AVALIAÇÃO DE INDICADORES DE DESEMPENHO E ECONÔMICOS EM ... CONSAD/paineis... · Em novembro de...
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AVALIAÇÃO DE INDICADORES DE DESEMPENHO E
ECONÔMICOS EM MUNICÍPIO EM GESTÃO PLENA
DO SISTEMA MUNICIPAL
Leonardo Di Colli Luiz Cordoni Junior
Tiemi Matsuo
II Congresso Consad de Gestão Pública – Painel 44: Gestão da saúde
AVALIAÇÃO DE INDICADORES DE DESEMPENHO E ECONÔMICOS EM MUNICÍPIO
EM GESTÃO PLENA DO SISTEMA MUNICIPAL
Leonardo Di Colli Luiz Cordoni Junior
Tiemi Matsuo
RESUMO A Norma Operacional Básica do SUS 01/96 proporcionou aos municípios a habilitação na modalidade de gestão plena do sistema municipal ou da gestão da atenção básica. Foi considerada como a mais descentralizadora de todas as anteriores e possibilitou aos municípios gerir seus próprios recursos e implantar estratégias que contemplassem a saúde da população. O objetivo deste estudo foi analisar e comparar indicadores hospitalares e ambulatoriais nos períodos antes e após a implantação da gestão plena no Município de Apucarana. Baseou-se na análise de dados obtidos do sistema de informações hospitalares (S.I.H) e ambulatoriais (S.I.A.) do SUS, disponíveis em CD-ROM, tabulados pelo programa TABWIN do Ministério da Saúde. A construção dos indicadores foi baseada na seleção daqueles que poderiam demonstrar alterações em decorrência da intervenção. Foram examinados os indicadores que seguem. Desempenho: taxa de internação hospitalar, proporção de evasão e invasão das internações, proporção de internação por clínica, tempo de permanência e número de procedimentos ambulatoriais. Econômicos: gasto per capita, custo médio das autorizações de internação hospitalar, gastos com internações hospitalares da população residente no próprio município e de residentes em outras localidades, gastos com atendimento ambulatorial, relação entre gastos ambulatorial e hospitalar e proporção de gastos com atenção básica em relação aos gastos totais com saúde. A análise da evolução, considerando o período de 10 anos, realizou-se através da análise de variância para avaliar o modelo de regressão linear estimado em função do tempo, através do programa The SAS System. A comparação entre os períodos foi realizada utilizando-se a distribuição de Poisson. Os valores em reais foram atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) – do IBGE. Ficaram demonstradas as alterações ocorridas nos indicadores nos períodos de 1996-1997 e 2000- 2001, antes e após a implantação da gestão plena, e na série histórica, de 1995 a 2004. O aumento da resolutividade dos serviços, o melhor acesso da população aos serviços de saúde de nível primário e secundário, a garantia às pactuações intermunicipais, o melhor desempenho do sistema municipal de controle, avaliação e auditoria, a melhor confiabilidade da alimentação dos bancos de dados e a melhora da tecnologia médica foram os aspectos que demonstraram relação com a implantação da Gestão Plena do Sistema no Município de Apucarana. Palavras-chave: Avaliação. Gastos com hospitalização. Gastos em saúde. Sistema de saúde. Serviços de saúde.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 03
2 JUSTIFICATIVA...................................................................................................... 10
3 OBJETIVO.............................................................................................................. 11
3.1 Objetivo geral....................................................................................................... 11
4 MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................... 12
4.1 Local de estudo.................................................................................................... 12
4.2 Tipologia............................................................................................................... 13
4.3 Fonte e processamento de dados........................................................................ 13
4.4 Análise estatística................................................................................................ 14
4.5 Seleção dos indicadores...................................................................................... 14
4.5.1 Indicadores de desempenho do sistema.......................................................... 15
4.5.2 Indicadores econômicos................................................................................... 15
4.6 Análise das informações...................................................................................... 15
4.7 Aspectos éticos.................................................................................................... 15
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................. 16
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 27
7 REFERÊNCIAS....................................................................................................... 29
3
1 INTRODUÇÃO
O processo de descentralização das ações de saúde teve início na
década de 80, a partir do Movimento Sanitário, reunindo vários atores entre eles
secretários municipais de saúde, políticos e técnicos, que manifestaram a
preocupação em garantir a descentralização e em ampliar a autonomia de gestão
municipal. Tal processo foi reforçado a partir do “repasse automático de recursos
entre as esferas de governo” (GOULART, 1996).
Municipalizar a saúde é fazer com que o governo municipal defina, junto
com a comunidade, o funcionamento local da atenção à saúde. Esse processo
também pode ser entendido como uma importante estratégia para garantir que os
recursos alcancem todo o território nacional com critérios mais eqüitativos e mais
justos em relação aos que vinham sendo adotados. Portanto, a municipalização
abrange a transferência legal, material e política dos serviços de saúde executados
pela União e Estados para a esfera local, pressupondo o deslocamento do fluxo de
poder político, técnico e administrativo aos municípios.
Com a realização da VIII Conferência Nacional de Saúde em 1986, houve
a legitimação dos princípios doutrinários do Sistema Único de Saúde: integralidade,
universalidade e eqüidade e também dos princípios organizativos: a regionalização e
hierarquização, a descentralização, comando único e participação da comunidade,
os quais foram incorporados ao texto constitucional de 1988, criando-se o Sistema
Único de Saúde, (SUS), regulamentado pelas Leis Orgânicas da Saúde (Leis
8.080/90 e 8.142/90) (BRASIL, 2002e).
Em 1991, a Secretaria Nacional de Assistência à Saúde, do Ministério da
Saúde, reúne as Portarias de 15 a 20 e a Resolução 258, do Instituto Nacional da
Assistência Médica e Previdência Social (INAMPS) – na forma da NOB 01/91, norma
administrativa editada com vistas a regulamentar as transferências de recursos
financeiros da União para os Estados e Municípios, o planejamento das ações de
saúde, os mecanismos de controle social e dar cumprimento à disciplina
constitucional e legal sobre a ação sanitária do Estado na forma de Sistema Único
de Saúde (SIMÕES, 2004).
Essa importante norma administrativa será a primeira de uma série de
NOBs que traçarão o desenvolvimento e a implementação de uma política
descentralizadora na área de saúde no Brasil. A NOB 01/91 destaca-se pela criação
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do Sistema de Informação Hospitalar (SIH/SUS) e do Sistema de Informação
Ambulatorial (SIA/SUS) que serão os mecanismos, doravante, de organização e
operacionalização dos pagamentos dos serviços hospitalares e ambulatoriais.
A NOB 01/91 irá adotar critérios para a distribuição das AIHs (Autorização
de Internação Hospitalar), tendo como base a produção cujo parâmetro de
internações seria de 10% da população/ano.
