Aveiro – City Break

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Aveiro – City Break ? Pessoalmente não considero Aveiro uma cidade com forte apetência para o mercado do City-Break, apesar de ter, em pequena escala, alguns dos fundamentos essenciais para o mesmo. Começando pelas acessibilidades, as mesmas, apesar de ligações às diversas vias de união do país, não podem ser consideradas um exemplo, seja de rapidez ou de qualidade. Nesse sentido, será necessário reorganizar a política rodoviária de forma à mesma ser uma fonte apelativa do mercado turístico nacional e internacional. Penso que os primeiros passos já estarão a ser dados mas mesmo assim ainda insuficientes. A nível ferroviário, Aveiro encontra-se servida por uma estação de comboios mediana, com ligações constantes – horários regulares - às principais cidades portuguesas, e beneficiando de um esforço da entidade que rege a mesma no melhoramento e modernidade dos seus serviços. Em termos rodoviários internos, a oferta é limitada e de fraca qualidade, seja a nível de táxis ou autocarros, em que os mesmos e as suas ligações se tornam confusas e por vezes de difícil acesso. Além disso, é bastante complicado usufruir de algum destes durante a noite, o que limita bastante quem procura actividade nocturna. A segurança é um ponto essencial para quem viaja, e nesse sentido a cidade, apesar de um baixo índice de criminalidade comparativamente com outros locais, não oferece um grande sentimento de à vontade devido à fraca qualidade dos meios policiais. Essencialmente a partir de determinada hora da noite, Aveiro torna-se uma cidade com alguns locais a evitar, seja pelo pouco policiamento, pelos bairros sociais por vezes problemáticos ou pela fraca iluminação, que no meu entender ajuda a tornar a mesma, numa cidade cinzenta, sem brilho e que cria um sentimento de receio em quem gosta de dar passeios nocturnos. O seu sistema de saúde é igualmente bastante deficiente, com baixo grau de qualidade e oferta, o que sem dúvida é um grande obstáculo a quem se preocupa com esse aspecto na hora de escolher o seu local de destino. Neste ponto, o hospital central é tido como ultrapassado e sem grande capacidade de resposta. A limpeza não é outro dos cartões de visita de Aveiro, apesar de não podermos considerar a mesma uma cidade suja. Penso que nesse aspecto é importante as entidades municipais apostarem na recuperação, interior e exterior, do património da cidade. A embalagem é essencial para quem quer vender um qualquer produto, seja ele palpável ou não.

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Aveiro – City Break ? Pessoalmente não considero Aveiro uma cidade com forte apetência para o mercado do City-Break, apesar de ter, em pequena escala, alguns dos fundamentos essenciais para o mesmo. Começando pelas acessibilidades, as mesmas, apesar de ligações às diversas vias de união do país, não podem ser consideradas um exemplo, seja de rapidez ou de qualidade. Nesse sentido, será necessário reorganizar a política rodoviária de forma à mesma ser uma fonte apelativa do mercado turístico nacional e internacional. Penso que os primeiros passos já estarão a ser dados mas mesmo assim ainda insuficientes. A nível ferroviário, Aveiro encontra-se servida por uma estação de comboios mediana, com ligações constantes – horários regulares - às principais cidades portuguesas, e beneficiando de um esforço da entidade que rege a mesma no melhoramento e modernidade dos seus serviços. Em termos rodoviários internos, a oferta é limitada e de fraca qualidade, seja a nível de táxis ou autocarros, em que os mesmos e as suas ligações se tornam confusas e por vezes de difícil acesso. Além disso, é bastante complicado usufruir de algum destes durante a noite, o que limita bastante quem procura actividade nocturna. A segurança é um ponto essencial para quem viaja, e nesse sentido a cidade, apesar de um baixo índice de criminalidade comparativamente com outros locais, não oferece um grande sentimento de à vontade devido à fraca qualidade dos meios policiais. Essencialmente a partir de determinada hora da noite, Aveiro torna-se uma cidade com alguns locais a evitar, seja pelo pouco policiamento, pelos bairros sociais por vezes problemáticos ou pela fraca iluminação, que no meu entender ajuda a tornar a mesma, numa cidade cinzenta, sem brilho e que cria um sentimento de receio em quem gosta de dar passeios nocturnos. O seu sistema de saúde é igualmente bastante deficiente, com baixo grau de qualidade e oferta, o que sem dúvida é um grande obstáculo a quem se preocupa com esse aspecto na hora de escolher o seu local de destino. Neste ponto, o hospital central é tido como ultrapassado e sem grande capacidade de resposta. A limpeza não é outro dos cartões de visita de Aveiro, apesar de não podermos considerar a mesma uma cidade suja. Penso que nesse aspecto é importante as entidades municipais apostarem na recuperação, interior e exterior, do património da cidade. A embalagem é essencial para quem quer vender um qualquer produto, seja ele palpável ou não.

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A restauração e a hotelaria, apesar de alguma oferta da primeira, inserida numa área de grande tradição e riqueza gastronómica, são outros dos pontos-chave que não convencem quem viaja. Não existe grande diversidade de locais para pernoitar, com uma qualidade mínima, e não se prevê um grande investimento nessa área nos tempos mais próximos. Assim sendo, dificilmente a cidade terá retorno de qualquer tipo de investimento que faça no sentido de se inserir neste tipo de turismo. Será igualmente importante investir na melhoria da qualidade de serviços e respectiva formação. Turisticamente, Aveiro tem para oferecer, além da proximidade da praia, o que é sempre um ponto importante apesar de não ser o que normalmente é procurado neste sector, alguns eventos desportivos ao longo de todo o ano, eventos culturais relacionados com a cidade e as suas tradições, centros comerciais com alguma qualidade apesar de limitados na sua grandeza, poucos ou nenhuns itinerários temáticos e a informação turística não é nem a necessária nem a adequada para melhorar a imagem de quem chega. É importante dinamizar a riqueza local, suas tradições e produtos que a representam, neste caso os Ovos Moles e a Ria (apesar desta ter algumas actividades próprias, penso que as mesmas não serão as suficientes devido à importância da mesma – temos neste aspecto os moliceiros, barcos tradicionais da cidade), talvez o melhor que Aveiro tem para oferecer como produto turístico. Por último, mas não menos importante, o património histórico de Aveiro é composto por vários tipos de monumentos, igrejas, museus, alguns com elevado grau de importância nacional, de variadas épocas e estilos, mas que, talvez por todas as razões que enunciei atrás, se escondem e perdem a projecção devida... Resumindo, e de acordo com a ideia principal, concluo que Aveiro não se enquadra no ideal de City-Break mas tem algumas potencialidades para criar condições a longo prazo de forma a que haja investimento nesse sentido….

Alexandre Oliveira

A Veneza Portuguesa…