Avaliação de Projectos Alguns Modelos de Avaliação.
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Avaliação de Projectos
Alguns Modelos de Avaliação
Modelos de avaliaçãoPredomínio
Abordagens centradas na verificação do cumprimento de objectivos de aprendizagem (Tyler)
Abordagens centradas no processo formativo (Stufflebeam)
Abordagens centradas nos resultados/benefícios da formação para os destinatários (Kirkpatrick)
Modelos de avaliação
Multinível de KirkPatrick RACR
CIRO de Warr
CIPP de Stufflebeam
Hadji, Figari e Roegiers
R. Brinkerhoff (sete áreas de intervenção FDRAAGM)
Abordagem P E R T A
Donald KirkpatrickModelo hierárquico de resultados da formação
Visa medir a qualidade de uma intervenção formativa a partir da análise de quatro níveis de avaliação:
Nível 1 - Avaliação da reacção dos participantes
Nível 2 - Avaliação das aprendizagens dos participantes
Nível 3 - Avaliação do comportamento dos participantes
Nível 4 - Avaliação dos resultados da formação
Donald KirkpatrickPressupostos do modelo hierárquico de resultados da formação
Cada nível é importante e tem impacto no nível seguinte
Conforme se avança nos níveis, o processo torna-se mais complexo
Nenhum dos níveis deve ser ignorado, por considerar o nível seguinte mais importante
Donald KirkpatrickNível 1 - Avaliação do grau de satisfação
Os formandos gostaram do curso?
É uma das formas mais utilizadas na avaliação
É fácil, rápida e com baixo custo de aplicação
Os resultados negativos podem significar dificuldades de aprendizagem no curso
Donald KirkpatrickNível 1 - Avaliação do grau de satisfação
Tem por objectivos:
Recolher as reacções, as opiniões dos formandos sobre determinados aspectos da formação (formador, métodos...)
Detectar disfuncionalidades no sistema de formação
Regular as práticas formativas, tendo em conta as necessidades do público alvo
Donald KirkpatrickNível 1 - Avaliação do grau de satisfação
Pode ser efectuada de forma contínua...
Assim os formandos são avaliados de acordo com vários critérios:
A forma como participam na acção O desempenho nas actividades propostas A forma como utilizam os recursos disponibilizados A capacidade de interacção com o grupo de formação
Donald KirkpatrickNível 1 - Avaliação do grau de satisfação
A generalidade as avaliações efectuadas consiste na recolha de opinião e do grau de satisfação dos formandos com determinados aspectos da formação
Neste sentido, importa considerar diferentes tipos de reacção:
As reacções afectivas, de satisfação As reacções instrumentais, de utilidade As reacções de dificuldade, da aprendizagem
Donald KirkpatrickNível 1 - Avaliação do grau de satisfação
Técnicas mais utilizadas:
Inquéritos por questionário sobre o grau de satisfação
Realização de focus group Inquérito por entrevista Registo de comentários em fóruns de discussão Realização de observações de comportamentos
dos participantes
Donald KirkpatrickNível 1 - Avaliação do grau de satisfação
Dimensões de análise nos questionários de satisfação:
Expectativas iniciais Objectivos de aprendizagem Desempenho do formador Conteúdos programáticos Estratégicas pedagógicas Suportes de apoio utilizados na formação Documentação de apoio à formação Apoio logístico Espaços/instalações
Donald KirkpatrickNível 2 - Avaliação das aprendizagens
Os formandos aprenderam com base nos objectivos do curso?
Objectivos: Verificar se os formandos estão a adquirir as aprendizagens
pretendidas
Proporcionar ao formando um feedback sobre o modo como está a evoluir na auto-aprendizagem orientada
Permitir a reformulação da acção, corrigindo eventuais fragilidades, e a melhoria constante dos formandos
Donald KirkpatrickNível 2 - Avaliação das aprendizagens
Diz respeito à aquisição, aumento ou melhoria das competências e atitudes dos formandos
Este nível pode-se realizar-se através de uma abordagem mais completa:
Que contempla a recolha de dados antes, durante e após a formação
Que não se circunscreve apenas ao aprofundamento de conhecimentos, mas inclui a demonstração prática de aptidões e competências apreendidas
Donald KirkpatrickNível 2 - Avaliação das aprendizagens
Técnicas mais utilizadas
Testes escritos (de entrada/de progresso/finais) e orais Role playing (simulação/dramatização sobre situações) Elaboração de projectos Jogos pedagógicos para a resolução se situações/problemas Estudos de caso (análise de situações e construção de planos) Aplicação de instrumentos de auto-avaliação Realização de observações Registo e análise de incidentes críticos Elaboração de portefólios de competências Elaboração de mapas conceptuais
Donald KirkpatrickNível 3 - Avaliar a transferência da formação
O que mudou ao nível dos comportamentos dos indivíduos?
