BAUXITA E OUTROS MINÉRIOS · 2017-06-26 · Ano XXVII N º 331 ... em testes de produtos...

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Ano XXVII Nº 331 março de 2017 E ditou-se, em 2016, a Antologia Escritores da Língua Portugue- sa- III, programada para autores de nosso versículo em países que não o falam. No terceiro volume, os textos, curtos, em prosa e ver- so, têm versões em alemão, e os lançamentos foram no 1° Salão do Livro de Lisboa, no 3º Salão do Livro de New York e, ainda, no de Montreal, no Canadá. Antes de entrar propriamen- te no assunto, cabe uma palavra sobre Jô Ramos, a organizadora do trabalho, jornalista, editora- chefe da revista “Lapa Legal Rio”, diretora da ZL Comunicação e fundadora do Movimento Defesa da Mulher, que se empenha pelo fim da violência contra mulheres no mundo. Seguindo o caminho de ou- tras iniciativas bem sucedidas na promoção de jovens escritores de escolas brasileiras e portugue- sas, Jô promoveu um primeiro encontro literário em Lisboa, participou do Stand Brasil Mági- co da Feira do Livro de Londres e do 2° Salão do Livro de Nova York. Pois a Antologia, já no volu- me terceiro, aparece com alguns autores mineiros – embora a pre- dominância dos do Sul brasilei- ro, o que é natural, se se consi- derar que a publicação se fez em português e alemão. Entre os de cá, estão Blenda Bortolini Barros, de Belo Horizonte, que vive em Genebra (Suiça), após estudar fi- losofia na PUC Minas; Else Dorotéa Lopes, de Nova Lima, professora e contadora de histó- BAUXITA E OUTROS MINÉRIOS Manoel Hygino “Abrem, rasgam, arrebentam a terra para as florestas perecerem sob as primeiras, primeiras estradas”. ria, vinculada a entidades devo- tadas às Letras e à História em sua cidade e Sabará; Willian Anacleto Figueiredo, de Caratinga e residente em Gover- nador Valadares, engenheiro ci- vil; e Astrid Rosa, artista plástica com formação em Educação Ar- tística, que estudou no Conserva- tório Lorenzo Fernandes, de Mon- tes Claros, e passou pela escola de arte de Felicidade Patrocínio. Ora, morando em Nova York, par- ticipa do Latin Cultura. Os tradutores para o alemão foram Ebal Sant’ Anna Bolacio Filho, M. A. pela Universidade de Frankfurt, e Naya Holdampg, for- mada pela Universidade de Passau. Em meio a grande nú- mero de escritores brasileiros poucos conhecidos aliás, surge Aricy Curvello, de Uberlândia, já assaz conhecido em nosso país e traduzida sua poesia para o espanhol, francês, inglês e italia- no. A organizadora escolheu para a antologia um poema de Aricy, que já o trouxera da pro- gressista cidade do Triângulo Mi- neiro e do seu retiro em Jacaraípe, Espírito Santo, para as páginas de publicações fora do Brasil. O poeta, mais uma vez, está presente com seu “O Acampa- mento”, uma joia de poesia, ela- borada quando o autor trabalha- va em Porto Trombetas, Norte do Pará. Uma descrição vívida e for- te da Amazônia brasileira. É uma descrição e advertên- cia naquela ininterrupta extração de minério: “Não me disseram a morte próxima da orquídea e do rato silvestre, aldeias de ninhos. Abrem, rasgam, arrebentam a ter- ra para as florestas perecerem sob as primeiras estradas. Os homens não buscam a luz do rio. Querem apenas bauxita, bauxita, bauxita, - e alumínio. O Governo quer alumínio, ferro, ouro, cobre, cassiterita, chumbo, níquel. Aqui, até aqui, o horror veio tecer diademas de injúrias, meu salá- rio”. Manoel Hygino é escritor, jornalista, membro da Academia Mineira de Letras e colaborador do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte (MG).

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Ano XXVII Nº 331 março de 2017

Editou-se, em 2016, aAntologia Escritoresda Língua Portugue-

sa- III, programada para autoresde nosso versículo em países quenão o falam. No terceiro volume,os textos, curtos, em prosa e ver-so, têm versões em alemão, e oslançamentos foram no 1° Salãodo Livro de Lisboa, no 3º Salãodo Livro de New York e, ainda, node Montreal, no Canadá.

Antes de entrar propriamen-te no assunto, cabe uma palavrasobre Jô Ramos, a organizadorado trabalho, jornalista, editora-chefe da revista “Lapa Legal Rio”,diretora da ZL Comunicação efundadora do Movimento Defesada Mulher, que se empenha pelofim da violência contra mulheresno mundo.

Seguindo o caminho de ou-tras iniciativas bem sucedidas napromoção de jovens escritores deescolas brasileiras e portugue-sas, Jô promoveu um primeiroencontro literário em Lisboa,participou do Stand Brasil Mági-co da Feira do Livro de Londrese do 2° Salão do Livro de NovaYork.

Pois a Antologia, já no volu-me terceiro, aparece com algunsautores mineiros – embora a pre-dominância dos do Sul brasilei-ro, o que é natural, se se consi-derar que a publicação se fez emportuguês e alemão. Entre os decá, estão Blenda Bortolini Barros,de Belo Horizonte, que vive emGenebra (Suiça), após estudar fi-losofia na PUC Minas; ElseDorotéa Lopes, de Nova Lima,professora e contadora de histó-

BAUXITA E OUTROS MINÉRIOSManoel Hygino

“Abrem, rasgam, arrebentam a terra para as florestas perecerem sob as primeiras, primeiras estradas”.

ria, vinculada a entidades devo-tadas às Letras e à História emsua cidade e Sabará; WillianAnacleto Figueiredo, deCaratinga e residente em Gover-nador Valadares, engenheiro ci-vil; e Astrid Rosa, artista plásticacom formação em Educação Ar-tística, que estudou no Conserva-

tório Lorenzo Fernandes, de Mon-tes Claros, e passou pela escolade arte de Felicidade Patrocínio.Ora, morando em Nova York, par-ticipa do Latin Cultura.

Os tradutores para o alemãoforam Ebal Sant’ Anna BolacioFilho, M. A. pela Universidade deFrankfurt, e Naya Holdampg, for-

mada pela Universidade dePassau. Em meio a grande nú-mero de escritores brasileirospoucos conhecidos aliás, surgeAricy Curvello, de Uberlândia, jáassaz conhecido em nosso paíse traduzida sua poesia para oespanhol, francês, inglês e italia-no.

A organizadora escolheupara a antologia um poema deAricy, que já o trouxera da pro-gressista cidade do Triângulo Mi-neiro e do seu retiro emJacaraípe, Espírito Santo, para aspáginas de publicações fora doBrasil.

