Avaliação Da Monensina Sódica No Desempenho de Cordeiros Suplementados a Pasto

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Avaliao da monensina sdica no desempenho de cordeirossuplementados a pasto

J. dos Santos Arajo1, E. Eustaquio Mesquita, N. Tsuzuki, V. de Oliveira, M. Abbado Neres,G. Costa Braga, . Cosendey Peixoto e L. Cristina Valle.

Centro de Cincias Agrrias/Universidade Estadual do oeste do Paran, BrasilRecibido Noviembre 8, 2006. Aceptado Abril 18, 2007.

Evaluation of sodium monensin on the performance of lambssupplemented in pasture

ABSTRACT. The experiment was conducted to evaluate the effect of the ionophore addition to the concentratesupplement on the 0; 25; 50 and 75 mg of monensin/animal/day on levels, in the performance of sheep. It wasused 16 lambs average with age of four months old and average initial weight of 17.85 3.84 kg, the animalswere kept in a pasture of Bermuda grass Tifton 85 (Cynodon spp.) in on completely randomized design wasused. Pasture accumulation and quality were evaluated. Addition of monensin did not affect average dailyweight gain, the best feed conversion and feed efficiency. Supplementation of the sodium monensin concentratedsupplement did not favored or better performance of animals.

Key words: Ionophores, Sheep, Supplementation.

Archivos Latinoamericanos de Produccin Animal (Arch. Latinoam. Prod. Anim.)www.alpa.org.ve/ojs.index/php

ISSN 1022-1301. 2007. Asociacin Latinoamericana de Produccin Animal. Vol 15, nmero 3: 100-106

1Autor para la correspondencia, e-mail: [email protected]

RESUMO. Este experimento foi conduzido para avaliar o efeito do ionforo adicionado ao suplementoconcentrado, nos nveis de 0; 25; 50 e 75 mg de monensina/animal/dia, no desempenho de ovinos. Foramutilizados 16 cordeiros mestios, machos, inteiros, com idade de quatro meses e peso mdio vivo inicial de17,85 1,84 kg, mantidos em pastagem de Tifton 85 (Cynodon spp.), usando um delineamento inteiramente aoacaso. Estimativas da biomassa e da qualidade da forragem foram realizadas. A adio de monensina sdicano afetou significativamente o consumo do suplemento concentrado. Os ganhos de peso mdio dos cordeirosno foram estatisticamente influenciados pelos tratamentos, porm foram considerados elevados. A monensinasdica no causou reduo no consumo nem alterou o ganho de peso dos animais criados a pasto.

Palavras chave: Ionforos, Ovinos, Suplementao.

A ovinocultura no Brasil nos ltimos anos vemse consolidando como uma das principais atividadesdo setor pecurio. A crescente demanda interna eexterna por carne ovina, vem desencadeando umapresso no sentido de aumentar o efetivo. Alm demelhorar as tcnicas de manejo sanitrio e dealimentao, para ampliar o desempenho produtivodos animais, uma vez que, atualmente, adisponibilidade de carne de cordero no supre a de-manda interna.

Os atuais sistemas de criao voltados para aproduo de carne ovina passam a enfrentar o desa-fio de reduzir a sazonalidade de oferta de cordeiro

Introduo

para o abate, determinada pelas estacionalidadesreprodutivas e de forragem. No perodo seco, hreduo significativa na capacidade de suporte davegetao nativa e na qualidade de forragemdisponvel. Este fato, associado falta desuplementao e no separao das categoriasanimais em seus diferentes estados fisiolgicos, le-vando concorrncia pelo uso da forragemdisponvel, conduz ao lento desenvolvimentoponderal das crias, elevada taxa de mortalidade deanimais jovens e idade tardia ao abate.

A deciso de engordar ovinos em sistema depastejo utilizando suplementao com concentrado

101Avaliao da monensina sdica no desempenho de cordeiros


depender no s da condio particular da regioe/ou propriedade, mas tambm do mercado. Aimplementao deste sistema pode viabilizar o abatede animais mais jovens, com carcaa de melhorqualidade, alm de poder aumentar a capacidade desuporte da pastagem, aumentando, assim, aquantidade de carne produzida por hectare e emmenor tempo.

