Autocom Magazine Ed. 05

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ENTREVISTA O consultor Dagoberto Hajjar fala sobre a importância do planejamento no crescimento das empresas Cloud Computing Sua expansão deverá transformar o mercado de softwares e ampliar a oferta de serviços ARTIGO TÉCNICO Tiaraju Pires, superintendente da Abras, analisa o papel da tecnologia e as novas demandas do consumidor COMO AUTOMATIZAR – UMA PUBLICAÇÃO AFRAC Ano II - Nº 5 Julho/Dezembro 2011 Associação Brasileira de Automação Comercial ESPECIAL: cobertura completa da Autocom 2011

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Autocom Magazine é uma publicação da AFRAC - Associação Brasileira de Automação Comercial. Nesta 5ª edição mostra como foi o AUTOCOM 2011 e tem como matéria de capa o Cloud Computing.

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ENTREVISTAO consultor Dagoberto Hajjar fala sobre a importância do planejamento no crescimento das empresas

Cloud Computing

Sua expansão deverá transformar o mercado de softwares e ampliar

a oferta de serviços

ARTIGO TÉCNICOTiaraju Pires,

superintendente da Abras,

analisa o papel da tecnologia e

as novas demandas do consumidor

COMO AUTOMATIZAR – UMA PUBLICAÇÃO AFRAC

Ano II - Nº 5Julho/Dezembro 2011Associação Brasileira de Automação Comercial

ESPECIAL: cobertura completa da Autocom 2011

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Palavra do Presidente

AUTOCOM magazine 1

A feira e o congresso reunidos no Autocom 2011 e apresentados no Pavilhão Amarelo do Expo Center Norte podem ser considerados como o início de uma nova fase para este que é o maior evento

de automação comercial da América Latina, promovido pela Associação Brasileira de Automação Comercial (Afrac), conforme pudemos consta-tar por meio do enorme sucesso alcançado.

Alguns fatores permitiram o êxito do Autocom 2011. Primeiramen-te, houve um expressivo crescimento do evento, que teve um aumento em sua área de exposição na ordem de 140% em relação ao ano passado. Isso mostra que o setor de automação comercial, destinado ao varejo brasileiro, está maduro e pronto para enfrentar novos desafios.

O novo espaço nos permite fácil expansão, pois o Autocom ocorre paralelamente a outros dois grandes eventos do varejo, a Fispal e a ABF Franchising Expo, concentrando em áreas próximas grande parte do públi-co-alvo do nosso setor. Dessa forma, o Autocom 2012 estará com o seu sucesso garantido.

Outro fator percebido foram as mudanças na quantidade e nas carac-terísticas do público visitante. Por ocorrer na mesma data desses eventos, o perfil do Autocom 2011 foi modificado e ampliado. Tomadores de decisão estavam em maior número e o volume de visitantes cresceu – tanto no que tange os provenientes do próprio setor, quanto aos consumidores finais –, bem como o total de inscritos no congresso, que dobrou em relação a 2010.

Destacamos também que a Afrac já iniciou os esforços para interna-cionalizar a edição 2012. Esperamos que para o próximo ano, o Autocom seja o fórum de discussão de legislação fiscal para a América Latina. A Afrac vem trabalhando neste sentido para que em nosso congresso estes temas estejam na mesa de discussão, reunindo para o debate repre-sentantes governamentais e empresários de outros países. Isso agregará enorme valor ao segmento do varejo da América Latina. Consequen-temente, essas discussões abrirão espaço para a participação de outras empresas estrangeiras em nosso evento.

No novo portal que a entidade lançará em breve teremos uma seção específica para o Autocom 2012, em que os temas e as sugestões para discussão em nosso congresso serão destinadas ao grupo que já está trabalhando para o sucesso de 2012. Isso enriquecerá ainda mais a grade de temas do evento e a divulgação das tendências de mercado.

Podemos afirmar que a Afrac é um importante canal do setor de automa-ção comercial para o varejo do país. Um verdadeiro fórum no qual as legis-lações são debatidas, tendências e tecnologia são lançadas, fluindo de forma vigorosa para o varejo por meio deste grande evento que é o Autocom.

Zenon Leite NetoPresidente da Afrac

O Autocom 2012 já começou

Divulgação/Afrac

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Sumário

2 AUTOCOM magazine

Diretoria

PresidenteZenon Leite Neto

Vice-Presidente GeralEdgard de Castro

Vice-Presidente de Relações InstitucionaisMarcelo Coppla

Vice-Presidente de FabricantesGerson Gavazzi

Vice-Presidente de Software HousesLuis Garbelini

Vice-Presidente de SuprimentosFernando A. Martins

Vice-Presidente de Revendas/InterventoresEduardo Santos

Vice-Presidente AIDCCássio Pedrão

Vice-Presidente de MarketingGerson Pasquali

Diretor de Relações InternacionaisPaulo E. Guimarães

Conselho FiscalMúcio Álvaro DóriaWagner V. Oliveira

Diretora ExecutivaValéria Dias Beu

Endereço:Rua Silvia, 110 – 10º andar, Bela VistaSão Paulo – SP / CEP: 01331-010Tels: (11) 3284-7080 / 3284-8281Site: www.afrac.com.br / administraçã[email protected]

Conselho Editorial: Gerson Pasquali e Valéria Dias Beu

1 Palavra do Presidente

3 Espaço Afrac

6 Entrevista Para Dagoberto Hajjar, da Advance Consulting,

planejar é essencial para aproveitar a boa fase econômica e as novas oportunidades de negócios

9 Especial A 13ª edição da Exposição e Congresso de

Automação Comercial, Serviços e Soluções para o Comércio (Autocom 2011), ocorrida em São Paulo (SP), foi muito além das mais otimistas previsões

18 Capa A democracia no acesso a programas e o

crescimento da oferta de serviços são algumas das promessas da rede virtual, representada pelo cloud computing

25 Artigo Técnico

28 Legislação

30 Case

Ano II - Nº5 Julho/Dezembro 2011

Rua Bela Cintra, 178, Cerqueira CésarSão Paulo/SP - CEP 01415-000

Tel.: 55 11 2978-6686www.zeppelini.com.br

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PRODUÇÃO EDITORIAL

Para anunciar nesta revista:Departamento de Publicidade (Zeppelini Editorial)

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Jornalista Responsável: Cristiane Collich Sampaio (MTb. 14 225) – [email protected] – 55 11 2306-6883

Reportagem e Redação: Cristiane Collich Sampaio, Fernanda Urbano Bomfim e Silvana Coelho

Publicidade (Zeppelini Editorial): [email protected] –Tel.: 55 11 2978-6686

Imagem da capa: Dreamstime®

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Na noite de 28 de setembro, a Afrac promoveu em sua sede, em São Paulo (SP),

um coquetel para celebrar seus 24 anos de existência. Estiveram presentes diversos associados, ex-presidentes da entidade e parceiros, além de representan-tes de órgãos governamentais do estado de São Paulo.

Na abertura do evento, o atual presidente, Zenon Leite Netto, destacou não só a evolu-ção do mercado de automação

comercial no Brasil nos últimos anos, mas também a participa-ção da entidade nesse processo. Segundo ele, “a Afrac reúne as maiores empresas do segmen-to – são 400 associados –, que convivem harmoniosamente, mantendo um pensamento único na busca de soluções. A entidade hoje está muito madura e conse-guiu conquistar uma relação muito boa com diversos órgãos governamentais, especialmente o fisco, espaço em que podemos

defender os interesses não apenas do setor, mas, principal-mente, do consumidor final”.

O primeiro presidente da entidade, Enrico Castellano, destacou a importância da Afrac no acompanhamento do rápido desenvolvimento da tecnologia da informação, especialmente no âmbito comercial, e na popula-rização de seu uso. “Nós parti-cipamos das principais mudan-ças; no passado existiam apenas máquinas mecânicas que sofriam

Afrac comemora 24 anos de existência Entidade acompanhou as principais mudanças do setor de automação e se consolidou como porta-voz nacional das empresas

(Da esq. para a dir.) Enrico Castellano, Zenon Leite Neto, atual presidente; Múcio Álvaro Dória, que presidiu a entidade nas gestões 2000/2001 e 2002/2003; e Antônio Di Gianni, que ocupou a presidência entre 2006/2007 e entre 2008/2009.

Fotos: Cristiane C. Sampaio

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Espaço AFRAC

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mudanças a cada 15 anos, diferen-temente do que ocorre agora. Assim que o Governo iniciou a importação de equipamentos eletrônicos, começamos a parti-cipar das discussões para que houvesse uma legislação única para seu uso no país, defendendo a posição dos associados e ajudan-do na elaboração das regras”, declara Castellano.

Nós participamos das principais mudanças; no passado existiam apenas máquinas mecânicas que sofriam mudanças a cada 15 anos, diferentemente do que ocorre agora.

Para o também ex-presidente, Mucio Álvaro Dória, para o setor “é importante o associativismo e a efetiva participação dos direto-res, que realizaram um trabalho que traz credibilidade à entidade junto a todos os atores desse setor. A expectativa é de que a Afrac mantenha o ritmo de crescimen-to do número de associados nos próximos anos”, completa.

Por sua vez, Antonio Di Gianni, que igualmente ocupou a presidência da associação, ressal-tou o trabalho de aprimoramen-to, crescimento em número de associados e representatividade junto ao Governo e demais entida-des e instituições. “Nossa tarefa na defesa dos interesses do segmento é bastante difícil, mas é um traba-lho gratificante a partir do momen-to em que atingimos nossos objeti-vos”, assinala. (Silvana Coelho)

Afrac reúne convidados em sua sede, para comemorar seu 24º aniversário.

4 AUTOCOM magazine

Enrico Catellano foi presidente da Afrac por duas gestões (1987/1989 e 1990/1991).

