Ava March - Rua Brook 01 - Ladrão
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Ladro Rua Brook 01
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Ladro Rua Brook 01
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Pesquisa: Laura
Reviso Inicial: Simone Reviso Final: Sandra Formatao: Sandra
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Resumo
Londres, 1822...
Supostamente era para ser apenas uma noite. Uma noite para determinar de uma
vez por todas, se ele realmente preferia homens. Mas a ltima coisa que o Senhor
Benjamin Parker esperava encontrar em um inferninho de jogo questionvel, era um
homem lindo e jovem que lhe rouba o seu corao.
Supostamente era para ser apenas um trabalho. Cavin Fox fez isso muitas vezes -
selecionava um nobre, o distraa com luxria, e o deixava de bolsos vazios. No entanto,
quando Cavin afasta-se deslizando sob o manto da escurido, a nica parte de Benjamim
que ele deixa intocado o bolso.
Com o sabor de suas fantasias cumpridas, Benjamin quer mais do que uma noite
com Cavin.
Mas convencer o esquivo jovem a dar-lhes uma chance se prova difcil. Vivendo
com um bando de ladres da pior rea de Londres, Cavin sabe que no h lugar para ele
na vida de um cavalheiro. Benjamin no est disposto a deixar Cavin e seu amor deslizar
para longe de si.
Dedicatria
Para Angela por ser uma editora fabulosa e por me dar a oportunidade de fazer
esta trilogia possvel.
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Comentrio da Revisora Inicial Simone:
O que posso dizer, amei a histria. Benjamin um homem com uma dvida,
decide descobrir se o que sente real e conhece Cavin que no tem sorte na vida. O que
mais me tocou, foi que Benjamin decidiu que o que importava no era de onde Cavin
veio, mas sim o que ele se tornou. Leiam e se apaixonem pelos dois.
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Captulo Um
Maro 1822.
Londres, Inglaterra.
O senhor Benjamin Parker saiu da carruagem de aluguel e entregou algumas
moedas para o condutor.
"Isso tudo."
Com um toque em sua cabea, o motorista embolsou as moedas. Um movimento
de seus pulsos e as rdeas de couro longas bateu contra o dorso do cavalo.
No momento em que a carruagem balanou para frente, Benjamin abriu a boca, as
palavras para chamar o motorista de volta em sua lngua, mas depois ele se virou e fechou
a mandbula. No era como se ele estivesse nas grandes ruas, ali os condutores com
qualquer senso comum raramente se aventuravam, especialmente tarde da noite. E
enquanto ele saudou um cocheiro a um par de quadras de sua casa em Mayfair, tinha sido
apenas um par de quadras.
Melhor deixar essa passar. No havia necessidade de pedir ao condutor para
esperar quando, com toda probabilidade ele no teria necessidade dele por muitas horas.
Ou teria?
Ele olhou em volta. O punhado de postes que revestia a Silver Street iluminava
uma srie de edifcios indescritveis, nenhum dos quais se assemelhava a um hotel ou a
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qualquer lugar em que se pudesse alugar quartos para a noite. Mas os clientes tinham de
ir a algum lugar... a menos que o antro tivesse quartos.
Esse pensamento no recorreu. Um tremor de repulsa agarrou sua espinha. Muito
perto de uma semelhana com a casa de Molly.
A incerteza comeou a infiltrar-se em seu estmago, j amarrado com os nervos,
mas ele empurrou-a de lado. Ele faria isso. Estava determinado a fazer isso. Depois de
meses e meses, ou melhor, anos de debater e questionar a si mesmo, Benjamin tinha
finalmente chegado a uma deciso. Estava cansado do desconhecido, cansado de lutar
contra seus sentimentos e ainda mais cansado de se preocupar com as consequncias de
que suas suspeitas se mostrassem corretas. Em poucas semanas, a temporada comearia,
e ele se recusava a passar por uma outra temporada com aquela determinada questo
pairando sobre sua cabea. Antes que as cotoveladas no to sutis de seus irmos e irms
comeassem de novo, indicando que ele encontrasse uma esposa entre as jovens senhoras
da sociedade, saberia a verdade sobre si mesmo. E de qualquer forma, aceitaria.
Em qualquer caso, no era como se ele tivesse que encontrar a resposta para as
opes logsticas da noite ali em p ao longo da rua. Com isso, Benjamin deu um puxo
em seu casaco castanho para endireit-lo e partiu em direo construo de tijolo
vermelho um pouco mais acima na rua. No se percebia olhando para ela, que era um
antro de jogo, mas isso no era incomum. O que fez este nico, o que o tornou seu
destino, foi a sua clientela... se o rumor se provasse verdadeiro.
"A menos que voc seja de uma perverso no natural, melhor evitar Clements."
A voz arrastada de Roger, apoiada em uma nota inconfundvel de repulsa, ecoou
em sua cabea. Seu irmo mais velho, o Marqus de Haverson, nunca mais convidaria
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Benjamin para uma excurso de caa na sede famlia, se descobrisse que o seu comentrio
feito durante uma discusso sobre os mritos dos diversos antros de Londres
imediatamente colocaria Benjamin do lado de fora do lugar.
Pelo contrrio, tinha tido o efeito oposto.
Benjamin parou diante da porta preta lisa. O nmero 12 pintado sobre um
quadrado de madeira, por baixo da lmpada para o lado esquerdo da porta confirmou
que ele tinha chegado ao Clements. Uma batida nica convocaria o guarda, lhe garantiria
a entrada e esperava que levasse a uma resposta para a pergunta que o atormentava h
anos.
Se no houver ternos, eu posso simplesmente sair, lembrou a si mesmo pelo que parecia
ser a dcima vez desde que saiu de sua casa na cidade a menos de uma hora atrs. Os
nervos retorcendo em seu estmago aliviaram um pouco. Punho cerrado, ele levantou
seu brao.
O som de sua batida ecoou em seus ouvidos.
A porta se abriu. O guarda corpulento mal olhou para ele antes de ir para o lado,
permitindo que Benjamin entrasse.
Seguindo os sons de vozes barulhentas e o barulho distinto da roleta, ele passou
pelo pequeno hall de entrada e parou apenas dentro do que parecia ser a sala principal da
casa.
Lustres de bronze, que pareciam no ver a ateno de uma empregada domstica
h um ms, penduradas no teto, iluminando os corpos em torno das mesas, espalhadas
por todo o ambiente. As mesas eram gastas e pegajosas de licor derramado e o cheiro
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persistente de suor seco e ganncia pairava no ar. Definitivamente muito longe dos
antros a que estava acostumado, mas isso foi antes daquela noite.
Ele passou seu olhar sobre a multido, observando como um bom nmero de
clientes estava muito perto um dos outros, mais do que a linha de camaradagem
masculina.
Ombro pressionado contra ombro, uma mo que permanecia em um quadril, um
ntimo sussurrar em uma orelha. Independentemente disso, ele no era ingnuo o
suficiente para acreditar que cada homem iria caber em sua exigncia principal.
Certamente tinha de haver alguns que favoreciam as ondas exuberantes de seios sobre
um muro duro de msculo. Havia at mesmo uma forma de dizer primeira vista, se um
homem preferia outros homens? Mas se fosse esse o caso, ento, seus conhecidos j
saberiam a verdade sobre ele?
Benjamin colocou essa preocupao de lado. Enquanto no estava totalmente
certo, suspeitava que um casal de amigos dele favorecia uma parede dura de msculos.
Ele no se enganava acreditando ser o homem mais bonito em uma sala, mas no era
nada mal tambm. Ele havia sido rotulado como um agradvel cavalheiro mais vezes do
que gostaria de contar.
Se um de seus amigos acreditasse que ele estava aberto a parceiros do sexo
masculino, certamente j teria sido abordado agora. Uma dica, uma cotovelada, alguma
coisa... Mas no houve nada, nem mesmo quando tinha estado bbado e sozinho com um
deles.
De certa forma, ele estava agradecido por nunca ter recebido uma cotovelada em
direo a algo mais. E se sua inexperincia se tornasse um desastre? E se suas suspeitas
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estivessem erradas e no calor do momento ele descobrisse que no tinha realmente
preferncia por homens? Melhor evitar o que poderia ser uma situao muito
constrangedora.
Da, por que diabos pousar como uma isca. Benjamin estava longe de Mayfair,
longe o suficiente para fazer a probabilidade de ver algum que conhecia suficientemente
prximo para o seu conforto. O local nunca havia sido listado como uma opo durante
os debates com seus amigos sobre o que diabos frequentar em uma noite especial.
Clements oferecia completo anonimato e com esse bem precioso, vinha a liberdade que
ele necessitava to extremamente para ver esta noite chegar a uma concluso.
Benjamin deu um passo mais para dentro do ambiente. Podia muito bem escolher
um homem que lhe interessasse primeiro, ento... Bem, ele poderia simplesmente
comear uma conversa com o companheiro e ver onde aquilo o levaria. No devia ser to
difcil de dizer se o seu interesse crescia ou no. Ele normalmente poderia avaliar o
interesse de uma mulher e os homens eram criaturas muito menos complexas.
Esforando-se para parecer casual, ele examinou os grupos de homens enquanto
passava pelas mesas. No, no, definitivamente no esse. Ele se encolheu, como o
casaco marrom esticado em um suas costas largas quando um homem inclinou-se para
fazer uma aposta em uma mesa de roleta. Muito grande e de mau pressgio. A sua direita
tinha um homem de 1,90m, Benjamin no era um homem pequeno, mas aquele parecia
que poderia esmagar Benjamin sob seu peso. Seu olhar saltou atravs daqueles com
barrigas salientes ou comeos de calvcie.
Algum mais prximo de sua idade seria prefervel. Ele no precisava ser bonito,
tambm. Um indivduo na mdia como ele.
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Sua ateno parou em um cavalheiro nessa mdia. Cabelo castanho, roupas
arrumadas, com um sorriso genial nos lbios conforme pegou as fichas de um croupier e
empurrou em direo a ele.
Mas... nada. Nem mesmo uma pequena fasca de interesse atingiu Benjamim.
No momento em que chegou ao fundo da sala, ainda no havia sentido nada que se
aproximasse de interesse por qualquer homem que tivesse visto. Ele lanou seu olhar
mais uma vez sobre as vrias mesas, mas... Novamente nada. O peso enorme da
decepo caiu sobre ele, afastando qualquer trao de antecipao nervosa. Seus ombros
caram. Depois de finalmente conseguir coragem para vir at ali, o esforo havia sido em
vo.
Uma noite, era tudo que ele queria. Uma noite para determinar de uma vez por
todas, se realmente preferia homens. Mas parecia que aquela noite no seria esta noite.
