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Centro Universitário Hermínio Ometto
UNIARARAS
RAPHAEL ALVES MOREIRA
AVALIAÇÃO DA REDUÇÃO ELETROQUÍMICA DE FIOS ORTODÔNTICOS DE AÇO DE DIFERENTES MARCAS COMERCIAIS
NACIONAIS.
ARARAS/SP
NOVEMBRO/2005
1
Centro Universitário Hermínio Ometto
UNIARARAS
RAPHAEL ALVES MOREIRA
CIRURGIÃO DENTISTA
AVALIAÇÃO DA REDUÇÃO ELETROQUÍMICA DE FIOS ORTODÔNTICOS DE AÇO DE DIFERENTES MARCAS COMERCIAIS
NACIONAIS.
Dissertação apresentada ao Centro
Universitário Hermínio Ometto –
UNIARARAS, para obtenção do Título
de Mestre em Odontologia, Área de
Concentração em Ortodontia.
Orientador: Prof. Dr. Waldocyr R.
Simões
e-mail: [email protected]
Co-Orientadora: Prof. Dra. Heloísa C.
Valdrighi
e-mail: [email protected]
ARARAS/SP
NOVEMBRO/2005
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DEDICATÓRIA
À DEUS por me dar benções
diárias e força para seguir meu
caminho.
Aos meus pais, Valtercides
Alves Moreira Filho e Daliva Silva
Moreira por me incentivarem para que
eu nunca desista dos meus sonhos.
À minha esposa Caroline
Bombardi Freitas Alves Moreira por
sempre estar ao meu lado.
4
AGRADECIMENTOS
Ao Centro Universitário Hermínio Ometto, representado pela Magnífica Reitora
Prof ª Drª Miriam Magalhães Oliveira Levada.
A Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa do Centro Universitário Hermínio
Ometto, na pessoa do Prof. Dr. Marcelo Augusto Marreto Esquisatto.
Ao digníssimo Prof. Dr. Mário Vedovello Filho, Coordenador do Programa de
Mestrado da Uniararas, por propocionar que mais uma etapa da minha vida
fosse concluída.
Ao Prof. Prof. Dr. Prof. Dr. Waldocyr R. Simões, meu orientador, por transmitir
seus conhecimentos.
À Prof. Dra. Heloísa C. Valdrighi, pela co-orientação e por estar sempre
disposta a ajudar em todos os momentos.
Aos colegas, Ronaldo Soubhie e Walter Duart Pereira, por me ajudarem na
realização da metodologia desse trabalho.
À equipe de funcionários do Centro Universitário Hermínio Ometto, pelo carinho
e atenção que sempre me deram.
À empresa Metal Vander por ter cedido à máquina para a realização das
pesquisas.
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RESUMO
Este trabalho teve como objetivo avaliar a ocorrência de redução
eletroquímica (anodização) em fios ortodônticos retangulares (0,019’’ x 0,025’’)
de duas diferentes marcas comerciais nacionais: Morelli e Aditek e verificar se
a redução eletroquímica de 45 segundos acontece por igual na altura e largura
dos fios ortodônticos retangulares das mesmas. Utilizou-se 15 corpos de prova
de cada marca com tempo de redução de 45 segundos para cada corpo de
prova através de duas cubas do anodizador (Metal-Vander). Uma com
capacidade total para 250 ml, preenchida com 125ml de ácido ortofosfórico
75%. A outra também com capacidade total para 250 ml, preenchida com 125
ml de água e 2,5 gramas de bicarbonato de sódio. As dimensões do maior lado
do fio dos corpos de prova (lado com 15 mm) foram mensuradas e anotadas
em uma tabela de comparações após a redução eletroquímica, utilizando-se o
mesmo método utilizado para a mensuração da pré-redução dos corpos de
prova. Os resultados mostraram existir diferença significativa para a redução
eletroquímica das duas marcas comerciais. Entre os fios, tanto na altura quanto
largura não houve diferença significativa.
Palavras-chaves: Fios ortodônticos / redução / marcas comerciais nacionais
6
ABSTRACT
The aim of this study was to evaluate the occurrence of the
electrochemical reduction in orthodontic rectangular wires (0,019 x 0,025) of
two different commercial marks: Morelli and Aditek and to verify if the
electrochemical reduction of forty – five seconds happens equally in height and
with of rectangular orthodontic wires from the marks. It was used fifteen bodies
tests from each mark with reduction time of forty – five seconds for each body
test through two (Metal-Vander). One with total capacity of 250ml, filled with 1ml
of water and 2,5 grams of sodium bicarbonate. The dimensions from the bigger
side of the wire’s bodies test (side with 15mm) were measured and written
down in a list of comparisons after the electrochemical reduction, using the
same method used to measure the previous electrochemical reduction of the
two commercial marks. Among the wires, even the height and the width didn’t
have significant difference.
Keys-words: Orthodontic wires / reduction / national commercial marks
7
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Corpos de prova................................................................................30
Figura 2 - Anodizador Metal Vander..................................................................32
Figura 3 - Corpo de prova imerso no ácido ortofosfórico 75%..........................33
Figura 4 - Micrômetro Digital MDC-Lite.............................................................34
Figura 5 - Mensuração do micrômetro...............................................................35
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Teste de Student para o Fio Ortodôntico Aditek..............................36
Tabela 2 – Teste de Student para o Fio Ortodôntico MorelliR ...........................37
Tabela 3 – Médias das medidas entre os fios Aditek e Monelli.........................37
Tabela 4 – Comparação entre os fios................................................................38
9
SUMÁRIO
Resumo................................................................................................................5
Abstract................................................................................................................6
Lista de Ilustrações..............................................................................................7
Lista de Tabelas...................................................................................................8
1. Introdução......................................................................................................10
2. Objetivos........................................................................................................12
3. Revisão da Literatura.....................................................................................13
4. Material e Métodos........................................................................................30
4.1 Material.............................................................................................30
4.2 Métodos............................................................................................31
4.2.1 Preparo dos corpos de prova..............................................31
4.2.2 Regulagem do dispositivo de redução eletroquímica
(anodizador).......................................................................................................31
4.2.3 Procedimento de redução eletroquímica.............................32
4.2.4 Procedimento de mensuração das dimensões dos corpos de
prova (pré e pós-redução).................................................................................33
4.3 Metodologia estatística.....................................................................35
5. Resultados.....................................................................................................36
6. Discussão......................................................................................................39
7. Conclusões ...................................................................................................43
Referências Bibliográficas.................................................................................44
10
1. INTRODUÇÃO
A criação de recursos mecânicos com a finalidade de fechar os espaços
passou a ser uma preocupação dentro da técnica ortodôntica no século XIX. A
efetividade do movimento ortodôntico envolve a interação adequada de fatores
relacionados ao paciente, à mecânica aplicada, aos dentes e suas estruturas
de suporte. Particularmente é dependente da ação dos fios ortodônticos,
conforme suas características estruturais e mecânicas. (GURGEL; RAMOS;
KERR, 2001).
Os fios ortodônticos são conformados em várias configurações ou
aparelhos para movimentar os dentes, durante o tratamento ortodôntico. O
sistema de força é determinado pelo desenho do aparelho e pelas
propriedades do material que constitui a liga metálica utilizada. A força aplicada
ao dente é proporcional ao módulo de resiliência do fio e depende do desenho
e deflexão do mesmo (MIYAMOTO,1996).
A força ortodôntica tradicionalmente considerada ótima para qualquer
movimento dentário é aquela que dá início à máxima resposta do tecido, sem
dor ou reabsorção radicular, e mantém a saúde dos ligamentos periodontais
que envolvem os dentes durante todo o movimento, ou seja, força leve e
contínua. Para se construir um sistema de força com estas características é
importante definir-se o comportamento elástico do material.
A grande variedade de fios à disposição do ortodontista deixa, muitas
vezes, dúvidas na escolha do melhor material a ser empregado. Fios de aço
inoxidável, de níquel-titânico, beta-titânio, coaxias, superelásticos, entre outros,
possuem características e aplicações clínicas específicas, e devem ser
corretamente utilizados. O conhecimento das propriedades químicas e
mecânicas de cada fio ortodôntico torna-se importante no momento em que se
planeja um caso clínico.
Existem duas mecânicas principais de fechamento de espaço no
tratamento ortodôntico: os mecanismos de deslize e os mecanismos que
utilizam alças nos fios ortodônticos. Os arcos usados nos mecanismos de
deslize não possuem dobras e são assim, capazes de deslizar um grupo de
dentes eficientemente, resultando num tratamento em tempo menor.