Numerosas pesquisas tm indicado que asuplementao em dietas base de forragem de baixaqualidade pode melhorar o desempenho produtivodos animais (DelCurto et al., 1990 e Prohmann et al.,2004).

A suplementao melhora a qualidade da dietade diferentes categorias animais em suas diversasfases, satisfazendo suas necessidades e promovendoaumento de peso, sendo considerada uma alternati-va para a engorda de ovinos. Alm da suplementao,alguns aditivos tm sido utilizados na alimentaoanimal para melhorar seu desempenho produtivo,entre eles ionforos como monensina, lasalocida,

narasina salinomicina, entre outros, os quais em suamaioria so produtos da fermentao de vriosactomicetos.

Os estudos realizados com os ionforos tm regis-trado diminuio na ingesto de alimentos, melhoriana converso alimentar e modificaes nos produtosfinais da fermentao ruminal, aumentando aproporo molar de cido propinico em relao aoactico e butrico e disponibilizando maior energiados alimentos para o aproveitamento dos animais(Broderick, 2004).

Os trabalhos de pesquisa mostram que o uso deionforos fornecido via suplemento para animais empastagem tem apresentado resultados variados (Potteret al., 1976; Restle et al., 1999; Roso & Restle, 2001) eso feitos principalmente com bovino de corte e gadode leite, no trazendo nenhuma recomendao paraovinos. Sendo assim, objetivou-se avaliar o uso demonensina sdica no desempenho produtivo deovinos suplementados a pasto.

Material e Mtodos

O experimento foi realizado nas instalaes doSetor de Ovinocultura da Fazenda Experimental Prof.Dr. Antonio Carlos dos Santos Pessoa, localizada naLinha Guar (Longitude: W 54 01' 9,09" a W 54 01'45,15"; Latitude: S 24 31' 42,17" a S 24 32' 15,34";Altitude: 420 m), pertencente ao Ncleo de EstaesExperimentais da Universidade Estadual do Oestedo Paran (NEE/UNIOESTE), no municpio deMarechal Cndido Rondon PR.

Foram utilizados dezesseis cordeiros, machos, sempadro racial definido, oriundos de uma mesmafazenda, com idade aproximada de quatro meses epeso vivo mdio de 17,85 1,84 kg ao incio do expe-rimento, identificados individualmente por brincos.Os animais permaneceram em uma rea de pastagemj estabelecida de Tifton 85 Cynodon spp. com aproxi-madamente 0,5 ha durante um perodo de 62 dias,entre os meses de julho a setembro de 2004.

Antes do incio do experimento os cordeiros forameverminados, mediante anlise parasitolgica defezes, submetidos a um perodo pr-experimental deadaptao dieta contendo a monensina, ao manejodurante 20 dias e 42 dias e destinados coleta dedados. Nesta rea, os animais tiveramdisponibilidade de bebedouro para consumo de guaad libitum.

Os animais permaneciam no pasto das 5:00 s11:00 horas da manh, quando eram recolhidos parauma instalao prxima rea da pastagem parareceberem o suplemento concentrado contendo os

tratamentos at aproximadamente 12:00 horas, edepois voltavam a ter acesso ao pasto, sendo recolhidono final da tarde, s 18:30 horas, para as baiasindividuais, onde pernoitavam.

Foi utilizada uma instalao prxima da rea depastagem, constituda de baias individuais comdisponibilidade de comedouro e bebedouro, na qualos animais recebiam o suplemento e os teores demonensina sdica conforme os tratamentos. O apris-co continha tambm balana para pesagem dosanimais, que era efetuada semanalmente, sempre nomesmo horrio, antes de os animais terem acesso aopasto. Esse procedimento era necessrio em funode fazer o ajuste do suplemento e para a obteno doganho em peso mdio e total dos cordeiros.