O poeta, mais uma vez, estápresente com seu “O Acampa-mento”, uma joia de poesia, ela-borada quando o autor trabalha-va em Porto Trombetas, Norte doPará. Uma descrição vívida e for-te da Amazônia brasileira.

É uma descrição e advertên-cia naquela ininterrupta extraçãode minério: “Não me disseram amorte próxima da orquídea e dorato silvestre, aldeias de ninhos.Abrem, rasgam, arrebentam a ter-ra para as florestas pereceremsob as primeiras estradas. Oshomens não buscam a luz do rio.Querem apenas bauxita, bauxita,bauxita, - e alumínio. O Governoquer alumínio, ferro, ouro, cobre,cassiterita, chumbo, níquel. Aqui,até aqui, o horror veio tecerdiademas de injúrias, meu salá-rio”.

Manoel Hygino é escritor,jornalista, membro da AcademiaMineira de Letras e colaborador

do jornal Hoje em Dia,de Belo Horizonte (MG).

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Rosani Abou Adal

Rosani Abou Adal é jornalista e Vice-Presidente doSindicato dos Escritores no Estado de São Paulo.

Grito de Silêncio

Quase Meia-Noite, MariaRita cozinha seu feijão,lava pratos, marmitas,

faz o arroz, a abóbora, a carne seca.Prepara marmitas.

Duas horas da manhã, MariaRita faz sua oração. Duas e trinta,Maria Rita vai dormir. Sono bom,benfazejo.

Cinco horas da manhã, MariaRita se levanta, prepara o café, odesjejum, as Marmitas para os quese levantam daqui a pouco tomem ocafé, comam bolo de fubá feito porMaria Rita e vão pro roçado do pa-trão.

Seis horas da manhã; Maria Ritafaz oração. O dia começa.

Sol desponta atrás da serra.Maria Rita limpa a casinha humilde evai carpir a horta, cuidar das gali-nhas, dos porquinhos de engorda,lavar roupas, buscar lenha no mato.

Chega a tarde, Maria Rita pre-para as trocas de roupas, faz comi-da para os que voltam. Às seis ho-ras Maria Rita serve a janta, lavalouça, limpa cozinha, arruma camas.

Quase Meia-Noite, Maria Ritacozinha seu feijão, faz o arroz, a abó-bora, a carne seca e tudo se repete.

Duas horas vai se deitar mas ador lhe impede o sono, dor doída,dor nos “quartos”

Nada de dormir, cinco horas faztudo se arrastando. Marido se assus-tou, nunca a vira se queixar de nada.Não vai trabalhar. Põe o burro na car-roça, leva Maria Rita pro médico doPosto de Saúde dar um jeito.

Dor doendo mais com o sacolejoda carroça na estrada buraquenta.

Dia da MulherHilda Mendonça da Silva Enfim, o Posto de Saúde, a fila enor-

me, o proserio do povo que esperae a dor aumentando. Maria Rita ali ésó mais uma.

Duas horas depois é chamadapara fazer a ficha.

A moça com ar de fastio pergun-ta:

- Nome da senhora? - MariaRita.

- De quê? - Do Coração de Je-sus. -

Qual a sua idade? - Ando pe-los quarenta.

- Qual a profissão da senho-ra??... - Sua profissão? - A senhoratem algum emprego?

- Não sinhora.- Ah, não trabalha.E vem mais espera, por fim o

médico:- O que a senhora está sentin-

do?- Dor nos quartos, doutor. Aqui,

oh!- Ah, na coluna, é a idade, (Ela

parece bem mais velha do que é) asenhora está um pouco acima dopeso, pegue aquela fila ali, vão lheaplicar uma injeção para a dor masa senhora precisa se movimentarmais, diminuir o peso.

Maria Rita olha a fila, pensa nainjeção, na idade, no peso, sai.

Lá fora o marido a espera. Pen-sa que a mulher foi medicada. Novosacolejar da carroça, dor, dor e Ma-ria Rita chega em casa, vai pra hor-ta buscar plantas para fazer um chá.Amanhã vai procurar uma benzedei-ra para costurar o “jeito dos quar-tos”.

Hilda Mendonça da Silva éescritora e membro da Associa-ção Nacional de Escritores.

Março é o mês da Poesia, Mulher, Livreiros eBibliotecários. Dedicamos a edição à poeta Eunice Arruda, amiga ecolaborador do LV, que faleceu na madrugada de 21 de março, nofechamento da edição. Mês que vem daremos mais destaque. Por enquantofica apenas nosso minuto de silêncio e a publicação do poema Erro, napágina 6, de sua autoria: “Edifiquei minha / casa sobre a / areia / Todo diarecomeço”.

São comemorados os dias do Bibliotecário (12), Mundial da Poesia(21), Internacional das Mulheres (8), Nacional da Poesia e Nacional dosAnimais (14).

Vale lembrar que o Dia Internacional da Mulheres foi instituído porque,em 8 de março de 1857, em Nova York, operárias têxteis grevistas foramtrancadas num galpão e, após um incêndio na fábrica, 130 mulheresmorreram carbonizadas. Reivindicavam redução da jornada de trabalho de16 para 10 horas por dia. Recebiam salário três vezes menor que doshomens.

Inúmeras foram as conquistas das mulheres, mas a luta continua. Aindatemos muito que pleitear. As novas regras da Previdência, que estão sendoarticuladas pelo governo atual, poderão colocar nossos direitos nacotangente.

As mulheres, aqui, representam todos os seres humanos.Fica ainda nosso protesto pela crueldade dos donos do poder para

com os animais indefesos que, presos em gaiolas, são usados paracontrabando, em testes de produtos consumistas e de laboratórios em prolda ganância dos homens.

Dedicamos a edição a todos os profissionais que vêm contribuindopara a construção de um futuro melhor, de um país mais digno de se viver.Justas homenagens aos animais que nos ensinam humildade, aos livreiros,mulheres, bibliotecários e poetas, que através da palavra e dos livros,transformam e constroem um mundo melhor.

Deixamos, também, nosso grito de silêncio contra a PEC da Previdênciaque poderá retroceder nossos direitos no túnel do tempo.

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Página 3 - março de 2017

Conforme bem acentuou o es-critor Caio Porfírio Carneiro, OdetteMutto “.. sabe, como poucos, recriara realidade da vida, em dimensão dearte, quase num passe de mágica.”

Formada em odontologia,Odette começou a escrever aindamuito jovem e publicou seu primeirolivro, Quinze mais um, prefaciado porAfonso Schmidt, em 1960. A ele su-cederam-se Alienação (1984), Ban-dido (1987), Retrato do tempo intei-ro (1991), Marca de nas-cença (1998), O Russinho(2003) e Viva o Brasil(2016), além de colabora-ções nos jornais O Esta-do de S. Paulo, Folha deS.Paulo, Linguagem Vivae O Escritor.

Quando a descober-ta da leitura?

