de modo a poderem interpretá-la e transmiti-la às gerações posteriores.

Assim, podemos chegar ao conhecimento da Revelação de Deus na Natureza, na História, etc, e em Jesus Cristo, através do registro (inspiração) que dela temos em mãos, na BÍBLIA, e pela qual Deus fala hoje aos homens (Hb 1.1-3).

Deste modo, Jesus Cristo Se revela ainda aos homens. Ele não é uma extinta Figura do passado, mas o FILHO VIVO DE DEUS, de maneira que os cristãos que vivem em eras posteriores à Sua crucificação podem afirmar que O conhecem e têm comunhão com Ele, através das Escrituras, que reúnem toda a Revelação que Deus quis que ficasse inerrantemente corporificada, sendo a base para todas as disciplinas da Teologia.

As doutrinas da revelação e da inspiração nada seriam sem a doutrina da preservação das Escrituras.

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Jesus disse: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar” (Mateus 24:35). As evidências comprovam que Deus tem cuidado da Sua Palavra através dos séculos, embora não tenhamos mais os originais (autógrafos). Existem mais de 5.000 manuscritos e partes de manuscritos que concordam entre si, o chamado Texto Bizantino (em sua forma impressa ele se chama Textus Receptus [TR], ou o Texto Recebido, termo que surgiu com a impressão do Novo Testamento Grego de Elzivir em 1633).

Uma vez que é a Bíblia o meio pelo qual seguramente Deus Se revela hoje aos homens, devemos examinar com algum cuidado seu caráter, sua suficiência e a confiança que merece como Revelação de Deus (2 Tm 3.15-16; Hb 1.1).

Baseado nesse entendimento, concluímos que ninguém poderá se desculpar diante de Deus, pois de uma forma ou de outra, Ele tem se revelado a cada ser humano. Um texto da Bíblia que gosto muito, e que também nos ensina sobre a Revelação de Deus através da criação, diz:

"Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das Suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a Sua voz, e as Suas palavras, até aos confins do mundo." Salmo 19.1-4a

COMPARAÇÃO REVELAÇÃO-INSPIRAÇÃO-ILUMINAÇÃO:

Revelação:   comunicação da verdade. (1 Co 2.10-12)

Inspiração:  registro escrito da verdade. (1 Co 2.13)

Iluminação:  entendimento da verdade. (1 Co 2.14-16)

---inspiração--->

DEUS ---revelação---> Homem                          BÍBLIA

<---iluminação---

Podemos ter revelação (comunicação da verdade por Deus ao homem) sem inspiração (registro escrito dessas verdades), como tem sido o caso de muitas pessoas piedosas no passado, que receberam verdades de Deus, mas não registraram por escrito (inspiração), não há livros bíblicos escritos por eles (Noé, Abraão, Jacó, Elias, etc.) e como fica claro pelo fato de João ter ouvido as vozes dos sete trovões (revelação/comunicação da verdade por Deus), apesar de não lhe ter sido permitido escrever/registrar o que eles disseram os trovões (Ap 10.3,4).

Podemos também encontrar inspiração sem revelação, como quando os escritores registram o que viram com seus próprios olhos ou descobriram pela pesquisa (1 Jo 1.1-4; Lc 1.1-4). É o que ocorre quando os relatos bíblicos parecem ser meras declarações dos escritores humanos. Isto é inspiração (registro escrito) sem revelação (sem a comunicação de uma

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BIBLIOLOGIA E INTRODUÇÃO

verdade por Deus).A iluminação (o entendimento da verdade bíblica) geralmente acompanha a

inspiração ou está incluída nela, mas nem sempre, conforme 1 Pe 1.10-12; cf. Dn 8.15; 12.8-12.

A DIVINDADE NA BIBLIOLOGIA

Antes de conhecer a Bíblia, conheça a Divindade, conheça o Autor da Bíblia, a Pessoa do Filho – O Verbo, a Palavra Original da Bíblia. A pessoa de Jesus sempre foi um grande mistério. Não existia este nome Jesus. Tal nome é conhecido dos homens, recebido quando se fez carne. Mas este não é seu único nome:“...para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho...”Fp 2.10 Jesus é o nome relacionado, a seu ministério terreno e a vitória conquistada por Ele mesmo. Ele era o mistério escondido. Era o Verbo. Antes da criação do mundo, o Verbo era Deus e estava com Deus (Jo 1.1). No princípio o Verbo estava com Deus (Jo 1.2). Aqui existem dois princípios. O princípio do universo e o princípio absoluto, antes da criação do homem. Quer dizer, o princípio anterior ao universo e o princípio do universo.

Antes da criação dos céus e da terra (Gn 1.2; Jo 1.2) não havia um princípio cósmico físico, mas um princípio cósmico espiritual; Havia um principio absoluto. Neste principio o Filho Unigênito não era conhecido como Filho, mas como Jeová, da mesma forma o Espírito e o Pai. A esfera de seu mover e sua habitação era de natureza espiritual. Nesta natureza espiritual viviam as três pessoas. Neste princípio absoluto ele era Deus. Não se falava do Filho ou de Jesus, mas do Verbo, a expressão desta divindade; Espírito era o vínculo e a natureza desta existência; Luz, era a manifestação visível desta divindade. Os três usavam o mesmo nome: Jeová. Seis provas da Divindade de Jesus

1. “...com aquela glória que tinha contigo antes da fundação do mundo.” Jo 17.52. “Ele mesmo sabia onde estava no princípio, e que viera de Deus e para Deus

regressava” Jo 6.623. “Ele saiu de Iavé(Jeová)” Que seria então se vierem o Filho do homem subir para

onde estava antes? Jo 6.634. Saiu de Deus; “...pois que eu saí de Deus...” Jo 8.425. Ele veio de Deus; “...saí de Deus e vim de Deus.” Jo 8.426. Era um mistério oculto; “...e demonstrar a todos os santos qual seja a dispensação

do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou.” Ef 3.9

DISPENSAÇÃO DO MISTÉRIO

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BIBLIOLOGIA E INTRODUÇÃO

Qual será o objetivo da dispensação do mistério? A dispensação do mistério serviria para revelar como e por que o Mistério esteve oculto em Deus. Eu creio sem dúvida que o Mistério esteve oculto em Deus, sem deixar de ser Deus, por isso era Deus. O Verbo não é obra de Deus, e nem estava ao alcance de suas mãos para um fim proveitoso; era Deus e convivia com Ele deliberadamente, mas não era uma obra criada por Ele. O Verbo era Deus. Nem os anjos conheciam este mistério. Ele estava oculto, em silêncio, desde os tempos antigos (Rm 16.25) Os tempos antigos são aqui, o mesmo que tempos eternos (2 Tm 1.9). Este mistério foi revelado de duas maneiras:

1. Pelas escrituras proféticas (Rm 16.26)2. Através da Igreja (Ef 3.10)

A revelação deste mistério tem dois destinatários:

1. As nações, os gentios, para obediência e fé (Rm 16.26)2. Os principados e potestades (Ef 3.10)

As nações precisavam saber deste mistério. As potestades e os principados precisavam conhecer este mistério. Existe um a razão para isso: os tempos da unidade absoluta. Não havia trindade de deuses. Havia divindade. Havia unidade. Não havia o nome Pai, nem tampouco o nome Filho. Havia uma só divindade. A compreensão de Paulo, depois do conhecimento do mistério foi assim:“...um só Deus...(não trindade de deuses, havia divindade. Havia divindade de pessoas, não de deuses) o qual é sobre todos, e por todos e em todos.” Ef 4.6

Nos tempos eternos o Verbo estava com Deus, em Deus, junto de Deus, era Deus, “um como”, nele. Nos tempos eternos não havia neles corpos visíveis nem materiais que impedissem a unidade. Uma realidade de símbolos, mente e coração. Duas almas em um só corpo, três almas, um só espírito para um só corpo. O corpo de Cristo ajuda a ilustração: várias almas (várias pessoas) em um só corpo (Ef 4.4) em um só Espírito.