O suplemento concentrado foi constitudo de farelode soja, gro de milho modo, torta de algodo, cascade soja e mistura mineral comercial1 e formulado se-gundo recomendaes do NRC (1985) para cordeirosem crescimento. O suplemento foi fornecido aosanimais numa quantidade de 2,0% do peso vivo esua formulao e clculo foram obtidos aps anlisequmica dos pastos. A monensina sdica era adicio-nada no momento do fornecimento do concentradode acordo com os tratamentos.

A composio percentual do concentrado apresentada no Quadro 1 e os teores de matria seca(MS), protena bruta (PB), fibra em detergente neutro(FDN) e fibra em detergente cido (FDA) e minerais,no Quadro 2.

102 Dos Santos Arajo et al.


Foram analisados o consumo mdio do suplemen-to concentrado e o ganho em peso mdio dirio dosanimais. As avaliaes das forragens (estimativas debiomassa residual de MS e da taxa de acmulo diriode MS) foram realizadas no incio do experimento,30 dias aps e ao trmino da pesquisa, nas seguintesdatas: 23/07, 27/08 e 10/09, respectivamente.

O acmulo de MS no perodo experimental foi cal-culado multiplicando o valor de taxa de acumulodirio pelo nmero de dias do perodo. A taxa delotao (TL) foi calculada considerando a unidadeanimal (UA) como sendo 450 kg de PV, utilizando aseguinte frmula:

Foram utilizadas as amostras coletadas na duplaamostragem utilizando-se um quadriltero de 0,50 x0,50 m (0,25 m2), lanado aleatoriamente na rea dapastagem. Analisou-se o teor de protena bruta (PB)utilizando-se metodologia descrita por Silva &Queiroz (2000).

Utilizou-se o delineamento inteiramente aoacaso, com quatro tratamentos e quatro repeties,perfazendo um total de 16 unidades experimentais.

Os tratamentos consistiram de diferentes teoresde ionforos (monensina sdica), conforme segue:

T1) Controle (Pasto + 0,0 mg/monensina/animal/dia no concentrado);

T2) Pasto + 25,0 mg/monensina/animal/dia noconcentrado;

T3) Pasto + 50,0 mg/monensina/animal/dia noconcentrado; e

T4) Pasto + 75,0 mg/monensina/animal/dia noconcentrado.

Os dados das variveis respostas foramsubmetidos anlise estatstica de regresso peloprograma SISVAR (Ferreira, 2000) e foi utilizado oteste F com significncia de 5% de probabilidade e ocoeficiente de determinao com base no seguintemodelo estatstico:

Yij = m +ti + ijEm que:m = mdia geral das observaes;ti = efeito diferencial esperado do tratamento (i),

com i = 1, 2, 3 e 4;ij = erro experimental na j-sima parcela com o

nvel de monensina i (tratamento) e que, por hiptese,tem distribuio normal com mdia zero e varincia2.

Quadro 1. Composio percentual do concentrado (% na matria natural)

Ingredientes %

Farelo de soja 26,03Torta de algodo 15,00Gro de milho modo 33,05Casca de soja 25,00Mistura mineral 0,92Total 100,00

1Suplemento mineral comercial - Cada 1000 g contm: P 87 g; Ca 120 g; Na 147 g; Mn 1300 mg; S 18 g; Zn 3800 mg; Mo 300mg; Cu 590 mg; Fe 1800 mg; I 80 mg; Co 40 mg; Cr 20 mg; Se 15 mg; F (mx) 870 mg.

TL=UAtrea

OF= (BRD + TAD)PVx 100

Em que:TL = taxa de lotao, em UA/ha;UAt = unidade animal total;rea = rea experimental total, em ha.O clculo da oferta de forragem (OF) foi realizado

de acordo com a seguinte frmula:

Em que:OF = oferta de forragem, em kg MS/100 kg PV/

dia;BRD = biomassa residual diria, em kg MS/ha/

dia;TAD = taxa de acmulo dirio, em kg MS/ha/

dia;PV = peso vivo dos animais, em kg/ha.

