BIBLIOGRAFIA 58 -...
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( 1.Classificação INPE—COM.10/PE 1- 2.Periodo CDU.:621.38SR:551(815,14 -817.3)
....~..•
. Critério de Distri buição:
.....
3.Palavras Chaves (selecionadas pelo autor)
SENSORIAMENTO REMOTO interna
LEVANTAMENTO GEOLóGICO REGIONAL LANDSAT externa X RECURSOS MINERAIS
-N.---- 5. Relatario n9 6.Data 7. Revisado por
INPE-1096-PE/073 Agasto 1977
or e de esciii75 r7- L ---A,
8. Titulo e Sub - Titulo
APLICAÇÃO DE SENSORES REMOTOS PARA LEVANTAMEN-
TOS GEOLÓGICOS E DE RECURSOS MINERAIS COM BASE
NAS IMAGENS LANDSAT NO NORTE DE MINAS GERAIS
9. Autorizado por
r - ) 451,41_, Nelson de Jesus Parada
Diretor
10. Setor COdigo 11. N9 de cópias t
-)
12. 13
Autoria Roberto Pereira da Cunha
juêrcio Tavares de Mattos 14. N9 de paginas
63
13. Assinatura Responsavel /4 - e. —.
16.
16. Sumario/Notas
Este trabalho apresenta os resultados
çãO de sensores remotos em levantamentos geoiagicos
te do Estado de Minas Gerais e parte do Estado de
imagens LANDSAT, imagens de RADAR, fOtografias ajreas,
mãtricos e interpretaçães automáticas com fitas CCT
apresentadas a geologia regional, os recursos minerais
143.000 Km2, e os resultados obtidos com o auvtlio
sores para a área de estudo.
15. Preço
do estudo da aplica-
regionais no nor
Goiás, utilizando-se
mapas magneto-
do LANDSAT. SãO
de uma área de
dos diferentes sen
i17. 0bserva0es Este trabalho será publicado nos Anais do vrr Simpasio
Brasileiro de Mineração, realizado em Porto Alegre de 31/7 a 5/8/77.
.
INDICE
SUMARIO
ABSTRACT vi
LISTA DE FIGURAS vii
LISTA DE TABELAS viii
CAPITULO I
INTRODUÇÃO 01
1.1 - Generalidades 01
1.2 - Sistemas 02
1.2.1 - LANDSAT 02
1.2.2 - RADAR 03
1.3 - Localização 03
1.4 - Materiais 03
1.4.1 - Dados 03
1.4.2 - IMAGE-100 05
1.5 - Método de Trabalho 05
CAPITULO II
DISCUSÃO DOS RESULTADOS 09
2.1 - Estratigrafia 09
2.1.1 - Complexos 09
2.1.2 - Grupo Espinhaço 10
2.1.3 - Grupo Macanbas 11
-
2.1.4 -
2.1.5 -
2.1.6 -
2.1.7 -
2.1.8 -
2.1.9 -
Formação Jequital
Grupo Araxá
Grupo Canastra
Grupo Bambui
Formação Areado
Formação Urucida
12
14
15
16
19
20
2.1.10 - Coberturas Terciãrias 21
2.1.11 - Coberturas Terciãrias - Quaternãrias 22
2.1.12 - DepOsitos Quaternários 22
2.1.13 - Intrusivas Bísicas 23
2.1.14 - Intrusivas Acidas 24
2.2 - Recursos Minerais 25
2.3 - Sensores e Técnicas 31
2.3.1 - LANDSAT 31
2.3.1.1 - Unidades 32
2.3.1.2 - Estruturas 42
2.3.1.3 - Quadro "índice das Unidades LANDSAT 44
2.3.2 - RADAR 44
2.3.3 - Fotografias Aéreas 46
2.3.4 - IMAGE-100 49
2.3.5 - Mapas Magnetom -étricos 53
CAPITULO III
CONCLUSOES 57
BIBLIOGRAFIA 58
APENDICE A - Mapa Geo15gico A.1
- i v
APLICAÇA0 DE SENSORES REMOTOS PARA LEVANTAMENTOS
GEOLMICOS E DE RECURSOS MINERAIS COM BASE NAS
IMAGENS LANDSAT NO NORTE DE MINAS GERAIS
por
Roberto Pereira da Cunha
e
Juercio Tavares de Mattos
Instituto de Pesquisas Espaciais - INPE
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
12 200 - São Jose dos Campos, SP, Brasil
SUMARIO
Este trabalho apresenta os resultados do estudo da apli
cação de sensores remotos em levantamentos geológicos regionais no nor
te do Estado de Minas Gerais e parte do Estado de Gois, utilizando-se
imagens LANDSAT, imagens de RADAR, fotografias aéreas, mapas magnetome
tricos e interpretações automíticas com fitas CCT do LANDSAT. São a-
presentados a geologia regional, os recursos minerais de uma ãrea de
143.000 km2, e os resultados obtidos com o auxilio dos diferentes sen
sores para a ãrea de estudo.
SUMÁRIO
Este trabalho apresenta os resultados do estudo da qpli
cação de sensores remotos em levantamentos geol5gicos regionais no nor
te do Estado de Minas Gerais e parte do Estado de Goiás, utilizando-se
imagens LANDSAT, imagens de RADAR, fotografias aéreas, mapas magnetomé
tricos e interpretaçjes automáticas com fitas CCT do LANDSAT. São a-
presentados a geologia regional, os recursos minerais de uma área de 143.000 Km2, e os resultados obtidos com o auxilio dos diferentes sen
sores para a área de estudo.
- V -
ABSTRACT
This work presente some resulta from the study of
application ofremote sensing to the survey of regional geology of the
northern Minas Gerais state and part of the state of Goiás, utilizing
images from LANDSAT, RADAR, aerophotographs, magnetometric maps and
automatic interpretation of computer compatible tapes (CCT's) of the
LANDSAT. Regional geology, mineral resources of a 143.000 km2, area,
and results obtained with the he/p of different sensors are presented
fôr the area under study.
- vi -
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1.1 - Localização da área 04
FIGURA 1.2 - Configuração do Sistema IMAGE-100 - 06
FIGURA 1.3 - Diagrama de Fluxo de Trabalho 07
- vii
LISTA DE TABELAS
TABELA 11.1 - Quadro SinOptico das ocorrências minerais 26
TABELA 11.2 - Quadro 'índice das unidades LANDSAT 45
CAPITULO I
INTRODUÇÃO
1.1 - GENERALIDADES
A aplicação de sensores remotos, em levantamentos geo
16gicos, vem sendo empregado jã hã bastante tempo no Brasil, através
de fotografias aéreas convencionais. O aprofundamento do conhecimento
dos sensores remotos tomou grande impulso com o estabelecimento do
Programa Brasileiro de Sensoriamento Remoto, que se iniciou com a exe
cução da Missão 96 (CNAE, 1970), no Quadrilãtero FerrTfero em Minas
Gerais. Nesta época formou-se no Instituto de Pesquisas Espaciais, um
grupo de pesquisa voltado para o estudo de sensores remotos
com aplicação ao levantamento de recursos naturais, denominado
então Projeto SERE.
Iniciaram- ,,e os primeiros levantamentos aéreos através
de RADPR de visada lateral (SLAR), em Minas Gerais, obtendo-se as pri
meiras imagens no ano de 1969. O recobrimento, desde 1972, através do
SLPR com o Projeto RADAM, desenvolveu-se na região Amazónica e esten
deu-se atualmente a todo o territ6rio nacional.
Em 1972, a NASA colocou em órbita um satélite denomina
do EARTH RESOURCES TECHNOLOGY SATELLITE (ERTS), com estaçóes de ras
treamento, inicialmente nos Estados Unidos da América do Norte, Cana
dã, Brasil e atualmente na Itãlia.
Este satélite, hoje denominado LANDSAT e jã na sua se
gunda versão, LANDSAT 2, estã equipado com sensores imageadores mui
tiespectrais adequados para a pesquisa de recursos naturais, cujas ima
gens geradas, recobrindo todo o pais, são recebidas pela estação
que o Instituto de Pesquisas Espaciais instalou em Cuiabá. Convém
frisar que as imagens LANDSAT e as imagens de RADAR formam um acervo
-2-
valioso para levantamentos de recursos naturais do território nacional,
destacando-se, particularmente o caráter repetitivo das imagens do
LANDSAT, de singular utilidade, como será explicado mais adiante.
1.2 - SISTEMAS
1.2.1 - LANDSAT
Os satélites, LANDSAT 1 e 2, possuem, para recursos
terrestres, dois sensores: o "Multispectral Scanner" (MSS), e o
Return Beam Vidican (RBV).
O sensor MSS é um sistema imageador capaz de fornecer
quatro imagens simultãneas da mesma cena observada, em quatro bandas
espectrais diferentes, correpondendo cada imagem a um canal:
CANAL COMPRIMENTO DA ONDA (nm)
4 500-600 Visivel 5 600-700
6 700-800 Infravermelho próximo 7 800-1100
O satélite em uma órbita sincrona com o sol, quasi-cir-
cular, a 920 Km de altura, faz um imageamento repetitivo, permitindo
obter imagens de uma mesma cena a aproximadamente a mesma hora local.
Em cada passagem, a área imageada é uma faixa continua de Terra, com
185 Km de largura, e apresenta uma superposição lateral de pelo menos
14%, entre as faixas adjacentes.
Fornece, o sensor MSS, imagens com a largura mencionada
e uma área de cerca de 34.000 Km2.
-3-
1.2.2 - RADAR,
O RADAR (Radio Detection and Range) é um sensor ati-
vo que opera numa larga faixa do espectroeletromagnético, especialmen
te na região das microondas.
No levantamento, realizado pelo projeto RADAMBRASIL foi
utilizado o RADAR de visada lateral (SLAR), empregando comprimento de
onda de 3,12 cm (região das microondas - banda X), a uma altitude nomi
nal de imageamento de 11.000 a 12.000 metros acima do nivel do mar,
com direção norte-sul. As imagens originais, obtidas na escala de
1:400.000 foram posteriormente processadas sob forma de fotoindice na
escala 1:1.000.000 e mosaicos semi controlados na escala 1:250.000.
1.3 - LOCALIZAÇÃO
A área estudada localiza-se na região norte do Estado de
Minas Gerais, incluindo parte sudeste do Estado de Gois. Estã com-
preendida entre as coordenadas 16 0 e 18 ° S e 42 0 e 48 0W, abrangen
do a bacia do alto rio São Francisco e parte meridional da Sa. do Es-
pinhaço (Figura I.1).
1.4 - MATERIAIS
1.4.1 - DADOS
Neste trabalho foram utilizadas imagens LANDSAT em c6-
pias de papel (preto e branco), principalmente na escala 1:1.000.000.
Utilizaram-se também imagens de RADAR em mosaicos semi-controlados nas
escalas 1:250.000 e 1:1.000.000, fotografias aéreas preto e branco na
escala 1:60.000, fotografias infravermelho em falsa cor na escala
1:21.000, mapas magnetometricos nas escalas 1:100.000 e 1:1.000.000 e
fitas CCT (fitas magnéticas compativeis com o computador), de dados do
MSS do LANDSAT.
- 4 -
LOCAL IZ AÇÃO DA ARE A
4O 42°
16 ° 16°
20° 20°
4 e 42°
ESCALA 1:11000000
70°
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-5-
1.4.2 - IMAGE-100
O sistema IMAGE-100 i um sistema de anãlise de imagens
baseado no caráter multiespectral das mesmas. Este analisador mul-
tiespectral permite a classificação automática de imagens da qual se
podem extrair informações temáticas, bem como realçar dados das ima
gens, produzindo maiores contrastes entre os alvos.
A Figura 1.2 mostra as componentes principais do siste
ma IMAGE-100.
1.5 - M£TODO DE TRABALHO
As etapas deste estudo estão representadas no Diagra-
ma de Fluxo de Trabalho (Figura 1.3).
