Aula 05

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CONTABILIDADE 1

Prezado aluno,

Esta apostila é a versão estática, em formato .pdf, da disciplina online e contém

todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear do

conteúdo.

Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da

apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você

encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a

respeito de cada item.

Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo.

A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um

momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados

devido a seu valor em relação à temática principal em discussão.

A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você

deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma

mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na

disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produções

audiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel.

Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais

complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas,

artigos, links etc. – para enriquecer seu conhecimento.

Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e

organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu

aprendizado!

Bons estudos!

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CONTABILIDADE 2

Introdução

Na aula anterior aprendemos sobre o conjunto das demonstrações financeiras a

ser elaborado pelas empresas. Você provavelmente já observou em jornais de

grande circulação a publicação de demonstrações contábeis de muitas empresas.

Este fato tem como objetivo a prestação de contas à comunidade dos negócios.

Tais demonstrativos, além de atenderem à legislação, são a base para a empresa

embasar seu planejamento e para que investidores e outros usuários dessas

informações tomem decisões sobre estas empresas.

Nesta aula, serão abordados os índices utilizados para analisar as demonstrações

financeiras, suas interpretações e como produzir os relatórios conclusivos.

Objetivo:

• Discutir sobre os objetivos da análise das demonstrações financeiras.

• Apresentar os métodos e índices de análise das demonstrações

financeiras.

Conteúdo

Análise das demonstrações contábeis

Diversos são os motivos para análise dos demonstrativos contábeis. De acordo

com Bruni (2010), podemos citar:

Planejamento estratégico:

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CONTABILIDADE 3

envolve a necessidade da identificação da estrutura econômica do negócio, da

mensuração da performance das diferentes unidades da empresa e de

competitividade. Faz-se necessário entender o crescimento das vendas e a

evolução da rentabilidade, dos fluxos de caixa e do nível de utilização dos ativos.

Desenvolvimento do plano de negócios:

associado à projeção dos demonstrativos financeiros de projetos, à avaliação da

viabilidade econômica do negócio, com a análise das projeções de fluxo de caixa,

estimativas de valor terminal e obtenção de taxas de desconto ajustada ao risco.

Avaliação do negócio:

envolve a estimativa de um preço para a operação, geralmente por meio de um

fluxo de caixa descontado, da análise de transações comparáveis e de padrões

financeiros.

Análise da competitividade:

associada à estimativa da estrutura do custo para os competidores e à

identificação de restrições financeiras.

Fusões e aquisições:

compreende a busca pela estimativa de um preço de negociação, associadas à

quantificação do valor da decisão estratégica de aquisição. Envolve projeções

sobre o fluxo de caixa combinado e o valor conjunto do negócio, o que também

demanda o cálculo de taxas de desconto e a análise de índices.

Análise de crédito:

preocupa-se com o curto prazo, focando-se na análise de liquidez e do fluxo de

caixa, preocupando-se com uma eventual incapacidade do negócio em honrar

suas obrigações.

Análise de criação de valor:

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CONTABILIDADE 4

enfatiza o longo prazo e se preocupa com a discussão dos efeitos sobre a

rentabilidade do negócio.

Análise horizontal e análise vertical

Vamos agora conhecer de que maneira podemos analisar os demonstrativos

contábeis. Basicamente são utilizados para cálculos o Balanço Patrimonial e a

DRE, todavia, para se chegar a uma análise correta e substancial é necessário

que se observe todo o conjunto de demonstrativos, principalmente as notas

explicativas que, conforme visto, detalha a movimentação das contas, e que

também se faça uma comparação entre dois anos, pelo menos. As análises

horizontal e vertical são a forma mais elementar de se analisar um demonstrativo.

Análise horizontal

Na análise horizontal o ano anterior é tomado como base. Veja como é o cálculo

a ser feito:

Análise vertical

Na análise vertical, o total do ativo ou passivo se estivermos analisando o Balanço

é a receita líquida se a análise for da DRE. Os cálculos a serem feitos são:

As análises horizontal e vertical dão uma ideia inicial sobre a empresa e devem

ser complementadas com os indicadores apresentados a seguir.

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CONTABILIDADE 5

Índices de endividamento

Estes índices ajudam a entender como a empresa financia o seu ativo e sua

dependência de capital de terceiros. Neste contexto é importante ressaltar que o

ativo circulante deve ser financiado por passivos circulante e o ativo considerado

permanente (máquinas, prédios etc.) por passivo de longo prazo.