Ele devia retornar amanh e tentar de novo? No, no podia fazer isso. Ele estava
hospedando e tinha um pequeno jantar festivo amanh noite. Talvez a prxima noite,
ento? Mas e se provasse ser uma repetio dessa noite? O Clements parecia ideal. Era o
nico lugar que ele estava ciente de onde os homens que preferiam outros homens
tendiam a se reunir. Benjamin sabia da existncia de prostbulos, mas no sabia
exatamente onde encontrar um. No que ele alguma vez tivesse frequentado tal
estabelecimento. O pensamento de pagar um homem no lhe atraia absolutamente. Pelo
menos no Clements tinha a esperana de encontrar algum que realmente capturasse seu
interesse e no simplesmente depois de receber notas de uma libra.
Suprimindo um suspiro, pegou o banquinho vazio em uma mesa de vinte e um
lotada. Poderia muito bem jogar algumas mos enquanto estava l.
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Talvez suas expectativas para esta noite fossem demasiado elevadas? Ele puxou um
punhado de moedas do bolso e jogou-as sobre a mesa. Mas no era como se tivesse uma
imagem de um homem ideal definida em sua cabea. Os maus pensamentos que
alimentaram suas noites solitrias eram mais... sensaes. Um corpo duro, forte.
Msculo slido sob suas mos. No um toque de lils ou gua de rosas sob sua lngua.
Nada, alm do aroma austero e puro de um homem. O perfume que mexia com seu
intestino sempre que entrava na academia de esgrima.
O croupier empurrou uma pequena pilha de fichas para ele. Benjamin colocou
uma ficha na mesa. Com um movimento rpido e pratico do pulso do croupier recebeu
duas cartas para cada jogador e depois colocou uma carta para cima na frente de si
mesmo.
O croupier tinha sete contra seu dez e um cinco. Benjamin bateu uma vez em
cima da mesa e recebeu um quatro de copas. Ele acenou com a mo sobre os cartes para
sinalizar a parada.
Nada mal. Ele s poderia ganhar.
E ganhou contra os dezoito da casa. Ele ignorou o gemido do homem sua direita
quando colocou suas cartas perdendo para o croupier e afastou-se da mesa, batendo no
ombro de Benjamin.
A sorte de Benjamin veio e passou nas prximas jogadas, deixando-o ainda
pairando em torno. Ele viu quando o croupier pegou sua nica ficha. Deliberadamente
mantendo sua aposta baixa, colocou outra ficha em cima da mesa. Pelo menos ele no
chegaria em casa decepcionado e com os bolsos vazios.
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"Boa noite."
Uma voz masculina com um toque lindo lrico caiu sobre ele. Os cabelos em sua
nuca se arrepiaram. Seu pnis se contraiu por trs do bolso de sua cala. Ele sentiu um
corpo ocupar o banco vazio sua direita.
Hesitou antes de olhar para o dono da voz.
Por favor, deixe o homem combinar com aquela voz.
Ele olhou para a direita e encontrou profundos olhos azuis.
Bom Deus. O homem mais do que igualou a voz linda.
O cabelo loiro escuro encaracolava com uma onda sobre seus ouvidos. Os lbios
cheios curvavam no incio de um sorriso amigvel. Um nariz um pouco torto que de
alguma forma encaixava seu rosto bonito. Um rosto que ainda tinha um pouco de beleza
infantil. A largura dos ombros indicava que ele no estava nem perto de um menino, mas
Benjamin duvidava que ele se aproximava de seus prprios vinte e cinco.
O homem tirou um punhado de fichas do bolso de seu casaco, deixou-as cair sobre
a mesa e empurrou duas para a sua caixa de apostas.
"A mesa esta boa esta noite?"
Benjamin estalou sua mandbula fechada e assentiu. Ento pensou melhor em sua
resposta. A ltima coisa que ele queria era que o homem fosse embora, mas no era bom
exagerar.
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"Bem, a mesa esta decente. No devem tomar todo o seu dinheiro, mas eu duvido
que v deix-lo um homem rico."
"Ainda bem que eu desisti dessa esperana h muito tempo, ento."
As cartas foram dadas pelas mos do croupier, que as descansava ordenadamente
em frente de cada jogador. Benjamin permaneceu em seu deze- nove. Seu olhar estava
trancado nas cartas do outro homem conforme este esfregava um dedo contemplando o
sete de ouros ao lado de um rei. Havia uma cicatriz na pele lisa logo abaixo de sua junta.
A marca vermelha plida flexionou quando o homem bateu a carta, pedindo outra.
Trs de espadas. Um suspiro de alvio brotou do peito de Benjamim.
A casa perdeu, tornando-os os dois vencedores.
O homem pegou duas de suas fichas, deixando o restante em sua caixa de apostas.
Benjamin seguiu sua liderana, deixando a sua aposta original no feltro verde.
" sempre bom ganhar primeiro ao ir a uma mesa. um bom pressgio para uma
boa noite, voc no concorda?" Perguntou o homem.
"Com toda a certeza." Esperava que fosse um bom pressgio para bem mais do
que simplesmente uma boa noite.
"Quer uma bebida?" Ao aceno de Benjamin, ele torceu a cintura com o
movimento chamando uma moa servindo que passou atrs deles. Um joelho bateu na
coxa de Benjamim. A sensao disparou em linha reta para sua virilha. "O que voc
gostaria?"
Que o joelho ficasse pressionando sua coxa. Ele engoliu em seco antes de responder:
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"Que tal um conhaque?"
"Gostaria de um, mas eles no servem. Cerveja ou s gim."
Benjamin fez uma careta.
"Melhor beber do Tmisa do que ter um gole de gin."
Uma fasca distinta do riso iluminou os olhos azuis do homem. Aqueles lbios se
curvaram em um sorriso genuno, mostrando uma covinha nica em sua bochecha
esquerda. Ele se virou para a garota.
"Duas canecas de cerveja e seja rpida, minha querida."
Num piscar de olhos, uma caneca foi colocada perto do cotovelo de Benjamim.
Antes que ele pudesse chegar em seu bolso e pegar uma moeda, seu companheiro jogou
duas fichas na bandeja da moa.
"Obrigado. E eu vou comear o prximo jogo." Acrescentou Benjamin.
O homem inclinou a cabea. Ele tomou um gole de sua cerveja, deixando um
brilho tnue de cerveja em seus lbios.
"Material potvel. No que algum procure o Clements pela cerveja." Ele voltou
sua ateno para as cartas antes de falar em voz baixa. "Ou pelo jogo."
"Na verdade..." Benjamin murmurou, antes de tomar um gole de cerveja. O
croupier comeou um novo jogo, dando-lhe um s e um seis.
"O que voc me diz? Dividir ou ficar?"
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Benjamin olhou para as mesas do homem.
"Dois noves contra um nove? Sempre dividida."
"Sempre?" Ele perguntou, com um arco de provocao de uma sobrancelha, o que
deixou Benjamin com a ntida impresso de que ele no precisava de sua ajuda em nada.
"Sempre." Reiterou Benjamin, jogando junto. "Bem, a menos que a casa jogue
por regras que eu no estou ciente."
"Dividir ento." O homem empurrou mais duas fichas.
Havia uma sugesto de algo mais em sua voz, um toque rouco contra a melodia
linda. Com o queixo inclinado para baixo, Benjamin estudou-o pelo canto do olho.
Adequadamente adaptado num casaco preto. Um colete preto semelhante ao seu.
Gravata amarrada em um n simples. A informalidade casual a sua postura.
Provavelmente o filho de um comerciante, e no a variedade de comerciante que era
dono de uma loja ao longo da Bond Street.
No que isso importasse nem um pouco para ele. O homem podia passar seus dias
transportando engradados de navios ancorados no Tmisa que no se importava.
E ele teve o prazer de saber que o seu conselho se provou verdadeiro, apesar de
que sua nica ficha foi arrebatada pelo croupier. Quando o prximo jogo comeou,
Benjamin tentou o seu melhor para manter o foco pelo menos parcialmente, nas suas
cartas. Mas estava bem difcil.
Ele estava mais ciente do homem ao lado dele. De cada movimento que ele fazia.
Uma mudana do seu peso em seu banco. O roar de um cotovelo contra o antebrao de
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Benjamin toda vez que ele movia seus ganhos para participar de sua pilha crescente. O
pouco rudo de descontentamento que retumbou em sua garganta quando ele perdeu.
No que Benjamin ouvisse aquele barulho com frequncia.
Quando Benjamin terminou sua cerveja, cumpriu com sua palavra e comprou mais
duas outras.
Uma vez que a garota trouxe, o homem pegou sua cerveja, os dedos firmemente
em torno da caneca de estanho. Como seria a sensao dos dedos masculinos em volta do
pnis de Benjamin?
Um parafuso de luxria acertou seu pau. Ele tentou abafar o gemido antes que
sacudisse seu peito, mas no chegou a pronunci-lo.
A ateno do homem permaneceu em suas cartas, apesar do balanar dos seus
longos clios, mas os lbios cheios curvaram. Um joelho cutucou o seu. Um parafuso
fresco de luxria cravou em seus sentidos. O bastardo atrevido sabia exatamente o efeito
que tinha sobre Benjamin. A vontade de rir brotou.
"Voc no est ajudando..." Disse, apenas alto o suficiente para chegar aos
ouvidos do homem.
O homem chamou a sua ateno, em seguida, seu olhar rapidamente caiu para o
colo de Benjamin antes de cair de volta para suas cartas.
"Anotado." Respondeu ele, combinando os tons de Benjamin, mais do que uma
dica de um sorriso brincando em sua boca.
Para isso, ele recebeu uma pancada rpida de joelho do prprio Benjamin.
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Benjamin perdeu o controle do nmero de vezes que duas novas cartas chegaram a
um descanso na frente dele. Se ele ganhasse ou perdesse no lhe causaria nenhuma
preocupao. Tudo o que importava era o inegvel interesse nos olhos de um azul
profundo do homem ao lado dele que gritava que esta noite no terminaria em decepo.
Vindo a madrugada, ele teria a resposta. Se a atrao e antecipao batendo em suas veias
eram um indicador de alguma resposta poderia dizer que ele no estaria no mercado para
uma mulher quando meados de abril chegasse.
Com um barulho diferente que marcou um copo vazio, o homem colocou sua
caneca sobre a mesa.
"Eu j tive o suficiente da mesa. E voc?"
Benjamin hesitou, no querendo perder seu companheiro de jogo. Mas seus
instintos lhe diziam que o homem no tinha nenhuma inteno de fugir dele. Ele acenou
com a cabea.
"Sempre o melhor sair enquanto se est na frente." E o melhor de sair antes
que ele no tinha que se preocupar em esconder uma ereo completa. Empurrando a
partir da mesa, Benjamin pegou sua pequena pilha de fichas.