Conclusão das três dispensações pela ordem é:

1. A Dispensação do Mistério (Ef 3.9)2. A Dispensação da Graça (Ef 3.2)3. A Dispensação da Plenitude dos Tempos (Ef 1.10)

Na Dispensação do Mistério, Paulo inclui o mistério do Filho de Deus conhecido hoje como Filho.

a. No seio do Pai (Jo 1.18)b. Revelado entre os homens (atua na ocasião da eleição dos anjos) por ocasião da

rebelião de Lúcifer.

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BIBLIOLOGIA E INTRODUÇÃO

c. Revelado entre os homens (atua na redenção deles), quando se introduziu a dispensação da graça.

Na Dispensação da Graça, Paulo revela o trabalho do redentor alcançando a todos os homens e revelando o desejo de Deus, que quer que todos os homens sejam salvos (1 Tm 2.4).

Na Dispensação da Plenitude dos tempos, Paulo revela o que sucederia na ocasião da vinda de Cristo.

a. O arrebatamento e ressurreição dos mortos.b. A transformação dos vivos.c. Israel d. Igreja

Estudaremos mais sobre esta ultima dispensação em outra ocasião.

O TEMA CENTRAL DA BÍBLIA, O MESSIAS

Entenda a Teologia Própria bíblica. A Bíblia é Cristológica. Como Jesus, o Verbo vive em nós... Hoje, Deus é espírito e carne. Antes era somente espírito. Por causa da encarnação de Cristo e ressureição dentre os mortos, para não mais morrer. O regresso até a glória do Pai com uma herança imortal e glorificada, que foi seu corpo físico (Lc 24). Seu corpo dado posteriormente à sua concepção e encarnação, é o mistério da piedade, o qual satanás não pode confessar como realidade, porque no mistério da encarnação reside a desgraça de sua derrota para Cristo. Deus, ao criar o homem, o criou espírito, alma e corpo. O corpo físico era algo a mais que ele mesmo não possuía. Deus era espírito e sua alma era espiritual, não palpável. As partes imateriais têm capacidade de compartilhar do mesmo espaço (o corpo) ao mesmo tempo, sem perder sua identidade. Por isso, em apenas uma pessoa, pode haver muitos demônios (até mesmo uma legião com mais de mil demônios) e nenhum deles perde a identidade. Por outro lado, na divindade infinita, que são três pessoas, três almas conseqüentemente, não existem problemas de espaço, pois são um em espírito e três em almas. Estas almas ocupam o mesmo espaço do corpo espiritual, sem perder a identidade. Quanto mais agora no corpo do Filho. Quando Deus criou o homem, algo novo foi introduzido na criação. Os animais criados infinitamente menores que os homens, tinham corpo e fôlego de vida (alma animal irracional). Por sua vez, o homem, quando foi criado, recebeu um corpo, além da alma vivente imortal e o espírito humano. Um Deus tricótomo cria um homem tricótomo (tripartido). O objetivo de criá-lo assim era porque Ele iria habitar no homem. Com a vinda do pecado que entrou no mundo, o diabo prova que recebeu com impacto a criação do homem, que havia sido criado com algo a mais, que nem os anjos possuíam; o corpo. Os anjos não possuem corpo físico. Não podem, desta forma, comandar o mundo legalmente. Não são vistos e nem notados, isto é uma humilhação para eles, principalmente para satanás, um querubim caído. Os animais, não possuindo espírito imortal e alma imortal, seriam uma alternativa de possessão. Assim como os homens usam muito pouco o espírito, os anjos usam muito pouco sua lama.

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BIBLIOLOGIA E INTRODUÇÃO

Mas em relação aos animais, que não possuem almas racionais, satanás, através deles não poderiam dominar o cosmos. Por isso o homem foi cobiçado em seu copo. Até hoje, o corpo é o centro de cobiça de satanás. Isto não quer dizer que satanás não possa possuir o corpo de um animal irracional, mas é notório que através dele jamais poderia dominar o mundo físico, visto que esse poder foi dado ao homem. Quando Deus criou o homem com o corpo físico, Ele já conhecia as armadilhas de satanás. O cordeiro de Deus já havia sido morto desde a fundação do mundo. Por isso, o homem foi criado um pouco menor que os anjos de Deus. Os anjos foram criados imortais, já imortalizados. Com isto, compreendemos que eles já vieram a existir como se tivessem comido da árvore da vida. Isto era uma desvantagem em relação aos homens, ainda que eles eram superiores aos homens em força e em poder. Os homens foram criados inferiores aos anjos, não imortais. Com a árvore da vida longe deles, corpos físicos mortais e almas imortais. Aqui está o mistério. Satanás não esperava por esta realidade. Assim Deus criou o homem mesmo sabendo que este iria pecar. Com o pecado, por causa do Cordeiro que já havia sido morto no plano eterno de Deus, os homens tinham o privilégio de escolher entre o bem e o mal. Satanás, não sabendo disso, cobiça o corpo do homem, entra em cena e consegue uma triste vitória. No corpo do homem, ele passa a dominar o cosmos. Os reinos do mundo e seu domínio são doados a ele, mas nem tudo está acabado. Antes de o homem comer da árvore da vida, Deus o tira do jardim e coloca querubins na entrada. Isto para dar inicio ao processo de redenção (Cl 1.13,14). Por que se o homem comesse daquele fruto, se tornaria como os anjos caídos, ou seja, pecadores eternos. Com a impossibilidade de entrar no jardim do Édem e comer da árvore da vida, o homem continua imortal na alma, mas com um corpo físico que gradualmente começou a morrer. Com o ato da vinda de Cristo, o Pai depositou sua única possibilidade de redimir o homem e habitar nele. Assim, através da vinda do Filho em um corpo humano, Deus se torna tricótomo, através do corpo de Jesus. Com o homem caído Ele completa o plano redentor através da redenção consumada e eleva o homem a uma posição muito maior que a dos anjos (Ef 2.6), acima dos anjos, ao lado de Deus. É o jogo de Deus, de dar para poder retomar depois. É o perder para poder ganhar para sempre. É o morrer para viver para sempre. É o descer para poder subir. Com o corpo de Cristo ressurreto, o homem é elevado a uma posição gloriosa e ganha poder acima de todo principado e potestade. O diabo leva a pior parte. Equivocou-se uma vez mais. Finalmente Deus assume o corpo. O plano está cumprido. Agora podemos dizer que nosso Deus é Espírito, Alma e Corpo. Ele começou por último e terminou primeiro. Como Jesus vive em nós? Os textos Cl 1.26,27 e Cl 2.9,10 são muito importantes, pois é o desejo de Deus ser glorificado no corpo do Filho (Jo 14.13). Para isto, Ele deve habitar nele. Jesus é a imagem do Deus invisível (Cl 1.15) Jesus foi quem o Pai escolheu para revelar a verdadeira imagem do Deus invisível.

1. Deus lhe deu um corpo (Cl 1.15)2. Ele é a cabeça de todo o corpo (Cl 1.18)

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BIBLIOLOGIA E INTRODUÇÃO

3. Nele habita a plenitude da divindade (Cl 1.19). O Senhor Deus desejou que fosse assim (Cl 2.9,10) e que Nele fossem reconciliadas todas as coisas no céu e na terra (Ef 1.10; Cl 1.20)

O TEMA CENTRAL DA BIBLIOLOGIA

A Bíblia é um livro maravilhoso. O menor Salmo é o 117 e o maior é o 119, e o meio da Bíblia está no Salmo 118.8, onde está escrito que “bem aventurado o homem que confia somente no Senhor”. Cristo, o Messias verdadeiro é o centro da Bíblia. O propósito divino é convergir Nele todas as coisas, tanto as que estão nos céus como as que estão na Terra (Ef 1.10). Ele é o centro da Bíblia.