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NOVEMBRODia 11Técnicas de Melhoria no Atendimento e Vendas – Módulo IInstrutoras: Anna Lúcia Castellano e Regiane Rocha

Dia 17Técnicas de Melhoria no Atendimento e Vendas – Módulo IIInstrutoras: Anna Lúcia Castellano e Regiane Rocha

Dia 23Curso Básico de Automação Comercial Instrutora: Valéria Dias Beu

Dia 24Gestão de Processos Aplicada aos Negócios / BPMInstrutor: Paschoal Francisco Fideli

Agenda de Cursos

A Afrac promove regularmente uma série de cursos, visando à atualização e o desenvolvimento das empresas associadas. Apresentamos aqui a programação referente ao segundo semestre de 2011. Os cursos – que têm duração de um dia, com início às 9h30 e término às 17h30 – são oferecidos no auditório da associação (Rua Silvia, 110 – 10º andar – Bela

Vista – São Paulo/SP). O conteúdo dos cursos já se encontra disponível no site da Afrac – www.afrac.com.br.Para obter informações adicionais, os interessados devem entrar em contato com a entidade pelo e-mail: [email protected] ou nos telefones (11) 3284-7080 e (11) 3284-8281.

Recentemente, foi formalizada uma parceria entre a Afrac e o Sindicato dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São Paulo (Sindipan). Para selar

esse acordo de cooperação entre as duas entidades, o presidente da Afrac, Zenon Leite Neto, apresentou uma palestra para os empresários do setor de panificação, abordando os benefícios da automação comercial para a adequada gestão das empresas. Segundo ele, “hoje não existe a possibilidade de uma empresa existir no país, se esta não tiver gestão, e a automação comercial é ferramenta essencial nesse processo, capaz de fazer o negócio crescer com rentabilidade”.

Para os panificadores que ainda não automatizaram suas empresas, Zenon recomendou que, primeiramente, procu-rem se informar sobre equipamentos, softwares, acessó-rios e suprimentos disponíveis no mercado, visitando feiras de panificação e também de automação, como a Autocom, promovida anualmente pela Afrac. “O ideal é conhecer as opções, conversar com outros panificadores

Afrac no SindipanPresidente da Afrac apresenta palestra para empresários de panificação e sela parceria com o sindicato do setor

e estudar, com calma, quais os produtos mais adequa-dos à empresa”, pondera.

O presidente da Afrac destacou os inúmeros benefícios da automação comercial para o setor, referindo-se também à evolução da legislação fiscal e contábil, que prevê a automa-tização das empresas: “Se a empresa não fizer os controles necessários, atendendo às exigências fiscais, poderá ter de fechar as portas, por causa de multas, por exemplo.”

Ele ainda acrescentou que os sistemas de gestão, que envol-vem automação, são importantes para evitar roubos, entre outros motivos, por possibilitar controle mais apurado dos estoques e das vendas, entre outros.

Presente no evento, o presidente do Sindipan, Antero José Perei-ra, enfatizou os benefícios da parceria para o setor: “Sabemos que hoje grande parte das padarias ainda não está automati-zada e essa parceria é muito importante para conhecermos as novas tendências e o que há de mais moderno em termos de automação comercial no país.” (Cristiane Collich Sampaio)

AUTOCOM magazine 5

Cartas à RedaçãoSe você, leitor, deseja fazer críticas ou sugestões quanto à forma e ao conteúdo das edições, não se omita, mande uma mensagem para a redação da Autocom Magazine: [email protected]

Aguardamos sua contribuição.

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Entrevista

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Planejar para crescer Para o consultor Dagoberto Hajjar, o Brasil está e continuará num círculo virtuoso de crescimento econômico e as empresas têm de estar preparadas para aproveitar as boas oportunidades de negócios que estão surgindo.

A perspectiva para os próximos anos é de que a economia brasileira continue em ritmo acelerado de crescimento, a despeito da eventual ameaça

inflacionária. Ao lado da Índia e da China, segundo analistas, o Brasil continuará a estar entre os países mais atraentes para os investidores mundiais.

E essa tendência também deverá se manifestar, de forma ainda mais acentuada, no setor de tecnologia da informação, alimentada pelo interessante, e relativa-mente novo, pacote de produtos, cujo potencial apenas começa a ser explorado por aqui.

Porém, para aproveitar a boa maré econômica e as oportunidades de negócios que estão surgindo, é fundamental que as empresas apostem em planejamen-to, definindo as estratégias necessárias à sua expansão e ao aumento de sua lucratividade, e seguindo-o à risca. Essa é a recomendação do consultor Dagoberto Hajjar, presidente da Advance Consulting, que apresentou palestra sobre planejamento estratégico para canais durante o Congresso de Automação 2011, realizado em junho, em São Paulo (SP), junto com a Autocom 2011.

Nesta entrevista, além de aprofundar pontos apresentados na conferência, o consultor explo-ra outros aspectos da questão, como o importan-te papel a ser desempenhado pela TI no sucesso empresarial do varejo.

Autocom Magazine – Quais motivos o levam a apostar num ciclo virtuoso de crescimento econômico no Brasil e, também, de acelerada expansão do setor de automação comercial?

Dagoberto Hajjar – A economia no resto do mundo continua andando de lado, enquanto no Brasil segue de vento em popa. Nossa crise financeira de 2008 foi realmente uma marolinha, quando comparada a do resto do mundo. O crescimento do PIB do Brasil em 2010, de 7.5%, foi exuberante. Além disso, nos próxi-mos anos, teremos a Copa do Mundo de futebol e as Olimpíadas, o que representará a vinda de grandes investimentos para o país e a geração de riqueza para todas as cadeias de valor.

Em janeiro de 2010, em Nova Iorque (EUA), estive no evento da National Retail Federation (NRF), o qual é o maior do mundo nas áreas de varejo e tecno-logia. Na ocasião, falei com aproximadamente 250 expositores, dos cerca de 400 presentes, e 90% deles se mostraram interessados em vir para o Brasil, ou em aumentar sua presença aqui.

Quanto à expansão da automação comercial, os números falam por si. De 1980 a 2000, o mercado brasi-leiro cresceu muito, impulsionado por projetos de automação de escritórios, bancos, indústrias e empresas

Divulgação/Advance Consulting

Dagoberto Hajjar, presidente da Advance Consulting

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de serviços. Em 2000, passou a ocorrer a massificação da automa-ção comercial, com a aplicação de legislação de impressoras fiscais, apesar de isso representar apenas o ‘básico’ em termos de automação.

Hoje, comparando setor a setor da automação no Brasil e nos EUA, o varejo é o que está mais defasado por aqui. Talvez por esse motivo, de acordo com estimativas da Gartner, será o segmento de tecnologia da informação (TI) que mais crescerá nos próximos anos. Não podemos esquecer de que há um interessan-te pacote de novas tecnologias no mercado o qual, aliado à expansão do uso das redes sociais, deverá impulsionar esse movimento.

Autocom – Quais as condições necessárias para que as empresas de TI possam tirar proveito dessa fase?

Dagoberto Hajjar – Antes de tudo, as empresas de TI deveriam conhecer o ‘idioma’ do mundo dos negócios, pois, atualmente, é como se os homens de negócios morassem em Vênus e os de TI em Marte. Não falam a mesma língua.

As áreas de negócios têm necessidades que não são compreendidas pelo pessoal de TI e que, por isso, não consegue agregar valor aos negócios. Mas acho que, como a tecnologia está cada vez mais simples, esse gap diminuirá naturalmente.

A meu ver, às empresas de TI, falta um bom plane-jamento estratégico, ou seja, entender o cenário econô-mico futuro, o que inclui tendências, oportunidades e ameaças, e saber como tirar proveito disso, também por meio da execução adequada desse planejamento.

Faltam planos de expansão capazes de atrair o investimento internacional para as empresas brasileiras de TI. Conforme apuramos, 50% investem em planeja-mento estratégico, 25% dizem que têm um plano, mas este está apenas ‘na cabeça do dono’, e 25% admitem não ter um plano.

Autocom – A seu ver, em termos de planejamento estratégico, quais as origens das

diferenças existentes entre o Brasil e países desenvolvidos? Isso se manifesta em todas as empresas independentemente de área de atuação e tamanho?

Dagoberto Hajjar – As diferen-ças culturais entre o Brasil e os EUA, nesse aspecto, são nítidas. Prova disso é que, em qualquer filme norte-americano da Sessão da Tarde, até mesmo os meninos sempre perguntam: “você tem um plano?”. Eles crescem acreditando nessa pergunta.

Nos EUA, todos são treinados para serem empreendedores, desde criancinhas. Eu brinco e digo que lá um bebê nasce e, ao mesmo tempo,

logo aprende o que é mamadeira e o que é business planning; aqui, ficamos quatro ou cinco anos na univer-sidade para aprendermos a ser executivos, ou seja, funcionários de multinacionais. No Brasil, os empresá-rios ainda não estão acostumados a planejar e a executar o que foi estabelecido e quem teve êxito aprendeu da pior forma possível: por tentativa e erro.

Autocom – Quais as bases do planejamento estratégico, seus pilares de sustentação?

Dagoberto Hajjar – Desenvolvemos um modelo em que maximizar o valor da empresa para o acionista (ou sócios) é a meta do planejamento e no qual o impul-so para o aumento dos lucros deve ser orientado pela articulação de dois elementos: a otimização das receitas, cujo foco está na estratégia utilizada, e a racionalização dos custos, centrada no campo operacional da empresa. Neste último, estão a busca por eficiência operacional e de procedimentos de negócios, assim como a adoção do modelo de governança corporativa mais adequado e, ainda, a relação equilibrada entre o investimento em bens de capital e a introdução de melhorias na empresa (Capex) e o custo com sua manutenção (Opex). Já o foco estratégico deve considerar a inovação em produtos e serviços, a diferenciação da empresa e de seus produtos perante a concorrência, a oferta de valor agregado ao cliente e a fidelização destes.

“Às empresas de TI, falta um bom planejamento estratégico, ou seja, entender o

cenário econômico futuro (...) e saber como tirar proveito disso, também por meio da execução adequada desse planejamento.”

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No modelo, o vetor de corte de custos é o mais óbvio e o mais fácil de ser trabalhando por “técnicos”. Já o de ampliação dos ganhos é o mais complicado para os empresários.

A diferenciação é fundamental nesse processo, já que, sem isso, ocorrerá apenas guerra de preços, na qual as empresas maiores levam vantagem.

Autocom – Qual o papel da automação comercial nesse cenário?