"Uma poltica muito boa. Eu tento adot-la para mim mesmo." O homem agarrou
sua prpria pilha muito maior. Ele se levantou, revelando-se ser um fio de cabelo em
altura prpria de Benjamim.
"Vamos para o caixa?" Ele inclinou a cabea em direo a um ponto no meio do
caminho ao longo da parede. "Se a sorte estiver com a gente, a espera no ser muito
longa."
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Benjamin seguiu de perto nos calcanhares do homem, os olhos presos nos
compactos, mas ao mesmo tempo, fortes ombros. O homem passou por entre a
multido, movendo-se com uma graa fluda que Benjamin achou altamente ertica. No
desviou nem mesmo quando habilmente evitou um senhor de rosto corado tropeando
longe de uma mesa de roleta. Ser que ele se movia sem esforo quando se agachava
sobre o outro?
As respiraes de Benjamin tropearam. Ele apertou suas mos em seus lados, em
um esforo para conter o aumento repentino de necessidade.
O homem parou atrs do indivduo solitrio na gaiola do caixa.
"A sorte est conosco hoje noite." Disse Benjamin, parando para ficar no ombro
de seu companheiro.
"Sim, esta." O homem deu-lhe uma piscadela ento se aproximou da gaiola.
Tornando-se um ponto para procurar qualquer lugar, alm da bunda do homem,
Benjamin se conteve e esperou que ele trocasse suas fichas. Embolsando suas moedas, o
homem se moveu para o lado. Benjamin se adiantou e empurrou suas fichas debaixo das
barras de lato. O caixa, magro rapidamente as contou e, em seguida, empurrou para
trs uma pequena pilha de moedas. Benjamin se virou da gaiola, mas parou quando um
cotovelo cutucou o seu.
"Espere. Conte-as." O homem murmurou. "As habilidades matemticas do caixa
no so sempre as melhores."
Uma verificao revelou que habilidades do caixa no estavam presentes naquela
noite. Benjamin colocou as moedas no bolso e virou-se.
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"Obrigado."
"A qualquer hora." O homem deu passo ao lado dele. "Quer compartilhar uma
carruagem comigo?"
Parecia que ele estava indo resolver uma questo logstica de Benjamin.
"Sempre." Respondeu, querendo fazer muito mais do que dividir uma tarifa com
ele.
O guarda abriu a porta da frente quando se aproximaram. O ar fresco da noite
veio em volta de Benjamin, mas no ajudou em nada para esfriar o sangue correndo por
suas veias e aquecendo sua pele. Com um pequeno movimento de seu pulso, o homem
chamou uma carruagem de aluguel que subia a rua. A carruagem desacelerou parando a
alguns passos frente deles.
Ele no pensou duas vezes quando entrou. Ouviu o estrondo daquela voz linda
quando o homem disse ao condutor:
"Rua Wood, rapaz."
Seu destino ficava a apenas um par de ruas ao sul, se a memria de Benjamin
estivesse correta. Perto o suficiente para andar, embora hoje ele preferisse muito mais a
privacidade de uma carruagem de aluguel.
As molas rangeram quando o homem adentrou na carruagem, sentado no banco ao
seu lado, to perto que sua coxa pressionava contra Benjamin, uma longa linha do quadril
at o joelho. O ar viciado do interior foi preenchido com o aroma potente do homem.
Almiscarado e inebriante. Ele lutou contra a vontade de mudar o seu peso. Para se
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aproximar ainda mais do corpo forte ao lado dele. Para pressionar-se totalmente contra
os msculos, que estava certo de que ele iria encontrar sob o casaco preto e as calas.
O cocheiro se afastou do antro de jogos, deixando o brilho dourado do poste do
lado de fora do Clements em seu rastro e trotando para as sombras. Se ambos virassem a
cabea, s seria necessrio, um leve inclinar para seus lbios se tocarem.
Os lbios de Benjamin formigavam, pedindo o roar de pele contra pele. No,
muito mais do que um mero roar. Ele queria os lbios cheios debaixo dos seus. Queria
varrer sua lngua dentro da boca linda. Para finalmente descobrir do que o outro homem
tinha gosto. Para descobrir o que... Ele registrou que seu crebro no tinha nada. O
homem nunca tinha lhe dito o seu nome, nem Benjamin tinha se apresentado.
Onde diabos tinha ido suas maneiras?
Direto para o seu maldito pau.
O incio de uma risada sacudiu em seu peito.
"Benjamin Parker." Disse, quebrando o silncio e estendendo uma mo.
Longos dedos apertaram sua palma, e seguraram.
"Cavin Fox". Ele deve ter sentido o sulco da testa de Benjamin diante do nome
incomum, pois acrescentou: "Minha me era irlandesa." Cada trao da Inglaterra
brevemente abandonou sua voz, deixando apenas uma cadncia, grossa e lrica.
"Ah, isso explica o sotaque."
Um ombro esfregou contra o seu quando Cavin encolheu os ombros.
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"Eu tentei me livrar dele, mas ele insiste em espreitar."
"Eu gosto muito dele." Ele poderia escolher o homem em uma multido apenas
por sua voz.
Uma mo vagou em sua coxa, a mo que segurava o peso do toque de um homem.
O calor da palma de Cavin atravessou sua cala, aquecendo sua pele. Uma sensao de
estar certo de que nunca iria esquecer. Seu pnis endureceu ainda mais, pressionando
contra a cala, desesperada pela mo que deslizava para cima em sua perna. Desesperado
por um toque, mesmo mascarado por roupas. Mas Cavin no moveu sua mo. Ela ficou
ali, no meio do caminho ao longo da coxa de Benjamin, mantendo a promessa de que em
breve haveria muito mais.
O silncio era resolvido entre eles enquanto a carruagem fez o seu caminho para
baixo da Rua Wood. Cavin no ofereceu qualquer informao quanto ao local onde
estava ido, alm do pouco que Benjamin tinha deduzido. Ao invs de enerv-lo, o
silncio s serviu como catraca de antecipao pendurado to pesadamente no ar que ele
poderia prov-lo.
Os maus pensamentos que alimentaram suas noites encheram sua cabea, o
homem, sem nome, sem rosto, agora substitudo com o homem ao lado dele. Cavin de
pele nua sob suas mos. Cavin com o corpo pressionado firmemente contra o seu. Cavin
movendo atrs dele, acima dele, com ele.
A carruagem desacelerou para uma parada. Cavin olhou para fora da janela de um
prdio funesto de tijolos de trs andares.
"Na verdade, por que voc no acerta com a carruagem e eu vou ver um quarto?"
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Ele acenou com a cabea.
"Tudo bem."
"No vai demorar, apena um momento. Vou esperar pelas escadas e siga-me."
Com isso, Cavin saiu da carruagem de aluguel.
Depois de uma prensa dura em seu pnis para faz-lo ficar sobre controle,
Benjamin se inclinou para passar pela porta estreita e saiu da cabine. Ele pagou ao
cocheiro, ento, subiu os degraus de pedra e passou atravs de uma porta em grave
necessidade de uma nova camada de tinta marrom.
sua esquerda estava um pobre salo com um homem deitado em uma poltrona,
a cabea inclinada para trs e a boca aberta durante o sono. Diante dele, um balco de
madeira com o que devia ser o hoteleiro, se pudesse chamar o local de hotel. E logo
depois, Cavin ao p da escada, um pouco de bronze espreitando em sua mo fechada
pendurado casualmente a seu lado.
Sem uma pitada de familiaridade em sua expresso, Cavin chamou sua ateno, em
seguida, virou-se e comeou a subir as escadas.
Benjamin continuou, passando pelo hoteleiro, mesmo sem um balano de sua
cabea para reconhecer o homem. O tapete surrado sobre a escada nada fez para abafar
os sons de seus passos, que se misturou com o tum-tum-tum rtmico dos de Cavin
enchendo a escada.
Cavin revestido todo de preto, virou direita no topo da escada. O clique da
abertura de uma fechadura encheu o corredor estreito, parecendo saltar das paredes.
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Cavin empurrou a porta e desapareceu l dentro. Benjamin no parou. Nem hesitou. Ele
seguiu Cavin para dentro do quarto.
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Captulo Dois
A porta fechou bruscamente.
Benjamin piscou contra a escurido repentina. Seu corao bateu to forte e to
rpido contra suas costelas, que ele estava certo de que Cavin podia ouvi-lo no silncio.
Fechando os olhos, tentou fazer seu pulso desacelerar um pouco e focou em ouvir. Ele
poderia detectar os sons de respiraes aceleradas, o clique fraco de uma fechadura
deslizando pela casa, o ranger das tbuas do assoalho.
Ele estava a um segundo de pedir para Cavin acender uma vela quando mos
pressionaram contra seu peito, empurrando-o de volta. Suas omoplatas conectaram-se
com uma parede prxima. A boca coberta.
Desesperado pelo primeiro gosto de Cavin, Benjamin ansiosamente abriu a boca.
Uma lngua empurrou em sua boca, se enroscou com a sua. Uma lngua com gosto de
cerveja e do pecado, uma combinao totalmente deliciosa e absolutamente perfeita.
Quando ele agarrou os quadris de Cavin, um pensamento fugaz passou por sua mente.
Certamente no poderia haver nenhuma mulher em seu futuro.
Com a inteno de aprofundar o beijo, ele puxou Cavin para mais perto. Uma
protuberncia dura que s poderia ser uma ereo pressionou contra seu pnis. Ele
gemeu, o som perdendo-se nos recessos quentes da boca de Cavin. A grosa fraca do
restolho riscando apenas alm de seus lbios.
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Respiraes duras queimaram seu rosto. Ele jurou que podia sentir o calor do
corpo de Cavin, mesmo atravs das camadas de camisas, coletes e casacos. Um corpo
que era to forte e slido como o seu.
Enquanto suas mos percorriam Cavin em seus quadris, seu traseiro firme,
Benjamin se deleitava com a honestidade sem corte de seu beijo. A forte luxria
desenfreada, a necessidade voraz. Nada temperado. Nada retido.
Por que diabos ele tinha esperado tanto tempo por esta experincia?
Idiota.
A mo de Cavin agarrou o cabelo de Benjamin para puxar a cabea para trs,
quebrando o beijo. Dentes beliscaram seu lbio inferior. A lngua lambia seu queixo.
Como fez para passar por seus lbios, Benjamin capturou a lngua de Cavin e chupou a
ponta.
"Voc tem um gosto to bom." Disse ele, antes de voltar a mergulhar no beijo.
Um grunhido retumbou em torno dele, grosso, spero e cheio da mesma
necessidade frentica que consumia os seus sentidos. Cada movimento que eles faziam
tinha como consequncia o pau de Cavin esfregando o seu. Um arrastar ertico de tecido
apoiado por ferro, acionando um desejo ainda maior. Benjamin estava dividido entre a
necessidade de continuar devorando a boca de Cavin e a necessidade de empurrar para
mais. Para lev-los muito alm de um beijo. Para ter a pele nua sob suas mos, com a
boca. Para experimentar cada fantasia proibida que ele j teve.