Gênesis – Ele é o Cordeiro Imolado desde a fundação do mundo para expiar Adão e vesti-lo de justiça a fim de enfrentar o mundo fora do Édem co a esperança de regressar. É a semente da mulher que trava uma luta sem tréguas com satanás (Gn 22).

Êxodo – Ele é nosso libertador e maior que o profeta Moisés. É o Cordeiro que derrama o seu sangue para ser aplicado na porta dos corações de cada um daqueles que crêem. Aquele que marca os umbrais de suas portas para que o anjo da morte ao destrua a primogenitura de sua semente (Ex 12).

Levítico – Ele é a oferta completa de Abraão e o Bode Expiatório que morre e o bode emissário que vive para levar nossos pecados e iniqüidades para o deserto e, junto com ele, nossas dores, a fim de fazer-nos ver o fruto de nosso trabalho e ficar satisfeito (Lv 16).

Números- Ele revela que é a estrela de Jacó (Lv 24.17) e o sumo-sacerdote que morre para livrar os justos da Cidade Refúgio do Hades (Lv 35), é o intransponível peitoral de juízo de Arão.

Deuteronômio – Ele é a nossa vitrine exemplar na qual nos inspira a entrar na Terra. É a nova geração que como renovo nasce no deserto para possuir a herança, em contradição à antiga geração.

Josué – É o Cristo teofânico que aparece a Josué e diz: “agora vim como capitão dos exércitos do Senhor” (Js 5.13ss).

Juízes – É o anjo de Manoá que respeita a mulher como mensageira de Deus e autentica diante de seu marido a sua esperança de ter um filho na esterilidade e confirma a sua missão (Jz 13).

Rute – É o Deus de Noemi que atrai os gentios e aquele que é melhor do que sete. É o parente que vem para remir os seus familiares suprindo pelo caminho com as espigas proféticas da nossa provisão.

1 Samuel – É a pedra da funda de Davi ( 1 Sm 17.49), é o nosso rei perseguido por Saul e coroado em Jerusalém. É amigo dos profetas e a razão da canção de Davi. É a semente e a Arca aberta de Deus repousando no tabernáculo aberto e Jerusalém recebendo louvores e gritos de júbilo.

2 Samuel – Ele é o Anjo de Araúna (2 Sm 24) que não aceita dividir a glória com homem orgulhoso nenhum. É a Arca de Davi.

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BIBLIOLOGIA E INTRODUÇÃO

1 e 2 Reis – Ele é o Caminho de Davi e o Rei dos reis; é a Vida graciosa de Ezequias, o Deus que Senaqueribe não pôde por na sua prateleira, é a resposta ao Falso Profeta Rabsaqué, é a Palavra que Josias descobre no Templo.

1 e 2 Crônicas – Ele é nome que está no nome de Salomão, é a Sabedoria que influi em Salomão e que surpreende a rainha de Sabá. É o templo de Salomão na sua glória.

Esdras – É o grito dos jovens humildes que o vêem como o templo pobre de pedra, mas que o cercam de júbilo por causa da esperança da nova casa, cujos fundamentos são lançados na graça. É o motivo de vergonha dos anciãos velhos que viram a primeira casa, mas não creram na glória da segunda.

Neemias – É a resposta de nossas tristezas, é o Rei que nos observa e nos pergunta se nos falta algo, que nos confia ouro e prata para reerguermos nossos muros e nossos sonhos. É o que ouve nossa oração e perdoa os pecados dos nossos antepassados.

Ester – É o nosso Mardoqueu que observa os movimentos corruptos do palácio, que sabe interceder junto ao Pai. É o Cristo coroado pelo inimigo diante de todos, é o nosso novo decreto que nos autoriza defender nossos direitos na terra dos nossos inimigos.

Jó – É o Cristo de Jó, é a santificação de seus filhos. É o sacrifício perfeito que alcança a ele e seus amigos. É o doador de nossos bens e a recompensa dobrada daquele que o adora na hora da blasfêmia. É aquele que por um tempo se revela de ouvido, mas que algum dia se revela cara-a-cara, e nossos olhos o contemplam.

Salmos – É o Senhor que reina entre as nações é o Servo do Ungido que é salvo pelo Senhor, é aquele que se assenta à sua direita, é a destra do altíssimo, que não deixa marcas; é o Filho do homem, é a Árvore justa, cujas folhas não caem, é abatido, perseguido e exaltado que entra na cidade gloriosa como Rei da Glória. Quem é este o Rei da Glória? É o Senhor dos Exércitos. É o Senhor forte e poderoso na guerra. É o esconderijo do Altíssimo, é a sua habitação. É o que dá ordem a teu respeito, é o alto refúgio onde somos postos.

Provérbios - É a sabedoria que se pode encarnar. É a sabedoria que clama nos altos dos muros que sai pelos valados, é a resposta correta para o homem sem caráter. É a resposta ao tolo e a inspiração da mulher virtuosa.

Eclesiastes – É o Criador que todo jovem deve honrar e lembrar, é o Pão que lançamos sobre as águas, é o guardião de nossos pés, a semente que produz se semeada de manhã ou à tarde.

Cantares – É o Valente dos sessenta valentes (Ct 3.7), é o palanque de ouro, é a macieira que dá sombra e inspira confiança, é a vinha que produz mil talentos de prata. É a nossa sala do banquete e a nossa bandeira, é o lírio dos vales e a rosa de Sarom (Ct 2.1).

Isaías – É o menino que nos nasceu (Is 9.6), mas é o homem de cinco nomes de glória, é o rejeitado, sem aparência, de quem viramos o rosto, mas é o servo glorioso que toma o nosso lugar nas dores, na vida e na morte; é o Cristo satisfeito pelo seu trabalho; é o Cristo que não pode contar sua geração. É o renovo de justiça que merece o nome Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pai eterno e Príncipe da Paz.

Jeremias – É o renovo que sai da terra seca, é a palavra que passa pelo fogo e triunfa; é a profecia que é doce no paladar e amarga no ventre. É a fidelidade dos recabitas.

Lamentações – É o varão de dores que lamenta nos muros de nossas desobediências, mas que bebe o cálice que passa por ele.

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BIBLIOLOGIA E INTRODUÇÃO

Ezequiel – É a razão do mover do trono, são os olhos que se espalham pelos querubins. É o Rei que há de vir, é o renovo de Davi. É o Senhor que pisa o monte das Oliveiras e abre o rio de águas vivas da cidade santa.

Daniel – É a pedra que fere os pés dos poderes dos gentios. É o Cristo glorioso vestido de bronze refulgente; é o que toca a Daniel e lhe transmite força para estar de pé.

Oséias – É o esposo fiel que prepara e espera sua esposa. Joel – É o motivo de glória de seu exército. É o batizador com Espírito Santo. Amós – É o Deus de Israel e o que revela o seu segredo aos seus servos. Obadias – É o Senhor em seu reino eterno. Jonas – É a salvação de Jonas, a vida de sua mensagem. É o caminho de volta para a sua

missão. É o vento que sopra quando desobedecemos. A sorte que nos denuncia a fazer a sua obra. São a algas que nos tornam indigestos para o inimigo.

Miquéias – É o Deus pelo qual andaremos para sempre e o belemita que anuncia boas novas.

Naum – É o portador de boas novas. Habacuque – É o Senhor no seu santo templo e o vencedor do Assírio, o Anticristo. Sofonias – É o verdadeiro sacrifício que amais será cortado pelo Anticristo. É o consolo

dos ministros do altar. É o remanescente que se salva no deserto. Ageo – É o desejado das nações e aquele que é maior do que a primeira casa. É a glória da

segunda casa. Zacarias – É o profeta, o sacerdote e o Rei coroado em Josué, o sumo-sacerdote dos bens

futuros. Malaquias – O sol da Justiça que nasce nos dias de luto. É o Deus da fidelidade familiar. Mateus – É o Rei dos Judeus, maior que o templo, maior que Salomão, maior que o altar.

