Basquetebol
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SOCIEDADE EDUCACIONAL PINHALZINHO
HORUS FACULDADES
Douglas Mesias Becker
BASQUESTEBOL: ANLISE DA APLICAO DOS FUNDAMENTOS
ASSOCIADOS AO DESENVOLVIMENTO MOTOR EM ESCOLARES.
Pinhalzinho/ SC
2015
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DOUGLAS MESIAS BECKER
BASQUETEBOL: ANLISE DA APLICAO DOS FUNDAMENTOS ASSOCIADOS
AO DESENVOLVIMENTO MOTOR EM ESCOLARES.
Trabalho de Concluso de Curso apresentado
Horus Faculdades como parte dos requisitos para a
obteno do grau de licenciado em Educao Fsica.
Orientador: Esp. Jos Ronaldo Marques
Pinhalzinho/ SC
2015
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Dedico este trabalho, em especial aos meus pais,
Hugo Jos Becker e Noemi F. Rigo Becker, ao meu
irmo Dirlei M. Becker e minha namorada Alas T.
Regner, pelo apoio incondicional, pela motivao e
pela pacincia que tiveram comigo durante esta
caminhada acadmica.
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AGRADECIMENTOS
Agradeo primeiramente a Deus pela fora e por sempre mostrar os caminhos
corretos, iluminando e me impulsionando em todos os momentos. Com Sua ajuda, tive foras
para chegar ao final dessa caminhada muito importante da minha vida. Deus me deu toda a
coragem que eu precisava para ir alm dos meus limites; no me deixou faltar foras e
vontade, para continuar nesta jornada mesmo tendo que caminhar 2 km para tomar o
transporte para a faculdade, nos dois primeiros anos. Mas acredito que isso s foi um motivo
maior para no desistir e chegar aqui onde estou.
Aos meus pais, pois se no fosse pela insistncia e incentivo deles para dar sequncia
aos estudos no estaria aqui escrevendo isso hoje. Ambos sero responsveis por cada sucesso
obtido e cada degrau avanado para o resto da minha vida; ensinaram-me que apesar das
inmeras dificuldades presentes em nossa vida, a felicidade est nos pequenos detalhes.
Durante todos esses anos vocs tm sido para mim um grande exemplo de fora, de coragem,
perseverana, para nunca desistir diante do primeiro obstculo encontrado. Ensinaram-me
ainda o caminho do bem, da perseverana, da lealdade e da honestidade. Vocs so e sempre
sero meu maior exemplo de vida de vitria, meus heris e simplesmente aqueles que mais
amo. Obrigado por estarem sempre comigo.
Um agradecimento especial ao meu irmo Dirlei, que alm de irmo um grande
amigo e companheiro. Por me ajudar em inmeras vezes, por ser essa pessoa boa, de corao
maravilhoso. Como sempre falo, se todos fossem pensar e agir como voc, o mundo seria
diferente e melhor. Obrigado por tudo meu querido irmo mais velho, amo voc.
Agradeo a minha namorada Alas, que conheci no meio dessa caminhada, mas no
menos importante, por que com ela aprendi muitas coisas sobre a vida e aprendi que existe
amor alm do amor da famlia. Ela me ajudou muito nos estudos e me incentiva sempre em
tudo que fao; teve sempre muita pacincia comigo nas vezes que eu estava estressado por
causa dos estudos. Obrigado, amo voc.
Ao meu professor orientador Jos Ronaldo Marques, que muito dedicado e
comprometido, instigou-me a pensar e resolver os problemas surgidos neste trabalho. E ao
professor Milton, meu professor de Basquetebol da graduao, agradeo pela ajuda na
formao do meu Trabalho de Concluso de Curso, emprestando livros e outros matrias.
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Tambm aos demais professores que passaram o seu conhecimento nesses trs anos e
meio. Muito obrigado por tudo.
A todos os meus colegas um obrigado, em especial para o Alex Griebler, que alm de
colega um amigo e parceiro, sempre disposto a ajudar e dar dicas.
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As dificuldades que encontramos no podem ser obstculos
e sim barreiras que se movem e nos leva rumo vitria.
(Olinda Gremski Padilha)
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BECKER, Douglas. Basquetebol: anlise da aplicao dos fundamentos associados ao
desenvolvimento motor em escolares. 2015. 68 f. Trabalho de concluso de curso
(licenciatura em Educao Fsica). Horus Faculdades, Pinhalzinho/ SC, 2015.
RESUMO
O presente estudo teve como principal objetivo analisar o desenvolvimento dos fundamentos
do basquetebol e o nvel da condio motora em alunos iniciantes, crianas em idade entre
treze a quatorze anos de uma escola da rede estadual do municpio de Maravilha. A amostra
foi formada com 10 alunos, sendo os mesmos do sexo masculino. Foram feitos dois testes de
coordenao motora e aplicados o pr-teste e o ps-teste. Entre os testes foram aplicadas dez
aulas de basquetebol, trabalhando as regras, os fundamentos e o jogo, para assim avaliar a
coordenao motora dos alunos. Nesta pesquisa utilizou-se a bateria de testes KTK
(Korperkoordinationstest fur Kinder), desenvolvida por Kiphard e Schilling (1974). O teste
KTK composto por quatro tarefas: Trave de Equilbrio, Salto Monopedais, Salto Lateral e
Transferncia Sobre Plataforma. Cada teste foi avaliado conforme as tabelas em anexos. Aps
a obteno dos resultados do Pr-teste e Ps-teste, avaliou-se o nvel da coordenao motora
dos dez alunos em: Coordenao Alta, Boa, Normal, Perturbao na Coordenao e
Insuficincia na Coordenao. O nvel da coordenao motora de cada aluno foi obtido
atravs dos nmeros de escores em cada teste aplicado. Cada aluno teve quatro escores, que
somados resultaram no Quociente Motor (QM) da tarefa. Os resultados obtidos em
comparao com o Pr-teste e Ps-teste obtiveram uma melhora de 100%, sendo todos no
Ps-teste em nvel de Coordenao Normal. Atravs deste teste, nota-se que as aulas de
basquetebol na disciplina de Educao Fsica so de suma importncia para as crianas e
jovens, pois melhoram e desenvolvem a coordenao motora dos mesmos.
Palavras-chave: Basquetebol; Coordenao Motora; Teste KTK.
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ABSTRACT
This study had as the main purpose to analyze the development of basketball fundamentals
and the level of motor condition in beginners, children between 13 and 14 years from a school
of a state school in Maravilha, a Brazilian city in the state of Santa Catarina. The sample was
formed with 10 students, and they are male. We did two tests of motor coordination and
applied the pre-test and post-test. Among the tests were applied ten basketball lessons,
working rules, fundamentals and the game, to evaluate the students motor skills. In this
research we used the battery KTK test (Korperkoordinationstest fur Kinder), developed by
Kiphard and Schilling (1974). The KTK test consists in four tasks: Stringer balance,
Monopedais Jump, Side Jump and Transfer on Platform. Each test was evaluated according to
tables in attachments. After obtaining the results of the Pre-test and post-test, we evaluated ten
students level of coordination in: High Coordination, Fine, Normal, Disturbance in
Coordination and failure in Coordination. The coordination level of each student was obtained
from numbers of scores in each test. Each student had four scores, which together resulted in
the Motor Quotient (QM) of the task. The results compared to the pre-test and post-test
achieved an improvement of 100%, all of the Post-test are in Normal Coordination level.
Through this test, it is noted that basketball classes in Physical Education is very important for
children and young people, because they improve and develop their coordination.
Keywords: Basketball; Motor coordination; KTK test.
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Trave de equilbrio.................................................................................................... 39
Tabela 2: Saltos monopedais .................................................................................................... 40
Tabela 3: Saltos laterais ............................................................................................................ 41
Tabela 4: Transferncia de plataforma ..................................................................................... 41
Tabela 5: Resultados das somas dos quatro testes, no pr e ps teste. ..................................... 43
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Dimenses da trave de equilbrio.............................................................................. 26
Figura 2: Execuo da tarefa trave de equilbrio ...................................................................... 27
Figura 3: Dimenses do bloco da espuma ................................................................................ 28
Figura 4: Execuo dos saltos monopedais .............................................................................. 29
Figura 5: Dimenses da plataforma de madeira para os saltos................................................. 31
Figura 6: Execuo dos saltos laterais ...................................................................................... 32
Figura 7: Dimenses da plataforma de madeira para transferncias sobre plataformas .......... 33
Figura 8: Execuo das transferncias sobre plataformas ........................................................ 34
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Planilha da tarefa trave de equilbrio ....................................................................... 28
Quadro 2: Planilha da tarefa saltos monopedais ....................................................................... 30
Quadro 3: Planilha de tarefa saltos laterais .............................................................................. 33
Quadro 4: Planilha da tarefa transferncias sobre plataformas ................................................ 35
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SUMRIO
1 INTRODUO ..................................................................................................................... 9
1.1 TEMA E DELIMITAO DO TEMA ............................................................................ 10
1.2 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 10
1.3 PROBLEMA ..................................................................................................................... 11
1.4 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 12
2 REFERENCIAL TERICO .............................................................................................. 12
2.1 HISTRIA DO BASQUETEBOL .................................................................................... 12
2.2 O BASQUETEBOL ATUALMENTE .............................................................................. 14
2.3 O ESPORTE NA ESCOLA .............................................................................................. 15
2.4 A IMPORTNCIA DO BASQUETEBOL NA EDUCAO FSICA ........................... 18
2.5 POR QUE O BASQUETEBOL EST SENDO POUCO PRATICADO ........................ 19
2.6 .. O QUANTO O BASQUETEBOL PODE AUXILIAR NA COORDENAO MOTORA
.................................................................................................................................................. 20
2.7 INICIAO DO BASQUETEBOL NAS ESCOLAS ...................................................... 24
2.8 DESCRIO DO TESTE KTK - KRPERKOORDINATION TEST FR KINDER .. 25
3 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS ..................................................................... 35
3.1 CARACTERIZAO DA PESQUISA ............................................................................. 35
3.1.1 Quanto aos objetivos ..................................................................................................... 36
3.1.2 Quanto aos procedimentos ............................................................................................ 36
3.2 POPULAO E AMOSTRA ........................................................................................... 37
3.3 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS ............................................................ 37
4 ANLISE DOS DADOS ..................................................................................................... 38
4.1 ANLISE DAS QUATRO TABELAS ............................................................................. 42
5 CONSIDERAES FINAIS .............................................................................................. 45
REFERNCIAS ..................................................................................................................... 47
ANEXOS ................................................................................................................................. 50
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1 INTRODUO
A Educao Fsica segundo Tanabe (2012) um conjunto de atividades que estuda a
capacidade fsica e o movimento humano, possuindo como objetivo melhorar o
condicionamento fsico e a sade dos praticantes, atravs de exerccios fsicos e atividades
corporais.