Dagoberto Hajjar – Cada vez mais o software será componente essencial para o sucesso das empresas, principalmente de varejo. Até agora, a TI era conside-rada como uma despesa que tinha como finalidade a redução dos custos, não era vista como fator de agrega-ção de valor aos negócios. Mas, justamente esse campo, o estratégico, será o grande foco da tecnologia para o varejo nos próximos anos. Daqui, sairão sistemas de apoio a decisões com modelos preditivos capazes de analisar o desempenho do comércio, perfil e hábitos dos consumidores e recomendar preços, promoções, campa-nhas, alocação de funcionários, posição de produtos na loja (ou gôndolas). O software será um grande aliado para os negócios, desempenhando papel equivalente ao de um grupo de excelentes especialistas.

Na área estratégica, os sistemas de apoio a decisão podem ser classificados em níveis, começando com relatórios e indo para pesquisas, alertas e análises estatísticas, até chegar a patamares mais sofistica-dos, em que oferecem previsões e recomendações de ações e melhorias em processos.

O software também ajudará a dar sustentação às decisões que, antes, seriam tomadas de maneira intui-tiva. Uma das metodologias prevê que uma empre-sa será bem-sucedida se tiver dados, a integração destes (e não ilhas de informação), líderes que valori-zem análise de dados, foco e profissionais capazes de avaliar todos os dados coletados e, junto com os líderes, desenharem novos modelos de negócios e diferenciais competitivos.

Autocom – O que pode ser feito para maximizar as vendas numa empresa, mesmo que pequena e de estrutura muito enxuta?

Dagoberto Hajjar – Ter uma estrutura mais orien-tada às vendas, propiciada pelo trabalho de equipe, de

forma a liberar o vendedor para desempenhar, com excelência, sua função essencial. Esse profissional precisa conhecer cada cliente e agir por antecipação, com base em planejamento, para detectar o melhor momento para concretizar uma venda.

Autocom – Como a tecnologia da mobilidade pode ser utilizada para impulsionar as vendas no varejo?

Dagoberto Hajjar – Este ano, na feira de tecnolo-gia e varejo realizada em Nova Iorque, ficou patente a importância do uso da mobilidade para o incre-mento das vendas. Lá, cerca de 50% dos acessos à Internet já são feitos atualmente por meio de equipamentos móveis. O consumidor está mudando e os varejistas terão de acompanhar essa mudança. Estima-se que, em 2012, entre 60% e 80% do varejo estará trabalhando com o conceito de multicanal, no qual o celular (smartphone) será uma das opções mais importantes.

Só para se ter uma ideia do potencial desse canal, basta dizer que no Brasil, em apenas duas semanas, foram comercializados nada mais nada menos que 20 mil iPads. Como já ocorre nos EUA, o consumidor pode entrar num supermercado e receber, pelo celular, informações sobre promoções e produtos, de acordo com seu perfil e histórico de compras. Mas esse é apenas um exemplo das infinitas possibilidades de uso dessa tecnologia pelo varejo, algo a ser levado em conta no planeja-mento estratégico.

Autocom – Diante da perspectiva de aumento das oportunidades de negócios, favorecida pelo crescimento econômico do país e do amadurecimento de novas tecnologias, o que levará ao enxugamento do número de empresas de TI?

Dagoberto Hajjar – A consolidação de mercado. Em 2000, no pico da expansão desse setor, tínha-mos, no Brasil, aproximadamente 24,5 mil empresas dedicadas à venda de produtos e serviços de TI. Em 2008, esse número havia caído para, aproximadamen-te, 16 mil. Para 2012, a perspectiva é de que se reduza para algo próximo de 12 mil, por conta de fusões e aquisições e, também, da depuração do mercado.

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Especial

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Autocom 2011 supera todas as expectativasEm um espaço quase duas vezes maior do que o ocupado na edição anterior e registrando recorde no número de visitantes, a Autocom 2011 refletiu de forma fiel o aquecimento do setor, o qual, segundo projeções do mercado, deve crescer 9% este ano

A 13ª edição da Exposição e Congresso de Automação Comercial, Serviços e Soluções para o Comércio (Autocom 2011), realizada

entre 7 e 9 de junho em São Paulo (SP), foi muito além das mais otimistas previsões, a começar pelo número de visitantes. O frio intenso e a chuva, que castiga-ram a cidade naqueles três dias, não intimidaram as mais de 10 mil pessoas – entre profissionais do setor

e representantes do varejo, oriundos de todos os estados brasileiros e de países como Argentina, Chile, México, Estados Unidos e Canadá – que visitaram a feira, representando número recorde para o evento.

A nova área escolhida para abrigar a Autocom – o Pavilhão Amarelo do Expo Center Norte – assegurou espaço suficiente a todos os que desejaram expor sua empresa e seus produtos. Mais de 200 marcas, dos

Recebendo 10 mil visitantes, a feira propiciou a consolidação de negócios no montante de R$ 140 milhões para os próximos 12 meses, segundo estimativas

Fotos: Gregory Grigoragi/Ideti

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Otimismo marca a abertura da Autocom 2011

Fábio Lazzarini, presidente do Ideti

Zenon Leite Neto, presidente da Afrac

Na tarde do dia 7, no amplo auditório reservado ao congresso, foi realizada a abertura oficial do evento. Inicialmente o presidente da Afrac, Zenon Leite Neto, apresentou rapidamente a entidade, o histórico e os objetivos da Autocom. “Realizada anualmente, agora em sua 13ª edição, a Autocom se consagrou como maior evento do setor na América Latina, por apresentar inovações voltadas ao varejo e, por meio do fórum de debates, representado pelo congresso, propiciar intensa troca de informações entre o setor e o comércio”, enfatizou.

Na oportunidade, Zenon anunciou o convênio que está sendo formalizado com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), voltada à promoção das exportações de produtos e serviços brasileiros, que poderá transformar o Brasil em referência internacional no campo da automação fiscal.

Dando sequência à cerimônia, Fábio Lazzarini, presidente do Ideti, disse que a Autocom transformou-se numa “vitrine de tecnologias de vanguarda de automação comercial”. Ele lembrou da primeira edição do evento, realizada em 1999, no Colégio

“O evento e sua organização estão evoluindo, acompanhando o crescimento do mercado de automação no Brasil. Recebemos a visita de revendas e clientes de todo o país, principalmente de algumas regiões específicas. Os resultados foram satisfatórios e atenderam nossas expectativas. Nossos objetivos, de reforçar nossa marca no mercado e validar nosso crescimento profissional junto a clientes, parceiros e concorrentes, foram alcançados. Para 2012 já está certa nossa participação.” Flávia Zanatta, da GZ Sistemas

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diferentes segmentos ligados à automação comercial, ocuparam cerca de 3,3 mil m2 da área de exposições contra os 1,8 mil m2 utilizados na edição 2010. O espaço praticamente dobrou em um ano, assim como o número de expositores.

E tudo indica que a participação valeu a pena. De acordo com levantamento realizado pelos organi-zadores junto aos expositores, o volume de negócios viabilizados no evento soma R$ 140 milhões para os próximos 12 meses, o equivalente a cerca de 10% do total movimentado anualmente pelo setor.

Esses números deram ainda mais visibilidade ao evento, considerado o maior e mais completo do setor de automação comercial na América Latina.

Evento de 2012 já tem adesõesA mudança de local da Autocom 2011 – uma

realização da Associação Brasileira de Automação Comercial (Afrac), organizada pela Ideti - Eventos em Tecnologia da Informação – foi fator decisivo nesses resultados.

Fábio Lazzarini, presidente do Ideti

De acordo com declarações de Gerson A. Pasqua-li, vice-presidente de marketing da Afrac e peça-chave na organização do evento, “há alguns anos, começa-mos a cogitar a transferência da Autocom para um espaço maior, o que, a nosso ver, levaria ao aumento de público e do número de expositores. Como visto, pelos resultados, nossa avaliação estava correta”. Segundo ele, no seu tempo, o Centro de Convenções Frei Caneca cumpriu seu papel, mas não oferecia condições para garantir a expansão do evento. “Eu me empenhei muito para que este ano fosse realizado no Expo Center Norte, que oferece área mais ampla

“O público da feira é bem específico. É exatamente o que queríamos para ampliar nossa base de clientes.”Marcia Júlio, da Brazil Market

São Luiz, e o salto que representou sua transferência para o Centro de Convenções Frei Caneca, em sua quarta edição, e o início dessa nova etapa, no Expo Center Norte.

O diretor de fiscalização do Procon-SP, Renan Bueno Ferraciolli, que também integrou a mesa de abertura, referiu-se à Afrac como parceira do órgão na defesa do consumidor, colaborando na definição dos direitos e dos deveres das empresas e na melhoria das relações de consumo, dentro de sua área de atuação.

Encerrando a solenidade, o coordenador adjunto da

Edson Kondo, da Sefaz-SP

Cristiane C. Sampaio

Renan Ferraciolli, do Procon-SP

Coordenadoria de Administração Tributária da Secretaria da Fazenda do estado de São Paulo (Sefaz-SP), Edson Kondo, representando o coordenador Clóvis Cabreira, disse reconhecer os esforços da Afrac em prol do setor de automação comercial. “Em alguns momentos a Sefaz discorda dos pontos de vista da entidade, mas isso faz parte do dia-a-dia e observamos que a Afrac está aberta ao diálogo, assim como a secretaria, especialmente no que toca à consolidação da Nota Fiscal Paulista (NFP), cuja implantação considero um estímulo à cidadania”, comentou.

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12 AUTOCOM magazine

“Para a Intelidata, a Autocom 2011 foi um sucesso. O número de parceiros/visitantes que estiveram em nosso estande superou as expectativas. Conseguimos alcançar nosso principal objetivo: estreitar os laços com nossos parceiros, fortalecendo assim nosso software como um dos principais nomes do segmento em que atua.”Jairo Maes, coordenador comercial da Intelidata

Público atento

e facilidade de acesso”, afirmou, considerando ainda que o Pavilhão Amarelo de cerca de 7 mil m2, com até 4 mil m2 destinados a estandes, possibilitará a ampliação da feira no futuro próximo.

“Foi sorte termos conseguido data no Expo Center este ano, mas já reservamos o espaço para 2012”, revela. Segundo ele, ao lado da satisfação expressa por diversos expositores, por meio de comentários como “agora, a Autocom pode, de fato, ser considerada uma feira”, a maior certeza sobre o sucesso do evento vem da confirmação da presença de muitos expositores na feira de 2012, ainda durante o evento deste ano.