Participação do capital de terceiros

Participação do capital de terceiros no montante de recursos da empresa. Quanto

maior for o percentual, mais cuidados requer da área financeira. O exigível total

é igual ao passivo circulante + passivo não circulante:

Grau de endividamento

O Grau de endividamento compara o montante de recursos de terceiros com o

de recursos próprios. Para um resultado acima de 1, deve ser analisado a relação

custo/benefício para a utilização de recursos de terceiros. Seu cálculo é:

Composição do endividamento

Composição do endividamento - neste índice analisamos o montante das dívidas

de curto prazo com relação ao total das obrigações. Varia de 0 a 1 e quanto mais

próximo de 1 maiores são as obrigações de curto prazo.

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CONTABILIDADE 6

Análise de endividamento

De acordo com Ching, Marques e Prado, uma análise de endividamento requer a

observação dos seguintes aspectos:

1ª observação

Os itens do ativo circulante, basicamente, estoques e contas a receber, devem

ser financiados por endividamento de curto prazo, isto é, fornecedores, contas a

pagar e empréstimos.

2ª observação

As aplicações de recursos em ativo permanente (por exemplo: modernização do

parque fabril ou aumento do número de lojas de uma rede de fast-food), devem

ser financiadas por recursos de longo prazo (empréstimo e capital) de forma a

propiciar uma perfeita sincronia entre geração de caixa e pagamento de recursos

(empréstimos e dividendos).

3ª observação

A empresa deve ter sempre como meta o alongamento de suas dívidas, visando

aliviar a pressão no caixa em honrar compromissos de curto prazo.

4ª observação

Nada contra a participação de capital de terceiros na estrutura de capital da

empresa, desde que o retorno auferido pelo negócio seja superior ao custo

financeiro dos financiamentos.

5ª observação

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CONTABILIDADE 7

Deve-se sempre ter em mente que uma participação de capital de terceiros muito

elevada em relação ao capital próprio pode tornar a empresa vulnerável a

qualquer imprevisto, pois, em um momento de revés, ela pode ser forçada a se

desfazer de estoques a qualquer preço, a fim de quitar encargos financeiros e o

valor do principal dos empréstimos em aberto, garantindo, dessa maneira, sua

sobrevivência.

Índices de rentabilidade

Os índices de rentabilidade medem o lucro de uma empresa com relação aos

investimentos realizados. Quanto maior este retorno, melhor para a empresa em

termos de geração de valor. Todavia, é necessário avaliar os riscos envolvidos,

pois em geral, são proporcionais às rentabilidades oferecidas. Saiba como

clicando em cada item a seguir:

ROA (return on assets)

Retorno sobre o Ativo – ROA (return on assets):

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CONTABILIDADE 8

Indica eficiência no gerenciamento dos ativos.

ROI (return on investiment)

Retorno sobre o Investimento – ROI (return on investiment):

Indica o retorno para investimentos de médio e longo prazos. O ativo operacional

médio é o total do ativo deduzido do ativo circulante.

ROE (return on equity)

Retorno sobre o PL – ROE (return on equity):

indica o retorno obtido pelos sócios através de seus investimentos.

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CONTABILIDADE 9

Índices de liquidez

Já os índices de liquidez representam a capacidade de a empresa em saldar suas

dívidas. Veja quais são eles clicando em cada um:

Índices de liquidez

1

Liquidez corrente

Indica a capacidade da empresa em saldar suas dívidas de curto prazo. Valores

encontrados maiores que 1 revelam capacidade de honrar tais compromissos.

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CONTABILIDADE 10

2

Liquidez seca

Este índice elimina os efeitos dos estoques que por ventura demorem a serem

vendidos.

3

Liquidez imediata

Considera os recursos advindos do grupo Disponibilidades. Quando encontrado

um valor pequeno acende um alerta no financeiro com relação à quitação de

dívidas também imediatas.

4

Liquidez geral

Analisa a quitação de dívidas de longo prazo e deve ser analisado em conjunto

com a liquidez corrente.

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CONTABILIDADE 11

Índices de lucratividade

Estes índices medem o retorno do lucro sobre a receita de vendas. Veja quais

são eles:

Atenção

É importante ressaltar que lucratividade é diferente de

rentabilidade. O primeiro mede o retorno sobre as vendas e o

segundo representa o retorno sobre o investimento.