A educao fsica buscava encontrar revelaes de craques nas aulas, e a melhoria do
desempenho fsico dos alunos; hoje a nfase recai na reflexo sobre as produes humanas
que envolvem alm do movimento. Como afirmam os autores Hora e Costa:
O aluno em seu processo de aprendizagem deve ser pensado em sua totalidade e a
Educao Fsica E scolar tem papel extremamente importante no sentido de fazer
com que o educando explore e vivencie aspectos que vo muito alm de apenas
movimentar-se. (HORA; COSTA, 2010, p.2)
Com a grande diversificao das modalidades na Educao Fsica em escolas pblicas,
com o passar dos anos, muitas delas no esto sendo ensinadas pelos educadores. O
basquetebol tem sido um dos vrios ensinos menos utilizados tanto por desinteresse dos
prprios professores, como dos alunos, e tambm muitas vezes por falta de um ambiente
adequado para esta modalidade.
Considerando que as atividades fsicas so de suma importncia para o
desenvolvimento motor de crianas e jovens, e sabendo que o basquetebol um esporte que
exige muita coordenao motora, com afirma o autor Giffoni (2010, p.1): O basquete um
esporte coletivo que possibilita o desenvolvimento motor e psicolgico amplo se praticado de
forma correta, buscamos aproximar esta modalidade da prtica escolar.
Assim, buscamos conhecer as habilidades de 10 (dez) alunos de uma escola de
Maravilha, que nunca praticaram basquetebol, atravs da avaliao do nvel de
desenvolvimento motor, com a aplicao do teste KTK (Korperkoordinationstest fur Kinder),
antes de dez aulas prticas de basquetebol e aps as aulas. O teste KTK composto por quatro
tarefas sendo a Trave de Equilbrio, Saltos Monopedais, Saltos Laterais e Transferncia sobre
Plataforma. Em todas as tarefas os alunos tem o direito de fazer um treino antes de fazer as
tentativas vlidas.
A seguir explicitam-se o tema que foi utilizado, a justificativa do trabalho, o problema,
os objetivos do mesmo, alm do histrico e fundamentao da pesquisa.
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1.1 TEMA E DELIMITAO DO TEMA
Este trabalho tem como tema analisar o ensino do basquetebol no contexto escolar, ou
seja, a evoluo dos alunos em uma modalidade pouco praticada, na Escola de Educao
Bsica Joo XXIII. O tema surgiu por ser o basquetebol um esporte pouco difundido entre os
professores nas escolas pblicas de Maravilha- SC. Assim, foi aplicado um teste de
coordenao motora antes das dez aulas de basquetebol e tambm foi aplicado o mesmo teste
aps as dez aulas com alunos entre doze e quatorze anos. Esses alunos aprenderam um pouco
sobre a histria do basquetebol e suas regras, e aps foram aplicadas aulas prticas.
O tema torna-se relevante rea de Educao Fsica, pois mostra como importante
trabalhar as diversas modalidades, alm de desenvolver a coordenao motora e a capacidade
fsica dos alunos.
1.2 JUSTIFICATIVA
Com o grande nmero de modalidades existentes na educao fsica algumas vo
sendo poucas praticadas ou no listadas nos planos de aula dos professores. Quem sai
perdendo com isso so os alunos, pois deixam de aprender uma modalidade diferente, sendo
que essa modalidade pode desenvolver certas habilidades motoras que em outras modalidades
no possvel trabalhar. Tudo que o aluno aprende na escola ou ainda que lhe faa bem, que
lhe faa diferena tanto psicologicamente como fisicamente, vai ser levado para a vida em
sociedade.
Acredita-se que uma modalidade como o basquetebol que tem inmeros benefcios
para a sade mental e corporal, no deve ser deixada de lado pelos profissionais da educao
fsica.
O desporto escolar tem por misso de promover a incluso, a aquisio de hbitos de
vida saudvel e a formao integral dos jovens em idade escolar, atravs da prtica de
atividades fsicas e desportivas.
De acordo com o autor Ferreira et al. (2007, p. 58),
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Acredita-se que o desporto tem um papel importante na socializao dos jovens,
uma vez que o contato social permite que eles adquiram e desenvolvam valores
sociais que so defendidos por esta. O desporto um contexto clssico de realizao
pessoal. O indivduo ou as equipes confrontam-se para melhorar as suas prestaes
(podendo ser avaliado em termos de sucesso ou fracasso). Assim, os indivduos ou a
equipe so os responsveis pelo resultado e h um certo nvel de desafio que
percebido.
Certamente a iniciao esportiva no basquetebol deve ser estruturada com uma viso
pedaggica do esporte visando s fases de desenvolvimento da criana.
O ensino aprendizagem do basquetebol na escola importante no desenvolvimento da
coordenao motora e a capacidade fsica dos alunos. O basquetebol um dos esportes
coletivos mais complexos existentes. A sua prtica exige todas as habilidades psicomotoras
do aluno, desde o fortalecimento dos braos, pernas e do sistema cardiorrespiratrio.
A introduo de um esporte no praticado pelas crianas far com que as mesmas
tenham interesse em aprender algo novo, tendo como objetivo, estimular a socializao dos
alunos a formar equipes e competirem entre si. Com isto, os mesmos sero estimulados a criar
valores, como ter respeito ao prximo, sabendo ganhar e perder com honestidade. Alm de
desenvolver assim a coordenao motora e a capacidade fsica, gastaro mais energia, e
simultaneamente perdem calorias de uma forma saudvel. Trabalha ainda o lado psquico em
que o atleta necessita pensar rpido e usar o raciocnio para criar jogadas e se antecipar nas
aes do adversrio.
O basquetebol um esporte pouco difundido entre os professores nas escolas pblicas
de Maravilha- SC, e por este motivo foram aplicadas aulas, em que os alunos com idades
entre 13 a 14 anos aprenderam um pouco sobre a histria do esporte e suas regras. Em seguida
foram aplicadas aulas prticas, sendo observado com o teste pr e ps-aulas o
desenvolvimento da coordenao motora.
1.3 PROBLEMA
Atravs dessa problemtica, procuraremos desenvolver aulas prticas para as crianas
com idades entre 13 a 14 anos, na Escola Educao Bsica Joo XXIII, as quais nunca
praticaram basquetebol, por diversos motivos: tanto por falta de interesse dos alunos ou pelo
fato dos professores no abordar a modalidade Basquetebol em seus planos de ensino. O
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objetivo analisar como as crianas se adaptam a esta modalidade e, qual ser o nvel de
desenvolvimento motor obtido pelas mesmas?
1.4 OBJETIVOS
1.4.1 Objetivo Geral
Analisar o desenvolvimento dos fundamentos do basquetebol e o nvel da condio
motora, em alunos iniciantes.
1.4.2 Objetivos Especficos
Verificar o nvel do desenvolvimento motor dos alunos pelos resultados dos pr e ps-
testes;
Reconhecer a evoluo dos fundamentos do Basquetebol aps a aplicao das dez
aulas;
Analisar o quanto importante que o desenvolvimento motor esteja de acordo com a
faixa etria para a prtica do basquetebol escolar.
2 REFERENCIAL TERICO
2.1 HISTRIA DO BASQUETEBOL
O basquetebol surgiu em 1891 quando o diretor de uma escola designou uma tarefa
para James Naismith. O objetivo era criar um esporte no qual os alunos pudessem praticar um
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exerccio, motivados pela ao coletiva, no provocando muito contato fsico entre os
jogadores, a ser jogado em um local fechado, pois o inverno costumava ser muito rigoroso.
O autor Oliveira (2013, p.1) cita que
Aps algumas reunies com seus assistentes e poucas evolues, j exausto, o
professor deparou-se com algo que serviu como inspirao. Aps as tentativas de
esboar no papel algo que fosse novo, os rascunhos eram amassados na forma de
bolinhas e atirados no cesto de lixo. Algo simples, mas que poderia ser adaptado a
um jogo formal, coletivo e competitivo.
O objetivo do jogo j estava criado, necessitando somente decidir os materiais
utilizados e as regras para que o jogo funciona-se corretamente.
Em seguida como afirma o autor Oliveira (2013, p.1) A primeira bola utilizada foi
uma cmara de ar de uma bola de Futebol, que permitia que a mesma quicasse com bastante
facilidade no solo.
Compreende-se que o professor James teve que adaptar uma bola para o primeiro jogo,
utilizando da cmara de ar de uma bola de futebol, pois esta permitia que os alunos a
quicassem com mais facilidade no solo.
Referente s cestas o autor Ferreira (2010) afirma que o basquetebol iniciou-se com o
uso de cestos de pssego, que possuam alvos para lanar as bolas. Estes cestos tinham uma
altura mnima de aproximadamente 3 metros de altura do solo.
O autor criou as treze primeiras regras do basquetebol e entre elas estavam: a bola
deveria ser grande e o jogador no poderia correr com a bola - deveria pass-la, e no
transport-la.
No incio o novo jogo foi to empolgante que precisaram tirar os alunos do ginsio
depois do horrio. O nome do jogo, Basketball, foi criado por um aluno Irlands.
James no esperava que o novo jogo, com o tempo, se tornasse uma das modalidades
esportivas mais praticadas em todo o mundo. A motivao pela inovao e modificao das
regras fez com que o basquetebol evolusse aps sua criao.
O Brasil foi o quinto pas do mundo e o primeiro da Amrica da Sul a conhecer essa
modalidade. Como afirma Ferreira e Rose Junior (2010, p.10):
O basquetebol foi introduzido em 1896 por Auguste F. Shaw, do Colgio
Mackenzie. A seguir, o esporte foi introduzido tambm na Escola Normal da Praa e
na ACM de So Paulo. A primeira partida oficial ocorreu em 1912, no Rio de
Janeiro, e o primeiro campeonato brasileiro foi realizado em 1925.
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No ano de 1896, o basquetebol foi introduzido no Brasil pelo professor Auguste, que
veio para lecionar na escola Mackenzie, de So Paulo, trazendo em sua bagagem uma bola de
basquetebol. Um pouco mais tarde foi criada a Federao Brasileira de Basketball,
transformada mais tarde em confederao. Como afirmam os autores Ferreira e Rose Junior
(2010, p.10): No ano de 1933, fundou-se a Federao Brasileira de Basketball, que em 1935
passou a ser filiada Federao Internacional de Basquetebol Amador- FIBA. Em 1941, a
FBB passou a ser denominada Confederao Brasileira de Basketball (CBB).
