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  TEORIAS DA APRENDIZAGEM Aula 02 Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho

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  • TEORIAS DA APRENDIZAGEM

    Aula 02

    Os direitos desta obra foram cedidos Universidade Nove de Julho

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  • Aula 02 - Teoria comportamentalista

    Objetivo: Nossa segunda aula tratar da principal teoria que faz parte da corrente

    conexionista, tambm conhecida como comportamentalista ou behaviorista.

    Teremos como objetivos conhecer e compreender aspectos centrais da Teoria, bem

    como entrar em contato com seu representante mais expressivo para a Educao

    que foi Skinner.

    Antes Alguns Esclarecimentos

    Voc precisa saber que existem muitas concepes sobre o comportamentalismo1,

    embora todas elas sejam partidrias de que o comportamento humano e o

    comportamento animal podem ser controlados e mensurados. Esta teoria no tem a

    preocupao de explicar os processos mentais envolvidos com a cognio, e sim,

    to somente, com os estmulos e as respostas dadas, como veremos.

    Princpios do Comportamentalismo

    As teorias comportamentalistas consideram o aprendiz como algum que responde

    a estmulos do meio exterior, no levando em conta o que acontece em sua mente

    durante o processo. A aprendizagem interpretada como pura mudana de

    comportamento.

    A principal caracterstica dos adeptos a essa Teoria a nfase nas relaes entre o

    sujeito e o ambiente, Este ltimo que ir determinar as aes do sujeito. Assim, os

    estmulos do ambiente determinam as aes do sujeito. Nesta Teoria, podemos

    dizer que o professor exerce controle sobre os comportamentos de seus alunos.

    O primeiro terico a utilizar o termo comportamentalismo foi John Broadus Watson

    (1878-1958). Para ele, qualquer comportamento poderia ser observado e controlado.

    Suas descobertas se fundamentaram no conhecimento dos comportamentos

    humanos, uma vez que, para ele, era impossvel conhecer-se objetivamente a

    1 COMPORTAMENTALISMO: Embora, como vimos, existem diferentes nomes para essa

    Teoria (comportamentalista conexionista, behaviorista) a partir de agora, usaremos o termo comportamentalismo ou teoria comportamentalista para maior facilidade no entendimento de todos.

  • conscincia humana, como se acreditava at ento. Sua proposta terica tinha como

    objetivos centrais prever, controlar, manipular, selecionar e orientar condutas para

    um processo adaptativo ideal do indivduo ao seu meio social. (PILO, 2002, p.23)

    Outro terico, tambm comportamentalista, foi Ivan Pavlov (1849-1936). Suas

    pesquisas pautaram-se nas relaes entre organismo e o ambiente. Sua

    preocupao era com os comportamentos reflexos que provocam respostas no

    voluntrias. Um exemplo pode ser o arrepio que sentimos com uma rajada de vento.

    Este arrepio involuntrio, ou seja, sentimos mesmo sem nos darmos conta dele.

    Para ele, isto era o reflexo condicionado2.

    A relevncia dos estudos e das pesquisas de Pavlov sobre o condicionamento

    clssico, para a aprendizagem humana, foi a de mostrar que podemos controlar as

    respostas involuntrias desde que associadas a estmulos determinados.

    A partir do condicionamento clssico de Ivan Pavlov e apoiado no comportamento

    reflexo, temos outro terico de suma importncia para a aprendizagem, que foi

    Skinner (1904-1990) com seus estudos sobre o condicionamento operante.

    Burrhus F. Skinner3 e o Condicionamento Operante4

    2 REFLEXO CONDICIONADO: A experincia clssica de Pavlov a do co. A campainha e a salivao vista de um pedao de carne. Toda vez que apresentado, ao co, um pedao de carne, a viso da carne e o cheiro provocam salivao no animal. Se tocarmos uma campainha, ele simplesmente olha, vira a cabea para ver de onde vem aquele barulho que a cincia chama de estmulo sonoro. Se tocarmos a campainha e em seguida mostrarmos a carne, dando-a ao co, e fizermos isso repetidamente, depois de certo nmero de vezes o simples tocar da campainha provoca salivao no animal, preparando o seu aparelho digestivo para receber a carne. Desta forma, a campainha passa a ser um alerta de que a carne que vir em seguida. Todo o organismo do animal reage como se a carne estivesse ali, o co saliva, tem secreo digestiva, somente com o estmulo. Um estmulo que nada tem a ver com a alimentao, ele somente sonoro, mas que acaba por instigar modificaes digestivas, ou seja, o co passou a ter um reflexo condicionado.