Sinalizar com rigor antes da formação que comportamentos se pretendem alterar...
Em que medida as alterações nos comportamentos contribuíram para alcançar os objectivos individuais de desempenho?
Determinar quais os indicadores para avaliar o impacto da formação nos desempenhos dos formandos
Donald KirkpatrickNível 3 - Avaliar a transferência da formação
Objectivo:
Averiguar em que medida os formandos transferem para o contexto de trabalho as aprendizagens (conhecimentos, competências e comportamentos)
Requer o desenvolvimento de planos que permitam comparar o comportamento antes e depois da formação, podendo ser feito através de:
Auto-relatos Observações de superiores hierárquicos Pares
Donald Kirkpatrick (1998)Nível 3 - Avaliar a transferência da formação
Técnicas mais utilizadas:
Entrevista de chegada (quando o formando regressa...) Aplicação de questionários para avaliar a transferência e resultados
no desempenho individual Aplicação do instrumento LTSI - Learning Transfer System Inventory
www.edholton.com; http://reviewing.co.uk/reviews/evaluation-transfer.htm Construção de um plano de intervenção específico Observações no posto de trabalho Análise de performance (através de avaliação inter-pares) Registo de análise de incidentes críticos (análise comparativa) Auto-avaliação
Donald KirkpatrickNível 3 - Avaliar a transferência da formação
Modelo de análise da transferência da formação
Características dos formandos (motivação, experiência profissional, prontidão para mudar, atitude face à formação, auto-eficácia
Design da formação (características do projecto de mudança, modelos pedagógicos, conteúdos, conhecimento e oportunidade para transferir)
Contexto organizacional (valores e cultura, política de recursos humanos, apoio e suporte, consequências da transferência)
Donald KirkpatrickNível 3 - Avaliar a transferência da formação
Características dos formandos
Competências capacidade cognitiva (tempo, energia, disponibilidade mental no
trabalho para transferir) experiência profissional (nível de proficiência atingido, cargo
ocupado e antiguidade na organização)
Factores de personalidade - satisfação com o trabalho, crenças de auto-eficácia, atitude face à mudança
Variáveis motivacionais - Motivação para aprender e motivação para transferir
Donald Kirkpatrick Nível 3 - Avaliar a transferência da formação
Concepção/design da formação
Garantir o ajustamento dos conteúdos (relevância e aprofundamento) às exigências do trabalho dos formandos
Assegurar que os modelos e práticas pedagógicas permitem aos formandos aprender o que se pretende que aprendam
Incluir conhecimentos sobre o modo de transferir a aprendizagem para o local de trabalho
Donald KirkpatrickNível 3 - Avaliar a transferência da formação
Contexto organizacional
Capaz de promover a aprendizagem contínua dos trabalhadores terá maior probabilidade de obter comportamentos pós-formativos
Capaz de propiciar um clima facilitador de transferência concretizado:
pela frequência de feedback sobre o desempenho pelo apoio dos pares e da hierarquia pela percepção das consequências positivas da utilização das
aprendizagens no desempenho profissional
Donald KirkpatrickNível 4 - Avaliação de Resultados
Qual o impacto da formação nos resultados da organização?