A formulação da NOB 01/93 foi editada em contexto caracterizado
principalmente pelos seguintes aspectos e eventos associados à política de saúde
no início da década de 1990: o avanço da municipalização propiciada pela NOB
01/91 e expressivo envolvimento dos secretários municipais de saúde no
direcionamento da política de saúde; as críticas e dificuldades do processo de
descentralização da política de saúde; e, finalmente, o desenvolvimento da IX
Conferência Nacional de Saúde em 1992, a qual teve como tema central “Sistema
Único de Saúde: a Municipalização é o Caminho”. Esta conferência veio reforçar
a proposta de descentralização e tomar posição em relação ao cumprimento da
Constituição e das Leis Orgânicas (LEVCOVITZ; LIMA; MACHADO, 2001 ).
Nesta norma, NOB 01/93, foram estabelecidas três formas de gestão: a
incipiente, a parcial e a semiplena, porém, só em 1994, com o decreto 1.232 de 30
de agosto, foi regulamentada e viabilizada operacionalmente a transferência
automática e direta dos recursos para os municípios em gestão semiplena
(SIMÕES, 2004).
Uma outra medida que contribuiu para o cumprimento dos preceitos
legais da descentralização e do comando único em cada esfera de governo foi a
extinção do INAMPS, através da Lei no 8689 em julho de 1993. Dessa forma, as
funções, competências, atividades e atribuições do INAMPS, que muitas vezes se
confundiam com as do Ministério da Saúde, passam a ser absorvidas pelas
instâncias federal, estadual e municipal, gestoras do SUS (CARVALHO; MARTIN;
CORDONI JUNIOR, 2001).
A partir de 1994, diversos municípios brasileiros habilitaram-se à condição
de gestão semiplena.
Em novembro de 1996, instituiu-se a NOB 01/96, por intermédio da
Portaria no 2.203, que propõe dois modelos de gestão: plena da atenção básica e
plena do sistema municipal (BRASIL, 2001a).
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Assim, os municípios que se habilitaram na condição de Gestão Plena do
Sistema Municipal tinham como responsabilidades:
a) Elaboração de programação municipal dos serviços básicos, inclusive
domiciliares e comunitários e, da proposta de referência ambulatorial
especializada e hospitalar para seus munícipes, com incorporação
negociada à programação estadual;
b) Gerência das unidades ambulatoriais próprias;
c) Gerência de unidades ambulatoriais do estado ou da União, salvo se a
Comissão Intergestores Bipartite ou a Comissão Intergestores Tripartite
definir outra divisão de responsabilidades;
d) Reorganização das unidades sob gestão pública (estatais, conveniadas
e contratadas), introduzindo a prática do cadastramento nacional dos
usuários do SUS, com vistas à vinculação de clientela e à
sistematização da oferta dos serviços;
e) Prestação dos serviços relacionados aos procedimentos cobertos pelo
Piso da Atenção Básica e acompanhamento, no caso de referência
interna ou externa ao município, dos demais serviços prestados aos
seus munícipes, conforme Programação Pactuada Integrada, mediado
pela relação gestor-gestor com a Secretaria de Estado da Saúde e as
demais Secretaria Municipais da Saúde;
f) Normalização e operação de centrais de controle de procedimentos
ambulatoriais e hospitalares relativos à assistência aos seus munícipes
e à referência intermunicipal;
g) Contratação, controle, auditoria e pagamentos aos prestadores de
serviços ambulatoriais e hospitalares, cobertos pelo Teto Financeiro da
Gestão Municipal;
h) Administração da oferta de procedimentos ambulatoriais de alto custo e
procedimentos hospitalares de alta complexidade conforme a
Programação Pactuada Integrada (PPI) e segundo normas federais e
estaduais;
i) Operação do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) e do Sistema
de Informações Ambulatorial SIA/SUS, conforme normas do Ministério
da Saúde, e alimentação junto às Secretarias de Estado da Saúde
(SES), dos bancos de dados de interesse nacional;
j) Manutenção do cadastro atualizado de unidades assistenciais sob sua
gestão, segundo normas do MS;
6
k) Avaliação permanente do impacto das Ações do Sistema sobre as
condições de saúde dos seus munícipes e sobre o meio ambiente;
l) Execução das ações básicas, de média e alta complexidade em
vigilância sanitária, bem como, opcionalmente, as ações do Plano
Diretor de Ações da Vigilância Sanitária;
m) Execução de ações de epidemiologia, de controle de doenças e de
ocorrências mórbidas, decorrentes de causas externas, como
acidentes, violências e outras incluídas no Teto Financeiro de
Endemias e Combate a Doenças (TFECD).
Para se habilitar à gestão plena do sistema municipal, alguns requisitos
foram exigidos, como a comprovação do funcionamento do Conselho Municipal de
Saúde (CMS) e da operação do Fundo Municipal de Saúde (FMS); assumir o
compromisso de participar da PPI; comprovar capacidade técnica e administrativa
para desenvolver ações de sua responsabilidade. As prerrogativas eram obter
transferências de recursos federais e ter o conjunto das unidades ambulatoriais
especializadas e hospitalares de seu território, até mesmo as privadas contratadas
pelo SUS, subordinadas à gestão municipal (SILVA, 2001).
Em 1998, inicia-se a habilitação dos municípios à gestão plena da
atenção básica e plena do sistema municipal, entrando em vigor, de fato, a NOB
SUS/96. O processo expande-se rapidamente e 5.516 dos 5.560 municípios
brasileiros já se encontravam habilitados no dia 31 de dezembro de 2001. Destes,
4.952 municípios estavam na gestão plena da atenção básica e 564 na gestão plena
do sistema municipal (BRASIL 2002d).
A gestão plena do sistema trouxe avanços à maioria dos municípios que a
implantaram, devido às exigências requeridas e contidas na NOB 01/96 para sua
habilitação (BRASIL, 2002d). Assim, proporcionou aos gestores adquirirem
conhecimentos administrativos anteriormente somente dominados por setores
específicos da administração pública. Os gestores passaram a participar da
elaboração de leis específicas municipais a exemplo da lei que cria o sistema
municipal de controle, avaliação e auditoria, as Leis de Diretrizes Orçamentárias
(LDO), dos orçamentos propriamente ditos, dos Planos Plurianuais (PPA) e outros
relacionados à área da saúde como os pactos de Atenção, as PPI, os Planos de
Descentralização e Regionalização (PDR)) e ainda os levou a participar da
elaboração de projetos específicos para a saúde. Além disso, tiveram que incluir em
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suas agendas as reuniões das Comissões Intergestores Bipartites (CIB) regionais e
estaduais e da Comissão Intergestores Tripartites (CIT).
Com isso, os fundos municipais de saúde passaram a ser gerenciados
pelos secretários municipais de saúde, os quais assumiram o compromisso dos
pagamentos aos prestadores tanto privados como filantrópicos e pelos serviços
prestados quer hospitalares ou ambulatoriais. Tiveram que adquirir domínio sobre os
recursos repassados e exercer maior controle sobre eles. Esse domínio foi
importante para ampliar os setores municipais de controle, avaliação e auditoria, e
efetivamente controlar os gastos, uma vez que os recursos poderiam ser
insuficientes para pagamento de suas faturas.
Tiveram que prestar contas dos gastos aos Conselhos Municipais de
Saúde e em audiências públicas, em câmaras municipais. Exigiu-se desses gestores
a apresentação dos relatórios de gestão, obrigatoriedade de alimentação dos
bancos de dados do DATASUS e do Ministério da Saúde e o cumprimento das
metas pactuadas nas agendas municipais de saúde.