Constou, basicamente, de interpretação fotogeolOgicacon
vencional (resguardadas as proporções de escala, nTvel de coleta dos
dados e a discriminação espectral) das imagens LANDSAT na primeira
fase. Durante todo o estudo houve realimentações no fluxo de trabalho,
voltando-se ã reinterpretação das imagens, depois da verdade terrestre
e interpretaç3es de novas imagens. Isto é possivel devido ã repetivi-
dade das mesmas, podendo-se deste modo usufruir das diferentes datas
de aquisição das imagens (diferentes datas de passgem do satélite), em
função de fatores vantajosos ou prejudiciais, decorrentes das varia
çóes sazonais e anuais, como por exemplo estação seca ou chuvosa, co-
bertura de nuvens, processamento eletrônico e outros, que irão influir
na qualidade para a interpretação dos diferentes alvos.
Na segunda etapa do trabalho, apOs a conclusão do mapa
geológico preliminar das imagens LANDSAT e caracterizando-se progres
sivamente os problemas inerentes ã geologia, geomorfologia e ã inter-
pretação dos seus conceitos, passou-se a utilizar os demitis sensores
e técnicas (RADAR, Fotografias Aéreas, IMAGE-100, Mapas magnetométri
cos) adicionando-se no mapa geológico as novas observações.
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CAPITULO II
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Os resultados aqui apresentados compreendem uma síntese
dos conhecimentos geológicos, caracteristicas e dados obtidos com os
diversos sensores utilizados no mapeamento geolEgico regional.
A parte de estratigrafia envolve, somente, aspectos que
possam melhor caracterizar as diversas unidades mapeadas.
A descrição dos resultados dos sensores e técnicas, a
brange os aspectos mais importantes considerados pelos autores do tra
balho.
O mapa geol5gico em anexo engloba todos os resultados ob
tidos com os sensores, completando assim, aspectos aqui não descritos.
2.1 - ESTRATIGRAFIA
2.1.1 - COMPLEXOS
As rochas que compõem esta unidade são constituídas de
gnaisses, granito-gnaisses e xistos cristalinos, ocupando a parte sudes
te da área - regiões de Capelinha, Malacacheta e Agua Boa - e a região
do eixo Itacambira - Barroco, estendendo-se ai, na direção N-S parale
la ã serra do Espinhaço.
Estas rochas encontram-se sotopostas e discordantes
(discordãncias erosionais) com outras sequencias estratigráficas, po
rem, devido a altos estruturais, que atualmente encontram-se rebaixa
das pela erosão, elas constituem belas exposições, como em Senador Mo-
destino Gonçalves e Itacambira.
Como estes complexos mostram distribuições restritas em
írea torna-se, dificil de correlacioní-los podendo-se, somente, estabe
lecer relaçEes entre elas e as unidades mais novas. Constituem ro-
chas intensamente perturbadas, apresentando fortes alinhamentos estru
turais com direções NW-SE, a norte de Capelinha. Apresentam-se bem
metamorfisadas e alteradas, com micaxistos e gnaisses em muitos pontos
cortados por veios de quartzo e de pegmatito, com cianita abundante.
Morfologicamente correspondem a íreas muito arrasadas,
apresentando um controle estrutural condicionante do relevo.
2.1.2 - GRUPO ESPINHAÇO
Aplicou-se o termo Grupo Espinhaço Os sequências de ro
chas quartziticas, conglomeríticas e filiticas que ocorrem nas serras
do Espinhaço e do Cabral. Esta unidade praticamente apresenta a mes-
ma distribuição em írea da "Série Itacolomi" de Moraes (1930-1937),po
rem, o termo Espinhaço, aqui empregado, se deve a Freyberg (1932) e Mo
raes Rego (1936).
A distribuição deste grupo é representada pelo serra do
Cabral e, na cordilheira do Espinhaço, pelas serras dos Macacos, da
Contagem, das Almas, Nova, da Itacambira, do Machado, do Curral, do
Areão $ Pico da Gordura, de Cantagalo, do Barão, da Bocaina, Gado Bravo,
Morro do Balão Velho.
As rochas predominantes são os quartzitos e arenitos com
leitos conglomeríticos e camadas finas de filitos. Os quartzitos cons
tituem a litologia que ocupa as maiores extensões e que, devido O sua
maior resistencia, são os que mais se destacam na topografia. Os fili
tos ocorrem, geralmente, intercalados com os quartzitos, são bem lami-
nados e com uma distribuição alongada paralela ao acamamento dos mes
mos.
Os metassedimentos deste grupo são encontrados ao longo
da serra do Espinhaço (ao sul da área), recobrindo rochas do embasamen
to e ou Grupo Minas e, em discordância erosional, sobre o complexo
granitõide de Itacambira.
Quanto ao aspecto estrutural, o Grupo Espinhaço apresen-
ta-se dobrado em anticlinais e sinclinais, com orientação preferencial
dos dobramentos na direção N-S. Os falhamentos, que são bem evidencia
dos pelas drenagens, apresentam direções preferenciais NW NS, cons
tituindo-se na sua maioria de falhas normais, fraturas menores e linea
mentos, em geral, podem ser observados cortando este grupo e estenden-
do-se além do limite ocidental da serra, através do Grupo Bambui. Suas
direções situam-se perpendicularmente ou em diagonal, em relação aos
eixos estruturais principais.
2.1.3 - GRUPO MACAOBAS
Moraes (1937), estudando o norte de Minas Gerais, denomi
nou as rochas deste grupo de Formação Macaribas, enquadrando-as, junto
com a Formação Sopa, na Série Lavas.
Neste trabalho considerou-se, tanto em.distribuição em
ãrea como estratigraficamente, a Formação Macaúbas de Moraes (op at), po
rém, elevada a categoria de grupo.
Este grupo ocorre na borda ocidental da serra do Espinha
ço margeando a com uma faixa de três a quatro quilõmetros de largura,
fazendo contato nesta área, com os quartzitos do Grupo Espinhaço e com
rochas do Grupo Bambui. É na borda oriental da serra, rumando para
leste, que o Grupo MacaUbas atinge um grande desenvolvimento, principal
mente no eixo Carbonita-Virgem da Lapa, regiões banhadas pelos Rios A-
raçuai e Jequitinhonha. Também estende-se para norte, além das re
giões de Rubelita, Salinas e médio Rio Vacarias.
Esta unidade é constituida, essencialmente, de quartzi
tos, metarenitos, metaconglomerados, filitos e micaxistos. Os quart-
- 12 -
zitos, ao sul dá área, são predominantes, geralmente impuros, diferen
ciando-se dos quartzitos do Espinhaço pela má seleção granulométrica e
por serem levemente conglomeráticos. Também os filitos nesta área são
impuros e quase sempre intercalados nos quartzitos.
Pode-se observar que, na medida em que se distancia da
borda oriental da serra do Espinhaço, no sentido leste, o grau metam6r
fico desta unidade aumenta, chegando a atingir fácies anfibolito.
Sob o ponto de vista estrutural, os Grupos Macaúbas e
Espinhaço se assemelham, pois apresentam igual direção de acamamento,
bem como dobramento com eixos NS, embora, estes sejam menos frequen
tes no Grupo Macaiíbas. Falhamentos inversos ou de empurrão ocorrem ao
longo da borda ocidental da serra, fazendo com que as rochas do Maca&
bas se sobreponham ãs do Grupo Bambui. Ao longo do rio Araçuai e a
norte de Capelinha, fortes alinhamentos estruturais com direções NE
são bem destacados, junto ao contato do Grupo MacaUbas com os xistos
e gnaisses dos complexos.
2.1.4 - FORMAÇÃO JEQUITAI
Derby (1889) foi o primeiro a descrever um conglomera
do nas proximidades de JequitaT, o qual continha seixos de vários tama
nhos, desgastados e formados de diversas rochas, denominando-os de con
glomerados Jequi taT.
Em vários trabalhos, as rochas desta formação foram men
cionadas ou estudadas com respeito ã sua origem (glacial), bem ocmo cor
relacionadas com as rochas do Grupo MacaGbas em função da variação es
pacial do grau metam6rfico que elas apresentam.
Neste trabalho consideraram-se pertencentes ã Formação
Jequitai, não somente os diamiètitos da região de Jequital, como tam-
bém os arenitos conglomeráticos, que se encontram assentados em dis-
cordãncia sobre quartzitos do Grupo Espinhaço, em toda a borda ociden
-13-
tal e oriental da serra do Cabral e serra da Agua Fria. Considerou-se,
portanto, pertencente a esta formação, um conjunto de litologias carac
terizadas pela má seleção granulomgtrica e diversidade petrogrãfica de
seus sedimentos, que estrutural e estratigraficamente apresentam-se se
melhantes em toda a borda da serra do Cabral.
Esta formação em vários aspectos, litolOgicos estrati
gráficos e estruturais é comparável com as sequencías do Grupo MacaLl
bas prOximos ãs bordas da serra do Espinhaço. quanto ao grau de me
tamorfismo que estas sequencias são bem diferenciáveis, motivo pelo
qual a separação e feita.
A maioria das ocorrências da Formação JequitaT caracte
rizam-se por um metamorfismo de baixo grau, preservando estruturas
primãrias e alguns aspectos de textura dos sedimentos originais.
Os sedimentos desta formação, na sua maior parte, apre-
sentam-se bem estratificados, com direção preferenciais para NE e mer-
gulhos acentuados no sentido leste. Nos dois flancos da Serra do Ca-
bral, esta unidade pode ser observada assentada em discordãncia sobre
os quartzitos do Grupo Espinhaço e, tambêm, em discordáncia sobre eia,
encontram-se os metassiltitos, calcários e alguns quartzitos do Grupo
Bambui.
Segundo Morais (1937), esta formação sofreu dobramen
tos, acompanhados de laminação, e falhamentos com intrus&es de dia
bãsio, ocorrendo sob forma de anfibolitos diabasdides. Pode-se obser — var que várias falhas e fraturas do Grupo Espinhaço estendem-se para
esta formação colocando-se em direOes diagonais aos eixos estruturais
principais.
- 14 -
2.1.5 - GRUPO ARAXA
Definido por Barbosa (1955), na cidade do mesmo nome, o
cupa o Grupo Araxã, na ãrea estudada, uma estreita faixa meridiana
abrangendo quase uma centena de quilómetros de largura a sul de Campo
Alegre de Gois; para o norte torna-se mais estreita, chegando ati
as cercanias de Luziãnia, onde inflete-se para oeste. Esta faixa,
contida na sua maior parte no Estado de Gois, e constituída, predomi-
nantemente, de micaxistos (muscovita-xisto, biotita-xisto, "sericita-
xistos"), filitos, quartzitos, metabasitos (raros).
As estruturas mais proeminentes situam-se a sul de Cam-
po Alegre de Gois. São lineamentos, fraturas e pequenos falhamentos
noroeste paralelizados estrutura que ocorre neste local, assinalada
como um falhamento de empurrão. Ao sul desta estrutura localizam-se
as intrusivas Mesozóicas de Catalão e, ao norte, os corpos graniticos
de Sesmaria e Pires Belo. As estruturas deste grupo, que a sul são
essencialmente NW, assumem quase que direção meridiana (NNW) em dire
ção ao norte reassumindo próximo a Lusiinia, a direção NW e daT pro
longando-se para oeste com direções WNW.
As ãreas de ocorrência do Grupo Araxã são bastante ar — rasadas pela erosão e recobertas por crostas laterTticas. São morros
arredondados, com vales pouco profundos, cujo grau elevado de arrasa
mento dissimulou as estruturas e seus contatos com as outras unidades.
A identificação da unidade Araxã no campo, na porção
sudeste de Gois, e em parte facilitada pelo seu grau metamórfico (fã
cies epidoto-anfibolito), quando em afloramento fresco, e também preju
dicada, pois os xistos estão geralmente fortemente intemperizados. As
principais ocorrências localizam-se prOximo aos rios São Bartolomeu e
Furnas (sericita-xistos), em Campo Alegre de Gois, no trecho Catalão
ã Cristalina, e na estrada Unal-Brasília.
- 15 -
As relações de contato do Grupo Araxã com o Grupo Bam
bui estão associadas com falhamentos de empurrão os quais, nem sempre,
sio distinguiveis nas imagens LANDSAT. As relações de contato com o
embasamento (sul de Minas Gerais), são discordantes.