Objectivos:
Avaliar o impacto da formação em termos de resultados na actividade da organização
Ou avaliar a variação de indicadores concretos previamente estabelecidos que resultaram da análise de necessidades
Donald KirkpatrickNível 4 - Avaliação de Resultados
Indicadores de eficácia da formação:
Mais reuniões de trabalho em equipa entre professores
Melhoria nas práticas pedagógicas e de avaliação
Menor número de reclamações por parte dos pais relativamente às avaliações dos alunos
Melhoria no sucesso escolar dos alunos
Aumento da procura da escola por parte dos pais e alunos
Donald KirkpatrickNível 4 - Avaliação de Resultados
Técnicas mais utilizadas:
Análise dos resultados de intervenção específicos
Análise de painel de indicadores de performance
Aplicação da fórmula ROI (Return of Investment)
Análise custo-benefício
Donald Kirkpatrick
Segundo a American Society for Training and Development (2002):
78% das organizações avaliam as acções formativas ao nível da satisfação dos formandos - nível 1 reacção;
Somente 32% avaliam o nível 2, aprendizagem;
9% o nível 3, comportamento;
6% o nível 4, resultados
Assim, os níveis mais interessantes são os menos utilizados
Retorno do investimento (ROI)
Não basta obter bons resultados
É preciso garantir a recuperação do investimento feito
Objectivos do cálculo do Retorno do Investimento
Conhecer se a implementação de uma acção é rentável para a organização do ponto de vista financeiro
Identificar as vantagens e os inconvenientes de uma dada acção formativa
Retorno do investimento (ROI)
Não confundir Retorno do Investimento com Índice custo/benefício
ICB= benefícios brutos da formação/custos do programa
ROI= benefícios líquidos da formação/custos do programa
Retorno do investimento (ROI)Benefícios da formação
Evidentemente que a formação em qualquer organização gera benefícios e custos
É mais complexa a identificação dos benefícios
Existem três tipos de benefícios Melhorias no trabalho (mais fácil de quantificar) Inovação e a criatividade Satisfação/realização (mais difícil de quantificar)
Retorno do investimento (ROI)
Exemplo:
Os custos de um dado programa de formação são 20.000 euros (custos podem ser relativos a viagens, à realização da formação, à preparação material...) e os benefícios são de 100.000 euros (os benefícios podem ser relativos ao aumento da produtividade, à redução do absentismo...)
ICB = 100.000/20.000 = 5 Benefícios brutos
ROI = 80.000/20.000 x 100% = 400% Benefícios líquidos
KirkpatrickQuais os objectos de avaliação?
A satisfação dos formandos
O desempenho dos formadores
A adequação dos programas aos formandos
A aplicação dos conhecimento adquiridos
Os efeitos inesperados da formação
O impacto nos resultados da instituição
Modelo CIRO de WarrDomínios da avaliação
Contexto ou ambiente de partida da formação
Inputs a mobilizar para a intervenção educativa
Reacções dos participantes à formação
Outcomes (resultados) da formação
Modelo CIRO de Warr
A avaliação do contexto pretende compreender:
As razões que justificam a intervenção formativa
A distância entre as competências reais dos formandos e as desejadas
O tipo de saber a desenvolver na formação
O que se deseja modificar com a intervenção
Modelo CIRO de Warr
A avaliação dos inputs pretende analisar:
O processo de selecção dos formandos e dos formadores
Os conteúdos e a estratégia de formação
Os recursos materiais, humanos e financeiros de apoio
Modelo CIRO de Warr
A avaliação das reacções pretende:
Averiguar o grau de satisfação dos participantes em relação à formação desenvolvida
Modelo CIRO de Warr
A avaliação dos outcomes visa aferir os resultados da formação em termos:
Das competências desenvolvidas
Da aplicação das competências nos contextos de trabalho
Importa responder à questão: que mudanças ocorreram após a realização da formação?
StufflebeamModelo CIPP
A intenção da avaliação é servir de guia à tomada de decisões
A avaliação tem por finalidade o aperfeiçoamento do processo formativo a partir do levantamento de necessidades
O processo de decisão não acaba num dado momento é cumulativo e orientado por reajustamentos constantes rumo ao aperfeiçoamento
Modelo CIPPDomínios de análise
Contexto
Inputs da formação
Processo formativo
Produtos resultantes da formação
Modelo CIPP
A avaliação de contexto incide sobre:
As suas características
As necessidades de formação
As características dos participantes da formação
Os problemas que originaram as necessidades identificadas
A coerência entre necessidades sinalizadas e os objectivos
de aprendizagem propostos
Questões para avaliar o contexto Que objectivos se pretendem alcançar ao realizar o
diagnóstico de necessidades? Que tipo de informação se obtém quando se efectua o
diagnóstico?
De quem se obtém essa informação e com que métodos?
Quanto tempo é necessário?
Como se processam os dados?
Modelo CIPP
A avaliação de inputs incide sobre:
A suficiência de recursos materiais e humanos
Medidas alternativas à formação
A capacidade de resposta do sistema de formação
A sinalização de eventuais entraves à formação
A adequação da proposta formativa e as estratégias de intervenção
Questões para avaliar os “inputs”
Quais os critérios para seleccionar os formandos e os formadores?