11
A quantificação do atrito e a influência de diferentes desenhos de
bráquetes sobre os mecanismos de deslize podem interferir diretamente na
mecânica de fechamento de espaços. A necessidade de manter ou não a
ancoragem do segmento posterior ou anterior do arco durante este
procedimento, tem gerado uma grande quantidade de pesquisas científicas,
pois se relaciona diretamente com o sucesso do tratamento ortodôntico.
A redução eletroquímica da espessura dos fios ortodônticos de aço
inoxidável parece permitir uma maior perda de ancoragem por angulação dos
dentes do segmento do arco metálico onde este procedimento é realizado.
12
2. OBJETIVOS
Este trabalho teve como objetivo:
• Avaliar a ocorrência de redução eletroquímica (anodização) em fios
ortodônticos retangulares (0,019’’ x 0,025’’) de diferentes marcas
comerciais nacionais: Morelli e Aditek.
• Verificar se a redução eletroquímica de 45 segundos acontece por igual
na altura e largura dos fios ortodônticos retangulares das marcas
comerciais nacionais (Morelli e Aditek).
13
3. REVISÃO DA LITERATURA
Em 1928, ANGLE inventou um bráquete que recebia um arco de formato
retangular, introduzido “de canto”, com sua maior dimensão paralelamente ao
plano horizontal dando origem ao nome da técnica apresentada (técnica do
Arco de Canto ou Edgewise), determinando uma evolução na mecanoterapia
ortodôntica. Logo após, as dimensões do encaixe foram alteradas para 0,022 X
0,028 polegada. Essas dimensões permitiram um controle das posições da
coroa e da raiz, nos 3 planos espaciais. No seu conceito de tratamento,
deslizar os dentes ao longo de arcos para fechar os espaços de extração não
era necessário, porque ele não realizava extrações com finalidade ortodôntica.
Os fios de aço inoxidável começaram a ser empregados na Ortodontia
na década de 30 e foram considerados soberanos por um longo período de
tempo. BRADEL (1934) relata que nos primórdios da Ortodontia, materiais
como o bambu, cunhas e placas de madeira e o ouro eram utilizados na
confecção de aparelhos ortodônticos.
HOLDAWAY (1952) sugeriu que fosse incorporado aos bráquetes
angulações para substituir as dobras de segunda ordem nos fios de
nivelamento para compensar a folga do fio ortodôntico dentro de suas
canaletas nos dentes submetidos a maiores movimentações. Segundo o autor,
este processo poderia ser empregado no preparo de ancoragem e na
substituição das dobras artísticas, resultando numa inclinação mais divergente
dos longos eixos dentários e assim, proporcionando uma anatomia mais
natural, principalmente no segmento ântero-superior do arco dentário.
Destacou a importância da realização de uma técnica adequada, porque o fato
da angulação estar incorporado ao bráquete, não diminuía esta necessidade.
Considerou ser possível obter melhores resultados com menor esforço quando
se utilizava a forma convencional de posicionamento de bráquete e realização
das dobras de segunda ordem nos fios.
BURSTONE et al. (1961) consideraram que as forças utilizadas em
ortodontia possuem origem elementar nas deformações elásticas dos fios que
absorvem e liberam energia quando a carga é aplicada e liberada. Com base
nesse raciocínio propuseram a utilização de acessórios que transmitissem
forças leves e contínuas.
14
KOHL (1964) alertou sobre a necessidade de melhores conhecimentos
das propriedades mecânicas e estruturas dos materiais usados no tratamento
ortodôntico. Definiu como sendo as mais importantes propriedades mecânicas
dos fios usados em ortodontia os módulos de resistência à tração, módulo de
elasticidade e módulo de resiliência. As propriedades mecânicas dos metais
como a dureza, o limite de proporcionalidade e a resistência máxima,
aumentam consideravelmente com o trabalho mecânico é essenciais para o fio
ortodôntico manter suas propriedades adequadas no uso clínico.
ANDREASEN; QUEVEDO (1970) realizaram testes in vitro para
quantificar a força de fricção gerada pelo movimento do bráquete lateral ao
longo de um fio fixo. A angulação entre o encaixe do bráquete e o fio foi
variado, assim como a dimensão dos fios do arco. Eles descobriram que
quanto maior o arco, e maior a angulação entre o arco e bráquete, maior a
fricção. Os resultados mostraram que houve uma pequena diferença na fricção
entre as amostras em ambientes secos e os testados com saliva como
lubrificante.
ANDREASEN; HILLEMAN (1971) introduziram as ligas de níquel-titânio
na Ortodontia, sendo comercializadas com o nome de Nitinol. Estas ligas
apresentam excelente flexibilidade e memória de forma. A memória de forma
refere-se à capacidade do material “lembrar-se” da sua forma original, após
estar praticamente deformado na sua fase martensítica. Sua característica
clínica mais significante, quando comparado a um fio de aço inoxidável,
consiste na sua resistência em receber dobras. Ele pode ser flexionado sem
perder a capacidade de retornar à sua forma prévia.
Além das diferentes ligas desenvolvidas para a confecção dos fios
ortodônticos, várias novas configurações foram surgindo. Além do fio redondo,
quadrado e retangular há os fios multitrançados de variados tamanhos, forma e
número. Estes, apresentados na literatura por STEPHENS; HOUSTON;
WATERS (1971) exibem alta elasticidade e baixa rigidez, quando comparados
aos fios de aço inoxidável convencionais.
Em 1973, O’BRIEN; RYGE defenderam que a geometria da secção reta
do fio é o fator que mais influencia as propriedades mecânicas. Preconizaram
que para arcos redondos, a capacidade de flexão é proporcional à quarta
potência do diâmetro, sendo a carga de trabalho permitida diretamente
15
proporcional ao cubo do diâmetro e a média de ativação inversamente
proporcional ao diâmetro.
KEYS (1973) chamou a atenção para a necessidade do conhecimento
das propriedades físicas dos fios ortodônticos a fim de determinar a quantidade
necessária de forças para o movimento dentário as quais beneficiaram as
aplicações corretas de forças para movimentações de dentes ou grupos de
dentes específicos. Até então, estas propriedades eram julgadas pelos
ortodontistas através de experiências clínicas, ou seja, foi basicamente por
tentativa e erros, que os profissionais aprenderam a guiar as forças para
obterem os efeitos desejados.
CHACONAS; CAPUTO; HAYASHI (1974) investigaram o efeito da
dimensão do fio, da configuração de “loop”, força, e o efeito “Gable” durante o
procedimento de retração em dois modelos construídos simulando as
dimensões da boca. Bráquetes com encaixes .018” foram colados na porção
coronária do canino e segundo pré-molar, e um tubo de calibre .018” x .025” foi
colado no molar. As molas de retração foram construídas com fio de .016” x
.016”; .016” x .022”; .017” x .022”; .017” x .025” de elgiloy azul. As
configurações de molas foram realizadas em “loop” achatado, “loop” fechado
vertical, “loop” vertical com helicóide e “loop” vertical com helicóide duplo.
Concluíram que o tipo e a quantidade de movimentação dentária determinariam
a mecânica a ser utilizada.
GOLDBERG; BURSTONE (1979) realizaram um estudo sobre a
evolução da liga de titânio-molibdênio no uso em aparelhos ortodônticos e
ressaltaram a importância do profissional ter conhecimento das propriedades
elásticas dos fios bem como descreveram a composição básica dessa liga
metálica como: 79% de titânio, 11% de molibdênio, 6% de zircônio e 4% de
estanho. Compararam a liga de titânio-molibdênio com o aço inoxidável nas
suas propriedades de flexibilidade máxima e módulo de elasticidade verificando
ser a flexibilidade máxima de um acessório proporcional à razão do limite de
escoamento/módulo de elasticidade. Os autores verificaram que o titânio-
molibdênio apresenta um módulo de elasticidade quase igual a metade do aço
inoxidável e cerca de duas vezes aquele no nitinol fazendo com que o uso seja
ideal nas situações em que se necessita de forças menores do que as
liberadas pelo aço inoxidável e onde ligas metálicas com módulos de
16
elasticidade mais baixos, tais como o nitinol, seria inadequado para produzir a
magnitude de força desejável.
BURSTONE; GOLDBERG (1980) apresentaram uma nova liga de
titânio, a beta-titânio, disponível comercialmente com o nome de TMA,
oferecendo uma combinação de resistência e resiliência, bem como uma
formabilidade razoavelmente boa. As ligas de betatitânio compostas de 79% de
titânio, 11% de molibdênio, 6% de zircônio e 4% de um metal proveniente do
aquecimento a 885º C de titânio puro, cujo arranjo cristalográfico foi
denominado fase beta, apresentou um equilíbrio de deflexão máxima e
formabilidade com pequena dureza, expressando inúmeras propriedades
clínicas. Isto fez do fio uma excelente escolha para a confecção de molas
auxiliares e de arcos intermediários e de finalização, especialmente os arcos
retangulares, nos estágios finais do tratamento, na técnica do Arco de Canto.