    3 BURRHUS FREDERIC SKINNER: nasceu na Pensilvnia e cresceu num ambiente familiar

    estvel. Ainda criana, gostava de construir seus brinquedos. Apreciava a leitura sobre animais e tinha vrios deles. Sua formao acadmica foi em Letras e desejava ser escritor. Quando teve contato com as experincias desenvolvidas por Watson e Pavlov, sobre condicionamento, mostrou grande interesse pelo assunto. Em 1928, iniciou o curso de ps graduao em Psicologia em Harvard. Com o ttulo de PhD., fez seu ps doutoramento e lecionou na University of Minnesota entre os anos de 1935 e 1945, alm da Indiana University entre 1945 e 1947. Depois disso, voltou para Harvard. Em suas pesquisas props ser o reflexo simplesmente uma correlao entre um estmulo e uma resposta. Em 1989, Skinner foi diagnosticado com leucemia. Poucos dias antes de sua morte, apresentou um trabalho na conveno da APA de 1990, em Boston. Na ocasio, criticou o crescimento da psicologia cognitiva, que desafiava o behaviorismo.

  • Figura 01 - Burrhus F. Skinner (1904-1990) . Fonte:

    http://wwwmdtbcomportamental.blogspot.com/2010/04/skinner-o-condicionamento-operante-e.html

    Para Skinner o homem produto do meio. Ele uma consequncia das influncias

    ou foras existentes no meio ambiente. Para este terico, o comportamento,

    especialmente o humano, tem mltiplas causas. Portanto, uma resposta pode no

    ser causada por um nico estmulo. Alm disso, os estmulos provocam respostas

    diferentes em indivduos diferentes.

    O Condicionamento Operante refere-se ao mundo, direta ou indiretamente. So

    todos os movimentos de um organismo: desde os comportamentos dos bebs como

    o balbuciar, o agarrar... aos comportamentos mais sofisticados dos adultos como o

    entendimento do que voc est lendo neste texto, por exemplo.

    Representao do Comportamento Operante

    R S: Onde R a resposta e S o estmulo reforador.

    O estmulo reforador a consequncia que, segundo uma resposta, altera a

    probabilidade futura de ocorrncia dessa resposta. Ele pode ser: positivo, ou seja, 4 CONDICIONAMENTO OPERANTE: diz respeito ao processo de aprendizagem por meio do qual uma resposta torna-se mais provvel ou mais frequente.

  • toda situao que aumenta a probabilidade futura da resposta que o produz, ou

    negativo, ou seja, toda a situao que aumenta a probabilidade futura da resposta

    que o remove ou que o atenua.

    Segundo Glassman e Hadad (2006), os reforadores primrios so aqueles

    relacionados sobrevivncia, como alimentao e gua, por exemplo.

    Figura 02

    De outra forma, existem de acordo com os autores, alguns eventos do ambiente que

    no se referem sobrevivncia mas que funcionam como reforadores

    condicionados como, por exemplo, o elogio.

    A Noo de Reforo, Castigo e Esquiva

    A noo de reforo pode ser explicada pela reproduo de aes consideradas

    benficas e a esquiva de aes prejudiciais ao indivduo. Podemos afirmar que nos

    processos de reforo existem grandes probabilidades de ocorrncia futura de um

    determinado tipo de resposta, ou seja, os reforos podem fortalecer determinadas

    respostas.

    Para Skinner existe o reforo positivo que uma alterao do meio pela adio de

    um estmulo. E o reforo negativo que vem a ser uma alterao do meio pela

    remoo de um estmulo. Notem que o comportamento do indivduo que recebe o

    reforo e no propriamente o indivduo.

  • Diferentemente do processo de reforo, o processo do castigo tem por objetivo a

    diminuio da ocorrncia de um certo comportamento. Assim como o prmio

    diferente de reforo, o castigo diferente de vingana e punio.