As avaliações em saúde constituem-se ainda em uma área em
desenvolvimento, tanto metodológico como conceitual, e fazem parte hoje, das
preocupações de gestores do setor público e privado.
Segundo a definição consagrada de Scriven e utilizada por vários autores,
Contandriopoulos et al (1997) e Whorten et al (1997) reafirmam que o processo de
avaliação consiste, fundamentalmente, em fazer um julgamento de valor a respeito
de uma intervenção ou sobre qualquer um de seus componentes, com objetivo de
ajudar na tomada de decisões.
Neste sentido, a avaliação torna-se um processo dinâmico, integrado ao
processo decisório, devendo estar presente nas diferentes esferas de gestão. Deve
ser um processo permanente e sistemático, articulado às ações implementadas, com
vistas a subsidiar a definição de problemas, reorientar estratégias desenvolvidas,
fornecer elementos para a transformação das práticas sanitárias, mensurar impactos
das ações sobre a condição de vida de saúde das populações e sobre a
organização dos serviços. Portanto, a avaliação torna-se etapa fundamental para
gestão de serviços de saúde (SOLLA; SANTOS, 2002).
Existem diversas metodologias de avaliação. Uma das mais clássicas é a
preconizada por Donabedian (1992), que teve como referência a teoria dos
sistemas, concebendo a tríade: estrutura, processo e resultados.
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O componente estrutura corresponde à avaliação de recursos existentes
para a execução dos serviços. Esses recursos são: físicos, compreendendo planta
física, equipamentos, materiais de consumo; recursos humanos, compreendendo
número e qualificação dos mesmos; fontes e recursos financeiros para manutenção
da infra-estrutura e da tecnologia disponível. Este último compreende o
conhecimento disponível e organizado como processo de trabalho, que viabilize a
otimização da utilização dos outros recursos disponíveis na estrutura.
O componente processo corresponde à avaliação da execução das
atividades e da dinâmica apresentada na inter-relação entre elas. A análise das
relações entre as atividades deverá possibilitar a avaliação da utilização da
tecnologia prevista na estrutura, para ser aplicada na execução. Na medida em que
o processo de trabalho do setor saúde implica, necessariamente, a efetiva
participação do usuário para a obtenção de um produto, fica claro que não é
possível a avaliação do processo sem o envolvimento deste usuário, a quem se
destina cada atividade do processo de forma imediata durante a execução. Para a
avaliação do uso da tecnologia no processo, será necessária a pré-definição de
critérios ou de parâmetros, que poderão ser implícitos ou explícitos aos provedores
dos serviços. Desta forma, pode-se analisar quão adequadas e apropriadas ao
cliente foram as ações executadas.
O componente resultado refere-se aos efeitos ou aos produtos das ações
realizadas pelos serviços de saúde, que modificaram a situação de saúde dos
usuários ou da comunidade. Levando-se em conta que situações de saúde se
modificam devido a fatores sociais, é necessário o conhecimento prévio da situação
para que se possa atribuir a modificação observada ao processo de intervenção,
objeto da avaliação.
Embora a tipologia de Donabedian seja largamente utilizada, existem
outras metodologias para avaliar serviços de saúde. A metodologia a ser adotada
depende do que se quer avaliar e da perspectiva do avaliador. Não há instrumentos
que visem enfocar a rede de serviços como um todo, existindo, portanto, um enorme
espaço para a criatividade na construção de novas formas de avaliar o sistema de
saúde (SILVER, 1992).
No Brasil, esforços têm sido realizados na elaboração de uma
metodologia mais apropriada para avaliar sistemas de saúde. Desde 1988, o
Ministério desenvolve o Programa Nacional de Avaliação de Serviços Hospitalares
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(PNASH), que tem por objetivo avaliar a satisfação dos usuários em relação aos
serviços de pronto socorro, internação e ambulatório hospitalar. Recentemente, em
2004, este programa foi renomeado para Programa Nacional de Avaliação dos
Serviços de Saúde (PNASS).
Outras iniciativas importantes sendo realizadas são: o Projeto de
Desenvolvimento de Metodologia de Avaliação de Desempenho do Sistema de
Saúde Brasileiro (PRO-ADESS) e a avaliação do Projeto de Expansão e
Consolidação do Saúde da Família (PROESF).
O PRO-ADESS tem como objetivo a elaboração e implementação de uma
metodologia para avaliar o desempenho dos serviços de saúde no âmbito nacional,
bem como, de uma proposta de implementar indicadores para monitorar o acesso e
utilização desses serviços e de alocação de recursos financeiros para os mesmos
(PROJETO... 2003).
O PROESF é uma iniciativa do Ministério da Saúde, apoiado pelo Banco
Mundial, voltado para a organização e fortalecimento da atenção básica em saúde
no país, cujo período de implementação compreende os anos de 2002 a 2009. A
proposta de monitoramento e avaliação dos municípios participantes está incluída no
plano institucional de avaliação da atenção básica, sem perder de vista as
necessidades e metas específicas e acordadas no projeto. Vários métodos estão
sendo propostos por diversos grupos de pesquisa, inclusive com manuais já
elaborados, porém nenhum se encontra ainda devidamente implantado (PROJETO...
2006).
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2 JUSTIFICATIVA
Implantar estratégias de avaliação nas diferentes esferas de governo
depende não só do caráter técnico-científico, mas também da vontade política de
cada dirigente. A cada dia se torna mais evidente a importância da avaliação como
fundamentação do planejamento das políticas públicas de saúde.
Discussões sobre a gestão do sistema municipal têm sido realizadas em
reuniões de conselhos municipais de saúde e nas conferências municipais de saúde
por todos os segmentos da sociedade com objetivo de avaliar empiricamente se a
implantação desta forma de gestão trouxe avanços para o Município. A inexistência
de um estudo completo impede maiores discussões sobre esta intervenção.
Considerando este tema, avaliação de uma modalidade de gestão, esta
pesquisa deve-se também ao fato de este profissional ter acompanhado e
participado do processo de descentralização e implantação da NOB 01/96.
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3 OBJETIVO
3.1 Objetivo geral
Analisar a possível influência da adoção da Gestão Plena do Sistema
Municipal do Município de Apucarana no desenvolvimento dos serviços de saúde.
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4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Local de estudo
O Município de Apucarana localiza-se na região norte do Paraná,
distanciando-se 370 Km da capital Curitiba, 60 de Londrina e 80 de Maringá.
Apresenta uma área geográfica de 54.438 hectares, com uma população de 107.827
habitantes (IBGE, 2005h). É Município-pólo do Vale do Ivaí, região que compreende
28 municípios (APUCARANA, 2005).
Encontra-se habilitado na Gestão Plena do Sistema Municipal através da
portaria no 2.564 de 04/05/98 publicada em Diário Oficial da União em 05/05/98
(BRASIL, 1998). Habilitou-se em Gestão Plena do Sistema Municipal nos termos da
NOAS 01/2002 através da portaria 2.420/GM de 30/12/02 (BRASIL, 2002c). Com a
implantação da GPSM, houve a necessidade de estruturação dos serviços em
virtude do processo de repasse dos recursos os quais devem ser transferidos Fundo
a Fundo. O orçamento municipal se adequou à nova gestão, estabelecendo
dotações anteriormente não previstas e que devem ser programadas nas Leis de
Diretrizes Orçamentárias e conseqüentemente nos orçamentos anuais.