Verificaram que os fios de titânio-molibdênio apresentam retorno elástico
superior aos fios de aço inoxidável e permitem a confecção de alças, apesar de
fraturarem facilmente caso sejam dobrados em ângulos agudos. As alças
podem ter suas configurações simplificadas graças à elasticidade dessas ligas.
Para a obtenção do fio de titânio-molibdênio, o metal sofreu um processo de
redução de seu diâmetro chamado estiramento.
FRANK; NIKOLAI (1980) chamaram a atenção para os fatores
influenciadores das forças friccionais durante o movimento ortodôntico do dente
dentre eles, os efeitos do material do fio e as suas dimensões. Os autores
verificaram que numa determinada angulação, os bráquetes mais largos
produzem mais fricção que os bráquetes estreitos. Conforme as angulações
são aumentadas, a ligação entre o arco e o bráquete ocorre. Verificaram ainda
que o movimento do dente acontece de acordo com uma série de
passos.Inicialmente, a fricção estática entre o arco e o bráquete deve ser
superada para iniciar o movimento do dente.
BURSTONE (1981) sugeriu o princípio do módulo variável em
ortodontia. Nesta filosofia, a rigidez do fio é controlada pela seleção das
propriedades mecânicas, químicas e estruturais do material ao invés do calibre
do fio. A rigidez total de um aparelho ortodôntico depende da rigidez do fio e da
configuração do aparelho. As modificações na configuração do fio, tais como:
aumento do fio entre os bráquetes e colocação de alças, reduzem a razão
entre a carga e a deflexão e conseqüentemente reduzem a rigidez do aparelho.
17
KUSY; GREEENBERG (1981) recomendaram o uso seqüencial de arcos
selecionados para utilizar otimamente as propriedades mecânicas dos
constituintes das ligas metálicas. Sugeriram que para o alinhamento inicial dos
dentes que requeiram movimentos dentários amplos o fio de nitinol 0,016’ é
melhor do que o fio trançado 0,0175’, um fio de nitinol de 0,018’ é melhor do
que um fio redondo 0,014’ de aço inoxidável e um fio quadrado de nitinol de
0,018’ x 0,018’ é superior a um fio redondo de 0,014’ de aço inoxidável. O
estágio intermediário de tratamento requer alças de fechamento, dobras em
cumieira (gable) e acessórios. O fio de titânio-molibdênio foi indicado nestes
casos por apresentar maior módulo de resiliência do que as ligas
convencionais, ou seja, apresenta maior armazenamento de energia do que as
ligas de aço inoxidável. Em torção, nem mesmo o fio de nitinol mais espesso
(0,021’ x 0,025’) ou o titânio-molibdênio (0,019’ x 0,025’) alcança a rigidez e a
capacidade de forma do aço inoxidável ou do cobalto-cromo, sendo deste
modo às ligas de escolha para a finalização do tratamento.
HIXSON et al. (1982) descobriram que devido ao processo de
fabricação, os cantos de todos os fios quadrados e retangulares não são
realmente quadrados, mas chanfrados (BEVEL). Este efeito de extremidade
BEVEL tem um impacto significante sobre o ângulo de desvio uma vez que os
cantos do fio se fixam às paredes do primeiro bráquete e este é o fator mais
crítico da transferência (liberação) de torque.
DRAKE et al. (1982) notaram que as alças de titânio-molibdênio liberam
menos do que a metade da força de uma alça de aço inoxidável para ativações
similares. Isto indica que a alça de TMA para fechamento de espaço aplica
uma força mais fisiológica do que a alça de aço inoxidável. Uma outra
implicação clínica é que os vetores de forças contra-produtivos gerados pelos
fios de titânio-molibdênio podem ser neutralizados por uma força menor do que
aquela requerida para um fio de aço inoxidável. Como uma das conseqüências,
a força de ancoragem extra-bucal requerida para o fio de aço inoxidável será
maior do que aquela para o fio de titânio-molibdênio. Os mesmos autores,
depois de estudarem as propriedades do aço inoxidável, nitinol e titânio-
molibdênio em testes de tração, verificaram que o fio de aço inoxidável teve a
menor elasticidade enquanto o titânio-molibdênio a maior. Em teste de
dobradura e torção, o fio de aço inoxidável apresentou a menor energia
acumulada em um determinado momento, enquanto que o nitinol a maior.
18
Neste mesmo teste registraram que o aço inoxidável apresentou a razão entre
a carga e deflexão mais alta do que os fios de nitinol.
Em 1986, ASGHARNIA; BRANTLEY na tentativa de esclarecerem o
método mais apropriado para avaliar as propriedades mecânicas dos fios
ortodônticos verificaram que para fios de diâmetros de 0,030’ ou maiores, as
propriedades elásticas apresentaram valores semelhantes para ensaios de
tração e dobramento. Os valores para módulo de elasticidade e limite de
escoamento em dobramento variaram significantemente em função do braço
da alavanca. Para fios de diâmetro 0,020’ ou menor, os valores do módulo de
elasticidade foram menores sob tração do que sob dobramento.
STANNARD; GAU; HANNA (1986) analisaram os coeficientes de fricção
cinéticos para o aço inoxidável, o beta-titânio, o níquel-titânio, e os fios do arco
do cobalto-cromo em um aço inoxidável ou em uma superfície lisa do Teflon.
Um instrumento universal de teste de materiais foi usado para puxar o fio
retangular de 0.017 x 0.025 polegadas através de uma superfície controlada de
ligação pneumática. Os relacionamentos de fricção clássicos foram avaliados
variando a força normal aplicada -- similar à força do laço da ligadura -- através
deste controle pneumático. Os coeficientes de fricção foram determinados sob
condições secas e úmidas (saliva artificial). Os valores de fricção da força, e
assim os coeficientes de fricção, foram encontrados para aumentar a força
normal em elevação para todos os materiais. Os fios de beta-titânio de aço
inoxidável que deslizam de encontro ao aço inoxidável, e o fio de aço
inoxidável no Teflon exibiram consistentemente os valores mais baixos de
fricção seca. A saliva artificial aumentou a fricção para os fios de aço
inoxidável, de beta-titânio, e de niquel-titânio que deslizam de encontro ao aço
inoxidável. A saliva artificial não aumentou a fricção para o cromo-cobalto, ou
para o aço inoxidável que deslizam de encontro ao aço inoxidável, ou de
encontro ao fio de aço inoxidável no Teflon, comparados à condição seca. Os
fios do aço inoxidável e do beta-titânio que deslizam de encontro ao aço
inoxidável e de encontro ao fio de aço inoxidável no Teflon mostraram os
valores os mais baixos da fricção para a condição molhada.
GJERDET; HERO (1987) analisaram a liberação de metal de fios
ortodônticos tratados com calor. Os fios ortodônticos de cromo cobalto e de aço
inoxidável foram sujeitados a um teste de corrosão de imersão. Fios no estado
recebido (original) e fios sujeitos a um tratamento de um minuto de
19
aquecimento, em diferentes temperaturas, foram testados. O ferro do ácido
inoxidável, e o cobalto, do produto de cromo cobalto foram analisados em
saliva artificial após uma semana de imersão. Os resultados mostraram que o
fio de cromo cobalto no estado original liberou mais metal que o de aço
inoxidável. A liberação de metal do fio de aço inoxidável aumentou rapidamente
quando sujeitado a 400°C ou mais. Para o produto de cromo cobalto, o
aumento começou a cerca de 500°C. Em temperaturas a cima de 500°C a
liberação de metais foi 15 a 60 vezes maior que em valores menores. Segundo
os autores, os aparelhos ortodônticos metálicos liberam metais na presença de
um eletrólito. A corrosão metal pode influenciar ambos o comportamento
mecânico e a aparência dos aparelhos. As juntas de pratas, soldadas, são
particularmente suscetíveis à deterioração, resultando em liberação de metal,
mudança de superfície e perda de força.
THOMPSON (1988), numa combinação de técnica de ancoragem com a
utilização de dois tipos de bráquetes avaliou a ancoragem (dinâmica ou
estática); tipo de movimento (inclinação ou de corpo); técnica ortodôntica
(arcos contínuos ou seccionados); resistência à ancoragem (um ou mais
dentes) e modalidade de intervenção (dentária ou esquelética). Verificou que
alguns recursos aumentaram a capacidade de movimentação dental efetivando
o controle da ancoragem. Esses recursos diziam respeito à combinação de
técnicas ortodônticas com os avanços obtidos nos próprios bráquetes, na
adição de fios trançados, no emprego de arcos de estabilização e de arcos
seccionados.