É o poderoso que abre as sepulturas quando morre e volta para dizer-nos o caminho de sua casa, quando ressuscita. É o Senhor que nos manda fazer novos discípulos.

Marcos – É o sacerdote que declara limpo, que se aproxima do leproso, é o que batiza com Espírito Santo e com fogo. É o abençoador do pão que se multiplica nas mãos daqueles que o obedecem.

Lucas – É o filho do homem que confunde satanás. É o temido dos demônios mais fortes e poderosos como os de Gadara. É o Senhor do Caminho de Emaús.

João – É o Verbo de Deus e a Luz do mundo, é o levantado da Terra e o amigo dos pecadores, que come com publicanos. É o Primeiro entre muitos irmãos e as primícias dos que dormem. É a semente do novo nascido, é maior que João Batista.

Atos – Ele é a nova mensagem de Ressurreição, é ingrediente vivo que faz nossa mensagem ser pregada no poder da cruz com demonstração de Espírito e de poder. É mensagem que chega ao mundo sem exércitos nos dias dos Imperadores.

Romanos – É o nosso batismo, nossa morte e nossa ressurreição; é a nossa novidade de vida e quem nos livra do poder “dessa morte”.

1 Coríntios – É as primícias dos que dormem e o ressuscitado. O assentado à destra do Pai até que seus inimigos sejam postos debaixo de seus pés. É o dom excelente de Deus. É a revelação das diversidades de dons, de ministérios e de operações.

2 Coríntios – É suficiência de seus apóstolos. Gálatas – É a nossa liberdade na graça poderosa.

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BIBLIOLOGIA E INTRODUÇÃO

Efésios – É o ministério revelado e a cabeça da Igreja sobre todas as potestades que se nomeiam.

Filipenses – É o exemplo de humildade e o motivo de glória, é o possuidor de um nome que é sobre todos os nomes, Jesus, diante de quem todos os joelhos se dobrarão e O confessarão como Senhor.

Colossenses – É habitação da plenitude de Deus, cujo corpo é o princípio da criação de Deus.

1 Tessalonicenses – É o sumo-pastor que tem saudade de sua igreja que ficou para trás. É o Paulo impedido de estar em Tessâlonica, tipo de Cristo, que envia o Timóteo, o Espírito Santo, para saber como vai a nossa fé e nos fortalecer para que o diabo não nos tente e o seu trabalho na cruz se torne em vão.

2 Tessalonicenses – É o Senhor e Rei que vem nas nuvens e todo olho verá. É a trombeta de Deus que levanta os mortos. É aquele que toca todo nosso ser: espírito, alma e corpo.

1 Timóteo – É Cristo do bom combate e da carreira final. É o bispo dos bispos. É o grande mistério manifestado na carne, justificado em espírito, pregado entre os gentios, crido no mundo e recebida na glória. É o Senhor das viúvas, dos presbíteros, dos senhores e dos servos, dos ricos e dos pobres.

2 Timóteo – É nosso estimulo no combate da fé. As primícias do trabalhador que primeiro participa dos frutos. É Cristo do meu evangelho, e da palavra que não está algemada. É o Senhor que nos assegura que a palavra é fiel e que confirma que é certo que se com Ele morrermos, com certeza com Ele seremos ressuscitados, mas se o negarmos, Ele nos negará. Mas se somos fiéis, Ele permanece fiel. É o inspirador da escritura que nos habilita para toda boa obra. É o Senhor que nos assiste quando todos nos deixam e que nos ajuda a completar a missão e nos livra da boca do leão.

Tito – É o que nos capacita gerar filhos no nosso ministério. É a qualificação verdadeira dos ministros. É aquele que nos dá poder para fazer calar os enganadores e falsos profetas de Creta. É sabedoria das mulheres idosas, a submissão das jovens esposas, padrão de linguagem dos novos obreiros, a obediência dos servos e o poder que nos faz sujeitos às autoridades constituídas por Deus.

Filemom – O Pagador de nossas dívidas e o intercessor diante de nossos acusadores. A restituição de nossas ofensas e o único que nos pode restituir à confiança.

Hebreus – O nosso melhor sumo-sacerdote, superior a Abraão, a Moisés, a Josué, superior a Melquisedeque, nossa melhor esperança, fiador de nosso melhor pacto, o ministério mais excelente, mediador de um melhor pacto, o sangue que fala mais do que o de Abel, o Jesus Cristo, o sangue de nossa Aliança. A nossa cidade, a nossa pátria celestial.

Tiago – A nossa boa dádiva e nosso dom perfeito que vem do alto e que desceu do pai das luzes; a nossa fé que não duvida. Nossa religião sem mácula: a visita ilustre dos órfãos e viúvas. A obra perfeita para o mundo. O varão que não tropeça no falar. A sabedoria do alto que é pura, pacífica, indulgente(disposição para perdoar), plena misericórdia e de bons frutos, imparcial e sem fingimento.

1 Pedro – A indagação dos profetas do Antigo testamento, o Evangelho que os anjos desejam atentar e perscrutar. O princípio a raça eleita, aquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. Aquele que nos fez povo e por ele alcançamos misericórdia.

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BIBLIOLOGIA E INTRODUÇÃO

2 Pedro – O Deus que não poupa os anjos e que os entrega às prisões eternas. Aquele que livrou o justo Ló. Que livra os piedosos da provação e reserva sob castigo os injustos para o Dia do Juízo.

1 João – É a Luz e nele não há trevas. É Ele que nos purifica de todo pecado se andarmos na luz como Ele está. É o nosso advogado junto ao Pai quando pecamos. É o mandamento antigo. É Aquele que existe desde o princípio. É a palavra que permanece em nós. É o grande amor que nos concedeu o Pai e de quem somos filhos. É por causa Dele que a unção do Santo permanece em nós. É Filho de Deus que se manifestou para destruir as obras do diabo. É o amor que procede de Deus. É a fé que vence o mundo.

2 João – É o Filho de Deus, pelo qual vivemos. É a verdade na qual andamos. É o mandamento no qual nos movemos. É doutrina que deve trazer todos os santos. É o Cristo confessado que veio em carne.

3 João – É a verdade, o testemunho da verdade. Aquele que se alegra que seus filhos andem na verdade. É o Nome. Aquele que pratica o bem.

Judas – É a Misericórdia, a Paz e o Amor que se multiplicam. O único soberano Senhor Jesus Cristo. Aquele que é poderoso para nos guardar sem tropeço com exultação e imaculados na sua glória. O único Deus, nosso Salvador, Senhor nosso. Glória, majestade, império, soberania antes de todas as eras, Amém.

Apocalipse – É o Cristo revelado. Aquele que conserva na sua mão direita as sete estrelas(anjos/mensageiros) e que anda no meio dos sete candeeiros de ouro(igrejas); o Primeiro e o Último, que esteve morto e tornou a viver; Aquele que tem a espada afiada de dois gumes na boca; o Filho de Deus que tem os olhos como chama de fogo e os pés reluzentes como bronze polido; Aquele que tem os sete espíritos de Deus e as sete estrelas e que conhece as nossas obras; o Santo, o Verdadeiro, Aquele que tem a chave de Davi, que abre e ninguém fecha, e que fecha e ninguém abrirá. O Amém, a testemunha fiel e Verdadeira, o princípio da criação de Deus. O Cordeiro, o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, Aquele que tem as chaves da morte e do Hades; o Cordeiro que abre os selos; o cavaleiro Fiel e Verdadeiro, que julga e que peleja com justiça; os seus olhos são como chamas de fogo e na sua cabeça há muitos diademas; Aquele que tem um nome que ninguém conhece, senão Ele mesmo; Aquele que está vestido com um manto tinto de sangue e o seu nome é Verbo de Deus. Ele tem um nome na sua coxa inscrito Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.