2.1.6 GRUPO CANASTRA
Esta unidade foi definida como a anterior por Barbosa
(1955). Na porção sudeste da ãrea.mapeada, ocupa a Serra dos Pilões
e dal prolonga-se at'ê o rio Corumb -ã, a norte de Campo Alegre de Goiás.
constituTda exclusivamente, por filitos e quartzitos, ora predomi-
nando este ora aquele. Os filitos são de cores variadas, prateadas,
cinzentas, roxas, predominando, entretanto, os Ultimos. Geralmente,
GOM presença de veios de quartzo, este filitos, formam uma morfologia
de campo mostrando paisagem de colinas, comdrenagemdendritica, ãs ve
zes variando para o padrão baioneta, denunciando intercalações de
quartzi to.
As estruturas mostram orientações predominantes NNW po
dendo, localmente (a sul de Guarda-Mor), mostrar direções NE. As es
truturas são denunciadas pelos quartzitos, que formam cristas orien-
tadas segundo as orientações citadas.
Os criterios adotados, para a identificação desta uni-
dade nas imagens, são coincidentes nos trabalhos de campo e cornos tra
balhos existentes. Os mapas existentes assinalam esta unidade, desen-
volvendo-se desde a serra da Canastra no sul de Minas Gerais e aden-
trando-se em Gois, próximo a Luziãnia.
Suas relações de contato com o Grupo BambuT, não são su
ficientemente definidas, quer nas imagens quer no campo. Mostram po
rém, em certos lugares. ser de caracter tectónico (Falhamento de empur
rio). Os contatos com o Grupo Araxã, são citados através de falha
mentos de empurrão, nem sempre claros.
- 16 -
Os criterios utilizados para separar os metamorfitos Ca
nastra do Grupo Araxã, nesta írea, foram a monotonia da sua sequência
litolEgica (filitos e quartzitos), seu grau metamOrfico menor (fã
cies xistos verde), e sua deformação menos intensa.
2.1.7 - GRUPO BAMBU!
Derby (1880-1881) iniciou .o primeiro trabalho sobre a
distribuição geogrãfica e as litologias desta unidade. Depois segui
ram-se trabalhos de outros autores como Rimann em 1917, criando a "Se
rie Bambui", Freyberg (1932), Branco e Costa (1961), Oliveira (1967),
Barbosa (1965-1967), entre outros.
Braun (1968), estudando a estratigrafia do Grupo Bambul
notou que as colunas estratigrãficas estabelecidas atê então não eram
aplicíveis a toda a extensão da unidade. Dividiu, então, o grupo em
tres formações: Fm. Paranoã (inferior), Fm. Paraopeba(intermediSria)
e Fm. Três Marias (superior).
Amaral e Kawashita (1967) realizaram datações em fo -- lhelhos, na região de Vazante (MG), encontrando uma idade de 600 - +
30 m.a, o que permitiu incluir esta unidade no Pre-c superior.
Os limites do Grupo Bambui, tanto ocidental como orien
tal, são mencionados como tectanicos através de falhas de empurrão ou
inversas, porem isto e mais evidente para os limites orientais. No li
mite ocidental, região de Gois, não se observam tão claramente os
falhamentos de cavalgamento, comumente assinalados para separar os gru
pos Bambul, Araxã e Canastra ao longo de todos os seus contatos, e sim
somente, em alguns trechos. Deve-se ter em conta que, ao longo deste
contato ocidental do Grupo Bambui, houve uma grande dissimulação causa
da pelo aplainamento dos diferentes ciclos erosivos.
As relações de contato, ate o momento estudadas, mos-
tram estar este grupo discordante das sequências Araxã e Canastra, ou
- 17 -
perturbadas por falhamentos. O contato com as rochas do Espinhaço é
discordante e também estrutural. Alguns autores salientam a passagem
gradual entre as sequências Araxã, Canastra e Bambu'''.
A constatação nas imagens LANDSAT, de subunidades do
Grupo Bambuí, seio melhor traduzidas pela divisão estratigrãfica fei
ta por Braun (1968) a qual apresentaremos com comentários vãlidos
para a área de estudo.
Formação Paranoã (Andrade Ramos, 1956) - composta de quart-
zito, arenitos finos e médios, argilitos, metasiltitos e conglo
metados é identificada, com certa facilidade, nos arredores
de Cristalina (GO). E composta nesta ãrea, por metasiltitos ,
quartzitos e diamictitos.
Nesta região de Goiás, as rochas da Fm. Paranoã estão cortadas
por dois sitemas de fraturas, um NE e outro NW. O primeiro,
mineralizado com cristal de rocha e, outro, estéril. Nas ima
gens LANDSAT, os sistemas de falhas e fraturas NW são os que
mais se destacam. A estrutura "d5mica", onde se situam as li
tologias da Fm. Paranoã, é bem identificãvel e denunciada por
um sistema de drenagem radial centrífugo.
Formação Paraopeba (Branco e Costa, 1961) - Reune uma sequên
cia litolOgica bastante variada na qual se incluem calcãrios, a
renitos, quartzitos, arc6seos, conglomerados, fintas, folhe
lhos, siltitos, margas, dolomitos, ard5sias e argilitos.
Tomando-se como linha de referência as cidades de João Pinhei
ro, a sul, e Bonfin5polis de Minas, a norte se podem situar
as litologias desta formação em dois setores: oriental e oci-
dental.
O setor ocidental, estruturalmente mais complexo, com camadas
raramente horizontais, bastante dobradas, falhadas e fratura
mente intenso, caracterizou-se por uma grande variação litolOgi
ca horizontal e vertical. Desde João Pinheiro, observam-se fo
- 18 -
lhelhos e calcãrios dobrados e a norte, próximo a Bonfinópolis
de Minas, passam estas litologias a um predominio de ardósias,
secundadas por metasiltitos igualmente dobrados. No trecho en
tre Vazante (MG) e Unai a variação litológica é mais acentuada
de filitos assentados sobre calcãrios, seguindo-se para norte,
encontramos em Vazantes metasiltitos e calcãrios. Jã na serra
das Araras observam-se filitos e quartzitos em contato com ar
dósias e doiomitos. Na'região deParacat6 observam-se metasil-
titos, ardósias e filitos intercalados com lentes de calcãrios.
Para a região de Unai predominan as ardósias e os arc6seos sem
faltarem as lentes de calcãrios que, juntamente com estas lito-
logias, mostram um dobramento bastante caracterTstico na re giJo.
As características estruturais da Fm. Paraopeba, neste setor,
enquadram-se nas descrições das Camadas Indaiã de Freiberg
(1932).
A tentativa de uma subdivisão da Formação Paraopeba, neste se-
tor, como a proposta por Branco e Costa (1961), é inexequivel.
As litologias apresentam-se descontinuas, com característicasse
dimentares a metamórficas bem diversificadas.
A Fm. Paraopeba, no setor oriental, mostra uma monotonia lito
lógica e estrutural maior. formada por ardósias e calcários
horizontais a subhorizontais. Esta rochas mostram continui-
dade lateral em grandes extensões, formando uma sequéncia coei-
posta essencialmente de clásticos finos e carbonatos, com me
tamorfismo incipiente.
O fraturamento dos calcãrios mostram duas direções, uma a no
roeste, principal, e outra nordeste. Este fraturamento evi
denciado pelos processos de dissolução, que tormam as fraturas
mais amplas, o que as tornam mais visíveis nas imagens. Os do
bramentos são isolados, descontinuas, e as maiores deformações
ocorrem próximo a serra do Cabral e do Espinhaço.
- 19 -
Formaçío Três Marias (Branco e Costa, 1961) ocupa a porção
central da ãrea, mapeada em uma faixa com direção noroeste. São
litologias essencialmente horizontais, localmente subhorizon
tais, que se assentam trangressivamente tanto is rochas hori-
zontais da Fm. Paraopeba como is rochas dobradas.
As litologias componentes desta formação são, principalmente,sil
titos, arcOseos e arenitos finos.
Na região central da bacia do Bambui o contato, devido i hori
zontalidade das rochas subjacentes aparenta ser concordante. Na
região dobrada, setor ocidental da formação Paraopeba, local
onde as litologias sotopostas estio inclinadas (dobradas),a
Três Marias, assentando-se horizontalmente, mostra-se discordan
te da Fm. Paraopeba.
2.1.8 - FORMAÇÃO AREADO
Sob a designação de Formação Areado, proposta por Bar-
bosa (1965), porêm não sendo enfocada a divisão adotada pelo autor
em membros ou, como aceita por outros, como fácies, considerou-se um
conjunto de litologias, arenitos argilosos, conglomerados, siltitos
e folhelhos (em sequência ritmica), que ocorrem entre as bacias do
rio Paracatú e do São Francisco e entre este e o rio das Velhas, cor
respondendo ao chapado dos Gerais e serra do Repartimento.
Os sedimentos desta formação acham-se assentados na
Formação Três Marias e em alguns pontos recobertos parcialmente pela
Formação Uructlia.
Em toda a sua irea de ocorrência, esta formação encon
tra-se afetada por processos erosivos (erosão diferencial) mostrando
morfologia caracteristica, com feições escarpadas, topos aplainados,
predominando os tipos mesas e torres.
- 20 -
A idade destes sedimentos, devido ao contendo fossili
fero, permite correlacioni-los ao Cretáceo Inferior.
Grossi Sad et alli (1971) sugerem considerar tal forma
ção, compreendida no intervalo Aptiano-Albiano.
2.1.9 - FORMAÇÃO URUCOIA
Em trabalhos de "Mesa Redonda" sobre o Cretáceo de Mi
nas Gerais, realizado no XXV Congresso Brasileiro de Geologia, ficou
estabelecida a área de ocorrência da Formação Urucuia (área setentrio
nal da bacia Sanfranciscana) embora sujeita a alterações, a medida
em que novos estudos de caráter sistemático e detalhados sejam feitos,
no sentido de definir os limites de ocorrência de tais sedimentos cre
tácicos.
Na área de estudo, a Formação
região situada a norte de Jequitai, entre os
de Grande, onde seus sedimentos encontram-se
cia erosiva, sobre as rochas do Grupo Bambui
Santo Antonio, constituindo a Serra do Morro
tos da Formação Areado.
Urucuia, restringe-se á
rios São Francisco e Ver-
assentados, em discordin-
Tambêm a leste do rio
Vermelho ocorrem sedimen-
Esta sedimentação detritica, contemporãnea ao vulcanis
mo Mata da Corda, revela domináncia de arenitos, incluindo, localmen
te, conglomerados, sendo que suas espessuras são variáveis, não ultra-
passando a 100 metros.
Devido aos efeitos dos ciclos erosionais, estes sedimen
tos, atualmente, apresentam-se retalhados, com morfologia bem horizon-
tal e distribuidas irregularmente. A silicificação ou laterização dos
arenitos tornou-os bem resistentes, produzindo, assim, chapadas exten
sas e mesetas com escarpas abruptas, que constituem uma caracteristica
marcante da presença destes sedimentos.
- 21 -
Os sedimentos da Formação UrucGia, quanto ã sua idade
são considerados pertencentes ao Cretãceo Superior. Grossi Sad etalli
(1971), quando se referiram ã . idade da Formação Mata da Corda, consi
derando o Uruct -lia como fãcies desta, comentam: "As datações, empreen
didas por Hasui e Cordani (1968), estabeleceram idades em torno de
80 milhões de anos para o vulcanismo tufãceo, o que assegura idade
cretãcea superior (Cenomaneana-Turoniana) para a formação".
2.1.10 - COBERTURAS TERCIARIAS
As coberturas terciãrias, na área mapeada, são observa
das em toda a extensão, entre os rios Jequitinhonha e Araçuai, e
pr6ximo ãs cidades de Itamarandiba, Capelinha, Minas Novas e Araçuai
estendendo-se em direção ao norte, formando extensas chapadas recober
tas por um solo pardo a avermelhado, com muitos fragmentos de quartzo
e canga.
Estas coberturas, são observadas, capeando litologias
do Grupo Macaribas (principalmente xistos) e que devido a ciclos ero
sionais e ã erosão fluvial, estes sedimentos apresentam-se fortemente
retalhados, sendo que seus contatos são definidos pelos processos ero-
sivos,
Na Chapada de São Domingos, os sedimentos ocorrem em
grandes afloramentos atingindo espessuras considerãveis sendo consti
tuidos por arenitos brancos ã amarelados, friãveis com alguns niveis de argilas intercalados. Nestes afloramentos, dois niveis mais ou me
nos distintos de sedimentos podem ser observados e separados: um de
arenito (areno-conglomerãtico) compacto e outro mais argiloso, que
se intercalam.