Índices de rotação relativos à produção e venda

Os índices de rotação relacionam o Balanço Patrimonial e a DRE exibindo

resultados expressos em períodos de tempo para efeito de prazos de

recebimento, pagamento e movimentação de estoques.

Para melhor representatividade, a empresa deve comparar seus resultados com

empresas semelhantes no setor para avaliar sua competitividade.

Giro dos Estoques

Indica quantas vezes uma compra ou fabricação foi transformada em custo das

vendas. Quanto maior a rotação, melhor a situação da empresa.

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CONTABILIDADE 12

PME

Prazo Médio de Estocagem - Indica quanto tempo uma mercadoria

permanece em estoque no caso do varejo ou quanto tempo uma matéria-

-prima leva para ser transformada em produto. Deve ser utilizado em combinação

com o giro dos estoques e auxilia a empresa a controlar sua operacionalidade e

evitar falhas na reposição.

Giro do contas a receber

Indica quantas vezes se renova o saldo do contas a receber da empresa. Quanto

maior a rotatividade, mais dinâmica é a empresa.

PMR

Prazo médio de recebimento - Indica o tempo médio que a empresa leva para

receber suas vendas e deve ser combinado com o giro do contas a receber.

PMP

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CONTABILIDADE 13

Prazo médio de pagamento - indica o tempo médio entre a aquisição de

mercadorias, ou matéria-prima, e o pagamento ao fornecedor. É utilizado em

combinação com o giro do contas a pagar e estes, juntamente com o prazo médio

de recebimento, auxiliam a empresa na administração dos recursos de curto

prazo.

Giro do contas a pagar

Indica quantas vezes no ano a empresa quita suas dívidas junto aos

fornecedores. O valor das compras é obtido através do valor do estoque inicial

adicionado do custo das vendas e subtraído do estoque final e advém do cálculo

dos estoques (custo das vendas = estoque inicial + compras – estoque final).

Quanto maior a rotatividade menos a empresa é financiada por fornecedores.

Posicionamento relativo e ciclo financeiro (caixa)

O posicionamento relativo correlaciona os prazos de estocagem, recebimento e

pagamento e está diretamente ligado aos índices de liquidez. Quando maior que

1, indica que os investimentos em clientes superam os financiamentos dos

fornecedores.

O ciclo financeiro ou ciclo de caixa se inicia com o pagamento da matéria-prima

ou mercadorias até o recebimento das vendas. O ciclo de caixa indica o tempo

entre o pagamento dos insumos e o recebimento das vendas. O ciclo operacional

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CONTABILIDADE 14

indica o tempo total da empresa entre compra de matéria-prima ou mercadorias

e o recebimento das vendas. O ciclo financeiro é melhor observado na linha do

tempo abaixo:

Índices de rotação do ativo

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CONTABILIDADE 15

Os índices de giro do ativo analisam a relação entre as vendas líquidas e os ativos

da empresa. Quanto maior o valor encontrado maior o potencial de retorno da

empresa. Neste contexto, é sempre bom lembrar que um retorno alto requer

avaliação cuidadosa dos riscos envolvidos. Veja quais são estes índices de rotação

do ativo:

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CONTABILIDADE 16

Análise do capital de giro

Para uma gestão eficiente do capital de giro, alguns pontos devem ser

observados:

• Disponibilidade de matéria-prima e estoque.

• Operação da linha de produção de forma contínua.

• Concessão de crédito aos clientes e cobrança dos atrasados.

• Aproveitamento de vantagens de compra a crédito e descontos por

pagamento antecipado.

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CONTABILIDADE 17

• Gestão de caixa e disponível.

• Pagamento dos funcionários, impostos e demais obrigações em dia.

Método Fleuriet

Uma análise mais eficiente pode ser obtida através do Método Fleuriet que se

baseia em três itens do Balanço Patrimonial: Capital de Giro (CDG), Saldo de

Tesouraria (T) e Necessidade de Capital de Giro (NCG). Conheça um pouco mais

sobre esta análise.

Capital de Giro ou CCL (ativo circulante – passivo circulante):

conhecido como capital circulante líquido consiste no investimento realizado na

empresa para cobrir o espaço de tempo entre o pagamento aos fornecedores e

recebimento dos clientes, denominada gap de caixa ou ciclo financeiro.