DIVISÃO DOS LIVROS DA BÍBLIA

Nós, cristãos (igreja), agrupamos os 39 livros do Antigo Testamento em:

5 da Lei (Gn, Ex, Lv, Nm, Dt), formando o Pentateuco; 12 históricos (Js, Jz, Rt, 1 e 2Sm, 1 e 2Rs, 1 e 2Cr, Ed, Ne, Et); 5 poéticos (Jó, Sl, Pv, Ec, Ct); 5 profetas maiores (Is, Jr, Lm, Ez, Dn); 12 profetas menores (Os, Jl, Am, Ob, Jn, Mq, Na, Hc, Sf, Ag, Zc, Ml).

Assim, a Bíblia é composta:

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BIBLIOLOGIA E INTRODUÇÃO

24 livros os do cânon judaico do VT (equivalentes aos nossos 39 livros, o mesmo que hoje é chamado de "Texto Massorético.

27 livros os do cânon do NT (os mesmos que, depois da invenção da Imprensa, foram impressos, terminando por serem conhecidos pelo nome de TR, ou "Textus Receptus", isto é, "O Texto Recebido").

Os 27 livros do Novo Testamento são:

Evangelhos Sinópticos (Mt, Mc, Lc, Jo); Livro doutrinário (Jo) Histórico da igreja (At); Epístolas Paulinas:

a) a igrejas locais (Rm, 1 e 2 Co, Gl, Ef, Fp, Cl, 1 e 2 Ts e Fl); b) pastorais (1 e 2 Tm, Tt);

Epístolas Gerais (Hb, Tg, 1 e 2 Pe, 1, 2 e 3 Jo, Jd). Profético Eclésio-Messiânico(Ap)

BREVE ANÁLISE DOS LIVROS DA BÍBLIA

I - ANTIGO TESTAMENTO:

TRÊS PENSAMENTOS BÁSICOS DO ANTIGO TESTAMENTO:

1. A Promessa de Deus a Abraão - todas as nações seriam abençoadas. (Gn 12.3)

2. O Concerto de Deus com a nação hebraica - Se O servissem fielmente, prosperariam (Gn 17.7,8; Js 21.43). Em estabelecer a nação hebraica, o objetivo FINAL de Deus foi trazer CRISTO ao mundo. O objetivo IMEDIATO de Deus foi estabelecer, em terra idólatra, em preparação para a vinda de Cristo, a idéia de que há UM só Deus Vivo e Verdadeiro. A bênção dessa nação se comunicaria ao mundo.3. A Promessa de Deus a Davi - que sua família reinaria para sempre. ( 2Sm 7.12,13)

PORTANTO, CONCLUÍMOS QUE: (Êx 19.5,6; Dt 4.5-8; Rm 9.4,5; Jo 4.22)

1. A nação hebraica foi estabelecida para que, por ela, o mundo inteiro fosse abençoado: A nação messiânica.

2. O meio pelo qual a benção da nação hebraica se comunicaria ao mundo seria a família de Davi: A família messiânica.

3. O modo pelo qual a bênção da família de Davi se comunicaria ao mundo seria o grande Rei que nasceria dela: O MESSIAS.

O ANTIGO TESTAMENTO É DIVIDIDO EM QUATRO PARTES:

1 – Pentateuco, Livros da Lei ou Torah – são 5 livros: Mostra que o homem não obedece.

Gênesis – Como a palavra bem indica, é o livro dos princípios: do céu e da Terra, das ilhas e dos mares, dos animais e do homem. Com Abraão, temos o começo de uma raça, um povo, uma revelação divina particular e finalmente uma igreja.

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BIBLIOLOGIA E INTRODUÇÃO

Êxodo – Relata o povo de Deus escravizado no Egito e a grande libertação divina, usando a instrumentalidade de Moisés.Levítico – Leis acerca da moralidade, limpeza, alimentos, sacrifícios, etc.Números – Relata a peregrinação de Israel, quarenta anos pelo deserto.Deuteronômio – Repetição das leis.

2 – Livros Históricos – são 12 livros: Mostram que o homem no poder se corrompe.

Divide-se em quatro períodos da História de Israel:a) Teocracia (Juízes)b) Monarquia (Saul, Davi, Salomão)c) Divisão do Reino e Cativeiro (Judá, Israel)d) Período pós-cativeiro

Josué – Trata da conquista de Canaã. O milagre da passagem do Rio Jordão, a queda das muralhas de Jericó, a vitória sobre as sete nações cananéias, a divisão da terra prometida e, finalmente, a morte de Josué com cento e dez anos.Juízes – A falha de Israel ao conquistar a Terra, quebrando o pacto, se unindo aos cananeus. Várias libertações através dos quinze juízes, dos quais treze são citados nesse livro, outros dois estão em 1Sm4.18(Eli) e 1Sm 7.15(Samuel).Rute – A linda história de Rute, uma ascendente de Davi e de Jesus Cristo.1 e 2 Samuel – Relatam a história de Samuel, da implantação da monarquia, sendo Saul o primeiro rei ungido por Samuel, Samuel como o último juiz e a história de Davi.1 e 2 Reis – Relatam a edificação do Templo de Jerusalém, a divisão do reino. Ministério de Elias e Eliseu. Ainda em II Reis, está relatado o cativeiro do Reino do Norte pelos exércitos assírios, e do Reino do Sul com o poderio caldeu de Nabucodonossor.1 e 2 Crônicas – Registram os reinados de Davi, Salomão e dos reis de Judá até a época do cativeiro babilônico.Esdras – Relata o retorno de Judá do cativeiro babilônico com Zorobabel e a reconstrução do templo de Jerusalém.Neemias – Relata a história da reedificação das muralhas de Jerusalém.Ester – Relata a libertação dos judeus por Ester e o estabelecimento da festa de Purim.

3 – Livros Poéticos – são 4 livros:

Jó – Sofrimento, paciência e libertação de Jó.Salmos – Cânticos espirituais, proclamações, poemas e orações.Cantares de Salomão – Descreve o amor de Salomão pela jovem sulamita, simbolizando o amor de Jesus pela igreja.Lamentações de Jeremias: Clamores de Jeremias, lamentando as aflições de Israel.

4 – Livros Filosófi cos – são 2 livros:

Provérbios – Dissertações sobre sabedoria, temperança, justiça, etc.Eclesiastes – Reflexões sobre a vida, deveres e obrigações perante Deus.

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BIBLIOLOGIA E INTRODUÇÃO

5 – Profetas – são 17 livros: Mostram o caminho da obediência.

São os livros proféticos de acordo com as duas grandes crises do povo judeu:

CRISEASSÍRIA

CRISEBABILÔNICA

DURANTE O CATIVEIRO BABILÔNICO

APÓS OCATIVEIRO BABILÔNICO

JoelAmósJonasOséiasIsaíasMiquéiasNaum

SofoniasHabacuqueJeremiasLamentaçõesObadias

DanielEzequiel

AgeuZacariasMalaquias

a) Profetas Maiores – são 5 livros:

Isaías – Muitas profecias messiânicas. É considerado o profeta da redenção. O livro contém maldições pronunciadas sobre as nações pecadoras.Jeremias – O profeta fala da restauração das doze tribos (Judá e Israel) pelo novo mandamento. O conteúdo profético envolve a política de seus líderes no seu tempo, pois trata da corrupção política de seus dias. Trata mais das condições espirituais da Terra longe do Céu. Lamentações de Jeremias – Clamores de Jeremias, lamentando as aflições de Israel.Ezequiel – Um livro que contém muitas metáforas para descrever a condição, exaltação e a glória futura do povo de Deus.Daniel – Visões apocalípticas.

b) Profetas Menores – são 12 livros: Tratam da restauração do Reino através da vinda do Messias. Detalhe importante é que cada um trata de um ponto especial, por exemplo: anúncio, nascimento, vida, ministério, obra, paixão, ressurreição, ascensão, e glorificação do Messias.