Nesta localidade e arredores, tem-se uma das melhores
exposições de tais sedimentos cenoz6icos. Por este motivo, usou-se
aqui, informalmente, o nome de Formação São Domingos.
- 22 -
Recomendamos que uma secção tipica nesta chapada, nas
proximidades de Coronel Murta e Leliverdia, deva ser feita para que as
sim estes arenitos finos com niveis mais argilosos, possam caracteri
zar uma proposição formal.
2.1.11 - COBERTURAS TERCIARIAS-QUATERNARIAS
As coberturas do Terciãrio-Quaternãrio, na área, ocor-
rem capeando quase todas as unidades mapeadas, cobrindo tanto as ro
chas do Grupo BambuT como as da serra do Espinhaço a leste, e as dos
elevados a oeste, em Goiás.
Estas coberturas geralmente cascalhentas (areno-argilo
sas), encontram-se em diversos niveis de diferentes cotas, podendo mui
tas vezes estarem laterizadas ou não.
Geralmente, nas regiões baixas e vales, estas cobertu
ras são constituidas de areias residuais, mostrando vestTgios de late-
rização incipiente.
Em boa parte as coberturas apresentam-se como tipicas
lateritas como e o caso das ocorrencias das serras dos Pilões, Aldeia,
Tiririca, do Contraforte Central, etc., produzindo um solo avermelha
do com concreções e pisalitos ferruginosos.
Tais capeamentos, em todo a área, apresentam uma morfo-
logia suave, sem expressões que sobressaiam no relevo regional, atin-
gindo cotas alem de 600 metros e mostrando também vãrios &h/eis, onde
ciclos erosionais atuaram.
2.1.12 - DEPOSITOS QUATERNÁRIOS
Sob a designação de depasitas quaternários consideramos
os sedimentos recentes, aluviões, acumulados ao longo dos cursos d'
ãgua, ocupando suas calhas ou constituindo terraços fluviais.
-23-
Tais depOsitos, geralmente cascalhentos a areno-argilo-
sos, encontram-se restritos aos vales dos rios sob forma de bancos de
areia e cascalhos, is vezes diamantiferos, não ocupando maiores exten
sões, exceto os aluviões do vale do rio Jequitinhonha, do rio das Ve-
lhas e do rio Sio Francisco, onde chegam a formar planTceis de inunda-
ção.
Dentre estes depOsitos quaternirios, principalmente os
de terraço, que se encontram distribuTdos em diversos niveis, alguns p0
dem ser considerados como detriticos, porém a sua separação seria di-
ficil de se fazer na escala do trabalho.
E importante frizar que os aluviões da área considera
da apresentam-se de grande importância, devido ao seu cariter diamanti
fero.
2.1.13 - INTRUSIVAS BASICAS
A ocorrencia de rochas bisicas ou metabasitos no norte
de Minas Gerais e relativamente frequente, encontrando-se na sua maior
parte encaixadas no Grupo Espinhaço, rochas dos complexos, e • sendo
raras ou ausentes nas unidades mais novas.
Os ciclos erosionais que atuaram nesta regiSo, no senti
do de rebaixar o relevo, permitiram que estas rochas atualmente aflo-
rem, cortando até rochas dos complexos, mostrando assim que elas pos
sam ser de virias gerações.
Estas rochas podem alcançar espessuras consideriveis,com
extensões razoáveis e com grande frequencia na serra do Espinhaço. Ge
ralmente estas intrusivas manifestam-se fortemente intemperizadas, mos
trando umaaterial avermelhado, bem decomposto. Correspondem a diques
ou sills de diabisio, preenchendo fraturas com direções diversas.
- 24 -
Devido ã escala de trabalho, não foi possivel, mapear
tais rochas, porém, Moraes (1937) descreve exposições destas rochas
junto ao rio Jequitinhanha, entre Desembargador Otoni e Terra Branca, a
NW de Itacambira e serra do mesmo nome, em Barroco, região de Brejo
das Almas, na serra Gigante, entre Serrinha e São Gil, a SE de Grão
Mogol, nas encostas da serra do Cabral, próximo a Buriti Grande etc.
Também no trabalho de Frank (1968), este autor plotou
as ocorrências destas intrusivas bísicas numa parte da serra do Espi-
nhaço (Folha Inhal).
2.1.14 - INTRUSIVAS ACIDAS
As intrusivas cidas encontram-se encaixadas nas rochas
do Grupo Macaribas (xistos), próximo a Coronel Murta, Virgem da Lapa
e Araçuai.
Nesta região nordeste (médio rio Jequitinhonha) as in
trusivas cidas afloram constituindo um relevo montanhoso, que se des
taca na topografia regional. Tais afloramentos bastante frequentes,
constituem-se de granitos que, devido i sua maior resistencia a ero-
são, em comparação aos xistos que lhes são circunjacentes, constituem
belas exposições destas intrusivas permitindo sua localização a dis
tincia.
Tais granitos ocorrem como corpos homogéneos em forma de
grandes blocos dentro dos xistos intensamente deformados, apresentando
cores cruzadas, de granulação fina e média, ricos em bi , tita, com al
guns finos crisais de feldspato, e veios pegmatõides.
Também na região sudeste de Goiás, são assinalados no
mapa do Projeto Goiania I, corpos intrusivos ácidos prõximo is locali-
dades de Sesmarias e Pires Belo (GO).
- 25 -
2.2 - RECURSOS MINERAIS
Através do conhecimento da geologia de uma região é que
se tem uma base fundamental para as descobertas de rochas e minerais
5teis.
O fato de certos recursos minerais não formarem dep6si
tos economicamente aproveitáveis, nunca será motivo para não cadas-
trá-los, pois os dep5sitos atualmente atribuidos como não aproveita
veis, devido mesmo a falta de tecnologia de aproveitamento que os tor
nem econOmicos, além de servirem para estudar a sua distribuição e mo
do de jazimento contribuindo para o conhecimento dos fatores condi
cionantes do seu nemplacement", podem vir a ser depósitos de valor e-
conõmico no futuro, em função da demanda e desenvolvimento tecnológica
O Grupo Bambus devido ao seu caráter litolOgico e estru
tural, constitue a unidade mais importante na prospecção de minerais
metálicos como chumbo e zinco e sua clã paragenética. A ocorrênciades
tas mineraliza0es, estão, geralmente, associadas ás rochas carbonata-
das, e suas concentrações estão relacionadas a áreas afetadas por fa
lhas e dobras. Apresentam também estas rochas, bom condicionamento pa
ra mineralizaç5es de fosfato, fluorita e barita. Da mesma forma , que
estes minerais, o diamánte, outro e quartzo constituem riquezas mine
rais da área, as quais desde o inScio do século tem sido exploradas.
As ocorrências minerais são sumarizadas na Tabela 11.1.
- Zinco, Chumbo, Prata e Cobre
As suas jazidas formam o mais importante depOsito mineral da
área estudada. Estes minerais concentram-se em zonas de pre-
dominãncia de calcários do Grupo Bambul. Segundo Amaral (1974),
o eixo entre Vazante (MG) e Itacarambi (MG) tem sido motivo de
diversos estudos com as descobertas dos dep5sitos da região de
Vazante. Tais dep5sitos estão geralmente associados ã zona de
falhas ou, ás vezes, a mineralização é disseminada, formando pe
quenos depOsitos com a presença de fluorita e vanádio, que po
- 26 -
TABELA II.]
QUADRO SIWTICO DAS OCORRÊNCIAS MINERAIS
RECURSO MINERAL
LOCALIZAÇA0 E OBSERVAÇA0
Zn, Pb, Cu
Zn, Pb, Cu
ZN. Pb
Vazante (MG), Mina do Ingí. Depósito filoniano bre
cha de falha.
Vazante (MG), Cia Mineira. Depósito filoniano bre
cha de falha.
Vazante (MG). Morro Lapa Nova. Depósito filoniano.
Pb, (Zn) Morro Agudo (MG). Depósitos filonianos e dissemima
do.
Pb, Zn, Ag Paracatu (MG). Faz. Trairas. Disseminado e veio
de quartzo.
Zn, Pb Brasilia de Minas (MG). Veios de calcita
Cd Vazante (MG). Minérios primários de zinco.
Au Veios de quartzo dos filitos do Gr. Canastra.
Au Paracatu (MG). Morro das Almas. Aluvionar.
Au Minas Novas (MG). Vale do Araçuai - jazidas.primí-
rias, depósitos de aluvião, veeiros de quartzo.
Ainda nos rios Jequitinhonha, Velhas e Paracat6.
Mn Associado aos filitos do Gr. Macaúbas, ás ardó .... sias do Gr. Bambui e aos xistos do Gr. Araxí.
Va Veios enriquecidos em vanadinita e descloizita,jun .... to ao contato dos veios, como nas planícies de es-
tratificaçáo dos dolomitos do Gr. Bambu'' '.
Fe Itamarandiba (MG). Itabiritos.
Fe Região do médio Vacarias. Peixe Bravo. Itabiritos.
Ni Xistos do Araxí (ultrabísica), e ultrabísicas do
Espinhaço.
Co No Grupo Araxã (asbolana), ligada a complexos ul .._. trabásico.
Cr Complexos ultrabísicos nos micaxistos do Gr. Araxã.
Sn ProvTncia estanifera no nordeste de Minas Gerais.
AracuaT. Salinas. Viroem da Laoa).
- 27 -
continuação Tabela 11.1
RECURSO MINERAL
LOCALIZAÇÃO E OBSERV
Pt Nas fraturas dos quartzitos Espinhaço e conglomera-
dos Macúbas (intrusão nas rochas dos Grupos Espi -
nhaço e Macúbas).
Li Ambligonita nos pegmatitos de Salinas e Itamarandi-
ba (MG).
Berilo Salinas, Virgem da Lapa, Coronel Murta, Capelinha,A
raçuaT (MG).
Pirita Vazante(MG).
Fluorita Nos calcários do Grupo Bambul.
Fosfato DelSósitos sedimentares no Grupo Bambul.
Caolim Buenópolis (MG). Derivado de filitos.
Calcários Buenapolis, Bocaiuva, Montes Claros, Francisco Sã,
São Romã°, Vazante, João Pinheiro, Paracatu e Unal,
em Minas Gerais.
Grafita Itamarandiba, Barreiras (MG), no Grupo MacaGbas e
filitos do Grupo Canastra.
Cianita Itamarandiba, Minas Novas, Capelinha (MG) e Seixos
rolados no Rio Jequitinhonha.
Barita No Grupo Bambui associado a depósito de Pb-Zn, ou
em veios-camada cortando calcarios.°
Amianto Salinas e AraçuaT (MG).
Abrasivo Buenópolis (MG). Em ardósias decompostas do Grupo
Bambu.
Mica Capelinha (MG).
Cristal de serra do Cabral, serra Mineira, serra da Itacam-
Rocha bira, Buen5polis, Montes Claros em Minas Gerais,
Cristalina em Gois.
Diamante Grão Mogol (MG), sul de Goiás, rio Pilões, rio Cla
ro e Verissimo.
_
- 28 -
continuação Tabela 11.1
RECURSO MINERAL
LOCALIZAÇÃO E OBSERVAÇOES
Ãgua Marinha Minas Novas, Salinas e Itamarandiba (MG), rio Je
quitinhonha e AraçuaT.
Turmalinas AraçuaT (MG) (rubelita-turmalina vermelha), Barra
de Salinas (MG), Coronel Murta (MG), Itamarandi _. ba (MG).
Citrino Salinas (MG), Cristalina, Santa Luzia e serra dos
Cristais, em Gois.
Kunzita Minas Novas, AraçuaT, Barra de Salinas em MG
Andaluzita Barra de Salinas (MG) e nas areias da bacia do A _ raçuaT, nos Municipios de Minas Novas e AracuaT
(MG).
Apatita Salinas (MG).
Diopsidio AraçuaT e Salinas (MG)
(Cromifero)
Epidoto Salinas (MG)
Heliodoro Minas Novas (MG)
- 29 -
dem ser explorados como subproduto.