Os formadores têm provas dadas na área da formação?
Quais são as expectativas dos formandos?
Qual o conhecimento, os interesses, as atitudes e as preocupações dos formandos?
Modelo CIPP
A avaliação do processo incide na: Implementação das intervenções formativas
Observação de processos de ensino-aprendizagem Conduta do formador Conduta dos formandos Relação entre formador e formandos Interacção dos formandos com os materiais pedagógicos
Sinalização de eventuais aspectos a melhorar
Questões para avaliar o processo
Como está a decorrer a formação?
Os conteúdos planificados estão a ser desenvolvidos?
O formador demonstra conhecimento e competência?
Os formandos tiveram oportunidade de praticar (simulações)?
Houve um equilíbrio entre as componentes teóricas e práticas?
Qual foi o ambiente durante a formação?
Os conteúdos têm aplicabilidade nos contextos de trabalho?
Modelo CIPP
A avaliação dos produtos incide sobre:
Resultados da formação (satisfação)
Resultados face a objectivos pré-definidos
Resultados face a necessidades do contexto
Questões para avaliar o produto
O que muda em consequência da proposta formativa:
A formação proporcionou aos formandos conhecimentos, competências, atitudes que antes não possuíam ?
Teve repercussões no contexto de trabalho (melhor desenvolvimento das tarefas, maior motivação e satisfação) ?
Teve repercussões na instituição (coesão, organização, participação, trabalho em equipa, resolução de conflitos) ?
Modelo CIPP
Segundo Roegiers (1997) este modelo teve sucesso na avaliação da formação devido:
À associação entre a avaliação e a tomada de decisão
À superação da avaliação reduzida aos produtos
À ênfase dada ao contexto
Hadji (1994)Modelo de “avaliação plural”
Remete para a dimensão pragmática e instrumental da avaliação: para que é que serve ?
Realça a temporalidade que é inerente ao processo de avaliação de uma acção (antes, durante e depois)
Destaca as diversas funções da avaliação
HadjiFunções na sequência da acção
Temporalidade Antes Durante Depois
Avaliação DiagnósticaPrognóstica
Formativa“Progressiva”
SumativaTerminal
Função OrientarAdaptar
RegularAperfeiçoar
VerificarCertificar
Centrada No produtor e suas
características
Nos processosNas actividades
Nos produtos
Hadji e os dispositivos de avaliação
Dispositivo é o conjunto das modalidades previstas de levantamento e tratamento da informação:
Circunstâncias e momentos Natureza das informações a recolher Instrumentos de ajuda nesse trabalho
Não pode haver dispositivo sem plano prévio
Hadji e os dispositivos de avaliação
Construir um dispositivo é organizar os meios (instrumentos, actores) de acordo com um plano estruturado em função:
Da natureza do projecto de avaliação
Da natureza do projecto de formação
Operações essenciais para construir dispositivos de avaliação
Questionar-se sobre o projecto de avaliação
Precisar o projecto de formação
Prever os procedimentos
Questionar-se sobre o projecto de avaliação
Qual é a intenção dominante do projecto de avaliação
Medir, apreciar, interpretar? Controlar, regular, compreender?
Que concepção dominante se tem da realidade avaliada (Para que serve?)
Modelo de funcionamento privilegiado
Precisar o projecto de formação
Finalidades
Transformações desejadas (a que níveis?)
Tipo de expectativa em relação aos formandos Actualização de conhecimentos? Competências? Qualidades pessoais? Atitudes?
Prever os procedimentos
Determinar a informação útil Porquê é que nos vamos interessar (objecto)?
Explicitar como é recolhida a informação útil
Quem vai efectuar a recolha? Quando? Por meio de que Instrumentos?
Definir o quadro de interpretação dessa informação
HadjiObjectos na avaliação das acções
O processo de formação
Os efeitos da formação
O processo de formação
O dispositivo O projecto (coerência e rigor) O plano (exequibilidade) Formadores (Quem? Lugar e papel? Formação?
Competências? Função? Estatuto?