A mudança também favoreceu a participação das micro e pequenas empresas. Nesta edição foi criado o Pavilhão do Software, composto de estandes menores, de custo mais reduzido, dedicado a essas empresas, que puderam se mostrar ao mercado. O espaço, de 114 m², atraiu muitos visitantes interes-sados em conhecer as soluções das oito pequenas e médias empresas expositoras. “Pela quantidade de profissionais que passaram nos estandes e pelos relatos desses expositores, o pavilhão foi um suces-so. Estamos planejando repeti-lo em 2012”, revela o diretor do Ideti, Fábio Lazzarini.

Consolidação e mudançasSegundo ele, “o evento representa o principal

impulso aos negócios no calendário dos expositores”. “A Autocom está consolidada como a principal vitrine para o setor de automação comercial no Brasil. A edição deste ano superou todas as expectativas”, destaca.

Conforme avaliação do Ideti, ocorreram altera-ções na composição do público em relação a 2010. Até a edição passada, 80% dos visitantes eram do estado de São Paulo. Este ano, o índice caiu para 70%, possibilitando aos expositores maior oportuni-dade para realizar negócios com empresas de todas as regiões. Também o perfil dos visitantes mudou. Ocorreu sensível aumento na presença de tomado-res de decisão, bem como maior participação de usuários finais – como lojistas, comerciantes, geren-tes e empresários – interessados em modernizar seus sistemas e elevar os lucros, além da participação de distribuidores e revendedores.

Lazzarini ainda aponta outra mudança relevante: o uso da feira como base de lançamentos por parte dos expositores. O evento tornou possível o acesso, em um só local, a mais de uma centena de novidades, em

softwares, equipamentos e suprimentos, e, também, a soluções tecnológicas completas.

“A automação da gestão do negócio, por meio de novas tecnologias, possibilita melhor atendimento ao cliente e por consequência maior produtividade e geração de lucro para a empresa”, lembra, e esse conceito, como se vê, também está sendo rapidamen-te assimilado pelos empresários brasileiros, de todos os ramos de negócios.

Apoios importantes“Para mim, o êxito da Autocom 2011 é uma reali-

zação pessoal, pois pude contribuir para que a Afrac e o evento não passassem em branco no cenário da automação comercial do Brasil”, confessa o vice-pre-sidente da Afrac.

Pasquali faz questão de agradecer “ao pessoal da Afrac, do Ideti e a todos os que colaboraram para que o

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A criação do Pavilhão do Software facilitou o acesso dos pequenos expositores à feira. Com isso, empresas de menor porte também puderam mostrar seus produtos ao mercado

Cristiane C. Sampaio

das Câmaras de Dirigentes Lojis-tas do Estado de São Paulo (FCDL-SP), Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de São Paulo (Sindipan), Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis, Assessoramento, Perícias, Infor-mações e Pesquisas no Estado de São Paulo (Sescon-SP), Sindicato do Comércio Varejista de Peças e Acessórios para Veículos no Estado de São Paulo (Sincopeças-SP) e Sindicato dos Lojistas do Comércio de São Paulo (Sindilo-jas-SP). Além dessas empresas, o evento também contou com o apoio especial do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), da Editora Lamonica, da São Paulo Turismo e de diversos veículos de comunicação, como as revistas Autocom Magazine, Empreende-dor, Gestão & Negócios, Partner Sales e Varejo & Oportunidades (Editora Lamonica), além da CRN (IT Mídia) e do Portal Varejo, e, ainda da ONG Pró Verde.

evento tivesse o sucesso que teve”, assim como a todas as entidades e os veículos de comunicação que apoiaram a Autocom 2011: Associação Brasileira do Ataca-do Farmacêutico (Abafarma), Associação Brasileira da Indús-tria de Formulários, Documentos e Gerenciamento da Informação (Abraform), Associação Brasileira de Empresas de Software (Abes), Associação Brasileira da Indús-tria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Associação Brasileira de Internet (Abranet), Associação Brasilei-ra de Normas Técnicas (ABNT), Associação Brasileira de Teleco-municações (Telebrasil), Associa-ção das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro Nacional), Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Associação dos Industriais de Panificação e Confeitaria de São Paulo (Aipan), Associação Maranhense de Distribuidores e Atacadistas (AMDA), Federação

“O evento está crescendo e se mostra um fórum importante no contato com clientes e potenciais parceiros de negócio. Para a Itautec, é um evento importante

para que possamos atualizar nossos clientes

sobre os avanços em nossa plataforma de automação comercial,

bem como se mostra uma valiosa

oportunidade de estabelecer contatos e parcerias com revendas

e integradores.” Flavio Montezuma,

diretor comercial de automação comercial da

Itautec

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Feira registra recorde de lançamentos Maior investimento em tecnologia, por parte das pequenas e médias empresas, fez com que o setor de automação comercial desenvolvesse produtos que também permitem mais agilidade e segurança nas operações do pequeno varejo

Durante a Autocom 2011 foram apresentadas ao mercado as últimas novidades de mais de 200 marcas nacionais e internacionais, que visam

dar mais agilidade especialmente às pequenas e médias empresas. Na ocasião foram lançados desde pontos de vendas (PDVs), móveis que reduzem filas em estabelecimentos comerciais, até impressoras térmicas que economizam em 30% o uso de papel – além de bobina de papel térmico que dura até 12 anos, bobinas maiores para relógio de ponto eletrôni-co e sistemas para aplicação da tecnologia de identi-ficação por rádio-frequência (RFID) para contagem de inúmeros produtos de uma só vez, entre outros itens.

Um dos destaques é um bip que cabe na palma da mão e pode ser utilizado para diversas aplicações, como viabilizar transações e abertura de contas em cidades onde o acesso às agências bancárias é mais

difícil, criar pontos de venda móveis nas lojas e ofere-cer pontos de pagamento alternativos para os clien-tes, aumentando a rapidez no atendimento.

Aliás, nesta edição da feira, os expositores focaram seus lançamentos no varejo de pequeno porte. Foram apresentadas caixas registradoras que permitem relatórios diários de venda por produto ou valor da mercadoria, além de permitir o cadastro de até 10 mil itens e 30 departamentos. Já os softwares de automação comercial lançados durante a Autocom permitem o controle de clientes, vendedores, forne-cedores e estoque, garantindo segurança e eficiência em toda a rotina de um estabelecimento comercial.

TendênciasTambém foram apresentadas soluções para

gestão empresarial, especialmente no que diz respei-to à escrituração digital dos livros de entradas e

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saídas e geração de dados para o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped). Com a utilização de software integrado, as pequenas e médias empresas podem alcançar melhores índices de produtivida-de, pois as ferramentas de gestão foram desenvolvidas para facili-tar processos, garantir a seguran-ça dos dados e a capacidade de atender aos órgãos fiscalizadores.

O setor de automação também se mostrou preocupado em refor-çar a experiência de consumo, especialmente por meio da mobili-dade. Para isso foi desenvolvido aplicativo que, quando inserido em um smartphone, possibilita ao consumidor consultar os preços dos produtos, selecionando aqueles que ele deseja levar. Ao chegar ao caixa, esse cliente transfere, com apenas um clique, as informa-ções de sua compra para o PDV e efetua o pagamen-to, tudo de forma rápida e simples.

Com a entrada em vigor do ato Cotepe nº 4/2010, que determina o uso de bobina de papel térmico nos emissores de cupons fiscais a partir de 1º de outubro, os fabricantes aproveitaram o evento para mostrar o novo suprimento que possibilitará que os dados impressos permaneçam inalterados por um período

de 5 a 12 anos, desde que respei-tadas as condições de armaze-namento. Outra novidade nesse campo é a bobina para registrador de ponto eletrônico (REP), que pode ter entre 30 e 500 metros e ser utilizada por todos os mais de 100 tipos de REP credenciados no Ministério do Trabalho e Empre-go (MTE).

Por fim, os visitantes da Autocom 2011 tiveram ainda a oportunidade de conhecer as inovações com relação aos leito-res de etiquetas eletrônicas. Nos estandes puderam verificar as diferentes possibilidades de uso da tecnologia RFID e o funciona-mento do método de identificação automática por meio de sinais de rádio. O RFID recupera e armaze-na dados remotamente por meio de dispositivos chamados de transponder ou coletor, peque-no objeto que pode ser coloca-do em embalagens ou produto. Ele contém chips e antenas que lhe permite responder aos sinais de rádio enviados por uma base transmissora. Também foram mostradas modelos de leitores de códigos de barras que permitem 270 leituras por segundo, propor-cionando maior conforto ao operador no caso de uso contínuo e excessivo, e a possibilidade de identificação de códigos de barras com baixa qualidade, com rasuras

ou até mesmo danificados.Isso sem contar que a Autocom 2011 se consti-

tuiu numa verdadeira vitrine tecnológica, em que puderam ser conhecidos e comparados diversos produtos voltados a uma mesma finalidade, em modelos tradicionais e inovadores, como linhas de impressoras fiscais e não fiscais, computadores, portfólio de soluções para transferência eletrônica de fundos, voltados para o varejo, entre uma infinidade de itens. (Silvana Coelho)

“Este ano, o evento foi muito melhor

organizado que nos anos anteriores. O

local é mais adequado. Registramos público conforme o esperado

e alcançamos nosso objetivo de prospectar novos

clientes, mostrando a marca Maxprint neste

mercado.” Claudia C. Galli, gerente de produtos da Maxprint

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Congresso se expandeCom maior número de palestrantes e de volume de público, o congresso de 2011 procurou atualizar o mercado debatendo temas de grande interesse, como novas tecnologias, tendências e a evolução dos controles eletrônicos no campo fiscal e contábil

Direcionado aos integrantes do setor de automa-ção comercial, aos novos e aos tradicionais players desse mercado, o Congresso de Automa-

ção Comercial, Serviços e Soluções para o Comércio deste ano também registrou crescimento, tanto no número de palestrantes quanto de público, que teve aumento de cerca de 50%, segundo Gerson Pasqua-li. “Mas nosso objetivo é continuar melhorando cada vez mais”, declara. “À medida que o evento cresce, a Afrac tem mais condições de investir em maior número de palestrantes de peso, que possam contri-buir para a evolução das empresas de automação e o do setor como um todo. Nosso público, especial-mente de outras regiões do país, está interessado em novidades e essas são as premissas para a organiza-ção do congresso em 2012 também”.