Oséias – Relata a apostasia de Israel, caracterizada como adultério espiritual. Contém muitas metáforas que descrevem os pecados do povo. Joel – Descreve o arrependimento de Judá e as bênçãos. “O Dia do Senhor” é enfatizado como um Dia de juízo e também de bênçãos.Amós – Através de visões, o profeta reformador denuncia o egoísmo e o pecado.Obadias – A condenação de Edom e a libertação de Israel.Jonas – Relata a história de Jonas, o missionário que relutou para levar a mensagem de Deus à cidade de Nínive. O mais bem sucedido dentre os profetas. Um dos profetas que pregou o arrependimento ao povo. O povo se arrependeu e o profeta ficou triste e desejou a morte.Miquéias – Condição moral de Israel e Judá. Também prediz o estabelecimento do reino messiânico.Naum – A destruição de Nínive e a libertação de Judá da opressão assíria.

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BIBLIOLOGIA E INTRODUÇÃO

Habacuque – O grande questionamento do profeta a Deus. Como pode Deus ser Justo e permitir que uma nação pecadora oprima Israel? Contém uma das mais belas orações da Bíblia.Sofonias – Ameaças e visão da glória futura de Israel.Ageu – Repreende o povo por negligenciar a construção do segundo templo e promete a volta da glória de Deus.Zacarias – Através de visões, profetiza o triunfo final do reino de Deus. Zacarias ajudou a animar os judeus a reconstruírem o templo. Foi contemporâneo de Ageu. Aquele que fala que Deus enviaria seu mensageiro adiante dele, o João Batista, para preparar o caminho. Zacarias é o Apocalipse do Antigo Testamento, sua mensagem é conhecida por trinta anos e alcança os dias de Esdras e Neemias.Malaquias – Descrições que mostram a necessidade de reformas antes da vinda do Messias.

Terminamos o Velho Testamento com a palavra "maldição". Até aqui Cristo foi prometido, mas não visto. A Esperança era prevista, mas não obtida.

Por quase 400 anos, Deus não chamou nenhum profeta para dizer "assim diz o Senhor". Em todo este tempo (de 397 a. C. até 6 a. C.), nenhum escritor inspirado apareceu. Por isto, este período é chamado de: "Os Anos Silenciosos", “O Período Intertestamentário” ou "O Período Negro".Os livros apócrifos são deste período.

II - NOVO TESTAMENTO:

O Antigo Testamento mostra o problema, mas não revela completamente a solução.O Novo Testamento dá a resposta ao problema e aponta a solução: JESUS CRISTO!

O NOVO TESTAMENTO TAMBÉM TEM QUATRO DIVISÕES:

1 – Os Evangelhos:

Mateus, Marcos, Lucas e João - Tratam do nascimento, vida, obra, morte, ressurreição e ascensão de Um Homem chamado Jesus, O Filho de Deus, O Messias Prometido a Israel.A questão central é ministério terreno de Jesus Cristo.

Os temas e as datas dos Evangelhos:

Mateus: O Prometido - veja o Seu reinado/soberania (Suas qualificações como descendente de Davi).Marcos: Assim Ele trabalhou - veja o Seu trabalho (Seu poder).Lucas: Assim Ele era - veja a Sua humanidade (Sua natureza).João: Assim Ele é - veja a Sua divindade.

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BIBLIOLOGIA E INTRODUÇÃO

Mateus (incerta, 60-67 d. C.): Foi escrito tendo como alvo o povo judeu. Faz conexão com o Velho Testamento (as Escrituras Hebraicas). Revela o Messias como o REI prometido do Velho Testamento, O soberano que veio ordenar e reinar (autoridade Mt 1:1; 16:16-19; 28:18-20). Traz a linhagem/genealogia “Real” de Jesus (Rei) até Suas raízes judaicas, como Filho do Rei Davi (conf. Mt 1.1; 9.27; 21.9). O Novo Testamento é o cumprimento do Antigo Testamento. Note logo no começo do Novo Testamento o que diz Mateus 1.22,23. É por isto que Deus diz em Mateus: "Este é o meu amado Filho em quem me comprazo: escutai-O" (Mt 17.5). É o evangelho que mais traz profecias.

Marcos (incerta, 55-65 d. C.): Foi escrito para o s habitantes de Roma. Representa o Messias como o SERVO Fiel e Obediente de Deus, Aquele que veio servir e sofrer (Mc 10.45). Não traz genealogia, pois para o servo, isso não conta, pois servo não é uma pessoa de quem se procure uma genealogia. Marcos é um judeu-gentio (João Marcos), cujo nome faz conexão com o judeu e o gentio. Relata mais milagres, pois os romanos se interessavam mais por ações/resultados que palavras.

Lucas (incerta, 60-63 d. C.): Foi escrito para os Gentios (Gregos). Relata o Messias como o Homem Perfeito, o FILHO DO HOMEM, Aquele que veio repartir e Se compadecer (Lc 19.10). Os gregos gostavam de tudo detalhado. Lucas tem genealogia, mostrando que Jesus é Perfeito. Traz a linhagem/genealogia “humana” de Jesus até o primeiro homem, Adão, mostrando Jesus como Homem Perfeito (conf. Lc 3.38). Mesmo tentado na carne, Ele continuou Perfeito. Lucas era um médico, um gentil (narra o sofrimento de Cristo em detalhes que só um médico poderia fazer).

João (incerta, 80-95 d. C.): foi escrito para TODO O MUNDO, com o propósito de levar o homem a Cristo. João apresenta Jesus como o FILHO DE DEUS, Aquele que veio revelar e redimir (Jo 1.1-4; 20.31). Tudo no evangelho de João ilustra e demonstra o relacionamento de Cristo com o Pai. É onde Jesus trata mais a Deus como Pai (Abba Pai). Não traz genealogia, pois, Jesus Cristo, sendo 100% Deus, é Eterno, sem princípio, meio ou fim. Sua linhagem é “espiritual”, eterna!!!

Os sinópticos diferem do Evangelho de João nas seguintes maneiras:

Mateus, Marcos e Lucas Os fatos da vida exterior de Cristo Os aspectos da Sua vida humana Os Seus discursos públicos O ministério na Galiléia

João A vida íntima de Cristo A vida divina de Cristo Os discursos pessoais O ministério na Judéia

2 – Histórico:

Atos dos Apóstolos(incerta, 63 d. C.) – A propagação triunfal do Evangelho pelo poder do Espírito Santo. Trata dos resultados da morte e da ressurreição de Jesus Cristo, com a propagação das “Boas Novas”, por impulso e liderança do Espírito Santo, começando em Jerusalém, Judéia, Samaria e até os confins da Terra.

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BIBLIOLOGIA E INTRODUÇÃO

3 – Epístolas:

Os fundadores das igrejas, freqüentemente impossibilitados de visitá-las pessoalmente, desejavam entrar em contato com seus convertidos no propósito de aconselhá-los, repreendê-los e instruí-los. Assim surgiram as Epístolas.

(Circulação das epístolas: 1 Ts 5.27; Cl 4.16; 1 Pe 1.1,2; 2 Pe 3.14-16; Ap 1.3)

Epístolas Paulinas – a) 9 dirigidas a igrejas: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses; b) 4 pessoais: 1 e 2 Timóteo, Tito, Filemom.

Epístolas Gerais – a) 1 dirigida a um povo: Hebreus; b) 7 universais: Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João, Judas.

OBS: Ef, Fp, Cl e Fm são chamadas epístolas da prisão, escritas por Paulo, na prisão em Roma.

IMPORTANTE: As Cartas Paulinas apresentam a Teologia para a Igreja. A essência do que Deus tem para a Igreja está nas Cartas. O crente deve se guiar pelas Cartas Paulinas e não pelas regras e leis do Antigo Testamento. Elas foram escritas para orientar, instruir e exortar os crentes a viverem uma vida cristã plena, frutífera, operosa, abundante, VITORIOSA. Leia as Cartas! Medite!!!