O processo pedagógico (acção propriamente dita) Trabalho dos formadores (escolha dos conteúdos, das
actividades) Funcionamento da acção (métodos de trabalho, técnicas de
animação e dispositivo de avaliação)
Os efeitos da formação
Efeitos pedagógicos (resultados dos formandos)
Aprendizagens realizadas Evoluções assinaláveis Satisfação dos formandos
Impactes (consequências)
Evolução das práticas Eficácia das práticas
Figari e os conceitos em cascata Referente, referencial, referencialização
Para Lesne (1984) “avaliar é por em relação, de forma explícita ou implícita, um referido (o que é constatado ou aprendido de maneira imediata, o que é objecto de uma investigação sistemática) com um referente (o que desempenha o papel de norma, o que deve ser, o objectivo pretendido...)
Figari e os conceitos em cascata Referente, referencial, referencialização
Referencial
Modelo geral preexistente
Sistema de referências construído em torno da experiência e que apela a critérios elaborados em função da situação específica a tratar, representando a combinação de um conjunto de factores:
População em formação Contexto económico e técnico Competências dos professores e formadores Meios e métodos...
Referencialização: o que é?
“ (...) é um processo de elaboração do referente (...). A referencialização consiste em assinalar um contexto e em construir, fundamentando-o com os dados, um corpo de referências relativo a um objecto (ou a uma situação), em relação ao qual poderão ser estabelecidos diagnósticos, projectos de formação e avaliações (...).
Pretende ser um método de delimitação de um conjunto de referentes e nisso se distingue do referencial que, por sua vez, designa um produto acabado e, mais exactamente, uma formulação momentânea da referencialização” (Figari, 1996, 52)
Referencialização como metodologia de avaliação
Operação de avaliação = elucidação do pedido Qual a origem? Qual é o contexto e as finalidades da avaliação?
Objecto a avaliar O quê avaliar? Que dimensões do objecto vão ser avaliadas?
Referentes Em relação a quê se vai atribuir um sentido à informação? (leis, projectos, contexto
nacional e internacional) Critérios
Que aspectos representativos do objecto a avaliar vão ser escolhidos para proceder ao julgamento?
Referencialização como metodologia de avaliação
Indicadores Que índices, que características observáveis são escolhidas para verificar o grau de
alcance do critério Itens de recolha de dados
Quais serão, para cada critério,os descritores tomados em linha de conta? Que instrumento(s) construir ?
Interpretação dos resultados Que cruzamento de dados efectuar? Que significados atribuir aos resultados
Divulgar os resultados Que dizer aos diferentes actores da avaliação?Como? Como explorar os dados?
Modelo ICP de FigariDimensões Lógica de
GestãoFunção de Avaliação
Sequência temporal
Contexto de Análise
Induzido Projecto Prognóstica Antes Social, profissional e
individual
Construído Aprendizagem Formativa Durante Institucional e as estratégias
deliberdade
Produzido Avaliação Sumativa Depois Pedagógico Efeitos e
Resultados
Características do modelo de Figari
Dinâmico Embora haja uma sequencialidade temporal irreversível (antes-
durante-depois) as dimensões têm um carácter relacional e interaccional
Indissociável Porque não só as dimensões estão imbricadas entre si e têm zonas
de intersecção, como também se legitimam mutuamente
Iterativo As várias dimensões são interdependentes e mutuamente
enriquecedoras: o “induzido” é a base do “construído” que, por sua vez, dá origem ao “produzido” e este novamente ao “induzido”
Roegiers (1997)Modelo de “caixa aberta”
A construção de um dispositivo de formação é um processo de “referencialização progressiva”, atendendo à diversidade de referentes
Esta referencialização procura responder à necessidade de:
Situar o dispositivo de avaliação no seu contexto
Relacionar as diversas componentes internas a partir dos dados do contexto
Roegiers (1997)Modelo de “caixa aberta”
É assim caracterizado por duas razões:
Porque há uma permamente interacção com o meio, numa lógica de mútua influência
Porque permite delimitar os seus componentes internos para efeitos de análise de uma acção de formação
Roegiers (1997)Modelo de “caixa aberta”
Existe assim um duplo conjunto de elementos na análise de uma acção de formação:
Os referenciais que contribuem para contextualizar a acção (elementos externos)
Os componentes que caracterizam a acção (elementos internos)
Roegiers (1997)Modelo de “caixa aberta”
O autor distingue quatro tipos de referenciais em interacção:
O contexto geral
As necessidades dos actores
O funcionamento da instituição
O quadro normativo
Roegiers (1997)Modelo de “caixa aberta”
O contexto geral
Contexto alargado e abrangente
No qual devem ser considerados os aspectos sociais, culturais, económicos e políticos
Que directa ou indirectamente influenciam o funcionamento da instituição ou do dispositivo de formação
Roegiers (1997)Modelo de “caixa aberta”
As necessidades dos actores
Trata-se das “necessidades que estão ligadas às estratégias
dos actores, às pessoas e às histórias, ao funcionamento
quotidiano, às interacções de diversa natureza, aos desafios e
aos projectos”
Roegiers (1997)Modelo de “caixa aberta”
O funcionamento da instituição
É o conjunto de desafios que se consubstancia na política
oficial da instituição (plano estratégico, política educativa,
projecto educativo, plano de formação...) e nas informações
sobre o seu funcionamento (organigramas, regulamentos...).