Alfabetizada aosseis anos, já sai lendo umjornal semanal italiano, noidioma original.

Que autores consi-dera centrais em sua for-mação?

Ernest Hemingway,William Somerset Maugham, Macha-do de Assis.

E a pulsão da escrita, em quefase da vida se deu?

Aos onze anos.Em Quinze mais um, seu livro

de estreia, publicado em 1960, épossível observar personagens es-magados pela dinâmica da vida. Emseus livros posteriores, elesretornam com larga intensidade.Correto dizer que na gênese da es-critora há desencanto com a condi-ção humana?

Desencanto não. Análise real dacondição humana, da vida.

Considera-se mais realizada noconto ou no romance?

Escrevo conto e romance em-purrada por um impulso interior, nãosei se sou realizada em algum de-les.

Retrato do tempo inteiro, seuprimeiro romance, com intenso re-alismo, traz a saga de uma imigranteitaliana em terras brasileiras. Aoescrevê-lo, houve o intuito de home-nagear a força daqueles que ajuda-ram a construir a pujança da capitalpaulista, no século XX?

Odette Mutto e a narrativacortante da condição humana

Angelo Mendes Corrêa e Itamar Santos

Retrato do tempo inteiro é umacerto de contas entre uma imigran-te italiana, analfabeta e idosa, e seuentorno familiar. Ao escrevê-lo, nãopensei em homenagear ninguém.

Marca de nascença, seu segun-do romance, novamente seguindocortante realismo, trata dos conflitosmotivados pela sexualidade do pro-tagonista. O que a levou a tratar dotema?

Marca de nascença, romanceverídico, doeu muitoem mim pela sortedo protagonista.

A cidade de SãoPaulo, nos anos1940, cenário de “ORussinho”, publicadoem 2003, é fotogra-fada com seus tiposhumanos. A observa-ção do cotidiano dacidade em que nas-ceu e sempre viveua influenciou naconstrução do ro-mance?

A cidade de SãoPaulo não me influ-

enciou quando escrevi o O Russinho,ela é apenas o lugar onde os fatosocorreram.

Seu livro mais recente, Viva oBrasil... ,mostra ao leitor muitas denossas mazelas sociais e o país pa-radoxal que ainda somos. Algum an-tídoto para isso?

Vi os primeiros migrantes nor-destinos chegarem, em 1950, naEstação da Luz, São Paulo, trazen-do seus poucos pertences embru-lhados em lençol desembarcando depaus de arara. Passaram sessentaanos e hoje muitos deles estão em-purrando carrocinhas (tração huma-na) para catar lixo. Não dá para vere não dizer nada.

Novos projetos literários em ges-tação?

R. Sim. Escrever é mais forteque a minha própria vontade. Então,vamos lá.

Angelo Mendes Corrêa é professor,jornalista e mestre em LiteraturaBrasileira pela Universidade de

São Paulo. Itamar Santos éprofessor, ator, jornalista e mestre

em Literatura Comparada pelaUniversidade de São Paulo.

Quando escrevi o romance O sal da terra, temaque aborda a vida dura

e sofrida dos tarefeiros das salinasdos subúrbios de Fortaleza, hojedesaparecidas, permanecendo asgrandes salinas do Rio Grande doNorte, intitulei o meu trabalho, difícilde realizá-lo, de Sal verde, porqueassim chamavam o sal que estavasendo apurado nos cristalizadores.Ou seja: estava verde ainda e nãomaduro para ser recolhido. Tal frutaverde e fruta madura.

A Editora Civilização Brasileira,que o aprovou e lançou, sugeriu queeu mudasse o título, porque Sal ver-de era um tanto poético e se tratavade tema áspero e doído. Não encon-trei outro. O escritor Luiz Toledo Ma-chado, então vice-presidente daUnião Brasileira de Escritores, suge-riu-me o título um tanto bíblico de Osal da terra. Aceitei-o porque eu nãosaí da enrascada e o verde me per-seguia. A editora concordou. Tirouuma bela edição de quatro mil exem-plares, o meu saudoso amigo escri-tor João Antônio fez as orelhas e —desculpem — o livro “estourou” emvenda e comentários favoráveis. Masdentro de mim permanecia,espicaçando-me, o Sal verde, porqueeu via, para além do título, o “demô-nio branco” nascendo e martirizan-do tanta gente com o cloreto desódio.

Contei isso ao Renzo Mazzone,a poucos anos falecido, poeta e donoda Editora I.L.A. Palma, de Palermo,que lançou o livro em italiano. Ele,que traduziu tantos poetas e escri-tores brasileiros, vinha muito ao Brasile ligou-se à União Brasileira de Es-critores. Pensou no que eu disse,pensou, pensou, coçou o queixo,apontou-me o indicador em riste edecidiu:

- Pois em italiano o título do seuromance será Sale verde della ter-ra.

Alcançou o título exato, que des-cia fundo o mundo branco salineiro:Sal verde da terra. Comovi-me. Ecom este título foi lançado, na Itália,em bela edição.

No Brasil, novas edições se su-cederam: duas seguidas, pela Edi-

O TÍTULO DE UM LIVROUma inquietação

Caio Porfírio Carneiro

Caio Porfírio Carneiro é escritor,contista, romancista, poeta,crítico literário e membro do

Instituto Histórico eGeográfico de São Paulo.

tora Ática, e a quarta, com capa ex-pressiva e excelente divulgação,pela Editora LetraSelvagem, do es-critor Nicodemos Sena, sediada emTaubaté, São Paulo. O livro chegou,em resumo, ao árabe. Todos com otítulo original — O sal da terra. Foitema de estudo em Boulogne e tra-duzido para o francês, mas aindanão publicado. Duas adaptaçõespara o cinema e não filmado, porvários motivos, particularmente o fi-nanceiro. Nesse caminhar tortuososegue o livro, sempre com título ori-ginal de O sal da terra.

Vendo aqui, à minha frente, umexemplar da edição da editoraLetraSelvagem, sinto saudade doque me disse, dedo em riste, o sau-doso editor italiano Renzo Mazzone:“O título é Sale verde della terra” Ouseja: Sal verde da terra. Encolho osombros. Fazer o quê? Um livro comdois títulos?

Vai, livro meu! Você continuaverde, cumprindo o que afirmouPedro aos Gálatas: “Tornei-me, porventura, vosso inimigo, por vos di-zer a verdade?”. E exclamava negroValério, tarefeiro: “Salina é caiadacomo cemitério.” E continua verdeaos que o acolherem e o acolhemfavoravelmente.

Conforta.