Como se sentindo os pensamentos de Benjamin, Cavin se moveu, as coxas se
mexeram para suportar uma das pernas de Benjamin. Uma mo mergulhou entre seus
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corpos e puxou o bolso de sua cala. O tecido cedeu, as peas de linho foram
empurradas para baixo, depois que a mo escorregou para dentro. Dedos quentes
seguraram ao redor de seu pnis.
O corpo inteiro de Benjamin tremeu.
"Ah, inferno." Ele engasgou enquanto Cavin acariciava seu comprimento. Curto e
insistente, mais do que os traos fludos, cheio de atrito e de urgncia. Suas bolas
balanaram, apertando contra seu corpo.
Ansioso para ter o pau do outro homem em sua mo ele correu para retribuir.
Suas mos tremiam quando ele se atrapalhou um pouco, atingindo o brao de Cavin para
puxar o bolso da cala do homem. Os botes foram liberados. Ele empurrou uma fralda
da camisa de lado e se deparou com a pele quente e sedosa.
O homem no estava usando cuecas.
Benjamin fechou os dedos em torno de pau de Cavin, passou a mo at um
comprimento que era um pouco mais grosso, mas no to longo como o seu prprio.
Sacudiu um polegar sobre a cabea, espalhando a gota de umidade l, usando-a na pele
lisa dele.
No que ele nunca tivesse tocado um pnis antes. Ele tinha um, pelo amor de
Cristo, e conhecia a maneira de contorn-lo. Mas acariciando outro homem? Ouvindo
aquelas grunhidos vindos de Cavin? Sabendo que ele tinha causado cada um?
Deixando escapar um gemido, ele apertou ainda mais e capturou a boca de Cavin
novamente. Eles se moveram juntos um contra o outro, trabalhando com as mos, os
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corpos se esforando. Ele no queria gozar ainda. Claro que no, ainda no. Mas,
condenao, a mo de Cavin era to boa.
Puxando, puxando. As calas pesadas e a escurido em torno deles.
Os lbios arrastaram pelo seu rosto.
"O que voc quer?" A respirao de Cavin roou seu ouvido, provocando arrepios
na sua espinha. "Voc quer enfiar, ou voc quer que eu enfie em voc?"
Benjamin respondeu com a honestidade crua de um homem beira de um clmax.
"Foda-me. Por favor."
Quando ele estava sozinho em sua cama, acariciando seu pau, apenas o
pensamento de ser o fundo de ter outro homem fodendo sua bunda, fazia derramar seu
smen mais rpido do que qualquer outra coisa.
"No h necessidade de pedir por favor." Cavin murmurou, irnico e provocante.
Ele soltou o pau de Benjamin para puxar os botes do casaco. "Embora voc possa me
agradecer depois."
"Bastardo insolente. Voc que vai me agradecer." Ele esmagou a boca sobre
Cavin, transformando o incio de uma risada em um rouco gemido.
Eles fizeram um trabalho rpido para despir um ao outro de suas roupas, seus
lbios apenas separando para puxar as camisas sobre suas cabeas que aderiram pilha de
coletes, gravatas, calas e casacos espalhados aos seus ps.
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As bocas fundiram-se, lnguas mergulharam, Cavin deu um passo para trs.
Recusando-se a soltar-lhe os lbios, Benjamin se moveu com ele, as mos avidamente
deslizando sobre cada pedao de pele nua que poderia alcanar. A linha da coluna
vertebral de Cavin, a varredura elegante da parte inferior das costas, as curvas firmes
redondas de sua bunda. Os msculos fortes e osso slido coberto pela mais macia pele.
"Cama." Cavin murmurou, girando e empurrando contra seu peito.
Seus tornozelos esbarraram ao sentir o que era dito como cama. Benjamin deixou-
se cair num colcho bastante fino coberto por um cobertor de l grosseira. Poderia ser
um cobertor de rua com sujeira e tudo, que ele no se importava.
Benjamin mudou de posio, movendo-se de forma mais completa sobre a cama.
Seus olhos se ajustaram escurido e ele poderia ver a figura ameaadora de Cavin
quando este moveu-se para se juntar a ele. O luar fraco que escoava atravs de uma
janela delineava os cabelos despenteados, ombros compactos e bceps protuberantes.
Cavin pausou um joelho na cama:
"Espere, precisamos..." Ele se afastou.
Esperar? Benjamin apoiou em seus cotovelos para ver quando Cavin voltou para a
porta e caiu de quatro. Ele ouviu o farfalhar de tecido, ento Cavin se levantou e voltou
para ele. O colcho caiu e balanou quando Cavin se arrastou at seu corpo. Foi a coisa
mais natural do mundo inteiro, Benjamin deixar cair as pernas abertas em boas-vindas.
"leo." Cavin disse. "No seria to agradvel sem ele."
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No, definitivamente no. Os msculos de Benjamin apertaram com a lembrana
da primeira vez que ele tinha cedido a curiosidade e empurrou um dedo dentro de si. Ele
rapidamente descobriu os benefcios da saliva e depois do leo.
Quando Cavin recostou-se de joelhos para abrir a garrafa, Benjamin castigou-se
por no pensar em pegar o leo da sua mesa de cabeceira. E se Cavin no tivesse vindo
preparado? E o leo indicava que o homem tinha ido para Clements com um propsito
diferente em mente.
Ele no estava perdido como Benjamim, poderia ter ido ao antro de jogatina com a
mesma finalidade, mas ainda... Se Cavin no tivesse se sentado ao lado dele, ele teria
logo deixado o lugar. Sozinho. Mas se Benjamin no tivesse entrado por aquela porta
negra, ele no tinha dvidas de que teria um outro homem em seu lugar naquele exato
momento.
Defletores roaram em sua mente. Esse sentimento de descontentamento...?
Hesitao? Cime? ... Fugiu de sua mente antes que pudesse totalmente agarrar-se a ele.
Cavin caiu, apoiando seu peso em um brao. Ele roubou um beijo rpido, ento
um dedo oleado empurrou o anel apertado do msculo.
Benjamin soltou um gemido, abriu mais as pernas, dando a Cavin um melhor
acesso. Ele agarrou os ombros de Cavin, os msculos duros e flexveis sob suas mos.
Um dgito rapidamente se tornou dois. Isso ele j tinha feito a si mesmo. Ele sabia que
gostava. Mas quando Cavin fez isso?
Muito, muito alm, saber que os dedos de outro homem estavam fodendo sua
bunda. Cada impulso confiante e seguro, empurrando profundamente, montando essa
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linha fina onde os golpes se aproximavam do spero. Mas uma dica perfeita de
rugosidade. Um cheio de luxria e necessidade desesperada.
A julgar pela tenso que tomou conta do corpo de Cavin e as gotas de suor que se
formaram em sua pele, os silvos leves e impacientes por trs de suas respiraes
ofegantes, em breve, muito em breve, os dois dedos persistentes seriam substitudos
pelo pau de Cavin.
"Eu nunca fiz isso antes." A confisso saiu da boca de Benjamim.
Os dedos de Cavin se acalmaram no fundo de sua bunda.
"Que parte do nunca?"
"Tudo. Com um homem, pelo menos." Benjamin no poderia explicar, mas de
repente era muito importante que Cavin soubesse que ele era o primeiro homem que ele
j tinha tido.
O silncio pressionou contra seus ouvidos. Cavin no moveu um msculo. Ele
permaneceu imvel como uma esttua. Uma esttua muito ertica agachada em cima
dele. Benjamin jurou que o homem tinha mesmo parado de respirar.
Ele rangeu os dentes contra a frustrao que pesava sobre cada nervo em seu
corpo. Por favor, no pare, Cavin. Por favor, no pare. Se Cavin o deixasse assim, momentos
antes de ser possudo...
Ele puxou os ombros de Cavin.
"Ser que voc vai parar?"
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"Sinto muito." Seus dois dgitos recuaram e ento deslizaram novamente,
puxando um suspiro aliviado de Benjamin. "S me assustou. Fique tranquilo, no tenho
inteno de parar. Especialmente no agora. Embora isso mude as coisas um pouco."
Beliscando o lbio inferior de Benjamin, ele puxou livre de seu corpo. "Vire. Ser mais
fcil para voc." Ele acrescentou, no que soou suspeito como um murmrio suave.
Benjamin concordou, torcendo e girando, membros enrolados com Cavin quando
ele se mudou para ficar em seu estmago, ou o quanto ele foi capaz dada a sua ereo.
Mos agarraram seus quadris, puxaram-no em suas mos e joelhos. Sua respirao
engatou alta em seu peito, um pouco de nervosismo com a antecipao esmagadora. Mas
estranhamente ele se sentia completamente confortvel. Completamente seguro.
Mos acariciaram suas costas, at a sua bunda. As pontas seguiram o seu vinco,
deslizou sobre a pele acariciando, ento dois dgitos empurraram para dentro de novo.
Acariciando, torcendo, trabalhando em Benjamin deixando-o num estado de puro
desespero. Ele bateu para trs, caindo em cima dos dedos de Cavin. Mas no foi o
suficiente. Ele queria mais. Precisava.
Um gemido spero retumbou em sua garganta quando ele a empurrou de volta
com mais fora, rangendo contra Cavin a mo sem-vergonha, necessitado e no se
importando com nada.
"Pronto para mim?" Cavin perguntou.
"Sim, Cavin. Deus, sim."
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Aqueles dedos o deixaram. Uma mo se preparou na parte inferior das costas. A
presso empurrou contra seu buraco. O pau de Cavin parecia consideravelmente mais
espesso do que os dois dedos. Sentiu um choque definitivo ao empurrar dentro dele.
A sensao roubou o flego de seu peito.
Com a cabea de seu pau alongando Benjamin alm de largura, Cavin se acalmou.
"Fcil agora." Cavin disse em um sussurro rouco. "Vai ficar melhor. Prometo."
Uma mo acariciou o quadril de Benjamin, puxando seu pnis em sinalizao. Lbios
quentes beijaram sua nuca. "Respire fundo e empurre para fora. Confie em mim."
As instrues de Cavin no pareciam muito propcias para o processo em mos,
mas Benjamin acenou com a cabea. Obviamente, o homem sabia o que estava fazendo.
O momento que sua respirao ofegou em seus pulmes, Cavin empurrou para frente.
Seu grande eixo longo e lento, enchendo completamente Benjamin.
Um gemido fino escorregou dos lbios de Benjamin.
Querido Deus no cu. Benjamin lutou para recuperar o flego. Era demais.
Condenao.
Significativamente mais do que muito.
