Aula 4 Ficha Tecnica

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Composição técnica da Receita Culinária ou Ficha técnica

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Aula curso de gastrnomia.

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Composição técnica daReceita Culinária

ouFicha técnica

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Receitas-padrão:São fórmulas escritas para produzir um item alimentar em quantidade e qualidade especificadas para uso em um determinado estabelecimento.

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As receitas são requisitos fundamentais para o controle operacional de uma cozinha permitindo determinar o fluxo da operação e auxiliar na análise de perigos e pontos críticos no controle de qualidade, além de controlar custos e mão de obra.

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Ficha TécnicaExistem 3 tipos de fichas técnicas:

Operacional, Administrativa e Geral.

Ficha Técnica Geral: é a combinação das duas anteriores, contudo não aconselho a sua utilização generalizada, porque há informação que simplesmente não interessa, como por exemplo os custos, um cozinheiro não quer saber se 50 gramas de bacalhau valem R$ 0,49, interessa-lhe sim quantidades, tempo e método de confecção da receita, o que por sua vez vale de pouco ao Gestor.

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A Ficha Técnica Administrativa ou

Gerencial visa controlar os custos e o lucro

de cada prato.

A Ficha Técnica Operacional referência de

padrão de qualidade não só à cozinha, mas

também à equipe do restaurante.

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Sob o ponto de vista gerencial e fiscal é um documento que envolve vários departamentos e profissionais, devendo ser confeccionado com critério e de comum acordo entre todos os envolvidos (chefes de cozinha, gerentes de a&b, nutricionistas, técnico em nutrição e/ou economistas domésticos).

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Funcionalidades da Ficha Técnica:aumentar a produtividade da cozinha por ser um instrumento de treinamento; permite verificar com exatidão os inventários do estoque, correlacionar estatísticas de pratos e porções com o consumo; facilita ainda uma melhor compreensão do preparo e da organização necessária; desenvolve a rotina da tarefa; mantêm a qualidade com padrão dos serviços; permite trabalhar com previsões máximas e mínimas do estoque; calcular o custo do alimento e controlar o preço praticado.

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Outras Funcionalidades da Ficha Técnica A ficha técnica deve ser desenvolvida inclusive para receitas habituais, que são consideradas básicas e que qualquer cozinheiro pode reproduzir, como o caso de arroz e feijão. Atualmente, a elaboração de receitas é usada como veículo de comunicação em marketing, no merchandising culinário e para elaboração de rotulagem nutricional, garantindo confiabilidade às informações apresentadas no rótulo ao consumidor.

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Na cozinha experimental da indústria de alimentos, é o 1º documento elaborado para a criação de um protótipo alimentício pela engenharia de alimentos.

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Objetivos da ficha técnica ou receita

tornar a receita reproduzível;economizar tempo na confecção;garantir a qualidade do produto final;reduzir custos;controlar gêneros e mão de obra;racionalizar as atividades da cozinha;elaborar cardápios, evitando a monotonia de preparações;manter qualidades organolépticas ou sensoriais, mesmo sendo as refeições preparadas por pessoas diferentes;diminuir o capital empatado no estoque.

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Características da Receita ou Ficha Técnica

Uma receita deve ter três partes básicas para utilização em qualquer tipo de serviço: nome, ingredientes e modo de preparo.

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Nome

Deve apresentar com clareza o tipo ou categoria da receita (sopa, entrada, prato principal, guarnição, etc.). Não pode ser pouco atrativo, pois o impacto pelo nome determina o interesse em saber em que consiste, por exemplo: doce belga (doce feito de gelatina e pudim).

Em caso de ser um nome fictício, deve-se observar ao lado, entre parênteses, os ingredientes principais que compõem a receita, por exemplo: salada mista (alface, agrião, palmito e tomate).

Os nomes estrangeiros devem ser usados respeitando a tradução e a situação em questão.

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Ingredientes

Devem ser colocados na ordem da utilização do modo de preparo. Podem também ser enumerados ou classificados.Marcas de produtos só poderão ser usadas quando forem imprescindíveis para o sucesso da receita ou quando o receituário for usado para a divulgação da marca (merchandising culinário).Os termos pouco conhecidos ou incomuns no nosso idioma devem ser traduzidos ou explicados ao final da receita.Podem-se colocar os ingredientes em medida padrão ou caseira, dependendo da finalidade da receita. Não devem ser usadas duas medidas em uma mesma receita, a fim de evitar dificuldade na compreensão ou confusão no uso de medidas padronizadas.