Resultados e Discusso

No Quadro 3 so apresentadas as principaisvariveis avaliadas na pastagem. Observa-se que ataxa de lotao, a oferta de forragem e o teor de PB no

apresentaram grandes variaes durante o perodoexperimental, isso em funo de os animais atingirempeso ideal para o abate de forma precoce, ocupando a



rea de pastagem por um perodo de apenas 42 dias,observando-se, ento, que os animais tiveram asmesmas condies de alimentao durante o perodoestudado. A oferta de forragem mdia do perodo ex-perimental ficou acima de 4000 kg de MS/ha, valorconsiderado satisfatrio, sendo superior aos registra-dos em vrios trabalhos (Potter et al., 1986; Paisley etal., 1999 e Cunha, 2002). A qualidade da forragemexpressa pelo teor de PB considerada satisfatria,semelhante aos resultados obtidos por Postiglioni &Messias (1998) no final do ciclo da pastagem.

Os resultados referentes ao ganho de peso e consu-mo de concentrado so apresentados no Quadro 4.

O tratamento controle apresentou, numericamente,o maior ganho em peso mdio dirio, da ordem de41,5 e 13,0 g/dia a mais, comparado aos tratamentoscom teores de monensina, com valores de 75 e 25 mg/animal/dia, respectivamente, e apenas de 9 g/diaem relao adio de 50 mg/animal/dia doionforo, sem que esse incremento no ganho em pesoapresentasse efeito significativo entre os tratamentos.

Os resultados obtidos nesse experimento foramsatisfatrios, sendo esses valores superiores aosapresentados por Pilar et al. (1994), que obtiveramganhos mdios dirios de apenas 83 g de peso vivopara animais da raa Corriedale. No entanto, aotrabalharem com ovinos de diferentes grupos genticosem pastagem natural no estado do Rio Grande do sul,esses mesmos autores apresentaram valores de 148,142, 136, 131 g de peso vivo mdio dirio para os gru-pos Ile de France, Border x Corriedale, HampshireDown e Texel, respectivamente.

Huston et al. (1990), ao trabalharem com 60cordeiros da raa Rambonillet e 56 caprinos da raaAngor criados a pasto e tratados com a adio demonensina e lasalocida sdica no concentrado, noobservaram efeito significativo para ambas asespcies. No entanto, o ganho em peso mdio diriodos cordeiros que receberam 33 mg monensina/ani-mal foi superior ao dos que receberam 66 mg (106 vs78 g) e apresentou maior ganho em peso do queaqueles que receberam lasalocida nos mesmos teoresna dieta (88 vs 98 g). Comportamento semelhante foiobservado com animais da espcie caprina (114 vs108 g) quando se utilizou monensina sdica e 91 ver-sus 93 g de ganho em peso mdio dirio com alasalocida. Esses resultados apresentaram valoresmdios inferiores aos observados no presentetrabalho. Isto provavelmente ocorreu em funo daforragem e do suplemento utilizados nessa pesqui-sa, que apresentaram teores de protena brutas supe-riores aos utilizados na pesquisa dos autores acimacitados, que foram de 6 e 15,7% de PB, respectiva-mente.

Os resultados obtidos nesse experimentoassemelham-se aos averiguados por Fluharty et al.(1999), que ao trabalharem com cordeiros da raaTarghee e cruzas Targhee x Hampshire Down, noobservaram efeito significativo da adio ou no doionforo lasalocida sdica no ganho de peso mdiodirio, converso alimentar e eficincia alimentar doscordeiros mantidos em pastagem de alfafa. Convmsalientar que os ganhos em peso mdio obtidos doreferido experimento foram superiores aos obtidos

Quadro 2. Composio qumica do concentrado (% da MS)

Nutrientes Concentrado (suplemento)

MS 89,50PB 21,54FDN 31,60FDA 20,84

Laboratrio de Nutrio Animal CCA/UNIOESTE.