As principais ocorrências de zinco e chumbo podem ser assim
descritas:
Distrito de Vazante - é explorado o minério oxidado, as-
sociado a brecha hematitica.
Região de Morro Agudo (MG) - situados na estrada Vazante-
Paracatu (MG), ocorrem depósitos de galena, esfalerita e
pirita, em veios de quartzo, associados a falhas e fratu
ras, ou galena e esfalerita associadas a dolomitos com mi
neralização estratiforme.
Região de Brasilia de Minas - (São João da Ponte) - também
apresentando mineralizaçóes associadas a zonas de falha,
que cortam cãlcírios intercalados com folhelhos.
As zonas com maior permeabilidade ã circulação de ãguas sub
terrãneas, em especial as ãreas afetadas por falhamentos e
fraturamentos, segundo Amaral (op.cit) são as de maior impor-
tância para a prospeçção destes depósitos. A região de Coro-
mandei (MG) ate Paracatu, apresenta vãrias lentes calcãrias,a
fetadas por processos tectOnicos, as quais são bem favorãveis
a estes depósitos minerais. O eixo de Paracatu a Una''' . talvez
venha a se constituir numa excelente ãrea para a prospecção
destes recursos, jH que são abundantes as lentes de calcarios
e dolomitos, contribuindo também o dobramento e falhamento
imposto a estas litologias. Sob o ponto de vista estrutural ,
esta constitui-se em uma das melhores ãreas do Grupo Bambui,
para tal prospecção.
Existem descriçóes de ocorrências de minerais não metílicos
como barita, fosfato, fluorita, que aumentam o interesse eco-
nómico das rochas deste grupo.
- 30 -
- Calcãrio
A lentes de calcário do Grupo Bambui, com espessuras conside
rãveis, tornam-se de expressão económica. Estes calcários,
relativamente ouros, com teores baixos em sílica, tem sua
utilização na fabricação de cimento, cal, corretivo de solo,
etc.. As reservas mais importantes encontram-se nas regiões
de Montes Claros, BuenSpolis, e Unai, todas em Minas Gerais.
- Diamantes e Ouro
Os diamantes são praticamente lavrados a partir dos conglome
rados diamantiferos do Grupo Espinhaço, de jazidas residuais
que capeiam estas rochas e, em maior escala, nos depósitos
aluvionares dos rios Jequitinhonha, AraçuaT, Velhas, Jequi-
ta e seus afluentes.
O ouro aluvial, a exemplo do diamante e largamente dissemina
do, porem, uma lavra direta visando esta mineral não exis-
te atualmente, sendo obtido como sub-produto da lavra do
diamante. Provavelmente associa-se a veios de quartzo ou a
depósitos detriticos mais antigos, como os paraconglomerados
do Grupo MacaUbas. Sua exploração concentra-se nos rios das
Velhas, Jequitai, Jequitinhonha, parte media do Araçuai, na
pbrção sudeste de Goiás (em veios de quartzo), nos Grupos Bam
buí e Canastra. Almeida (1968) salienta que as rochas peli-
ticas do estigio inferior da faixa de dobramentos (Grupo Ca-
nastra) são por toda a parte auríferas.
- Quartzo (Cristal de rocha)
Predominantemente nas regiões de Cristalina (serra dos Cris-
tais-GO) e serra do Cabral (MG), existem veios, geodos e dru
sas de cristal de rocha, com valor económico de exploração.
-31 -
Provavelmente de origem hidrotermal, ou com associação de
pegmatitos preenchem fraturas nas rochas quartziticas. O
cristal de rochaenfumaçadoacha-se associado em quartzitosse
riciticos e nos filitos. Concentram-se, os veeiros de quart
zo, nas rochas dos Grupos Espinhaço, Macaúbas e Bambul.
Existem ainda, ocorrencias de cristal de rocha nas localida
des de Buen6polis, Salinas (em pegmatitos), e serra de Ita-
cambira, todas em Minas Gerais.
Alem dos depósitos minerais citados, a área abrangida pelo
trabalho apresenta inGmeras outras ocorr'encias minerais de
interesse económico.
Ocorrem depósitos de ferro (Itabiritos) em sedimentos do Gru
po Macaúbas, na região do rio Peixe Bravo. Nos xistos ver
des do Grupo Araxã, ocorrem niveis de cassiterita, e os ser
pentinitos são portadores de cromita e talco (Braun, 1970).
As regiSes de Araçuai, Salinas e Fortaleza constituem uma pro
vincia pegmatitica bastante rica em ocorrencias minerais, co
mo os depósitos de turmalina, berilo, ãgua marinha, etc.
A este da serra do Espinhaço, um estudo das intrusivas ultra
básicas poderá levar ao conhecimento de ocorrências de cobre
cobalto, platina, niquel, cromo, baucita, etc.
2.3 - SENSORES E TÉCNICAS
2.3.1 - LANDSAT
São apresentadas as caracteristicas das diferentes u-
nidades e estruturas, identificadas e interpretadas, a partir das ima
gens LANDSAT e constantes no mapa geol5gico em anexo.
- 32 -
2.3.1:1 - UNIDADES
UNIDADE Pc - (COMPLEXOS)
Esta unidade concentra-se em duas áreas distintas, apre
sentando, em cada uma, diferentes tons de cinza e texturas, os quais
não permitiram, através deste sensor, caracterizar e correlacionar as
varias litologias entre estas duas "áreas.
No canal 5, na parte sudeste, regiões de Itamarandiba
e Setubinha esta unidade é bem caracterizada pelos tons fotograficos
(cinza escuro para as areas de xisto e cinza claro para os gnaisses) e
pela textura, que e grosseira para os gnaisses e média para os xistos.
A rede de drenagem nestas regiões embora mostrasse uma grande densida-
de, não apresentou condições de ser extra :ida devido ã intensa ramifica
ção de seus tributarias. Portanto, não foi possivel, observar alguma
caracter'istica marcante, expressa por ela, como fator de individuali
zação da unidade.
No eixo Itacambira-Barroção e estendendo-se para o
norte, esta unidade e individualizada, no canal 7, pelo forte contras-
te morfolOgico apresentado entre suas rochas e as da unidade Espinhaço.
O limite entre estas unidades é marcado por um relevo bem escarpado,
permitindo assim, uma delimitação bem precisa.
As diferenças de tons de cinza no canal 5, e de textura
no canal 7, constituem outros elementos para a separação das unidades
sobrejacentes a ela, como e o caso das coberturas Terciarias-Quaterna-
rias, que constituem manchas escuras e homogeneas espalhadas sobre es-
ta unidade, que apresenta tons mais claros e textura mosqueada.
UNIDADE pee - (Grupo Espinhaço)
Devido persistencia do relevo das rochas que consti
tuem esta unidade, principalmente os quartzitos, boas informações pude
- 33 -
ram ser obtidas nos quatro canais.
A morfologia de suas rochas permite uma delimitação bem
precisa desta unidade, tanto na serra do Cabral, em contato com a For-
mação Jequitai, como na serra do Espinhaço, em contato com as rochas do
Grupo Bambui (borda ocidental) e com as rochas do Grupo Macanbas e Com
plexos (borda oriental).
Devido ã escala de trabalho, não foi possivel estabele-
cer ou diferenciar sub-unidades para este grupo, embora, através do
tom fotográfico, no canal 5, separam-se nas áreas dos quartzitos, que
apresentam tons de cinza escuros, áreas de filitos, cujas as tonalida
des são bem mais claras. As áreas de conglomerados foram, também, di-
ferenciadas dos quartzitos e filitos, pelos tons de cinza médio e uni
forme.
O tom fotográfico, foi um átimo elemento de reconheci
mento para observações dos contatos destas rochas, com as do Grupo Ma-
cabas e coberturas recentes, nas regiões de Olhos P'água e a oeste
de Bocaitiva.
Um outro critério para a individualização desta unidade,
principalmente nos canais 6 e 7, foi a grande intensidade de feições
estruturais, principalmente fraturas, que são peculiares da unidade e
tão bem evidenciadas neste sensor.
A rede de drenagem, nesta unidade, "é bem visualizada nos
canais 6 e 7. Embora condicionada as estruturas e ã litologia, não a
presenta um padrão tipico que possa caracterizar a unidade.
Unidades pcm e Pci - (Grupo Macanbas è Fm. Jequitail
As rochas da unidade Pai (Macanhas) e a unidade pcj (Je
quitai), aparecem nos canais 5 e 7, com tons mais claros que as rochas
da unidade Espinhaço, e mais escuras que as da unidade Bambui e Com-
- 34 -
plexos. Podemos considerar o tom fotográfico como principal critério
de identificação destas unidades e da demarcação do contato entre e-
las.
A unidade Macúbas, por apresentar uma grande distribui
ção em área, mostra nas imagens, variações tonais e texturais bem a
centuadas. Nas observações feitas verificou-se, principalmente na ca
nal 5, que o tom fotogrãfico apresenta uma variação gradacional com o
grau metamOrfico de suas rochas. Assim, esta unidade na serra do Es
pinhaço, próximo ã borda, mostra tons de cinza médios e, ã medida que
se distancia para leste, estes tons tornam-se mais claros, acompanhan
do o aumento do grau metamórfico.
No canal 7, podemos verificar que a textura varia de
fina e homogénea, para uma textura grosseira e não tão uniforme, devi
do ã alteração da densidade de drenagem e do conjunto de estruturas
(zonas cizalhadas e falhadas) que esta unidade apresenta.
Na região entre Itamarandiba e Queixada, a demarcação
do contato com os Complexos apresenta uma grande dificuldade, pois as
rochas de ambas as unidades possuem litologias semelhantes. Nas ima
gens foram utilizadas diferenças.sutis,entre tons fotográficos, a fim
de estabelecer uma zona provável onde o contato possa ser traçado.
As rochas da Formação Jequitai, constituem uma unidade
de fãcil delimitação nas imagens, principalmente canal 5, pelo tom fo
togrãfico, como jã mencionado, e no canal 7 pela textura fina e homo-
genea, contrastando com as rochas circunjacentes.
Esta unidade, pej, que se apresenta com uma faixa es
treita e descontinua, mostra em certas partes dos flancos da serra
do Cabral, uma morfologia escarpada que constitue um bom critério pa-
ra sua delimitação com as rochas da unidade Bambui.
- 35 -
UNIDADE oca - (Grupo Araxí)
Esta é a unidade de mais difícil identificação, para
írea de estudo, nos quatro canais, das imagens LANDSAT.
A textura predominantemente média e, tom de cinza cla-
ro, no canal 7 e canal 6, não são critérios definidores desta unidade,
porém, mesmo assim, os melhores.
A drenagem, onde preddminam xistos em vales rasos, de
maneira geral dendritica, com tributírios curtos que, em muitas 'g
reas, tornam-se dificéis de traçar mostrando praticamente uma textura
de drenagem.
Os limites com a unidade pEb (Grupo Bambui) são devi
dos, principalmente ã drenagem mais complexa e ã textura mais grossei
ra em relação a propria unidade, como por exemplo a região de Lu-
ziínia, analtsando-se o canal 5. Nos canais 6 e 7 esta unidade, pEa,
mostra tons de cinza mais claros que aquela.
Os limites unidade da lua coma unidade Canastra nas re
gi6es do rio Corumbí (por estrutura), e cercanias de Campo Alegre de
Gois (por textura), não são tão claros como o brusco contraste (de
drenagem, tom e textura), da região de Santo Antonio do Rio Verde.
Nesta ultima região, Santo Antonio do Rio Verde, a unidade Araxí, a-
presenta um tom de cinza escuro, drenagem menos proeminente e textura
mais lisa, que a apresentada pela Unidade Canastra.
UNIDADE 'Dec - (Grupo Canastra)
A delimitação desta unidade, que possue uma das respos
tas mais altas nos canais 6 e 7 (vide Image-100), é feita facilmente
nestes canais.
- 36 -
Os seus limites com a unidade Bambuí, pooem ser obtidos
com os canais 5, 6 e 7, sendo que o contato, por estrutura e morfolo-
gia, fica mais facilitado nos dois canais do infravermelho.
A drenagem dos filitos desta unidade, por ser mais den-
sa (dendrítica - ver fotografias aéreas), permite estabelecer o conta-
to com a Unidade Araxe„ por exemplo, o limite sul da unidade.