Segundo ele, este ano, durante os três dias do evento, foram abordados pelos palestrantes diver-sos aspectos relacionadas à implantação no varejo, pelos órgãos públicos, dos controles eletrôni-cos fiscais e contábeis. Também foram discutidas

Cristiane C. Sampaio

Gerson Pasquali, vice-presidente de marketing da Afrac

estratégias empresariais, destinadas a preparar as empresas de tecnologia da informação (TI) para aproveitar as grandes oportunidades de negócio que deverão se apresentar nos próximos anos, fomentadas pela expansão econômica do país e pelos grandes eventos esportivos que serão reali-zados em 2014 e 2016. Ainda figuraram na progra-mação conferências sobre novas tecnologias, assim como sobre as tendências relacionadas à sustentabi-lidade e também ao maior uso do cloud computing e das redes sociais no meio empresarial. (Veja adiante a relação de temas e respectivos apresentadores).

O vice-presidente da associação afirma que, assim como a feira, a programação do congresso atingiu sua meta: “procuramos oferecer um evento impecável em todos os sentidos para os expositores e o público e, pela satisfação demonstrada por eles, por meio dos muitos elogios, obtivemos resultados maciçamente positivos”.

Organizado pela Afrac, o congresso foi patrocinado pela Epson, Itautec, Premium e Urmet Daruma.

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Nos três dias do evento, foram apresentados e debatidos os seguintes temas:

• Perspectivas de crescimento do setor de franquias nos próximos anos, por Ricardo Camargo, diretor-executivo da Associação Brasileira de Franchising (ABF);

• Cenário atual da implantação do PAF-ECF – Próximos passos, por Mauro Deserto Braga, da Secretaria da Fazenda do Espírito Santo (Sefaz-ES), e Rogério de Mello Macedo Silva, auditor fiscal da Secretaria da Fazenda de Santa Catarina (Sefaz-SC);

• Implantação do novo papel térmico para ECF, por José Antonio Magalhães da Costa, coordenador da Gerência de Automação Fiscal da Secretaria da Fazenda da Bahia (Geafi/Sefaz-BA), e Renan Bueno Ferraciolli, diretor de fiscalização do Procon-SP;

• Sustentabilidade, a certificação para o sucesso empresarial, por Fernando Brigidio, diretor-executivo do Instituto Pró-Verde;

• Cloud computing: revolução na Informática?, por Jorge Moukarzel, sócio-consultor da Advance Consulting;

• Sped – Sistema Público de Escrituração Digital, por Vicente Fernando Silveira, auditor fiscal da Receita Federal;

• Obrigatoriedade do uso do ECF pelos pedágios, por Vicente Fernando Silveira, auditor fiscal da Receita Federal;

• Emissor de Cupom Fiscal (ECF) – Convênio ICMS 09/09, por Paulo Glicério S. Fontes, auditor fiscal da Receita Estadual da Secretaria da Fazenda do Rio de Janeiro (Sefaz-RJ);

• Mobilidade na automação, por Vicente Gouvêa, diretor de marketing da Esys Colibri;

• Planejamento estratégico para canais, por Dagoberto Hajjar, presidente da Advance Consulting;

• Tecnologia e aplicação do RFID, por Ricardo Blancas, territory manager da Datamax-Oneil;

• Negócios e oportunidades para canais, por Marco Antonio Pereira, diretor de marketing da Phillips;

• Registro Eletrônico de Ponto (REP), por Paulo Kolling, diretor comercial da ZPM; e

• O uso das redes sociais na automação comercial, por Laércio Cosentino, presidente da Totvs.

Jorge Moukarzel, da Advance Consulting

Vicente Fernando Silveira, auditor fiscal da Receita Federal

Mauro Deserto Braga, da Sefaz-ES

Dagoberto Hajjar, presidente da Advance Consulting

Ricardo Blancas, territory manager da Datamax-Oneil

Programação do Congresso

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Uma nova revolução em curso O uso do cloud computing, a computação na nuvem, que já é uma onda mundial, tem sua entrada franqueada no Brasil pelo incremento da banda larga. O sistema promete democratizar os recursos da rede, tornando os aplicativos mais acessíveis

A metáfora da nuvem – de algo flexível, ágil e ilimitado, em constante transformação – vem sendo frequentemente empregada como si-nônimo da internet. A rede propiciou o surgimento do sistema que

passou a ser conhecido pelo termo inglês cloud computing. A computação na nuvem, que a cada dia vem tendo número cada vez maior de adeptos, pode ser considerada como a nova revolução no mundo digital. Com sua expan-são, desktops e notebooks tendem a se tornar meras ferramentas de comunica-ção com a nuvem, perdendo a função de estocar programas e dados, já que estes passam a ser acondicionados em data centers – depósitos gigantescos de computadores, com centenas de metros quadrados, mantidos em tem-peratura constante, num ambiente de assepsia total, também conhecidos como usinas da nuvem –, acessíveis por meio da internet.

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Como explica Ronie Tortorella, gerente de hospedagem de site (do inglês, hosting manager) da Netpoint, não será mais necessá-rio adquirir equipamentos sofisti-cados (e caros). As licenças serão adquiridas online. Os usuários, se-jam pessoas físicas ou empresas, passarão a contratar os recursos de acordo com suas necessida-des específicas. Processamento, memória e espaço para armaze-namento serão contratados sob demanda. Em vez de adquirir e instalar licenças em seus micros, os usuários terão login e senha para usar o programa desejado na nuvem. “Pode ser o fim da pirata-ria de softwares”, arrisca.

Tablets, smartphones, netbooks, TVs e web mídias são apenas al-guns instrumentos disponíveis para acesso à internet em qual-quer parte do mundo. Por meio deles qualquer pessoa pode se conectar com sua rede social, fa-zer compras, executar trabalhos, acessar aplicativos, sua caixa de mensagens etc., na rede. IBM,

Microsoft, HP, Google e a loja vir-tual Amazon, são as maiores cen-trais de dados que se tem notícia.

O funcionamento desse meca-nismo é similar ao da rede elétri-ca; o consumidor apenas aciona o interruptor, que é a ferramenta de acesso, e a energia que foi gerada em usinas, situadas a grandes dis-tâncias, chega até ele, em forma de luz, por meio da rede. E paga somente os quilowatts que usou.

Crescimento e concentração

“As expectativas são de que a oferta de aplicativos em nuvem, no mundo, quadruplique nos próximos quatro anos”, revela Jorge Luís Moukarzel, da área de tecnologia e negócios da Advance Consulting. Ele avalia que, no Brasil, o crescimento deve ser ainda maior, não somente porque nesse campo o país ainda está em fase mais embrionária, mas tam-bém graças a maior oferta de ban-da larga, o que impulsiona o uso da nuvem.

Também Antonio Carlos Santana, da área de projetos e infraestrutura da Info SW Tecnologia, mostra-se otimis-ta quanto a esse crescimento no Brasil, porém assinala que este ainda é propiciado por recursos que estão no exterior.

Mas, contrariamente à expan-são prevista quanto ao número de serviços oferecidos e aos usuários da nuvem, o número de empresas desse mercado tende a diminuir. O movimento de fusões e aquisições já se verifica nesse contexto, tanto no Brasil quanto no exterior. Os altos investimentos para a instala-ção e manutenção de um data cen-ter e a necessidade de atualizações constantes de softwares e hardwares contribuem para esse fato. São poucas as empresas que suportam esse ritmo de investimentos.

No Brasil, essa tendência já vem se manifestando. A UOL tem adquirido outras empresas e li-gou-se com a multinacional Diveo para ampliar sua carteira e infra-estrutura. Movimento semelhante

“As expectativas são de que a oferta de aplicativos em nuvem, no mundo, quadruplique nos próximos quatro anos.”

Jorge Luís Moukarzel, da Advance Consulting

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também envolve outras grandes centrais de dados que atuam no mercado nacional, entre elas, Telefonica, Embratel, Tivit e Alog.

Para o gerente de hosting da Netpoint, esse enxugamento do setor pode trazer vantagens aos consumidores, “que terão servi-ços cada vez melhores, em razão do ganho de escala, com custos médios decrescentes”. Porém, destaca que há o risco gerado pela eventual formação de oligopólio, que reduz a concorrência, fazen-do com que os preços oferecidos ao mercado subam.

Já Jorge Luís Moukarzel apos-ta numa dinâmica diferente: “toda vez que há um ciclo de concentra-ção de fornecedores, esse é segui-do pelo surgimento de novas em-presas, focadas em nichos de mer-cado, em novas modalidades de negócios ou em novos produtos.”

Vantagens em profusãoA redução de custos para o

usuário aparece como uma das razões desse fenômeno. Para o

consultor Jorge Moukarzel, a principal vantagem do uso da nuvem está em permitir a um maior número de empresas utili-zarem programas que antes esta-vam restritos às de grande porte financeiro: “é a possibilidade de se utilizar aplicativos sofistica-dos sem arcar com os custos de licenças, instalação, manuten-ção, atualização de versão etc.”. Ele explica que no mercado cloud de aplicativos, além de o cliente poder contratar o programa na modalidade software as a servi-ce (SaaS) de comercialização, no qual o custo é proporcional à uti-lização e não há a necessidade de pagar pela licença de uso, ele nem mesmo precisa ter o aplica-tivo instalado em seu micro, bas-tando acessá-lo pela internet.

“Por exemplo, se a empre-sa contrata um aplicativo para emissão de nota fiscal eletrônica, no modelo tradicional ela terá de pagar pela licença de instalação desse aplicativo em seu sistema, além da taxa de manutenção e

do custo do suporte. No modelo SaaS, o cliente poderá pagar ape-nas um valor por nota fiscal emi-tida”, ilustra.

Antonio Santana acrescenta que com a aplicação dessa tec-nologia “os investimentos em máquinas, que só ficam obsole-tas e lentas a cada ano, passam a ser zero”. E, diante do crescente uso de aparelhos móveis, ele afir-ma que outro trunfo diz respeito justamente à mobilidade, pois os dados e programas estão na rede, acessíveis por meio de qualquer computador.

Ronie Tortorella, da Netpoint, acrescenta que outro grande be-nefício da nuvem digital é a alta disponibilidade. Segundo ele, “a chance de uma aplicação ficar fora do ar é praticamente nula, pois o sistema é configurado de forma redundante, de modo a se reorganizar em questões de mi-lissegundos, mesmo em caso de falha física de um servidor”.