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Hesito em escrever estetexto pelos aspectosdesconcertantes que a

escrita conduz e pelas perfeitas eingênuas contradições com a vidaque ele invoca. Penso expor à clari-dade de que forma, única e particu-lar, as experiências da infância se fir-maram como elementos construtoresde meu processo criativo. As lem-branças distanciam-se da solidãopara que eu saiba onde me encon-tro. “A solidão guarda-me por com-paixão/ das miragens que crepitamnos festins da vida” e lembra que as“Claras incertezas e insensatas es-peranças / seguram a rédea quemantém à superfície / as legendasda vida, em seus limites longos.” Pre-ciso envelhecer o presente para re-criar as coisas que se escondemdentro de mim e que resistem àsdelicadas sutilezas da imaginação,no fazer-se obra literária. No cami-nho que se estreita, “Piso descalçahistorias envelhecidas / no rangerdas tábuas.”

Todo o passado da poesia éuma palavra que se soletra nos sen-tidos. O passado não é fugaz, per-siste em gestos, acontecimentos,relações, desordem, ternura, con-templação, virtudes e na percepçãode que se habita um espaço deideias e de sonhos, onde imitamosas linguagens do espírito. Assim, oassombro da memória transforma-seem voos que se deslocam em todasas direções do mundo visível.

Preciso fazer um desenho damenina que fui para que possua arealidade de antes. A cada esforço,o tecer as linhas parece feito por

O aprendizado dos sentidos na construção poética Lina Tâmega Peixoto

Diccionario De La Literatura Cubana,redactora: Marina Garcia, corrector: Jesús Delgado

(Editorial Letras Cubanas - Ciudad de La Habana, Cuba,1980, Instituto de Literatura Y Linguistica de La

Academia de Ciencias de Cuba, Tomos I e II).

Quiénes escriben em Cuba - Responden los narradores,de Jorge L. Bernard y Juan A. Pola, Editorial Letras Cubanas,

Cuidad de La Habana, Cuba, 1985, 592 páginas.Reúne biografias e entrevistas.

Ilustrado com fotos e assinaturas dos autores.

outra menina, “esperando que apa-reça / a moça encoberta / pela mi-nha saia comprida.” Algumas experi-ências da infância foram essenciaisao desenvolvimento de minha lingua-gem poética e às tensões das ima-gens que as alimentavam. Há a von-tade de entendê-las à luz do sol, mas,também, recorro às sombras quepreenchem os pedaços do tempo edissipam o excesso domaravilhamento de formas, sons, sig-nificados, símbolos e alma ,assimcomo o da força muscular da pala-vra incerta, insólita, mas excepcional,que se dilui em tonalidades de cla-ro-escuro e ideias de firmamento echão raso, porque se reconhece que“o poema devasta o esconderijo davida.”.

A infância representa a simbóli-ca Babel de transformações, sensó-rias, afetivas, e de abstrações doespírito em seu triunfo intelectual,aspectos que estimularam a forma-ção do tecido do meu corpo poético.Acredito, apoiada nos ensinamentosde alguns teóricos, como Walter Ben-jamin, que o que rememoramos setorna mais importante e essencial doque a vida que se viveu. Há, portan-to, um tempo dimensionado entremim e minha infância, um tempo quedecomponho com ambígua e alegredisciplina amorosa. Deste modo, “En-gendro ruídos do acaso, labirinto demitos,/ geografia da carne, remen-dos da infância “e “reduzo a distân-cia de antes e a de agora “para cer-zir o nosso tempo /à superfície doabandono”.

Primeiro prefácioMinha mãe, em uma manhã de

conversas com amigas, contou queeu havia mamado na joaninha. Es-cutei isto em profundo silêncio, em-

purrando a imagem para um poço deaturdido mistério e fascínio. Só, fui àhorta ver a mãe-de-leite. Segurei-a, com delicadeza, revirando seucorpo à procura das tetas por entreos curtos pelinhos pretos da barri-ga. Onde a rugosa perfeição dosseios? Onde a criança que acredita-va nos rumores do sonho? “Busco aindigência dos sentidos,/ cavo espa-ços enfermos na beleza e indormidasruínas na comunhão do êxtase.” “Re-colho os devaneios que ...os olhossão poços da infância / que molhame guardam o olhar.” Angustiada ecom medo do engano e perplexa pelailusão do real, perguntei à minhamãe, como fora possível eu ter ma-mado numa joaninha. Ela riu muitoe, me afagando a cabeça, me reve-lou que Dona Joaninha, a mulherque morava defronte à nossa casa,havia me amamentado por uma se-mana .O estranhamento de antes setransformou no sopro da vida possí-vel de ser inventada e carreguei ainfância feliz para dentro de um ca-sulo, onde me abriguei , com mansi-dão e sofrimento, e me transformeiem solidão e poesia.

A imagem da joaninha repre-sentou meu primeiro gesto de des-concerto da evidência do mundo eordenou, na infância, um especialmodo de penetrar na realidade amatéria do sonho e de fabricar oparadoxal ,o estranho, o insólito naconstrução da geometria de meusversos. Penso que segreguei destaexperiência o flexível, a recusa àracionalidade em sua dimensão degravidade e peso, me ajustando comternura e fúria, à incoerência da vida.E a este reino conquistado pude,enfim, dizer:”Ah ,grisalha natureza doacaso / intumesça seus estames /antes que se queime, para sempre /o êxtase crispado desta solidão./ Demim.” Percebo um tecido maternal

nos meus versos quando me entre-go à imagem da joaninha, esta “pe-quena sílaba da memória”, “esta“massinha de alma / passeando pelacouve”, e que “por ser tão luminosa,grácil e bela, / ninguém sabe dizer,nem mesmo os anjos, / o que faz estaórfã da infância / ter o sol dentro docorpo / e iscas de rubis pescando osol-posto.”

Segundo prefácioEm incerto tempo, tinha dificul-

dade na leitura de um livro, pois era-me difícil a tarefa de engatar as pa-lavras umas às outras para comporo claro fio do entendimento. Criavaarmadilhas para prender os signifi-cados, como num ritual de magia.Punha-me , por exemplo, atrás daporta, debaixo da cama, sentada nopeitoril da janela ,pois acreditava quehavia uma relação mágica entre apostura do corpo e a compreensãoda obra literária. “Lia em voz alta olivro / para que o corpo das palavras/ lhe desse forma de moça,” “no es-forço de ler, / as palavras atritam asjuntas”,” Os ruídos misturam as pa-lavras/ empoleiradas no varal domundo.” ”Curvo-me sobre a noite / etento encontrar palavras/ para dor-mir comigo” Mas o enigma do enten-dimento era uma lasca de sombra,apenas um tom de majestade na voz,aspectos que pensava serem capa-zes de abrir a palavra , fechada emum mundo sem nome. E “que nome[eu dizia] se domestica/para fazer-seeterno /no comando da vida?”. “Seráa palavra /luminária de um pretérito/ signo mais que perfeito / de um es-paço cúmplice e indecifrado? Ou“será a sombra desta palavra / quetransita sob o poema?” A infância“Remenda com madrepalavras / egaios ramos de flores / as intrincadasleituras humanas / para que as fra-ses consumam / sua própria subs-tância e aroma.”Vendemos

Tel.: (11) 97358-6255 - [email protected]

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Página 5 - março de 2017

Dr. Djalma Allegro

Dra. Ana Martha LadeiraAdvocacia Trabalhista Especializada

Rua do Bosque, 1589 - Cj. 301 - São Paulo - SP

Tels.: (11) 3393-7164 - 3393-7165 - [email protected]

Terceiro prefácioDispor da interpretação da coi-

sa narrada foi possível graças a umacontecimento que julgo circunscri-to a um espaço mítico. Uma meninacanta alguma coisa. Súbito, entra-lhe no canto palavras sobre um boino quadrado. A imagem deste boi,sozinho no alto do morro, dentro deum quadrado de arame farpado, vis-to há muitos anos atrás, solta-se desua prisão e vem ser o lamento datristeza retido nos ossos da sua soli-dão.