O centro de resistência de um dente não está localizado ao longo do
mesmo plano que aquela do braquete, onde a força é aplicada ao dente. Por
causa disso, o movimento do dente é um processo complicado que envolve o
topo da coroa, resultando na ocorrência de uma angulação entre a slot do
braquete e o arco. TIDY (1989) buscou simular esta situação com um aparato
no qual um braço de força foi colocado ao bráquete e vários pesos foram
suspensos a partir desta ligação e descobriu que o nitinol e o TMA (beta-titânio)
produziram forças friccionais 2 e 5 vezes maiores que o aço inoxidável. Sob as
condições de teste por ele efetuado, a fricção foi inversamente proporcional a
largura do bráquete e o fio do arco e a dimensão da slot tiveram pouco efeito .
Segundo KAPILA et al. (1990) as propriedades mecânicas dos fios
ortodônticos são obtidas, geralmente, pelos ensaios de tração, dobramento e
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torção. Apesar das características dos fios determinadas por esses ensaios
não refletirem totalmente os seus comportamentos sob as condições clínicas,
eles fornecem as bases para comparação. Devido ao grande espectro das
propriedades dos fios ortodônticos, o seu uso pode ser mais bem direcionado
pela seleção de um tipo de fio adequado para uma situação clínica específica.
IRELAND; MACDONALD; SHERRIFF (1991) confeccionaram um
modelo de segmento bucal para comparar a fricção de bráquetes de aço e de
cerâmica utilizando-se fios de aço e de níquel-titânio de dois diâmetros
diferentes e de um fio polimérico experimental. Comprovaram que os
bráquetes de aço demonstraram menor resistência friccional do que os
bráquetes de cerâmica e os fios de aço apresentaram menor atrito do que os
de níquel titânio.
BEDNAR; GRUENDEMAN; SANDRIK (1991) visando avaliar a diferença
na resistência friccional (produzida pelo atrito) entre fios ortodônticos de aço
inoxidável e bráquetes de aço e cerâmica com alastiques, aço e autoligação
utilizou de dois encaixes de bráquete que mediam 0,018” x 0,025” cada um e
de fios ortodônticos de aço inoxidável medindo 0,014” 0,016”, 0,018”, 0,016” x
0,016”., e 0,016” x 0,22” respectivamente. Utilizando-se de um aparato para
testes projetado para simular situações clínicas nas quais os dentes inclinam-
se ligeiramente enquanto deslizam ao longo dos fios ortodônticos concluíram
que o bráquete de aço autoligante não demonstrou menos fricção que os
bráquetes de aço inoxidável amarrados por elásticos ou por ligaduras de aço.
Os bráquetes de cerâmica amarrados por alastiques demonstraram maior
fricção quando comparados com outras combinações técnicas de amarração
dos bráquetes.
TANNE et al. (1991) compararam as diferenças existentes na
movimentação dentária entre os fios ortodônticos e vários tipos de bráquetes
cerâmicos e metálicos, durante a retração de caninos superiores. Encontraram
que a quantidade de movimentação dentária produzida pelos bráquetes
cerâmicos foi significantemente menor que o produzido pelos bráquetes
metálicos. Dessa forma, concluíram que a natureza dos bráquetes poderia
afetar a eficiência do movimento dentário ortodôntico.
SCHUMACHER; BOURAUEL; DRESCHER (1991) simularam a retração
de caninos com o arco contínuo e a influência sobre os mesmos através da
dimensão dos fios, do elemento de geração das forças (elásticos correntes,
21
molas de retração, ganchos, molas verticais) da largura dos bráquetes e da
posição do centro de resistência dos dentes sobre a efetividade da distalização
de caninos testando fios de aço, níquel-titânio e multi-trançados. Verificaram
que sobre o encaixe .018”, os fios de calibre .016” x .022” foram os que
apresentaram melhores resultados. A retração de caninos com elásticos
correntes e molas de níquel-titânio foram as preferidas pela constância da
ativação contudo, quando foram utilizados ganchos de força ou molas verticais,
movimentos de corpo foram verificados, embora contra isso existisse um
aumento no atrito entre o fio e o encaixe dos bráquetes.
MCLAUGHLIN; BENNETT (1993) relataram que o fenômeno de ligação
produz efeitos desfavoráveis como a distorção do fio, movimento estagnado do
dente, menor eficiência dos mecanismos de deslize e aprofundamento da
mordida. Estas observações indicam a importância de minimizar a ligação
devido a deflexão do fio e assim, evitar a fricção excessiva de modo a alcançar
um movimento do dente eficiente com os mecanismos de deslize.
MOORE; WATTERS (1993) através de uma teoria simples, com o
objetivo de fornecer maiores informações quanto à causa da inclinação do
bráquete estudaram o sistema de força operante entre o bráquete e o fio nos
mecanismos de deslize. Os resultados, verificados através de um sistema de
modelo aumentado, mostrou que para uma certa inclinação do bráquete o
binário varia com a rigidez de flexão do fio, a largura do bráquete e o
comprimento do arco além da posição do bráquete ao longo do mesmo.
MICHAEL; PETER; VICTOR (1994) listou o material de bráquete, o
material do fio, a lubrificação, e a angulação bráquete-fio como fatores que
contribuem para a resistência friccional. O modelo e a ligação da slot do
bráquete podem também influenciar a eficiência dos mecanismos de deslize.
VIAZIS (1995) desenvolveu bráquetes triangulares, cujas características
visavam aproveitar o melhor das propriedades dos fios da nova geração de
níquel-titânio, promovendo forças suaves, tornando a intervenção mais
biológica e, como conseqüência, diminuindo o desconforto do paciente e o
risco de reabsorção radicular. Esses bráquetes, associados aos fios Bioforce
Ionguard constituíram a técnica, denominada pelo autor, de Terapia
Bioeficiente.
TAYLOR; ISON (1996) estudaram as forças de atrito através de três
tipos de bráquetes de 0.022” x 0.028”: bráquetes pré-molares em aço
22
inoxidável pré-ajustados (Standard Straight Wire TM “, bráquetes Activa TM e
bráquetes Speed TM) relacionados a cinco tamanhos de fios (0.018”, 0.020”,
0.016” x 0.022”, 0.018” x 0.025” e 0.019” x 0.025”). Para a realização do estudo
adaptaram um modelo com um bráquete molar, um ou dois bráquetes pré-
molares para simular os segmentos bucais e utilizaram uma máquina de testes
Instron para verificar as forças de atrito nos três tipos de bráquetes. Os autores
registraram que os bráquetes Activa produziram o menor atrito em relação a
todos os fios testados; os bráquetes Speed TM com fios arredondados
demonstraram pequena força de atrito enquanto que os fios retangulares
promoveram aumento para forças maiores, em níveis semelhantes àqueles
registrados com os dois bráquetes Standard Straight Wire TM.
MIYAMOTO (1996) relatou que o aço inoxidável, por ter, em sua
composição química elevada quantidade de ferro, é considerado liga metálica
ferrosa em sua tese sobre fios ortodônticos de aço inoxidável, encontrou-se
que os fios nacionais pertencem ao aço inoxidável austenítico, série 302.
Enquanto que o fio americano se enquadrou na série 304.
YAMAGUCHI et al. (1996) investigaram o relacionamento da força da
retração à posição da aplicação da força e largura do bráquete durante o
movimento simulado de deslize do dente ao longo do fio. O ponto 1 para a
retração foi situado no centro do bráquete, e os pontos 2 e 3 estavam a 4.0
milímetros e a 6.0 milímetros da slot do bráquete, respectivamente. Os pesos
de 100 gm, de 200 gm, e de 400 gm foram suspensos a 9.0 milímetros da slot
do bráquete como o ponto do centro simulado da resistência. Os bráquetes
duplos de aço inoxidável padrão de laterais estreitas, médias e largas foram
acoplados com as duas ligaduras elastoméricas em um fio de aço inoxidável
(0.016 x 0.016 polegada). O suporte foi retraído na taxa de 0.1 milímetro por
segundo para uma distância de 2.0 milímetros. As medidas foram repetidas
seis vezes, e os resultados foram comparados com os testes múltiplos de
ANOVA. Para todos os bráquetes, com um aumento do peso de retardo, a
força média da retração nos pontos 1 e 2 aumentou, mas diminuiu no ponto 3.