4 – Profético:

Apocalipse – Revelação, Consumação e Juízo de Deus. Um novo Céu e uma nova Terra.

Cada livro da Bíblia deve ser estudado convenientemente para que o seu ensino seja aprendido, retido na mente e no coração, colocando os princípios em prática.

OS LIVROS APÓCRIFOS E OS PSEUDOPÍGRAFOS

Nem todos os escritos religiosos dos judeus eram considerados canônicos pela comunidade de religiosos judeus. É óbvio que havia certa importância religiosa em alguns livros primitivos como o livro dos justos (Js 10.13), o livro das guerras do Senhor (Nm 21.14), livro da história de Salomão (1 Rs 11.41). Os livros apócrifos dos judeus, escritos após o encerramento do período do Antigo Testamento (400 a. C.), têm significado religioso definido, mas jamais foram considerados canônicos pelo Judaísmo oficial. A verdade transmitida pelas Escrituras Sagradas, e por nenhum outro meio, é que constitui cânon ou fundamento das verdades da fé. (Sl 19.7,8; Is 8.20; Is 30.8; Mt 15.2,6,9; Ap 22.18).

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BIBLIOLOGIA E INTRODUÇÃO

Estes termos eram usados para designar uma coleção de livros judeus antigos que foram escritos entre 250 a.C. e os primeiros séculos depois de Cristo. Os livros apócrifos foram considerados inspirados pela Igreja Católica, mas não aceitos pelos protestantes e pelos judeus cristãos. Isto aconteceu pelas seguintes razões; Não foram usados por Cristo, nem pelos apóstolos, nem pela Igreja dos primeiros séculos. Os livros apócrifos não foram parte do Antigo Testamento, o qual Jesus e a Igreja do primeiro usavam. As divisões conhecidas naqueles tempos eram (1) A Lei, (2) Os profetas, (3) os Escritos poéticos, também usados na Bíblia hebréia.•   A Lei: sempre foi reconhecida como canônica: Dt 17.18-20; 31.10-13, Js 1.8; 1 Rs 11.38; 2 Rs 22.8; 23.1,2; Ed 3.2; Ne 1.7-9.•   Profetas/Escritos: sempre foram reconhecidos como canônicos: 2 Rs 17.13; Dn 9.2; Mt 22.29; 23.35; Lc 24.44; Jo 5.39; 10.35; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.20-21. Estas versões nunca incluíram os livros apócrifos, jamais! Nunca foram citados como Escritura. Josefo e Filo, jamais citaram os livros apócrifos como sendo livros autênticos. Os líderes da igreja reconheceram os livros apócrifos e os livros inspirados com uma diferença. Tardaram muito para serem considerados livros autoritativos. Os livros apócrifos somente foram considerados autênticos, em 1546 d.C. no Concílio de Trento. Neste tempo os livros apócrifos foram declarados autênticos: Tobias, Judite, A Sabedoria de Salomão, O Eclesiástico, Profecia de Baruque, Carta de Jeremias, 1 e 2 Macabeus, Adições de Ester, Adições de Daniel (Susana, Canto dos três jovens, Bel e o Dragão).

LIVROS PSEUDEPÍGRAFOS: (significa: falsos escritos). Livros não-bíblicos rejeitados por todos. Grande número de documentos religiosos espúrios que circulavam entre a antiga comunidade judaica são conhecidos como “pseudepígrafos”. Nem tudo nesses escritos é falso. De fato, a maior parte desses documentos surgiu de dentro de um contexto de fantasia ou tradição religiosa, possivelmente com raízes em alguma verdade. Com freqüência, a origem desses escritos estava na especulação espiritual, a respeito de algo que não ficou bem explicado nas Escrituras canônicas.

As tradições especulativas a respeito do patriarca Enoque, por exemplo, sem dúvida são a raiz do livro de Enoque. De maneira semelhante, a curiosidade a respeito da morte e da glorificação de Moisés, sem dúvida se acha por trás da obra Assunção de Moisés.

No entanto, essa especulação não significa que não exista verdade nenhuma nesses livros. Ao contrário, o Novo Testamento se refere a verdades implantadas nesses dois livros (vide Jd 14,15) e chega a aludir à penitência de Janes e Jambres (2 Tm 3.8). Entretanto, esses livros não são dotados de autoridade, como Escrituras inspiradas. Paulo também citou alguns poetas não-cristãos, como Arato (At 17.28), Menânder (1 Co 15.33 traz uma linha do poema grego “Taís de Alexandre”) e Epimênides (Tt 1.12). (Nm 21.4; Js 10.13; 1 Rs 15.31).

Trata-se tão somente de verdades verificáveis, contidas em livros que, em si mesmos, nenhuma autoridade divina têm. É importante que nos lembremos que Paulo cita apenas aquela faceta da verdade, e não o livro pagão como um todo, como conceito a que Deus atribuiu autoridade e fez constar no Novo Testamento.

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BIBLIOLOGIA E INTRODUÇÃO

A infundada reivindicação de autoridade divina, o caráter altamente fantasioso dos acontecimentos e os ensinos questionáveis (e até mesmo heréticos) desses livros levaram os pais do Judaísmo a considerá-los espúrios (pseudepígrafos).

São eles:

Lendários: O livro do Jubileu; Epístola de Aristéias; O livro de Adão e Eva; O martírio de IsaíasApocalípticos: 1 Enoque; Testamento dos doze patriarcas; O oráculo sibilino; Assunção de Moisés; 2 Enoque, ou O livro dos segredos de Enoque; 2 Baruque, ou O apocalipse siríaco de Baruque (*); 3 Baruque, ou O apocalipse grego de Baruque.Didáticos: 3 Macabeus; 4 Macabeus; Pirque Abote; A história de Aicar.Poéticos: Salmos de Salomão; Salmo 151 (consta na Septuaginta).Históricos: Fragmentos de uma obra de Sadoque

LIVROS APÓCRIFOS: (significa: escondidos ou duvidosos).

Na realidade, os sentidos da palavra apocrypha refletem o problema que se manifesta nas duas concepções de sua canonicidade. No grego clássico, a palavra apocrypha significava “oculto” ou “difícil de entender”. Posteriormente, tomou o sentido de esotérico, ou algo que só os iniciados (não os de fora) podem entender.

Pela época de Ireneu e Jerônimo (séc. III e IV), o termo apocrypha veio a ser aplicado aos livros não-canônicos do Antigo Testamento, mesmo aos que foram classificados previamente como “pseudepígrafos”.

Desde a era da Reforma, essa palavra tem sido usada para denotar os escritos judaicos não-canônicos originários do período intertestamentário.

O Novo Testamento jamais cita um livro apócrifo indicando-o como inspirado. As alusões a tais livros não lhes emprestam autoridade, assim como as alusões a poetas pagãos não lhes conferem inspiração divina. Aliás, desde que o N.T. faz citações de quase todos os livros canônicos do A.T. e atesta o conteúdo e os limites desse Testamento (omitindo os apócrifos) parece estar claro que o N.T. indubitavelmente exclui os apócrifos do cânon hebraico.

Os apócrifos não foram aceitos pelos judeus palestinos, zelosos preservadores dos ensinos bíblicos que não estiveram sujeitos às influências helenizantes dos judeus de Alexandria, muitos dos quais (mas não todos) acatavam tais livros como de origem divina, como Palavra de Deus.

Aliás, toda a problemática de aceitação da canonicidade desses livros envolve exatamente o grande centro da cultura grega no Oriente, a cidade de Alexandria. Os judeus ali sofreram grande influência da filosofia grega, e houve até um destacado intelectual judeu, Filo, que se empenhou por fundir o Judaísmo com os conceitos gregos, que o empolgavam.

Jesus Cristo Se referiu à Bíblia Sagrada na Sua oração sacerdotal a Seu Pai dizendo: “Santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade” (João 17.17). Como poderiam obras cheias de conceitos que se chocam com os claros ensinos de apóstolos e profetas, além de crendices supersticiosas, lendas, inexatidões históricas e até mentiras qualificar-se como essa verdade de divina inspiração?