2.2 O BASQUETEBOL ATUALMENTE
O esporte atualmente praticado por mais de trezentos milhes de pessoas no mundo
inteiro, nos mais de cento e setenta pases filiados FIBA.
A grande potncia dos dias atuais continua sendo os Estados Unidos que se apresenta
como o pas do basquetebol. Os americanos alm de serem os responsveis pela criao do
basquetebol possuem o campeonato profissional mais organizado e valorizado do planeta, a
NBA (National Basketball Association), que possui equipes com atletas de vrias partes do
mundo. Este campeonato ajudou e continua a ajudar a popularizar esse esporte, trazendo
prestgio e brilho ao basquetebol mundial, motivando a sua prtica e expandindo a
modalidade por todo o planeta. Mas muitos outros pases so potncias mundiais no
basquetebol, um deles a Rssia. E cada ano que passa a movimentao de atletas pelo mundo
aumenta como afirmam os autores Ferreira e Rose Junior (2010, p.11):
Cada vez mais observamos a presena de europeus, asiticos e sul-americanos na
NBA e WNBA e muitos norte- americanos migrando para outros centros. Tambm
comum a ida de brasileiros para atuarem nesses grandes centros o que d ao
basquetebol um carter globalizado.
A NBA e WNBA so talvez as ligas internacionais de esportes mais conhecidas. A
NBA no s um sucesso no Brasil, mas sim no mundo inteiro. A liga era chamada de
Basketball Association of America (BAA), em portugus, Associao de Basquetebol da
Amrica.
Este basquetebol atual, mais nivelado, se deve ao fato do esporte estar globalizado.
Houve tempos em que quase todos os torneiros de basquetebol eram vencidos pelos Estados
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Unidos ou pela antiga Unio Sovitica. Porm, nos ltimos tempos o equilbrio entre as
equipes vem crescendo. Um dos motivos das equipes de basquetebol estar em um nvel
semelhante a grande movimentao de atletas pelo mundo. Com essa movimentao grande
parte dos jogadores atua na NBA e na Europa, assim os jogadores no melhoram apenas
tecnicamente, mas tambm taticamente. Com isso os jogadores trazem para suas equipes as
caractersticas do jogo europeu ou norte americano. Assim, a tendncia que os torneios
tornem-se mais equilibrados.
Nas Amricas, o pas que se destacou na ltima dcada foi a Argentina. O Brasil
vivenciou uma fase de grande declnio e tenta voltar a ocupar um lugar de destaque,
principalmente no masculino. No feminino, segundo Ferreira e Rose Junior (2010, p.10): Os
Estados Unidos continuam soberanos. Austrlia e Rssia mantm um excelente nvel,
enquanto o Brasil considerado o 4 colocado no ranking da FIBA.
Na atualidade destaque-se o trabalho realizado na Argentina, que vem melhorando seu
rendimento no naipe feminino, como ocorreu com o masculino na ltima dcada.
2.3 O ESPORTE NA ESCOLA
O esporte atualmente vem conquistando um importante espao na escola. Na
sociedade a prtica esportiva representa um estilo de vida saudvel, e vem sendo uma
influncia cada vez maior dentre as atividades do homem. fonte de sade e de distrao. E
muito disso deve-se a mdia, que tem uma grande parcela de influncia para o esporte estar
to praticado e popular como est hoje em dia. Barbosa et al. (2010, p.1) afirma: Os canais
abertos de televiso possuem desde blocos nos telejornais, at programas dirios, semanais ou
internacionais especializados em esportes.
H tambm as revistas e jornais da atualidade que tm grande circulao no pas, e
apresentam cadernos ou sees dedicadas ao esporte.
O esporte surpreende pela rapidez e amplitude de sua progresso e se impe pela
atrao que desperta. Como aponta o autor Daiuto (1983, p.27): Incita ao, competio,
superao de esforo e, deste modo, favorece o enriquecimento pessoal. um extraordinrio
meio de expresso e revela, por oposio, os limites de cada um.
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preciso ensinar desde cedo, para as crianas a importncia do esporte na vida. Para
tal o melhor caminho envolver as crianas na prtica esportiva. E o melhor lugar ainda para
as crianas praticar um esporte na escola, nas aulas de Educao Fsica. Estas aulas
proporcionam s crianas e aos jovens o entendimento de que o esporte e educao esto
ligados, que o esporte um meio de educao.
A importncia da atividade fsica na educao dos jovens reconhecida h muito
tempo. Segundo Daiuto (1983, p.31),
O esporte contribui para um harmonioso desenvolvimento fsico dos jovens,
prepara-os psicologicamente para o esforo, ajuda-os em seu equilbrio fsico e
psquico, participa da formao da sua vontade, de seu carter, e favorece a
adaptabilidade. A educao moderna deve preparar a criana para suas horas de
lazer na adolescncia e na idade adulta. Para que o homem pratique o esporte
durante a sua vida, necessrio que na infncia tenha adquirido o hbito e o prazer
de pratica-lo. Compete escola adaptar os seus programas e sua pedagogia, de
forma que tais hbitos e o citado interesse permaneam profundamente arraigados.
A prtica do esporte extremamente importante para auxiliar na qualidade de vida das
crianas e adolescentes. O esporte traz benefcios fsicos e fisiolgicos na formao corporal,
pois com a prtica do esporte as crianas podero testar as capacidades motoras, emocionais e
benefcios sociais, aprendendo os limites e os comportamentos importantes na convivncia
social com outras pessoas, abrindo portas para a sociedade, contribuindo para a educao.
Alm de trazer inmeros benefcios para a sade das crianas, o esporte praticado na
infncia e na adolescncia pode fazer com que essas crianas desenvolvam essa atividade ao
longo da vida. Em muitos casos depende apenas do professor de Educao Fsica e da sua
forma pedaggica de ensinar. Para despertar tais hbitos preciso ensinar de tal maneira que
as crianas sintam prazer e amor pela prtica do esporte.
Como afirma Barbosa (2010 p.1): Se o esporte est presente na vida do indivduo, o
mesmo, tem que ser inserido nas aulas de Educao Fsica escolar, apresentando o objetivo de
auxiliar na formao do cidado e em sua convivncia na sociedade.
O esporte ao longo do tempo se tornou um fenmeno de propores sociais ganhando
grande espao principalmente no mbito escolar. O trabalho com o esporte na escola, alm de
proporcionar aos alunos a vivncia de diferentes modalidades, deve fazer com que as crianas
reflitam sobre os aspectos positivos e negativos que envolvem o esporte.
Nas aulas de Educao Fsica, o esporte ajuda na socializao das crianas. Com um
olhar didtico e pedaggico, lhes ser ensinada a maneira correta para participar, competir e
colaborar em cada modalidade, sempre tirando dvidas e as desafiando, sem querer
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transformar as crianas em superatletas, mas com o objetivo de que se tornem pessoas
melhores.
A prtica do esporte tanto na escola ou fora dela traz inmeros benefcios para quem
est praticando. Nas aulas de Educao Fsica, ao favorecer o esporte, est se desenvolvendo
o cognitivo, o afetivo e a coordenao motora ampla e fina das crianas; tambm estar
melhorando o raciocnio, exercitando a memria e fazendo com que as crianas compreendam
situaes, linguagens e estratgias novas. Os benefcios sero tambm sociais e emocionais. E
os reflexos podem ser observados tambm na melhoria do aprendizado das crianas em sala
de aula.
Na escola o objetivo do professor de Educao Fsica tambm trazer novidades,
atividades novas para as crianas, que as encantem, para que elas passem a gostar de praticar
os esportes.
Ao refletir sobre o esporte nas aulas de Educao Fsica escolar procura-se destacar
uma educao em que os contedos sirvam de ferramenta para o processo de formao dos
alunos. A maneira que utilizada o esporte nas aulas no sistema escolar deve caracterizar no
o esporte da escola e sim o esporte na escola. Muito se questiona sobre as formas ideais de
trabalhar o esporte no ambiente escolar, conflitando o esporte da escola e o esporte na escola.
Como coloca o autor Santin (2007, p.257): O esporte na escola aquele que assumido,
trazido de fora; e o esporte da escola, o esporte que a escola assume conforme os princpios de
sua filosofia pedaggica. O adapta ao processo educacional.
O esporte da escola mais o gesto tcnico, as regras e at mesmo os materiais so
adaptados, nas modalidades praticadas no pode haver a excluso, o profissional deve ser
agregado e as atividades devem ser trabalhadas de forma ldica. O esporte na escola deve
trabalhar dando prioridade aos gestos tcnicos, reproduo de regras, os materiais devem ser
especficos, existe excluso, os profissionais devem ser tecnicistas e as atividades devem ser
todas de rendimento.
Deve ser obrigatrio o esporte no ambiente escolar, e deve estar na grade curricular,
pois como j dito, o esporte traz benefcios vida das pessoas. A nica incerteza como
trabalhar o esporte no meio escolar. Esta questo depende muito da escola e o que ela quer
passar para as crianas, pois um ensino mais rendimento e outro mais o trabalho ldico.
Mas, independentemente da escolha a ser trabalhada, tanto o esporte na escola como o
esporte da escola, sendo bem conduzidos podem ser um instrumento de formao da
personalidade e do carter das crianas.
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Sem fazer apologias polticas, mas preciso registrar que atualmente os governos em
vrias esferas tm realizado um belssimo trabalho em relao ao incentivo ao esporte nas
escolas atravs da criao de programas como Segundo Tempo e Mais Educao. Esses
programas valorizam o tempo na escola, fazendo com que as crianas permaneam longe das
ruas, e deixando os pais mais tranquilos, pois sabem onde seus filhos esto e o que esto
realizando. Esse tempo alm do habitual nas escolas (extraclasse) proporciona s crianas a
vivncia de atividades diferenciadas inclusive da prtica esportiva.
2.4 A IMPORTNCIA DO BASQUETEBOL NA EDUCAO FSICA
Os alunos no devem acreditar que a aula de Educao Fsica apenas uma hora de
lazer, mas sim uma aula como as outras, de conhecimentos que podero trazer muitos
benefcios. As aulas devem ser dinmicas, estimulantes e interessantes. O professor deve
sempre inovar e diversificar, sendo criativo para desenvolver aulas prazerosas, contribuindo
para que os alunos amem as aulas de Educao Fsica.
O basquetebol, por ser uma atividade que contribui para desenvolver nas crianas os
controles emocionais, psicolgicos e fsicos, trabalhando o seu praticante como um todo,
merece ser includo nas aulas de Educao Fsica.
Como afirma o autor Giffoni (2010, p.1):
O basquetebol um esporte coletivo que possibilita o desenvolvimento motor e
psicolgico amplo se praticado de forma correta sendo orientado por um bom
profissional que respeita as limitaes fsicas e maturidade emocional dos
praticantes.