A força média da retração no ponto 1 para o bráquete duplo estreito foi
significativamente mais alta (p<0.05) que para o bráquete duplo largo em todos
os níveis de força de retardo. Contudo, a força de retração média nos pontos 2
e 3 para o bráquete duplo estreito foi significantemente menor (p<0.05) que os
bráquetes duplos largos em todos os níveis de força de retardo. Estas
23
descobertas indicaram que o ponto de aplicação de força, a força de
resistência de um dente e a largura do bráquete são cruciais ao se considerar
os momentos de inclinação no bráquete.
READ-WARD; JONES; DAVIES (1997) descobriram que os bráquetes
autoligantes produziram menos fricção somente sob certas condições. Os
bráquetes SPEED (Strite Industries, Cambridge, Ontário, Canadá) em
particular, produziram baixa fricção em fios circulares (redondos), mas a fricção
aumentou consideravelmente com os fios retangulares. Os efeitos da saliva
sobre a fricção são controversos, por que as investigações conduzidas sob
condições secas ou com adição de saliva artificial ou humana ou água têm
produzido resultados conflitantes.
CORRER SOBRINHO et al. (1997) compararam a resistência à tração
de fios de aço inoxidável unidos com soldas de prata e super micro ponto
através de seis soldagens para cada uma das soldas estudadas, com cada tipo
de fio de aço inoxidável, de 0,017", 0.018", 0,20" e 0.021" X 0,025", totalizando
48 amostras. A soldagem com prata foi efetuada com maçarico gás-ar
Miniflam, utilizando fundente Rock Mountain. A soldagem com super micro
ponto foi efetuada com o aparelho Kernit-2700. As amostras foram submetidas
ao ensaio de tração numa máquina Otto Wolpert-Werke, com velocidade de 6
mm/segundo até a ruptura da soldagem. A soldagem com prata apresentou
valores de resistência à tração superiores aos da soldagem com super micro
ponto, com resultados estatisticamente significantes ao nível de 5 por cento.
Entretanto, para ambos os tipos de soldas, a resistência à tração não
apresentou diferença estatisticamente significante, quando foi considerado o
fator espessura dos fios, com exceção do fio 0,021"
SCHUMACHER; BOURAUEL; DRESCHER (1998) investigaram a
influência de diferentes, circunferências de fios nos mecanismos de deslize de
retração canina empregando o sistema de slot 0.018” e os fios de aço padrão
0.016” x 0.022” (Remaloy e Remanium, Dentaurum Comp.). A perda de força
devido à fricção durante a retração canina foi determinada usando o Sistema
de Simulação e Medida Ortodôntico (OMSS). Na distalização direcionada pelo
arco dos caninos, a perda média de força causada pela fricção foi determinada
como sendo de aproximadamente 50%. Os autores verificaram que mesmo em
uma circunferência de fio moderada do fio de aço de 0.016’’x 0. 022’’ resultou
em uma redução de cerca de 10% nas perdas friccionais.Contudo, a análise
24
dinâmica do movimento do dente com OMSS mostrou não haver melhorias dos
mecanismos de deslize usando fios com extremidade bevel que excediam a
circunferência padrão dos fios retangulares. Em contraste, verificaram que uma
extremidade os fios ortodônticos de extremidade bevel forte pode resultar numa
considerável perda de nivelamento.
OUCHI et al. (1998) estudaram a deflexão de dois tamanhos diferentes
de fios de aço inoxidável (fios SS) de 0.016” x 0.022” e 0.019” x 0.025” em
relação às forças de retração aplicadas aos fios com mecanismos de deslize
através de correntes elásticas do primeiro molar até a distal dos incisivos
laterais. Concluíram que a aplicação da força provocou deflexão de ambos os
fios e que o grau de deflexão aumentou proporcionalmente à força de retração
aplicada. Com a mesma força de retração, observaram que o grau de deflexão
do fio ( 0.019” x 0.025”) foi de aproximadamente 47.1% do grau de deflexão do
outro fio ( 0.016” x 0.022”).
BOURAUEL; DRESCHER; SCHUMACHER (1999) com o objetivo de
analisarem a influência de diferentes designes de bráquetes sobre os
mecanismos de deslize utilizaram de cinco bráquetes de aço inoxidável de
diferentes formas para avaliação: (Discovery TM, bráquete Viazis TM e Omni
Arch TM) comparando o sistema de slot de 0.022”. Utilizaram de um Sistema
de Simulação e Medição Ortodôntica (OMSS TM) para quantificar as forças
aplicadas e executaram uma retração simulada de canino através do uso de
fios contínuos com as dimensões de 0.019” x 0.025” (Standard Steel, Unitek) e
0.020” x 0.020” (Ideal Gold, GAC). A comparação revelou perdas induzidas
pelo atrito que variou entre 20 a 70%, apresentando vantagens bem definidas
resultado dos tipos de bráquetes desenvolvidos. Revelaram ainda uma
tendência aumentada quanto às perdas niveladoras em termos de angulação
distal (máximo de 15º) ou torque vestibular de raiz (máximo de 20º)
especialmente com bráquetes que cujo fio havia mobilidade elevada devido
aos seus formatos ou à falta de fio de ligadura.
SCHUMACHER; BOURAUEL; DRESCHER (1999) analisaram in vitro a
influência de modelos diferentes do bráquete nos deslizes mecânicos através
de cinco bráquetes de aço inoxidável com formatos diferentes (bráquetes
Discovery:: Dentaurum, Damon Sl: A-Companhia, Synergy: Rocky Mountains
Orthodontics, Viazis.e aparato Omni Arch) que foram comparados no sistema
0.022"-slot. O sistema ortodôntico da medida e da simulação (OMSS) foi usado
25
para quantificar a diferença entre força aplicada (mola de bobina de NiTi, 1.0 N)
e força ortodonticamente eficaz e para determinar o nivelamento de perdas que
ocorrem durante o processo de deslize no movimento do dente pelo arco. A
retração dos caninos simulada foi executada usando fios contínuos do arco
com as dimensões 0.019"x 0.025" (Standard Steel, Unitek) e 0.020"x 0.020"
(Ideal Gold, GAC) . A comparação dos bráquetes revelou a variação das
perdas de fricção-induzidas de 20 a 70%, com vantagens bem definidas
resultando dos tipos recentemente desenvolvidos de bráquete. Entretanto, uma
tendência aumentada para perdas de nivelamento nos termos da rotação distal
(máximo 15 graus) ou da torção bucal da raiz (máximo 20 graus) foi registrada,
especialmente com bráquetes que dão a mobilidade aumentada ao fio do arco
devido a forma ou falta do fio de ligadura.
KUSY; WHITLEY (2001) relataram que os bráquetes de cerâmica
reforçados com metal com relação à função e forma são comparável aos
bráquetes de aço inoxidável convencionais em suas propriedades friccionais.
LOFTUS; ARTUM (2001) comentaram que a variedade dos métodos
experimentais usados na literatura torna difícil comparar os resultados de
estudos diferentes deste tipo. A quantidade de liberdade de movimento do
bráquete relativo ao fio parece afetar intensamente os resultados. As
diferenças no final dos mesmos materiais (ex-lisura de superfície de fios níquel
titânio de diferentes fabricantes) também tornam difícil comparar descobertas e
isolar fatores de contribuição individuais. Por exemplo, os bráquetes diferem
não somente em tipo e material, mas também em largura e deste modo na
quantidade de força exercida pelos módulos elásticos. Além disso, a variação
nas medidas de tempo pode afetar os valores gravados como um resultado de
quantidades diferentes de relaxamento de estresse dos módulos elásticos. A
alta variabilidade das medidas de fricção tem sido comentada previamente.
JONES; TAN; DAVIES (2002) investigaram os efeitos de
recondicionamento nas dimensões dos encaixes, fricção estática e resistência
de bráquetes de aço inoxidável através de três diferentes graus de angulação
de bráquetes: zero, cinco, e dez graus respectivamente. Uma amostra de 45
bráquetes recondicionados de aço inoxidável (0.018 x 0.030) foi comparada
com uma amostra 45 bráquetes novos. Os autores verificaram que embora os
bráquetes tenham sido alterados fisicamente pelo processo de
recondicionamento, seu desempenho durante a simulação de mecânicas de
26
deslize não foi afetado adversamente. Isto insinua que o recondicionamento de
bráquetes pode não resultar clinicamente em efeitos significantes.
HARARI et al. (2003) utilizando cinco diferentes marcas de bráquetes
avaliaram a força de atrito estática entre fios e bráquetes durante o uso de
mecanismos de deslize, descobrindo diferenças significantes quanto às forças
de atrito estáticas entre os cinco grupos de bráquetes estudados. Os autores
concluíram que todos os bráquetes oferecem “atrito reduzido”, muito embora os
fabricantes os descrevam assim.