Roegiers (1997)Modelo de “caixa aberta”
O Quadro normativo
É constituído pelo conjunto de dispositivos normativos
(legislativos, jurídicos, éticos, deontológicos...) aos quais a
instituição está submetida, quer sejam de natureza externa,
quer sejam de natureza interna.
Roegiers (1997)Modelo de “caixa aberta”
O autor identifica os seguintes componentes internos que caracterizam uma acção:
Os objectivos
Os produtos
Os meios
Meios previstos e meios efectivos
Roegiers (1997)Modelo de “caixa aberta”
Os objectivos
Dizem respeito à definição das acções a
desenvolver, tendo em vista a modificação de um
contexto esperado.
Roegiers (1997)Modelo de “caixa aberta”
Os produtos
Embora se possam distinguir vários tipos (os
resultados, os efeitos indirectos e os produtos
intermédios), este elemento constitui os efeitos do
desenvolvimento da acção.
Roegiers (1997)Modelo de “caixa aberta”
Os meios
É o conjunto de estratégias e recursos através do
qual se realiza o trânsito entre os objectivos e os
produtos, garantindo o sucesso da acção de
formação
Roegiers (1997)Modelo de “caixa aberta”
Meios previstos e meios efectivos
É a diferença relevante entre o que se previu
potencialmente utilizar e o que efectivamente se
realizou, relacionando-se com o próprio
desenvolvimento da acção.
Roegiers (1997)Modelo de “caixa aberta”
Para compreender a importância deste modelo não podemos ficar por esta apresentação analítica e estática
Trata-se de um modelo complexo e dinâmico, que implica uma combinatória de elementos e factores que entram em jogo numa acção de formação
Modelo de R. BrinkerhoffSete áreas de intervenção
Focalizar a avaliação Desenhar a estratégia avaliativa Recolher informação Analisar e interpretar a informação recolhida Apresentar resultados Gerir o processo avaliativo Avaliar a avaliação
(atenção à checklist que agora vamos desenvolver por área cf. pag. 27 do Guia de avaliação da formação)
Modelo de R. BrinkerhoffFocalizar a avaliação/questões críticas
Que dimensões avaliar? Qual a finalidade da avaliação? Quem será implicado no processo de avaliação? Que factores poderão afectar o processo? Quais as principais questões avaliativas? A avaliação tem potencial para ser bem
sucedida?
Modelo de R. BrinkerhoffDesenhar a estratégia/questões críticas
Quais as abordagens avaliativas disponíveis?
Que aspectos deve contemplar uma estratégia avaliativa?
Modelo de R. BrinkerhoffRecolher informação /questões críticas
Que tipo de informação deverá ser recolhida? Que procedimentos utilizar na recolha de
informação? Que quantidade de informação é preciso
recolher? Que instrumentos serão seleccionados? Como proceder para recolher informação ao
mais baixo custo?
Modelo de R. BrinkerhoffAnalisar informação /questões críticas
Como se pretende tratar os dados recolhidos?
Vale a pena tratar os dados recolhidos?
Como se pretende analisar a informação e interpretar os resultados obtidos ?
Modelo de R. BrinkerhoffApresentar resultados /questões críticas
Quem deverá receber os resultados da avaliação?
Qual deverá ser a estrutura do relatório?
Como poderão ser apresentados os relatórios?
Como poderão ser ajudados os destinatários na
interpretação dos resultados?
Quando devem ser apresentados os relatórios?
Modelo de R. BrinkerhoffGerir o processo /questões críticas
Quem pode acompanhar o processo de avaliação?
A quem compete a responsabilidade pelo processo?
Quanto custa implementar o processo?
Como poderão ser sequenciadas e calendarizadas
as actividades avaliativas?
Que obstáculos poderão surgir no processo?
