AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO E VIABILIDADE ECONÔMICA… · 2007. 1. 29. · avaliaÇÃo...
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AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO E VIABILIDADE
ECONÔMICA, NA RECRIA DE NOVILHAS EM PASTAGENS
ROTACIONADAS, COM USO DE BANCO DE PROTEÍNA
LAÉLIO SCOLFORO
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO – UENF
CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ
JULHO – 2003
AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO E VIABILIDADE
ECONÔMICA, NA RECRIA DE NOVILHAS EM PASTAGENS
ROTACIONADAS, COM USO DE BANCO DE PROTEÍNA
LAÉLIO SCOLFORO
ORIENTADOR: PROF. HERNÁN MALDONADO VÁSQUEZ
CAMPOS DOS GOYTACAZES - RJ JULHO – 2003
Tese apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal.
AVALIAÇÃO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO E VIABILIDADE ECONÔMICA, NA RECRIA DE NOVILHAS EM PASTAGENS
ROTACIONADAS, COM USO DE BANCO DE PROTEÍNA
LAÉLIO SCOLFORO Tese apresentada ao Centro de Ciências e
Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Produção Animal.
Aprovada em 30 de julho de 2003 Comissão examinadora:
Prof. João Batista Rodrigues de Abreu (Doutor, Agronomia) – UFRRJ
Prof. José Fernando Coelho da Silva (PhD, Nutrição de Ruminantes) – UENF
Prof. Paulo Marcelo de Souza (Doutor, Economia Rural) – UENF
Prof. Henán Maldonado Vásquez (Doutor, Forragicultura) – UENF (Orientador)
A Deus.
Aos meus amados pais, Lelio e Marta.
À minha amada noiva, Mônica Altoé.
Às minhas amigas e irmãs, Cláudia e Cristina.
À minha querida tia Cláudia e à vovozinha Ana.
Aos meus lindos sobrinhos, Beatriz, Thalita, Clarice e Ulisses.
DEDICO
AGRADECIMENTOS
À UENF, pela oportunidade de realização do curso.
À FENORTE, pela concessão da bolsa de estudos.
Ao professor orientador Hernán Maldonado, pela oportunidade, incentivo
e ensinamentos prestados.
Aos professores conselheiros José Fernando Coelho da Silva e Paulo Marcelo de
Souza, pelas sugestões, apoio e esclarecimentos durante a realização do trabalho.
Ao professor João Batista Rodrigues de Abreu, da UFRRJ, pelo incentivo e amizade
desde o tempo da Rural.
Aos professores das disciplinas cursadas.
À professora Célia Quirino, pelas sugestões na defesa do Projeto de Tese.
Ao professor Edenio Dertmann, pelas sugestões, apoio e incentivo.
Aos funcionários do Modelo de Fazenda, Beatriz, Rogério, Joacir e Geraldo, por
estarem sempre prontos a cooperar com o trabalho.
Ao zootecnista Cezar da Silva Soares, pelo companheirismo e ajuda na montagem
do experimento.
Ao zootecnista Sérgio Peralva, pela ajuda na condução do experimento.
Aos funcionários de campo, pelos trabalhos prestados na implantação e condução
do experimento, em especial, ao Amilson Basílio.
Ao técnico de laboratório Cláudio Lombardi, pela ajuda nas análises laboratoriais.
Ao amigo Ismail Haddade, pela ajuda, incentivo e atenções prestadas,
considerando-o como verdadeiro irmão.
À amiga Renata Cogo Clipes, pelo seu apoio e ajuda na realização do experimento.
Aos doutorandos Manoel Messias e Afonso Peres, pelo apoio e atenção.
A Etiene e Elenita, secretárias do curso de Pós-Graduação, pela atenção e
informações prestadas.
Aos colegas de trabalho Enílson, Jorge, Fábio, Guilherme, Alexandre, Érika e
Mariana, pelo convívio.
Aos pós-graduandos George, Denílson, Julian, Emanuel, Lara e “Júlia”.
Às funcionárias da Biblioteca do CCTA Jovana Campos e Magda Toledo, pela
paciência e atenção.
Ao veterinário Cláudio Vilela e ao proprietário Célio Reis, por cederem os animais
para a realização do experimento.
Aos amigos de confraria Edson, Ernando, José Colaço, Dimmy (Da Roça), Gustavo
e Milton, que vivenciaram e sempre contribuíram para o fortalecimento de nossa
amizade.
Aos demais colegas, professores e funcionários que, de alguma forma, contribuíram
para a realização deste trabalho.
BIOGRAFIA
LAÉLIO SCOLFORO, filho de Lelio Scolforo e Marta Falsoni Scolforo,
nasceu em 27 de junho de 1971, em Castelo – ES.
Em março de 1996, iniciou o curso de graduação em Zootecnia da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, onde foi Monitor das disciplinas
Fisiologia Vegetal e Cunicultura, graduando-se em novembro de 2000.
Em março de 2001, iniciou o curso de Pós-Graduação em Produção Animal,
em nível de Mestrado, pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), em
Campos dos Goytacazes – RJ, submetendo-se à defesa de tese em julho de 2003.
CONTEÚDO
RESUMO ............................................................................................................. viii
ABSTRACT ......................................................................................................... x
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 1
2. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................... 3
2.1. Pennisetum purpureum, Schum..........…………………………………........ 3
2.1.1. Principais características do capim-elefante .................................... 3
2.1.2. Utilização e manejo do capim-elefante ............................................ 4
2.1.3. Desempenho animal em pastagens de capim-elefante ................... 5
2.2. Panicum maximum, Jacq. ......................................................................... 7
2.2.1. Principais características da espécie Panicum maximum, Jacq....... 7
2.2.2. Utilização e manejo da espécie Panicum maximum, Jacq............... 8
2.2.3. Desempenho animal em pastagens de Panicum maximum, Jacq... 9
2.3. Stylosanthes guianensis Aubl., Sw. ........................................................... 10
2.3.1. Principais características do estilosantes ......................................... 10
2.3.2. Utilização e manejo do estilosantes .................................................. 10
2.3.3. Desempenho animal em pastagens de estilosantes ......................... 12
2.4. Recria de novilhas ..................................................................................... 13
2.5. Composição botânica e área de cobertura de pastagens ......................... 14
2.6. Avaliação da viabilidade econômica .......................................................... 16
3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................ 18
3.1. Local e caracterização do clima ................................................................ 18
3.2. Caracterização do solo e correção ............................................................ 20
3.3. Formação das pastagens .......................................................................... 21
3.4. Adubação de cobertura ............................................................................. 22
3.5. Manejo da pastagem ................................................................................. 23
3.6. Área experimental e sistemas de produção............................................... 23
3.7. Irrigação ..................................................................................................... 23
3.8. Animais experimentais .............................................................................. 24
3.9. Disponibilidade de forragem ...................................................................... 24
3.10. Análises bromatológicas .......................................................................... 25
3.11. Determinação da composição botânica e área de cobertura .................. 26
3.12. Análise estatística .................................................................................... 26
4. ANALISE FINANCEIRA .................................................................................. 27
4.1. Fluxo de caixa ........................................................................................... 27
4.2. Custo de produção .................................................................................... 27
4.3. Indicadores econômicos ............................................................................ 28
A) Valor Presente Líquido (VPL) ................................................................. 29
B) Taxa Interna de Retorno (TIR) ............................................................... 30
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 31
5.1. Composição química das forrageiras ........................................................ 31
5.2. Área de cobertura e composição botânica das pastagens ........................ 35
5.3. Disponibilidade de matéria seca das forrageiras ....................................... 39
5.4. Ganho de peso vivo por animal e por área ............................................... 41
6. AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE ECONÔMICA ............................................... 43
6.1. Custo de produção .................................................................................... 43
6.2. Valor presente líquido (VPL) ..................................................................... 45
6.3. Taxa interna de retorno (TIR)..................................................................... 46
7. CONCLUSÕES ............................................................................................... 48
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. 49
RESUMO
SCOLFORO, Laélio; M. Sc.; Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro; julho de 2003; Avaliação de sistemas de produção e viabilidade econômica, na recria de novilhas em pastagens rotacionadas, com uso de banco de proteína; Professor Orientador: Hernán Maldonado Vásquez. Professores Conselheiros: José Fernando Coelho da Silva e Paulo Marcelo de Souza.
Objetivou-se, neste trabalho, avaliar o ganho de peso por animal e o ganho
por área, de novilhas leiteiras mestiças, em sistemas de produção formados por
pastagens de capim-elefante (SP1), capim-Mombaça (SP2) e capim-Mombaça
associado a banco de proteína de estilosantes (duas horas de pastejo diário) (SP3).
Determinou-se a composição bromatológica, a composição botânica, a área de
cobertura e a disponibilidade das forrageiras. Além disto, realizou-se uma análise do
custo produtivo de uma novilha submetida a cada um dos sistemas propostos. A
área experimental (3,48 ha) foi dividida em 15 piquetes de capim-elefante, 26
piquetes de capim-Mombaça e 17 piquetes de estilosantes, todos com 600 metros
quadrados, estabelecendo-se um período de ocupação de três dias e de descanso
de 42, 36 e 48 dias, respectivamente. As avaliações foram realizadas entre os
meses de junho e dezembro de 2002. A disponibilidade de forragem foi realizada
através de pastejo simulado. A produção de matéria seca (MS) e o ganho de peso
dos animais por área foram calculados com relação à área de cobertura das
forrageiras. Os sistemas foram avaliados por meio de estatística descritiva (média e
erro-padrão da média). Foram utilizadas 12 novilhas, com grau de sangue de 3/4 a
5/8, Holandês x Zebu, com idade média de 13 meses. O ganho de peso vivo foi
avaliado através de pesagens realizadas a cada 28 dias. Os teores de MS das
forrageiras foram, em média, de 17,05; 22,03; 22,25 e 26,40% para o capim-elefante
(SP1), capim-Mombaça (SP2 e SP3) e estilosantes, respectivamente. A proteína
bruta apresentou teores médios de 11,56; 11,39; 11,16 e 16,05% e a fibra em
detergente neutro, em média, 68,10, 69,10, 69,92 e 55,09%, respectivamente para o
capim-elefante (SP1), capim-Mombaça (SP2 e SP3) e estilosantes. Os valores da
área de cobertura, nas gramíneas, tenderam a aumentar com a utilização das
pastagens. As gramíneas competiram de modo eficiente com as espécies invasoras,
evitando o seu crescimento nas pastagens. O estilosantes apresentou baixa
capacidade de competição com as espécies invasoras. As disponibilidades médias
de MS obtidas nas pastagens foram de 1270, 2268, 2321 e 454 kg/ha para o capim-
elefante, capim-Mombaça (SP2 e SP3) e estilosantes, respectivamente. Os animais
atingiram, ao final do experimento, peso vivo médio de 340 kg, 342 kg e 353 kg, com
ganhos médios diários (GMD) de 0,58, 0,59 e 0,65 kg/animal para os sistemas SP1,
SP2 e SP3, respectivamente, podendo estes serem considerados satisfatórios para
a categoria animal. A utilização do estilosantes aumentou em 10,17% o ganho por
animal, porém, proporcionou queda de 27,85% no ganho por área. O menor custo
de produção foi obtido em SP2 com R$ 445,90 por novilha. A utilização do capim-
elefante e do capim-Mombaça apresentou-se como uma alternativa viável na Região
Norte Fluminense, com os sistemas SP1 e SP2 gerando lucros de R$ 121,37 e R$
189,11 por novilha, respectivamente. Os sistemas de produção SP1 e SP2
apresentaram valor presente líquido (VPL) positivo para taxas de desconto de 10% e
12% ao ano, respectivamente. Porém, SP3 apresentou VPL negativo para todas as
taxas utilizadas. Obteve-se a maior taxa interna de retorno no SP2, com valor de
16,24%.
Palavras-chave: custo de produção, ganho de peso, disponibilidade, estilosantes.
ABSTRACT
SCOLFORO, Laélio; M. Sc.; Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro; July 2003; Evaluation of production systems and economical viability, of growing heifers under rotational grazing, using protein bank; Advisor: Hernán Maldonado Vásquez. Counselors: José Fernando Coelho da Silva and Paulo Marcelo de Souza.
The objective of this work, was to evaluate weight gains, by animal and by
area, of crossbred dairy heifers in production systems with elephant grass pasture
(PS1), Mombaça grass pasture (PS2) and Mombaça grass pasture with stylosanthes
as protein bank (two hours of daily grazing) (PS3). Chemical composition, botanical
composition and the forage availability and coverage area, were evaluated. It was
also done an economical analysis of the productive cost of heifers submitted to each
one of the proposed systems. The experimental area (3,48 ha) was formed by 15
elephant grass paddocks, 26 paddocks of Mombaça grass and 17 of stylosanthes,
each paddock with 600 square meters, with occupation period of three days and
resting periods of 42, 36 and 48 days, respectively. The evaluations were done from
June to December of 2002. The forage availability was done by simulated grazing
technique. The dry matter (DM) production and live weight gains were calculated in
relation to the area covered by forage pasture. The systems were compared by
descriptive statistics analysis (average and standard error of mean). Twelve heifers
3/4 to 5/8, Holstein x Zebu, 13 months age, on average, were used. The live weight
gains were evaluated through weightings every 28 days. DM contents of forage were,
on average, of 17.05, 22.03, 22.25 and 26.40% for the elephant grass (PS1),
Mombaça grass (PS2 and PS3), and stylosanthes, respectively. The respective
averages contents for crude protein were 11.56, 11.39, 11.16 and 16.05% and for
neutral detergent fiber were 68.10, 69.10, 69.92 and 55.09%. The grasses tended to
increase covering area with the advance of grazing period. The grasses competed
efficiently with weeds, avoiding their growth in the pastures. The stylosanthes
showed low competition capacity with weeds. The medium availabilities of DM
obtained in the pastures were of 1270, 2268, 2321 and 454 kg/ha for the elephant
grass (SP1), Mombaça grass (SP2 and SP3) and stylosanthes, respectively. The
animals reached, at the end of the experimental period, medium live weights of 340
kg, 342 kg and 353 kg, with average daily gains of 0.58, 0.60 and 0.65 kg/animal for
the systems PS1, PS2 and PS3, respectively, results considered satisfactory for this
kind of animal. The stylosanthes increased 10.17% the gains by animal; however, it
resulted in decrease of 27.85% in the animal gains by area. The lowest production
cost was obtained in PS2 with R$ 445.90 per heifers. The use of the elephant grass
and of the Mombaça grass presented viable alternative in the North Fluminense
Area, with the systems PS1 and PS2 resulting in profits of R$ 121.37 and R$ 189.11
for heifers, respectively. The production systems PS1 and PS2 showed liquid present
value (LPV) positive for discount rates of up to 10% and 12% a year, respectively.