HAIN; DHOPATKAR; ROCK (2003) investigaram os efeitos do método
de ligação sobre a fricção para avaliar a alegação dos fabricantes que os
novos módulos elastoméricos lisos reduzem a fricção na interface fio/módulo.
Um aparato feito sob medida foi construído para registrar a resistência ao
movimento de um fio de aço inoxidável de 0.019 x 0.025 de comprimento (3M
Unitek Monrovia, Calif) cada um com 7 cm. Quatro tipos de bráquetes pré-
molares de maxilar foram usados, cada um incorporando- 7° torque e
angulação zero: aço inoxidável padrão (Victory Twin Series, 3M Unitek),
bráquetes de cerâmica metal-reforçados (Clarity Twin, 3M Unitek) e SPEED.
Os bráquetes e fios foram limpos com álcool antes que os módulos ou
ligaduras fossem fixados com o fórceps mosquito, 25 mm a partir da
extremidade inferior do fio, para formar uma unidade de teste. Todas as
unidades no grupo da saliva foram mergulhadas na saliva humana por 1 hora,
antes do teste. Os grupos secos também foram fixados 60 minutos antes do
teste para minimizar as diferenças na tensão elástica entre as amostras. O
teste foi realizado numa máquina Instron 5544 (Instron, Ltda, High Wycombe,
Buckinghamshire, United Kingdom) com uma velocidade do bloco de metal de
20 mm/min acima de um estiramento de 8 mm de fio. Os resultados indicaram
que os novos módulos elastoméricos de fixação da TP Orthodontics geram
significantemente menor fricção na interface módulo/fio que os módulos
regulares quando amarrados normalmente; a redução na resistência friccional
foi consideravelmente maior quando os módulos foram lubrificados com saliva
humana; Uma figura de configuração de nó 7 significantemente aumenta a
resistência friccional, mas a lubrificação com saliva humana produziu uma
maior redução na fricção estática com os módulos de fixação que com os
módulos regulares amarrados desta forma; os bráquetes SPEED geraram
menos fricção em geral que qualquer outro tipo de bráquete testado com
27
módulos regulares numa configuração de amarração normal; o uso de módulos
de fixação lubrificados com qualquer tipo de bráquetes não autoligantes
testados resultaram numa redução da fricção abaixo dos valores SPEED; as
ligaduras de aço inoxidável amarrados frouxamente oferecem a resistência
friccional mais baixa de todos os métodos de ligação testados.
REDLICH et al. (2003) avaliaram a força de estática da fricção criada
entre fios e suportes de “fricção-reduzida durante os mecanismos de deslize.
Cinco tipos diferentes de bráquetes de “fricção- reduzida” foram usados: grupo
A: NuEdge (Ortodontia do Tp, LaPorte, Ind); grupo B: Discovery (Dentaurum,
Ispringen, Germany); grupo C: Synergy (Rocky Mountain Orthodontics, Denver,
Colo); grupo D: Friction Free (American Orthodontics, Sheboygan, Wis); e
grupo E: TIME, um bráquete autoligante (American Orthodontics). O Grupo F
(Omni Arch, GAC International, Bohemia, NY) serviu como um grupo de
controle. Cada grupo tinha 75 bráquetes de aço inoxidável com .022 x.028”.
Três fios de aço inoxidáveis foram testados: .018.018 x.025” e .019 x.025”.
Para se levar em conta os ângulos de segunda ordem, os bráquetes foram
ajustados em cinco graus ou em dez graus aos fios. Cada bráquete foi ajustado
num dispositivo especial, que foi colocado na base da máquina de teste. Um fio
ligado ao suporte foi unido ao bloco de metal da máquina e puxado em uma
velocidade de 10 mm/min para uma distância de 5 mm. As diferenças
significativas foram encontradas nas forças de fricção estática entre os grupos
diferentes. O grupo D (Free Friction-Fricção livre) mostrou a força de fricção
mais baixa e o grupo E (TIME) mostrou a força de fricção mais elevada. Este
estudo demonstra que não são todos os suportes que fornecem "a fricção
reduzida," mesmo que os fabricantes os descrevam como tal.
PINTO et al. (2003) avaliaram a rugosidade superficial de fios de aço
inoxidável austenítico de seis marcas comerciais, de 0,7 mm de diâmetro:
Dentaurum (D), Morelli (M), NMartins (NM), Odontolatina (O); PR (PR) e
Uniden (U). Os grupos foram compostos por 10 corpos-de-prova (segmento
retificado do fio, com 6 cm de comprimento), fixados com cera nas
extremidades sobre uma bancada e limpos com álcool. Cada corpo-de-prova
foi submetido a cinco leituras na escala Ra em rugosímetro Mitutoyo SJ-201,
em locais distintos. Os dados foram registrados em micrômetros e submetidos
à análise estatística pelo método Kruskal-Wallis e Student-Newman-Keuls (p <
0,05). Os resultados obtidos indicaram que os fios das marcas D e M
28
apresentaram menor rugosidade sem diferença estatística entre si. Os demais
fios apresentaram maior rugosidade, sendo que os valores obtidos para NM,
PR e O apresentaram maior dispersão, sugerindo maior variação no processo
de fabricação destes.
HUANG (2003) investigou a resistência de corrosão de fios ortodônticos
NiTi tensionados e fios de aço inoxidável usando testes dinâmico e estático-
potenciais cíclicos em saliva ácida artificial a 37° C. Um microscópio de força
atômica foi usado medir a topografia da superfície 3-D de fios conforme
recebidos. As observações do microscópio de escaneamento de elétrons foram
realizadas antes e após os testes cíclicos dinâmico-potenciais. A análise
química de superfície foi caracterizada usando o espectroscopia de raio-X de
foto-elétron e a espectroscopia de elétrons Auger após os testes estático-
potenciais. Os resultados do teste cíclico dinâmico-potencial mostraram que o
pH teve uma influência significativa nos parâmetros da corrosão do NiTi
tensionado e dos fios de aço inoxidáveis (p< 0.05). O potencial de corrosão, o
potencial de proteção e variação passiva dos fios de aço inoxidável e NiTi
tensionados diminuíram com a diminuição do pH, enquanto que a densidade
corrente passiva aumentou com a diminuição do pH. A carga não teve
influência significante nos parâmetros de corrosão acima (p>0.05). Para todas
as condições do pH e de carga, o fio de aço inoxidável apresentou um
potencial mais elevado de corrosão e uma variação passiva mais ampla do
que o fio de NiTi (p<0.001), enquanto que o fio de NiTi teve uma densidade
corrente passiva menor que o fio de aço inoxidável (p<0.001). A resistência a
corrosão dos fios de NiTi e de aço inoxidável foi relacionada as
caracterizações da superfície incluindo o defeito de superfície e filme passivo.
GRAVINA et al. (2004) relataram que as grandes empresas de
fabricação investem em propagandas a respeito de fios chamados "superiores"
(níquel-titânio, com efeito, memória de forma e níquel-titânio superelástico) e
alegaram que os mesmos fornecem melhor desempenho devido às suas
propriedades mecânicas mais apropriadas. Para que o profissional possa
escolher o fio ortodôntico mais apropriado, segundo os autores, a compreensão
das propriedades do material se faz necessária. Após definição e comparação
das propriedades mecânicas, através de revisão da literatura, concluíram que
para a fase inicial de alinhamento e nivelamento, arcos de níquel-titânio
superelásticos ou termoativados e arcos multifilamentados devem ser os fios
29
de escolha. Para os estágios intermediários do tratamento ortodôntico, os fios
de beta-titânio devem ser as ligas de eleiçäo. Para os estágios de finalizaçäo
as ligas de aço inoxidável convencionais constituem a opçäo mais viável.
Sugeriram ainda, que apesar da "superioridade" das novas ligas de níquel-
titânio ter sido demonstrada, experimentalmente, clinicamente esses fios
possuem comportamento semelhante às ligas de aço multifilamentado em
casos de apinhamentos não muito severos .