Esquecida a música, por ins-tantes, fica o poema .A percepção domundo que me havia sido doada, foium deslumbramento que me sufocoude alegria e paixão, e gritei na en-trega de minha vida: “estou salva”. Apartir daquele momento, a poesiasegurou a minha mão, vestiu-me derendas e esmeraldas, penteou meucabelo, calçou-me os sapatos; deu-me colares de amor para ver o queera cambiante e infinito; tornou a in-ventiva um devaneio, lúcido e coe-rente; armou os símbolos do tempoe da morte; mostrou o espelho an-gular em que se refletem os nítidosfragmentos da linguagem; enxugouo excesso do calor das impressões,físicas e mentais, e articulou, racio-nalmente, a desordem do pensa-mento.

A minha entrega ao poema ,”Oboi no quadrado”, me deu a noçãodo aspecto mágico da linguagem. Oque me vinha à alma era a sensa-ção da unidade ascensional que omistério articulava no meu tatear omundo, enquanto exclamava: “...nãomexas no boi” “...não batas no boi /que o boi quer dormir / sonhando quea noite / subindo das noites / sobe-lhe nas costas. / E lá se vão eles / oboi e a noite / atrás da saudade.”

Rosário Fusco, com quem,anos mais tarde, conversava sobreo ofício de escrever e sobre o papelque Cataguases devia retomar nocampo da literatura brasileira, tomouconhecimento desse poema e suge-riu modificações, o que recusei, atécom certa violência, pois não podiamodificar o corpo mítico do poema.Recebi de Fusco, do mesmo modode que outros escritores - e aqui des-taco meu tio e Hernâni Cidade - estí-mulos e conselhos para o exercíciodo escrever. Incentivaram, também,o sonho meu e de Francisco Marce-lo Cabral em editar uma revista lite-rária, o que se concretizou nos anos

1948-1949, com Meia-Pataca.Acrescento a esta breve menção his-tórica, o nome de Marques Rebelo,cujo apoio se fez tão essencial e re-levante, que sem ele teria sido qua-se impossível existir a revista.

EscrituraQuando a poesia se fez um cam-

po, onde o imaginário desvelava arealidade, em gozo e beleza, e a pa-lavra era um desafio no transpor asexperiências de vida em conscientelinguagem poética, busquei a presen-ça de Francisco Inácio Peixoto, meutio. Foi ele o meu primeiro leitor ecrítico.

Cataguases, na década dequarenta, movia-se em arte, num la-tejar de ideias, projetos e produçõesde cunho artístico. Não cabe nestanarrativa enumerar a modernidade ,comandada por Francisco InácioPeixoto, no esforço e trabalho emrecriar a sua cidade, pelo estimulo àconstrução do Colégio deCataguases, aquisição de quadrose esculturas para compor o acervodo futuro Museu de Arte Moderna,incentivo às atividades literárias, in-telectuais e estéticas dos novos es-critores ,cineastas, pintores , atoresou aos apaixonados pelo fazer ou-tras formas artísticas ,cerzidas pelospespontos de desejo, de delírio e deastúcia. Sua figura avultava sobreeste universo plurivalente de reali-zações artísticas e representava oeixo central do imaginário simbólicode Cataguases. Ainda hoje, sua me-mória interfere no pensamento e nasações em que se fundamenta o con-texto político da cidade, em suasmúltiplas vertentes culturais.

Devo a Francisco Inácio Peixo-to meu aprendizado primeiro naconstrução do poema e no amadu-recer as algemas da realidade. Ànoite, era para sua casa que me di-rigia, tremendo os poemas na mão,pensando se haveria um peso exces-sivo nos versos, mesmo que fosse ode palha ou de nuvem. Sentava nochão, junto à espreguiçadeira,belíssima, azul e branca, obra deTenreiro, onde meu tio se recosta-va, após o jantar. Entregava-lhemeus poemas manuscritos e o ouviareclamar ,sempre, da dificuldade daleitura, pelas letras, bambas e tor-tas. Era um longo silêncio este en-contro de poesia caminhando namão inquieta de meu tio que ,às ve-zes acompanhada de murmúrios,esmagava com o dedo uma vírgula

caída de mau jeito, tocava a palavracontraditória e ingênua ou apontavaa sintaxe dúbia. E depois, vinha avoz, com cruel doçura ,me dizer que,apesar destes cascalhos, o poematinha um certo frescor e secretasubstância onírica, e, portanto, erabom .Era com este adjetivo que ex-pressava sua aprovação. Ao escu-tar o veredito, ultrapassava o tem-po, pulava as cercas da escuridão eme entupia de alegria e emoção.

Em outras ocasiões, me acon-selhava a guardar o poema na pas-ta E isto, para mim, apontava o des-cuidado ajuste da inteligência cria-dora e a vulgarização da beleza, sen-sações que me causavam ansieda-de e dúvidas .Explicava-me que es-quecer o escrito representava o ne-cessário distanciamento para que,posteriormente, pudesse olhar osversos como um objeto a serreconstruído pela linguagem em suaplenitude de sedução.

Relembro seu jeito de inclinar acabeça sobre o papel e o bigodecosturado em cima da boca pelo re-flexo da luz que vinha do spot no teto.Mostrava-se atento às minhas inqui-etações em lidar com o exercício di-fícil da construção do poema queexigia rupturas, cortes, remendos atéque, reconstruído pelo espírito cria-dor, se firmasse na página, em equi-líbrio e silêncio. Suas palavras refor-çavam ser necessário o conhecimen-to das forças estilísticas e estrutu-rais da linguagem, a fim de recebero pensamento poético, mais rico eelaborado em suas imagens e sig-nos.