However, PS3 presented negative LPV for all discount rates considered. The largest
intern rates of return was obtained in PS2, that presented 16,24%.
Key words: availability, stylosanthes, production cost, weight gains.
1. INTRODUÇÃO
A criação de bovinos (corte e leite) apresenta-se como uma atividade de
grande relevância para a Região Norte Fluminense, sendo que, no município de
Campos dos Goytacazes, cerca de 40% das propriedades rurais têm a pecuária
como sua principal atividade (PONCIANO et al., 2002). Apesar deste fato, nota-se
que a pecuária exercida na região é praticada de forma extensiva, empregando-se
pouca tecnologia, o que contribui de forma significativa para os baixos índices
zootécnicos alcançados.
A produção animal é limitada pela variação qualitativa e quantitativa das
forrageiras em oferta ao longo do ano. Assim, a maior disponibilidade de forragem se
concentra no período das chuvas, época na qual as gramíneas encontram-se em
condições favoráveis para expressar o seu potencial de crescimento, maximizando a
sua produção de biomassa. Ao contrário do que ocorre no verão, o período seco é
caracterizado por uma redução na oferta de forragem, fato advindo de uma seca
prolongada, o que reduz o crescimento das forrageiras. Além disso, as forragens
consumidas no inverno, remanescentes do período das águas, apresentam
qualidade nutricional inferior, característica intrinsecamente relacionada à maturação
das gramíneas, com seus menores conteúdos de carboidratos solúveis, proteínas,
minerais e outros nutrientes, incrementando suas frações indigeríveis.
Nos últimos anos, as gramíneas dos gêneros Panicum e Pennisetum
passaram a ser novamente divulgadas pelos centros de pesquisa, principalmente
para sua utilização em sistemas intensivos de produção com o uso de
fertilizantes (AGUIAR, 2000). Este interesse se deve principalmente ao elevado valor
nutritivo e ao alto potencial de produção de biomassa dessas espécies, que
possibilita aumentos na produtividade e redução na área explorada com o pastejo
direto (RODRIGUES et al., 2001). Por outro lado, pesquisas com o uso do
Stylosanthes guianensis, Aubl., Sw., consorciado com gramíneas tropicais em
pastagens no Brasil Central, têm apresentado resultados animadores quanto ao
desempenho por animal e por área (VALLE et al., 2001; ALMEIDA et al., 2001).
A recria de novilhas para reposição é uma prática bastante utilizada pelos
produtores em todo país. Porém, essa é uma fase extremamente crítica, pois os
recursos investidos nos animais não fornecem nenhuma fonte de renda imediata que
cubra as despesas com a alimentação e manutenção do rebanho. Assim, alguns
produtores optam por aquisição desses animais em outras propriedades. No entanto,
nem sempre isso é possível, principalmente nas regiões onde a oferta de novilhas é
restringida pela qualidade genética ou por não haver animais suficientes para
atender à demanda do mercado. Pode-se, ainda, observar que a maioria dos
produtores recriam novilhas juntamente com a atividade leiteira, empregando baixo
nível tecnológico, fato que influencia diretamente no desempenho da futura matriz e
em sua lucratividade, uma vez que as novilhas fazem parte direta da melhoria
genética do rebanho.
Pesquisas voltadas às áreas de nutrição e pastagens concentram-se na
busca de soluções práticas e viáveis para contornar os problemas na bovinocultura
brasileira. Dessa forma, o uso de leguminosas, juntamente com gramíneas de alta
produção apresenta-se como uma das alternativas na produção animal, melhorando
a qualidade da dieta fornecida ao longo do ano.
Com a realização do presente trabalho, objetivou-se avaliar o ganho de
peso, por animal e por área, de novilhas leiteiras em recria, sob pastejo de: a) capim-
elefante; b) capim-Mombaça; c) capim-Mombaça + estilosantes, fornecido na forma
de banco de proteína. Foram avaliadas, ainda, as composições bromatológica e
botânica, a área de cobertura e a disponibilidade dessas forrageiras. Além disto,
realizou-se uma análise do custo produtivo de uma novilha submetida a cada um dos
sistemas propostos, seguindo-se uma análise da viabilidade dos investimentos em
cada um desses sistemas.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Pennisetum purpureum, Schum.
2.1.1. Principais características do capim-elefante
Nativo da África Tropical, o Pennisetum purpureum, Schum., conhecido
popularmente como capim-elefante, foi introduzido no Brasil por volta de 1920, por
mudas provenientes de Cuba (Granato, 1924, citado por PEREIRA, 1994). A espécie
se propagou rapidamente pelo país, sendo utilizada durante muitos anos quase que
exclusivamente como capineira para fornecimento de forragem verde aos animais
(RODRIGUES et al., 2001). Hoje, a espécie se tornou uma das forrageiras mais
importantes e difundidas nas regiões tropicais e subtropicais do mundo (TCACENCO
e BOTREL, 1997).
O capim-elefante é uma espécie perene, apresentando plantas de
crescimento cespitoso, com folhas largas e compridas, inflorescência do tipo
panícula, podendo atingir mais de três metros de altura (PEREIRA, 1994). É uma
gramínea exigente em fertilidade, adaptando-se bem em solos férteis, enxutos até
pouco úmidos. Cresce bem desde o nível do mar até a altitudes de 2.200 metros,
com faixa de temperatura ideal de 18 a 30oC e precipitações de 800 a 4.000 mm.
Está entre as espécies de maior eficiência no aproveitamento de luz, resultando em
uma grande capacidade de acúmulo de matéria seca (JACQUES, 1997).
2.1.2. Utilização e manejo do capim-elefante
O capim-elefante é considerado uma forrageira relativamente versátil,
suportando desde o pastejo contínuo, com cargas ajustáveis, até o pastejo
rotacionado de curto período de ocupação (HILLESHEIM, 1995). A sua utilização
como planta forrageira é bastante comum, principalmente nas propriedades voltadas
à pecuária leiteira, onde o seu uso é predominantemente na forma de capineira
(SANTOS, 1995). Por ser vigoroso, de elevada produtividade, qualidade nutricional,
capacidade de suporte e viabilidade econômica (YAMAGUCHI, 1997), o capim-
elefante constitui-se em uma das melhores forrageiras para utilização em sistemas
intensivos de produção (PASSOS, 1994).
SANTOS (1995) citou que uma das principais causas do insucesso na
manutenção de pastagens de capim-elefante tem sido a eliminação freqüente e
intensa de seus meristemas apicais, devido a pastejos inadequados. Porém,
Hillesheim (1987), citado por CORSI (1994), demonstrou que a pastagem de capim-
elefante adquire características ideais para aumentar o consumo de matéria seca
pelo animal, quando o meristema apical do perfilho basal é eliminado durante o
primeiro pastejo. CORSI (1994) explicou que essa situação é possível, devido à
eliminação do meristema apical, o que estimula o desenvolvimento de perfilhos
laterais, cuja capacidade de elongação é reduzida, levando à preservação de seus
meristemas.
Segundo TCACENCO e BOTREL (1997), a expressão máxima do potencial
de uma planta forrageira depende de sua adaptação às condições edafoclimáticas
de uma região, além das práticas de manejo a que é submetida. SANTOS (1995)
citou que o período de descanso ideal para o capim-elefante, submetido a pastejo,
deve ser de 40 a 45 dias. Em caso de pastejos mais freqüentes, haverá redução na
produção e degradação da pastagem. Se, ao contrário, o período de descanso for
superior a 45 dias, haverá comprometimento do valor nutritivo da forragem,
reduzindo-se drasticamente a produção por animal.
Dentre todas as plantas forrageiras, o capim-elefante destaca-se como a
espécie de maior potencial de produção (MONTEIRO, 1997; SANTOS, 1995),
podendo alcançar até 80 t/ha/ano de MS (SANTOS, 1995). A cultivar Napier é
bastante estudada em vários ecossistemas de diversas regiões do Brasil e são
poucos os ensaios comparativos entre forrageiras para corte em que ela se situa
entre as de menor produtividade (TCACENCO e BOTREL, 1997). Segundo
Aronovich et al. (1983), citados por TCACENCO e BOTREL (1997), em experimento
comparando dez introduções de capim-elefante, em condições de cerrado, a cv.
Napier alcançou maior produtividade, com 37.564 kg/ha/ano de MS, quando
submetida a intervalos de corte de seis semanas. Entretanto, quando o intervalo de
corte foi de quatro semanas, a produtividade foi reduzida.
Deve-se considerar que as necessidades de nutrientes do capim-elefante
estão relacionadas ao seu potencial produtivo. Daí, a importância de correções e
adubações equilibradas do solo, resultando em produções próximas à capacidade
potencial da espécie. Além disso, o capim-elefante responde a doses crescentes de
nitrogênio, fósforo e potássio, sendo o nível econômico de adubação determinado de
acordo com cada situação (JACQUES, 1997). Em função do hábito de perfilhamento
das gramíneas tropicais, a adubação nitrogenada apresenta maior eficiência quando
aplicada imediatamente após a retirada dos animais do piquete (SANTOS, 1995;
HILLESHEIN, 1995; CORRÊA, 2000).
Werner (1986), citado por MONTEIRO (1997), sugeriu uma dosagem de 20
a 50 kg/ha/ano de N como adubação de restituição e para evitar a degradação da
pastagem. No entanto, MONTEIRO (1997), baseando-se em resultados
experimentais, sugeriu que, em pastagens exclusivas de capim-elefante, mais de 50
kg/ha/ano de N devem ser aplicados somente para evitar a degradação.
2.1.3. Desempenho animal em pastagens de capim-elefante
Lima et al. (1968), citados por MONTEIRO (1997), avaliaram o capim-
elefante cv. Napier, adubado com 200 kg/ha/ano de N, no ganho de peso de animais
da raça Gir, em fase de recria, utilizando sistema “put-and-take”. Foi obtido ganho de
peso médio de 0,346 kg/dia, com 406 kg/ha/ano de carcaça, com uma taxa de
lotação de 3,04 animais/ha.
Em Leopoldina – MG, FONSECA et al. (2001), trabalhando com machos
Nelore, em sistema de pastejo rotacionado de capim-elefante, citaram que o ganho
de peso vivo apresentou um pequeno incremento, variando de 0,384 a 0,422 kg/dia
nas doses de 100 e 400 kg/ha de N, respectivamente. Porém, a aplicação do
nitrogênio teve um marcante efeito sobre a produção animal por hectare, com
valores variando de 1531 a 2064 kg de peso vivo quando as doses de nitrogênio
variaram de 100 a 400 kg/ha/ano, respectivamente.
ERBESDOBLER (1999), trabalhando com novilhos mestiços, com grau de
sangue 3/4 Gir-holandês, submetidos a pastejo restrito (quatro horas de pastejo por
dia) e irrestrito em pastagem de capim-elefante, obteve ganho médio diário de 0,148
kg e 0,516 kg, respectivamente, na estação chuvosa.
MUEHLMANN et al. (1997) avaliaram o desenvolvimento de bezerras de
corte, desmamadas precocemente aos 90 dias, utilizando sistemas alimentares
baseados exclusivamente em pastagens. O ganho de peso vivo encontrado durante
o período experimental de 256 dias foi de 83,7 kg, 103,5 kg, 110,5 kg e 105,0 kg,
respectivamente para os sistemas de pastagens nativas, cultivadas de capim-
elefante, capim-bermuda e pastagens de milheto, utilizados no verão. No período de
inverno, os animais foram levados para pastagens compostas por aveia, azevém e
trevo vesiculoso, semeados em áreas nativas. Os autores concluíram que é possível
obter desenvolvimento adequado aos 365 dias em bezerras desmamadas
precocemente, quando submetidas a boas pastagens no pós-desmame e no
inverno.
ALMEIDA et al. (2000), utilizando pastagens de capim-elefante anão cv.
Mott, alcançaram ganhos de peso diário de 1,06 kg, em animais cruzados Charolês x
Nelore, com a oferta de forragem de 11,3 kg de MS de lâmina foliar verde por 100 kg
de PV/dia. Os autores asseguraram que não houve prejuízo para o solo e nem para
a pastagem, além de garantirem a sustentabilidade do sistema e a produção animal
com elevado valor comercial. Porém, RESENDE (1994), avaliando economicamente
o capim-elefante em pastejo rotacionado, sugere que, devido ao menor investimento
inicial na implantação e o menor custo operacional médio anual, possa ser
interessante economicamente substituir o capim-elefante por espécies do gênero
Panicum ou Brachiaria, mesmo que a produtividade potencial da área venha a se
reduzir em 25 a 30%, em termos de lotação e produção de leite e carne. O autor
citou, ainda, que a introdução de leguminosas em áreas com estas gramíneas,
visando a incrementar a produtividade, deve ter os parâmetros técnicos e
econômicos avaliados.