O basquetebol, como todos os esportes, s traz benefcios para a nossa sade. Por ser
uma atividade dinmica, predominante aerbica, envolve uma srie de benefcios. A prtica
desse esporte bastante completo exige grande capacidade de exploso, equilbrio e tambm de
fora muscular.
Alm disso, um esporte de muita velocidade e exige uma grande variedade de
movimentos. Desta forma so desenvolvidos coordenao motora, concentrao, preciso e o
domnio. Tambm psicologicamente possibilita a integrao social e o esprito de equipe,
aumentando a autoestima.
-
19
Na parte fsica o esporte treina principalmente a coordenao motora, que ajuda no
controle do corpo e evita quedas, a resistncia aerbica, que fortalece o corao, a
fora, que desenvolve e musculatura como um todo e a velocidade de deslocamento
e membros. Este esporte, diferente de outros de quadra, mais ativo, pois todos os
jogadores atacam e defendem, esto todos correm bastante. Na parte psicolgica o
basquete estimula a socializao por ser um esporte de equipe onde todos devem
cooperar para o time vencer. Estimula valores como respeito ao prximo sabendo
ganhar e perder, honestidade e cumprimento das regras, capacidade de superar
desafios. Trabalha ainda o lado psquico onde o atleta deve pensar rpido e usar o
raciocnio para criar jogadas e se antecipar nas aes do adversrio. (GIFFONI,
2010, p.1).
Ao praticar o basquetebol as crianas estaro desenvolvendo o fsico e a coordenao
motora; fazer exerccios fundamental para o corpo ficar forte e sadio. O basquetebol uma
modalidade que promove a incluso social. O basquetebol um esporte diferente de outros de
quadra; mais ativo, pois todos os jogadores atacam e defendem, esto sempre em constante
movimentao, correndo bastante. Alm disso, o basquetebol incentiva a socializao por ser
um esporte de grupo onde todos devem colaborar para o time vencer.
um esporte que exige a capacidade de raciocnio rpido, que exige criar estratgias.
Exige tambm a superao de si mesmo e dos adversrios, disciplina e rpida ao de resolver
problemas inesperados. O basquetebol educa o aluno de forma que ao desenvolver estas
capacidades, o aluno se utilizar delas dentro do jogo e tambm para resolver problemas de
seu cotidiano, na sociedade onde ele vive. Esta modalidade auxilia na aprendizagem em sala
j que um esporte que depende muito do rpido raciocnio.
2.5 POR QUE O BASQUETEBOL EST SENDO POUCO PRATICADO
O Brasil j possuiu vrios grandes jogadores e jogadoras de basquetebol, alm de ter
vrios praticantes na modalidade espalhados por diversos cantos do pas. As evidncias que o
esporte tinham antigamente j no so mais as mesmas, pois a quantidade de patrocinador dos
jogos de futebol bem maior do que as do basquetebol, sendo esse um dos vrios motivos
pelo qual o basquetebol est sendo pouco praticado.
O basquetebol no to comentado e divulgado na mdia como o futebol, e isso pode
contribuir para torn-lo menos popular. Se o basquetebol ganhar espao nos meios de
comunicao, seria um grande estmulo para maior interesse dos alunos pelo desporto. Abriria
-
20
caminho para o basquetebol nas aulas de Educao Fsica, pois se acredita que o desinteresse
por parte dos alunos est relacionado principalmente ao fato de no ter espao na televiso
aberta. Em muitos casos se as crianas no veem, no conhecem; se no conhecem no
sentem desejo de praticar.
Porm, se o basquetebol receber investimentos e incentivos da mdia, possvel que
ocorram mudanas, considerando que hoje os meios miditicos tm grande alcance e poder de
persuaso. Certamente o interesse dos alunos ao assunto aumentar, e isso facilitar a
introduo e o desenvolvimento do basquetebol na escola, sendo reflexo do que visto nos
meios de comunicao. Hoje ao propor a prtica do basquetebol na escola percebe-se um
interesse muito nfimo ou at nenhum desejo de conhecer ou praticar o esporte.
Por isso preciso provocar mudanas na pedagogia do esporte, como afirmam Filho e
Silva (2014, p.1):
Por isso necessrio imediatamente uma transformao didtica pedaggica do
esporte, onde o basquetebol possa ter seu espao garantido, no pensando nas
formaes de atletas, e sim j dito, proporcionar aos alunos as vivencias dessas
prticas, trabalhando o ldico e num processo gradativo a partir de sua incorporao
no contexto escolar.
No pas do futebol, ensinar basquetebol uma tarefa difcil. Usar as mos e no os ps
foge cultura dominante. A falta de dolos e de transparncia do esporte dificulta todo o
processo de ensino.
Ao ensinar o esporte, existem diversos mtodos pedaggicos e formas de se ensinar.
No meio de tantas dificultadas pedaggicas e culturais, buscam-se sempre estratgias que
facilitam o ensino do basquetebol. O jogo pode ser definido como uma atividade ldica com
regras pr-estabelecidas, que traga alegria e prazer para os alunos.
O importante desenvolver nos alunos o interesse por essa prtica esportiva, pois o
basquetebol favorece o trabalho com o cognitivo, das agilidades motoras desconhecidas, alm
de aprimorar conhecimentos.
2.6 O QUANTO O BASQUETEBOL PODE AUXILIAR NA COORDENAO MOTORA
O basquetebol um esporte bastante completo, que exige de seus praticantes grande
capacidade de exploso fsica e tambm de fora muscular. Pela velocidade do jogo e grande
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21
variedade de movimentos exigidos, o basquetebol desenvolve a coordenao motora, a
concentrao, a preciso e o domnio do espao. Como todos os esportes o basquetebol
psicologicamente, possibilita a integrao social e o esprito de equipe, aumentando a
autoestima e a competitividade saudvel.
Segundo Teixeira et al. (2011), quando falamos de coordenao motora ou habilidades
motoras especficas de uma modalidade, estamos falando de habilidades motoras
especializadas, falamos da associao dos movimentos maduros e refinados e de movimentos
complexos e especficos adaptados para as exigncias especficas, principalmente de uma
prtica desportiva. Alm de combinao de movimentos, a prtica desportiva desenvolve uma
srie de habilidades motoras e psicossociais que ajudam os seus praticantes no s no
contexto do jogo, mas fora dele.
Quando se trata de habilidades de movimento especializado, fala-se da associao dos
movimentos maduros e refinados e de movimentos complexos e especiais, adaptados s
exigncias de uma atividade desportiva.
A fase de desenvolvimento das habilidades motoras especializadas apresenta trs
estgios: Estgio de transio (estgio de aprender a treinar): Este estgio
caracterizado pelas primeiras tentativas do indivduo de refinar e associar
habilidades de movimento maduro. Nesse estgio de transio ou de aprender a
treinar, futuros atletas aprendem como treinar para obter melhor habilidade e
performance. Para a maioria das crianas de 8 a 12 anos, este um perodo crtico,
durante o qual as habilidades de movimento fundamental maduro so refinadas e
aplicadas aos esportes e jogos da cultura; Estgio de aplicao (estgio de treinar a
treinar): Durante o estgio de aplicao, o indivduo torna-se mais consciente de
seus dotes e limitaes fsicas pessoais e, assim, dirige seu foco para determinados
tipos de esportes, tanto em ambientes competitivos quanto recreacionais. A nfase
est em aprimorar a proficincia; e Estgio de aplicao ao longo da vida (estgio de
treinar para competir/participar): No estgio de aplicao ao longo da vida treinar para competir/participar - os indivduos geralmente reduzem o alcance de suas
buscas atlticas pela escolha de algumas atividades para se engajar regularmente em
situaes competitivas, recreativas ou do dia-a-dia. (GALLAHUE, 2005 apud
TEIXEIRA, 2011, p.1).
Ao longo dos estgios ou das etapas os indivduos vo melhorando e aprimorando suas
habilidades, tornando-se mais consciente de seus dotes e limitaes fsicas pessoais,
encaminhando seu foco de atividades para determinado tipo de esporte.
A aprendizagem desportiva, seja em qualquer modalidade esportiva, deve ser
trabalhada em etapas e cada etapa deve estimular no aluno, o prazer, o interesse e tornar-se
significante na trajetria esportiva. Motivar e desenvolver a autoconfiana, criando
oportunidades para os alunos tornarem-se aptos prtica e terem o controle sobre seu corpo e
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movimentos, faz os mesmos prosseguirem com sucesso nas mais diversas atividades fsicas e
esportivas.
Proporcionar novos desafios s crianas, consequentemente conduz a novas
aprendizagens e conquista de novas habilidades.
O basquetebol considerado uma modalidade esportiva composta de uma sucesso de
esforos intensos e breves, realizados em ritmos diferentes. A prtica do basquetebol ajuda no
desenvolvimento motor, social e cognitivo de seus participantes, envolve o trabalho de
capacidades motoras, condicionantes e coordenativas. um esporte complexo que exige altos
nveis de preparao e condicionamento fsico para sua prtica.
Nas crianas o basquetebol auxilia tambm, segundo Teixeira et al. (2011): Em
caractersticas psicomotoras e de coordenao, colabora no desenvolvimento de percepo
espao temporal; coordenao multimembros; coordenao culo-manual; destreza manual;
estabilidade brao-mo e preciso.
um jogo que exige coordenao motora e movimentos de grande intensidade, que
permitem o aprimoramento da capacidade fsica. As habilidades envolvidas no basquetebol
so arremessos, passes, saltos, corridas, dribles, rebotes e a execuo slida de jogadas
ofensivas e defensivas.
O basquetebol exige o desenvolvimento de trs capacidades motoras condicionais
bsicas: a fora, velocidade e resistncia, sendo aerbia e anaerbia.
Severino (2009) refora que a fora necessria no que diz respeito boa execuo
dos fundamentos bsicos do jogo como o arremesso, rebotes, mudanas de direes e fora de
resistncia. A velocidade importante porque ela possibilita ao praticante a capacidade de se
deslocar rapidamente, estando ou no com a posse de bola. Tambm para uma sada rpida,
para interceptar um passe e para se deslocar-se. A resistncia definida como a responsvel
pela sustentabilidade da condio bsica do praticante do basquetebol.
As capacidades so determinadas geneticamente, isto , toda pessoa nasce com uma
certa quantidade de fora, resistncia, flexibilidade, por exemplo, mas ningum
nasce com habilidade para jogar futebol, handebol ou basquetebol. Isso tem que ser
aprendido, desenvolvido. Portanto, a habilidade motora no caso, uma forma de
movimento especfico, dependente da experincia deste movimento que foi
automatizado com a repetio. (TAVARES, 1998, p.1).