Para ele, o uso da nuvem é uma escolha estratégica. “Seja

“A chance de uma aplicação ficar fora do ar é praticamente nula, mesmo em

caso de falha física de um servidor.”

Ronie Tortorella, da Netpoint

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uma empresa da área de TI ou de qualquer outro segmento, ela pode decidir focar seus esforços em seu negócio principal e dei-xar as rotinas de manutenção de servidores, disponibilidade dos sistemas e segurança com empre-sas especializadas. Se colocar no papel, perceberá que é mais bara-to contratar esses serviços do que alocar recursos próprios.” Porém, quanto a custos, avalia que para pequenos sites, que utilizam hos-pedagens compartilhadas tradi-cionais, o valor ainda é alto.

OportunidadesPara muitas empresas, espe-

cialmente de médio e pequeno porte, a cloud computing represen-ta uma excelente oportunidade de crescimento. E isso inclui as em-presas de TI.

“Uma empresa pode desenvol-ver uma versão do seu aplicativo

para ser ofertada ao mercado na modalidade cloud computing e, com isso, pode ampliar a sua car-teira de clientes para uma área ge-ográfica virtualmente ilimitada”, revela Jorge Moukarzel. Como outras vantagens apontadas estão a redução dos custos de manuten-ção e atualização do sistema e de suporte aos clientes.

Além disso, embora os apli-cativos fiscais e contábeis do Governo – como nota fiscal ele-trônica (NF-e), sistema público de escrituração digital (Sped) etc. – não estejam disponíveis na nu-vem, empresas podem desenvol-ver seus aplicativos, formatados de acordo com os padrões e in-terfaces exigidos, na versão cloud computing.

Vale lembrar que há diferen-tes modalidades de contrato para o uso da computação na nuvem. Eles podem propiciar excelentes

“(Com o uso da nuvem) os investimentos em máquinas, que só ficam obsoletas e lentas a cada ano, passam a ser zero.”

Antonio Carlos Santana, da Info SW Tecnologia

ferramentas de marketing para as empresas, abrindo mercados ilimitados, também por acenar para os consumidores desses pro-dutos com grandes vantagens, no tocante a segurança; redução de custos; facilidades de acesso; compartilhamento de um único software ou arquivo entre diver-sas filiais, como de centralização de estoques e de administração financeira; oferta de suporte e administração de clientes 24 ho-ras, sete dias por semana; entre outras.

“Vejo que a contratação de es-paço deve ser uma nova demanda no Brasil”, afirma, pois isso signi-fica colocar os arquivos na nuvem para acessá-los de qualquer parte do mundo, compartilhar seu con-teúdo etc. Os problemas com a banda larga, que já estão sendo re-solvidos, retardaram esse proces-so. (Cristiane Collich Sampaio)

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Segurança e legislaçãoPara quem teme pelo vazamento de seus dados, especialistas asseguram que os data centers são muito mais confiáveis do que um micro de empresa ou doméstico e que as garantias estão previstas em contrato

A questão da segurança para o usuário deve ser tratada com cautela, embora haja uma série de exigências para o funcionamento de data

centers, além de certificações internacionais, que po-dem ser exigidas do prestador antes da contratação dos serviços.

Os arquivos armazenados na internet são pro-tegidos por eficientes dispositivos de segurança, como antivírus atualizados constantemente e siste-mas desenvolvidos por especialistas, e contam com

cópias de segurança. Isso torna a rede mais segura do que o disco rígido de um computador.

Ronie Tortorella, da Netpoint, informa que “é pré-requisito para os data centers que ofereçam ga-rantias de disponibilidade, serviços de backup e re-dundância e, independentemente do fato de opera-rem na nuvem ou não, os sistemas devem ser confi-gurados para serem restabelecidos no menor tempo possível, em caso de falha física de hardware, queda de links ou energização”.

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O executivo da Advance, Jorge Moukarzel, refere-se aos cuidados necessários na contratação dos serviços, orientando os usuários a analisar os contratos, em especial os pontos referentes à segu-rança dos dados e à disponibilidade do aplicativo e da internet. Antonio Santana, da Info SW, con-corda com essa opinião, mas vai adiante ao salien-tar a necessidade de conexão redundante e que a escolha do fornecedor se dê com base na apre-sentação de certificações de governança e segu-rança. Entre elas, ele cita: Information Technology Infrastructure Library (Itil), conjunto de boas práticas apli-cadas na infraestrutura, opera-ção e manutenção de serviços de tecnologia da informação (TI); a gerada pelo Sarbanes-Oxley Act (lei Sarbanes-Oxley, conhecida por Sarbox ou SOX), que visa a garantir segurança e governan-ça corporativas; PCI Security Standards Council, fórum in-ternacional sobre segurança de dados, fundado pelas principais bandeiras internacionais de car-tões de crédito; e Statement on Auditing Standards nº 70 (SAS 70), relacionada a padrões para normas e auditorias que di-zem respeito à terceirização de serviços.

Ele acrescenta que nos servi-ços que se encontram integral-mente na nuvem, como ocorre com o Google e a Microsoft, “as certificações e criptografias nos métodos de acesso garantem em contrato a segu-rança, mas sempre há ressalvas, pois um simples descuido como uma senha privilegiada pode tornar o sistema vulnerável”.

Os data centers geram e armazenam arquivos de segurança adicionais, redundantes, em outra ou na mesma unidade, mas, segundo Santana, existe um vasto portfólio de dispositivos, como os virtual pri-vate networks (VPN) e autenticações por tokens, des-tinados a aumentar a segurança do acesso externo, de onde vêm as maiores e principais ameaças.

Direitos e alguns obstáculosPor ser relativamente novo no Brasil, o uso da

nuvem pode apresentar algumas dificuldades para os usuários. Como o conceito de nuvem não traz li-mites geográficos, a infraestrutura ou as unidades de redundância, em sua maioria, permanecem fora do país, em diferentes partes do mundo. Em razão disso, “o processo de faturamento de muitas soluções ainda está ‘virado’ para fora, o que implica em dificuldades legais e tributárias”, adverte Santana.

Do ponto de vista legal, no Brasil, as relações comerciais en-tre fornecedores e clientes desse serviço são tratadas na esfera cível, que rege os contratos, e também no âmbito do Código de Defesa do Consumidor (CDC).

Mas uma empresa ou pessoa física que se sentir lesada pelo provedor ou data center contra-tado poderá, ainda, recorrer a outras instâncias para fazer va-ler seus direitos. Tortorella, da Netpoint, diz que o consumidor poderá buscar orientação junto à Anatel e ao Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Este último, criado em 1995, é com-posto por membros do Governo, do setor empresarial, do terceiro setor e da comunidade acadê-mica e, segundo ele, “represen-ta um modelo de governança na internet pioneiro no que diz respeito à efetivação da partici-pação da sociedade nas decisões

envolvendo a implantação, administração e uso da rede”.

Além desses, há a Associação Brasileira de Internet (Abranet), entidade de representação, cujo principal objetivo é dar apoio às empresas brasi-leiras provedoras de acesso, serviços, informações, pesquisa, desenvolvimento e demais atividades profissionais relacionadas com internet e tecnolo-gia da informação (TI), incluindo acadêmicos que atuam como pesquisadores nessas áreas no país. (CCS)

A escolha do fornecedor deve se pautar pela

garantia de conexão redundante e

apresentação de certificações de

governança, entre outros pontos que, como os referentes

à segurança dos dados e à disponibilidade

do aplicativo e da internet, devem

constar do contrato

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Artigo Técnico

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Tecnologia, investimento certo para o varejoA dinâmica do setor exige que o varejista acompanhe as tendências do mercado e do público, cada vez mais exigente quanto a conforto, qualidade, agilidade dos processos entre outros quesitos. Nesse cenário, a tecnologia passa a ter papel fundamental

Cadastro únicoPara contribuir nesse processo a Associação Brasilei-

ra de Supermercados (Abras) criou, em agosto de 2009, o Comitê Abras Inovação e Tecnologia com a missão de pesquisar, desenvolver e divulgar novas e melhores práticas, tendências e tecnologias do varejo nacional e internacional – visando contribuir para o aprimora-mento do setor supermercadista brasileiro. Composto por executivos do varejo e acadêmicos especializados em tecnologia, os membros realizam estudos sobre inovações tecnológicas e identificam fatores que inter-ferem no aprimoramento das ferramentas.

Um dos resultados desse esforço pode ser confe-rido no mês de março passado com o lançamento do GDSN, sigla que em português significa sincro-nização global de dados. Uma ferramenta mundial com padrões internacionais desenvolvidos pela GS1 – organização multissetorial, cujo objetivo é disseminar o padrão GS1 na identificação, codifica-ção e soluções para aumentar a eficiência da cadeia de suprimentos –, que cria um cadastro único de produtos para a redução de custos e melhoria dos serviços dos setores envolvidos. Em parceria com a Abras, essa solução foi adaptada à realidade brasi-leira, respeitando as peculiaridades do mercado. A

O varejo é um dos segmentos de negócio mais dinâmicos do mundo. Para garantir sua permanência e crescimento no mercado, o

varejista precisa estar atento a comportamentos e tendências – a fim de atender todo tipo de públi-co, com gostos, idades e preferências variados. O aquecimento da economia e a crescente demanda têm obrigado os players do setor a se adequarem de forma a agradar esses públicos, que estão cada vez mais exigentes.

Com isso, cresce a diversificação de produ-tos e marcas nas prateleiras, aumenta a variedade de serviços prestados, surgem novas reformas e mudanças estéticas são feitas. Tudo isso para ofere-cer o melhor serviço e maior conforto aos clientes.

Porém, todo esse empenho exige também uma remodelagem no processo que se passa por trás das gôndolas. Afinal, mais produtos, maior variedade de marcas e mais clientes representam um salto no número de operações realizadas nas lojas. A experi-ência já mostrou que agilidade e assertividade nos processos são aspectos importantes nessa equação. Não há cliente satisfeito onde há demora ou enganos no atendimento e o supermercadista está convenci-do de que a tecnologia se apresenta como um terre-no fértil em soluções para essa demanda.

Tiaraju Pires*

Divulgação/Abras

* superintendente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

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26 AUTOCOM magazine

primeira etapa do projeto está em fase de teste desde fevereiro em uma loja de uma grande rede varejista envolvendo um número reduzido de fornecedores e produtos, para que se possa comprovar sua eficácia sem atrapalhar a operação do negócio.