Os serviços de saúde oferecidos à população são distribuídos por 25
unidades básicas de saúde e uma unidade central, contando com 28 equipes de
PSF e 12 equipes de Saúde Bucal. As consultas e exames especializados estão
pactuados com o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Ivaí e Região
(CISVIR) e o agendamento acontece através de uma central localizada na sede da
Autarquia Municipal de Saúde. Os atendimentos hospitalares são prestados pelos
dois hospitais da cidade, dos quais um é privado e outro filantrópico, oferecendo
juntos um total de 317 leitos, dos quais 193 são destinados ao SUS. Os hospitais do
Município possuem um total 26 leitos de UTI, sendo que dois são pediátricos, seis
neonatais e 18 para adultos, todos ofertados ao SUS. O número de leitos
cadastrados pelo SUS é de 1,84 para cada 1.000 habitantes e somando-se ao
privado um total de 3,02 leitos para cada 1.000 habitantes.
13
4.2 Tipologia
Este estudo foi desenvolvido como uma pesquisa avaliativa, do tipo antes
e depois e de tendência, pretendendo-se analisar uma intervenção, neste caso a
gestão plena do sistema municipal (GPSM) – NOB 01/96, no processo de
descentralização administrativa e de gestão dos serviços de saúde.
Trata-se também de um estudo de caso por se caracterizar como um
sistema de saúde e permitir aprofundar o conhecimento através da análise
documental (CORDONI JUNIOR, 2005).
4.3 Fonte e processamento de dados
A avaliação teve como base dados quantitativos, oriundos dos Sistemas
de Informação do Ministério da Saúde obtidos em CD-ROM. Foram utilizados o
Sistema de Informação Ambulatorial (SIA/SUS) (BRASIL, 1995-2004a) e o Sistema
de Informações Hospitalar (SIH/SUS) (BRASIL, 1995-2004b).
Foram estudados os anos de 1996-1997, período em que o Município se
encontrava na gestão parcial conforme NOB 01/93 e 2000 – 2001, após a entrada
na Gestão Plena do Sistema Municipal e série histórica, de 1995-2004,
considerando-se o período de 10 anos. Somente para análise da produção
ambulatorial foram comparados os anos de 1998-1999 aos de 2000-2001, devido à
mudança na forma de pagamento do SIA, com a implantação do per capita municipal
do Piso da Atenção Básica. O SIA SUS foi implantado para pagamento por
produção, ou seja, quanto maior a produção de serviços maior seria o repasse.
Neste sentido, nos anos anteriores a implantação da NOB 01/96, os municípios
apresentavam sempre fatura completa e portanto, sobre-registro dos procedimentos
ambulatoriais.
Em relação aos recursos financeiros, foram utilizados os dados
constantes no site do Ministério da Saúde, especificamente dos repasses do Fundo
Nacional de Saúde ao Fundo Municipal de Saúde e tiveram seus valores atualizados
pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor – INPC/IBGE através do site do Banco
Central do Brasil (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2005).
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Os dados referentes à população foram obtidos pelo site do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2005a a 2005h) e a população estudada
compreende aquela referente aos anos de 1995-2004.
A coleta de dados foi realizada a partir de CD-ROM fornecidos pelo
DATASUS, processados e tabulados pelo programa TABWIN, versão 3.3 do
Ministério da Saúde. Utilizou-se também da planilha Excel para elaboração de
tabelas e gráficos. O Sistema de Informação de Nascidos Vivos (SINASC) foi
utilizado para avaliar resultados de alguns indicadores que requeriam interpretações
relacionadas aos nascimentos, disponíveis também em CD-ROM (BRASIL, 2003a).
4.4 Análise estatística
Em relação à evolução dos indicadores, utilizou-se análise de regressão
considerando-se o período de 10 anos (1995-2004). Estimou-se o modelo de
regressão linear e a sua significância foi avaliada com o teste F de análise de
variância. Esta análise foi realizada no programa The SAS System (1989).
A comparação dos indicadores nos períodos, dois anos antes da
implantação da gestão plena e dois anos posteriores, foi realizada utilizando a
distribuição de Poisson (KIRKWOOD, 1988). Os cálculos foram efetuados na
planilha eletrônica Excel.
Todos os testes estatísticos foram realizados ao nível de probabilidade de
significância de 5%.
4.5 Seleção dos indicadores
A metodologia para seleção dos indicadores foi construída a partir de um
grupo de estudo formado por orientadores e alunos do mestrado de Saúde Coletiva
da Universidade Estadual de Londrina, cujas dissertações tinham como foco
principal a avaliação de serviços de saúde.
A escolha de indicadores foi realizada por etapas. A primeira envolveu a
busca de marcos teóricos, importantes para fundamentar a seleção, ou seja, definir
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conceitos como avaliação de desempenho dos serviços de saúde, indicadores,
atenção básica, planejamento e gestão.
A segunda etapa contemplou a seleção do conjunto de indicadores, suas
descrições, cálculos, requisitos, parâmetros, e o desenvolvimento de uma ficha de
qualificação, a fim de registrar todas as referências consultadas e os critérios de
escolha destes indicadores.
4.5.1 Indicadores de desempenho do sistema
Os indicadores de desempenho do sistema estudados são: taxa de
internação hospitalar, proporção de evasão e invasão de internações hospitalares,
proporção de internação por clínica, tempo de permanência e número de
procedimentos ambulatoriais.
4.5.2 Indicadores econômicos
Os indicadores econômicos selecionados para este trabalho são: gasto
per capita com internação, custo médio das autorizações de internação hospitalar,
gastos com internação hospitalar, gastos com atendimento ambulatorial, relação
entre gasto ambulatorial e gasto hospitalar e a proporção de gastos com atenção
básica em relação aos gastos totais com saúde.
4.6 Análise das informações
Os indicadores foram comparados antes e depois da intervenção e
confrontados com a análise de tendência de cada indicador.
4.7 Aspectos éticos
De acordo com a Resolução 196/96 (BRASIL, 1996) este estudo foi
aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Universidade Estadual de Londrina
(Parecer 203/04).
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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A implantação da gestão plena possibilitou ao gestor, implantar políticas
de saúde que podem alterar os processos administrativos e assim melhorar o
desempenho dos serviços o que foi demonstrado pelos indicadores.
As taxas de internações pelo SUS da população residente em Apucarana,
apresentadas no período de 1995 a 2004, foram de 9,08% em 1995 e de 8,51% em
2001, com uma redução nesse período de 6,28%. Em todo o período estudado, as
taxas foram superiores aos valores estabelecidos no Paraná, 8% da população/ano,
conforme resolução 074 de 31 de agosto de 2001 da CIB-PR (PARANÁ, 2001). No
Paraná, esses valores tiveram um comportamento semelhante aos de Apucarana,
tendo, no ano de 1995, atingido internações de 9,52% da população do Estado,
reduzindo para 8,42% em 2001, com uma redução de 11,6% (BRASIL 2003b).