Eu conhecia sua importanteparticipação no movimento moder-nista brasileiro com a publicação deVerde e havia lido muito de sua ricae expressiva produção literária. Avul-ta sobre tudo isto a ressonância do

afeto de meu tio, o familiar aconche-go à emoção estética, em exigir demim o que estava confinado, em cre-puscular promessa, para se romperem arrebatamento poético. É com ocoração que escrevo sobre sua pre-sença em minha vida familiar e lite-rária. Dou a ele meus quinze anosde idade com suas estranhas e im-petuosas imagens, nascidas das ex-periências da infância e a elas acres-cento muitos anos no alcance do len-to e sofrido aprendizado da literatu-ra.

Agradeço a meu tio, FranciscoInácio Peixoto, ter- me ensinado atransformar as formas nebulosas deminha expressão poética em nítidasestrelas.

Quando publiquei meu primeirolivro, recebi dele uma carta, ondedizia: “Sempre gostei de sua poesia,onde encontro uma linguagem má-gica que me enternece. Desde osvagidos iniciais, você nunca me des-mereceu.”.

Nota: os versos transcritos nes-te artigo pertencem às obras: Algumdia, Entretempo, Dialeto do corpo,Água polida, Prefácio de vida e Osbichos da vó.

Lina Tâmega Peixoto é poeta,escritora, professora

universitária e membro doPEN Clube do Brasil.

deságua nas mãos de Francisco Inácio Peixoto

divulgação

Francisco Inácio Peixoto

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Página 6 - março de 2017

Tino Music

Metodologia de ensino diferenciada com aulas em domicílio

Cavaco - Violão - Teclado - Guitarra

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Professor de Música

Débora Novaes de Castro émembro da Academia Cristã de

Letras-SP, Academia PaulistaEvangélica de Letras-SP, União

Brasileira de Escritores-SP,Academia de Letras, Artes e

Ciências do Brasil, Mariana -MG,Sociedade Brasileira dos Poetas

Aldravianistas, Mariana-MG,entre outras.

Flor batizadaDébora Novaes de Castro

Menina dengosa,dos laços de fita,dize o teu nome,Daniella, Magali,

Ana, Maria, Soraya, dize-o, festiva,

com gosto de amora,Ana Paula, Rosani,

Elvira, Dináura?

Menina de tranças,da face formosa,dize o teu nome,

Delma, Thaís,Neusa, Andreia,dize-o depressa,

o tempo tem pressa, enreda teus sonhos,

sonhos de amor.

Menina feitiço,ébano, lírio, canela,

se por caprichoe mimos de flor,

não dizes teu nomede flor batizada,

na natureza,teu nome éM u l h e r!

Dia Internacional da Mulher8 de março

Dentro dos laresao redor da mobília mudade secretas históriasno murmúrio escultural de ontem.Trajetos magnéticosque vão dar em outra era.Frestas repentinasde luz e trevase agitamno sobressalto dos descompassos.Gestos automáticosórfãos de propósitoagora.

A tudo permeiacom suas lançassem alvo definido na memória,insaciada e comovida.Paradoxal presençaque pelo reversodo nada,persistereluzente em cada canto.

Tudo morrenos campos do futuro.

LembrançaMaria Beatriz Sayeg Freire

Maria Beatriz Sayeg Freire époeta, escritora, médica eprofessora universitária.

Profa. Sonia Adal da CostaRevisão - Aulas Particulares

Tel.: (11) 2796-5716 [email protected]

A velha mastigando nada, apertou a mão da filha. Nãoconseguia soltar e a filha precisou puxar, com firmeza, a suamão. O carro partiu e se transformou em uma mancha escura,aos olhos cansados da velha.

Pessoas se aproximaram solidárias e a filha amada já erasó uma vaga lembrança.

Despedida no AsiloDjanira Pio

Djanira Pio é escritora, poeta e contista.

Professorado de diversasáreas do conhecimentoque são, também, em-

presários na indústria e no comér-cio, reuniram em Embu das Artespara homenagear o luso-brasileiroJoão Barcellos por sua atividadelítero-historiográfica.

O evento, que contou com oapoio de outros integrantes do Gru-po de Debates Noética, aconteceunuma chácara particular. Na cele-bração de João Barcellos / 30 AnosDe Serviços Ao Brasil, a professorae editora portenha Tereza Nuñez,portadora da mensagem geral, dis-se que “[...] a presença de JoãoBarcellos na América Latina reforçauma lusofonia estritamentesociocultural. Este luso-brasileirotrouxe até nós a poesia e o espíritodesbravador da pesquisa históricaofertando-nos em livro obras de umaqualidade irretocável, mesmo quan-do trata de assuntos tecnológicos,porque a sua vida literária é vividaentre a poesia, o jornalismo e o con-teúdo científico [...], e tê-lo entre nósé uma dádiva da lusofonia”. Em seuagradecimento, o escritor e confe-rencista afirmou estar “...ciente dasdificuldades de dar à estampa umaliteratura e uma ação editorial dife-renciadas, mas o que consegui nes-tes 30 anos foi uma vitória pessoal

Professorado EmpresarialHomenageia João BarcellosFernanda Marques Edifiquei minha

casa sobre aareia

Todo dia recomeço

ERROEunice Arruda

Eunice Arruda é escritora, poetae pós-graduada

em Comunicação eSemiótica pela PUC-SP.

e dos grupos alternativos de cultura.É difícil viver da escrita, mas é o quefaço e neste empenho vai o meuabraço a quem chega no terreiro parainiciar outra era”.

João Barcellos coordena as co-leções “Debates Paralelos” e “Pala-vras Essenciais”, ambas com 12 vo-lumes, com parcerias da editoraEdicon (no Brasil) e do Centro deEstudos do Humanismo Crítico (emPortugal), além de dirigir a revista “Im-pressão & Cores”, de conteúdostecnológicos no âmbito da Comunica-ção Visual, e proferir palestras sobrePolítica e Filosofia, Poesia, Literatu-ra Técnica e História.Embu das Artes, Brasil-Março de 2017

Fernanda Marques (Professorae Serigrafista) // gd Noética

João Barcellos

divulgação

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Página 7 - março de 2017

Livros

Poemas: II Antologia - 2008 - CANTO DO POETA

Trovas: II Antologia - 2008 - ESPIRAL DE TROVAS

Haicais: II Antologia - 2008 - HAICAIS AO SOL

Débora Novaes de Castro

Opções de compra: Livraria virtual TodaCultura: www.todacultura.com.brvia telefax: (11)5031-5463 - E-mail:[email protected] - Correio:

Rua Ática, 119 - ap. 122 - São Paulo - SP - Cep 04634-040.

Poemas: GOTAS DE SOL - SONHO AZUL - MOMENTOS- CATAVENTO - SINFONIA DO INFINITO –

COLETÂNEA PRIMAVERA - AMARELINHA - MARES AFORA...

Antologias:

Haicais: SOPRAR DAS AREIAS - ALJÒFARES - SEMENTES- CHÃO DE PITANGAS -100 HAICAIS BRASILEIROS

Poemas Devocionais: UM VASO NOVO...