Quadro 3. Taxa de lotao (TL), oferta de forragem (OF) e teor de protena bruta (PB) da forragem durante oexperimento

Item Dias (perodo experimental)

30/07 27/08 10/09 Mdia

TL (UA/ha) 1,14 1,36 1,59 1,36OF (kg MS ha-1 dia/100 kg PV) 1,01 1,20 1,43 1,21PB (% MS) 10,38 10,19 10,79 10,45



no presente trabalho (282 vs 168,62 g/animal/dia).Tais valores tiveram essa superioridade em funode ter sido usada alfafa como volumoso e alto teor deconcentrado, com teor de PB superior a 30%, resulta-dos corroborados por Tatum et al. (1988); McClure etal. (1994) e Murphy et al. (1994). J Santra et al. (2002)ao trabalharem com cordeiros da raa Malpura,Awassi x Malpura e Polled recebendo suplementoconcentrado a pasto, os quais obtiveram valores emGPD de 128,5; 169,7 e 149,1 g/dia, respectivamente.Esses valores so imediatamente inferiores aosobtidos na presente pesquisa, o que provavelmenteocorreu em funo de os teores de PB, tanto daforragem quanto do concentrado, terem sido supe-riores aos obtidos no trabalho dos supracitados au-tores.

Em trabalho realizado para avaliar o efeito dalasalocida sdica adicionada ao sal comum e usadacomo suplemento no desempenho de fmeas de cortecom idade de 10 meses e peso mdio inicial de 200kg, mantidas em pastagem cultivada com gramneasanuais de estao fria, Roso & Restle (2001) noobservaram efeito significativo da adio desseionforo no ganho de peso dirio. Resultadossemelhantes tambm foram obtidos por Utley et al.(1978) com ou sem a incluso de ionforos (monensinasdica) para novilhas em pastagem de azevm su-plementadas com milho; por Berger et al. (1981), quetambm no encontraram diferena no ganho de pesomdio dirio em animais que receberam ou noionforos na dieta; e por Restle et al. (1999), que usan-do novilhos em pastagem de aveia mais azevm su-plementados com milho triturado, obtiveram ganhosde 1,457 e 1,577 kg com ou sem lasalocida sdica,respectivamente.

Avaliando a suplementao de monensina sdicavia sal mineral para novilhos mantidos em pastagemde colonio, Andrade et al. (1996) tambm noencontraram efeito significativo no ganho de pesodos animais que receberam o ionforo. Resultadossemelhantes tambm foram demonstrados por Restle

et al. (1999), que ao trabalharem com novilhas cruzasCharols x Nelore na fase de terminao em pastagemde aveia preta + azevm, utilizando dois nveis desuplementao, associados ou no lasalocidasdica, no observaram efeito significativo entre onvel de suplementao e o uso ou no da lasalocidapara ganho de peso mdio dirio. Por outro lado,existem trabalhos (Potter et al., 1976 e Spears &Harvery, 1984) nos quais foram constatados maioresganhos de peso mdio dirio em animais suplemen-tados com lasalocida sdica ou monensina sdicaem pastagem cultivada quando comparados aos nosuplementados.

Horn et al. (2005), ao avaliarem os efeitos damonensina sobre a ingesto do suplemento e o ganhodo peso vivo em bovinos mantidos em pastagem detrigo de inverno, observaram que a adio damonensina diminuiu o consumo dirio do suplemen-to. Os autores esclarecem ainda que os ganhos empesos foram similares, mas maiores ganhos foramobtidos com os animais que consumiram menoresquantidades de suplemento contendo monensina emcomparao com aqueles que consumiram maioresquantidades de um suplemento similar semmonensina.

Potter et al. (1986) conduziram uma srie de ensaiosexperimentais para avaliar o efeito da monensina nodesempenho produtivo de gado de corte, adicionan-do 200 mg/monensina/dia s quantidades limita-das do concentrado suplementar para o gado mantidoa pasto, e obtiveram resultados em que a adio damonensina ao suplemento aumentou o ganho dirioem todas as 24 experimentaes por uma mdia de0,9 kg/dia (+16,3%), melhorando a eficincia alimen-tar em todos as pesquisas experimentais.