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Page 39: Bibliologia e Introdução

BIBLIOLOGIA E INTRODUÇÃO

O Concílio de Trento, 1546, reagiu a Lutero, canonizando os livros apócrifos, com o voto de 53 prelados sem conhecimentos históricos destacados sobre documentos orientais, encontrando oposição de grandes homens como o cardeal Polo que afirmou que assim o Concílio agiu a fim de dar maior ênfase às diferenças entre católicos romanos e os evangélicos. Outro destacado líder católico, Tanner afirmou que a igreja católica romana encontrou nesses livros o seu próprio espírito (apud Introdução ao Antigo Testamento, Dr. Donaldo D. Turner, IBB).

A ação do Concílio não foi apenas polêmica, foi também prejudicial, visto que nem todos os 14 (15) livros apócrifos foram aceitos pelo Concílio.

A Oração de Manassés e 1 e 2 Esdras [3 e 4 Esdras dos católicos romanos; a versão de Douai denomina 1 e 2 Esdras, respectivamente, os livros canônicos de Esdras (1 Ed) e Neemias (2 Ed)] foram rejeitados.

A rejeição de 2 Esdras é particularmente suspeita, porque contém um versículo muito forte contra a oração pelos mortos (2 Esdras 7.105). Aliás, algum escriba medieval havia cortado essa seção dos manuscritos latinos de 2 Esdras, sendo conhecida pelos manuscritos árabes, até ser reencontrada outra vez em latim por Robert L. Bentley, em 1874, numa biblioteca de Amiens, na França.

O cânon do Antigo Testamento até a época de Neemias compreendia 22 (ou 24) livros em hebraico, que, nas bíblias dos cristãos, seriam 39, como já se verificara por volta do século IV a.C. As objeções de menor monta a partir dessa época não mudaram o conteúdo do cânon.

Foram os livros chamados apócrifos, escritos depois dessa época, que obtiveram grande circulação entre os cristãos, por causa da influência da tradução grega de Alexandria (Septuaginta), que os incluiu.

Com exceção de 2 Esdras (escrito em 100 d.C.), esses livros preenchem a lacuna existente entre Malaquias e Mateus (o chamado “período intertestamentário”) e compreendem especificamente dois ou três séculos antes de Cristo.

No entanto, até a época da Reforma Protestante esses livros não eram considerados canônicos. A canonização que receberam no Concílio de Trento não recebeu o apoio da história. A decisão desse concílio foi polêmica e eivada de preconceito.

RAZÕES DA REJEIÇÃO: O Velho Testamento já estava produzido; A maioria dos apócrifos foi produzida em grego; Prevaleceu para os judeus o cânon palestiniano.

Alguns erros ensinados pelos apócrifos: Livros canônicos:

1 - Narração de anjo mentindo sobre sua origem. Tobias 5.1-9 Isaías 63.8; Oséias 4.2

2 - Diz que se deve negar o pão aos ímpios. Eclesiástico 12.4-6 Provérbios 25.21,22

3 - Uma mulher jejuando toda a sua vida. Judite 8.5-6 Mateus 4.1,2

4 - Deus dá espada para Simeão matar siquemitas, Judite 9.2 Gênesis 34.30; 49.5-7

5 - Dar esmola purifica do pecado. Tobias 12.9 e Eclesiástico 3.30 1 Pedro 1.18,19

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Page 40: Bibliologia e Introdução

BIBLIOLOGIA E INTRODUÇÃO

6 - Queimar fígado de peixe expulsa demônios. Tobias 6.6-8 Atos 16.18

7 - Nabucodonossor foi rei da Assíria, em Nínive. Judite 1.1 Daniel 1.1

8 - Honrar o pai traz o perdão dos pecados. Eclesiástico 3.3 1 Pedro 1.18,19

9 - Ensino de magia e superstição. Tobias 2.9,10; 6.5-8; 11.7-16 Tiago 5.14-16

10 - Antíoco morre de três maneiras. 1 Macabeus 6.16; 2 Macabeus 1.16; 9.28

Isaías 63.8; Mateus 5.37

11 - Recomenda a oferta pelos mortos. 2 Macabeus 12.42-45 Eclesiastes 9.5-6

12 - Ensino do purgatório ou imortalidade da alma. Sabedoria 3.14 1 João 1.7; Hebreus 9.27

13 - O suicídio é justificado e louvado. 2 Macabeus 14.41-46 Êxodo 20.13

A HISTÓRIA DA VERSÃO EM LÍNGUA PORTUGUES

Coube a João Ferreira de Almeida, a grandiosa tarefa de traduzir pela primeira vez para o português o Antigo e o Novo Testamento. Nascido em 1628, em Torre de Tavares, próximo a Lisboa, tinha doze anos de idade, quando se mudou para o sudeste da Ásia. Após viver dois anos na Batávia (atual Jacarta), na ilha de Java, Indonésia, Almeida partiu para Málaca, na Malásia, e lá, através da leitura de um folheto em espanhol acerca das diferenças da cristandade, converteu-se do catolicismo a fé evangélica. No ano seguinte, aos quinze anos de idade, começou a pregar o evangelho no Ceilão e em muitos pontos da costa de Malabar, nas igrejas reformadas Holandesas. Ministrava em português, a língua que muitos falavam, pois só fazia um ano que Portugal havia perdido o controle da região. Não tinha ainda dezesseis anos de idade quando iniciou a tradução da Bíblia para o português, mas lamentavelmente perdeu seu primeiro manuscrito e reiniciou seu trabalho em 1648, aos vinte anos de idade. Por conhecer o hebraico e grego, utilizou-se de vários manuscritos dessas línguas, calcando sua tradução no chamado TEXTUS RECEPTUS (Texto Recebido), do grupo bizantino. Durante esse exaustivo e criterioso trabalho, ele também se serviu de traduções holandesa, francesa(tradução de Beza), italiana, espanhola(todas elas baseadas no T.R.) e latina(Vulgata). Em 1676, foi concluída a tradução do Novo Testamento, e naquele mesmo ano remeteu o manuscrito para ser impresso na Batávia; todavia, o lento trabalho de revisão a que a tradução foi submetida levou Almeida a retomá-la e enviá-la para ser impressa em Amsterdã, na Holanda. Finalmente em 1681 surgiu o PRIMEIRO NOVO TESTAMENTO EM PORTUGUÊS. Logo após a publicação do NT, Almeida iniciou a tradução do Antigo Testamento, e ao falecer, em 6 de agosto de 1691, ele já havia traduzido até o livro do profeta Ezequiel capítulo

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BIBLIOLOGIA E INTRODUÇÃO

41, versículo 21. Seu trabalho foi continuado pelo pastor Jacobus op den Akker, de Batávia, em 1748. Cinco anos depois, em 1753, foi impressa a PRIMEIRA BÍBLIA COMPLETA EM PORTUGUÊS, em dois volumes.

FONTES DE CONSULTAS

Introdução Bíblica de Humberto Fontes

Bibliologia e Introdução de Aldery Nelson Rocha

Bíblia de Estudo Pentecostal - Almeida Revista e Corrigida Bíblia de Estudo Dake - Almeida Revista e Corrigida Bibliologia e Introdução de Aldery Nelson Rocha Panorama Bíblico do Novo Testamento de Pr Levi Virgínio da Silva Introdução Bíblica de Humberto Fontes Estudo: BIBLIOLOGIA - A Doutrina da Bíblia, por Hélio Menezes Silva, para a

Igreja Batista Fundamentalista de Campina Grande), disponível em: http://solascriptura-tt.org/Bibliologia-InspiracApologetCriacionis/Bibliologia-EsbocoCurso-Helio.htm

(Pesquisa, elaboração e coletânea de material por: Pb. Edson de J. Rodrigues)

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