"Vai ficar melhor." Cavin repetiu, mas desta vez sua voz soava tensa, quebrada.
Ele segurou os quadris de Benjamin. "Di como o inferno na primeira vez, mas..." Ele
recuou a uma curta distncia e deslizou novamente: "... em breve. Prometo."
O impulso lento e fcil, Cavin movia-se nele. A tenso comeou a deixar o corpo
de Benjamin, substituda por uma sensao muito potente que at mesmo podia ser
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descrita como intensa. Ele reconheceu, no entanto. Provou a possibilidade disso quando
estava sozinho em sua cama, os dedos trabalhando furiosamente. A provocao de tal
tentadora sensao nele, provocando-o, empurrando-o em direo a um clmax. Mas
experimentando a fora total? Ele ainda sentia-se incrivelmente esticado, incrivelmente
cheio, mas em vez de alarme, ele sentia-se agora malditamente incrvel.
Esses golpes fceis alongaram-no, ficaram fludos a longo prazo. Benjamin abaixou
a cabea, recuperando o flego. Ele estava realmente em suas mos e joelhos,
inclinando-se para outro homem, e ele nunca tinha ficado mais excitado. Ele se sentiu
absolutamente perverso, o pau de Cavin deslizando para dentro e para fora de sua bunda
bem oleada. Seu prprio pnis doa, implorando por um toque. No entanto, ele manteve
as mos plantadas na cama, querendo tirar as sensaes. Para deleitar-se com elas,
sabore-las.
Ele gemeu e gemeu, se contraindo a cada impulso de Cavin.
"Voc estava certo." Ele conseguiu murmurar.
"Muito bom ouvir isso." Cavin gemeu. "Nossa, voc to apertado, Ben." Em
um rosnado baixo, ele girou os quadris.
O prazer derramou pelo corpo de Benjamim. Seus braos debaixo dele. A testa
pressionada no colcho, os dedos segurando o cobertor, ele no podia fazer nada, alm
de sentir. As estocadas de Cavin profundas o possuam completamente, segurando-o ali,
beira do clmax.
Ento, o pau grosso o soltou, deixando-o dolorido, vazio e desesperado.
"No pare!"
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"Claro que no. Vire."
Mos puxaram seus quadris, empurrando-o para o lado. Demorou alguns
momentos para fazer seus membros cooperarem o suficiente para rolar em suas costas,
Cavin entre suas coxas.
Um suspiro de gratido deslizou dos lbios de Benjamin quando o homem deslizou
para dentro dele.
Ento a boca de Cavin estava em sua boca, a lngua com a sua, os quadris
empurrando, moendo seu peito, apertando-se contra ele. Com cada curso, seu pau
esfregava contra a barriga dura de Cavin.
Benjamin envolveu seus braos em Cavin, penteando seu suor para trs, segurando
firme enquanto o prazer subia a rampa, cada vez mais alto. Ele tentou lutar contra o
orgasmo, para prolongar essa... essa perfeio. Mas foi intil.
O n intenso de sensaes em seu intestino ficou incrivelmente apertado,
respiraes curtas e msculos pegando, afiados, sofrendo com a fora dele, e ento
explodiu atravs de seus sentidos.
Torcendo a cabea, Benjamin rasgou sua boca na de Cavin. Um uivo foi arrancado
de sua alma, quando um tiro de smen partiu de seu pnis at a barriga lisa do outro. Os
golpes de Cavin ficaram irregulares. Batendo, batendo, batendo suas bolas contra ele.
E de repente foi demais. O prazer que teve segundos atrs, o levou ao xtase
drasticamente exigindo demais de seus nervos sensveis. Plantando os ps no colcho, ele
empurrou o peito de Cavin, lutando para trs, com a necessidade de obter o homem fora
dele. Agora.
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"Chega, chega." As palavras correram para fora de sua boca.
Caindo para trs contra a cama, ele lutava para recuperar o flego, os pulmes
trabalhando sob o esforo. As mos agarraram suas coxas, abrindo as pernas para cima e
para trs.
"Cavin, eu no posso."
"Eu sei, eu sei. Apenas... Deixe-me..." As coxas pressionadas contra as costas de
suas pernas. Cavin acelerou, duro, cortando o ar ao ritmo do som distinto de uma mo
trabalhando num pnis. Benjamin estendeu a mo, arrastou a mo pelo peito liso de
Cavin, as pontas dos dedos para encontrar a ponta de um mamilo, e beliscou.
"Ah... Ben!"
Calor lquido espirrou a coxa de Benjamin, suas bolas, seu pnis. Ento um corpo
pesado caiu sobre ele.
Levou algum tempo antes de um deles poder se mover, mas eventualmente Cavin
se deslocou a fim de ficar deitado em cima da metade de Benjamin.
Lbios percorreram a clavcula de Benjamim.
"Obrigado." As palavras foram sussurradas contra sua pele.
Uma risada saciada balanou o peito de Benjamim. Ele cutucou Cavin.
"Eu no quis dizer que voc realmente deveria me agradecer."
"Confie em mim. Isso no veio de qualquer senso de obrigao." A boca de Cavin
arrastou at sua garganta, sobre sua mandbula, roando em seus lbios.
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Estava pegajoso e suado e devia ver se o quarto tinha um lavatrio, mas tudo que
ele queria era permanecer exatamente onde estava, desfrutando dos beijos de Cavin.
Suave e desleixado, obscuro e lento, embalando seus sentidos.
Cercado pela escurido, o silncio e o calor reconfortante do corpo de Cavin, ele
no tinha absolutamente nenhuma esperana de lutar contra o sono que puxou
fortemente sua mente.
***
O som de uma porta fechando no corredor chegou aos ouvidos de Cavin. Ele
soltou um suspiro. Logo aos primeiros raios da aurora comeariam a insinuar-se na sala.
Ele no deveria demorar mais. Nada de bom podia vir dali, no importava o quo bom
ele sentiu ter Benjamin em seus braos ou envolver suas costas, segurando-o perto
mesmo durante o sono.
O trax debaixo de sua bochecha subia e caia em um padro que Cavin conhecia
bem. Ele poderia saltar sobre o colcho e o homem no se mexeria. Ainda assim, Cavin
manteve seus movimentos cuidadosos e lentos quando afastou o brao de Benjamim. O
peso deslizou de suas costas, os dedos parecendo permanecer em sua pele em uma suave
carcia, antes de cair para a colcha. Depois de esperar o espao de cinco batimentos
cardacos, ele moveu o peito quente de Benjamin e tirou os ps para o lado da cama.
Sua cabea caiu em suas mos enquanto um debate enfurecido acontecia dentro
dele. No, ele no poderia faz-lo. Droga as consequncias que fossem para o inferno.
Ele iria pensar em algo para aplacar Hale, daria o dinheiro do seu prprio bolso ao
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homem se fosse necessrio, pois no havia nenhuma maneira dele deixar Benjamin de
bolsos vazios. No depois do que Benjamin lhe havia dado naquela noite.
Um suspiro pesado expandiu seu peito. A vontade de rastejar de volta para os
braos de Benjamin, e enrolar-se perto de seu lado, levantou-se dentro dele. Sentiu um
puxo de necessidade por todo o caminho at os ossos. Com um empurro mental,
Cavin empurrou o desejo de lado.
Nada de bom podia vir dali. Nada.
Arrastou as mos pelo cabelo, ento ficou de p. Ele no se incomodou em puxar
as cortinas abertas em outra janela ou tentar acender um fogo na lareira. Seus olhos
muito acostumados a sombras, a lua era luz suficiente para ele enxergar. Mantendo seus
passos leves e silenciosos, preencheu a curta distncia at as roupas espalhadas no
assoalho. Ele caiu de joelhos, passou a mo praticada sobre as vestes, deslizando os dedos
sobre a l macia e fina que gritava riqueza e fechou sobre tecido de suas roupas
grosseiramente familiar. Quando ele puxou as calas, passou seu olhar sobre o cho,
parando em um raio branco pela porta. Se ele se lembrava corretamente, jogou sua
camisa naquela direo. Deveria ser sua.
Cavin estava colocando a fralda da camisa dentro da cala e abotoando-a quando o
baque de passos passou fora da porta. Um tapa de um lado, o risinho tmido de uma
mulher respondeu. Ento, um homem deu uma gargalhada, alta e pesada, o som
cortando o quarto.
Bbados sangrentos.
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O rangido distinto de cordas debaixo de um colcho soou atrs dele. Ele virou a
cabea para olhar por cima do ombro. O luar caiu sobre o corpo nu de Benjamin,
destacando o jogo de msculos sob a pele plida quando o homem virou-se. Um brao
estendido, a mo varrendo a colcha.
Cavin jurou que poderia detectar a confuso no grunhido sonolento de Benjamin
por encontrar o lugar ao lado dele vazio. Por um longo momento, os ps de Cavin
permaneceram enraizados no cho.
Ento ele caiu em seus sentidos e se inclinou. Casaco escuro, colete escuro, o
mao plido de um leno amarrotado, e dois sapatos, o couro usado em anos de uso.
Com a roupa apertada em um brao, pegou a chave da pequena mesa direita da
porta, empurrou-a na fechadura e saiu da sala. Depois de trancar Benjamin em
segurana, ele empurrou a chave por debaixo da porta e rapidamente fez o seu caminho
pelo corredor, procurando por uma porta estreita que seria um sinal de escadas dos
criados.
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Captulo Trs
Cavin dobrou a esquina e desceu a passarela para atravessar a Rua King. Conforme
ele navegou em torno de cavalos, carruagens puxadas por ces vadios, vendedores
ambulantes e poas de lama, engatou o saco de comida que mantinha em um brao mais
alto, mantendo-o de forma mais segura contra o peito. Dois rapazes corriam em torno
de uma mula, desacelerando quando passaram por Cavin. Com um toque de sua mo
livre, ele impediu os gananciosos dedinhos de chegarem at seu bolso.
Os meninos no se preocuparam em olhar para trs. Eles continuaram no outro
lado da rua, passando os outros de perto, mexendo as mos em bolsos e bolsas em um
borro de pele plida.
Ele chegou ao outro lado da rua e foi para o norte. A madrugada tinha chegado
umas boas duas horas atrs, trazendo nuvens cinzentas e com a promessa de pancadas de
chuva. Ainda assim, mesmo a ameaa de chuva fria no o tinha empurrado de volta para
casa mais rpido. Embora a rota deliberadamente longa que tinha escolhido no tinha
sido um exerccio completo de procrastinao. Ele havia parado em um mercado para
pegar um pouco de comida para o caf da manh.
Talvez ele devesse ter tomado uma rota muito mais curta em vez pegar um par de
tortas de carne em uma taberna para que pudesse chegar em casa antes do amanhecer. St.