Necessidade de Capital de Giro (ativo circulante operacional – passivo

circulante operacional):

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CONTABILIDADE 18

Indica se a empresa necessita de recursos de longo prazo para financiar suas

atividades de curto prazo. A empresa deve percorrer a redução do ciclo

financeiro. O ativo circulante operacional (ACO) compreende os estoques, contas

a receber, PPDD, adiantamentos etc. O passivo circulante operacional (PCO)

compreende os fornecedores, impostos a pagar, salários a pagar, provisões etc.

Em uma situação favorável, temos: CCL > NCG

Saldo de Tesouraria (ativo circulante financeiro – passivo circulante

financeiro):

Uma margem financeira que indica a capacidade da empresa em financiar um

crescimento operacional. O ativo circulante financeiro (ACF) compreende o caixa,

bancos, aplicações financeiras etc. O passivo circulante financeiro (PCF)

compreende os empréstimos e financiamentos de curto prazo etc.

Os 6 tipos de empresas

Analisando em conjunto os três indicadores, podemos observar 6 tipos de

empresas. Para entender cada tipo de empresa, clique na situação de cada uma

delas:

Excelente

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CONTABILIDADE 19

Apresenta folga de recursos financeiros no curto prazo, com saldo de tesouraria

positivo e ciclo financeiro reduzido. O que representa ameaça neste tipo de

empresa é uma queda nas vendas.

Sólida

Neste tipo de empresa o passivo circulante operacional não financia o ativo

circulante operacional que é suprido pela aplicação no ativo circulante financeiro,

garantindo o saldo em tesouraria positivo. Um aumento nas vendas pode elevar

o passivo circulante operacional tornando o saldo em tesouraria negativo.

Insatisfatória

Apresenta um CCL inferior à NCG, tornando o saldo em tesouraria negativo,

ocasionando dependência de empréstimos de curto prazo. À medida que o CCL

e a NCG se distanciam, mais dependente fica a empresa.

Péssima

Este tipo de empresa apresenta um desequilíbrio entre origem e aplicação de

recursos, visto que um CCL negativo indica que a empresa utiliza recursos de

curto prazo para financiar ativos não circulantes. Esta situação ameaça a

expansão da empresa.

Muito Ruim

Esta situação é um pouco melhor que a anterior, visto que existe uma

disponibilidade maior de recursos circulantes operacionais por conta de

fornecedores e impostos a pagar, por exemplo. Havendo uma expansão de

atividades a empresa pode melhorar sua situação financeira.

Alto Risco

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CONTABILIDADE 20

Neste tipo de empresa, há o desvio de recursos de curto prazo para o ativo não

circulante e uma queda nas vendas diminuiria o saldo do passivo operacional que

mantém o saldo em tesouraria positivo.

Alavancagem

O Grau de Alavancagem significa o esforço da empresa em transformar decisão

financeira em lucro. Existem três tipos deles.

1

Grau de Alavancagem Operacional (GAO):

Acontece quando a empresa consegue aumentar sua produção e venda no

referido intervalo, havendo então o aumento da margem de contribuição para

cobrir os gastos fixos e consequente aumento do lucro operacional (Lajir).

No caso da alavancagem operacional, quanto maior o resultado encontrado,

maior o risco, visto que uma redução nas vendas significa uma redução também

na margem de contribuição (MC) que cobre os gastos fixos.

2

Grau de Alavancagem Financeira (GAF):

Indica a rentabilidade do capital investido pelos sócios/acionistas e está

relacionado com as despesas financeiras referentes aos juros incidentes sobre o

capital de terceiros integrante da estrutura de capital da empresa. Quanto maior

o resultado encontrado, maior o risco, visto que uma redução nas vendas significa

um lucro operacional menor para cobrir as despesas financeiras fixas.

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CONTABILIDADE 21

3

Grau de Alavancagem Total:

Reflete o impacto conjunto das alavancagens operacional e financeira medindo

os efeitos dos gastos fixos e das despesas financeiras com juros sobre o lucro

líquido com relação às alterações no volume de produção e vendas.

Valor econômico agregado (EVA)

Em contabilidade, o lucro líquido apurado é obtido após a dedução do custo de

capital de terceiros (juros ou despesas financeiras) referentes a empréstimos,

financiamentos e prazos de fornecedores e não leva em conta o custo do capital

próprio empregado.