Modelo de R. BrinkerhoffMeta-avaliação /questões críticas
Em que circunstâncias deverão ser implementados processos
meta-avaliativos?
A quem compete desenvolver o processo meta-avaliativo?
Que critérios deverão ser definidos?
Como poderá ser implementado um processo meta-avaliativo?
Que procedimentos podem ser associados ao processo?
Questões para orientar a Meta-avaliação0’ Sullivan, Jones e Reid (1990)
A avaliação foi suficientemente abrangente? Foram obtidos dados suficientes através de múltiplas fontes? Podem ser tomadas decisões com base nas avaliações? O desenho da avaliação teve qualidade técnica? Os dados foram apresentados de forma clara e compreensível? Os resultados foram válidos? A avaliação foi realizada de modo adequado? Os participantes foram implicados?
Modelos de avaliaçãoAbordagem PERTA
Preparar a intervenção avaliativa
Elaborar e testar instrumentos para recolha de dados
Realizar a estratégia de avaliação
Tratar e analisar os dados
Apresentar os resultados da avaliação (ver guia de avaliação da formação que enviei em pdf , sobretudo a parte que diz
respeito ao desenvolvimento de uma estratégia avaliativa pag.83-111 )
Fase I - Preparar a intervenção avaliativa
Conhecer o contexto de partida da formação
Planear as intervenções avaliativas
Conhecer o contexto
Compreender as razões que deram origem à formação
Analisar a proposta de formação
Sinalizar e compreender as características dos destinatários da formação
Sinalizar as características da organização de acolhimento
Planear as intervenções avaliativas
Quais os objectivos da avaliação pretendida?
Quais as questões avaliativas a efectuar?
Em que momentos deverão ser desenvolvidas as
intervenções avaliativas?
Quem são os actores da avaliação?
Qual o quadro de referência avaliativo ?
Que métodos de avaliação são os mais adequados?
Como serão apresentados os resultados?
Fase II - Elaborar e testar instrumentos para recolher dados
Construir instrumentos para aplicar nas actividades de avaliação
Que tipo de informação deverá ser recolhida? Que procedimentos utilizar na recolha de informação? Que quantidade de informação é preciso recolher? Que instrumentos serão seleccionados? Como proceder para recolher informação ao mais baixo custo?
Analisar os instrumentos de avaliação do ponto de vista da validade e fidelidade
Fase III - Realizar a abordagem avaliativa
Realizar intervenções avaliativas antes da execução da formação (avaliação ex-ante)
Realizar intervenções avaliativas durante a execução da formação (avaliação on-going)
Realizar intervenções avaliativas após a execução da formação (avaliação ex-post)
Realizar intervenções avaliativas antesAvaliação ex-ante
Ter presente as várias perspectivas da avaliação diagnóstica
Os objectivos que norteiam a realização de uma avaliação diagnóstica Reanalisar resultados de diagnósticos de necessidades já realizados Decidir qual a abordagem mais adequada para o contexto em análise Informar os vários actores dos objectivos da avaliação a realizar Decidir a intervenção de avaliação diagnóstica
Preparar resultados para serem comparados com resultados intermédios e finais da formação
Reanalisar os resultados da avaliação diagnóstica no decurso da formação Reanalisar os resultados da avaliação diagnóstica no final da formação
Realizar intervenções avaliativas duranteAvaliação on-going
Preparar e realizar as avaliações de reacções (nível 1)
Ter presente o âmbito de uma avaliação de reacção Verificar se são contempladas na avaliação as dimensões críticas da formação Considerar a diversidade de técnicas disponíveis Preparar os formandos para participarem na avaliação Realizar as intervenções antes e no final
Preparar as avaliações de aprendizagens (nível 2)
Ter presente o âmbito de uma avaliação de aprendizagens Verificar se são contempladas na avaliação os saberes e competências a desenvolver Considerar a diversidade de técnicas disponíveis Preparar os formandos para participarem na avaliação Realizar as intervenções antes, durante e no final
Realizar intervenções avaliativas apósAvaliação ex-post
Preparar uma avaliação de 3º nível
Ter presente o âmbito de uma avaliação de 3º nível Sinalizar os factores que podem inibir ou facilitar o processo de transferência Mobilizar os actores para a realização de actividades que potenciam a transferência Sinalizar as técnicas a aplicar numa avaliação de 3º nível Reflectir sobre a importância da entrevista de “saída”
Realizar a intervenção (uma proposta possível)