A separação de subunidades, através dos componentes li-
tolegicos, s possivel em termos de predominãncia. Por exemplo, o
flanco mais oriental desta unidade, mostra resposta em tons bastantes
claros no canal 7, indicando uma predominãncia de quartzitos. O flan-
co mais a ocidente apresenta, no canal 5, uma drenagem dendrítica e
tons de cinza escuros, denotando a influência, na resposta, dos fili
tos desta unidade.
Os limites desta unidade para o setor ocidental, com a
unidade Araxã, situada a oeste, e com a unidade Bambul, a norte, são
muitas vezes se identificãveis nos canais 6 e 7, e em outras partes u-
nicamente no canal 7. Na ãrea em estudo, a interpretação desta unida-
de exige bastante cautela levando-se sempre em consideração os crité-
rios da metodologia adotada.
UNIDADE Nb - Grupo Bambui
UNIDADE pcbpa - (Fm. Paranoã)
Esta unidade e identificada somente nos arredores de
Cristalina (GO), com quase igual facilidade nos quatro canais.
A textura e o elemento principal de identificação. E
uma textura média a grosseira, mais denunciada no canal 7. Correspon
dem os limites desta textura, com grande coincidência nos diferentes
canais, aos limites da formação Paranoã, nos mapas existentes.
-37-
Esta unidade fica situada nos domínios de drenagem ra
dial centrifuga da estrutura regional dOmica, do alto de Cristalina.
Os seus componentes litológicos, os quartzitos, não são denunciados
por nenhuma carcteristica de drenagem, textura, etc., mas são os prin
cipais responsáveis pela resposta da unidade, com tons de cinza cia
ros a médios nos canais 4 e 5, e médios nos demais. No canal 4, es-
ta unidade apresenta-se com uma forma ovalada e bem destacada.
UNIDADE pebpb - (Formação Paraobepa)
A identificação e demarcação desta unidade se faz com
os canais 5, 6 e 7 (principalmente canais 5 e 7).
Inicialmente, vamos dizer que a subdivisão desta unida
de nas imagens LANDSAT, para esta região, não vai encontrar uma cor-
respondéncia com a subdivisão estratigráfica existente.
Podemos identificar com o auxílio do canal 5, nas re
giões do eixo Unai-Vazante e nas regiões de Montes Claros e Buenop5 -
lis, os calcários desta unidade. Estes "calcários", para determina
das regiões, são identificados, no canal 5, devido á vegetação e ao
solo, apresentando um tom de cinza escuro e textura lisa que, para a
região de Vazante á Paracatu, podem confundir-se com as coberturas
lateriticas, que apresentam tons e texturas semelhantes. Os calcá
rios da região de Montes Claros, são evidenciados por apresentarem es
carpas, podemdo na sua identificação utilizar-se os canais 6 e 7.
As dolinas servem somente como feições de identifica-
ção indireta, não sendo indicativas de áreas mapeáveis como "calcá
rios", já que ocorrem, geralmente (vide fotografias aéreas) em aé-
reas cobertas com depósitos terciãrios-quaternários como, por exemplo,
a planicie de inundação do rio São Francisco e os depósitos aluviona-
res e, em parte eluvionares, da região drenada pelas bacias do rio Pa
racatu e Preto. Podem ser, dependendo do local, estas dolinas, cons
truidas em função da rocha sobrejacente (calcários), ou do próprio ma
terial aluvio-eluvionar, muitas vezes, com grande conteúdo de mate
- 38 -
rial carbonãtico.
Areas delimitadas, como Vazante, Montes Claros e Buenõ
polis, com diferentes formas de afloramentos, correspondem â delimi-
tação de unidades (no canal 5 a ãrea Vazante, e no canal 7 as demais),
com predominância de material carbonãtico, não sendo os calcãrios ex
clusivos.
Nas regiões de UnaT, Paracatu, Vazante, BonfinSpolis é
que foi poss .- R/e] identificar, nas imagens do LANDSAT, a maior varieda
de de componentes litolOgicos desta unidade. Próximo a Vazante, de
nunciado por uma drenagem dendritica densa, muito caracterTstica, i
dentificamos, principalmente no canal 5, ãreas de ocorrências de fi-
litos, que nas imagens seguem com este padrão para sul. A oeste de
UnaT delimitam-se com boa precisão, através da drenagem dendrTtica fi
na e do tom de cinza escuro no canal 5, ãreas com predominància de sil
titos. Os quartzitos desta unidade podem ser identificados, especial
mente, através dos canais 6 e 7, desde Vazante até UnaT. Na região de
BonfinOpolis, com uma textura mosqueada no canal 5, as vezes confundi-
da com a textura da Fm. Três Marias, identificam-se ardõsias. Esta
textura, porém,não lhe é peculiar e somente aplicâvel nesta ãrea.
Para as regióes mais a oeste, onde as coberturas late-
rTticas mostram sua exuberância, a identificação de tipos litolagicos
e subunidades torna-se mais difIcil, se não inapta (vide fotografias
aéreas). No setor a leste do rio São Francisco, os tons e as textu-
ras, nos canais 5 e 7 são, de modo geral, contInuos em grandes ãreas,
com pequenas variações locais e sem um padrão de drenagem caracterTs-
tico. Nesta ârea a monotomia das caracteristicas de fotointerpreta
ção, indica o predominio de um mesmo tipo litolOgico (ardõsias).
-39-
UNIDADE pebtm - (Formação Tres Marias)
Apresenta uma textura mosqueada, elemento bastante in-
dicativo, no canal 5, que não e, porem, uma feição exclusiva sua. Nas
regiões de Unai e Bonfinõpolis e sul de João Pinheiro, o uso somente
da textura para a separação desta unidade, pode levar a confusões, já
que a unidade adjacente (pebpb) apresenta muita semelhança neste as
pecto. Por isso, aliado ao canal 5, utilizou-se o canal 7, principal
mente para demarcar os limites desta unidade.
sabido que as litologias desta unidade são, na sua
maioria, horizontais, e ocorrem em nivel topográfico superior ao das
demais litologias deste grupo. Isto faz com que os arc5seos e silti-
tos formem mesas ou chapadas, bordejadas por escarpas bem nitidas, e
observáveis nos canais 6 e 7 como, por exemplo, na serra da Onça, prO
ximo a Jequitai e na serra da Maravilha, próximo a Caatinga. O pro-
cedimento, para a individualização desta unidade, sempre constou de
uma identificação preliminar no canal 5, e posterior delimitação no
canal 7, auxiliadas com o canal 6. E bom salientar, que os aflora
mentos desta unidade, sendo resultantes do relevo de rochas horizon
tais (relevo tabular), motivo de freqüentes coberturas (lateritas, e
luviões, etc.), devem ser observados com cautela, quando por elas re
cobertos, para evitar confundir esta unidade com as unidades do cre-
táceo.
Interessante feição, observa-se nas imagens LANDSAT
desta unidade, num perfil de Unai a Bonfinõpolis. As litologias bas
tante dobradas da Fm. Paraopeba sio observadas serem interrompidaspe
la cobertura horizontal a sub horizontal, da Fm. Tres Marias e, lo-
go apõs, voltam aparecer no outro lado da Chapada do rio Preto, moS
trando um dos mais interessantes exemplos, talvez, de discordncia no
Grupo Bambui.
Os limites do Grupo Bambui com outras unidades estão,
por sua parte, jã salienteados, com a descriçio dessas outras.
- 40 -
UNIDADEX(Cretãceo)
A estas unidades correspondem as formações Urucuia e A
reado. São litologias de fácil identificação nos canais 5 (principal
mente) e 7. Formam relevos tabulares, recobertos com solos e vegeta
ção caracteristicas, mantidas, em certos casos, ãs custas de uma cros
ta lateritica, dando uma textura lisa, nos canais 5 e 7, e um tom
cinza escuro, no canal 5.
Estas unidades mostram, ate certo ponto, uma pobreza
de drenagem que, quando existente, denunciada por tributãríos no ca
nal 5, com um traçado grosseiro em virtude de mata galeria que os a-
companha:
Na zona central da ãrea interpretada, região das cha-
padas dos Gerais, ocorrem as duas unidades, Urucúia e Areado. A dis
tinção destas, no canal 5, pode ser feita nesta região, da seguintema
neira: A unidade mais nova, Ku (Urucilia), apresenta uma menor densi
dade de drenagem, um tom de cinza mais escuro e a textura mais lisa,
devido a possuir maior cobertura eluvionar, (com solos vermelhos),que
pode estar parcialmente laterizada, sendo seu relevo, tabular, contro
lado por este fator. A unidade Ka (Areado) possue um tom de cinza
mais claro, uma drenagem mais abundante e textura menos lisa, devido
ã erosão jã ter ultrapassado o nivel de aplainamento, que a unidade U
ruciiia ainda testemunha. Ainda esta Unidade Areado, distingue-se da
Unidade Tres Marias, por possuir textura lisa (tom de cinza, claro
mais continuo), e drenagem com traçado dos tributãrios, nas imagens,
mais largos que a Fm. Tres Marias, na qual os tributãrios da rede
de drenagem possuem um traçado mais fino e mais definido.
A unidade Urucjia na região de Montes Claros, apresen
ta as mesmas caracteristicas do Chapado dos Gerais. Distingue-se
mais facilmente das rochas adjacentes, por estar em contato direto
com as unidades pcb (Grupo Bambu), as quais possuem uma textura mais grosseira. Os limites da unidade Ku (Uruciiia) apresentam-se com bor
- 41 -
das escarpadas, que facilitam sua identificação (ver RADAR), princi-
palmente no canal 7.
UNIDADE T (Coberturas Terciãrias
Nas imagens LANDSAT, o critério de identificação des-
tas coberturas é a morfologia. Aparecem com formas alongadas, acom-
panhando os divisores d'ígua, possuindo superfícies continuas com
grandes extensões. Seus limites, na sua maioria, são escarpados, fa
cilitando sua observação em qualquer canal, porém, mais bem evidencia
do nos canais do infravermelho. Esta unidade apresenta também tom fo
togrífico bem representativo para sua individualização e separação
de solos (refletidos pela vegetação), que os recobrem.
A rede de drenagem nestas litologias, é bem evidencia
da, mostrando ser superimposta e responsãvel pelo grau de dissecamen-
to.
UNIDADES TQ e Q (Terciãrio e Quaternírio e Aluviões)
Estas unidades, de fãcil identificação em quase todos
os canais das imagens LANDSAT, apresentam, no canal 5, uma textura li
sa, um tom de cinza escuro e com padrão de drenagem denunciado pela
mata galeria, que ocorre em quase todos os tributãrios, dando-lhes um
traçado grosseiro nas imagens. Tais características são realmente
decisivas para a identicação desta unidade TQ.
Quando em planícies de inundação, estas unidades TQ,
diferenciam-se dos depõsitos aluvionares (Q), das calhas dos rios,
principalmente por possuirem um tom de cinza mais claro, na região ma
peada e no canal 5, e um entalhamento da drenagem mais característico
e bem definido.
-42-
2.3.1.2 - ESTRUTURAS
As estruturas observadas nas imagens LANDSAT, muitas
vezes ji estão citadas na descrição das prõprias unidades geológicas ou
assinaladas no mapa geológico. Apresentamos aqui, as principais
caracterTsticas delas.
As estruturas de primeira ordem, traçadas a partir das
imagens LANDSAT, correspondem is que os mapas existentes assinalam co-
mo falhas de empurrão ou inversas. Assim, podemos observar na serra
do Espinhaço, uma serie de longas e proeminentes estruturas, tidas co
mo falhamentos inversos. Assinaladas, também, como falhamentos de em
purrão, as estruturas da borda da serra servem de limite entre o Gru-
po Macaribas e o Grupo Bambul.
Na região de Santo Antonio do Rio Verde, observa-se uma
grande estrutura em forma de um "esse" aberto, acompanhada de linea
mentos paralelos, marcados em todos os mapas existentes, como falha-
mento de . empurrão, jogando o Grupo Araxã sobre a Fm. Ibiã. Ê bem
possivel que esta estrutura seja realmente, uma falha de cavalgamento.