2.2. Panicum maximum, Jacq.
2.2.1. Principais características da espécie Panicum maximum, Jacq.
Segundo Bogdan (1977), citado por JANK (1995), o Panicum maximum
Jacq. é originário da África tropical. Seu habitat abrange altitudes desde o nível do
mar até 1800 metros. Introduzida acidentalmente no Brasil desde o século XVIII, a
espécie se adaptou com muita facilidade e hoje é considerada nativa em algumas
regiões (HERLING et al., 2001). Os mesmos autores citaram que várias introduções
do gênero têm sido realizadas no Brasil, por diversas instituições de pesquisa, sendo
os materiais avaliados, divulgados, e alguns adotados pelos pecuaristas.
A espécie P. maximum Jacq. chegou a ocupar, na década de 70, área
superior a seis milhões de hectares no Brasil, em sua grande maioria com a cv.
Colonião. Devido ao manejo inadequado e acentuada queda na fertilidade do solo, a
espécie cedeu lugar a outras forrageiras menos exigentes como, por exemplo, as do
gênero Bachiaria (AGUIAR, 2000). Porém, ARONOVICH (1995) afirmou que, nas
áreas onde se justifica o uso de fertilizantes, esta espécie pode continuar
desempenhando papel importante na pecuária brasileira.
A utilização e o interesse por plantas pertencentes ao gênero Panicum sp.
têm crescido bastante nos últimos anos, provavelmente pelo seu grande potencial
de produção de matéria seca por unidade de área (SILVA, 1995). Segundo JANK
(1995), esse interesse vem-se confirmando principalmente pelo lançamento dos
cultivares Tanzânia-1, em 1990, e Mombaça, em 1993, pelo CNPGC – EMBRAPA,
que se mostraram superiores às cultivares usadas tradicionalmente como o Colonião
e o Tobiatã. O mesmo autor citou que, comparando as cultivares Tanzânia-1 e
Mombaça, esta última apresenta maior porte, com produção superior de biomassa, e
sua utilização pode ser satisfatória em sistemas de pastejo rotacionado com
aplicação de fertilizantes. Resultados do Centro Nacional de Gado de Corte da
EMBRAPA demonstraram produção de 41 t/ha/ano de MS para a cv. Mombaça,
apresentando, em média, 81,9% de folhas, 13,4% de proteína bruta nas folhas e
9,7% nos colmos (SANTOS et al., 1999).
2.2.2. Utilização e manejo da espécie Panicum maximum, Jacq.
As gramíneas do gênero Panicum, no início do estádio vegetativo,
apresentam conteúdos de proteína adequados para a produção máxima em um
rebanho de corte. Entretanto, quando em fase fenológica de maturação, o teor de
proteína bruta atinge baixos níveis, não suprindo as exigências nutricionais dos
bovinos (EUCLIDES, 1995). A mesma autora citou que, em uma mesma condição de
cultivo, o Panicum sp. apresenta teores protéicos superiores aos encontrados em
gramíneas do gênero Brachiaria.
Para o gênero Panicum, sob condições megatérmicas (temperaturas médias
anuais iguais ou superiores a 290C e de inverno acima de 150C), características de
regiões tropicais e subtropicais, o fator temperatura perde importância e as
condições hídricas assumem papel predominante no controle das fases fenológicas
das plantas (SILVA, 1995). O desenvolvimento de perfilhos em Panicum maximum
Jacq. concentra-se em um período muito curto após o pastejo. Desta forma, eles
apresentam-se no estádio de crescimento com exigências semelhantes. Assim, as
características fisiológicas do perfilhamento, aliadas ao hábito de crescimento e
potencial de produtividade do gênero Panicum, sugerem pastejo uniforme, no qual o
sistema rotacionado parece ser mais benéfico que o pastejo contínuo na exploração
dessas gramíneas (CORSI, 1995).
Para MONTEIRO (1995), o suprimento de nitrogênio passa a ser o fator de
maior impacto na produtividade de plantas forrageiras bem estabelecidas e dos
animais que as utilizam. Isto, quando as condições edafoclimáticas são
consideradas não-limitantes. Segundo o mesmo autor, a recomendação de
adubações nitrogenadas, em pastagens de Panicum maximum Jacq., varia de 50 a
300 kg/ha/ano de N. A dose mais baixa tem sido considerada a mínima para evitar a
degradação da pastagem, enquanto as mais elevadas são aconselhadas para
incrementos em sua produtividade, evidenciando que, à medida que se eleva a dose
de nitrogênio, haverá necessidade de parcelamento dessa adubação.
LUGÃO et al. (2001) avaliaram economicamente o uso da adubação
nitrogenada em sistema de pasto rotacionado de Panicum maximum Jacq., com
doses de 0, 150, 300 e 450 kg/ha/ano de N. Os autores afirmaram que a receita
bruta atingiu o máximo com a dose de 450 kg/ha/ano de N e que a máxima eficiência
econômica do nitrogênio foi obtida com 419 kg/ha. CORSI (1995), revisando
trabalhos de Boin (1986), ressaltou que a economicidade do emprego da adubação
nitrogenada não impede a adoção dessa prática na exploração intensiva de
pastagens com gramíneas tropicais. De acordo com AGUIAR (1999), a adubação,
principalmente intensiva, tem sido muito questionada sobre sua viabilidade
econômica. Conforme o mesmo autor, muitos produtores que trabalharam com
adubações intensivas já não estão utilizando esta prática, principalmente a partir do
ano de 1994, quando os preços dos fertilizantes aumentaram quase 50%, sendo que
os preços dos produtos agropecuários se mantiveram praticamente inalterados
desde 1989.
2.2.3. Desempenho animal em pastagens de Panicum maximum, Jacq.
CORSI e SANTOS (1995) citaram que, em experimentos conduzidos no
IAPAR, em Paranavaí, PR, onde foi avaliada a capacidade de lotação das pastagens
dos capins Mombaça, Tanzânia-1 e Tobiatã, essas cultivares suportaram 1,80, 1,70
e 1,85 UA/ha, com ganhos de 720, 480 e 500 kg de PV/ha/ano, respectivamente.
CORRÊA (2000) apresentou resultados obtidos em trabalhos realizados na
EMBRAPA Pecuária Sudeste (CPPSE) – SP, onde novilhas criadas em pasto de
Panicum maximum, Jacq., cv. Mombaça alcançaram ganho de peso em torno de
0,590 kg/dia, com lotação média de 5,3 UA/ha na época das águas.
Segundo EUCLIDES et al. (1995), o Panicum maximum, Jacq., cv. Mombaça
destacou-se em relação a cv. Tobiatã e a B. brizantha cv. Marandu, pelo número de
animais que a pastagem suportou por hectare, além da maior porcentagem de folhas
e de matéria seca de forragem verde durante as águas e a seca. A taxa de
crescimento durante o período das chuvas chegou a 73 kg/ha/dia de MS.
Avaliando o desempenho de animais Nelore em pastagens formadas com
cinco cultivares de Panicum maximum Jacq. e com acesso, nas secas, ao banco de
proteína com soja perene ou feno em pé de capim Aruana, LOURENÇO et al. (1998)
constataram que o ganho médio diário e o por hectare foram de 0,613 e 628 kg,
0,532 e 705 kg, 0,598 e 769 kg, 0,521 e 703 kg, 0,500 e 620 kg para as cultivares
Aruana, Mombaça, Tanzânia-1, Tobiatã e Vencedor, respectivamente.
2.3. Stylosanthes guianensis Aubl., Sw.
2.3.1. Principais características do estilosantes
Por ser originário de regiões tropicais, o gênero Stylosanthes tem-se
mostrado de grande relevância para programas de introdução e seleção de
leguminosas forrageiras. Sua evolução natural, em ambientes de baixa
disponibilidade de fósforo, cálcio, magnésio e acidez do solo elevada, conferiu
características adaptativas que o tornam eficiente na extração de nutrientes e
produção de massa. O gênero possui 44 espécies, sendo que 25 ocorrem no Brasil,
principalmente na região do Cerrado (FERREIRA e COSTA, 1979).
O Stylosanthes guianensis, Aubl., Sw., variedade vulgares, cv. Mineirão foi
coletado no ano de 1979, no estado de Minas Gerais, sendo introduzido no Banco
Ativo de Germoplasma do Centro de Pesquisa Agropecuário dos Cerrados – CPAC,
onde vem sendo avaliado juntamente com outras instituições de pesquisa. A cultivar
Mineirão é perene semi-ereto, podendo atingir 2,50 metros de altura no segundo ano
após o plantio. Possui caules grossos na base e pilosos no final das hastes. Seus
folíolos são lanceolados, medindo de 2,0 a 5,0 cm de comprimento e 0,4 a 0,8 cm de
largura, com 5 a 7 pares de nervuras. Os ramos e folhas possuem viscosidade que
se acentua durante a época seca e podem dificultar a colheita mecanizada de
sementes. A inflorescência é múltipla e capitada (roseta). A semente apresenta
coloração escura e tamanho pequeno, com aproximadamente 360 sementes por
grama (CPAC/CNPGC, 1993).
O Stylosanthes guianensis, Aubl., Sw., cv. Mineirão apresenta um sistema
radicular profundo, mantendo-se verde durante a época seca do ano. Devido a essa
característica, a espécie é preferencialmente pastejada pelos animais, reduzindo sua
produção de biomassa no final deste período (BRASIL et al., 1998).
2.3.2. Utilização e manejo do estilosantes
Espécies de leguminosas, por sua capacidade de fixação biológica de
nitrogênio do ar, conseguem manter maior teor de proteína na planta que gramíneas
e enriquecem o solo com esse nutriente (ANDRADE e KARIA, 2000). Durante a
estação seca, as forrageiras tropicais, devido à estacionalidade da produção, não
fornecem quantidades suficientes de nutrientes aos animais, sendo esta uma das
principais causas dos baixos índices de produtividade da exploração pecuária no
Brasil (ANDRADE e KARIA, 2000; EUCLIDES, 2002).
A leguminosa Stylosanthes guianensis, Aubl., Sw., cv. Mineirão vem sendo
utilizada em consórcio com gramíneas, em associação com culturas anuais, para
recuperação de pastagens degradadas e como banco de proteína. BARCELLOS
(2001) citou que o banco de proteína é uma forma de estocar forragem de qualidade
para suprir os animais na época da seca, podendo ser usado nas fases de cria,
recria, engorda e produção de leite.
A consorciação de leguminosas com gramíneas em pastagens tem sido
muito limitada no Brasil. A pequena oferta de cultivares, os insucessos ocorridos no
passado e a falta de persistência configuram um forte entrave à adoção pelos
produtores (BARCELLOS et al., 2001). Os autores citaram, ainda, que o manejo em
pastagens consorciadas é mais complexo que em pastagens puras, pois inclui os
efeitos de competição entre espécies da comunidade, a seletividade animal sobre os
componentes, além do desconhecimento, por parte dos produtores e de muitos
técnicos, do manejo dessas pastagens.
PEREIRA (2001) destaca, também, a baixa persistência das leguminosas na
pastagem como uma das principais limitações para a sua inclusão nos sistemas de
produção ou até mesmo para a continuidade das avaliações necessárias ao
lançamento de novos materiais. O mesmo autor citou, ainda, que o hábito de
crescimento da leguminosa deve ser observado. Geralmente a posição do
meristema apical na planta e sua localização na biomassa da pastagem condicionam
a sua maior ou menor eliminação pelo pastejo. Plantas de hábito trepador ou com
crescimento erecto são mais susceptíveis à eliminação de seus pontos de
crescimento do que plantas prostradas ou decumbentes. Plantas trepadoras e
erectas não têm persistido às pressões de pastejo utilizadas na prática,
desaparecendo rapidamente da pastagem.
De acordo com ANDRADE e KARIA (2000), os mecanismos de persistência
do estilosantes sob pastejo são a ressemeadura natural e a sobrevivência das
plantas. Assim, para a permanência desta espécie na pastagem, é necessário
utilizar sistemas de pastejo que permitam a manutenção da estrutura de caules,
gemas e a rebrota, além de uma “mínima” área foliar e, se possível, ressemeadura
natural da espécie. BARCELLOS e VILELA (1994) afirmaram que as pesquisas com
leguminosas forrageiras enfocaram, nos últimos anos, a seleção de espécies para
utilização em sistemas semi-intensivos e extensivos de produção. Porém, o
aprofundamento dos conhecimentos básicos relativos à fisiologia, manejo,
persistência, capacidade de produção e análise econômica serão fundamentais para
que haja maior suporte de informações para o produtor.
DAHER et al. (2001), avaliando o desenvolvimento de leguminosas
forrageiras em campos dos Goytacazes, RJ, destacaram o S. guianensis cv.
Mineirão como uma das cultivares promissoras para a região, devido à produção
média 1778 kg/ha de MS em 12 cortes. WENDLING et al. (1998) avaliaram
cultivares de Stylosanthes adaptados ao ecossistema do Acre e relataram uma
produção de matéria seca da cultivar Mineirão de 4955 kg/ha, sendo que 64,6%
dessa produção se concentrou no período das águas e 35,4% no período da seca.
Os mesmos autores citaram, ainda, que essa cultivar apresentou 86% de cobertura
do solo com 61cm de altura.
2.3.3. Desempenho animal em pastagens de estilosantes
Aspectos ligados à melhor utilização do Stylosanthes guianensis, Aubl., SW.,
cv. Mineirão, como banco de proteína, ainda necessitam de melhores estudos.
Porém, no Centro Nacional de Pesquisa Gado de Corte (CNPGC), quando se
utilizou uma parte de leguminosa para três partes de Panicum maximum, Jacq., cv.
Tanzânia-1, o ganho de peso, na pastagem durante a seca, sem o banco de
proteína, foi de 0,270 kg/animal/dia, enquanto que na pastagem com a leguminosa
foi de 0,400 kg/animal/dia. O pastejo da leguminosa foi contínuo, sem nenhuma
subdivisão e, por isso, a rebrota foi muito fraca após a retirada dos animais (CNPGC,
1996).