O desenvolvimento motor, na infncia, caracteriza-se pela aquisio de habilidades
motoras, que oportunizam um domnio do corpo esttico ou dinmico; andar, correr, saltar,
receber, arremessar e chutar uma bola. Essas habilidades bsicas so adquiridas na vida diria
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23
das crianas, tanto na escola com em casa. Essas habilidades so denominadas como motoras
bsicas, contribuindo para a aquisio de habilidades motoras especializadas, que so
necessrias nas prticas esportivas. Muitas dessas habilidades dos movimentos so
aprimoradas com a repetio.
O basquetebol exige que seus praticantes possuam um razovel grau de capacidades
motoras, pois como afirma Coutinho (2007, p.32): a maioria dos movimentos necessrios
sua prtica no so movimentos naturais e devero, portanto, ser ensinados pelos
professores.
Para que esse ensinamento seja feito de uma forma correta, importante seguir e
respeitar algumas fases de aprendizagem motora ligadas ao basquetebol. Tais fases de
aprendizagem so colocadas pelo autor Coutinho (2007, p.32), que aponta trs delas:
Primeira fase de Coutinho (2007): Coordenao rstica dos movimentos ou fase de
iniciao desportiva: caracterizada pela execuo de movimentos rsticos e grosseiros no
qual acontece um excesso de gastos de energia. Outra caracterstica de a mesma ser
imprecisa e pouco prtica, os ritmos so rpidos e os perodos de relaxamento so curtos
ocasionando a descoordenao dos movimentos. Esta fase requer dos alunos um grau de
dificuldade que exige o esporte, no qual o professor far um relato sobre as exigncias do
esporte, salientando que ele vai ser praticado futuramente em partes;
Segunda fase de Coutinho (2007): Coordenao fina dos movimentos ou fase de
aperfeioamento: Depois de adquirida na fase anterior a forma grosseira, aqui se desenvolve
uma forma fina aps muitas repeties do movimento. Essas repeties so mais harmnicas
de forma mais racional e conveniente. O processo de inibio e excitao forma o crebro,
permitindo um movimento coordenado e preciso. nesta fase que o professor deve
apresentar os fundamentos bsicos, ensinando aos alunos o aprendizado inicial dos sistemas
tticos defensivos ofensivos inerentes ao esporte;
Terceira fase de Coutinho (2007): Estabilizao dos movimentos ou fase de treinamento:
Nesta fase executado o melhoramento qualitativo do movimento para que a coordenao
fina da fase anterior se desenvolva em uma coordenao finssima. Assim, realada a
fixao dos movimentos tornando-os automticos e executados com grande perfeio, pois os
alunos demonstraro maior velocidade, segurana, preciso, fluidez, finalizando com a
sensao de facilidade da execuo e ausncia de esforos.
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24
A partir dessas fases em que o aluno comea a executar um trabalho mais especfico
de condicionamento fsico, bem como atuar de forma mais competitiva, j contar com uma
bagagem de noes dos sistemas tticos adotados no jogo.
Com a prtica do basquetebol so adquiridos vrios benefcios tanto em nvel motor
desenvolvendo velocidade, agilidade, fora, equilbrio coordenao, flexibilidade quanto a
prpria capacidade cardiorrespiratria envolvendo exerccios aerbicos e anaerbicos. Outros
benefcios so em nvel cognitivo, desenvolvendo o raciocnio, melhorando a percepo
espao- temporal, a ateno e a concentrao dos praticantes de basquetebol. Em nvel afetivo
favorece a socializao, autoestima, ajuda no controle da ansiedade e at mesmo o esprito de
luta dos praticantes.
A aprendizagem motora desportiva, seja em qualquer modalidade, deve ser trabalhada
em etapas e cada etapa deve estimular no aluno o prazer, o interesse, tornando-o significante
na trajetria esportiva do mesmo.
2.7 INICIAO DO BASQUETEBOL NAS ESCOLAS
Cada dia mais crianas praticam esportes, sejam eles individuais ou coletivos. Nunca
antes se evidenciou tanto a importncia do esporte e da recreao na vida das crianas como
atualmente. Mas ainda o mais importante fazer com que as crianas desfrutem da atividade
fsica em benefcio da sade, e que sejam adultos ativos futuramente.
A iniciao esportiva o primeiro contato da criana com a prtica esportiva de forma
orientada, organizada e sistematizada. Na fase de iniciao:
O esporte precisa ter uma finalidade eminentemente educativa, e, para isso, deve
receber um tratamento pedaggico adequado a esse propsito. Nesse contexto, a
pedagogia de esporte deve levar em conta suas mltiplas possibilidades,
compreendendo seus diferentes significados; deve ter a participao efetiva como
um princpio, deve negar a especializao precoce, deve pautar-se pela
diversificao de movimentos e estmulos, deve ter o jogo como um recurso
pedaggico importante e de instrumentalizar o aluno/jogador para conviver com esse
fenmeno de forma prazerosa, segura, saudvel e duradoura. (PAES, 2009, p.09).
Nos dias atuais, temos observados um aumento nas discusses sobre as metodologias
de ensino-aprendizagem dos desportos. O procedimento pedaggico trar futuramente
vantagens motoras, psicolgicas, tcnicas e tticas alm de no expor a criana a um processo
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25
que poder acarretar em problemas sua histria de vida esportiva, como tambm a sua
formao.
Pode-se entender que a iniciao esportiva o perodo em que a criana comea a
aprender, de forma especfica e planejada, a prtica esportiva. necessrio que se conheam e
respeitem suas caractersticas para que ela no seja transformada em um mini adulto.
A especializao precoce o termo utilizado para expressar o processo pelo qual as
crianas tornam-se especializadas em um determinado esporte, mas numa idade no
apropriada para tal. Em muitos casos a prtica especializada das habilidades de um
determinado esporte, sem a prtica das atividades motoras, quase sempre traz como
consequncia o abandono prematuro da prtica esportiva.
A iniciao nos jogos desportivos um perodo que alcana o momento em que as
crianas iniciam-se nos esportes at a deciso por praticarem uma modalidade.
Esta proposta est diretamente relacionada iniciao do basquetebol nas escolas. O
objetivo principal auxiliar na insero de atividades ldicas que possibilitem tanto o
desenvolvimento das capacidades motoras do aluno com tambm a associao a uma
educao que pode ser conquistada atravs daquilo que a criana tem de melhor, o talento
para brincar.
2.8 DESCRIO DO TESTE KTK - KRPERKOORDINATION TEST FR KINDER
O KTK um teste criado para avaliar a coordenao motora de crianas com
deficincia. Nesta pesquisa utilizou-se a bateria de testes KTK (Korperkoordinationstest fur
Kinder), que segundo Carminato (2010, p.37) foi desenvolvido por Kiphard e Schilling em
1974. O KTK composto por quatro tarefas. Trata-se de uma bateria homognea que utiliza
as mesmas tarefas para vrias idades. Mas as crianas desta pesquisa no possuem
deficincias visveis e nem leses cerebrais ou desvios comportamentais.
Como afirma o autor Ferreira (2010, p.52):
A aplicao do teste baseia-se em quatro tarefas, para as quais so prescritos
exerccios-ensaios, a fim de haver uma adaptao da criana tarefa e ao material.
Pretende-se que, pelo grau crescente de dificuldades em cada tarefa, a criana
chegue gradativamente ao seu limite de rendimento.
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Antes de cada tarefa ser executada de forma vlida, o avaliado tem a oportunidade se
exercitar-se, para adaptar-se ao material. O teste consiste na aplicao das quatro tarefas da
bateria KTK, as quais sero descritas a seguir conforme Carminato (2010).
Tarefa 1: Trave de Equilbrio: Possui como objetivo a estabilidade do equilbrio em
marcha para trs sobre a trave. Foram utilizadas trs traves de 3 metros de comprimento e 3
centmetros (cm) de altura, com larguras de 6 cm, 4,5 cm e 3 cm. Como superfcie de apoio
para sada, coloca-se frente uma plataforma. As trs traves de equilbrio so colocadas
paralelamente, tal como demonstrado na figura 1.
Figura 1- Dimenses da trave de equilbrio
Fonte: Gorla, Arajo e Rodrigues, (2009), p.104.
Execuo: A tarefa consiste em caminhar de costas sobre as trs traves de madeiras
com espessuras diferentes. So vlidas trs tentativas em cada trave. No permitido tocar o
solo com os ps. Sempre o avaliado tem o direito de fazer um pr-exerccio para se adaptar a
trave. Se o avaliado tocar o p no cho nas tentativas vlidas, o mesmo devera voltar
plataforma do incio e fazer a prxima passagem vlida. A figura 2 demonstra a execuo da
tarefa descrita:
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Figura 2: Execuo da tarefa trave de equilbrio
Fonte: O autor (2015).
Avaliao da Tarefa: em cada trave so contabilizadas trs tentativas vlidas,
totalizando nove tentativas. Conta-se a quantidade de apoios (passos) sobre a trave no
deslocamento retaguarda. Se o aluno est parado sobre a trave, o primeiro p de apoio no
tido como ponto de valorizao. S a partir do momento do segundo apoio que se comea a
contar os pontos. O avaliador deve contar em voz alta a quantidade de passos, at que um p
toque o solo ou at que sejam atingidos oito pontos (passos). Por exerccio e por trave, s
podem ser atingidos oito pontos. A mxima pontuao possvel ser de 72 pontos. O resultado
ser igual ao somatrio de apoios retaguarda nas nove tentativas.
Planilha da tarefa Trave de Equilbrio: Anota-se o valor de cada tentativa
correspondente a cada trave (Quadro 1), fazendo-se a soma horizontal de cada uma. Depois de
somar as colunas horizontais faz-se a soma na vertical, obtendo-se dessa forma o valor bruto
da tarefa. Aps realizar este procedimento, verifica-se na tabela de pontuao n.1 (Anexo 2),
na coluna esquerda o valor correspondente ao nmero do escore e relaciona-se com a idade do
indivduo. Nesse cruzamento das informaes obtm-se o Quociente Motor (QM) da tarefa.
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Quadro 1: Planilha da tarefa trave de equilbrio
Trave 1 2 3 Soma
6,0
4,5
3,0
Escore
QM1
FONTE: Gorla, Arajo e Rodriguez (2009).
Tarefa 02 Saltos Monopedais: O objetivo desta tarefa desenvolver a coordenao
dos membros inferiores, energia dinmica/fora. So usados 12 blocos de espumas, medindo
cada um 50 cm x 20 cm x 5 cm, tal como demonstra a figura a seguir.