Hoje, a empresa já estima ganhos com os novos procedimentos e redução de 25% no tempo gasto com cadastro e queda de 80% no tempo de tratamen-to dos pedidos no México, por exemplo. No futuro, a ideia é envolver todas as empresas fabricantes na criação de um banco de dados repleto de informa-ções sobre os produtos que fabricam, vendem ou compram. Dessa forma, as mesmas informações geradas pelo fornecedor serão consideradas pelo comércio. Uma solução que permitirá a todo varejo nacional eliminar distorções de códigos e das infor-mações que identificam o produto.

Para jogar luz sobre a importância que a tecno-logia representa para o desenvolvimento do setor, a Convenção da Abras, este ano em sua 45ª edição, pela primeira vez vai comportar em sua programa-ção a Exposição Tecnológica. De 20 a 23 de setem-bro, os principais fornecedores de tecnologia do

Brasil e do mundo estarão reunidos em um único local para apresentar as novidades e soluções disponíveis, destinadas a aprimorar a performan-ce do setor. O espaço também será palco para os resultados dos estudos que o Comitê Abras Inova-ção e Tecnologia realiza.

Etiquetas eletrônicasEntre as soluções que estarão expostas na feira,

destaca-se a etiqueta eletrônica. Uma tecnologia extremamente eficiente, conhecida pelo mercado brasileiro há alguns anos, mas cujo alto custo inviabi-lizava sua implantação. A Abras, por meio do comitê de inovação e tecnologia, atuou no sentido de propor-cionar o acesso a essa solução para uma maior parce-la do setor, buscando alternativas que reduzissem seu custo de implantação. Foram meses e meses de pesquisa, conversas e visitas a possíveis fornecedores do Brasil e do exterior para entendermos as dificulda-des e os motivos pelos quais essa tecnologia chegava até o supermercadista com valores tão dispendiosos. Hoje a realidade é outra e vamos poder mostrar isso aos nossos associados.

De acordo com nossos estudos, para implantar um sistema de etiquetas eletrônicas em uma loja de 2 mil metros quadrados com 12 mil itens o empresá-rio gastaria, cerca de dois anos atrás, R$ 1,2 milhão, investimento inviável para um negócio desse porte. Agora, esse mesmo empresário pode implantar o sistema a um custo em torno de R$ 200 mil, ou seja, uma redução de mais de 80%. O resultado é impressionante, mas ainda há possibilidade de mais reduções de custos se conseguirmos a nacionalização de componentes como trilhos, cabos e transmissores.

Assim, o mercado brasileiro passa a ter condi-ções de absorver essa tecnologia, amplamente utili-zada no varejo europeu e americano – cuja principal vantagem é otimizar o processo de precificação. A etiqueta eletrônica agiliza a atualização de preços dos produtos e elimina as diferenças de valor entre o que está informado na prateleira e no caixa, fato apontado pela maioria dos clientes como motivo de desagrado na hora da compra.

O preço para instalação de um projeto dessa natureza é definido caso a caso, considerando a quantidade necessária de transmissores e etiquetas de acordo com a metragem do local, altura do pé-direito e disposição das prateleiras. Os transmissores são

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fixados no teto e as etiquetas, que não têm fio, são instaladas junto aos produtos. O funcionamen-to pode ser por radiofrequência, infravermelho ou wireless, sendo que o processo de integração do software ao sistema de retaguar-da do supermercado é bastante simples. É o sistema de retaguar-da já existente no supermercado que gera a atualização de preço para o caixa e para o transmissor ao mesmo tempo. O transmissor, por sua vez, envia os dados para as etiquetas que informam ao cliente o preço exato do produto.

Além desses benefícios, essa tecnologia propor-ciona economia de papel e de suprimentos utili-zados pela empresa; visual sofisticado, conforto e segurança para o cliente. Sendo assim, há um ganho imensurável na imagem da organização como inova-dora e responsável, que oferece soluções tecnológi-cas ao consumidor.

Outra solução que o comitê levará para a convenção é a tecnologia de radio-frequency identi-fication (RFID) – ou identificação por radiofrequên-cia – para etiquetas dos produtos. Um método de identificação automática feita por meio de sinais de rádio, que recupera e armazena dados remotamen-te através de dispositivos denominados etiquetas RFID. Essa tecnologia facilita a localização do produ-to no estoque para reposição na loja, previne perdas, melhora a gestão de preços e agiliza a contagem dos produtos, entre outros benefícios.

A exemplo do que foi feito no caso das etiquetas eletrônicas, o comitê está em fase de apuração para entender como tem se difundido essa tecnologia em nível mundial, ouvindo as empresas instaladas no Brasil, que têm unidades no exterior. Um esforço para garantir ao setor uma solução eficiente a custos acessíveis.

CertificaçãoOutro trabalho importante realizado pelos pesqui-

sadores do comitê, que vai proporcionar agilidade e segurança nas operações de precificação, é a certifica-ção do código de barras. Ainda hoje, a incidência de códigos que não aceitam leitura no checkout é elevada. Isso ocorre porque as indústrias criam embalagens fora

do padrão internacional estabele-cido pela GS1. Para minimizar esse descompasso, que atrasa a opera-ção nas lojas e causa desconforto ao cliente, a Abras realizou um amplo levantamento para identi-ficar os produtos mais problemáti-cos nesse sentido – a fim de propor que sejam submetidos à certifica-ção da empresa.

A Abras e a GS1 se preparam agora para implantar um projeto piloto em uma grande loja super-mercadista, para mostrar aos

fornecedores como solucionar os problemas de leitura de suas etiquetas. O objetivo é acabar de uma vez por todas com esse problema, evitando erros de leitura e agilizando as filas nos caixas dos supermercados.

Sempre visando acompanhar as tendências do mercado, o comitê já tem uma nova missão: investi-gar uma nova modalidade de operação, presente no cotidiano das pessoas, que é o sistema de pagamen-to móvel ou operações de pagamento via celular. Uma tecnologia que já faz parte do dia a dia da clientela, mas que se mostra bastante complicada quando transferida ao universo do varejo. O estudo tem por base identificar se a solução é adequada, se tem preço acessível e se vai efetivamente trazer benefícios ao consumidor. Por enquanto, os pesqui-sadores estão em fase de estudo sobre as tecnolo-gias disponíveis para essa operação. Já se sabe, por exemplo, que a tecnologia SMS, considerada a mais popular, não é a ideal, pois apesar de precisa não garante a agilidade que o mercado exige nas respos-tas. Tem-se aí, portanto, o desafio de encontrar ou combinar as tecnologias disponíveis que ofereçam a solução adequada ao setor para garantir conforto e comodidade ao cliente.

Daí a importância do trabalho do Comitê Abras Inovação e Tecnologia em identificar as soluções mais eficientes a melhores custos, evitando que o supermer-cadista sozinho tenha de arcar com o ônus da experi-mentação. São soluções destinadas a promover agili-dade e confiança nos processos que conferem maior eficiência e melhor performance a quem as adota. Mas, que, por outro lado, contam com atitudes corajosas de empresários que acreditam na inovação como diferen-cial competitivo para despontar no mercado.

“A Abras e a GS1 se preparam

para implantar um projeto piloto (...), para mostrar aos fornecedores

como solucionar os problemas de leitura de suas etiquetas.”

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Ato Cotepe 45/2011 e

o novo papel térmico

A medida permite que o papel sem as especificações

exigidas pelo Ato Cotepe nº 4/2010 seja comercializado

até o final dos estoques

do risco desse prejuízo ao setor e preocupada com o meio ambiente, uma vez que esse grande volume teria de ser descartado, a Afrac encaminhou ofício às secretarias estaduais de Fazenda, que são as responsá-veis pela fiscalização, e também à Cotepe, solicitando autorização para o convívio dos dois tipos de papel por mais 90 dias, para que o mercado tivesse tempo de absorver o estoque.

Por meio da legislação mais recente, os estados signatários do ato Cotepe 4/2010 podem estipular novo prazo para a obrigatoriedade da comercializa-ção e da utilização do novo suprimento, por meio de publicação no diário oficial local. Até o fechamento desta edição, Acre, Pará, Paraná, Pernambuco, Rondô-nia e Santa Catarina haviam se pronunciado favora-velmente à prorrogação do prazo até 1º de janeiro de 2012, enquanto que Rio de Janeiro e Espírito Santo não estenderam o prazo para o escoamento dos estoques do papel antigo, passando a exigir o uso no novo suprimento em 1° de outubro. A Afrac ainda não havia obtido resposta formal dos demais estados.

Benefício ao consumidorOs cupons fiscais que os consumidores recebem

toda vez que compram algo são o principal

Pelo ato nº 45 da Comissão Técnica Permanen-te do ICMS do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) – ou, simplesmente ato

Cotepe nº 45/2011 –, de 1º de novembro de 2011, a obrigatoriedade do uso do novo papel térmico no emissor de cupom fiscal (ECF), poderá ser prorroga-da a critério dos estados.

Inicialmente, conforme no Ato Cotepe 4/2010, o uso desse novo suprimento – que foi desenvolvido pela Associação Brasileira de Automação Comercial (Afrac) a pedido do Governo –, deveria começar a vigorar em outubro de 2010. Porém, a data foi prorro-gada, primeiro, para 1º de janeiro de 2011 e depois para 1º de outubro. Já a medida publicada em novem-bro último permite nova prorrogação.

Esses adiamentos sucessivos foram motivados pela necessidade de prazo maior para que tanto os fabricantes e fornecedores quanto os usuários tives-sem tempo para se adaptar às novas determinações e, também, para que os estoques de papel térmico antigo pudessem ser consumidos.

Pouco antes do prazo anterior, outubro passado, o segmento de papel térmico ainda apresentava estoque de aproximadamente quatro mil toneladas do produ-to antigo, o equivalente a R$ 28 milhões. Assim, diante

Legislação

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comprovante para fazer valer seus direitos, em casos de troca, reparo no produto ou diante de um serviço malfeito.

É comum os consumidores se depararem com algum comprovante fiscal amarelado, com as infor-mações impressas quase apagadas. Não é raro que, com o tempo, esses dados desapareçam do cupom, em virtude do uso de papel impróprio ou de quali-dade inferior ou da conservação inadequada do comprovante, com exposição à luz, umidade e varia-ção de temperatura.