Para as regiões da chapada do rio Preto, e a leste de
Bonfinópolis, ocorrem duas longas estruturas. A mais ocidental (falha
do rio Preto) prolonga-se ate João Pinheiro e, a mais oriental, am
bas em parte com coberturas, estende-se até Canoeiros, possivelmente.
A estrutura situada mais a oeste, falhamento seguido desde a serra de
São Domingos, talvez seja uma das feições estruturais mais notãveisdas
imagens LANDSAT, pois este longa estrutura, possivelmente corresponde
ao limite da faixa de dobramentos Brasilia, ou ao limite do craton do
Sio Francisco.
As estruturas de segunda e terceira ordem, falhamen
tos, fraturas e lineamentos, sio proeminentes, por exemplo, na região
de Una i e Paracatu, onde se observa um padrão de dobramento
- 43 -
("geossinclinal folding") holomOrfico estruturalmente típico, com
cristas constituindo um relvo "apalachiano" igualmente tipico. Es-
tas estruturas refletem-se debaixo das coberturas lateriticas, graças
à diminuição da espessura de laterização nas cristas existentes as
quais, apOs a época das chuvas, ficam mais ressaltadas.
Estruturas de segunda e terceira ordem são, também, ex
pressivas em toda a região central e setentrional da ãrea, constituin
do, em rochas do Grupo Bambui, uma série de lineamentos com direções
preferenciais NW. A sul de Juramento, São João da Lagoa e norte de
Joaquim Felicio, são observados grandes lineamentos, refletindo es
trúturas antigas dobradas e arrasadas, formando sinclinais e anticli
nais com padrão idiomErfico.
Nas rochas do Grupo Espinhaço, principalmente, e na
serra do Cabral, observa-se também, tanto no canal 5 como 7, linea-
Oes nitidas de grande extensão, algumas tendo seguimento nas rochas
do Grupo Bambui. As direções predominantes dos falhamentos nestas
rochas são visTveis pela rede de drenagem, seguindo, aparentemente,
as principais direções de toda a parte sul da serra, embora as dire
ções, das falhas paralelas aos principais eixos estruturais e às dia
gonais a este rumo, variem acentuadamente. Os quartzitos além destas
feições (falhamentos) mostram vãríos sistemas de diaciasamento, predo
minando os com direções transversais, isto é E-W. Na serra do Ca-
bral, os quartzitos apresentam um fraturamento intenso quase sempre
com direções longitudinais e diagonais ã serra.
Mais a leste da serra do Espinhaço, as estruturas tor
nam-se menos visiveis, devido ao intenso intemperismo e às extensas
coberturas aluviais e terciãrias. Situação semelhante ocorre na re-
gião do Estado de Goiãs, onde as extensas coberturas laterlticas mar-
caram a maior parte das estruturas.
- 44 -
2.3.1.3 - QUADRO INDICE DAS UNIDADES LANDSAT
A Tabela 11.2 sumaria as observações feitas com as
imagens LANDSAT, das diversas unidades geolegicas, em função dos ele
mentos de reconhecimento mais significativos nas anãlises.
O número marca a características peculiar da unidade,
e o valor do número corresponde ao canal onde esta determinada carac-
terTstica é mais acentuada. O número sem parenteses indica uma prio-
ridade sobre o outro. bom salientar que tambem contribuem, como cri
trio complementar, as demais caracteristicas, mas não são tão defi
nidoras como as assinaladas.
2.3.2 - RADAR
Os resultados das interpretações de imagens de RADAR, foram adicionados ao mapa geolegico final.
Na anãlise das imagens deste sensor, a tonalidade e
textura, permitiram distinguir corpos d'ãgua, sistema de drenagens,
formas de relevo e individualizar a maioria das unidades geolegicas.
O sistema de drenagem, extraido das imagens, permitiu
observar o condicionamento de seus cursos e, nas serras do Cabral e
Espinhaço, estabelecer limites entre zonas com relevo acidentado. Nas
regiões com maior grau metamerfico e com morfologia suave, embora a
densidade de drenagem fosse maior, o seu traçado foi difícil, ao con
trerio de ãreas menos metamerficas e com relevo acidentado.
As unidades geolegicas, delimitadas neste sensor, fo-
ram observadas quase que exclusivamente pela textura e, as diferenças
de tom e textura em terrenos com pequena variação de altitude e decli
vidade, permitiram evidenciar tipos litolOgicos diferentes.
- 45 -
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- 46 -
As unidades geolõgicas com destaque topográfico (escar
pas ou com cristas alinhadas) foram facilmente mapeadas, devido ao
sombreado que o RADAR fornece. Esta caracterTstica de sombreado faz
com que a morfologia do terreno seja realçada dando, assim, contras
tes entre as unidades.
Na região do complexo, a sudeste, a individualização de
subunidades e delimitação com outras unidades foram difTcies, fazen
do com que muitos contatos fossem inferidos.
Quanto as aspecto estrutural, o RADAR mostrou ser ex
celente, destacando com grande nitidez feições lineares, lineamentos
fraturas e falhas, principalmente nas unidades da serra do Espinhaço
e do Cabral. Nas regiões sedimentares (ãreas calcãrias do Grupo Bam
buT) e junto ás coberturas cretãcicas e recentes, tais estruturas e
ram nitidas, refletindo possiveis fraturamentos ou falhamentos das ro
chas subjacentes.
A disponibilidade de mosaicos fotográficos de RADAR,
na escala 1:250.000, muito influenciou na obtenção de bons resulta
dos de fotointerpretação, os quais, permitiram obter maior precisão
dos contatos entre unidades e realçaram mais as estruturas.
2.3.3 - FOTOGRAFIAS AÉREAS
Observaram-se, principalmente nas fotografias aéreas
branco e preto, as características e as relações de contato das uni-
dades Araxã, Canastra e BambuT. Foi escolhida uma área teste conhe-
cida através da literatura geolõgica e da verdade terrestre, da qual
extralram-se as informações, auxiliares, para interpretação das carac
terTsticas regionais.
A unidade Araxã, representada na ãrea te:te pela cha-
mada Fm. Ibiã, apresenta, nas fotografias aereas, a textura mais lis
ta e o tom de cinza mais escuro das tres unidades. A sua drenagem e
47 -
mais esparsa, com tributírios longos em relação ãs outras unidades.
Somente através do padrão de drenagem, j -a. é possível separar esta u
nidade na ãrea teste.
A unidade Canastra, nestas fotografias, pode se dividi
da em duas unidades:
A) mais a oeste, constituída com predominância de filitos; e
8) mais a leste com predomínio de quartzítos.
A unidade A, apresenta a drenagem mais característica
de todas. r um padrão dendrítico denso com tributírios principais en
caixados em vales em "V", estreitos e, os secundários retalhando
as vertentes dos vales. A textura e ligeiramente íspera, e o tom de
cinza é médio. O simples traçado da drenagem desta unidade, jí indi
ca as íreas de ocorrencia de filitos.
A unidade B, composta de quartzitos, apresenta uma dre
nagem mais pobre. Os tributírios, apresentam-se acompanhados de uma
mata galeria menos desenvolvida, mais alinhada, condicionada pelas es
truturas (falhas, fraturas, cristas), mostrando, is vezes, um padrão
em baioneta.
Esta unidade Canastra apresenta, na área teste, estru
turas predominantemente NE, o que é um padrão local, jí que o padrão
regional, mostrado pelas imagens, ê preferencialmente NNW.
Identificaram-se dentro da unidade Canastra, que na
maior parte de sua írea de ocorrencia e recoberta por crosta lateríti
ca, varias íreas de quartzitos não mapeadas anteriormente, que jazem
debaixo destas crostas e afloram nos vales. Para o estudo utilizou-
se uma identificação ao longo dos vales, ravinas e escarpas, através
da visão estereoscOpica.
- 48 -
Em certos segmentos o contato da unidade, acima citada,
com a unidade BambuT, mostra-se nestas fotografias, sem utilizar-se a
visão estereoscépica, difIcil ou imperceptivel, naqueles trechos em
que a escarpa (20 a 30m) existentes no limite entre as duas unida-
des, era vertical.
Este contato entre estas duas unidades, em toda a sua
extensão por escarpa, foi bem delimitado nas fotografias e pode, pos
teriormente, ser acompanhado nas imagens LANDSAT. A unidade Bambui,
mostrou uma textura lisa com drenagem mais desenvolvida, depois da
unidade Canastra, e facilmente traçada. Este contato pode ser con
siderado tectOnico. As litologias que podem ser consideradas como cal
cários, não mostram afloramentos, apresentando dolinas e solos escu
ros, nos quais se observa uma maior atividade de uso da terra.
As coberturas lateriticas salientam uma textura leve
mente ãspera e tom de cinza médio a escuro. Os rios apresentam-selar
gos, graças a mata galeria, e evoluem a partir de cabeceiras com uma
vegetação de galeria, disposta de modo ovalado.
As fotografias aéreas infravermelhas (escala 1:21.000)
abrangem as regiées de Morro Agudo e Paracatu, onde existem ocor-
rincias de "calcãrios", alguns mineralizados a chumbo e zinco.
Os calcários a norte de Paracatu mostram-se recobertos
por matas exuberantes, apresentando afloramentos volumosos, o que
muito auxiliou na sua identificação. São lentes possantes que, pos
teriormente observadas nas imagens LANDSAT, conhecidas suas carac-
teristicas, mostraram um direcionamento NNW coincidente com a direção
regional. São as maiores lentes de calcário aflorantes nesta região.
As ocorrências de rochas carbonãticas nesta zona, que
vai de hal' a Vazante, mostram dois aspectos distintos. De um modo
geral as ãreas de ocorrências, situadas a norte de Paracatu, são mais
facilmente mapeãveis, devido a apresentarem afloramentos mais expres
sivos, com matas, e com atividades agropastoris menores. Já para a
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região a sul de Paracatu, os afloramentos são menores, mais escassos,
e as atividades de uso da terra (desmatamentos, queimadas) dificultam
a interpretação nestes locais, anteriormente com matas densas.
Nas transparencias infravermelhas positivas foram iden
tificadas ãreas de ocorrencia de calcários que, posteriormente demar-
cadas nas imagens LANDSAT, serviram de padrão de interpretação para
estas litologias.
2.3.4 - IMAGE-100
A análise de imagens LANDSAT no IMAGE-100, em setores
da área estudada, permitiu conhecer a utilidade deste sistema, como
auxiliar, durante os trabalhos desta finalidade.
Uma das primeiras considerações a levar em conta, e
que o trabalho, realizado no analisador, foi feito apOs completada to
da a análise visual e interpretação das unidades e estruturas nas ima
gens LANDSAT, isto e apos um conhecimento regional e local da área
a ser estudada (áreas testes), bastante grande e com proposições jã
definidas.
Assim, por exemplo, nas análises visuais de composi
ções coloridas, variadas, na tela da televisão, como a área da serra
do Cabral, tinha-se a interpretação previa das imagens LANDSAT em pre
to e branco. A analise da imagem, em composição a cores, ressaltou
muito mais resultados que o processo inverso. (A análise de uma com-
posição colorida gera muito mais resultados se esgotada previamente
a analise de sua correspondente em preto e branco, do que se iniciar
a analise em. composição colorida e depois passar-se para o preto e
branco - ver também LAMAR, 1974).
Os filitos e quartzitos, da serra do Espinhaço, e os
quartzitos da serra do Cabral, nas composições coloridas, a partir de
transparéncias, puderam ser delimitados com maior facilidade do que
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nas cópias em preto e branco. Por exemplo usando o canal 4-azul, ca
nal 5- verde (complementar) e canal 7-vermelho, estes quartzitos e fi
litos são bem diferenciãveis pela sua cor azul cinzenta, das litolo -
gias do Macúbas que aparecem com cores azuladas escuras e das do Gru
po Bambul, com cores amareladas. Também, neste tipo de composição, as
coberturas terciãrias quaternárias e as cretãcicas são facilmente
identificadas pelas cores marrons e azuladas, respectivamente.
Nos programas de "slicer", as combinaçóes em 8 ni-
veis, muitas vezes dividiam a imagem em maior número de unidades que
as existentes. Isto significava que unidades ficavam subdivididas em
duas ou mais subunidades. Em alguns casos, mereceram consideração.