Giles era melhor visualizado noite. Sob a luz da lua, no se percebia o brilho nos olhos
dos desesperados e as prostitutas cheias de gin, quando elas desmoronavam em portas
abertas, ps descalos cobertos de poeira e roupas esfarrapadas e manchadas com sujeira.
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Ou os ratos rondando os caixotes de lixo que j tinham sido limpos pelas jovens
almas infelizes que chamavam as caixas nas vielas estreitas de casa. Podia-se at confundir
os trapos que cobriam as janelas que no tinham vidros a anos, com cortinas.
Como estava, com a luz do sol fraco vazando atravs das nuvens iluminando sua
vizinhana em todo o seu esplendor, lembrando-o em termos muito contundentes o
quo diferente sua vida era da de Benjamin Parker. No que ele conhecesse os detalhes
da vida de Benjamin, com certeza, mas os punhos de camisa engomada o frescor que
espreitava para fora das mangas do casaco de l fina anunciava claramente que o homem
vivia longe dos ensopados. Provavelmente em uma enorme casa em Mayfair composta
por funcionrios que viam cada necessidade sua, os seus dias gastos no gerenciamento de
seus interesses comerciais e partilhando de uma bebida com seus conhecidos alardeados
em White ou Brooke.
No importava se Cavin realmente gostou de passar o tempo com Benjamin, e no
apenas o tempo em uma cama. Inferno, ele ainda tinha dado a Benjamin seu nome real
no Hackney. No importava que seu tempo naquele quarto de hotel foi muito alm do
incrvel. Os beijos vorazes de Benjamin e as mos vidas cativantes dele, sua confisso s
puxou o corao de Cavin. Nem importava que Benjamin era um homem muito bom e
bonito, em uma espcie de forma genial, com seu cabelo castanho claro e olhos castanhos
amigveis. Apenas o tipo de homem que faria um companheiro maravilhoso. Algum que
acreditava no amor e fidelidade, e que nunca iria empurrar o seu parceiro para se deitar
com outros homens.
Tudo o que importava era que algum como Benjamin Parker nunca escolheria
estar com algum como ele para alm de uma escaldante noite, quente e completamente
inesquecvel. Cavin tinha dado a Benjamin exatamente o que o homem tinha ido para
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Clements procurar e agora Cavin nunca iria v-lo novamente. Assim como deveria ser. E
isso no faria Cavin lamentar esse fato.
Ainda assim, ele no podia ajudar, mas desejava...
Cavin sacudiu firme a cabea. Pena que vinte e um anos de desejos no se
tornassem realidade. Apenas um ajuste idiota de confuses no provava nada diferente.
Ele subiu as escadas de pedra na casa grande do final da rua. O lugar tinha sido
uma casa de embarque antes que Hale t-la reivindicado como sua prpria. O exterior de
ripa estava precisando de reparo, as janelas do trreo tinham sido cobertas por placas
estilhaadas e penduradas precariamente da linha de telhado, mas ele estava em casa... e
um prostbulo improvisado na ocasio.
Demorou, mas um empurrozinho para abrir a porta que no tinha sido deixada
completamente fechada. Cerca de meia dzia de meninos de diferentes idades estavam
deitados no cho do hall de entrada envolvidos em um jogo de dados.
Um esfrego rebelde e familiar de cabelos escuros apareceu do bloco.
"Cavin, est casa, ehh!" Sam empurrou para seus ps. Seu olhar foi imediatamente
para o saco de papel que Cavin tinha no brao. "Isso para mim?"
"Para ns." Ele corrigiu, fechando a porta da frente.
"Ah bom. Inferno sangrento, eu estou com fome." Sam limpou as mos sujas na
frente de suas calas curtas, tornozelos nus espreitando as bainhas desfiadas.
Maldio, Sam continuava crescendo. Ele teria que lev-lo a um alfaiate em breve
para equip-lo com calas novas. Virando-se, Sam inclinou-se para bater um de seus
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amigos nas costas, parabenizando-o por uma vitria e expondo uma manga mal
remendada. O menino era muito duro em suas roupas, tambm. Cavin adicionou uma
nova camada e camisas para a lista do alfaiate.
Sam podia no ser seu irmo de sangue, mas Cavin cuidava do menino como se ele
fosse. Sete anos atrs, Hale tinha tirado Sam com seis anos de idade da rua e o colocou
em seu bando de ladres. Hale no era muito de fornecer instruo aos garotos, ou
sabiam como roubar quando se juntavam ao grupo, ou eram ensinados por um dos
outros meninos. Com um empurro na direo de Cavin, Hale o tinha nomeado como
instrutor de Sam nas artes de beliscar, esgueirar e mergulhar na carteira alheia. Ao longo
do caminho, Sam tornou-se o irmo mais novo que Cavin nunca teve... ou pelo menos
no estava ciente de que tinha. Por tudo o que ele sabia, poderia ter um tesouro de
irmos menores perambulando pelas ruas. Sua me no tinha sido boa em manter as
pernas fechadas.
"Fox!" Uma voz veio de cima.
Cavin olhou para cima.
De camisa branca com os braos cruzados sobre o peito, Hale ficou no patamar no
topo das escadas.
"Traga seu traseiro aqui em cima." Seu olhar desviou para os meninos no cho,
demorando-se demais em Sam sorrindo e rindo com os amigos.
A preocupao tomou o intestino de Cavin.
"Agora, Fox." Hale chamou impaciente e exigente, antes de virar o calcanhar.
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Cavin passou por cima de uma perna e cutucou o ombro de Sam.
"Leve isso para a cozinha, e no deixe ningum entrar nela." Depois de dar o saco
de comida para Sam, ele passou por cima de mais algumas pernas e subiu as escadas.
Governado pela ganncia, Hale era o tipo de homem que no tinha escrpulos em
prostituir aqueles sob sua proteo se isso fosse engordar seus bolsos. Cavin tinha
odiado. Odiava ter sido tirada toda a escolha de seu alcance. Ter que cair de joelhos ou
se curvar, para o bastardo do Hale ter que fazer o acordo com ele. Um par de anos atrs,
Cavin tinha posto um fim a isso. Bem, ele pediu - no se exigia nada de Hale - e se
ofereceu para roubar os antros de jogatina e tabernas em troca. Os bolsos de Hale ainda
estariam cheios, e Cavin poderia pelo menos escolher o homem que, de uma forma
indireta, pagaria por seus servios.
Ele tinha que ter cuidado, claro. No poderia frequentar o mesmo local noite
aps noite. Hale no o tinha prostitudo, numa base diria. Tinha sido mais ocasional,
uma vez por ms ou menos, quando a oportunidade aterrissava no colo de Hale. O
homem lidava com um bando de ladres, prostitutos no. Ento, Cavin pensou que era
justo manter sua caa em uma frequncia semelhante, confiando mais em mergulhar e
fisgar o que o rude Hale exigia de cada habitante da casa.
Cavin tinha pensado que Sam estava a salvo dos arranjos de Hale por mais alguns
anos. Mas Sam era alto para a sua idade, e o menino era bonito sob toda a sujeira e
grude.
Talvez aquele olhar persistente de Hale tivesse sido simplesmente a avaliao de
uma mercadoria futura. Hale deixava os meninos em paz at que fossem mais velhos.
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Cavin tinha vindo viver com Hale, quando estava com nove anos, e Hale no o fez cair de
joelhos para um bastardo at os dezesseis.
Sim, deve ter sido isso, Cavin tranquilizou-se. Hale sabia que Sam tinha apenas
treze anos. Muito jovem. E no era como se a casa no tivesse adolescentes mais velhos a
quem Hale poderia empurrar um servio na sala da frente.
Cavin se introduziu no ltimo quarto no fim do corredor. Todos os outros quartos
na casa lembravam o seu exterior, exceto o de Hale. Uma cama de madeira macia, um
gabinete em arco perto de uma janela com cortinas reais, uma cmoda alta, e paredes
repletas de pinturas de molduras douradas de petrleo. A grandeza em grande escala.
Ainda, que o quarto desse a impresso muito grande de ser algo que no era.
Hale empurrou o ombro nu do homem deitado em sua cama.
"Fora."
O homem que se revelou ser Miles, um dos adolescentes mais velhos que vivia na
casa, se levantou e tirou os ps para o lado da cama. Miles pegou suas roupas do cho.
Sem se preocupar em puxar as calas, ele saiu da sala, atirando um sorriso presunoso,
mas com se sentisse pena por Cavin, como se ele tivesse ganhado algum tipo de prmio.
Cavin revirou os olhos. Sim, sua prpria posio era maior na casa quando ele
dividia a cama de Hale, mas preferia passar sem a ateno de Hale.
"Como foi a sua noite?" Hale perguntou, quando chegou em seu armrio.
Incrvel. Espetacular. Incrivelmente maravilhosa.
"Boa."
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"Obteve uma quantidade decente de cima dele?"
Cavin encolheu os ombros.
"Mais do que uma ninharia, mas j tive melhor." Na verdade, no, ele nunca tinha
tido nada melhor. Esse era o problema.
"Eu tenho uma casa, eu quero que voc v l com alguns dos meninos hoje
noite."
Hale empurrou os braos nas mangas de um casaco azul-marinho.
"Perto de Vauxhall. Os proprietrios saram do pas. Eles so os nicos que
compraram esse quadro. Espere at as duas ou trs para se certificar de que a rua esteja
calma. Em seguida, traga de volta a pintura e tudo o mais que voc encontrar."
"Uma de um cavalo preto?" Algumas semanas atrs, Hale tinha comentado sobre
uma pintura de cavalo que ele tinha visto em uma loja ou outra. Parecia que Hale tinha
rastreado quem tinha comprado antes que tivesse sido capaz de surrupi-lo.
Hale acenou com a cabea.
"Pegue-o de volta voc mesmo. No quero um daqueles tolos perto dele. E da
prxima vez que voc pegar um dos meus coletes, me diga. Procurei por toda a casa na
noite passada. Pensei que um deles arrumou bolas para roub-lo."
"Nenhum deles jamais roubaria de voc."
"Eu espero mesmo que no."
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Hale no tinha a pura intimidao das massas do seu lado, mas ele no era
conhecido por sua habilidade para segurar os punhos ou a faca. Com aproximadamente
35 anos de idade, ele ainda tinha os reflexos rpidos, implacveis que lhe renderam seu
cargo atual como chefe de um bando em vez de um bom ladro.
"Peo desculpas por no lhe dizer sobre o colete. No acho que voc saiu
perdendo. Voc no ia sair, e eu precisava de algo para vestir, inferno. Derramei gotas
de licor sobre o meu nico decente no outro dia."
"Eu perdi isso." Disse Hale, quando terminou de abotoar o casaco. "Eu tinha
deixado a chave do cofre no bolso."