Parrott et al. (1990), numa srie de experimentosem que foram utilizados 2.262 bois e bezerras com oobjetivo de avaliar o desempenho animal recebendomonensina sdica atravs de uma cpsula deliberao (dispositivo ruminal) em pastagem nativade vero e pastos de inverno (centeio e trigo),

Quadro 4. Mdias para peso inicial (PI), peso final (PF), ganho de peso mdio dirio (GPD), consumo mdio derao concentrado (CRC), converso alimentar (CA) e eficincia alimentar (EA) de cordeiros suple-mentados com a monensina sdica em pastagem de Tifton 85.

Variveis Tratamentos (mg de monensina/animal/dia)

0 25 50 75 CV (%) Mdia Pr>F

PI (kg) 18,00 16,72 18,00 18,67 11,77 17,85 -PF (kg) 25,75 23,92 25,37 24,67 13,59 24,93 0,972GPD (g) 184,5 171,5 175,5 143,0 12,54 168,62 0,699CRC (g/dia) 301,8 265,2 259,2 214,6 13,01 260,25 0,722



observaram um incremento de at 0,8 kg/dia emcomparao com o tratamento controle, havendo ape-nas um manejo maior, atravs da mo-de-obra, naincluso desse dispositivo com a monensina, o que,entretanto, um mtodo eficaz para se obter maiorganho de peso.

Vrias experimentaes foram conduzidas utili-zando bezerras e bois em pastejo em vrios tipos deforragem (grama nativa, capim Bermuda, resduosde colheitas, trigo de inverno) recebendo, na dieta,um pouco de suplemento com ou sem ionforos, comsignificativo aumento no ganho de peso mdio dirio,da ordem de mais de 10%, se comparados com aquelesno tratados com ionforos (Spears & Harvey, 1984;Anderson & Horn, 1987). No entanto, Zinn (1988)observou que bovinos alimentados com adio demonensina na dieta apresentaram menores consu-mos de alimentos, bem como depresso no ganho empeso vivo dos animais se comparados com o grupocontrole.

Embora se observe reduo no consumo do suple-mento concentrado de 28% entre o tratamento con-trole e o que continha o maior teor de monensina (75mg/animal/dia), esses valores no foramestatisticamente diferentes, corroborados por Arajoet al., (2006). Existe uma srie de fatores que interferem

no consumo de alimentos do animal a pasto, entreeles o estdio vegetativo da forragem, o teor deumidade da espcie forrageira, o ambiente e aindividualidade animal. O fator que maisprovavelmente levou no observao de efeito sig-nificativo sobre essa varivel foi o nmero reduzidode animais utilizados no experimento.

Nussio et al. (2003), ao avaliarem os efeitos dofornecimento de gro processados (laminados a va-por e floculados) e monensina sdica em dietas debezerros holandeses, tambm no observaram efeitosignificativo do uso desse ionforo nem no tipo degro no consumo de concentrado.

Ao estudarem a interao dos nveis de forragem(10 e 20%) e da monensina sdica (0 vs 28 mg/kg deMS) sobre o desempenho produtivo de gado de corte,Zinn et al. (1994) no observaram efeito da interaodos nveis de forragem e da monensina sdica sobreo consumo de matria seca. J Goodrich et al. (1984),analisando os resultados de 228 testes, encontraramreduo mdia de 6,4% no consumo de alimentos nosanimais que receberam monensina na dieta. Meno-res consumos de MS por animais que receberamionforos tambm foram constatados por Potter et al.(1976) e Berger et al. (1981).

Concluses

A adio da monensina sdica no suplemen-to concentrado no causou reduo no consumo de

alimentos nem no ganho de peso dos cordeiros cria-dos a pasto.

Literatura Citada

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Avaliação Da Monensina Sódica No Desempenho de Cordeiros Suplementados a Pasto

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