BARCELLOS (2001), em revisão sobre banco de proteína de estilosantes,
verificou que o uso da leguminosa Stylosanthes guianensis, Aubl., Sw., cv. Mineirão,
juntamente com a Brachiaria brizantha cv. Marandu permitiu ganhos de 0,465 kg/dia
em novilhos Nelore, possibilitando a terminação com 16,5 arrobas aos 31 meses de
idade. Para novilhas criadas em pastagens nativas complementadas com banco de
proteína de estilosantes no período da seca, o peso de cobertura foi atingido aos 22
meses de idade, enquanto que, no sistema tradicional, a cobertura só foi possível
aos 36 meses de idade.
Zoby e Kornelius (1994), citados por BARCELLOS et al. (2001), avaliaram o
uso de banco de proteína de leucena na época das águas e de estilosantes, na
época da seca, para suplementar novilhas durante a recria, em pastagens nativas de
cerrado. Os autores citaram que, em comparação com as pastagens nativas, o uso
do banco de proteína permitiu a redução de 30 para 20 meses a idade de cobertura
das fêmeas.
PERES (2002), avaliando sistemas de recria de novilhas leiteiras em
pastagem capim-elefante com banco de proteína de S. guianensis cv. Mineirão, citou
que os animais obtiveram ganho de peso médio diário de 0,536 kg, o que permitiu
antecipar em 45 dias a idade da primeira cobertura, quando comparado aos amimais
criados em sistema de pastagem exclusiva de capim-elefante.
No Distrito Federal, o S. guianensis cv. Mineirão consorciado com
Andropogon gayanus proporcionou ganhos de peso de 0,800 kg/animal/dia, no
período das águas e 0,150 kg, na seca, com lotações médias de 1,8 e 1,3 UA/ha,
respectivamente. Quando os animais tiveram acesso à pastagem exclusiva de
estilosantes, na época da seca, o ganho foi de 0,200 kg/animal/dia. Na região de
Campo Grande – MS, a pastagem exclusiva de estilosantes proporcionou ganhos,
durante o período das águas, de 0,550 kg/animal/dia, superando os obtidos em
áreas formadas por Brachiaria decumbens e Brachiaria brizantha (CPAC/CNPGC,
1993).
ALMEIDA et al. (2001) encontraram ganhos de peso diário em novilhos
Nelore de 0,409 kg e 0,333 kg, respectivamente, para pastagens de Brachiaria
decumbens e Brachiaria brizantha cv. Marandu, consorciadas com S. guianensis cv.
Mineirão, demonstrando o efeito da leguminosa sobre o desempenho animal, uma
vez que a área formada por Brachiaria decumbens apresentava maior proporção de
leguminosa em consórcio.
2.4. Recria de novilhas
A recria de animais, que se entende pelo período após a desmama ou
desaleitamento até a primeira cobrição, geralmente é considerada menos complexa
do que a fase de cria. Porém, a atenção dada a esses animais não deve ser menor,
uma vez que a recria representa a continuação de todo o trabalho realizado durante
o aleitamento. Assim, de nada adianta os produtores investirem na fase de cria para
desmamar animais mais pesados e diminuir os índices de mortalidade, se após a
desmama esses forem criados sem os devidos cuidados.
Segundo ZIMMER (1999), a alimentação após a desmama deve ser a
melhor possível, pois o animal sofre o estresse da separação da mãe e se ressente
nutricionalmente da falta de leite materno, principalmente se a desmama for
antecipada. Assim, boas condições após a desmama tornam-se fundamentais para
evitar perdas no desempenho futuro dos animais.
Utilizando 318 novilhas das raças Hereford e Aberdeen Angus, BERETTA e
LOBATO (1998) avaliaram sistemas alternativos na alimentação hibernal de animais
de reposição. O ganho médio diário apresentado foi de 0,786 kg, 0,615 kg e 0,744
kg no inverno e 0,474 kg, 0,501 kg e 0,351 kg na primavera, respectivamente, para
os sistemas pastagem natural melhorada com Lolium multiflorum, Trifolium repens e
Lotus corniculatus, suplementação energético-protéica em campo nativo e
confinamento à base de feno de pastagem natural melhorada e ração concentrada.
PERES (2002), avaliando sistemas de recria de novilhas leiteiras, obteve
ganho de peso médio diário de 0,429 kg, 0,623 kg e 0,536 kg, para os sistemas de
pastagem exclusiva de capim-elefante, capim-elefante com ração suplementar e
capim-elefante com banco de proteína de S. guianensis cv. Mineirão,
respectivamente. Segundo o mesmo autor, quando se avaliou o ganho por hectare,
o tratamento capim-elefante com o S. guianensis apresentou resultado inferior aos
demais (407,4 kg/ha), devido à maior área utilizada como banco de proteína. Foram
obtidos ganhos de 984,8 kg/ha para o capim-elefante com a ração suplementar e
677,0 kg/ha para a pastagem exclusiva de capim-elefante.
2.5. Composição botânica e área de cobertura de pastagens
A composição botânica descreve o comportamento das pastagens ao longo
do tempo, sendo um excelente meio para tipificar sítios ecológicos e detectar
mudanças a eles impostos, tendo em vista que o inter-relacionamento das espécies
é marcadamente sensível a quaisquer mudanças de ambiente (Hunt, 1964 e Tothill,
1979, citados por PACHECO, 1986).
A capacidade da vegetação se ajustar dinamicamente às mudanças de
ambiente resulta na alteração da cobertura vegetal adaptada àquela área, podendo
ser utilizada como indicativo de mudanças desse meio. Segundo Hanson (1958),
citado por PACHECO (1986), as relações das espécies vegetais com o meio
ambiente estão baseadas em três princípios inerentes à sua própria espécie: a) as
espécies têm certos requerimentos essenciais, tais como água e nutrientes minerais,
que deverão estar disponíveis no habitat numa quantidade mínima; b) as espécies
possuem uma característica potencial para crescer, ou existir, dentro de certas
condições de ambiente, ou seja, a amplitude ecológica das espécies; c) as espécies
têm certas capacidades ou eficiências em utilizar os recursos disponíveis do habitat
em que ocorrem. Essa capacidade é o resultado do potencial genético, efetividade
dos processos fisiológicos e, freqüentemente, a forma de crescimento.
Apesar do método de estimativa visual apresentar algumas restrições como,
por exemplo, variações decorrentes do tempo e dos estimadores, Gomes et al.
(1984), citados por PACHECO (1986), recomendaram o método por este apresentar
bons resultados, além de não ser destrutivo e de não elevar os custos e o tempo da
avaliação.
ANDRADE (1977) avaliou através da composição botânica das pastagens a
consorciação da gramínea capim-colonião (Panicum maximum Jacq.) com as
leguminosas soja-perene (Glycine wightii (R. Grash, ex. Wight & Arn) Verdcourt cv.
Tinaroo), centrosema (Centrosema pubescens Benth), siratro (Macroptilium
atropurpureum (DC) Urb) e estilosantes (Stylosanthes humilis H.B.C.). O autor
concluiu que não houve diferença entre as leguminosas, soja-perene, centrosema e
siratro. Os valores percentuais da cobertura do solo variaram entre 36,26 a 39,75%
no mês de junho. Apenas o estilosantes, por ser de uma espécie anual, apresentou
resultados insatisfatórios para uso em consórcio, apresentando 10,88% de cobertura
do solo.
ANDRADE e FERREIRA (1981) avaliaram, através da composição botânica,
a introdução de quatro leguminosas tropicais (Stylosanthes humilis H.B.K.,
Stylosanthes guianensis (Aubl) Sw cv. Schofield, Macroptilium atropurpureum D.C.
cv. Siratro e Centrosema pubescens Benth.) em pastagem estabelecida de capim-
jaraguá (Hyparrhenia rufa (Ness) Stapf). A espécie que apresentou maior
contribuição na composição da pastagem foi a S. guianensis (34,5 e 34,3%), para o
plantio em faixa e em sulcos, respectivamente, seguida pela centrosema (24,3%),
esta última plantada em faixas. O S. humilis apresentou-se como a espécie de
menor desempenho, com 2,1%, quando plantada em sulcos.
2.6. Avaliação da viabilidade econômica
No setor agrícola, os produtores individualmente não têm condições de
transferir seus custos para os preços dos produtos que vendem. Isso se deve,
principalmente, ao fato dos mercados de produtos agrícolas se aproximarem de um
regime de concorrência perfeita. Assim, características como: o grande número de
produtores existente na atividade, o conhecimento perfeito do mercado e dos
preços, a livre mobilidade de recursos e homogeneidade da produção impedem uma
exploração da margem de lucro simplesmente pela elevação dos preços.
Há muito, a produção rural deixou de ser uma simples atividade de
subsistência e se tornou uma atividade empresarial, exigindo um maior
profissionalismo, tanto na forma de produzir, como nas compras e vendas de
produtos. Dessa forma, as anotações de despesas e receitas passaram a ser de
extrema importância, para que, através de dados técnicos confiáveis, a situação
econômica da empresa rural seja avaliada com maior eficácia e precisão. Assim, a
avaliação econômica vem contribuir como uma ferramenta essencial, possibilitando
a interpretação de dados que são gerados através dos levantamentos de mercado.
A estimativa dos custos é uma tarefa que, além de complexa, torna-se
dispendiosa às empresas. Para se ter uma análise econômica eficiente, além de
anotar os dados, é preciso saber fazer os cálculos e interpretar os resultados. Por
isso, é raro encontrar, principalmente entre os pequenos e médios produtores,
qualquer tipo de cálculo de custos feitos individualmente (NORONHA et al., 2000).
ANDRADE (1977) analisou a viabilidade econômica na produção de
bezerros meio sangue Holandês x Zebu em pastos consorciados de capim-colonião
com leguminosas soja-perene, centrosema, siratro e estilosantes. O autor concluiu
que o lote de animais criados em pastagem consorciada apresentou uma
porcentagem de lucro sobre os custos totais de 117,6%, enquanto o lote em pastejo
no capim-colonião apresentou uma porcentagem de lucro de 74%.
YAMAGUCHI (1997) avaliou o custo total médio de criação de uma novilha
até o parto, no sistema a pasto, com gado mestiço. Os autores encontraram um
gasto de US$ 607, valor este equivalente a 1839 litros de leite. Do custo total, 65%
correspondeu ao custo variável total e o restante (35%), ao custo fixo total. Este
resultado revela a alta participação do custo fixo na formação de uma novilha para
reposição, sugerindo a necessidade de aprofundar os estudos no sentido de
averiguar a possibilidade de sua redução.
MENDONÇA et al. (2000) avaliaram o desempenho econômico de machos e
fêmeas em recria a pasto, suplementados durante o período da seca. Os autores
concluíram que o custo operacional efetivo representou 92,32% do custo total,
sendo que o concentrado representou 25,5%, indicando uma alta participação deste
insumo na formação dos animais. O custo de 1 kg de ganho de peso vivo no período
de avaliação foi de R$ 2,20, e o custo por arroba de ganho foi estimado em R$
66,00.
PERES (2002) avaliou a viabilidade econômica na recria de novilhas de
reposição, em sistemas rotacionados em pastagens de capim-elefante: a) exclusiva;
b) com uso de suplementação concentrada e c) com uso de banco de proteína de
estilosantes. O autor citou que, com exceção do sistema com banco de proteína, os
demais apresentaram valor presente líquido (VPL) positivo a uma taxa de desconto
de 12% ao ano, sendo que, no sistema onde foi utilizada ração concentrada, a taxa
interna de retorno (TIR) apresentou-se superior aos demais, com valor de 33,30%.
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Local e caracterização do clima
O experimento foi conduzido no Setor de Forragicultura do Centro de
Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), da Universidade Estadual do Norte
Fluminense (UENF), localizado no Colégio Agrícola “Antônio Sarlo”, em Campos dos
Goytacazes, RJ, durante o período de junho a dezembro de 2002. As coordenadas
geográficas são de 210 44’ 47” de latitude Sul e 410 18’ 24” de longitude Oeste e
altitude de 12 metros, situado no Norte do estado do Rio de Janeiro.
Segundo Köppen (1948), citado por GOMES (1999), o clima de Campos dos
Goytacazes é classificado como Aw, isto é, clima quente e úmido, verão chuvoso e
temperatura média anual em torno de 240C, sendo a amplitude térmica anual muito
pequena, com temperatura média do mês mais frio em torno de 210C e a do mês
mais quente em torno de 270C. A precipitação anual média é de, aproximadamente,
1023 mm, sendo comum a ocorrência de “veranicos” nos meses de janeiro e
fevereiro.
Na Figura 1 são apresentados os valores referentes às temperaturas
máxima, mínima e média, à radiação solar e à evapotranspiração durante o ano de
2002. As informações foram obtidas na Estação Evapotranspirométrica do Setor de
Irrigação e Agrometeorologia da PESAGRO-Rio, localizada na cidade de Campos
dos Goytacazes. A Figura 2 representa os dados referentes à precipitação, que
foram coletados na PESAGRO-Rio e na área experimental.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Tem
pera
tura
oC
T máx T mín T méd(A)
0
50
100
150
200
250
300
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Rad
iaçã
o so
lar
W/ m
-2
(B)
020406080
100120140160180
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Eva
potr
ansp
iraçã
o (m
m)
(C)
Figura 1. Temperaturas máxima, mínima e média (A), radiação solar (B) e evapotranspiração (C) durante o período experimental.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
abr mai jun jul ago set out nov dez
Pre
cipi
taçã
o (m
m)
PESAGRO
EXPERIMENTO
Figura 2. Precipitação pluviométrica coletada na Estação Experimental de Pesquisa Agropecuária (PESAGRO-Rio) e no local do experimento.
3.2. Caracterização do solo e correção
A área experimental é um segmento tipo terraço, e o solo classificado como
um Latossolo Amarelo Distrófico, apresentando classe textural franco-argilo-arenoso.
Anteriormente ao preparo do terreno para o plantio e recuperação das forrageiras,
foram retiradas amostras de solo na profundidade de 20 cm, seguindo-se as
recomendações de TOMÉ JR. (1997). Estas foram enviadas ao Departamento de
Solos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, para sua caracterização
química.