    Figura 03

    Esquiva e fuga: caractersticas e diferenas

    A esquiva explicada por estmulos reforadores negativos condicionados

    responsveis pela probabilidade da resposta de esquiva. Exemplos: Raio/Trovoada;

    Chiado/Rojo; Som do Motorzinho do Dentista/Dor de dente.

    Na fuga o comportamento reforado aquele que termina com um estmulo aversivo

    j em andamento.

    H um estmulo condicionado que antecede o estmulo incondicionado possibilitando

    a emisso do comportamento de esquiva.

    S h um estmulo aversivo incondicionado que ser evitado pelo comportamento de

    fuga. No se evita o estmulo aversivo, mas se foge dele depois de iniciado.

    Extino: Procedimento no qual uma resposta deixa de ser reforada.

    Punio: Procedimento no qual uma ao suprimida, sem alterao da motivao.

  • Figura 04

    Pode levar esquiva ou fuga e no extino do comportamento.

    Estmulos

    Para os comportamentalistas o ambiente exerce controle sobre nossas aes. Um

    exemplo pode ser o semforo. Pense no semforo. Obedecemos s cores

    instantaneamente, sem pensar sobre o assunto. Ao piscar do semforo paramos ou

    seguimos.

    Discriminao: a manuteno de respostas na presena de um estmulo, mas

    sofre certo grau de extino na presena de outro. Resposta diferenciada a

    estmulos diferenciados (verde/vermelho semforo). Quando o estmulo for a cor

    verde, no caso do semforo, seguimos. Imediatamente troca da cor para o

    vermelho, j discriminamos e paramos.

    Generalizao: Respostas semelhantes a um conjunto de estmulos percebidos

    como semelhantes, importante para a aprendizagem escolar: fazemos inmeras

  • transferncias a partir de um conceito aprendido. Tenho certeza que, ao ler esses

    conceitos, voc se recorda de inmeros exemplos do dia a dia, que poderiam ilustrar

    esse assunto.

    Agora que vocs j dominam os conceitos definidos pela teoria da aprendizagem

    comportamentalista, vamos refletir sobre a sua aplicao na educao.

    Comportamentalismo: Aplicao na Educao

    Na concepo comportamentalista defendida por Skinner, a educao considerada

    parte importante da vida de qualquer indivduo, pois o estabelecimento de

    comportamentos que sero vantajosos para o indivduo e para outros em algum

    tempo futuro. (SKINNER, 2007, p. 437)

    So considerados reforadores na escola: as notas, as promoes, os elogios, entre

    outros. Algumas aplicaes: mtodos de ensino programado; controle e organizao

    das situaes de aprendizagem; elaborao de tecnologia de ensino; treinamento;

    trabalho com crianas com necessidades especiais; publicidade.

    Enfim, o behaviorismo pode nos auxiliar a descrever nossos comportamentos

    em qualquer situao, ajudando-nos a modific-los.

    Assim, cabe ao educador: valorizar os progressos dos alunos de maneira muito

    gradual e evitar a desvalorizao de pequenos avanos parciais aparentemente

    insignificantes, porm necessrios para o aprendizado.

    Inicialmente Skinner critica o ensino tradicional principalmente pela passividade a

    que reduz o estudante. Em sua viso, o ensino d-se apenas quando o que precisa

    ser ensinado pode ser colocado sob controle de certas contingncias de reforo.

    Neste caso, cabe ao professor dar nfase ao reforo positivo e nas contingncias de

    reforo. Alm disso, ele deve criar situaes nas quais o reforo possa aumentar a

    probabilidade de que o aluno exiba o comportamento que se deseja.

    O estudante tem a possibilidade de ser mais ativo ao aprender, seja na leitura de um

    texto, seja ao trabalhar com uma mquina programada. A verificao imediata;

    respeito ao ritmo prprio dos aprendizes; preocupao com o contedo do ensino.

  • Referncias:

    GLASSMAN, W. E. e HADAD, M. Psicologia: abordagens atuais. Porto Alegre:

    Artmed, 2006.

    MOREIRA, Marco Antonio. Teorias de aprendizagem. So Paulo: EPU, 1999.

    PILO, Jussara M. O ensino de psicologia da educao: limites, desafios e

    contribuies. Tese de doutoramento. So Paulo: PUC-SP, 2002.

    SKINNER, B. F. Cincia e Comportamento humano. 11a. ed. So Paulo: Martins

    Fontes, 2007.