O novo suprimento tem por objetivo resguardar a integridade das informações impressas no cupom por, no mínimo, cinco anos, período em que os dados deverão permanecer visíveis, atendendo à legislação vigente.

A exigência do uso desse novo papel foi elogiada pelo diretor de fiscalização do Procon de São Paulo, Renan Bueno Ferraciolli. “Essa exigência é muito importante para o consumidor brasileiro, que passa a ter um documento com mais qualidade e durabili-dade”, atendendo à legislação.

O supervisor de Varejo da Gerência Fiscal da Secretaria da Fazenda do Espírito Santo (Sefaz-ES), Mauro Deserto Braga, destaca que “a maior benefi-ciada com as mudanças será a população, pois os cupons fiscais, desde que devidamente armazena-dos conforme as condições informadas no verso da bobina, deverão se manter preservados por, pelo menos, cinco anos”, comenta.

Dessa forma os varejistas devem estar prepara-dos para atender a essas novas exigências tributárias, especialmente no que diz respeito ao fornecedor, que deve estar devidamente credenciado junto ao Confaz. Para as novas aquisições, os comerciantes devem exigir o ato de credenciamento da Cotepe/ICMS, conferido ao fabricante da bobina de papel térmico. (Silvana Coelho/Cristiane Collich Sampaio)

Renan Bueno Ferraciolli, diretor do Procon-SP

Cristiane C. Sampaio

Mauro Deserto Braga, da Sefaz-ES

Divulgação

Ponto Eletrônico é prorrogado para janeiro

Mais uma vez, o Governo prorrogou o prazo para a utilização obrigatória do Registrador de Ponto Eletrônico (REP). De acordo com a Portaria nº 1.979 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de 30 de setembro de 2011, a nova data para entrada em vigor passou de 3 de outubro de 2011 para o dia 1º de janeiro de 2012.

O REP deve ser implantado nas empresas com mais de dez empregados, que já utilizem meio eletrônico de contro-le, e deve ser feito por equipamento que emite comprovantes de entrada e de saída dos funcionários. (SC)

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Franquias crescem e ampliam oportunidades para a automação comercialO setor está em franca expansão e encontra apoio na evolução da automação comercial. Diversas marcas já contam com ajuda de sistemas de gestão para a melhoria dos processos em suas redes

O balanço realizado anualmente pela Associa-ção Brasileira de Franchising (ABF) revela que o setor de franquias cresceu 20,4% em

2010, registrando faturamento em torno de R$ 76 bilhões. Entre os fatores que contribuíram para essa expansão estão as microfranquias, além da entrada

dos bancos de investimento no segmento e da maior facilidade de acesso às linhas de crédito.

O número de redes em operação no país cresceu 12,9% e o número de unidades (franqueadas e próprias) chegou a 86.365, o que significa incremen-to de 8% em relação ao ano anterior. Essa expansão

Ricardo Camargo, diretor executivo da ABF, durante palestra apresentada no Autocom 2011.

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resultou na abertura de mais de 57 mil novos postos de trabalho. O setor é responsável, hoje, por mais de 777 mil empregos diretos.

A previsão da ABF é que essa tendência se mantenha; para 2011, o setor acredita num crescimento de 15%. “Continuamos crescendo na casa dos dois dígitos ao ano. O aumento do poder de consumo da classe C, o número de redes e a expansão das marcas já existen-tes demonstram o grande poten-cial do setor”, afirma Ricardo Camargo, diretor executivo da associação, que apresentou pales-tra no congresso do Autocom, em junho passado. Segundo ele, esse resultado foi impulsionado pelo próprio desempenho da econo-mia brasileira, pela oferta de crédito e o aumento do poder de compra da população. “O surgimento das microfranquias (franquias cujo investimento inicial não passa de R$ 50 mil) é o reflexo dessa nova reali-dade do mercado”, comenta.

A pesquisa da ABF mostra que, em faturamen-to, o segmento que mais cresceu em 2010 foi o de alimentação (39,9%), seguido pelos de acessórios pessoais e calçados (29,9%), vestuário (29,0%), móveis, decoração e presentes (27,4%) e espor-te, saúde, beleza e lazer (20,%). As franquias que atuam no ramo da construção civil também foram beneficiadas.

Franquia e automaçãoO franchising brasileiro, com 25 anos de existên-

cia, tem sido importante para a economia nacional e espera gerar 890 mil empregos diretos e dois milhões de empregos indiretos em 2011, além de alcançar a marca de 100 mil pontos de venda, segundo a entidade. Os números são muito positivos e indicam que outros setores também podem ser favorecidos por esses resultados, como é o caso da automação comercial. Cada novo ponto de venda necessita de equipamentos e softwares específicos que ajudam na gestão das empresas.

“O uso de recursos de automação nos processos facilita muito o cotidiano desse tipo de atividade,

assegurando aos franqueados a expansão de seus negócios, facilitando o relacionamento com os clientes, a identificação das tendências do consumidor, o controle de estoque e assim por diante”, complementa Camargo.

Segundo Ana Angélica Vianna, suporte de sistema da Rede Pello Menos Instituto de Depilação, foi desenvolvido um sistema de acordo com a neces-sidade das lojas e dos setores administrativos da empresa. “A automação simplificou a administração das unidades franqueadas. Atualmente, temos o controle da movimentação das lojas em tempo real, acesso aos serviços realizados, à entrada e

saída de clientes, ao faturamento específico de cada loja, dentre outros itens”, destaca.

Ao adotar a automação comercial, a rede teve como objetivo viabilizar a proposta da marca de se diferenciar dentro do segmento de depilação, de oferecer aos clientes um atendimento ágil e eficaz. “O crescimento da empresa está diretamente ligado à eficiência da tecnologia. Podemos citar a capaci-dade de detectar erros e resolvê-los imediatamente como um dos principais pontos fortes. Observa-mos as necessidades da loja e, à medida que vão surgindo as questões, vamos atualizando o sistema e oferecendo o melhor suporte possível com essa tecnologia”, destaca Ana Angélica.

A rede 5àSec, que oferece serviços de lavanderia, e a 5àfil, destinada a serviços de costura, também transformaram a tecnologia em aliado. Suas lojas possuem programa dedicado que visa a melhorar o controle da gestão, o Alegronet. Trata-se de um programa que funciona de maneira integrada com toda a rede, pois é instalado no computador do PDV e também nos computadores da franqueadora. Por meio dele, é feito o cadastro de todas as peças que dão entrada nas lojas. A partir daí, é possível mensurar, em tempo real, a movimentação da loja em número de peças e faturamento. Com isso, a franqueadora, que também tem acesso a esses dados, pode detectar a loja que, eventualmente, não

“O aumento do poder de consumo da classe C, o número de redes e a expansão

das marcas já existentes

demonstram o grande potencial

do setor.”

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está com um bom faturamento e incluí-la, por exemplo, no projeto de gestão assistida, no qual é feito o prognóstico e o diagnóstico da unidade, para possíveis ações no intuito de reverter a situação.

Já o outro software utilizado na rede, o Central de Compras, pode ser considerado como um e-commerce interno. Por meio dele, os franqueados podem solicitar todo o material necessá-rio para o trabalho no cotidiano das lojas. Por meio de senha, é feito o pedido, que é imediata-mente remetido para o terminal na franqueadora, a qual envia o material solicitado ao respectivo franqueado.

E no ramo imobiliário...Até o ramo imobiliário tem se

beneficiado da tecnologia. Com o objetivo de promover o cresci-mento dos negócios e aumentar a receita por meio do networking entre os franqueados, a RE/MAX – que está entre as redes de franquias imobiliárias que mais vendem imóveis no mundo – possui o iConnect, um software destinado ao merca-do imobiliário, em uso no Brasil e no exterior.

O iConnect engloba ferramentas de gestão para os masters regionais da rede, os franqueados e os corretores. “Nos países emergentes, por exemplo, não existe uma plataforma parecida, o que é um enorme diferencial competitivo para a RE/MAX Brasil, que já está muito à frente. Os franquea-dos brasileiros estão muito entusiasmados com as possibilidades de gestão eficaz e produtiva dos seus negócios”, ressalta Renato Teixeira, presidente da empresa no Brasil.

Duas ferramentas se destacam no gerencia-mento do negócio: o iList e o iBroker. O primei-ro auxilia os corretores a gerir contatos, agendas, imóveis e ações de marketing. O segundo, direcio-nado aos franqueados, ajuda a criar um plano financeiro e de negócios para as imobiliárias e gera relatórios de desempenho – o que é importante

“Os franqueados brasileiros

estão muito entusiasmados

com as possibilidades

de gestão eficaz e produtiva dos seus negócios.”

para alcançar metas e objetivos. O recrutamento de novos corre-tores também é realizado por meio do iBroker.

O cliente, por sua vez, utili-za o iConnect para consultar qualquer uma das imobiliárias da rede e acessar o cadastro nacio-nal e internacional de compra e venda de imóveis, obtendo variedade e qualidade únicas de atendimento. “Para ver as opções disponíveis, basta informar a região que deseja pesquisar um imóvel, telefone para contato e valor pretendido e fotos apare-cerão na tela do computador”, explica Teixeira.

Especial para franquiasA Websoftware, empresa

associada a ABF, que desenvol-ve sistemas gerenciais, criou o Solutto, tido como o primeiro software de gestão especializa-

do em franquias, com foco em relacionamento e comunicação entre franqueador e franqueados. O Solutto foi especialmente desenvolvido para atender as necessidades dos empreendedores nos processos de administração de redes e nos proces-sos financeiros e operacionais tradicionais das empresas. Por ser um sistema totalmente web, é considerado como uma solução ágil, moderna, completa e de baixo custo para franqueadores e franqueados.

Segundo o diretor executivo da empresa, Erick Vils, trata-se de um sistema integrado modular, ou seja, a empresa pode alugar ou licenciar apenas um, alguns, ou todos os módulos disponíveis. Ao efetu-ar login no software, automaticamente seu compor-tamento e sua aparência se adaptam ao perfil do usuário, exibindo apenas o que é pertinente. Como as máquinas que acessam o software necessitam apenas de um navegador de Internet, sua instalação é flexível e tem baixo custo, sendo compatível com a maioria dos sistemas operacionais em uso atual-mente. (Silvana Coelho)

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