A relação entre número de AIHs e a população no Brasil, também teve
redução nesse período, passando de 8,52% das AIHs em 1995 para 7,09% em
2.001. Uma redução de 16,7% (BRASIL, 2003b).
Quando esses percentuais são comparados a outros municípios, em
gestão plena do Sistema Municipal, a exemplo de Maringá, onde foram observadas
taxas de internação de 6,90% em 1999 e de 6,26% em 2001 (SAPATA, 2003), estes
percentuais estão aquém dos apresentados em Apucarana. Essa diferença pode
demonstrar o melhor acesso da população de Apucarana às internações
hospitalares e à boa oferta de leitos pelo SUS. A existência de déficit de leitos na
cidade de Maringá, observada por Sapata (2003) justificou a utilização do sistema
suplementar para suprir a demanda existente naquele município.
Conforme comparação das médias de internações ocorridas nos períodos
pré e pós implantação da gestão plena, observa-se que houve uma redução das
internações em relação à população de 8,87% para 8,53%, considerada
estatisticamente significativa. Essa diminuição pode estar relacionada ao melhor
controle e avaliação executada pelo Município e também ao aumento da
resolutividade da atenção básica com a implantação de equipes do Programa Saúde
da Família e conseqüente aumento da cobertura populacional. O Programa Saúde
da Família foi implantado em Apucarana no ano de 1999, após habilitação na
Gestão Plena do Sistema Municipal.
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Cerca de 90% das internações da população residente ocorreram no
próprio Município, com uma discreta diminuição entre os dois períodos estudados,
porém considerada estatisticamente não significante. Por sua vez, houve diminuição
da evasão de pacientes residentes para outros municípios. Essa diminuição merece
atenção por ser considerada estatisticamente significante, tendo em vista que os
encaminhamentos para outros municípios se deviam principalmente a serviços que
não são disponíveis no local, ou seja, aqueles de maior complexidade.
Em estudo realizado por Oliveira, Travassos e Carvalho (2004),
municípios que internam a maior parte de sua população no próprio local (80%) têm
facilidade no acesso e uso de serviços hospitalares. Apucarana apresentou índices
superiores ao citado.
A gestão plena possibilitou ao Município implantar serviços de alta
complexidade em neurologia, em ortopedia e de urgência e emergência,
anteriormente referenciados a outros municípios que possuíam esses tipos de
atendimento. Há de se ressaltar que não houve incremento financeiro para
implantação desses serviços.
Os percentuais de internações de não residentes de Apucarana (invasão),
quando comparados aos de Londrina e Maringá, se apresentam menores. Londrina,
para o ano de 1998, apresentava um índice de 29,9% (CARVALHO, 2000) e
Apucarana de 27,04% para o mesmo ano. Maringá, para o ano de 2002, apresentou
o índice de 34,89% (SAPATA, 2003), enquanto que Apucarana este indicador
apresentou 26,86%. O que pode justificar a grande invasão nos municípios citados
seria: o porte, ou seja, são cidades bem maiores que Apucarana e a oferta de
serviços de maior complexidade, que também contribuem para maior aporte de
pacientes de outros municípios. Todos os municípios em questão são sede de
regionais de saúde.
O Município de Apucarana por ser uma referência para outros da região e
por estar em gestão plena do sistema municipal possui o compromisso de atender à
clientela referenciada. Apesar do pequeno aumento da quota de AIHs, observa-se
que houve maior liberação para a própria população (4,10%). Em relação ao
pequeno aumento da invasão de internações por outros municípios, este pode ter
ocorrido devido à implementação de PSF locais, encaminhando à Apucarana os
casos de maior gravidade. Entretanto, este índice pode ter contribuído para que o
teto financeiro para pagamento dos serviços hospitalares se tornasse cada vez mais
18
insuficiente, haja vista que não houve aumento de recursos financeiros nesse
período para pagar qualquer aumento das internações.
Em Apucarana, como no Brasil, a clínica médica é a que predomina nas
internações por clínicas. Em 2000, apresentou uma proporção de 40,39% do total
das internações, seguida da clínica cirúrgica com 26,61%, da pediátrica com 17,95%
e da obstétrica com 15,05%. Observa-se que em Apucarana há uma inversão entre
as clínicas pediátrica e a obstétrica em relação ao Brasil, e seus percentuais estão
muito aquém do valor nacional.
A análise dos dados referentes à freqüência de internações por clínicas
demonstra que houve alterações significativas quando se compara os períodos pré e
pós implantação da gestão plena do sistema. Verifica-se aumento importante das
internações na clínica cirúrgica (17,86%) e médica (10,06%), menor na clínica
pediátrica (3,83%) e acentuada redução das internações na clínica obstétrica
(19,08%).
Quando comparados os períodos em estudo, verifica-se que a clínica
cirúrgica passou de 23,06% de internações, elevando-se para 26,02%. Esse
aumento foi considerado estatisticamente significante. Da mesma forma, o aumento
de internações por clínica médica, que passou de 37,69% para 40,59%, foi
considerado estatisticamente significante. A clínica pediátrica não apresentou
aumento significativo entre os dois períodos.
A diminuição da clínica obstétrica foi considerada estatisticamente
significante quando comparadas o antes e o depois da intervenção, passando de
21,55% para 15,79% da proporção por clínicas.
Ao estudar a freqüência dos números de partos realizados pelo SUS,
verifica-se queda acentuada em Apucarana, uma redução de 38,34% no período de
1995 a 2000. A reta de regressão do número de nascidos vivos entre os períodos de
1995 a 2002 no Município foi considerada estatisticamente significante, observando,
portanto, redução significativa dos nascimentos.(Apêndices O e P)
No Brasil, essa queda também foi acentuada, na ordem de 18%, sendo
que as maiores reduções se deram principalmente nos estados da região sul. O
Estado do Paraná, nesse mesmo período, apresentou uma queda de
26,82%(BRASIL, 2001c).
Acredita-se que com a implantação da Portaria Ministerial, 2.816 de 29 de
maio de 1998, que estabelecia um limite máximo e um cronograma de redução de
19
taxas de cesarianas, tenha contribuído para esta diminuição significativa dos
números de partos pagos pelo SUS (BRASIL, 2001d). Porém, dados do SINASC
(BRASIL, 2003a) demonstram que realmente houve uma queda do número de
partos no Brasil, acontecendo o mesmo em Apucarana. A migração para a saúde
suplementar pode ser comprovada, quando comparado os partos anteriormente
realizados aos pagos pelo SUS (Apêndice R), e que grande parte daqueles que
deveriam dar origem às AIHs se transformaram em atos médicos particulares.
A queda da fecundidade e o aumento da potência de controle e avaliação
poderiam somar à justificativa anterior e contribuir para explicação desse fato.
O Brasil apresentou, em relação aos gastos de clínica obstétrica por AIH,
valores superiores aos do Município, de R$ 423, 93 em 1995 e 482,63 em 1998. O
Estado do Paraná apresentou valores maiores que os apresentados na média
nacional, de R$ 452,66 em 1995 e R$ 508,66 em 1998 (BRASIL, 2000).