Por exemplo, em algumas áreas do Grupo Canastra ficavam separadas nes
ta unidade, as subunidades correspondentes aos filitos e quartzitos,o
mesmo ocorrendo no Grupo Espinhaço, na serra do mesmo nome.
No estudo das assinaturas e classificações, Me-se ob
servar que poucas são as que possuiram expressão em toda as imagens
fato talvez comum a quase todas as unidades geológicas. Este proble
ma pode dificultar muito os resultados para a finalidade de mapeamen
to geológico regional, jã que as unidades, em grande parte, são só
classificíveis localmente, ou nem mesmo assim. Isto e devido, prin
cipalmente s variações, alem de litologia, de vegetação, solo e dre-
nagem.
Das unidades estudadas, Grupo Bambui . , Grupo Canastra,
Terciírio, Quaternãrio, Grupo Araxã, pró parte Ibiã, Formação Três
Marias, Formação Areado, em função de suas assinaturas, pode-se che
gar "ãs seguintes considerações:
0 Grupo Bambui - e uma unidade, como visto na descrição da
mesma, com uma variação litológica bastante grande. A classifi
cação de suas unidades no analisador e antes de tudo, um proble
ma de caracter geológico - geomorfológico. Estudaram-se dentro
desta unidade alguns de seus componentes.
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Os calcários deste grupo, como visto na discussão das fotogra
fias aérea infravermelho, são classificãveis somente em certas
porções da imagem com resultados significantes, refletindo o
caráter bem local da expressão de sua assinatura na imagem.
Sua identificação no IMAGE-100 não e de grande emprego para
grandes áreas, alem de suas classificações sofrerem superposi
ção das coberturas Terciírias - Quaternárias.
Os quartzitos, ao contrário, mostram-se discriminíveis, apre
sentando assinaturas mais expressivas geograficamente. Os fi
litos, com resultados espetaculares em determinadas ãreas. si
tuam-se como um caso intermediário entre estas duas litologias
citadas.
O Grupo Canastra - foi uma das unidades que mais se prestou
para este estudo. Mostrou, em seus componentes litolOgicos,as
sinaturas de grande expressão na ãrea (global).
A expressão do Grupo Canastra, deve-se ao volume de rochas
quartziticas sobre o que se faz uma consideração. Estas rochas,
devido ã sua exposição, no sentido de jazimento, garantem re
sultados de classificações de grandes fundamentos para esta
unidade. A partir do conhecimento prévio do modo e local de
afloramento (quer através das fotografias aéreas, quer através
dos trabalhos de campo), e da expressão da assinatura (glo-
bal) dos seus quartzitos, foi conseguido, com os resultados
das classificações, concluir que a quantidade de quartzitosdes
ta unidade e maior do que originalmente se pensava (interpre
tação visual). Isto deve-se ao fato que, se conhecida a área
de treinamento em quase todo o seu detalhe, e conhecida a qua
lidade de continuidade da assinatura da amostra, os resultados
das classificações desta unidade serão indicativos da conti-
nuidade deste tipo litolOgico.
Certas áreas de treinamento, nesta unidade Canastra, nos histo
gramas construidos mostraram em alguns canais duas modas. Com
a observação dos resultados dos cortes nos histrogramas, pode
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mos verificar que a estas duas modas, correspondem as respos-
tas dos filitos e quartzitos. Desta maneira, conhecidos os li
mites das respostas (via "slicer" ou histogramas) destas lito
logias, pode-se individualiza-las obtendo-se, assim, um modo
de separar os quartzitos dos filitos, para estas áreas.
Outro fato que se deve levar em consideração, para esta regiãq
é o aumento da variãncia em zonas de quartzitos krespostas ai
tas), no canal 7, principalmente devido ao englobamento na
área de treinamento, da drenagem e queimadas, causando imper-
feições nas classificações, o que pode ser corrigido com cor
tes nos histogramas. Estes cortes foram estabelecidos a par
tir de tentativas, e estudo da listagem de pixels das áreas
de treinamento.
O Terciário-Quaternário - constitui uma unidade chave para
a interpretação automática. Esta unidade, constituTda de co
bertura lateritica, foi a que possuiu maior expressão de as-
sinatura (global) de todas as analisadas.
Com base nisto, efetuou-se a classificação para saber as áreas
abrangidas por esta cobertura e, utilizando os resultados para
corrigir a distribuição nas interpretações visuais das imagens
LANDSAT, das unidades em seu contato.
As coberturas lateriticas, como as demais unidades, exigiram
muitas vezes cortes nos limites de assinatura, ou redução por
limiar em classificações por multicêlula. A finalidade do re-
finamento foi de evitar superposições com outras unidades.
O Grupo Araxã - e em parte, a chamada Formação Ibiá - não
apresentam nem mesmo assinatura com expressão local, salvo ca
sos restritos. A sua classificação através do IMAGE-100, para
a finalidade proposta, não é desejável, devido ã sua expressão
geolõgica e geomorfolõgica.
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A Formação Três Marias - traz, em algumas áreas, devido ã sua
expressão topográfica e ãs unidades adjacentes, mais que assuas
próprias caracteristicas peculiares, resultados de classifi-
cação razoãveis.
As Formações Areado e Urucilia - como a maioria das coberturas
cretãcicas, dão resultado com significado geolOgico, em função
da cobertura e da vegetação.
O Grupo Espinhaço - foi uma unidade de fácil classificação au
tomática, pois apresenta um conjunto litol5gico bem caracte
ristico (principalmente quartzitos) e com uma distribuição tilai
ca na ãrea. Através da classificação multicélula dos canais 4
e 6, esta unidade é bem diferenciada das demais unidades, mos
trando limites nitidos nos contatos entre elas.
Com resultado paralelo, foram observadas, quando das classifi
cações, uslicer" e composições coloridas, uma serie de estru-
turas de grandes extensões, cortando rochas do Grupo Espinhaço
e estendendo-se para as do Grupo Bambui. Na serra dos Pilões,
e na região de Brasilia, também observaram-se novas estruturas.
A identificação destas novas estruturas, por si s5, já justifi-
ca o emprego do IMAGE-100 na análise das imagens
LAN DSAT.
2.3.5 - MAPAS MAGNETOMETRICOS
Nas análises dos mapas magnetometricos da área, pOde-
se observar diversos tipos de anomalias as quais, para facilidade de
estudo, foram interpretadas quanto ao seu tamanho (anomalias de exten
são regional e anomalias de pequenas extensões) ou quanto sua forma
e caracteristicas de campo magnético criado (anomalias isoladas que
predominam aos pares, anomalias alongadas e alinhadas e anomolias
fracas-irregulares).
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Correlacionando estes tipos de anomalias com o mapa
geolagico obtido com as imagens dos diversos sensores, cabem as se-
guintes considerações:
Anomalias de extensão regional - Concentram-se na parte nor-
deste mapeada (regiões entre as bacias do rio Preto, Paracatu
e Urucuia). Apresentam extensões de até cem quilometros, com
amplitudes que chegam a ter ordem de grandeza de algumas cente
nas de gamas. Na sua maioria, encontram-se alinhadas, com dire
ções preferenciais nordeste-sudeste.
Estas anomalias magnéticas mostram, aparentemente, não estarem
relacionadas "al - s unidades geolOgicas superficiais e tão pouco a
problemas estruturais. A causa da existéncia de tais anomalias
deve estar relacionada diretamente com camadas de maior profun-
didade ou mesmo com o embasamento.
Nas regiões ao norte da serra da Onça e a leste de Varzea da
Palma, ocorrem duas grandes anomalias do tipo regional, que ca-
racterizam bem uma magnetização anormal de algum corpo, ou al-
teração do cristalino magnético. A presença da serra do Cabral,
representando um alto estrutural, pode constituir aT, um forte
indlcio destas anomalias.
Anomalias de pequenas extensões - Praticamente concentram-se
na parte sudeste da ãrea. Nesta região, pode-se identificar um
campo magnético totalmente diferente das demais regiões. Estas
anomalias ocorrem em grande niimero, com extensões pequenas a
médias, formando verdadeiros elos alongados e alinhados segun-
do direção NE. Tais anomalias concentram-se nas rochas aqui de
nominadas de Complexos, mostrando, no eixo Itamarandiba - Quei
xada alinhamentos magnéticos coincidentes, em direção, com os
alinhamentos estruturais (zonas de falhas) visiveis nas ima-
gens LANDSAT.
Acreditamos que estas anomalias estão relacionadas praticamente
com os Complexos, e que os alinhamentos NE são Rimos fatores
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indicativos de fencimenos de intrusão nestas zonas de falhas.
Estas anomalias também estão praticamente delimitando unidades
geológicas diferentes, constituindo-se portanto, um bom crité-
rio para demarcar o contato entre elas (Grupo Macaúbas e Com-
plexos), pois, nas imagens de RADAR e do LANDSAT, isto tornou-
se dificil.
Anomalias fracas-irregulares - São as encontradas a sudoeste
da área, concentrando-se nas regióes do Grupo Bambul, com cober
turas cretãcicas e quaternárias. São bem caracterizadas pelo en
crespamento das curvas de isoanomalias. Estes encrespamentos
são representativos de influências magnéticas próximas ã super-
ficie, indicando diferenças minimas de magnetização das camadas
aflorantes com as subjacentes.
Anomalias isoladas - Predominam aos pares (máximo e minimo) e
são raras, ocorrendo apenas praximo a Jogo Pinheiro, Brasilia
de Minas e a sul de Grão Mogol. Segundo dados bibliogrãficos de
magnetometria, estas anomalias indicam corpos relativamente li
mitados em área e de grandes profundidades, que podem ser inter
pretados geologicamente como corpos tipos chaminé, constituin
do intrusóes bãsicas locais ou complexos alcalinos rochosos.
Estas anomalias não estão relacionadas com nenhum padrão super-
ficial que possa ser observado nas imagens LANDSAT ou de RADAR.
Acreditamos que somente pesquisas geológicas e geofisicas, de
campo, possam vir elucidã-las.
Anomalias alongadas e alinhadas - Estas anomalias ocorrem aos
pares (máximo e minimo), ou simplesmente apresentando valores
negativos ou positivos. O que as caracteriza, é a sua lineari-
dade, chegando atingir dezenas de quilometros, como pode ser
observado nas anomalias das regiões de Brasilia de Minas e
Patis .
Estas anomalias, provavelmente constituem diques bãsicos intru-
sivos em zonas de falha, não refletindo, porém em nada na super
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Vicie que os possa identificar.
Nas regiões da serra da Tapera, médio rio Vacarias e Peixe Bra-
vo sobressai, de maneira especial, este tipo de anomalia ali-
nhada, acompanhando as estruturas geolõgicas existentes. Nestas
localidades elas constituem, uma enorme densidade de pequenas a
nomalias, em formas semi circulares, que se configuram de for-
ma a retratarem um contorno estrutural, reproduzindo as estrutu
ras aflorantes dos anticlinais e sinclinais existentes.
Acreditamos que estas anomalias foram causadas pelos itabiri
tos, porém, estudos mais detalhados, devem ser feitos para es-
tabelecer qual a relação destes dep6sitos com as estruturas al
existentes. Devem ser observados com mais detalhe, também, os
horizontes de itabirito desta região, pois devem estender-se pa
ra norte (conforme observações magnetométricas) constituindo tal
vez, áreas favorãveis de ocorrência destes depõsitos.
CAPITULO III
CONCLUSÕES
A elaboração de mapas geológicos regionais através das
imagens LANDSAT constituem excelentes bases para planejamento de ava
nação e pesquisa de recursos minerais. A outros fatores vantajosos,
alia-se o fato de se poderem obter mapas de grandes ãreas, em escala
apropriada e na mesma escala de execução.
A possibilidade de se dispor de fitas CCT, utilizãveis
no IMAGE-100 durante os trabalhos de execução de mapeamento, permite
descer-se a niveis mais detalhados de informação, quando necessãrio, e
traze-los ã escala de trabalho. Além disso se pode qualificar, quan-
tificar ou, até mesmo, modificar dados originais.
O uso de outros sensores permitiu o intercãmbio das in
formações extraldas, e, assim, uma melhor analise dos resultados obti
dos.
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APÊNDICE A
MAPA GEOLOGICO