Baseando-se nos resultados da análise química (Tabela 1) e seguindo-se a
metodologia do Instituto Agronômico de Campinas (1982), citado por BOHNEN
(1995), foi realizada a correção do solo, aplicando-se calcário dolomítico,
procurando-se elevar a saturação por bases a 60%. Após a distribuição do calcário,
realizou-se uma gradagem para incorporação do corretivo ao solo.
Na área formada com o estilosantes não houve aplicação de calcário, pois o
valor médio de 48%, encontrado para a saturação por bases, superou o mínimo
(25%) referenciado pelo CPAC/CNPGC (1993) para realização da calagem.
Tabela 1. Resultados médios das análises químicas, das amostras de solos coletados a uma profundidade de 20 cm, na área experimental
Características analisadas Áreas amostradas Capim-elefante Capim-Mombaça Estilosantes pH 5,6 5,1 5,7 P disponível (mg dm-3) 4 4 11 K+ trocável (mg dm-3) 33 77 74 Ca+2 trocável (cmol c dm-3) 2,0 1,6 2,4 Mg+2 trocável (cmol c dm-3) 1,0 0,9 0,9 Al+3 trocável (cmol c dm-3) 0,05 0,8 0,05 H+Al+3 (cmol c dm-3) 3,6 4,5 4,0 Na+ trocável (cmol c dm-3) 0,06 0,05 0,04 C (%) 1,31 1,52 1,33 MO (g dm-3) 22,55 26,1 22,9 SB (cmol c dm-3) 3,1 2,8 3,5 T (cmol c dm-3) 6,7 7,3 7,4 t (cmol c dm-3) 3,2 3,2 3,5 m (%) 2 14 2 V (%) 47 38 48 Extração com KCl 1M: Cálcio, Magnésio e Alumínio (VETTORI, 1969); Extração com solução Mehlich 1: Fósforo, Potássio e Sódio (BRAGA e DEFELIPO, 1974); Carbono orgânico (MO): Método colorimétrico (ANDERSON e INGRAM, 1993) T=CTC a pH 7,0; t=CTC efetiva; m=saturação de alumínio; V=saturação de bases; MO=matéria orgânica.
3.3. Formação das pastagens
Na área destinada ao plantio do capim-Mombaça, o terreno foi preparado
através de aração e gradagens e corrigido através de calagem, conforme descrito
anteriormente. A adubação fosfatada foi baseada na elevação do teor de fósforo
para 20 mg/dm3 de solo. A fonte de fósforo utilizada foi o superfosfato simples,
aplicado sobre a área, por meio de um distribuidor de calcário, da seguinte forma:
2/3 distribuídos 30 dias após a calagem e 1/3 misturado com a semente do capim-
Mombaça, durante o plantio. Em seguida, objetivando-se aumentar a eficiência
germinativa das sementes, foi passado rolo compactador sobre a área.
A pastagem de capim-elefante foi estabelecida no ano de 1998. Porém,
apenas 40% desta área encontrava-se com um bom estande de plantas para
utilização. Essa porção (40%) da área foi recuperada através da roçagem do
material residual de pastejos anteriores, sendo posteriormente aplicado calcário
dolomítico e o adubo fosfatado em superfície. O restante da área (60%) foi
totalmente reformado através de um preparo do terreno (aração e gradagem) e
correção do solo, seguindo-se os mesmos procedimentos adotados na implantação
do capim-Mombaça. O plantio do capim-elefante foi realizado por meio de mudas,
sendo distribuídas nos sulcos após a aplicação manual de superfosfato simples.
A área de estilosantes, implantada no ano 2000 e utilizada em experimento
com pastejo animal durante o ano de 2001, foi avaliada, constatando-se a
necessidade de se recuperar alguns piquetes, já em estado avançado de
degradação. Essa recuperação foi realizada através da correção da fertilidade do
solo, replantio das áreas degradadas e controle de plantas daninhas que se
encontravam estabelecidas.
3.4. Adubação de cobertura
Após a formação das pastagens, foi realizado um pastejo e, posteriormente,
um corte de uniformização manual para o capim-elefante e mecanizado para o
capim-Mombaça. Na área de estilosantes, a uniformização da pastagem foi realizada
por meio de pastejo.
A adubação nitrogenada foi realizada apenas nas áreas formadas por capim-
elefante e capim-Mombaça, aplicando-se 150 kg/ha de N, durante o período
experimental, na forma de sulfato de amônio. Com base na análise química de solo,
recomendou-se a aplicação de cloreto de potássio, em dosagens suficientes para
elevar o teor de potássio a 130 mg/dm3, para todas as forrageiras. As adubações
foram realizadas após a saída dos animais dos piquetes, sendo parceladas de
acordo com o número de rodízios de cada sistema.
As adubações com micronutrientes (FTE-BR12) foram aplicadas nas áreas
de capim-elefante, capim-Mombaça e estilosantes, juntamente com a primeira
adubação nitrogenada e potássica em cobertura, obedecendo a uma dosagem de 10
kg por hectare para as gramíneas e 15 kg por hectare para a leguminosa. O
micronutriente utilizado apresentava a seguinte composição: Zn = 9%, B = 1,8%, Cu
= 0,85%, Fe = 3,0%, Mn = 2,1% e Mo = 0,1%.
3.5. Manejo da pastagem
As pastagens foram manejadas por meio de sistema de pastejo rotacionado,
sendo adotados três dias de ocupação para todos os sistemas e período de
descanso de 36 e 42 dias para os capins Mombaça e elefante, respectivamente. O
estilosantes foi utilizado como banco de proteína, adotando-se períodos de
descanso de 48 dias, sendo, no entanto, submetido a pastejo durante duas horas
diárias, com base na recomendação de COSTA e TOWNSEND (2002). Os piquetes
e a área de descanso foram devidamente numerados e identificados com cores
referentes ao sistema ao qual pertenciam.
3.6. Área experimental e sistemas de produção
A área de manejo foi subdividida em quatro partes, contendo cada uma um
bebedouro e um saleiro para atender aos animais em cada sistema. Próximo ao
local, construiu-se um curral com tronco de retenção e uma balança.
As forrageiras foram implantadas em uma área com 3,48 ha, dividida por
meio de cercas eletrificadas em 58 piquetes, cada um com 600 m2. Posteriormente,
esta área foi dividida de acordo com cada sistema de produção da seguinte forma:
CE-SP1= 15 piquetes de Pennisetum purpureum, Schum. cv. Napier;
MOM-SP2= 13 piquetes de Panicum maximum, Jacq. cv. Mombaça;
MOM-SP3= 13 piquetes de Panicum maximum, Jacq. cv. Mombaça;
EST-SP3= 17 piquetes de Stylosanthes guianensis, Aubl., Sw., cv. Mineirão.
3.7. Irrigação
Durante o período experimental, a área foi irrigada por meio de sistema
convencional (equipamentos móveis). O tempo de irrigação e a vazão dos
equipamentos foram medidos e anotados durante o período experimental. A lâmina
d’água aplicada nos sistemas foi de, aproximadamente, 9 mm por irrigação,
totalizando 27 mm por mês.
3.8. Animais experimentais
Foram utilizadas no experimento 12 novilhas, com grau de sangue de 3/4 a
5/8, Holandês x Zebu, selecionadas em propriedades situadas na região Norte
Fluminense, com idade média de 13 meses e com o peso vivo médio de 226 kg.
Antes de iniciar as avaliações, os animais foram identificados com brincos e
permaneceram em adaptação por um período de, aproximadamente, 35 dias.
Durante o período experimental, os animais tiveram acesso irrestrito à água
e a uma mistura de sal comum (cloreto de sódio) com sal mineral (Fosbovi 30) na
proporção de 2:1. O sal mineral apresentava a seguinte composição: Cálcio (180,00
g), Fósforo (130,00 g), Cobalto (100,00 g), Cobre (1250,00 mg), Ferro (2200,00 mg),
Iodo (90,00 mg), Manganês (2000,00 mg) Selênio (15,00 mg), Zinco (5270,00 mg),
Flúor (1300,00 mg).
Os animais foram submetidos ao controle de endo e ectoparasitas, sendo
também vacinados contra carbúnculo sintomático e febre aftosa. O desenvolvimento,
durante o período experimental, foi acompanhado através de pesagens, realizadas a
cada 28 dias, após jejuns de, aproximadamente, 16 horas. Por meio dessas
medições, foram determinados os ganhos por animal, por unidade de área e a taxa
de lotação. Deve-se ressaltar que o ganho animal por unidade de área e a taxa de
lotação foram determinadas considerando-se os valores percentuais obtidos na
avaliação da área de cobertura das forrageiras em seus respectivos sistemas de
produção.
Durante o período experimental, os animais eram recolhidos ao centro de
manejo às 17h00, onde passavam o período noturno, retornando às pastagens no
dia seguinte pela manhã. Os animais do sistema de produção SP3 (capim-Mombaça
mais leguminosa) tinham acesso ao banco de proteína entre as 7h30 e 9h30, sendo
posteriormente levados ao piquete da gramínea.
3.9. Disponibilidade de forragem
A disponibilidade foi avaliada por intermédio da técnica do quadrado (LOPES
et al., 2000), com amostragens alternadas entre os piquetes, sendo realizadas no
dia anterior à entrada dos animais. No primeiro rodízio, foram avaliados os piquetes
de número ímpar e no segundo rodízio, os piquetes de número par, alternando-se as
amostragens em ímpares e pares a cada rodízio, até o término do experimento.
Para demarcação das áreas de amostragem, os piquetes eram percorridos,
e, com base no estande de forragem, delimitavam-se três regiões: a primeira de
maior produção de forragem, uma segunda de menor produção e terceira de
produção intermediária. Nesses locais pré-determinados, foram lançados ao acaso
um quadrado de amostragem 100 x 100 cm, para as pastagens de capim-elefante e
outro de 50 x 75 cm, para as pastagens de capim-Mombaça e estilosantes.
Coletavam-se internamente à área delimitada, através do pastejo simulado, todas as
folhas disponíveis e caules tenros AROEIRA et al. (1996), sendo as três amostras
posteriormente pesadas e misturadas, retirando-se uma, que foi armazenada em
saco plástico e congelada a –150C. No final de cada rodízio, as amostras foram
descongeladas e homogeneizadas, tirando-se uma composta para ser analisada em
laboratório.
A produção de matéria seca, em kg/ha, foi determinada levando-se em
consideração os valores percentuais obtidos na avaliação da área de cobertura das
forrageiras em seus respectivos sistemas de produção.
3.10. Análises bromatológicas
As amostras de cada rodízio foram descongeladas à sombra e,
posteriormente, pesadas e secas em estufa de ventilação forçada a 600C por 72
horas, sendo depois moídas em moinho tipo Willey com peneira de 30 mesh e
acondicionadas em vidros. Posteriormente, as amostras foram levadas para a estufa
a 1050C para secagem definitiva, para determinação da matéria seca (MS). Foram
também determinados os teores de proteína bruta (PB) pelo método de Kjeldahl,
fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) pelo método de
Van Soest e matéria orgânica (MO), obtida com a utilização da mufla a 600oC
durante 4 horas (SILVA, 1990).
3.11. Determinação da composição botânica e área de cobertura
As avaliações da composição botânica e da área de cobertura foram
realizadas seguindo-se as mesmas seqüências dos piquetes avaliados para
disponibilidade de forragem, isto é, no primeiro rodízio os piquetes de número
ímpares e no segundo, os piquetes pares. O método adotado foi da estimativa visual
ANDRADE (1977), sendo utilizados para amostragem quadrados de 100 x 100 cm
para o capim-elefante e 50 x 75 cm para capim-Mombaça e estilosantes.
Nos piquetes de capim-elefante e capim-Mombaça, a retirada das ervas
daninhas foi realizada juntamente com a roçada de nivelamento. Nos piquetes de
estilosantes, foi realizada uma limpeza manual antes do primeiro rodízio para
eliminação das plantas daninhas.
Os piquetes de estilosantes foram utilizados em experimento com animais
durante o ano 2000. Em conseqüência deste fato e em razão da área ter sido
infectada por Fusário sp., não foi possível promover recuperação total dos piquetes
até o início do experimento. Em avaliações prévias da área, constatou-se que a
forrageira apresentava cobertura do solo próximo a 40%. Assim, considerando-se
que valores de 20 a 50% são indicados para leguminosa em consórcio com
gramíneas (ALMEIDA et al., 2001; ANDRADE e KARIA, 2000; BARCELLOS et al.,
2001), optou-se por dar início às avaliações.
Na estimativa da composição botânica e da área de cobertura foi
considerada a média de dois observadores através de dez amostragens aleatórias
em cada piquete, levando-se em consideração as seguintes classes: principais
forrageiras (capim-elefante, capim-Mombaça ou estilosantes), invasoras e solo
descoberto. Para cada classe encontrada dentro do quadrado de amostragem,
foram estimados valores percentuais, totalizando um somatório de 100%. Para a
estimativa da composição botânica, não foi considerada a classe solo descoberto.
3.12. Análise estatística
As variáveis relacionadas ao desempenho produtivo animal e as
características das forrageiras foram comparadas entre sistemas de produção de
forma não-indutiva, por intermédio da utilização de estatística descritiva (média e
erro-padrão da média).
4. ANALISE FINANCEIRA
4.1. Fluxo de caixa
Na formação do fluxo de caixa dos sistemas de produção, foram tomadas
como base as entradas e as saídas mensais, fazendo-se uma projeção desses
fluxos para um período de doze anos. As informações e os preços utilizados na
formação do fluxo de caixa foram adquiridos junto aos produtores e no mercado
agropecuário do município de Campos dos Goytacazes. Estas se referiram aos
meses de dezembro e janeiro de 2002 e 2003, respectivamente.