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Pode-se também indicar os ingredientes per capita ou pela quantidade que será usado para produzir cada refeição. Nesse caso, tem-se uma correta avaliação da quantidade de gêneros que deverão ser previstos ou usados para o controle de sobras caso o nº de refeições varie, como o que ocorre em restaurantes comerciais ou por quilo.

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Modo de preparo

Deve ser o mais claro possível, evitando-se utilizar termos indefiníveis ou pouco conhecidos, além disso, deve seguir os ingredientes assinalados para que nenhum seja esquecido.

Utilizar o mesmo tempo verbal para toda a receita. Por exemplo: faça, mexa ou fazer, mexer, etc.

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A receita deve ser iniciada com os procedimentos de pré-preparo, tais como: higienização, dessalga, subdivisão, etc.

Deve constar no modo de preparo: tempo, rendimento, nº de porções, peso de cada porção, temperatura ou tipo de chama usada no forno, além de outras informações como calorias e nutrientes específicos que se queiram analisar, técnica de congelamento ou cocção por microondas, forno combinado, custo, sugestão de acompanhamento e decoração, ou ainda, substituição ou modificação da receita.

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Pode-se elaborar a ficha técnica para receitas com o rendimento expresso em nº de porções multiplicáveis. Por exemplo, elaborar uma receita com 10 porções e com 100 porções, tornando sua multiplicação mais fácil e fidedigna.

Deve-se lembrar que ingredientes como açúcar, sal, pimenta, cebola, alho, etc. podem se alterar significativamente na multiplicação, já que existem fatores sensoriais que limitam sua ação, tornando a receita inadequada.

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Arquivo de receitasTambém chamado de receituário padrão. Pode ser dividido em assuntos ou por importância de receitas, facilitando o manuseio e a localização da receita nos arquivos.

Atualmente, as receitas podem ser apresentadas em fichas técnicas arquivadas eletronicamente ou ainda fazer parte do Manual de Boas Práticas como controle operacional das atividades.

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A pictografia ou pictograma é uma forma de comunicação por meio de desenhos, usada na culinária para representar informações que poderiam ocupar espaço. Este recurso é muito usado em embalagens de produtos e receitas divulgadas em campanhas de marketing. Torna-se um recurso importante na culinária principalmente infantil e para orientação dentro da educação nutricional. Por exemplo: relógios de tempo, cifrões para representar custo, grau de dificuldade, etc.

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FICHA TÉCNICASetor: Cozinha Nome da preparação culinária: contrafilé parisCategoria da receita culinária (entrada, sopas, prato principal, guarnição, sobremesa, bebida)Porção: 1

Padronização da receita culinária

Ingredientes QuantidadeFator

de correção

Quant.de

corrigida

Custodo

produtocomprado

Custo(para 1 pessoa)

Quant. para 100 pessoas (café

da manhã, almoço, ou jantar, etc.)

Custo(para 100 pessoas)

Custo dos alimentos/ Custo da receita

Preço de venda por porção:

Preço de venda total:

5% de quebras ou perdas:

Preço + ICMS:

Custo total das porções:

Custo Total:

Modo de preparo: Foto

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Modelo de FICHA TÉCNICASetor: Cozinha Nome da preparação culinária: contrafilé parisCategoria da receita culinária: prato principalPorção: 1INGREDIENTES QUANTIDADE F. C. QUANTIDADE

CORRIGIDAPREÇO

do produtoCUSTO

da porção

Contrafilé 180g 1.38 250 g R$ 20,00 R$ 5,00

Cogumelos 30g - 30 g

Aspargos 40 g - 40 g

Ervilhas 40 g - 40 g

Laranja 1 unidade (+/-110g) 1,61 177,1g

Molho

Bechamel* 120 ml - 120 ml

Vinho branco 15 ml - 15 ml

Nata 15 g - 15 g

Óleo

1%Manteiga

Temperos

Decoração

ÍNDICE DO OBJETIVO = 35% CUSTO DO ALIMENTO/ CUSTO DA RECEITA = 5% DE QUEBRAS = CUSTO TOTAL = CUSTO DAS PORÇÕES =PREÇO DE VENDA TOTAL = PREÇO + ICMS =PREÇO DE VENDA POR PORÇÃO = CUSTO TOTAL =