Realizar uma entrevista de “chegada” Elaborar um plano de acção Disponibilizar ao ex-formando um instrumento para autoavaliação e acompanhamento de
progressos Realizar uma reunião de acompanhemento/avaliação de progressos
Realizar intervenções avaliativas apósAvaliação ex-post
Generalizar as mais valias da formação no contexto da organização
Definir estratégias de acção Mobilizar os actores a implicar na execução das estratégias pré-definidas
Avaliar impactes da formação na organização (nível 4)
Ter presente as razões fundamentais que conduziram à formação Analisar os indicadores susceptíveis de sofrerem impacte na sequência da
formação Sinalizar outras medidas que possam ter impactes nos mesmos indicadores Estimar os benefícios da formação (valor acrescentado percepcionado pelos vários
actores directos ou indirectos da formação)
Realizar intervenções avaliativas apósAvaliação ex-post
Generalizar as mais valias da formação no contexto da organização
Definir estratégias de acção Mobilizar os actores a implicar na execução das estratégias pré-definidas
Avaliar impactes da formação na organização (nível 4)
Ter presente as razões fundamentais que conduziram à formação Analisar os indicadores susceptíveis de sofrerem impacte na sequência da
formação Sinalizar outras medidas que possam ter impactes nos mesmos indicadores Estimar os benefícios da formação (valor acrescentado percepcionado pelos vários
actores directos ou indirectos da formação)
Fase IV - Tratar e analisar os dados e produzir relatórios de avaliação
Tratar os dados recolhidos
Decidir que tipo de dados tratar e como tratar Validar os dados seleccionados Codificar os dados seleccionados para respectivo tratamento Verificar se a amostra de respondentes é representativa Verificar se os métodos de recolha de dados foram adequados
Analisar os dados após respectivo tratamento Verificar se as questões avaliativas pré-estabelecidas foram respondidas Aferir sobre o tipo de análise mais adequada Verificar se da análise efectuada resulta informação relevante para a tomada
de decisão Verificar se a informação produzida é suficientemente credível
Fase IV - Tratar e analisar os dados e produzir relatórios de avaliação
Produzir os conteúdos do relatório
Discutir com os actores a natureza e os conteúdos dos relatórios Destacar as mensagens mais importantes do processo de avaliação Apresentar vários cenários para propostas de melhoria de práticas Utilizar uma linguagem acessível Optar por uma estrutura adequada
Elaborar recomendações Elaborar recomendações com base nas informações produzidas Considerar os custos associados à concretização de cada recomendação Considerar na elaboração das considerações a capacidade de decisão dos
actores para as pôr em prática Sinalizar os resultados a alcançar com a concretização das recomendações
Fase IV - Tratar e analisar os dados e produzir relatórios de avaliação
Produzir os conteúdos do relatório
Discutir com os actores a natureza e os conteúdos dos relatórios Destacar as mensagens mais importantes do processo de avaliação Apresentar vários cenários para propostas de melhoria de práticas Utilizar uma linguagem acessível Optar por uma estrutura adequada
Elaborar recomendações Elaborar recomendações com base nas informações produzidas Considerar os custos associados à concretização de cada recomendação Considerar na elaboração das considerações a capacidade de decisão dos
actores para as pôr em prática Sinalizar os resultados a alcançar com a concretização das recomendações
Fase V - Apresentar os resultados da avaliação
Definir uma estratégia para apresentar os resultados da avaliação
Decidir a quem, como, quando, quem e onde devem ser apresentados os resultados
Ter presente as várias possibilidades para apresentação dos resultados Recolher informação sobre a satisfação relativa à forma como foram
apresentados os resultados
Elaborar planos de acção Sinalizar previamente recomendações de melhoria a implementar Sinalizar acções e os actores que vão implementar as medidas propostas Identificar os resultados que se espera alcançar Desenvolver o calendário mais adequado à produção dos resultados
Bibliografia
Consultar textos:
Barbier (1990). A avaliação em formação. Porto: Ed. Afrontamento
Figari (1996). Avaliar: que referencial? Porto: Porto Editora
Flor Cabrera, A. (2003). Evaluación de la formación.Madrid: Ed. Síntesis
Garcia (1999). Formação de Professores. Porto Editora (pp. 212-222)
IQF (2006). Guia para a avaliação da formação (pp. 78-110).
Rodrigues (2002). Avaliação da formação pelos participantes em entrevista de investigação.Lisboa: FCG