Como saídas, foram considerados todos os recursos empregados na
formação da pastagem, na compra dos animais, na aquisição de insumos, na
compra de produtos veterinários (medicamentos, vermífugos, vacinas,
carrapaticidas, material para inseminação), no pagamento de mão-de-obra, na
irrigação e outros materiais necessários para o funcionamento adequado dos
sistemas.
Como entradas, foram consideradas as receitas arrecadadas com a venda
das novilhas e o valor residual dos itens depreciáveis, como benfeitorias,
equipamentos e pastagem.
4.2. Custo de produção
Os procedimentos metodológicos para o cálculo do custo de produção
seguiram duas vertentes analíticas: a) custo total de produção, obtido pela soma dos
custos fixos com os custos variáveis; b) custo operacional de produção, que se
refere ao custo de todos os recursos de produção que exigem desembolso por parte
do produtor (empresa rural).
A análise do custo de produção teve como principal objetivo fazer uma
comparação entre os três sistemas propostos (SP1, SP2 e SP3), possibilitando,
assim, verificar como está a rentabilidade da atividade em cada um destes,
comparada a alternativas de emprego do tempo e do capital. No levantamento dos
gastos empregados na montagem dos sistemas, foi considerado que estes eram de
caráter experimental, o que pode levar a uma super ou subestimação dos preços de
alguns itens (cercas, bebedouro, saleiro, mão-de-obra) utilizados na montagem e
condução do experimento. Dessa forma, os preços de alguns desses itens foram
diluídos levando-se em consideração um sistema de recria para quatro novilhas.
Na aquisição dos animais, considerou-se o preço de R$ 75,00 (US$ 21,80;
em que US$ 1,00 = R$ 3,44) por arroba, praticado no município de Campos dos
Goytacazes, para fêmeas leiteiras em início de recria (7,53 arrobas). Como valor de
venda, foi considerado o preço de R$ 1200,00 (US$ 348,84) por novilha, também
praticado na região para fêmeas mestiças Holandês-Zebu, com 340 kg de peso vivo
e diagnóstico de prenhez positivo.
Como custo fixo da atividade, foram consideradas as depreciações de
benfeitorias, equipamentos e pastagens e a remuneração do capital investido. Como
custos variáveis, foram computados os gastos relativos à manutenção dos sistemas,
tais como fertilizantes, energia elétrica, produtos veterinários (vermífugos, vacinas,
carrapaticidas, material para inseminação), mão-de-obra, etc. Além desses gastos,
foi considerada, ainda, a remuneração do capital de giro empatado. No cálculo dos
custos com a depreciação, utilizou-se o método linear (GOMES et al., 1989),
considerando-se como itens depreciáveis os seguintes: cerca elétrica, equipamentos
de irrigação, instalações (cocho de sal mineral, bebedouro, curral) e pastagens.
Os custos de oportunidade do capital circulante e do capital estável foram
calculados considerando-se uma taxa de 0,49% ao mês, o que equivale a uma taxa
anual de 6%, representado a remuneração da caderneta de poupança. No presente
trabalho, não foram computados alguns itens do custo total, como impostos
(territorial rural, venda e compra de animais) e remuneração do empresário.
4.3. Indicadores econômicos
Como indicador da viabilidade econômica dos sistemas de recria, foram
utilizados o valor presente líquido (VPL) e a taxa interna de retorno (TIR). Esses dois
indicadores são os mais utilizados para cálculos de investimentos, apresentando
como vantagem o fato de considerarem o efeito do tempo sobre os fluxos
monetários.
Nesse trabalho, foram empregadas taxas de desconto de 6%, 8%, 10%, e
12%, que representam uma faixa abrangente o suficiente para captar distintas
condições de custo de empréstimo ou rentabilidade alternativa para o capital. Assim,
a taxa de 6% ao ano representaria um limite inferior conservador para a
remuneração do capital, que pode ser obtida, por exemplo, aplicando-se os recursos
na caderneta de poupança. A taxa de 12% ao ano, que limita superiormente a faixa
considerada, representaria um valor suficientemente elevado para captar uma taxa
mínima de retorno e máxima para o custo do capital, como destacado por ZIBETTI
(1997).
A) Valor Presente Líquido (VPL)
O método do valor presente líquido (VPL) transfere para o instante atual
todos os saldos de caixa esperados, descontando-os a uma determinada taxa de
juros (taxa de desconto) e somando-os algebricamente. Com a utilização da taxa de
juros, o custo de oportunidade desse capital está sendo considerado pelo investidor.
Para determinação do VPL será utilizada a seguinte expressão:
∑= +
+−=
n
Jj
j
i
FCFCVPL
1
0)1(
VPL = valor presente líquido;
FCj = valores dos fluxos líquidos (diferença entre entradas e saídas);
j = período de análise (1,2,3,...n);
n = vida útil do projeto;
i = taxa de desconto;
FC0 = fluxo de caixa inicial.
Com a utilização do método do VPL para análise financeira, os projetos
serão considerados viáveis se estes apresentarem um VPL maior que zero. Isso
significa que o investimento do capital na atividade trará um retorno financeiro
superior ao da taxa de desconto estipulada (custo de oportunidade). No presente
trabalho, em que três projetos estão sendo avaliados, a adoção deverá recair sobre
o que apresentar maior valor positivo para o VPL. O projeto que apresentar valor
negativo deverá ser rejeitado, pois o retorno do investimento será inferior ao mínimo
esperado.
B) Taxa Interna de Retorno (TIR)
A TIR representa a taxa de desconto para a qual o projeto apresenta valor
atual nulo. Nesses termos, um projeto será tanto mais desejável quanto maior for
sua TIR, pois maior será o retorno ao capital investido. Pode-se determinar o valor
da TIR através da seguinte expressão:
∑=
=
+
−
n
jj
j
i
FCFC
1
0 0)1(
FCj = valores dos fluxos líquidos (diferença entre entradas e saídas);
j = período de análise (1, 2, 3,...n);
n = vida útil do projeto;
i = taxa de desconto;
FC0 = fluxo de caixa inicial.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1. Composição química das forrageiras
As composições químico-bromatológicas do capim-elefante, do capim-
Mombaça e do estilosantes estão apresentadas na Tabela 2 e Figura 3.
Para o capim-elefante, os teores de matéria seca (MS) variaram de 16,20 a
18,69%. No capim-Mombaça, esses teores variaram entre 19,19 a 25,28% e de
21,24 a 23,90% para os sistemas SP2 e SP3, respectivamente. O estilosantes
apresentou uma variação de 24,70 a 27,87%. Pode-se observar, na Tabela 2, que
os teores de MS aumentaram nas gramíneas com a utilização da pastagem, o que
pode ser atribuído ao acúmulo de material remanescente dos pastejos anteriores. O
teor médio de MS obtido para o capim-elefante no presente trabalho assemelha-se
aos encontrados por DERESZ (1994), com 17,5 e 18,3% de MS, respectivamente
aos 30 e 45 dias de descanso, obtidos por meio de pastejo simulado. Comparando-
se o capim-Mombaça dos sistemas SP2 e SP3, não se observou grande variação
em relação ao teor de MS. Este resultado deve-se, principalmente, ao fato dos
sistemas terem sido formados pela mesma gramínea, e por receberem os mesmos
tratos culturais durante o período experimental.
Por outro lado, o valor de MS do estilosantes foi 54,84% e 19,84% superior
aos determinados para o capim-elefante e capim-Mombaça (SP2), respectivamente.
PERES (2002) relatou variação de 24,16 a 31,87% de MS para a cultivar Mineirão,
que abrange os apresentados neste trabalho.
Os teores médios de proteína bruta (PB) observados nas forrageiras (Tabela
2) foram de 11,56, 11,39, 11,16 e 16,05% para o capim-elefante, capim-Mombaça
(SP2), capim-Mombaça (SP3) e estilosantes, respectivamente. Observa-se, na
Tabela 2, que os níveis médios de PB nas gramíneas aproximaram-se de 12%,
recomendação do National Research Council – NRC (1989) para que novilhas com
idade superior a 12 meses atinjam ganho médio diário (GMD) de 0,7 kg. Este fato
pode ser decorrente do uso de irrigação nas pastagens e da aplicação de adubo em
cobertura durante o período experimental. Observa-se, na Tabela 2, que os teores
de PB decresceram nos últimos ciclos de pastejo, o que pode ser atribuído ao maior
desenvolvimento das plantas forrageiras com a entrada do período das águas,
promovendo, assim, um decréscimo nas concentrações de nitrogênio, devido ao
efeito de diluição (BOTREL et al.,2000; FONSECA et al., 2001). Também é provável
que as condições de temperatura mais amenas e de menor luminosidade (Figura 1)
tenham favorecido os maiores teores de PB nos primeiros ciclos de pastejo
(FONSECA et al., 2001).
O teor médio de PB para o capim-elefante, de 11,56%, assemelhou-se aos
encontrados por ERBESDOBLER (1999), que obteve 11,24% em análise da lâmina
foliar de capim-elefante e por FONSECA et al. (2001), que relataram variações no
teor de PB de 11,0 a 14,0% em lâminas foliares, coletadas no período das águas,
com aplicação de diferentes doses de nitrogênio.
Para o capim-Mombaça nos sistemas SP2 e SP3, os teores de PB
encontrados estão dentro da faixa citada por BRÂNCIO et al. (2001), que relataram
variações entre 7,6 e 12,9% para a PB de folhas do capim-Mombaça coletadas em
diferentes épocas do ano. MACHADO et al. (1998) encontraram valores mais
elevados ao avaliarem a composição química de cultivares e acessos de Panicum
maximum, Jacq. relatando, para o capim-Mombaça, teores de PB de 12,5 e 13,2%
nos cortes realizados a 20 e 40 cm do solo, respectivamente.
Para o estilosantes, o teor protéico de 16,05% está de acordo com
MESQUITA (2000), que obteve teores de PB de 16,2 e 16,8%, para diferentes
métodos de estabelecimento do estilosantes em consórcio. ALMEIDA (2001)
encontrou teores de PB nas folhas de estilosantes variando de 18,3 a 21,0%,
quando coletadas nas épocas da seca e das águas, respectivamente.
Nas análises realizadas para determinação da FDN (Tabela 2), os valores
médios encontrados para o capim-elefante, capim-Mombaça (SP2 e SP3) e
estilosantes, foram de 68,10, 69,10, 69,92 e 55,09%, respectivamente. Observou-se
que o capim-elefante, mesmo sob um período de descanso de 42 dias, apresentou
teor médio de FDN 1,47% inferior ao valor determinado para o capim-Mombaça, com
36 dias de descanso. A maior deposição de compostos da parede celular (celulose,
hemicelulose, lignina e proteína lignificada) no capim-Mombaça em relação ao
capim-elefante pode ser decorrente do resíduo de pastejos anteriores, devido à
maior produção de forragem.
Para o estilosantes, os valores registrados na análise de FDN foram 19,10%
e 20,27% inferiores aos encontrados no capim-elefante e capim-Mombaça,
respectivamente, indicando qualidades nutricionais superiores presentes nesta
forrageira.
O valor de 68,10% de FDN encontrado para o capim-elefante concorda com
os resultados de DERESZ (1994), que relatou 68,2% de FDN para o capim-elefante
com 45 dias, com amostras obtidas através de pastejo simulado. Nas pastagens de
capim-Mombaça, os teores de FDN foram de 69,10 e 69,92% para SP2 e SP3,
respectivamente. Esses valores estão de acordo com os encontrados por
MACHADO et al. (1998), que registraram 69,7 e 69,5%, quando as alturas de corte
foram de 20 e 40 cm do solo, respectivamente. O estilosantes apresentou valor
médio de FDN de 55,09%, sendo este superior ao encontrado por PERES (2002)
com 50,34%, aos 60 dias de crescimento. Porém, ALMEIDA (2001) relatou teores de
FDN em S. guianensis cv. Mineirão variando de 49,9 e 75,4% aos 30 dias, para folha
e caule, respectivamente.
Na avaliação da fibra em detergente ácido (FDA), os valores médios
encontrados foram de 36,72, 40,06, 39,86 e 35,03% para o capim-elefante, capim-
Mombaça (SP2 e SP3) e estilosantes, respectivamente (Tabela 2). Considerando-se
apenas as classes gramíneas, o capim-elefante apresentou teor médio de FDA de
8,34% inferior ao capim-Mombaça (SP2), o que pode ser atribuído ao menor
acúmulo de material remanescente de pastejos anteriores, devido à menor
disponibilidade de forragem.
Para o estilosantes, o valor médio encontrado foi 4,60% e 12,56% inferior
aos registrados para o capim-elefante e capim-Mombaça, respectivamente,
indicando uma menor deposição de lignina e celulose na parede celular dessa
forrageira. O valor médio de FDA de 35,03% encontrado para o estilosantes está de
acordo com PERES (2002), que registrou valor de 37,46% aos 60 dias de descanso.
Em relação à MO, foram observados valores médios de 89,16, 89,28, 89,36
e 92,43% para o capim-elefante, capim-Mombaça (SP2 e SP3) e estilosantes,
respectivamente. Nota-se que a leguminosa apresentou teores de MO de 3,67% e
3,44% superiores aos capins elefante e Mombaça (SP2), respectivamente. PERES
(2002) registrou teores médios de 92,44% para o estilosantes e de 87,8% para o
capim-elefante.