Figura 3: Dimenses do bloco da espuma
Fonte: Gorla, Araujo e Rodriguez (2009) p.106.
Execuo: A tarefa consiste em saltar, com uma das pernas, um ou mais blocos de
espuma, colocados uns sobre os outros. O avaliador demonstra a tarefa, saltando com uma das
pernas por cima de um bloco de espuma colocado transversalmente na direo do salto, com
uma distncia de impulso de aproximadamente 1,50 m. A altura inicial a ser contada como
passagem vlida, baseia-se no resultado do exerccio-ensaio e na idade do indivduo. Com
isso, deve ser alcanado, mais ou menos, o mesmo nmero de passagens a serem executadas
pelos sujeitos nas diferentes faixas etrias. Esto previstos dois exerccios ensaio para cada
perna (direita e esquerda). O indivduo saltando com xito numa perna, inicia a primeira
passagem vlida, com 5 cm de altura (um bloco). Isto vlido para a perna direita e esquerda
separadamente. Se o indivduo no consegue passar esta altura saltando numa perna, inicia a
avaliao com nvel zero. Se na passagem vlida, na altura recomendada, o indivduo
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29
cometer erros, esta tentativa anulada. O indivduo reinicia a primeira passagem com 5 cm
(um bloco).
Alturas recomendadas para o incio do teste em idades: de 5 a 6 anos =nenhum bloco
de espuma; de 6 a 7 anos = bloco de espuma com 5 cm; de 7 a 8 anos =3 blocos totalizando
15 cm; de 9 a 10 anos =5 blocos totalizando 25 cm; de 11 a 14 anos = 7 blocos de espuma,
totalizando 35 cm.
Para saltar os blocos de espumas, o indivduo precisa de uma distncia de mais ou
menos 1,50 m para impulso, que tambm deve ser passada em saltos com a mesma perna.
Aps ultrapassar o bloco, o indivduo precisa dar, pelo menos, mais dois saltos com a mesma
perna, para que a tarefa possa ser aceita como realizada. Esto previstas at trs passagens
vlidas por perna, em cada altura, conforme Figura 4.
Figura 4: Execuo dos saltos monopedais
Fonte: O autor (2015).
Avaliao da tarefa: Para cada altura, as passagens so avaliadas da seguinte forma:
Primeira tentativa vlida (3 pontos); segunda tentativa vlida (2 pontos); terceira tentativa
vlida (1 ponto). Nas alturas iniciais a partir de 5 cm, so dados 3 pontos para cada altura
ultrapassada, quando a primeira passagem tiver xito. Como erro, considera-se o toque no
cho com a outra perna, ou derrubar os blocos, ou ainda, aps ultrapassar os blocos de
espumas, tocar com os dois ps juntos no cho. Depois de passar os blocos de espumas, a
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30
criana deve dar mais dois saltos. Caso o avaliado erre nas trs tentativas vlidas numa
determinada altura, a continuidade somente feita se nas duas passagens anteriores, houver
um total de 5 pontos. Caso contrrio, a tarefa interrompida. Isso vlido para as duas
pernas. Com os doze blocos de espumas (altura = 60 cm) podem ser alcanados no mximo
39 pontos por pernas, totalizando assim 78 pontos.
Quadro 2: Planilha da tarefa saltos monopedais
Fonte: Gorla, Araujo e Rodriguez (2009), p.108.
Os valores so anotados nas respectivas alturas, sendo que, se o indivduo comear a
tarefa com uma altura de 15 cm, por exemplo, nos nmeros anteriores sero anotados os
valores de trs pontos. As alturas que no so ultrapassadas aps o trmino da tarefa so
preenchidas com o valor zero. Somam-se horizontalmente os pontos para a perna direita e
esquerda e verticalmente na coluna soma-se para obter o resultado do valor bruto da tarefa.
Aps realizar este procedimento verificada na tabela de pontuao nmero 2 (Anexo 2),
para o sexo masculino, na coluna esquerda o valor correspondente ao nmero do escore e
relaciona-se com a idade do indivduo. Nesse cruzamento das informaes obtm-se o
Quociente Motor (QM) da tarefa.
Tarefa 03 Saltos Laterais: Com o objetivo desta tarefa a velocidade em saltos
laterais. Os materiais usados so uma plataforma de madeira (compensado) de 60 x 50 x 0,8
cm, com um sarrafo divisrio de 60x 4 x 2 cm e um cronmetro, como demonstra a figura 5.
Altura 00 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 Soma
Direita
Esquerda
Escore
QM2
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31
Figura 5: Dimenses da plataforma de madeira para os saltos
Fonte: Gorla, Arajo e Rodriguez (2009) Pagina 106.
Execuo: A tarefa consiste em saltitar de um lado a outro, com os dois ps ao mesmo
tempo, o mais rpido possvel, durante 15 segundos. O avaliador demonstra a tarefa,
colocando-se ao lado do sarrafo divisrio, saltitando por cima dela, de um lado a outro, com
os dois ps ao mesmo tempo. Deve ser evitada a passagem alternada dos ps. O avaliado tem
o direito de saltitar cinco vezes no exerccio-ensaio. No considerado erro enquanto os dois
ps forem passados, respectivamente, sobre o sarrafo divisrio, de um lado ao outro. Se o
indivduo toca o sarrafo divisrio, saindo da plataforma, ou parando de saltitar durante um
momento, a tarefa no interrompida, porm, o avaliador deve instruir, imediatamente, o
indivduo. Caso necessrio haver uma nova instruo e demonstrao da tarefa. Se houver
interferncia por meio de estmulos externos que desviem a ateno do executante, a tentativa
no considerada vlida reiniciando a tarefa. No so permitidas mais que duas tentativas no
avaliadas. No total, so executadas duas passagens vlidas como demonstrado na prxima
figura.
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32
Figura 6: Execuo dos saltos laterais
Fonte: O autor (2015).
Avaliao da Tarefa: Anota-se o nmero de saltos dados, em duas passagens de 15
segundos. Saltitando para um lado conta-se 1 ponto; voltando, conta-se outro e assim,
sucessivamente. Como resultado final da tarefa, tem-se a somatria de salteamentos das duas
passagens vlidas. Anotam-se os valores da primeira e segunda tentativas vlidas e, em
seguida, somam-se estes valores na horizontal, obtendo-se o valor bruto da tarefa. Aps
realizar este procedimento, verifica-se na tabela de pontuao nmero 3 para o sexo
masculino (Anexo 3), na coluna esquerda o valor correspondente ao nmero do escore e
relaciona-se com a idade do indivduo. Nesse cruzamento das informaes obtm-se o
Quociente motor (QM) da tarefa.
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33
Quadro 3: Planilha de tarefa saltos laterais
Saltar 15 segundos
1 2 Soma
Escore
QM3
Fonte: Gorla, Arajo e Rodriguez (2009), p.111.
Tarefa 04 Transferncias sobre Plataformas: O objetivo desta tarefa a verificao
da lateralidade e a estruturao espao-temporal. Os materiais usados so um cronmetro e
duas plataformas de madeira com 25 x 25 x 1,5 cm e em cujas esquinas se encontram
aparafusados quatro ps com 3,5 cm com altura, tal como na figura 7. Na direo de deslocar
necessria uma rea livre de 5 a 6 metros.
Figura 7: Dimenses da plataforma de madeira para transferncias sobre plataformas
Fonte: Gorla, Arajo e Rodriguez (2009), p.111.
Execuo: A tarefa consiste em deslocar-se, sobre as plataformas que esto colocadas
no solo, em paralelo, uma ao lado da outra, com um espao de cerca 12,5 cm entre elas. O
tempo de durao ser de 20 segundos e o indivduo tem duas tentativas para a realizao da
tarefa. Primeiramente, o avaliador demonstra a tarefa da seguinte maneira: fica em p sobre a
plataforma da direita colocada a sua frente; pega a da esquerda com as duas mos e coloca-a
de seu lado direito, passando a pisar sobre ela, livrando ento a da sua esquerda, e assim
-
34
sucessivamente. Essa tarefa trata-se em princpio da velocidade da transferncia. O avaliador
deve avisar que, se colocar as plataformas muito perto ou muito afastadas, pode trazer
desvantagens no rendimento a ser mensurado. Se houver interferncias externas, que desvie a
ateno do avaliado, a tarefa interrompida. No caso de haver apoio das mos, toque de ps
no cho, queda ou quando a plataforma for pega apenas com uma das mos, o avaliador deve
instruir ao avaliado a continuar e se necessrio, fazer uma rpida correo verbal, sem
interromper a tarefa. No so permitidas mais do que duas tentativas falhas. So executadas
duas passagens de 20 segundos, devendo ser mantido um intervalo de pelo menos 10
segundos entre elas. O avaliador conta os pontos em voz alta; ele deve assumir uma posio
em relao ao avaliado (distncia no maior que dois metros). Aps a demonstrao pelo
avaliador, segue-se o exerccio-ensaio, no que o avaliado deve transferir de trs a cinco vezes
a plataforma, conforme demonstrado na figura 8:
Figura 8: Execuo das transferncias sobre plataformas
Figura 8. Fonte: O autor. (2015)
Avaliao da tarefa: Conta-se tanto o nmero de transferncias das plataformas quanto
do corpo, num tempo de 20 segundos. Conta-se um ponto quando a plataforma livre for
apoiada do outro lado; dois pontos quando o avaliado tiver passado com os dois ps para a
plataforma livre, e assim sucessivamente. So somados os pontos de duas passagens vlidas.
Anotam-se os valores da primeira e segundas tentativas vlidas e, em seguida, somam-se estes
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35
valores na horizontal, obtendo-se o valor bruto da tarefa. Aps realizar este procedimento,
verifica-se na tabela nmero 4 (Anexo 4), para sexo masculino, na coluna esquerda, o valor
correspondente ao nmero do escore e relaciona-se com a idade do avaliado. Nesse
cruzamento das informaes obtm-se o Quociente Motor (QM) da tarefa.
Quadro 4: Planilha da tarefa transferncias sobre plataformas
Deslocar 20 segundos
1 2 Soma
Escore
QM4
Fonte: Gorla, Arajo e Rodriguez (2009), p.113.
3 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS
3.1 CARACTERIZAO DA PESQUISA
Ser realizada uma pesquisa de campo de cunho qualitativo envolvendo alunos de 13 a
14 anos de uma escola localizada em um bairro da cidade de Maravilha- SC. O objetivo
analisar o ensino e evoluo do basquetebol, em alunos iniciantes nesta modalidade, e se h
uma melhoria das habilidades motoras, aplicando os testes antes e depois de dez aulas de
basquetebol. A presente pesquisa tem como carter uma abordagem qualitativa.