O tempo de permanência por internações, ao final do período em estudo,
apresentou variação negativa quando comparada ao ano de 1995. O tempo de
permanência de internação reflete fatores como complexidade (transplantes,
cirurgias cardíacas, os quais podem ter tempo de permanência mais prolongados),
crônicos (pacientes de longa permanência), psiquiátricos (onde tende a se elevar o
tempo de internação, quando o Município não dispõe de alternativa
antimanicominais).
Apucarana não possui serviços que exijam longos tempos de
permanência, ou seja, não possui serviços de cirurgia cardíaca, transplantes e
serviços psiquiátricos. Os procedimentos que podem prorrogar o tempo da
internação nos serviços municipais se devem às UTI adulta, pediátrica e neonatal
que o Município possui.
As médias municipais se apresentaram inferiores às do Estado do
Paraná, onde em 1995 foram de 6,6 dias diminuindo para 6,1 em 2001, e às do
Brasil com variação de 6,6 em 1995 e de 6,2 em 2001, respectivamente (BRASIL,
2003b).
Em estudo realizado por Martins, Blais e Leite (2004) em Ribeirão Preto, o
tempo de permanência dos pacientes internados no Município foi de 5,63 dias,
sendo de 6,7 para hospitais públicos e 5,34 dias nos hospitais privados. Seu estudo
define o tempo de permanência como um indicador de desempenho clínico, tendo
20
em vista que quanto melhor a estrutura hospitalar melhor o desempenho do serviço,
menor o período de internação.
Outras avaliações do desempenho de serviço devem ser realizadas.
Segundo Mendes (1999), a avaliação tecnológica torna-se indispensável como
instrumento de racionalização econômica e da melhoria da qualidade da atenção.
Para que funcione adequadamente, há de ter critérios avaliativos muito precisos e
que, normalmente, são eficácia/ custo, efetividade/ custo.
Segundo o mesmo autor, medidas de racionalização do processo de
incorporação e uso de tecnologias devem ser adotadas no Brasil.
Quando comparados os tempos de permanência antes e depois da
implantação, houve diferença estatisticamente significante. Os dados de Apucarana
sugerem portanto que tenha havido progressos na estruturação dos serviços e
conseqüentemente melhor desempenho nas suas atividades.
A avaliação dos atendimentos básicos é um importante parâmetro na
avaliação da implantação e expansão da rede básica. Com a NOB 01/96 foram
criados incentivos específicos para ampliação da atenção básica. Portanto, o
aumento dos procedimentos básicos é esperado e foi incentivado enquanto política
nacional. Entretanto, se observarmos no Município de Apucarana, houve acréscimo
do número de procedimentos até o ano de 1997 e grande redução desses números
a partir de 1998.
Este fato pode ser explicado devido o SIA-SUS ter sido implantado para
fins de pagamento dos procedimentos realizados, o que pode ter interferido nos
dados, uma vez que quanto maior a produção de serviços maior é o repasse
financeiro, podendo-se supor que houve sobre registro de procedimentos até o ano
de 1997. Em 1998, com a implantação do Piso da Atenção Básica, estabeleceu-se o
valor per capita para o custeio da Atenção Básica e, presumivelmente, uma maior
confiabilidade no registro da produção ambulatorial, tendo em vista que não
interferiria mais no repasse dos recursos. Desta forma, com registros mais
confiáveis, houve a partir de 1999, uma produção crescente dos procedimentos de
atenção básica e da não básica. Estes se referem aos procedimentos de patologia
clínica, diagnose de alto custo, cirurgia ambulatorial, Centro de Atendimento Psico
Social- CAPS, odontologia especializada, consultas médicas especializadas, etc.
O aumento dos procedimentos de atenção básica no Município se deve
também à implantação do Programa Saúde da Família no ano de 2000, com 25
21
equipes de PSF e uma cobertura de cerca de 66,5% da população. Esse número foi
ampliado em 2001 com mais três equipes, totalizando 28 Equipes, cobrindo cerca de
80,6% da população. Com o cadastramento das famílias, o PSF atingiu a cobertura
de 91,5% no ano de 2002. É interessante assinalar que no ano de 2002 houve a
incorporação de 11 Equipes de Saúde Bucal, levando-se a um aumento dos
procedimentos ambulatoriais odontológicos.
Ao analisar os períodos a partir de 1998, com os dados considerados
mais fidedignos, verifica-se que em relação aos procedimentos básicos esses
tiveram uma redução, entre os anos 1998 -1999 e 2000-2001 e estatisticamente
significativa. Em relação aos procedimentos não básicos, o aumento também foi
considerado estatisticamente significante.
O cálculo dos tetos financeiros da assistência dos municípios que se
habilitaram na gestão plena do sistema no ano de 1998 teve como base o ano de
1997. Foi composto pelos valores gastos com assistência ambulatorial de média e
alta complexidade e hospitalar daquele ano. Em relação à fração hospitalar, o teto
foi composto pelo gasto com as internações da população de residentes e de não
residentes, o mesmo acontecendo com a fração ambulatorial, onde se pactuou e
incorporou todos os procedimentos que não havia nos municípios menores.
No ano de 1997, o gasto com internações hospitalares em Apucarana foi
menor que os dos anos anteriores e posteriores, comprovando-se, portanto, que o
município ficou prejudicado em relação a estes valores. O gestor, para cumprir com
a pactuação e realizar os pagamentos aos prestadores, teve que dispender recursos
de outros setores da saúde, uma vez que as internações já tinham sido realizadas e
seus laudos auditados.
Ao analisar os percentuais gastos com internações hospitalares de
invasão verifica-se que estes tiveram aumento crescente durante o período
estudado, passando de 29,7% em 1995, do total dos gastos com assistência
hospitalar, para 35,5% em 2004. Esta alta pode ter ocorrido pela implantação de
serviços de alta complexidade e também pelo aumento crescente do número de
AIHs.
A média dos gastos per capita, com assistência hospitalar, da população
residente, nos períodos pré e pós implantação da gestão plena, tiveram aumento de
45,12%, passando de R$ 27,46 para R$ 39,85, diferença considerada
estatisticamente significante, tendo a população passado a fazer uso, mais
22
intensamente, dos serviços locais. Os gastos per capita das internações de
residentes em outros municípios, apresentaram aumento de 45,44%, de R$ 13,71
para R$ 19,94, e calculando-se sobre o gasto total, o percentual per capita de
aumento foi de 45,02%, passando de R$ 41,17 para R$ 59,79.
Os valores gastos per capita com a população residente foram inferiores
aos gastos do Estado do Paraná, o qual teve um valor de R$ 62,35 em 1995,
reduzido ano a ano, atingindo o valor de R$ 58,19 em 2001 (BRASIL, 2003b). Até o
ano 2000, o Município gastava per capita valores menores que o Estado, porém, a
partir de 2000, passa a ter gastos próximos com per capita de R$ 57,83 e de R$
61,76 em 2001.