Tabela 2. Teores médios de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA) e matéria orgânica (MO) das forrageiras durante os ciclos de pastejo
Ciclos de pastejo Forrageira1 1 2 3 4 5 Média
Matéria seca (%) CE-SP1 16,86 16,20 16,44 18,69 - 17,05
MOM-SP2 20,45 19,19 21,15 24,07 25,28 22,03 MOM-SP3 21,24 21,28 21,64 23,17 23,90 22,25 EST-SP3 27,70 27,87 25,31 24,70 - 26,40
Proteína bruta (%) CE-SP1 11,04 12,59 12,28 10,35 - 11,56
MOM-SP2 10,82 13,13 12,74 11,40 8,86 11,39 MOM-SP3 10,43 12,45 12,16 11,67 9,10 11,16 EST-SP3 15,16 16,97 16,26 15,81 - 16,05
Fibra em detergente neutro (%) CE-SP1 66,80 66,07 69,01 70,52 - 68,10
MOM-SP2 71,32 68,41 63,87 68,87 73,01 69,10 MOM-SP3 72,82 67,72 67,64 68,60 72,80 69,92 EST-SP3 58,34 52,49 53,86 55,67 - 55,09
Fibra em detergente ácido (%) CE-SP1 37,96 35,33 36,33 37,26 - 36,72
MOM-SP2 41,49 40,38 39,37 38,66 40,39 40,06 MOM-SP3 42,56 39,70 38,72 38,51 39,84 39,86 EST-SP3 38,43 32,61 33,29 35,77 - 35,03
Matéria orgânica (%) CE-SP1 86,75 89,23 89,37 91,29 - 89,16
MOM-SP2 89,04 88,21 88,29 89,77 91,09 89,28 MOM-SP3 88,15 88,32 88,78 90,32 91,24 89,36 EST-SP3 92,69 91,88 92,66 92,50 - 92,43
¹/ CE-SP1 = capim-elefante sob o sistema de produção 1; MOM-SP2 = capim-Mombaça sob o sistema de produção 2; MOM-SP3 = capim-Mombaça sob o sistema de produção 3; e EST-SP3 = estilosantes sob o sistema de produção 3.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
MS PB FDN FDA MO
Composição químico-bromatológica
(%)
CE-SP1
MOM-SP2
MOM-SP3
EST-SP3
Figura 3. Composição químico-bromatológica do capim-elefante (CE-SP1), do capim-Mombaça sob o sistema de produção 2 (MOM-SP2), do capim-Mombaça sob o sistema de produção 3 (MOM-SP3) e do estilosantes sob o sistema de produção 3 (EST-SP3).
5.2. Área de cobertura e composição botânica das pastagens
Os resultados obtidos na avaliação da área de cobertura do capim-elefante,
capim-Mombaça (SP2 e SP3) e estilosantes podem ser observados na Tabela 3 e
Figura 4.
Na área formada pelo capim-elefante, os valores de cobertura, referentes a
esta gramínea, tenderam a aumentar com a utilização da pastagem, passando de
59,21% do primeiro rodízio, para 70,67% ao final do experimento (Tabela 3). Este
aumento pode ser atribuído à maior produção de forragem nos ciclos posteriores,
uma vez que a primeira avaliação foi realizada com a pastagem recém-formada.
Assim, à medida que a pastagem foi sendo utilizada, o capim-elefante, devido a suas
características morfológicas, formou touceiras mais densas e definidas, cobrindo
melhor o solo. Por outro lado, observa-se (Tabela 3) que houve um declínio nos
valores de cobertura registrados para as invasoras, o que pode ser atribuído ao
sombreamento exercido pelo capim-elefante, que, cobrindo melhor a área, passou a
interceptar melhor a radiação solar incidente no dossel, inibindo o crescimento de
outras plantas.
As pastagens formadas pelo capim-Mombaça não apresentaram grandes
diferenças entre os sistemas SP2 e SP3, com relação à sua área de cobertura. Este
resultado, em parte, poderia ser esperado, em virtude de ter-se utilizado os mesmos
tratos culturais para implantação e manutenção dos referidos sistemas. Na
comparação com o capim-elefante, a pastagem de capim-Mombaça (SP2) foi 20,5%
superior em relação à área de cobertura. A maior taxa de cobertura apresentada
pelo capim-Mombaça (SP2) pode ser decorrente do plantio, que foi realizado através
de semente, o que proporcionou a esta forrageira um grande número de plantas por
área. Além disso, deve-se levar em consideração a arquitetura da planta e o hábito
de perfilhamento apresentado pelas espécies em questão, pois o capim-Mombaça
se caracteriza por apresentar, em sua maioria, perfilhos basais, enquanto no capim-
elefante grande parte de seus perfilhos são provenientes das gemas laterais.
Na área formada pelo estilosantes, foi registrada, no início do experimento
uma taxa de cobertura de 40,06%. Nota-se, no entanto, que, no decorrer do período
experimental, as invasoras desenvolveram-se de forma agressiva, competindo com
a leguminosa e ocupando rapidamente a área de solo descoberto, conforme
registrado a partir do segundo ciclo de pastejo (Tabela 3).
Tabela 3. Valores médios (%) e erros-padrão da determinação na área de cobertura
nas pastagens de capim-elefante, capim-Mombaça (SP2 e SP3) e estilosantes, durante o período experimental
Sistemas Classesa Ciclos de Pastejo 1 2 3 4 5b Média CE 59,21 61,68 70,50 71,36 70,67 66,68±2,58
CE-SP1 INV 18,60 18,00 15,37 14,64 10,00 15,32±1,53 SD 22,19 20,32 14,13 14,00 19,33 17,99±1,67 MOM 77,43 82,49 85,50 80,88 75,43 80,35±1,79
MOM-SP2 INV 4,22 4,84 3,61 4,29 3,85 4,16±0,21 SD 18,35 12,67 10,89 14,83 20,72 15,49±1,80 MOM 76,50 83,83 88,07 81,04 79,46 81,78±1,97
MOM-SP3 INV 4,57 4,96 4,93 5,83 4,18 4,89±0,27 SD 18,93 11,21 7,00 13,13 16,36 13,33±2,06 EST 40,06 27,47 26,78 29,79 - 31,03±3,08
EST-SP3 INV 4,00 38,19 52,56 55,46 - 37,55±11,80 SD 55,94 34,34 20,66 14,75 - 31,42±9,14
a/ CE = capim-elefante; MOM = capim-Mombaça; EST = estilosantes; INV = invasoras e SD = solo descoberto. b/ no quinto ciclo de pastejo os valores de SP1 são referentes a quatro avaliações.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Áre
a de
cob
ertu
ra (
%)
capim-elefante
capim-Mombaça
capim-Mombaça
estilosantes
invasoras
solo descoberto
CE-SP1 MOM-SP2 MOM-SP3 EST-SP3
Sistemas de produção
Figura 4. Área de cobertura média apresentada pelos sistemas de produção CE-
SP1, MOM-SP2, MOM-SP3 e EST-SP3.
Na Tabela 4 e na Figura 5, estão apresentados os valores referentes à
composição botânica das pastagens de capim-elefante, capim-Mombaça (SP2 e
SP3) e estilosantes.
Pode-se observar que as gramíneas, de um modo geral, mantiveram quase
que constante a sua presença nas pastagens durante o período experimental. Este
fato pode ser atribuído às condições favoráveis que foram fornecidas às forrageiras,
através da correção da fertilidade do solo e da irrigação das pastagens, permitindo a
elas, mesmo sobre pastejo animal, competirem com as espécies invasoras. Porém,
o mesmo não foi constatado para o estilosantes, o qual apresentou baixa
capacidade de competição com as invasoras presentes na área. PEREIRA (2002)
atribuiu a baixa capacidade de competição das leguminosas com outras espécies
vegetais, principalmente, ao hábito de crescimento e ao metabolismo de tipo C3
apresentado pela maioria das plantas dessa família, tornando-as menos eficientes
em temperaturas e luminosidades elevadas. Em suas avaliações sobre composição
botânica, PERES (2002) relatou a degradação de piquetes formados por
estilosantes.
Dentro da classe invasora, as principais espécies identificadas na avaliação
foram: indigófera (Indigófera truxiliensis, Kunth), capim-guiné (Panicum maximum,
Jacq.), capim-molambo (Rhychelytrum repens (Willd.) C.E. Hubb.), capim-amargoso
(Digitaria insulares (Linnaeus) Fedde), picão-preto (Bidens pilosa, Linnaeus), tiririca
(Cyperus rotundus, Linnaeus), vassourinha (Sida rhombifolia, Linnaeus), guaxima
(Sidastrum micranthum, (St. Hil.) Fryxell) e malva-estrela (Wissadula subpeltata,
(Kuntze) R.E.FR.). Deve-se ressaltar que o período de avaliação foi relativamente
curto, não permitindo fazer afirmações mais concretas sobre o comportamento das
pastagens a longo prazo.
Tabela 4. Composição botânica (%) e erros-padrão da média, das pastagens
formadas por capim-elefante, capim-Mombaça (SP2 e SP3) e estilosantes, durante o período experimental
Sistemas Classesa Ciclos de Pastejo 1 2 3 4 5b Média
CE 77,16 75,58 82,02 83,24 87,84 81,17±2,20 CE-SP1 INV 22,84 24,42 17,98 16,76 12,16 18,83±2,20
MOM 94,67 94,49 95,92 94,94 95,12 95,03±0,25 MOM-SP2 INV 5,33 5,51 4,08 5,06 4,88 4,97±0,25
MOM 94,23 94,41 94,71 93,22 95,02 94,32±0,31 MOM-SP3 INV 5,77 5,59 5,29 6,78 4,98 5,68±0,31 EST 91,75 41,43 32,65 34,83 - 50,17±13,99 EST-SP3
INV 8,25 58,57 67,35 65,17 - 49,84±13,99 a/ CE = capim-elefante; MOM = capim-Mombaça; EST = estilosantes; e INV = invasoras. b/ no quinto ciclo de pastejo os valores de SP1 são referentes a quatro avaliações.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Sistemas de produção
Com
posi
ção
botâ
nica
(%
)
capim-elefante
capim-Mombaça
capim-Mombaça
estilosantes
invasoras
CE-SP1 MOM-SP2 MOM-SP3 EST-SP3
Figura 5. Composição botânica média apresentada pelos sistemas de produção CE-SP1, MOM-SP2, MOM-SP3 e EST-SP3.
5.3. Disponibilidade de matéria seca das forrageiras
Na Tabela 5 e Figura 6, estão apresentados os valores de disponibilidade
(kg/ha) de matéria seca (MS) das forrageiras nos diferentes ciclos de pastejo.
As disponibilidades médias de MS obtidas nas pastagens foram de 1270,
2268, 2321 e 454 kg/ha para o capim-elefante, capim-Mombaça (SP2 e SP3) e
estilosantes, respectivamente. Pode-se observar, na Figura 6, que as gramíneas
aumentaram sua produção à medida que as pastagens foram sendo utilizadas. Isso
pode ser atribuído às melhorias das condições climáticas através do aumento da
temperatura, luminosidade e precipitação (Figuras 1 e 2), além do efeito acumulativo
das adubações em cobertura aplicadas nos piquetes.
O valor médio obtido para o capim-elefante, de 1270 kg/ha de MS durante o
período experimental, foi semelhante ao encontrado por SOARES et al. (1998), que
obtiveram, através do pastejo simulado, valor médio de 1390 kg/ha de MS, para
avaliações realizadas nos meses de junho, outubro e janeiro.
Comparando-se o capim-Mombaça entre os sistemas SP2 e SP3, foi
observado que estes não apresentaram grandes divergências com relação à
disponibilidade de forragem (Tabela 5), o que pode ser devido aos tratos culturais
semelhantes a que foram submetidos, como descrito anteriormente. Porém, ao se
comparar o sistema SP2 com o SP1, observou-se que a produção de forragem do
capim-Mombaça foi 78,58% superior à do capim-elefante, mesmo este último sendo
submetido a um período de descanso mais longo. A maior produção de forragem,
apresentada pelo capim-Mombaça, pode ser devido à melhor adaptação ao tipo de
manejo e aos tratos culturais empregados durante o período experimental.
A disponibilidade média de MS do estilosantes foi de 454 kg/ha, estando
abaixo do citado por PERES (2002), que, avaliando pastagem de S. guianensis cv.
Mineirão, registrou valor de 3913 kg/ha de MS. Deve-se ressaltar que a doença
(fusariose) que atingiu a área do estilosantes afetou consideravelmente a produção
de MS desta forrageira.
Tabela 5. Médias e erros-padrão da média para a disponibilidade de forragem (kg/ha de MS), para o capim-elefante, capim-Mombaça (SP2 e SP3) e estilosantes, durante o período experimental
Ciclos de Pastejo Sistema Forrageiraa 1 2 3 4 5b média
Disponibilidade de Matéria Seca (kg/ha) CE-SP1 CE
643±59 884±71 1437±115 1661±44 1724±119 1270
MOM-SP2 MOM 1467±165 2026±158 2581±212 2703±239 2564±209 2268
MOM-SP3 MOM 1520±140 2070±116 2764±261 2490±200 2761±230 2321
EST-SP3 EST 510±78 327±28 430±35 544±69 - 454
a/ CE = capim-elefante; MOM = capim-Mombaça; e EST = estilosantes. b/ no quinto ciclo de pastejo os valores de SP1 são referentes a quatro avaliações.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
1 2 3 4 5
Ciclos de pastejo
Dis
poni
bilid
ade
de m
atér
ia s
eca
(kg/
ha)
CE-SP1
MOM-SP2
MOM-SP3
EST-SP3
Figura 6. Evolução da disponibilidade média de matéria seca (kg/ha) de acordo com os diferentes ciclos de pastejo para as forrageiras capim-elefante (CE-SP1), capim-Mombaça (MOM-SP2), (MOM-SP3) e estilosantes (EST-SP3).
5.4. Ganho de peso vivo por animal e por área
Os valores referentes ao peso vivo inicial (PVI – kg), peso vivo final (PVF –
kg), ganho médio diário (GMD – kg/animal/dia), ganho total por área (GTA – kg/ha),
ganho diário por área (GDA – kg/ha/dia), taxa de lotação média (TLM – animais/ha)
obtidos nos sistemas de produção estão apresentados na Tabela 6.