Uma pesquisa qualitativa, segundo Gerhardt e Silveira (2009), no se preocupa com
representatividade numrica, mas sim, com o aprofundamento da compreenso de um grupo
social, de uma organizao, etc.
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36
3.1.1 Quanto aos objetivos
Quanto aos objetivos classifica-se como explicativa, pois tem como objetivo principal
a avaliao do nvel de desenvolvimento motor e a anlise do ensino e evoluo do
basquetebol, com os alunos iniciantes na modalidade.
Uma pesquisa explicativa para (Gil 2007 apud GERHARDT e SILVEIRA, 2009,
p.35):
Este tipo de pesquisa preocupa-se em identificar os fatores que determinam ou que
contribuem para a ocorrncia dos fenmenos. Este tipo de pesquisa explica o
porqu das coisas atravs dos resultados oferecidos. Uma pesquisa explicativa pode
ser a continuao de outra descritiva, posto que a identificao de fatores que
determinam um fenmeno exige que este esteja suficientemente descrito e
detalhado. Pesquisas desse tipo podem ser classificadas como experimentais e ex-
postfacto.
3.1.2 Quanto aos procedimentos
Quanto aos procedimentos metodolgicos foi realizado um estudo de campo
envolvendo alunos entre 13 e 14 anos de idade. Sero aplicados testes antes e aps dez aulas
de basquetebol, verificando a evoluo das habilidades motoras.
Inicialmente ser realizada uma pesquisa bibliogrfica. Para Fonseca (2002 apud,
GERHARDT e SILVEIRA, 2009, p.37):
A pesquisa bibliogrfica feita a partir do levantamento de referncias tericas j
analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrnicos, como livros, artigos
cientficos, pginas de web sites. Qualquer trabalho cientfico inicia-se com uma
pesquisa bibliogrfica, que permite ao pesquisador conhecer o que j se estudou
sobre o assunto. Existem, porm pesquisas cientficas que se baseiam unicamente na
pesquisa bibliogrfica, procurando referncias tericas publicadas com o objetivo de
recolher informaes ou conhecimentos prvios sobre o problema a respeito do qual
se procura a resposta.
A fim de observar e identificar a melhora das crianas no jogo de basquetebol, e a
melhora das habilidades motoras torna-se necessrio o estudo de campo, compreendido por
Fonseca (2002 apud GERHARDT e SILVEIRA, 2009, p.37): A pesquisa de campo
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37
caracteriza-se pelas investigaes em que, alm da pesquisa bibliogrfica e/ou documental, se
realiza coleta de dados junto a pessoas, com o recurso de diferentes tipos de pesquisa.
3.2 POPULAO E AMOSTRA
A pesquisa foi realizada com dez alunos entre 13 e 14 anos de idade, na Escola
Educao Bsica Joo XXIII na cidade de Maravilha- SC. Optou-se por realizar esses testes
nesta escola, por ser uma das escolas em que este acadmico efetuou estgio e pode confirmar
que alguns alunos no tinham o conhecimento na prtica da modalidade basquetebol. Os
alunos que foram escolhidos para realizar os testes so alunos que nunca tinham praticado
basquetebol; foi feito um levantamento de todos os alunos da escola entre essa faixa etria que
nunca praticaram esta modalidade, e destes selecionados apenas dez alunos para realizar os
testes. A amostra ocorrer com a aplicao das aulas e dos testes para todos os alunos
escolhidos.
3.3 INSTRUMENTOS PARA COLETA DE DADOS
O instrumento de coleta de dados utilizado para investigao consistiu em uma
avaliao do comportamento motor atravs dos testes denominados o KTK
(Krperkoordination test fr kinder) o teste de coordenao motora dos autores Gorla e
Arajo (2007), que composto por quatro provas distintas: Trave de Equilbrio, Salto
Monopedais, Salto Lateral e Transferncia sobre Plataforma.
As teorias de Kiphard e Schilling (1970); Schilling e Kiphard (1974) e Kiphard (1976)
sobre o desenvolvimento da coordenao e suas insuficincias nas crianas de idade escolar
levaram elaborao de uma bateria de avaliao da capacidade de desempenho da
coordenao motora. Os dados foram analisados de forma descritiva e atravs de grficos
comparativos.
A pesquisa foi realizada em Maio de 2015. Fizeram parte do estudo 10 (dez) crianas,
sendo todas do sexo masculino com idade entre 13 e 14 anos. Essas crianas foram escolhidas
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38
pelo fato de nunca terem participado de aulas de basquetebol ou jogado o mesmo. O estudo
foi realizado por meio de pesquisa bibliogrfica e uma avaliao do nvel de desenvolvimento
motor de crianas com idade entre 13 e 14 anos de idade. O pr-teste foi realizado antes das
dez aulas de basquetebol e o ps-teste aps as aulas. Cada aluno foi classificado nas quatro
habilidades motoras, conforme seu nvel de desenvolvimento.
Os avaliados foram submetidos aos seguintes procedimentos na realizao de cada
tarefa:
Trave de Equilbrio: foram utilizados trs traves de 3 metros de comprimento e 3
centmetros de altura, com larguras de 6 centmetros, 4,5 e 3 centmetros. Com isso, as traves
alcanam uma altura total de 5 cm. Como superfcie de apoio para sada, coloca-se frente da
trave, uma plataforma. O objetivo da mesma a estabilidade do equilbrio em marcha para
trs sobre a trave.
Saltos Monopedais: So usados 12 blocos de espumas, cada uma medindo 5
centmetros de alturas. O objetivo a coordenao dos membros inferiores, energia
dinmica/fora.
Saltos Laterais: usado uma plataforma de madeira medindo de 60x50x0,8 centmetros,
com um sarrafo divisrio de 60x4x2 centmetros e um cronmetro. O objetivo a velocidade
em saltos alternados.
Transferncias sobre Plataformas: Um cronmetro e duas plataformas de madeira com
25 x 25 x 1,5 cm em cujas esquinas se encontram aparafusados quatro ps com 3,5 com de
altura. Na direo de deslocar necessria uma rea livre de 5 a 6 metros. Para esta atividade
o objetivo a lateralidade e a estruturao espao-temporal.
Assim, pode-se chegar ao mais legtimo resultado sobre os fatores que influenciaram o
desempenho das habilidades motoras das crianas pesquisadas.
Os dados coletados foram analisados e sero apresentados atravs de grficos para
melhor interpretao.
4 ANLISE DOS DADOS
Aps a coleta, apresentam-se os dados atravs de grficos relacionados ao estgio de
desenvolvimento motor das crianas pesquisadas na escola, comparando os dez alunos antes
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39
das aulas de basquetebol e aps as aulas de basquetebol nos quatro testes de coordenao
motora. De posse dos dados, partiu-se para a anlise, sustentada teoricamente por autores que
ajudaram a entender e compreender essa temtica.
Realizamos as anlises na seguinte sequncia: Habilidades motoras, Trave de
equilbrio, saltos monopedais, saltos laterais e transferncia de plataforma.
Abaixo se apresentam os valores encontrados na avaliao proposta por Gorla e
Arajo (2007). O teste foi aplicado em duas etapas, Pr e Ps-teste (7/04 a 12/05/2015). Aps
a soma dos quatro valores dos quatro testes, verificou-se na Tabela o valor correspondente
pontuao dos mesmos. Com esses valores, pode-se obter a classificao da coordenao
motora dos avaliados. (Ver tabelas a seguir).
Anlise do teste aplicado antes da interveno e aps a interveno nos dez alunos
participantes da pesquisa. Aonde ser obtido o Quociente Motor (QM), em cada tarefa.
Tabela 1: Trave de equilbrio
Alunos Pr-Teste Escore QM Ps-Teste Escore QM
Aluno 1 71 118 72 119
Aluno 2 70 117 71 118
Aluno 3 72 119 72 119
Aluno 4 70 117 72 119
Aluno 5 71 118 72 119
Aluno 6 71 118 72 119
Aluno 7 70 117 72 119
Aluno 8 72 119 71 118
Aluno 9 71 118 72 119
Aluno 10 72 119 72 119
Fonte: o autor (2015)
Sobre equilbrio apontam os autores Ricardo e Vincius (2010, p.31): Toda e qualquer
atividade motora realizada pelo ser humano gera um desequilbrio, alterando a sua postura
inicial. O equilbrio um tipo de resposta acionada para contrapor-se s foras que tendem a
alterar essa postura.
Observa-se na tabela acima, no teste de trave de equilbrio, que apenas dois alunos
ficaram no mesmo nvel, um diminuiu e sete tiveram uma melhora na coordenao motora,
envolvendo o equilbrio. Ento 70% dos avaliados tiveram uma melhora considervel. Isso
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reflete que o basquetebol tem influncia sobre a coordenao motora, pois o equilbrio est
envolvido em alguns fundamentos bsicos do basquetebol.
Como afirma o autor Werneck (2002, p. 9): O sucesso nos arremessos depende da
postura, do equilbrio e da concentrao, para que fora, direo e coordenao dos
movimentos sejam perfeitas. Mas o equilbrio tambm faz parte dos fundamentos como o
drible e o rebote.
Tabela 2: Saltos monopedais
Alunos Pr-Teste Escore QM Ps-Teste Escore QM
Aluno 1 35 45 39 49
Aluno 2 31 41 40 50
Aluno 3 30 40 36 46
Aluno 4 29 39 39 49
Aluno 5 33 43 37 47
Aluno 6 33 43 39 49
Aluno 7 31 41 35 45
Aluno 8 32 42 35 45
Aluno 9 36 46 38 48
Aluno 10 32 42 40 50
Fonte: Elaborado pelo autor, atravs de dados coletados, 2015.
Nessa tabela o teste avaliado foi Saltos Monopedais, em que houve uma melhora de
100% na coordenao motora ao comparar o pr-teste e o ps-teste. Os saltos no basquetebol
so de grande importncia em alguns fundamentos, como o arremesso, o rebote, em uma
defesa ou at mesmo para pegar uma bola ou pass-la. Como afirma o autor Gallahue (2008,
p. 448): o salto semelhante corrida, exceto pelo fato de que uma fase de voo mais longo
est envolvida e o salto geralmente realizado como uma habilidade nica, e no como uma
habilidade repetida.
Portanto, os saltos quando necessrios em um jogo de basquetebol exigem uma grande
fora dos membros inferiores para execut-lo. Gorla, Arajo e Rodrigues (2009) afirmam que
saltos monopedais tm o objetivo de coordenao dos membros inferiores, alm de energia e
dinmica/fora.