Os gastos per capita do Município de Apucarana, passaram a ser
superiores aos apresentado no Brasil a partir de 2000, quando o valor no país foi de
R$ 44,54 e no Município analisado de R$ 57,83, superior em 29,83% (BRASIL,
2003b). Para o ano de 2001, a diferença se torna maior, quando no país o valor per
capita é de R$ 41,88, o do Município foi de R$ 61,76, correspondendo a um
percentual de 47,47%. Estes fatos podem estar relacionados à implantação de
novos serviços no município e ao atendimento dos residentes no próprio local,
elevando-se os gastos per capita com a população atendida.
Quando comparados os períodos estudados, observa-se que os gastos
per capita tiveram um grande incremento em relação ao período em que o Município
ainda estava em gestão parcial. Com a gestão plena, esses valores foram superiores
aos verificados anteriormente, observando-se também melhora tecnológica dos
serviços implantados no Município. Conforme comparado ao Estado do Paraná e ao
Brasil, o incremento foi progressivo até superar os gastos per capita estadual e
nacional.
Os custos médios das AIHs do Município foram menores que os
apresentados no Estado do Paraná, onde, para o ano de 1995, estes foram de R$
654,80 e do Município o valor foi de R$ 387,77. Para o ano de 2001, o Estado
apresentou valor de R$ 691,10 e o do Município R$ 534,83. Para o Brasil, os
mesmos anos tiveram valores de R$ 559,51 e R$ 590,53 respectivamente, portanto,
superiores também aos custos apresentados em Apucarana. Esses valores
demonstram que os custos no Município ainda são menores que o do Estado e da
média Nacional. Porém, ao analisar o custo médio das AIHs por unidades da
federação, o Estado do Paraná possui valores acima da maioria dos estados,
23
ficando aquém somente do Estado de São Paulo que apresenta o valor de RS
739,44 (BRASIL, 2003b).
Quanto aos custos médios das AIHs da população residente, eles são
menores que os da população de outros municípios, demonstrando que a invasão
corresponde ao maior percentual dos gastos com assistência hospitalar do teto
financeiro do Município e que estes internamentos de pacientes não residentes
ocorrem por procedimentos de maior complexidade, justificando portanto tais
encaminhamentos. Por sua vez, o Município de Apucarana, devido a um custo
médio baixo, demonstra resolver, no próprio local, a maioria dos procedimentos de
média complexidade.
Os custos médios, quando comparados os dois tipos de gestão, mostram
que após a implantação da gestão plena tiveram aumentos significativos em relação
aos gastos com a população do próprio Município, com uma diferença de R$
1.531.477,01 e correspondendo a um aumento de 54,77%. Nesse caso, a gestão
plena implementou recursos que foram direcionados à própria população. Os custos
médios também aumentaram em conseqüência do aumento dos valores repassados
para esses pagamentos. A variação em relação aos gastos com a invasão também
foi significativa, com um implemento de 47,30%. O custo médio geral apresentou
uma diferença de R$ 176,92 o que corresponde a um percentual de 45,88% em
relação aos valores do período pré implantação da gestão plena. Nesse caso
específico, os aumentos já anteriormente colocados se devem principalmente à
retenção dos pacientes no próprio local, havendo aumento da resolutividade na
assistência hospitalar.
Todos os custos médios estudados, da internação de residentes no
próprio local, da evasão e da invasão, quando comparados os dois tipos de gestão,
demonstraram que após a implantação da gestão plena tiveram aumentos
estatisticamente significativos.
Conforme Solla e Santos (2002), o indicador da relação gasto hospitalar x
ambulatorial busca medir o investimento realizado no hospital e no ambulatório,
pretendendo-se aumentar nessa relação o gasto ambulatorial. Essa avaliação reflete
o esforço dos municípios em ampliar essas ações, invertendo o modelo
hospitalocêntrico diversificando sua assistência e aumentando o acesso ao usuário.
Apucarana apresentou um percentual crescente nos anos verificados, passando de
59,51% no ano de 1997 para 65,89% em 2001, demonstrado pela reta de regressão
24
que tem aplicado os incentivos repassados ao Município, principalmente em
estratégias como o PSF e PACS, implantando 25 equipes no ano de 2000 e
ampliando a cobertura passando para 28 equipes em 2001. A curva de regressão
logística demonstrou que a evolução dos valores aplicados é crescente em função
do tempo e que é significativo ao nível de probabilidade de 5%.
Vitória da Conquista, na Bahia, em 1997, apresentava 36,5% dos gastos
aplicados na área ambulatorial e conseguiu inverter essa relação, passando para
53,5% nos últimos anos estudados (SOLLA; SANTOS, 2002). Apucarana
especificamente nessa relação apresentou índices superiores aos produzidos
naquela cidade.
Quando comparados os dois períodos, antes e depois, verifica-se que,
após a implantação da gestão plena, os valores proporcionais ao gastos totais
aplicados com a atenção básica passaram de 27,23% para 36,59%. Este aumento
foi considerado estatisticamente significante. Comprova-se que se procurou investir
na atenção básica, principalmente com programas de prevenção como: Agentes
Comunitários de Saúde, Programa Saúde da Família, Saúde Bucal, Vigilância
Sanitária e Epidemiológica.
O estímulo dado pela NOB 96 à implantação do PSF foi significativo: o
número de equipes de saúde da família cresceu no Brasil, de 1.623, em 1996, para
3.174 em 1998. A implantação do incentivo, denominado de PAB variável e
transferido fundo a fundo, foi determinante para o crescimento do número de
equipes de saúde da família (MARQUES; MENDES, 2002).
Os gastos com Atenção Básica realizados no Brasil no ano de 1999
corresponderam a um percentual próximo de 37% de todo gasto ambulatorial e
cerca de 50% dos gastos com assistência Hospitalar (UGÁ et al., 2003). No
Município de Apucarana, o gasto com Atenção Básica no ano de 1999 correspondeu
a 36,93%, semelhante aos valores encontrados no Brasil. Porém, em relação aos
gastos hospitalares, os aplicados com a atenção básica foram superiores
correspondendo a 67,32%. Com estes dados, pode-se inferir que, no ano de 1999, o
Município investiu mais na atenção básica e procurou inverter o modelo vigente e
centrado na cura da doença, uma vez que a atenção básica, segundo a LARCSS
(KNOWLES; LEIGHTON; STINSON, 1997) apresenta em relação aos custos
aplicados maior eficiência e equidade.
25
Os gastos com procedimentos não básicos não tiveram aumento
significativo. O percentual em relação aos gastos totais permaneceu nos mesmos
índices, demonstrando que o Município não ampliou esses valores, mesmo
aumentando significativamente os números de seus procedimentos.
Os gastos hospitalares tiveram aumento estatisticamente significativo no
período estudado, porém a proporção em relação aos gastos totais diminuiu,
passando de 42,71% para 33,35% nos períodos antes e depois da implantação da
gestão plena. È possível inferir que o Município procurou aplicá-los na atenção
básica, conforme citado anteriormente. Esse resultado também pode indicar que não
houve grandes incentivos na assistência hospitalar.