Trovas: DAS ÁGUAS DO MEU TELHADO

Concurso Literário XVIII Dulcinea,promovido pela Casa de Castilla-LaMancha Regional, está com inscriçõesabertas para textos narrativos escritosem castelhano até dia 16 de maio de2017.

Os interessados poderão inscrevertrabalhos inéditos, em quatro vias, comno mínimo de cinco folhas DIN A4 e até10 de face única, e espaçamento duplo.É obrigatório uso de pseudônimo.

Inscrições: “REGIONAL CASA LAMANCHA”. C / Las Armas, localmente-125. 50003 Zaragoza.

Premiação: 300 € (trezentos euros).Regulamento: http://www.casaregionalcastillalamanchazaragoza.es/

premio-literario-dulcineaPrémio Literário Ferreira de Castro de Ficção Narrativa (romance,

novela e conto), promovido pela Câmara Municipal de Sintra, para obrasinéditas escritas em português, está com inscrições abertas até dia 28de abril de 2017.

Autores de países de língua oficial portuguesa poderão inscreveroriginais, em três vias, com o limite de 350 páginas e com espaço duplo.É obrigatório uso de pseudônimo.

Premiação: €5.000,00 (cinco mil euros) e a edição da obra pelaCâmara Municipal de Sintra com tiragem de mil exemplares.

Regulamento e informações: http://www.cm-sintra.pt/premio-literario-ferreira-de-castro

Inscrições: Secretariado do Prémio Ferreira de Castro de FicçãoNarrativa - Rua Consiglieri Pedroso, n.º 34 - 2710-550 Sintra - Portugal.

Prémio Literário José Luís Peixoto, promovido pela CâmaraMunicipal de Ponte de Sor, destinado a cidadãos residentes em países delíngua oficial portuguesa, está com inscrições abertas para contos inéditosaté dia 28 de abril de 2017.

Os interessados poderão enviar até dois trabalhos, em quatro vias,c o m a t é 2 0 p á g i n a s A 4 , e s p a ç a m e n t o d u p l o , l e t r a Times New Roman etamanho 12.

Premiação: 1000,00 euros.Informações e regulamento: http://www.cm-pontedesor.pt/link-util-3Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa, realizado

em parceria do Itaú Cultural, destinado a livros publicados em línguaportuguesa, em versão impressa e digital em 2016, nas categorias Poesia,Romance, Conto, Crônica e Dramaturgia, está com inscrições abertasaté dia 30 de abril de 2017.

Premiação: O 1º colocado de cada categoria receberá 100 mil reais;o 2º colocado 60 mil reais; 3º colocado 40 mil reais; e o 4º colocado 30 milreais.

Informações e regulamento: http://www.itaucultural.org.br/oceanos/2017/apresentacao

ConcursosCercanias, poemas de Yeda Prates Bernis, edição da

autora, Belo Horizonte, MG, 76 páginas. A obra foi editadaem comemoração ao aniversário de 90 anos da escritora.

Yeda, diplomada em Letras Neolatinas na PUC-MG emembro da Academia Mineira de Letras, foi agraciada como Prêmio Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras, coma obra O Rosto de Silêncio, em 1992; com o Prêmio Cidadede Belo Horizonte, em 1967, com Entre o Rosa e o Azul;entre outros importantes prêmios. Três de seus poemasforam musicados por Camargo Guarnieri, sob o títuloTríptico de Yeda.

Segundo Márcio Sampaio: “Mas é também aí que sua poesia, feita dedelicadas filigranas, ancorada no alumbramento das revelações que a po-eta retém dos vestígios dos dias, se abriga no nicho da permanência, so-brepondo ao tempo da memória a experiência antecipada do futuro.“

Yeda Prates Bernis: [email protected]

Calabouço – rebelião dos estudantes contra a di-tadura civil-militar em 1968, de Geraldo Jorge Sardinha,Edição do Autor com apoio do Núcleo dos Irredentos, 80páginas, São Paulo, R$ 40,00. ISBN: 9788592203306.

O autor fez parte da diretoria da FUEC - Frente Úni-ca dos Estudantes do Calabouço. Esteve presente e co-mandou, durante a programada invasão do Calabouço -restaurante popular criado no governo de Getúlio Vargaspara atender estudantes carentes -, em 28 de março de1968, um grupo de estudantes que protestavam contra oalto preço da comida.

Durante a invasão, o comandante da tropa da PM,aspirante Aloísio Raposo, atirou e matou o secundarista Edson Luís comum tiro a queima roupa no peito. Sardinha conduziu em seus braços ocorpo de Edson Luis, com os estudantes em passeata, até a AssembleiaLegislativa do Rio de Janeiro, onde seu corpo foi velado. No período que seestendeu do velório até a missa na Igreja da Candelária foram mobilizadosprotestos em todo País - um dos principais contra a Ditadura Militar.

Livraria Expressão Popular: https://expressaopopular.com.br/loja/

Brisas Esparsas, poemas de Maria de Lourdes Alba,Chiado Editora, 98 páginas, Coleção Prazeres Poéticos,Portugal, R$ 30,00. A obra também está disponível no for-mato Ebook: R$ 9,00. ISBN: 978-989-51-8742-3.

A autora é poeta e jornalista. Tem poemas traduzidospara o espanhol e italiano. Foi agraciada com MençãoEspecial pela Academia Mineira de Letras com o livro Go-tas na Face. Na Itália foi premiada com o poema Pássaro,em 2006, e com o poema Quebra Gelo, pela AcademiaInternazionale II Convivio, na Sicilia, em 2015. Tem 11 li-vros publicados no Brasil. No Exterior: Al rededor de lashoras, no Uruguai (2008) e Intorno alle ore, Itália (2012).

A obra reúne 38 poemas e dois textos curtos em prosa (Antigas fotose a Pedra da beira do rio). Os poemas revelam a sensibilidade e seus sen-timentos da autora que fluem através dos versos ricos em harmonia.

Chiado Editora: https://www.chiadoeditora.com/livraria/brisas-esparsasMaria de Lourdes Alba: [email protected]

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Página 8 - março de 2017

Notícias

Compram-se bibliotecas e lotes de livros usados.

Vendem-se obras de 2ª mão, de todasas áreas do conhecimento humano.