Os animais atingiram, ao final do experimento, peso vivo médio de 340 kg,
342 kg e 353 kg nos sistemas SP1, SP2 e SP3, respectivamente (Tabela 6). Os
pesos médios finais estão de acordo com os recomendados por Souza (1983),
citado por DERESZ (1992), para que novilhas mestiças Holandês x Zebu sejam
colocadas em reprodução. De posse do fato de que, ao término do período
experimental, os animais estavam com idade média de 20 meses, conclui-se que,
independentemente do sistema de produção, proporcionaram-se condições
potenciais de parições em idade inferior à média dos rebanhos brasileiros (37,5
meses) (SILVEIRA e DOMINGUES, 1995), sendo, portanto, o desempenho animal
considerado satisfatório.
Os ganhos médios diários (GMD) observados foram de 0,58, 0,59 e 0,65
kg/animal para os sistemas SP1, SP2 e SP3, respectivamente. Estes valores são
condizentes com as taxas de ganho recomendadas por SILVEIRA e DOMINGUES
(1995) para que novilhas de rebanhos leiteiros atinjam idades de cobertura aos dois
anos de idade. Analisando-se de maneira comparativa, observou-se que a
alternância entre o capim-elefante e o capim-Mombaça não inferiu grandes
diferenças sobre o desempenho individual animal, o que pode ser verificado sobre
as estimativas de GMD observadas em SP1 e SP2 (Tabela 6). Tal fato pode ser
atribuído à similaridade entre estas forrageiras quanto à composição químico-
bromatológica, conforme descrito anteriormente. PERES (2002) relatou GMD de
0,43 kg/animal/dia para novilhas criadas em pastagens de capim-elefante, estando
esse abaixo de 0,58 kg/animal/dia, encontrado no presente trabalho.
Por outro lado, a inclusão do estilosantes à dieta dos animais no sistema
SP3 elevou em 10,17% o GMD, em comparação ao pastejo exclusivo de capim-
Mombaça, no sistema SP2. Este ganho observado ficou abaixo dos apresentados
por PERES et al. (2003), que observaram incremento de 24,7% sobre o GMD com a
utilização de estilosantes em associação ao pastejo rotacionado do capim-elefante
avaliando categoria animal semelhante à empregada neste estudo. O benefício de
ganho de peso trazido pela leguminosa com a melhoria da dieta animal no sistema
SP3 pode ter sido subestimado pela adubação em cobertura e pelo uso de irrigação
sobre as pastagens, que possibilitaram aos sistemas produzirem forragem em
quantidades satisfatórias com níveis de PB suficientes para um bom
desenvolvimento dos animais durante o período experimental.
Ao se avaliar as estimativas de ganho diário por unidade de área (GDA),
observou-se que não houve diferença entre os sistemas SP1 e SP2. Tal fato pode
ser atribuído à semelhante taxa de lotação observada entre os dois sistemas. De
outra forma, a aparente superioridade sobre GMD proporcionada pela introdução de
leguminosa no SP3 mostrou-se inversa quando comparada em termos de GDA. Os
valores observados indicaram perda de 27,85% no desempenho por área de SP3,
com relação a SP2. Neste enfoque, verificou-se que o excedente em área exigido
em SP3 comprometeu de forma significativa o desempenho por área.
Na Figura 7, estão ilustradas as médias de ganho de peso vivo das novilhas,
por sistema e por época de pesagem, durante o período de experimental.
Tabela 6. Peso vivo inicial (PVI – kg), peso vivo final (PVF – kg), ganho médio diário (GMD – kg/animal/dia), ganho total por área (GTA – kg/ha), ganho diário por área (GDA – kg/ha/dia), taxa de lotação média (TLM – animais/ha) obtidos nos sistemas de produção
Variáveis Sistemas de Produção SP1 SP2 SP3
PVI 226,5 227 225,5 PVFa 340 ± 27 342 ± 10 353 ± 21 GMDa 0,58 ± 0,07 0,59 ± 0,07 0,65 ± 0,08 GTA 757 734 534 GDA 3,87 3,77 2,72 TLM 6,67 6,38 4,19
a/ média e erro-padrão da média
220
250
280
310
340
370
0 28 56 84 112 140 168 196
Pesagem (dias)
Pes
o (k
g)
SP1SP2SP3
Figura 7. Ganho de peso vivo médio das novilhas em cada sistema de produção em oito épocas de pesagem.
6. AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE ECONÔMICA
6.1. Custo de produção
Os resultados estimados para os custos de produção dos três sistemas
analisados encontram-se na Tabela 8.
Pode-se constatar que o SP2 foi o que apresentou o menor custo, quer se
considere apenas o custo operacional, quer o custo total, avaliados em,
respectivamente, R$ 237,76 e R$ 274,42 por mês (ou R$ 59,44 e R$ 68,60 por
novilha/mês). Em situação intermediária encontrou-se o SP1, com custo operacional
e total de, respectivamente, R$ 275,54 e R$ 316,08 (ou R$ 68,89 e R$ 79,02 por
novilha/mês). O SP3 foi o que apresentou o maior custo de produção, orçado em R$
432,29 e R$ 494,35 por mês (ou R$ 108,07 e R$ 123,59 por novilha/mês),
respectivamente para os custos operacional e total.
Os sistemas propostos suportaram, na situação experimental, quatro
novilhas, que neles permaneceram por um período de, aproximadamente, 6,5
meses. Sendo assim, os custos de produção operacional e total incorridos na
formação de cada novilha, no SP2, foram de cerca de R$ 386,36 e R$ 445,90 (ou
R$ 101,67 e R$ 117,34 por arroba), respectivamente. Para o SP1, a produção de
cada animal representou custos operacional e total de R$ 447,78 e R$ 513,63 (ou
R$ 117,84 R$ 135,17 por arroba), nessa ordem, enquanto para o SP3, esses
mesmos custos foram de R$ 702,46 e R$ 803,31 (ou R$ 184,86 e R$ 211,40 por
arroba), respectivamente.
Considerando-se o preço de aquisição dos animais de R$ 565,00 (US$
164,24) e um preço de venda de R$ 1200,00 (US$ 348,84) por novilha, os SP1, SP2
e SP3 geraram uma renda líquida operacional de cerca de R$ 187,22 (US$ 54,42),
R$ 248,64 (US$ 72,28) e R$ -67,46 (US$ -19,61) por cabeça, respectivamente. Com
isso, permitiu-se concluir que apenas os sistemas SP1 e SP2 foram capazes de
gerar receita suficiente para cobrir todos os desembolsos incorridos em sua
operacionalização, bem como com as depreciações de benfeitorias, equipamentos e
pastagens, enquanto SP3 apresenta prejuízo. Quando se subtraiu, da receita obtida,
o custo total de produção, os SP1 e SP2 geraram lucros de R$ 121,37 (US$ 35,28) e
R$ 189,11 (US$ 54,97) por novilha, respectivamente. No caso do SP3, o prejuízo
obtido de R$ 168,31 (US$ 48,93) explica-se, sobretudo, pelos custos mais altos
incorridos com a implantação do banco de proteína e no pagamento da mão-de-
obra, caracterizando seu uso mais intenso nesse sistema.
Outra consideração é que, por se tratar de situação experimental, alguns
itens de custo tenderam a ser mais elevados do que seriam se escalas mais
apropriadas fossem consideradas. Como alguns itens do custo total não foram
computados (impostos e remuneração do empresário), o lucro calculado foi
ligeiramente superestimado. De todo o modo, mereceu destaque a observação de
que, sob quaisquer das óticas consideradas, essas omissões não afetaram a
comparabilidade dos sistemas, o que permitiu afirmar que o sistema com menor
custo de produção e de maior lucratividade foi o SP2.
6.2. Valor presente líquido (VPL)
Na Tabela 8 estão apresentados os resultados encontrados para o valor
presente líquido (VPL), referentes a cada sistema de produção, calculados
utilizando-se taxas de desconto de 6, 8, 10 e 12% ao ano.
Os sistemas de produção SP1 e SP2 apresentaram VPL positivo para as
taxas desconto de até 10 e 12% ao ano, respectivamente. Porém, o sistema de
produção SP3 apresentou VPL negativo para todas as taxas utilizadas na avaliação.
Tabela 7. Custo de produção (R$) e indicadores de resultado econômico dos sistemas de produção SP1, SP2 e SP3.
ITENS DE CUSTO SP1 SP2 SP3
1. Custos variáveis 238,30 206,8 372,65 1.1. Valor dos insumos (capital circulante) 234,31 203,35 366,41 1.2. Custo de oportunidade (capital circulante) 3,99 3,46 6,24 2. Custos Fixos 77,78 67,60 121,69 2.1. Depreciação 41,23 34,41 65,88 2.1.1. Equip. Irrigação 15,14 14,44 22,32 2.1.2. Cerca 4,81 4,26 9,07 2.1.3. Outras benfeitorias 0,55 0,55 0,55 2.1.4. Pastagem 20,73 15,17 33,94 2.2. Custo de oportunidade 36,55 33,19 55,82 2.2.1. Equip. Irrigação 6,66 6,36 9,83 2.2.2. Cerca 1,41 1,24 2,65 2.2.3. Outras benfeitorias 0,40 0,40 0,40 2.2.4. Pastagem 6,05 4,43 9,91 2.2.5. Terra 10,95 9,49 21,90
10,98 10,98 10,98 2.2.6. Animais 2.2.7. Ferramentas Custo operacional /mês
0,10 275,54
0,29 237,76
0,14 432,29
Custo total/mês 316,08 274,42 494,35 Custo operacional/novilha/mês 68,88 59,44 108,07 Custo total/novilha/mês 79,02 68,60 123,59 Custo operacional/arroba 117,84 101,67 184,86 Custo total/arroba 135,17 117,34 211,40 Custo operacional/novilha 447,78 386,36 702,46 Custo total/novilha 513,63 445,90 803,31 Renda líquida operacional/novilha Lucro/novilha
187,22 121,37
248,64 189,11
- 67,46 -168,31
Uma vez que o sistema SP2 apresentou o VPL positivo com uma taxa de
desconto mais elevada, em termos econômicos, este se apresenta como o sistema
mais atrativo para implantação. Porém, deve ser levado em consideração que a
análise financeira foi realizada sobre uma área com caráter experimental, o que
pode ter influenciado nos valores estimados de alguns itens utilizados na montagem
e condução do experimento. No entanto, em termos de comparação entre os
sistemas utilizados na recria de novilhas, a utilização do VPL nos fornece um
indicativo de qual o melhor sistema em termos financeiros entre os avaliados.
Embora o SP1 apresente-se atrativo a uma taxa de desconto inferior ao
SP2, isso não o torna menos interessante se levarmos em consideração as
características e condições de cada propriedade rural.
O sistema SP3 apresentou VPL negativo mesmo quando analisado a uma
taxa de desconto de 6% ao ano. A inviabilidade econômica em SP3 pode ser
explicada pelo fato de ter-se utilizado, neste sistema, uma área formada por
leguminosa, o que elevou os gastos com insumos e mão-de-obra empregada para
implantação e manutenção da pastagem. Porém, os maiores custos não elevaram
de forma significativa a produção animal em relação aos sistemas SP1 e SP2
(Tabela 6).
Tabela 8. Valor presente líquido (R$) dos sistemas SP1, SP2 e SP3, para as taxas de desconto de 6, 8, 10 e 12% ao ano
Taxa de desconto (%)
Sistema de produção 6 8 10 12
SP1 4407,67 2610,06 1123,76 - 112,89
SP2 7574,00 5505,65 3785,97 2347,14
SP3 - 10024,46 - 11000,23 - 11763,88 - 12363,15
6.3. Taxa interna de retorno (TIR)
Os sistemas SP1, SP2 e SP3 apresentaram taxas internas de retorno de
11,80, 16,24% e -3,40% ao ano, respectivamente (Tabela 9). Dessa forma,
excetuando-se o sistema SP3, as taxas internas de retorno apresentadas por SP1 e
SP2 são superiores às taxas de rentabilidade praticadas no mercado, como por
exemplo, a caderneta de poupança.
Os valores determinados para TIR, no presente trabalho, encontraram-se
abaixo dos relatados por PERES (2002), que avaliou economicamente sistemas de
recria de novilhas relatando valores para TIR de 31,60% e 11,62% para sistemas em
pastagens exclusivas de capim-elefante e associadas a banco de proteína,
respectivamente. Porém, o autor destacou que não foram computados os gastos
com energia elétrica e equipamentos de irrigação utilizados nos sistemas.
De todo modo, baseando-se nos custos de implantação, de condução e de
manutenção dos sistemas, pode-se afirmar, em termos comparativos, que o sistema
SP2, por possuir uma TIR mais elevada (16,24%), apresentou-se como a alternativa
mais desejável para adoção.
Tabela 9. Taxa interna de retorno (TIR), dos sistemas SP1, SP2 e SP3
Sistema de Produção
SP1 SP2 SP3
TIR (%) 11,80 16,24 - 3,40
7. CONCLUSÕES
As forrageiras apresentaram qualidades nutricionais satisfatórias durante o
período experimental.
A leguminosa estilosantes cv. Mineirão apresentou baixa capacidade de
competição com plantas invasoras.
Durante o período experimental a disponibilidade de matéria seca, em todos
os sistemas, permitiu bom nível de seletividade aos animais.
O capim-Mombaça foi mais produtivo que o capim-elefante, sob irrigação, na
região de Campos dos Goytacazes.
A utilização dos capins elefante e Mombaça proporcionaram ganhos
individuais semelhantes na Região Norte Fluminense.
Independentemente do sistema de produção testado, o desempenho por
animal, apresentou-se satisfatório.
A utilização de estilosantes cv. Mineirão ampliou o ganho individual,
proporcionando, contudo, queda no desempenho sistêmico em função de elevada
exigência em área física para implantação.
A utilização de pastagens de capim-elefante e capim-Mombaça apresentou-
se como alternativa viável na recria de novilhas.
A inclusão da leguminosa estilosantes cv. Mineirão como banco de proteína
não se mostrou uma alternativa viável, apresentando os custos totais mais elevados
com a produção das novilhas. Estes superando o valor de venda dos animais.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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