BANDEIRA (2004) avaliou a força de atrito em sistemas de deslizamento
compostos por quatro fios ortodônticos com diâmetro de 0,016" (aço inoxidável
Morelli, NiTi Morelli, NiTi recoberto por resina epoxídica Morelli e NiTi recoberto
por resina epoxídica GAC), dois tipos de ligaduras elastoméricas (Morelli e TP
Orthodontics) e três tipos de bráquetes do sistema Roth (aço inoxidável Morelli,
e cerâmicos MXi da TP Orthodontics e Mystique da GAC), na presença ou não
de saliva artificial. os componentes foram caracterizados individualmente por
microscopia eletrônica de varredura (MEV), ótica (MO) e estereoscópica. A
força de atrito foi avaliada medindo-se a força máxima necessária para deslizar
o fio em grama-força. Observou-se que, para os diferentes fios, a força de atrito
cresce na seguinte ordem: aço inoxidável, NiTi, NiTi recoberto GAC e NiTi
recoberto Morelli. Estatisticamente, os bráquetes apresentaram diferenças
significativas entre si. Porém, dependendo da interação avaliada, tais
diferenças não foram observadas. A ligadura TP produz menor valor de força
máxima do que a ligadura Morelli. A saliva, na maioria das vezes, favorece o
deslizamento, reduzindo os valores de força. Entretanto, na avaliação da
eficiência do sistema de deslizamento, ele deve ser considerado como um
todo, ou seja, os diferentes componentes não podem ser avaliados
separadamente. Um componente que, na maior parte das combinações, tende
a apresentar maior resistência ao deslizamento, como o fio recoberto Morelli,
pode, pela combinação adequada com os demais componentes, apresentar
forças de atrito equivalentes aos sistemas tradicionais.
30
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 MATERIAL
Para avaliar a redução eletroquímica (anodização) de fios ortodônticos
foram analisadas duas diferentes marcas comerciais nacionais de fios
ortodônticos de aço, com secção retangular de 0,019’’ x 0,025’’: MorelliR e
Aditek .
Foram formados 15 corpos de prova de cada marca comercial MorelliR e
Aditek, conforme Figura 1.
Figura 1 – Corpos de prova
31
4.2 MÉTODOS
4.2.1 Preparo dos corpos de prova
Por meio de um alicate de corte diagonal (Dentaurum) foram
seccionados 30 segmentos de fio de 30 mm de comprimento cada, totalizando
15 segmentos de cada marca comercial nacional.
Com um outro alicate 139 formaram-se duas dobras de 90º graus em
cada segmento de fio, de modo que o primeiro o segundo e o terceiro lado de
cada corpo de prova ficou com 5 mm, 10 mm e 15 mm respectivamente,
assemelhando-se ao desenho de um número sete.
4.2.2 Regulagem do dispositivo de redução eletroquí mica
(anodizador)
Foram utilizadas duas cubas do anodizador (Metal-Vander). Uma com
capacidade total para 250 ml, preenchida com 125ml de ácido ortofosfórico
75%. A outra também com capacidade total para 250 ml, preenchida com 125
ml de água e 2,5 gramas de bicarbonato de sódio, conforme figura 2.
32
Figura 2 – Anodizador Metal Vander
Com a chave seletora de potência do anodizador ligada na potência 3 de
acordo com a recomendação do fabricante, iniciou-se o procedimento de
redução eletroquímica dos corpos de prova.
4.2.3 Procedimento de redução eletroquímica
Um a um os corpos de provas foram apreendidos à garra do anodizador,
submergindo inteiramente na cuba que continha ácido ortofosfórico 75%, o lado
de 15 mm de cada corpo de prova por 45 segundos, conforme figura 3. Após
este processo os fios foram levados imediatamente à solução de bicarbonato
de sódio para neutralizar o efeito do ácido.
33
Figura 3 – Corpo de prova imerso no ácido ortofosfórico 75%
4.2.4 Procedimento de mensuração das dimensões dos
corpos de prova (pré e pós-redução)
Pré-redução
Antes da redução eletroquímica foram mensuradas as dimensões
iniciais dos corpos de prova, contando com um Micrômetro Digital MDC-Lite da
marca comercial (Mitotoyo), conforme figura 4.
34
Figura 4 - Micrômetro Digital MDC-Lite
Esta metodologia envolveu o maior lado do fio dos corpos de prova (lado
com 15 mm) cujas dimensões (altura e largura) foram mensuradas e o menor
lado do fio dos corpos de prova (lado com 5 mm) foi apreendido a uma morsa a
qual se estabelecia sobre uma bancada de granito, de forma que o lado maior
(lado com 15 mm) do fio dos corpos de prova fosse colocado entre as
extremidades de mensuração do micrômetro.
Quando as hastes de precisão tocaram o fio, o visor digital do
micrômetro marcou a espessura inicial de um dos lados do fio (altura),
conforme figura 05. O outro lado (largura) foi mensurado da mesma maneira e
anotado em uma tabela de comparações.
35
Figura 5 – Mensuração do micrômetro
Pós-redução
As dimensões do maior lado do fio dos corpos de prova (lado com 15
mm) foram mensuradas e anotadas em uma tabela de comparações após a
redução eletroquímica, utilizando-se o mesmo método utilizado para a
mensuração da pré-redução dos corpos de prova.
4.3 Metodologia estatística
De posse dos valores mensurados, estes foram avaliados
estatisticamente e descritos no capítulo a seguir.
36
5. RESULTADOS
Para o estudo da variação nas medidas, foi utilizado o teste de Student
que serve para comparar grupos de dados, quer seja comparando um grupo de
dados com um valor dado, ou para comparar dois grupos de dados e verificar
se as diferenças existentes são estatisticamente significativas ou não.
Para efetuarmos este teste, dois fatores são fundamentais: as médias e
os desvios, que devem ser calculados. O conceito complementar a este é o de
nível de confiança, ou seja, ao se dizer que duas medidas diferem em um nível
de significância de 0.05 (5%), significa que a probabilidade máxima das
medidas diferirem é de 5% e assim pode-se dizer que as medidas concordam
com uma confiança de 95%.
O teste Student realizado para análise dos fios ortodônticos da marcas
MorelliR e Aditek, indicados nas tabelas 1 e 2, abaixo, mostram diferenças
significativas entre as médias iniciais e finais tanto para a altura como para
largura, após a redução eletroquímica de 45 segundos.
Essa conclusão pauta-se na observação do valor de p (*) onde para a
altura p=0,00000662 e para a largura p=0,0000000159, por serem inferiores a
5% que é o nível de significância do teste.
Tabela 1 – Teste de Student para o Fio Ortodôntico Aditek
Aditek Altura
Inicial
Altura
Final
Largura
Inicial
Largura
Final
Média 0.501267 0.443867 0.651067 0.5894
Variância 0.000701 0.000263 0.000384 6.41E-05
Observações 15 15 15 15
Correlação de Pearson -0.06518 0.055827
Hipótese da diferença de
média
0 0
Gl 14 14
Stat t 6.963309 11.5125
P(T<=t) bi-caudal 6.62E-06* 1.59E-08*
t crítico bi-caudal 2.144787 2.144787
37
Tabela 2 – Teste de Student para o Fio Ortodôntico Morelli R
Morelli R Altura
Inicial
Altura
Final
Largura
Inicial
Largura
Final
Média 0.4918 0.450933 0.657733 0.5892
Variância 8.4E-05 0.000732 0.000119 0.00022
Observações 15 15 15 15
Correlação de Pearson -0.12535 0.378987
Hipótese da diferença de
média
0 0
Gl 14 14
Stat t 5.341177 18.04302
P(T<=t) bi-caudal 0.000104* 4.32E-11*
t crítico bi-caudal 2.144787 2.144787
O cálculo das médias das medidas entre os fios da marca Aditek e
MorelliR, referente a altura e largura iniciais e finais foram realizados e
encontram-se na tabela 3.
Tabela 3 - Médias das medidas entre os fios Aditek e Monelli
Tipos dos Fios Altura Largura
Inicial 0.501267 0.651067
Final 0.443867 0.5894 Aditek
Diferença 0.0574 0.061667
Inicial 0.4918 0.657733 Final 0.450933 0.5892
MorelliR
Diferença 0.040867 0.068533
O cálculo estatístico para a comparação entre as diferenças das médias
ocorridas entre os fios, encontra-se na tabela 4 onde se observa não existir
diferença significativa entre os fios, tanto na altura quanto largura.
38
Tabela 4 – Comparação entre os fios
Altura Largura Estatísticas MorelliR Aditek MorelliR Aditek
Média 0.040867 0.0574 0.068533 0.061667
Variância 0.000878 0.001019 0.000216 0.00043
Observações 15 15 15 15
Variância agrupada 0.000949 0.000323
Hipótese da diferença de média 0 0
gl 28 28
Stat t -1.47004 1.045706
P(T<=t) bi-caudal 0.1527 n.s 0.304641n.s
t crítico bi-caudal 2.048407 2.048407
39
6. DISCUSSÃO
Em ortodontia numerosas ligas metálicas são utilizadas para a
movimentação de dentes e oferecidas por diferentes fabricantes
(SCHUMACHER; BOURAUEL; DRESCHER, 1998). A metalurgia dessas ligas
é muito complexa, merecendo estudos aprofundados visando melhor
conhecimento de sua composição química e estrutural para que sejam bem
aplicadas clinicamente.