Rua Coronel Xavier deToledo, 234 Sobreloja RepúblicaSão Paulo - SP - (11) 3214-3325 - 3214-3647 - 3214-3646

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João Almino, embaixador eescritor, foi eleito, no dia 8 março,para ocupar Cadeira nº 22 da Aca-demia Brasileira de Letras que per-tenceu a Ivo Pitanguy. JoãoAlmino nasceu em Mossoró, no RioGrande do Norte, em 1950. Autordos romances, Ideias para ondepassar o fim do mundo, Samba-Enredo, As cinco estações doamor, entre outras obras. Exerceuo cargo de diretor do Instituto RioBranco. Foi agraciado com Meda-lha de Ouro no Curso de Prepara-ção à Carreira Diplomática do Ins-tituto Rio Branco, bacharel em Di-reito pela UERJ e Mestre em Soci-ologia pela UNB. Defendeu tese dedoutorado em História Comparadadas Civilizações Contemporâneas,em 1980, pela Ecole des HautesEtudes en Sciences Sociales, deParis, sob a direção do filósofoClaude Lefort. Ensinou na UnB, naUniversidade Nacional Autônomado México e nas universidades deBerkeley, Stanford e Chicago. 

Maria de Lourdes Alba lan-ça Brisas Esparsas, poemas, pelaChiado Editora, no dia 21 de mar-ço, terça-feira, às 19 horas, na Li-vraria Martins Fontes, Av. Paulista,509, em São Paulo.

Carlyle Popp, autorcatarinense radicado em Curitiba econhecido nacionalmente nas le-tras jurídicas, lançou o romance Osenhor na minha história, pela Edi-tora InVerso.

O X FESTIVAL DE POESIAFALADA DO RIO DE JANEIRO,promovido pela APPERJ - Associ-ação Profissional de Poetas noEstado do Rio de Janeiro, está cominscrições abertas, até o dia 10 deagosto de 2017, para até três poe-mas, digitados em língua portugue-sa, com no máximo 30 linhas.w w w . a p p e r j . c o m . b r /regulamento_festival_poesia_faladarj.htm

Domício Proença Filho, Pre-sidente da Academia Brasileira deLetras, lançou, pela Editora Rocco,Leitura do texto, leitura do mundo.

Luiz Schwarcz, co-fundador daCompanhia das Letras, foi agracia-do com o International ExcellenceAwards (Prêmio de Excelência Inter-nacional), que é destinado a profis-sionais da indústria editorial fora doReino Unido. A láurea foi entregue nodia 14 de março, primeiro dia daFeira do Livro de Londres.

A nova diretoria da CBL - Câ-mara Brasileira do Livro - realizou aprimeira reunião no dia de 14 demarço de 2017. O presidente LuísAntonio Torelli, reeleito no dia 21 defevereiro, apresentou os eixosnorteadores da gestão que começa-ram ser implementados através donovo organograma. Foram apresen-tadas as novas comissões de tra-balho e os projetos da entidade,com ênfase nas metas a seremcumpridas.

Hélio de Seixas Guimarães,professor livre-docente na Universi-dade de São Paulo e pesquisador doCNPq, lançou Machado de Assis, oescritor que nos lê - estudo do autorque reconstrói quatro figuras deMachado de Assis -, pela Editora daUnesp.

Nélida Piñon, Secretária-Geralda Academia Brasileira de Letras,participará da 43ª Feira Internacio-nal do Livro de Buenos Aires, queserá realizada de 27 de abril a 15 demaio, na Argentina.

Mary Beard, escritora e histo-riadora, lançou, pela Editora Plane-ta, SPQR: uma história da RomaAntiga.

Wilson Alves-Bezerra lançouPáginas latino-americanas: rese-nhas literárias (2019-2015)”, pelaEditora da Universidade Federal deSão Carlos (EdUFSCar) em co-edi-ção pela Oficina Raquel.

Rio de Versos, projeto coor-denado pelo poeta Sady Bianchin,que abriga a Exposição Internaci-onal de Poesia Visual IMAGÉTICA,com curadoria de  Tchello d´Barros,promovido em parceria com aFACHA-Faculdades Integradas Hé-lio Alonso e o CCBB/Rio, será rea-lizado de 15 de março a 17 de abril,de quarta a segunda, das 9 às 21horas, no Centro Cultural Banco doBrasil, Rua Primeiro de Março, 166,4° andar – Centro, no Rio de Janei-ro. O evento apresenta 70 obras depoetas visuais de 22 países, expo-sição, palestra, mesa-redonda e aperformance Passaporte Poético(aos sábados, às 17h30). Os artis-tas brasileiros que participam sãoAlmandrade, Al-Chaer, AndréSampaio, Cláudia Lima, ConstançaLucas, Fátima Queiroz, FernandoGerheim, Gab Marcondes, GastãoDebreix, Hugo Pontes, JoaquimBranco, Jorge Ventura, MarceloMourão, Renato Gonda, RonaldoWerneck, Ricardo Alfaya, TamaraChagas, Sady Bianchin, Silvio Pra-do, Tchello D’Barros e TetsuoTakita.

Hélio de Seixas Guimarães,professor livre-docente na Univer-sidade de São Paulo e pesquisa-dor do CNPq, lançou Os leitores deMachado de Assis – o romancemachadiano e o público de literatu-ra no século 19, pela Editora daUnesp.

Melhores crônicas LuísMartins foi lançado pela Global Edi-tora em homenagem aos110 anosde nascimento do escritor, jornalis-ta, crítico de arte e cronista doEstadão Luís Martins (1907-1981).O prefácio e a seleção da edição éde Ana Luisa Martins.

Arno Wehling, historiador, ad-vogado, ensaísta e professor, foi elei-to, no dia 9 de março, para ocupar aCadeira nº 37 da Academia Brasi-leira de Letras que pertenceu aFerreira Gullar. Doutor em História eLivre Docência em História Ibéricapela Universidade de São Paulo epós-doutorado pela  Universidade doPorto. É autor de Os níveis da obje-tividade histórica, Documentos His-tóricos brasileiros, entre outros.

Geraldo Jorge Sardinha lan-ça Calabouço - rebelião dos estu-dantes contra a ditadura civil-militarem 1968, no dia 25 de março, às 14horas, no Memorial da Resistência,Largo General Osório, 66, em SãoPaulo.

Oiliam José, escritor, historia-dor e membro da Academia Mineirade Letras, faleceu no dia 23 de feve-reiro em Belo Horizonte (MG). Nas-ceu em 9 de fevereiro de 1921, emVisconde de Rio Branco. Exerceu ocargo de secretário Municipal da Pre-feitura de Visconde de Rio Branco ede chefe de gabinete na direção daImprensa Oficial. Autor deEfemérides da AML que aborda a his-tória da Academia Mineira de Letras.

SESI-SP Editora lança a Co-leção Sombra, destinada ao públicojuvenil a partir dos 12 anos, que abri-ga romances, novelas e contos deautores nacionais e estrangeiros,novos ou consagrados, clássicos oucontemporâneos.

Guido Bilharinho publica emsua página no facebook, toda quin-ta-feira, um novo capítulo de Brasil:Cinco Séculos de História.http://www.facebook.com/Brasil-Cinco-S % C 3 % A 9 c u l o s - D e -Hist%C3%B3ria-596464293875721/?fref=ts

João Almino

divulgação

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