O intestino de Cavin apertou. Ele poderia muito bem imaginar as ameaas que
haviam sido jogados na noite passada sobre a chave sumida. Esperava que Hale no
tivesse ferido fisicamente algum dos meninos.
Um grito ecoou pelo corredor seguido pela farpa de madeira.
A pesada carranca puxou caractersticas acidentadas de Hale.
"Algum provavelmente foi enganado." Disse Cavin com um encolher de ombros.
"Eles esto jogando dados."
"Eles deveriam estar trabalhando, no ganhando o meu dinheiro para si."
Meu dinheiro. claro que tudo era de Hale. Bem, tudo, exceto o ltimo centavo
aqui ou ali que ele permitia que os meninos mantivessem. Era o preo pago para viver
em sua casa, sob sua proteo. Para no ter que se preocupar em ser arrastado para um
dos cascos de priso no Tmisa.
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Com um tremor irritado de sua cabea, Hale foi para a porta.
"Tranque o que conseguiu no cofre. Tenho uma consulta para ver depois de
arrumar esses garotos. "
Confiante de que apenas a presena de Hale bastaria para sufocar qualquer
discusso que tivesse estourado l embaixo, Cavin tirou seu melhor casaco preto, pegou
seu prmio de jogo do bolso e o colocou na mesa de cabeceira ao lado da vela dourada.
Enfiou a mo no bolso do colete de Hale, mas em vez de encontrar uma chave, ele
tirou um pequeno carto. Hale fez o seu melhor para fingir que era um nababo, mas
Cavin no tinha percebido que o homem tinha ido to longe a ponto de ter cartes
impressos. Coisa bastante ridcula de fazer. Qual era o plano do homem? Dobr-los com
o dinheiro que ele caiu para os vigilantes?
Cavin revirou os olhos. Ento ficou curioso com o nome de Hale, o homem
sempre foi conhecido apenas por seu nome de famlia, Cavin olhou para as pequenas
letras ntidas no carto branco na mo.
"Senhor Benjamin Parker." Estava escrito num simples e elegante preto.
Seu estmago caiu.
Ele fechou os olhos. Uma imagem de Benjamin sentado ao lado dele na mesa de
jogo materializou-se diante de seus olhos. Benjamin, com um casaco bege, branco com a
gravata elegantemente amarrada e um colete de seda preta.
O colete de Hale era de seda preta. Foi por isso que Cavin o tinha pego
emprestado. A fim de ganhar a confiana de um janota, ele precisava aparecer como se
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no fosse exatamente o que ele era. Anos atrs, Hale havia tirado Cavin de St. Gilesa,
com uma voz que queria um amante que no soasse como um menino de rua, mesmo se
ele tivesse sido um? E visitar Hyde Park, demorando-se nas bancadas durante as
primeiras horas, vendo de fora e sobre, tinha feito o resto. Deu a ele uma ideia firme de
como um verdadeiro cavalheiro falava e comportava-se. As roupas certas, porm, eram
fundamentais para reforar a artimanha. Cheirar como uma prostituta encharcada de gin
poderia despertar suspeitas.
Fazia um cavalheiro olhar para ele um pouco mais de perto, quando o que Cavin
precisava era da mente do homem firmemente distrada ou a noite no comearia bem.
Abrindo os olhos, ele olhou para o colete preto na mo. Colete de Benjamim. O que
teria olhado e sentido como o de Hale em um quarto escuro.
Benjamin tinha o colete de Hale, e Cavin precisava busca-lo. Sua mente trabalhava
rapidamente. Hale tinha normalmente ido para a maior parte do dia.
O homem estava confiante que Cavin tinha a chave, e confiante que Cavin iria
mant-la segura. Sua mente estaria no furto de hoje noite, no contando seu dinheiro.
Cavin percebeu que ele tinha at que fosse para Vauxhall antes Hale pensasse em pedir a
chave. Nesse meio tempo, ele simplesmente iria localizar Benjamin. No poderiam haver
muitos Benjamin Parker em Londres.
Senhor Benjamin Parker.
Cristo, o homem era o filho de um cavalheiro? Cavin soltou um gemido.
Definitivamente seria preciso comear a sua busca em Mayfair. Uma vez que ele
descobrisse o endereo de Benjamin, ele faria a troca. Certamente Benjamin iria
entender o erro.
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Ignorando a emoo da antecipao sobre a perspectiva de ver Benjamin,
novamente, Cavin colocou o carto de volta no bolso, tirou colete de Benjamin e
cuidadosamente colocou-o sobre o brao. Depois de colocar seus ganhos em jogos de
azar na parte de trs de uma gaveta, pegou o casaco e saiu pelo corredor at seu quarto
muito menor, para arrumar o colete de Benjamim. Uma vez que ele tinha dado o caf da
manh para Sam, ele partiria para uma excurso perguntando sobre Mayfair.
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Captulo Quatro
A porta se abriu. Cavin resistiu ao impulso de puxar o saco de papel amassado
contendo o colete de Benjamin atrs de si, e deixou-o pendurado casualmente a seu lado.
"O Senhor Benjamin Parker est em casa?"
"Sua senhoria est atualmente ocupada. Gostaria de deixar o seu carto? O servo,
um mordomo ou um lacaio, embora Cavin no pudesse determinar o grupo exato do
homem olhou Cavin de cima para baixo, a sua dvida quanto a sua capacidade para
produzir um carto de chamada escrita em todo o seu rosto.
Cavin manteve seu queixo para cima e a expresso educada no lugar.
"Infelizmente usei o meu ltimo carto apenas esta manh. Deve aguardar a papelaria
para imprimir um novo lote. No entanto, o senhor Benjamin deixou-me com o seu
carto." Ele puxou um dos cartes de Benjamin do bolso do prprio colete e mostrou-o
ao servo, mostrando sua prova de que ele estava realmente familiarizado com o mestre
do homem.
"Voc poderia deix-lo saber que o Sr. Cavin Fox precisa falar com ele?"
O servo apenas olhou para Cavin.
" uma questo de extrema importncia."
Pelo menos o servo estava o suficiente bem treinado para no rolar os olhos para
Cavin. "Por favor, espere aqui." Com isso, o homem fechou a porta da frente, deixando
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Cavin de p nos degraus de pedra. Suas mos se fecharam em punhos nervosos, a dobra
do saco de papel ecoando em torno dele.
E se Benjamin no quisesse v-lo? Ele sabia que era ousado aparecer sem avisar na
porta da casa do homem. Certamente Benjamin se perguntaria como Cavin o havia
seguido.
Benjamin tinha ido at Clements para ficar com outro homem pela primeira vez.
Isso tinha que dizer que ele queria o que aconteceu ontem noite, permanecesse longe
de sua casa.
Ele deveria ter escrito uma nota para o servo dar a Benjamin, algo para que ele
soubesse que Cavin tinha uma razo honesta para estar l? Mas sua letra deixava muito a
desejar e estava colocando isso levemente. Ele no tinha tido tutores olhando por cima
do seu ombro, rpidos para corrigir todos os erros. Cavin s tinha tido um menino
alguns anos mais velho do que ele, para ensinar-lhe as letras e nmeros. Vivendo com
Hale, ele s precisava ser capaz de ler bem o suficiente para ler placas de rua, lojas e para
jogar. Se ele escrevesse muito mais do que seu nome, Benjamin assumiria que uma
criana e no um homem tinha escrito a nota.
Se ele veio at aqui e Benjamin se recusasse a v-lo, Cavin iria esperar algumas
horas em um dos bancos da praa com exuberante gramado que havia passado em sua
caminhada para Mayfair, em seguida, voltaria quando a casa estivesse na cama. Mas ele
preferiria no rondar a casa de Benjamim. Mesmo que estivesse apenas corrigindo um
erro e Benjamin no fosse o mais sensato, sentia ainda que seria ... errado.
Os segundos passaram, mais e mais, parecendo flutuar no ar frio da noite.
Voltando-se, olhou para cima e para baixo da Brook Street. Havia uma respeitabilidade
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tranquila nas fileiras de casas da cidade, algumas de tijolos marrons como a de Benjamin,
umas de tijolo vermelho e outras poucas cobertas de estuque branco. Tudo com cinco
fileiras de janelas que se estendiam at o cu iluminado pela lua. Janelas que estavam
fazendo o seu dever e segurando placas de vidro. Se Cavin tivesse sido abandonado e no
soubesse o seu paradeiro, ele teria imediatamente sabido que estava em Mayfair.
Precisava mais do que riqueza apenas para adquirir um endereo aqui. Precisava
de um nome antigo de famlia ou um ttulo, juntamente com uma posio social
impecvel. Nenhum dos quais Cavin possua, e todos os quais, obviamente, Benjamin
tinha.
Passando a mo sobre a parte de trs do seu pescoo, Cavin suspirou. Ele no
recebeu nenhum conforto em saber que tinha adivinhado corretamente, quando o senhor
mais velho que ele tinha investigado na loja de um alfaiate em St. James Street forneceu o
endereo de Benjamim. Por que no podia ter errado? Por que no poderia Benjamin
simplesmente ser um cavalheiro respeitvel vivendo em apartamentos de solteiro
respeitveis?
Basta?
Cavin soltou uma bufada de desgosto. Qualquer tipo de cavalheiro estaria muito
acima dele. Ao som fraco de passos, Cavin se voltou para a porta. A maaneta de bronze
girou e a porta se abriu novamente.
"Sua senhoria vai v-lo no estdio."
Alvio tomou conta dele. Cavin inclinou a cabea quando entrou. O hall de
entrada no era um espao cavernoso enorme, mas no precisava de tamanho de anunciar
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a riqueza de seu dono. Um piso de mrmore polido cinza, paredes com painis cobertos
de tinta de um branco puro e um console de mesa de mogno apenas dentro da porta. Ele
duvidou que alguma poeira jamais se atrevesse a se acumular na casa de Benjamin.
"Se voc me seguir." disse o moo, depois de fechar a porta.
Enquanto Cavin seguia o homem at um lance de escadas, ele detectou o aroma
persistente de carne cozida e mais alguma coisa que cheirava grosso e rico. No era de
admirar Benjamin estivesse ocupado. Era incio da noite, a hora que maioria dos
indivduos se sentava para jantar. Benjamin devia pensar que Cavin era um palhao mal-
educado para chamar a essa hora.
Segurando a vontade de balanar a cabea para si mesmo, ele entrou na primeira
sala esquerda da escada.
"Se voc esperar aqui." O servo fechou a porta com um clique inteligente.
Cavin olhou para as prateleiras que se estendiam do cho ao teto, cobertos com
tapetes, uma mesa de madeira de nogueira macia dominando uma extremidade do
quarto, as poltronas de couro e o fogo aceso na lareira rodeada pelo mesmo mogno
brilhante como as estantes. As nicas vezes que ele e os outros haviam estado em uma
sala desta, tinha sido ao luar. A casa estaria quieta sobre ele, enquanto andava em passos
silenciosos para fazer o trabalho rpido de levar qualquer coisa que parecesse ter valor.