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Tabela 3: Saltos laterais
Alunos Pr-Teste Escore QM Ps-Teste Escore QM
Aluno 1 54 79 71 104
Aluno 2 58 85 64 95
Aluno 3 40 60 72 105
Aluno 4 52 76 69 101
Aluno 5 56 81 67 98
Aluno 6 57 83 73 107
Aluno 7 60 88 67 98
Aluno 8 50 73 73 107
Aluno 9 60 88 68 99
Aluno 10 54 79 68 99
Fonte: Elaborado pelo autor, atravs de dados coletados, 2015.
Ao analisar a tabela dos saltos laterais, verificou-se que houve uma melhora em 100%
da coordenao motora entre o pr-teste e o ps-teste. Como no pargrafo citado acima, o
salto muito importante em jogo de basquetebol, e neste teste envolve a velocidade e ainda o
salto. A velocidade est envolvida no drible e em voltar para a defesa ou contra ataque.
Sobre a variao de velocidade no basquetebol, Werneck (2002, p.7) conclui:
O drible com variao de velocidade uma finta importantssima no contra-ataque.
O marcador imprime forte presso na marcao e adqua sua velocidade do
adversrio com a posse de bola. Qualquer acelerao ou desacelerao na corrida
far o marcador perder contato o tempo suficiente para a finalizao da cesta.
Tabela 4: Transferncia de plataforma
Alunos Pr-Teste Escore QM Ps-Teste Escore QM
Aluno 1 40 72 52 101
Aluno 2 55 108 65 130
Aluno 3 33 57 55 108
Aluno 4 49 93 59 117
Aluno 5 39 48 57 113
Aluno 6 33 57 59 117
Aluno 7 34 59 63 127
Aluno 8 43 79 64 129
Aluno 9 41 74 63 127
Aluno 10 37 65 63 127
Fonte: Elaborado pelo autor, atravs de dados coletados, 2015.
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Na quarta tabela a avaliao realizada foi na transferncia de plataforma, onde ocorreu
uma melhora de 100% da coordenao motora no pr-teste e ps-teste. O objetivo era o
trabalho da lateralidade e do espao temporal. E, segundo Teixeira (2011, p.1): Nas crianas,
o basquetebol auxilia tambm, em caractersticas psicomotoras e de coordenao, colabora no
desenvolvimento de percepo espao temporal; coordenao multimembros; coordenao
culo-manual; destreza manual; estabilidade brao-mo e; preciso.
No basquetebol, em um arremesso, como por exemplo, a bandeja, trabalha-se com a
lateralidade, pelos seus movimentos, antes de executar a cesta.
Toda pessoa possui um lado do corpo que utiliza mais nas atividades do dia a dia.
Como afirmam os autores Ricardo e Vincius (2010, p. 30):
...todo o indivduo j nasce, por questes genticas, com seu crebro pronto para ser
destro ou canhoto, mas se a criana for estimulada desde cedo a utilizar apenas uma
das mos quando for pegar ou manusear um objeto, provavelmente, esta ser a mo
que ela desenvolver mais.
4.1 ANLISE DAS QUATRO TABELAS
Para anlise das tabelas 1 a 4, observamos o Pr-teste e o Ps-teste, sendo o primeiro
teste antes das dez aulas de basquetebol e o segundo aps as aulas.
As aulas foram aplicadas do seguinte modo: a primeira aula, aula terica, falando
sobre a histria e as regras do basquetebol, explicando e mostrando as regras na prpria
quadra. Em seguida foram dadas aulas prticas comeando com os fundamentos e partindo
para o jogo.
Com esses nmeros obtidos nas tabelas anteriores, j pode ser observada a diferena
dos nmeros Pr-testes e os Ps-Testes, sendo que o Ps-teste apresenta uma melhora
considervel no desempenho motor das crianas nos quatro testes.
Segundo Ferreira (2010, p.72):
O KTK um teste que tem como objetivo avaliar a coordenao motora de crianas
com deficincia Intelectual atravs de quatro tarefas. A partir destas tarefas
pretende-se avaliar cinco fatores, que segundo GORLA (2004), so os principais
componentes da coordenao motora de uma pessoa, sendo estes componentes o
equilbrio, o ritmo, a lateralidade, a velocidade e a agilidade.
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Como o autor Ferreira ressalta, esse teste tem o objetivo de avaliar a coordenao
motora de crianas com deficincia; sendo que esse teste foi aplicado para dez alunos sem
deficincias visveis.
Tabela 5: Resultados das somas dos quatro testes, no pr e ps teste.
PR-TESTE ESCORES RESULTADOS PS-TESTE ESCORES RESULTADOS
Aluno 1 72 Perturbao na
coordenao
Aluno 1 91 Coordenao
normal
Aluno 2 84 Perturbao na
coordenao
Aluno 2 98 Coordenao
normal
Aluno 3 60 Insuficincia na
coordenao
Aluno 3 93 Coordenao
normal
Aluno 4 76 Perturbao na
coordenao
Aluno 4 95 Coordenao
normal
Aluno 5 64 Insuficincia na
coordenao
Aluno 5 92 Coordenao
normal
Aluno 6 68 Insuficincia na
coordenao
Aluno 6 97 Coordenao
normal
Aluno 7 69 Insuficincia na
coordenao
Aluno 7 96 Coordenao
normal
Aluno 8 72 Perturbao na
coordenao
Aluno 8 100 Coordenao
normal
Aluno 9 76 Perturbao na
coordenao
Aluno 9 98 Coordenao
normal
Aluno 10 69 Insuficincia na
coordenao
Aluno 10 98 Coordenao
normal
Fonte: Elaborado pelo autor, atravs de dados coletados, 2015.
Os resultados obtidos, demonstrados na tabela acima no primeiro teste foram (Pr-
aulas): Cinco alunos apresentaram perturbao na coordenao motora e 5 apresentaram
insuficincia na coordenao motora (escores de 72, 84, 76, 72,76 60, 64, 68, 69, 69). No
segundo teste (Ps-aulas) os resultados indicaram que todos os alunos tiveram uma melhora
na coordenao desde o primeiro momento, quando alunos apresentaram perturbao e
insuficincias na coordenao. No segundo teste todos passaram para coordenao motora
normal com os escores 91, 98, 93, 95, 92, 97, 96, 100, 98, 98.
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44
Os dez alunos tiveram progressos na coordenao aps as dez aulas de basquetebol,
com melhora nos escores (de 72 para 91, de 84 para 98, de 60 para 93, de 76 para 95, de 64
para 92, de 68 para 97, de 69 para 96, de 72 para 100, de 76 para 98, de 69 para 98).
Verificou-se que, houve uma grande diferena com os alunos antes das aulas de
basquetebol e aps as aulas, quanto ao nvel de coordenao motora. Portanto, a partir dos
resultados encontrados conclui-se que os alunos ao praticar basquetebol tm uma melhora
significativa no desempenho da coordenao motora.
Segundo Costa (2010, p.12) possvel dizer que:
O basquetebol um esporte bastante complexo, onde estar sendo desenvolvida a
coordenao motora especfica, enfatizando, tais situaes, visando o
aperfeioamento dos fundamentos tcnicos, tticos e das capacidades fsicas atravs
dos treinamentos e competies, valorizando as capacidades cognitivas, ou seja, a
tomada de deciso frente aos adversrios, agindo de acordo com a imprevisibilidade,
especificamente no basquetebol.
Este um esporte que no deve ser deixado de lado pelos professores nas escolas, pois
como foi visto, o basquetebol tem grande importncia do desenvolvimento da coordenao
motora. um esporte que exige grande capacidade de exploso fsica e tambm fora
muscular, exigindo a concentrao, a preciso e o domnio do espao.
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5 CONSIDERAES FINAIS
Concluindo a nossa pesquisa acreditamos ter atingido os objetivos propostos nesse
trabalho. Foram realizados testes de avaliao motora das habilidades fundamentais que
possibilitaram avaliar os nveis de desenvolvimento motor de cada aluno. Foram aplicados o
Pr-teste e o Ps-teste, e entre os testes foram realizadas dez aulas de basquetebol, para o
conhecimento e prtica dos fundamentos, das regras e do jogo como um todo.
Essas dez aulas foram aplicadas da seguinte maneira: a primeira aula teve explicao
terica sobre a histria, o surgimento e a vinda do basquetebol ao Brasil, as regras, os
fundamentos. Os alunos tambm assistiram a um vdeo sobre o basquetebol e outro vdeo de
um jogo. Na quadra houve momento de tirar dvidas e falar sobre as regras e dimenses da
quadra. A partir da segunda aula tiveram incio as aulas prticas, observando o domnio e
conduo da bola, o passe, a recepo, o drible, o ritmo binrio, o rebote e os arremessos, ou
seja, todos os fundamentos. As aulas iniciaram com treinamentos dos fundamentos e
encerravam com um jogo pr-desportivo. Na ltima aula foi organizado um jogo de 4 tempos
de 10 minutos cada, e em cada intervalo houve momentos de explicao e de sanar dvidas
sobre o jogo de basquetebol.
O teste aplicado composto por quatro tarefas: Trave de Equilbrio, Salto
Monopedais, Salto Lateral e Transferncia sobre Plataforma, e aps a anlise dos dados
verificou-se uma considervel melhora da coordenao motora ao comparar o Pr-teste e o
Ps-teste.
Com relao aos testes aplicados, no Pr-teste, todos tiveram um pouco de
dificuldades ou demora em realizar os mesmos. Na Trave de Equilbrio vrias vezes os alunos
tiveram que voltar ao incio da prova, pois se desequilibravam e colocavam o p no cho antes
de atingir os 8 passos. Nos Saltos Monopedais, tambm tiveram um pouco de dificuldade
principalmente a partir dos 35 centmetros. Houve casos que derrubaram as espumas, ou
caam sobre as mesmas, ou ainda no davam os dois pulos necessrios aps passar as espumas
exigidas no teste. Nos Saltos Laterais e na Transferncia de Plataforma grande parte dos
alunos se saiu bem, obtendo um resultado bom j no pr-teste.
Todos os alunos tiveram uma grande melhora na coordenao motora no Ps-teste. Na
Trave de Equilbrio tiveram menos erros, repetindo menos a prova e terminando o teste em
tempo inferior ao verificado no Pr-teste. Nos Saltos Monopedais, os alunos tiveram mais
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dificuldades a partir dos 50 centmetros tendo os mesmos erros que no Pr-teste. Nos Saltos
Laterais e na Transferncia de Plataforma tiveram uma evoluo melhor ainda no Ps-teste.
Analisando o Pr-teste e o Ps-teste, percebemos a importncia do trabalho com a
modalidade do basquetebol nas escolas. Os alunos de 13 a 14 anos que participaram desta
pesquisa tiveram uma evoluo de 100% na coordenao. Pode-se deduzir um desempenho
ainda superior se j tivessem praticado