A análise de regressão em conjunto com a análise comparativa dos
indicadores antes e após a implantação da gestão plena pode propiciar uma
avaliação complementar que permite reforçar a relação das mudanças com a
intervenção. Os indicadores: taxa de internação hospitalar, internação da população
residente em outros municípios (evasão), internação por clínica médica,
permanência hospitalar e gasto ambulatorial, não apresentaram tendência, porém
quando comparados os dois períodos, houve diferença estatisticamente significante,
o que reforça a relação de tais mudanças com a implantação da gestão plena.
Quando há tendência significativa e não há diferença entre os dois
períodos, pode-se considerar como uma evolução que aconteceria independente da
intervenção, fato que ocorreu com as internações hospitalares ocorridas em
Apucarana por pacientes oriundos de outros municípios (invasão). Da mesma forma,
se houver tendência e diferença estatisticamente significante, deduz-se que a gestão
possivelmente contribuiu para que esta mudança ocorresse, e dentre os indicadores
que apresentaram tais resultados estão o gasto per capita, custos médios das AIHs
da população residente internada no próprio local, custo médio das evasões e
invasões, gastos com atendimento ambulatorial e gastos hospitalares. Quando não
há tendência e nem diferença estatisticamente significante nos períodos estudados,
a exemplo das internações da população residente ocorridas no próprio local, o
indicador não sofreu qualquer interferência da intervenção.
Os indicadores de desempenho dos serviços de saúde para os quais
houve mudanças somente nos períodos comparados podem fornecer uma
informação importante para a gestão, ou seja, pode-se afirmar que a melhora da
qualidade dos serviços realmente foi propiciada pela implantação da intervenção.
26
Em relação aos indicadores econômicos, em que houve também mudanças nos
períodos comparados, pode-se deduzir que mesmo não havendo incremento no teto
financeiro do Município, este buscou investir nos serviços locais de saúde, a fim de
implementar sua estrutura com melhora tecnológica e maior resolutividade,
favorecendo a diminuição de exportação de pacientes para outro municípios e
possivelmente maior satisfação dos usuários do SUS.
Aqueles indicadores em que as alterações não estão relacionadas à
implantação da gestão também devem merecer um olhar cuidadoso por parte do
gestor. Se a alteração seria esperada e não ocorreu, o gestor deve articular-se para
que, em conjunto com sua equipe, analise estes resultados e planeje suas ações
futuras. A avaliação, neste sentido, é uma ferramenta importante e deve ser cada
vez mais valorizada por aqueles que possuem o comando sobre os serviços de
saúde e possuem governabilidade sobre ações que podem mudar o perfil destes
serviços, prezando pela qualidade do que é ofertado aos cidadãos de seus
municípios.
27
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo mostrou algumas alterações importantes e significativas nos
indicadores selecionados que devem ter contribuído para mudar o perfil da
assistência à saúde e da gestão do Município de Apucarana.
Alguns aspectos que possivelmente foram impactados com a mudança da
modalidade de gestão
Aumento da resolutividade dos serviços locais de saúde, demonstrado
pela manutenção da taxa de internação da população residente no próprio local e
também pela diminuição da evasão desta população.
Os pacientes encaminhados para outros municípios o foram a serviços
que não são ofertados no local, demonstrado pelo alto custo das AIHs da população
evadida. Da mesma forma, a população de pacientes de outros municípios (invasão)
procurou pelos serviços locais por atendimento não ofertados em seus municípios de
residência.
A garantia do acesso da população de outros municípios aos serviços de
saúde locais pode ser interpretado como cumprimento da pactuação das referências
intermunicipais quando da implantação da gestão plena, observado pelo aumento
significativo das AIHs correspondente à população de outros municípios (invasão).
A redução de AIHs pagas pode significar maior racionalidade nos gastos
com assistência hospitalar o qual pode ser atribuído ao melhor desempenho do
sistema municipal de controle avaliação e auditoria, devido à adoção de critérios
mais rigorosos na liberação das AIHs.
O aumento do tempo médio de permanência hospitalar, dos custos
médios das AIHs e do per capita municipal, podem ser atribuídos à ampliação da
oferta dos serviços de alta complexidade como neurologia, ortopedia e urgência e
emergência com conseqüente implementação da tecnologia médica.
O aumento dos procedimentos ambulatoriais deve refletir possível
melhora da assistência ambulatorial, resultando na ampliação do acesso da
população aos serviços de saúde de primeiro nível de complexidade.
O aumento do financiamento da atenção básica com a implantação de
programas que priorizaram a prevenção e promoção da saúde, incentivados pela
NOB 01/96, implicou melhor ordenamento da utilização dos recursos disponíveis
com os incentivos direcionados.
28
A drástica redução de procedimentos do SIA pode ser atribuída a um
provável super registro no período anterior à implantação da gestão plena, quando
se pagava por produção. Com a mudança da lógica do pagamento, pelo per capita
municipal, os dados registrados devem ser mais fidedignos em relação ao realmente
produzido.
Alguns aspectos que não sofreram variação após a implantação da
Gestão Plena do Sistema Municipal de Saúde
A taxa de internação hospitalar ainda se encontra superior à do Estado e
do Brasil.
Houve uma tendência de diminuição de partos assim como do número de
AIHs obstétricas. Semelhante ao que vem acontecendo com o Estado do Paraná e
outras regiões do Brasil. Porém, pode ter havido uma migração de partos cesáreos
para atendimentos particulares e de convênios.
Diante do observado, podemos concluir que a habilitação em gestão
plena pode impactar positivamente sobre os serviços e reverter tendências do
modelo assistencial tradicional ou flexneriano.
Em termos metodológicos, acredita-se que os indicadores utilizados foram
pertinentes embora exista a possibilidade de utilização de outras categorias e
variáveis assim como de análise comparativa, que venham a contribuir para
trabalhos avaliativos em gestão de saúde.
A municipalização plena teve grandes avanços com a NOB 01/96 que
contribuiu para o processo de descentralização. Para que o SUS seja
economicamente viável, estudos devem ser realizados em parceria, gestores e
pesquisadores, a fim de que se definam melhor os recursos a ele destinados e que
haja mais autonomia para sua administração, assim como competência e seriedade
para que o sistema de saúde descrito na constituição se consolide.
29
7 REFERÊNCIAS
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AUTORIA
Leonardo Di Colli – Farmacêutico Bioquímico, Especialista em Gestão de Serviços e Sistemas de Saúde pela Escola Nacional de Saúde Pública, Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Londrina. Funcionário da Secretaria de Estado de Saúde do Paraná e Diretor do Hemonúcleo de Apucarana-PR, pertencente à rede HEMEPAR. Secretaria de Estado da Saúde do Paraná. Endereço eletrônico: [email protected] Luiz Cordoni Junior – Médico, Especialista em Saúde Pública pela USP, Mestre em Medicina Preventiva pela USP e Doutorado em Saúde pela USP. Professor do Departamento de Saúde Coletiva-Universidade Estadual de Londrina/PR. Endereço eletrônico: [email protected] Tiemi Matsuo – Graduada em Matemática, Mestre em Estatística e Experimentação Agronômica pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz e Doutorado em Estatística e Experimentação Agronômica pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. É professor da Universidade Estadual de Londrina/PR.
Endereço eletrônico: [email protected]