Ele colocou o saco de papel em uma das cadeiras, mas no se atreveu a fazer-se to
confortvel como se sentar. Inclinando a cabea um pouco de lado, arrastou um dedo
sobre as lombadas dos livros encadernados em couro em uma das prateleiras. Milton
William Blake, Don Juan, Alexander Pope, A Dunciad. No estava familiarizado com
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nenhum dos ttulos. Eram livros que Benjamin gostava de ler ou estavam ali apenas por
causa das aparncias?
Houve um clique macio de um boto.
Apertando as mos atrs das costas, Cavin se virou.
Vestido com um casaco verde-garrafa e cala marrom, Benjamin entrou na sala.
"Cavin." disse ele, estendendo a mo, um sorriso em seus lbios e seus olhos castanhos
cheios de boas-vindas. " bom ver voc de novo."
Um pouco de tenso nervosa deixou a coluna vertebral de Cavin, mas no tudo.
"E voc, tambm." Ele apertou a mo de Benjamin, que na noite passada havia acariciado
seu pnis.
"Eu espero que tudo esteja bem. Meu lacaio indicou que sua visita era de extrema
importncia. Eu admito, voc despertou minha curiosidade. "
"Estou bem, obrigado. Vim remediar um erro. Eu acidentalmente peguei seu
colete. O escuro e tudo." Acrescentou guisa de explicao. "Eu trouxe o seu, na
esperana de uma troca." Ele indicou o saco sobre a almofada na cadeira atrs dele.
"Um erro?" Benjamin perguntou, surpreso. "Embora eu no estivesse prestando
muita ateno quando eu puxei as minhas roupas. Minha mente estava em outros
assuntos. Eu perdi voc esta manh. "
As palavras ficaram penduradas entre eles. Cavin s podia piscar. Foi a coisa mais
bonita que algum j disse a ele.
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Uma dica de cor forte se levantou de Benjamin em contraste com a gravata
branca, queimando suas bochechas.
"Minhas desculpas. Eu provavelmente no deveria dizer uma coisa dessas. Forma
ruim e tudo considerando ... " O rubor se aprofundou. Benjamin acenou com a mo,
como se esforando para preencher o vazio, ento, obviamente, controlando-se, puxou
os ombros para trs e puxou a ponta do seu casaco. "Se voc diz que tenho o seu, ento
deve ser verdade."
"Seus cartes de contato estavam no bolso."
"Ainda mais prova. Eu vou ter algum indo buscar a roupa. No vai demorar, mas
... " Benjamin parou, seu olhar demorando na boca de Cavin. " bom ver voc de
novo." repetiu ele, sua ateno deriva de volta para os olhos de Cavin.
Cavin no pode deixar de sorrir. " bom ver voc de novo, tambm."
"Voc tem um momento? Eu atualmente tenho companhia. Um jantar. Mas meus
convidados estaro saindo em breve. Voc poderia esperar um pouco, at que depois que
saiam? Eu posso ter uma bandeja com ceia enviada enquanto voc espera. "
"No, isso no necessrio." Como se determinado a marca-lo como mentiroso,
seu estmago escolheu esse momento para roncar. " verdade. Eu tive um grande
pequeno-almoo. Eu ainda no estou pronto para o jantar. "
Cavin esperou por Benjamin ressaltar que o almoo teria sido muitas horas atrs,
mas a boa educao do homem se mostrou. A testa de Benjamin franziu-se apenas um
pouco.
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"Eu no vou ser demorado." disse Benjamin. "Porto foi servido pouco antes que
voc chamou. Talvez metade de uma hora? "
"No h necessidade de empurrar os seus convidados para a porta por minha
conta. Eu posso me divertir com um livro. Voc tem muito por onde escolher. E sim, eu
vou esperar. "
"Obrigado." Um sorriso se espalhou na boca de Benjamim. "Eu tenho que voltar
para a sala de jantar. Eu vou trazer o seu colete quando eu voltar." Com um aceno de sua
cabea, ele virou-se e saiu da sala.
Sem saber o que fazer com ele, Cavin moveu o saco de papel para o cho e sentou-
se na cadeira.
Por que diabos ele tinha dito que sim?
Porque eu no poderia dizer no a Benjamin.
E tecnicamente, ele tinha alguns momentos, e se fosse necessrio, ele poderia
contratar uma carruagem de aluguel para lev-lo de volta para St. Giles ou o mais
prximo a St. Giles que o motorista concordaria em ir. Ele s precisava estar em casa em
torno de uma hora para pegar alguns meninos, para que pudesse chegar a Vauxhall entre
duas e trs horas. Assim, ele poderia cair em uma casa que seria, provavelmente,
semelhante a de Benjamin e tomar algo que no lhe pertencia.
Os ombros de Cavin caram.
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"Ah inferno." Cavin murmurou de repente, suas plpebras pesadas pela falta de
sono. O cochilo de meia hora que tinha tomado antes de sair para a longa caminhada at
Mayfair no compensou em tudo por no ter nenhum sono na noite passada.
E foi isso. Ele estava apenas cansado. Nada mais. Razo perfeitamente lgica para a
sua conscincia escolher esse momento para elevar sua cabea depois de mentir em
silncio por tantos anos e uma desculpa perfeitamente vlida para no ser capaz de dizer
no, para a perspectiva de passar mais tempo com Benjamin.
Houve uma batida de leve na porta. Cavin estava morto a seus ps.
Uma empregada entrou no quarto com uma bandeja. A tampa de prata na placa
sacudiu um pouco quando ela colocou a bandeja sobre a mesa entre as cadeiras. "Se voc
tiver necessidade de qualquer outra coisa, Sr. Fox, simplesmente toque a campanhia."
Aparentemente, o Senhor Benjamin Parker no levava em considerao a palavra
no.
Ele esperou que a empregada sasse antes de se sentar de novo. Seu olhar foi
atrado para a bandeja com o seu copo de vinho ao lado do prato. Uma parte dele se
recusava a tomar qualquer coisa mais de Benjamin. O homem tinha dado mais do que
suficiente de si mesmo na noite passada. Mas ...
Os aromas de carne cozida e po recm assado, junto com o cheiro rico e espesso,
penetrou sob a tampa de prata, caindo em seu estmago vazio.
Seria rude da parte dele deixar a bandeja intacta, no ? Se Cavin estava colocando
ares de um cavalheiro, ento a ltima coisa que ele queria, era parecer rude, argumentou
quando estendeu a mo para a tampa de prata.
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***
Por pura fora de vontade, Benjamin se impediu de olhar para o relgio alto, no
canto da sala de jantar. Ele realmente gostava de receber seus amigos para jantar, mas,
pela primeira vez desde que se mudou para a casa da cidade, estava ansioso para que eles
sassem.
Ele ainda no podia acreditar que Cavin tinha aparecido em sua porta da frente.
Era como se o homem soubesse que Benjamin estava planejando outra visita a Clements.
No que ele tivesse um desejo urgente de jogar, mas o inferno era o nico lugar que ele
sabia que Cavin frequentava.
Hoje noite, porm, ele no precisaria contratar uma carruagem de aluguel para
lev-lo para Silver Street, porque Cavin estava em seu estdio, naquele momento,
esperando por ele.
Todo o dia, pelo menos uma vez por hora e, frequentemente mais do que isso,
seus pensamentos tinham se voltado para a noite passada. Para Cavin. Para o seu tempo
juntos naquele quarto de hotel surrado. Estar com Cavin tinha sido certamente muito
alm de incrvel.
No havia dvida sobre isso. Mas, sob as sensaes esmagadoras tinha estado esse
sentimento que se tem quando se encontra algum que se torna um grande amigo. Essa
sensao imediata de conforto e facilidade, com exceo de alguma forma, mais forte. A
sensao de que ele estava mais do que ansioso para verificar.
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"Parker? O que voc diz para passar a tarde no Gentleman Jackson amanh? " O
tom de voz de Radcliffe Linus indicava que no era a primeira vez que ele tinha feito a
pergunta.
Benjamin concentrou sua ateno em seu amigo. "Talvez, se eu pudesse ter uma
consulta para ver meus compromissos na tarde de amanh." Ele no queria se
comprometer com nada, no at que ele tivesse falado com Cavin. Mas no se atrasem
por minha causa. Se a minha tarde estiver livre, eu vou parar e me juntar a todos vocs. "
Radcliffe deu de ombros. "Jackson o que ento." declarou ele mesa.
"Venha preparado para aceitar a derrota." disse Anderson, seu olhar fixado em
Radcliffe, de seu lugar em frente a ele.
"Voc um burro, Anderson." Radcliffe atirou de volta.
"Um burro que vai espancar voc."
Os olhos de Radcliffe se estreitaram. "Vamos ver sobre isso."
"No to ruim, Radcliffe, ser derrotado e tudo. Todos na mesa podem lhe dizer
melhor." disse Woodhaven, com um sorriso alegre, til.
"O sentimento apreciado, Woodhaven, mas no necessrio, Anderson vai estar
ganhando um conhecimento ntimo amanh a tarde, do cho de Gentleman Jackson."
Radcliffe levantou-se da mesa. "Obrigado pela refeio, Parker. Devemos estar a
caminho. Anderson precisa descansar para amanh. "
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Com um aceno de cabea, Anderson ficou de p, depois comeou a fazer o seu
caminho para a porta da sala de jantar. "Descansar? o melhor que voc pode fazer?" Ele
perguntou a Radcliffe quando o homem caiu em passo ao lado dele.
"No. Eu estava apenas sendo educado. "
Anderson empurrou no ombro de Radcliffe. "Filhote".
A risada de Radcliffe pairava no ar quando os homens saram da sala. Benjamin
dizia que os dois nunca deixavam de animar uma noite. Seus restantes cinco convidados
seguiram a liderana de Radcliffe e Anderson, estendendo seus agradecimentos e
levantando-se da mesa.
Eles deveriam ter sido nove no total, mas Norton tinha declinado em seu nome e
de Bennett.
Benjamin tinha a impresso de Bennett no ligava muito para o grupo, embora
Norton tenha oferecido uma desculpa vlida para seus pesares, ele precisava ajudar
Bennett com os preparativos para a abertura do hotel do homem.
Vindo a pensar sobre isso, Norton havia gastado mais do que uma boa quantidade
de tempo com Bennett, desde Bennett havia retornado de Nova York. Se as suspeitas de
Benjamin sobre Norton fosse corretas, ento Bennett tinha preferencia pelos homens,
tambm?
Interessante.
Benjamin fez uma nota mental para prestar mais ateno da prxima vez que os
visse juntos.
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"Alguns