O surgimento de novas ligas, com propriedades cada vez mais
adequadas, abre ao clínico um leque de possibilidades de escolha do material,
conforme a situação clínica requeira maior ou menor rigidez em um
determinado segmento do arco. (GURGEL; RAMOS; KERR, 2001).
Os fios ortodônticos são conformados em várias configurações ou
aparelhos para movimentar os dentes, durante o tratamento ortodôntico. O
sistema de força é determinado pelo desenho do aparelho e pelas
propriedades do material que constitui a liga metálica utilizada. A força aplicada
ao dente é proporcional ao módulo de resiliência do fio e depende do desenho
e deflexão do mesmo.
O movimento translacional do dente ao longo do fio requer força
suficiente para superar as forças friccionais entre o bráquete e o fio. Vários
estudos visando contribuir para o entendimento da fricção vêm sendo
investigados incluindo categorias como material do braquete (KUSY;
WHITLEY, 2001), largura do braquete (ANDREASEN; QUEVEDO, 1970;
FRANK; NIKOLAI, 1980; SCHUMACHER; BOURAUEL; DRESCHER, 1998), e
tamanho da Slot (KAPILA et al., 1990; TIDY, 1989; SCHUMACHER;
BOURAUEL; DRESCHER, 1998; KUSY; WHITLEY, 2001). Os estudos têm
investigado os efeitos do material do fio e tamanho (ANDREASEN; QUEVEDO,
1970; FRANK; NIKOLAI, 1980; TIDY, 1989), e as interações do braquete e do
fio, especialmente a angulação braquete / fio (ANDREASEN; QUEVEDO,
1970). Também tem sido investigado o tamanho da força de ligação (READ-
WARD; JONES; DAVIES, 1997) e o estado da lubrificação do sistema (KUSY;
GREENBERG, 1981; VIAZIS, 1995).
Tem sido observado que o coeficiente de fricção pode variar
amplamente, dependendo das condições do experimento, do estado dos
40
materiais, e da quantidade de carga aplicada. A força friccional cinética, e deste
modo, o coeficiente cinético de fricção, pode também ser uma função da
velocidade do deslize. Uma ampla variação de coeficiente de valores de fricção
relatados para um dado material, de uma variedade de instrumentos, sob
condições ambientes diferentes, estabelecendo que os coeficientes de fricção
não possam ser atribuídos a vários materiais (STANNARD; GAU; HANNA,
1986).
Existe uma concordância na literatura revisada sobre os parâmetros
para o material do fio ou aspereza de superfície (BOURAREL; DRESCHER;
SCHUMACHER, 1999). Com o uso dos bráquetes de metal, o fio de aço
padrão, assim como as ligas de cromo-cobalto, é atribuído a um alto potencial
de deslize devido as suas superfícies lisas. Em combinação com um tipo de
braquete maior, o fio de aço padrão de 0.016” x 0.022” oferece bom
funcionamento de mecanismos de deslize e ao mesmo tempo, garante um
movimento virtuoso do dente.
Esta preocupação com a fricção tem sido reconhecido pelos
fornecedores de produtos ortodônticos, com o modelo do braquete sendo
modificados em alguns casos. As modificações almejavam reduzir a fricção do
fio na slot do braquete são baseadas em medidas voltadas à qualidade de
superfície melhorada, as modificações geométricas das slot baseadas nas
extremidades circulares, larguras variadas de braquetes, em alguns casos com
larguras variáveis das ASAS do braquete gengival e incisivo, ou braquetes com
sistemas de ligação integrados. As novas formas dos braquetes disponíveis no
mercado precisam ser submetidas à investigação cientifica, como os
profissionais clínicos esperam ser informados de suas características de fricção
(SCHUMACHER; BOURAUEL; DRESCHER, 1999).
Em discussões deste tópico, a maioria dos autores tem chamado a
atenção para a necessidade dos profissionais em ter conhecimento das
propriedades elásticas dos fios, dos fatores influenciadores das forças
friccionais durante o movimento ortodôntico do dente dos efeitos do material do
fio e as suas dimensões bem das propriedades físicas dos fios ortodônticos a
fim de determinar a quantidade necessária de forças para o movimento
dentário as quais beneficiaram as aplicações corretas de forças para
movimentações de dentes ou grupos de dentes específicos (KOHL, 1964;
41
CHACONAS; CAPUTO; HAYASHI, 1974; KEYS 1973; GOLDBERG;
BURSTONE, 1979; FRANK; NIKOLAI, 1980).
Outros alertam também sobre a necessidade de melhores
conhecimentos das propriedades mecânicas e estruturas dos materiais usados
no tratamento ortodôntico (KOHL, 1964; CHACONAS; CAPUTO; HAYASHI,
1974; KEYS 1973; GOLDBERG; BURSTONE 1979; FRANK; NIKOLAI, 1980;
GRAVINA et al., 2004) chamando a atenção para a necessidade do
conhecimento das propriedades físicas dos fios ortodônticos a fim de
determinar a quantidade necessária de forças para o movimento dentário as
quais beneficiaram as aplicações corretas de forças para movimentações de
dentes ou grupos de dentes específicos (KEYS, 1973; GRAVINA et al., 2004).
Quando se realiza um estudo comparativo, nota-se que existem muitas
variáveis sendo usadas na Odontologia a fim de conseguir alcançar o objetivo
previamente proposto. Entretanto, algumas vezes torna-se difícil comparar os
resultados obtidos devido à falta de padronização das técnicas e materiais
utilizados pelo pesquisador, durante a realização de um trabalho de pesquisa.
Além do mais se deve relevar que pode haver diferenças entre os
resultados das propriedades pesquisadas em conseqüência do método de
avaliação, isto é, das dimensões dos corpos de prova e da configuração do
ensaio e, principalmente da qualidade do material.
No nosso caso inexiste na literatura indicação dos fabricantes de fios
ortodônticos quanto ao melhor tempo para a redução eletroquímica. Existe por
parte do fabricante da máquina (Metal Vander) a indicação do tempo para se
fazer à redução em 20 segundos.
Também não tivemos conhecimento de nenhum estudo que estudasse a
redução eletroquímica de fios ortodônticos o que, não nos permite uma
discussão em termos de comparação quanto aos resultados encontrados.
Supomos apenas que nosso resultado é bastante diferente do estudo de
PINTO et al. (2003) que ao avaliaram a rugosidade superficial de fios de aço
inoxidável austenítico de seis marcas comerciais nacionais diferentes
encontraram diferenças quanto à rugosidade e dispersão, sugerindo maior
variação no processo de fabricação destes.
Assim, concordamos com as afirmações de LOFTUS; ARTUM (2001)
quando comentam que a variedade dos métodos experimentais usados na
literatura torna difícil comparar os resultados de estudos diferentes deste tipo. A
42
quantidade de liberdade de movimento do bráquete relativo ao fio parece afetar
intensamente os resultados. As diferenças no final dos mesmos materiais
também tornam difícil comparar descobertas e isolar fatores de contribuição
individuais. Por exemplo, os bráquetes diferem não somente em tipo e material,
mas também em largura e deste modo na quantidade de força exercida pelos
módulos elásticos. Além disso, a variação nas medidas de tempo pode afetar
os valores gravados como um resultado de quantidades diferentes de
relaxamento de estresse dos módulos elásticos. A alta variabilidade das
medidas de fricção tem sido comentada previamente.
A interpretação dos resultados deste estudo mostra que há necessidade
por parte dos fabricantes em indicarem o tempo de redução eletroquímica bem
como a necessidade de desenvolvimento de estudos sobre a redução
eletroquímica de fios ortodônticos permitindo ampliar essa discussão. Esta
informação deve ser usada pelos fabricantes em sua produção, também
quando considerarem o tópico de padronização.
43
7. CONCLUSÕES
Após a avaliação da redução eletroquímica (anodização) de fios
ortodônticos retangulares (0,019’’ x 0,025’’) das marcas comerciais nacionais
Morelli e Aditek realizada é possível concluir:
• Houve redução eletroquímica estatisticamente significativa do fio de aço
da marca comercial nacional Morelli e da marca Aditek, no tempo de
redução de 45 segundos.
• Após a redução eletroquímica de 45 segundos, observou-se não existir
diferença estatisticamente significativa entre os fios nacionais estudados
tanto na largura quanto na altura.
44
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