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Fator de CorreçãoO processo de cálculo é feito por meio da aplicação do índice do Fator de Correção de cada produto, conforme exemplo a seguir:Problema: Um restaurante deseja obter um volume de bacalhau (peso bruto e líquido) necessário para atender ao consumo de 10 pessoas.Processo de cálculo:a) Uma pessoa consome em média 40g de bolinhos de

bacalhau o que significa que 10 pessoas consumirão cerca de 400g do alimento.

b) Obtém-se o Fator de Correção que é aplicado na fórmula:Fórmula: FC = Peso Bruto (do alimento) Peso Líquido (do alimento)

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Aplicando a fórmula: FC = Peso Bruto - PB Peso Líquido - PL

Onde: 1,84 = PB = 736g 400g

Para se produzir 400g de bolinho de bacalhau serão necessários 736g de bacalhau.

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Atividades1) Em um planejamento de um prato, feijão comum, para

100 pessoas, considerando que um indivíduo consuma 30g de feijão, calcule o PB de feijão a ser comprado. FC do feijão = 1,03.

Onde 1,03 = PB = 3090g = 3,09kg 3000g

Para se produzir 3000g ou 3kg de feijão serão necessários 3,09kg de feijão.

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Atividade 11) Em dupla, elaborar uma ficha técnica de três pratos, de 1 porção,

ou mais, calculando o custo das preparações, e também para 100 hóspedes.

OBS: Apresentar dia 27/06.Valor do trabalho: 2,0 pontoS

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Nome da receita:Tamanho da receita:Custo da receita:Custo da porção:

Foto do prato

Ingredientes Quantidade FC Quant. Corrigida Preçodo produto

Custodo produto comprado

(1 pessoa)

Custodo produto comprado

(100 pessoas )

Modo de preparo:123456

Custo Total:

Modelo de Ficha Técnica simples

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Índice de Cocção

O índice de Cocção ou conversão é a relação entre o peso cozido e o peso líquido, e reflete a perda de água ou retração das fibras de um alimento, como carnes e vegetais, e a hidratação produzida pela absorção de água pelo amido, no caso dos cereais e leguminosas. É expresso pela fórmula:

IC = Peso Cozido Peso Cru e Limpo

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É importante computar à per capita, que será padronizada, a provável perda ou ganho que o alimento sofrerá durante a cocção, a fim de garantir o suficiente aporte de nutrientes do cardápio com uma porção adequada.

Torna-se vital ressaltar que o índice de cocção será maior, ou seja, um nº cada vez menor que 1, quanto maior for a exposição do alimento ao calor e aos seus diferentes tipos de composição.

Um exemplo clássico dessa afirmação é encontrado na cocção de hortaliças folhosas para refogados, em que o tempo varia de acordo com a composição da receita ou até que o refogado perca toda a água formada pela cocção. Com isso, o alimento ficará mais exposto ao calor, propiciando maior liberação dos sucos nutritivos.

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Tabela 1. Índice de cocção estimado para os alimentos

Alimento Índice de cocção

Carnes com muita gordura (2ª ou 3ª, suína) 0,4 – 0,5

Carnes com pouca gordura (nobre e 1ª) 0,6 – 0,7

Cereais (arroz, aveia, milho, trigo, canjica) 2 -3 *

Hortaliças (folhosos)

Calor misto (com pouco tempo) 0,5 – 0,6

Calor misto (refogar com água) 0,4 – 0,5

Legumes (frutos) 0,6 – 0,7

Leguminosas (feijões, grão de bico, soja, lentilha) 20 – 2,5

Tubérculos 0,9 – 1,0

* Dependendo da qualidade e do tipo do produto.

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Bibliografia CASTELLI, Geraldo. Administração hoteleira. 9ª ed. Caxias do Sul:

Educs, 2003.

BARRETO, Ronaldo Lopes Pontes. Passaporte para o sabor: tecnologias para a elaboração de cardápios. São Paulo: Senac São Paulo, 2000.

SILVA, Sandra Maria Chemim Seabra; Martinez Sílvia. Cardápio: guia prático para a elaboração. 2ª ed. São paulo: Roca, 2008.

TEICHMANN, Ione Mendes. Tecnologia culinária. 2ª ed. Caxias do Sul, RS: Educs, 2009.