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CONTABILIDADE 22

Para determinação da real geração de valor do resultado positivo apurado pela

empresa adota-se o conceito EVA:

Lucro Líquido - CMPC

Para se obter o Custo Médio Ponderado do Capital (CMPC) multiplica-se o valor

do Patrimônio Líquido pelo custo do capital próprio.

EBITDA (Earnings Before Interests Taxes Depreciation and

Amortization)

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CONTABILIDADE 23

Em português, é o lucro antes dos impostos, juros, depreciação e amortização –

Lajida, é uma medida de desempenho representativa da geração de caixa das

atividades operacionais.

Calcula-se:

Resultado líquido do período

(+) Tributos sobre o lucro

(+) Despesas financeiras líquidas das receitas financeiras

(+) Das depreciações, amortizações e exaustões

(=) Ebitda

O cálculo do EBITDA traz mais um índice de lucratividade, a margem EBITDA

(IME):

Uma desvantagem do EBITDA é não considerar os gastos com investimentos no

ativo fixo que consome parte do lucro.

Atenção

Não se deve confundir com fluxo de caixa, pois é o EBITDA é

calculado a partir da Demonstração de Resultados e existem, por

exemplo, parcelas da receita não recebidas.

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CONTABILIDADE 24

Elaboração do relatório de análise contábil

Apenas calcular os índices não é suficiente para se ter informações úteis para

tomada de decisão. Desta forma, para minimizar o erro, deve-se:

• Conhecer previamente a empresa analisada: história, produtos ou

serviços, marca, imagem, nível tecnológico, relacionamento com

instituições financeiras.

• Examinar detalhadamente as notas explicativas para obter informações

adicionais relevantes.

• Conhecer os índices anteriores da empresa para uma análise comparativa.

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CONTABILIDADE 25

• Proceder à análise comparativa dos índices da empresa com os de

concorrentes e com a média do setor, separando por tipos: liquidez,

endividamento, rotatividade e rentabilidade.

• Conhecer os pontos fortes e fracos da empresa através das árvores de

rentabilidade (ROI e ROA) da empresa.

• Analisar o preço da ação em comparação com o lucro da referida ação

para saber as expectativas do mercado com relaçao à empresa.

Atividade proposta

Quando analisamos a Necessidade de Capital de Giro, vemos que uma variação

nas vendas, nos recebimentos pode provocar um aumento da necessidade de

capital de giro. Desta forma, faça a relação entre causa e efeito, relacionando a

coluna da direita com a da esquerda:

1 - Dificuldade de obtenção de matéria-prima/produto

2 - Concessão de maiores prazos, novos produtos

3 - Especulação, redução da demanda

4 - Redução de prazos (oligopólio) escassez de matéria-prima/produtos

5 - Redução nos prazos dos impostos

6 - Novos Concorrentes

(-) Fornecedores

(-) Despesas Provisionadas

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CONTABILIDADE 26

(+) Duplicatas a receber

(-) Adiantamentos a Clientes

(+) Estoques

(+) Adiantamentos e Fornecedores

Chave de resposta: 4, 5, 2, 6, 3, 1

Análise de balanços e investimentos

Ao analisar as demonstrações financeiras das empresas são necessários alguns

cuidados. Qualquer informação isolada dificilmente trará observações relevantes.

Aprenda Mais

Ching, Marques e Prado. CHING,H. Y.; MARQUES, F.; PRADO, L. Contabilidade

e finanças para não especialistas. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,

2010.

Conheça Warren Buffet, o megainvestidor americano que acumulou fortunas ao

desenvolver um método conservador de análise de balanços e investimentos.

Este método, para se escolher os melhores investimentos, é apresentado no livro

Warren Buffet e a análise de balanços.

Referências

BRUNI, A.L. A análise contábil e financeira. São Paulo: Atlas, 2010.

CHING, H.Y.; MARQUES, F.; PRADO, L. Contabilidade e finanças. 3. ed. São

Paulo: Pearson, 2010.

Page 28: Aula 05

CONTABILIDADE 27

Exercícios de fixação

Questão 1

Em uma empresa com Ebitda alto e lucro baixo, qual das alternativas a seguir

não pode ser considerada uma explicação possível para esse fato?

a) Valor alto de depreciação

b) Valor alto de amortização

c) Valor alto de receitas financeiras

d) Alto valor de juros

e) Juros inexistentes

Questão 2

Uma empresa que apresente um aumento no índice de liquidez corrente e uma

redução no índice de liquidez seca tem como fato explicativo:

a) Aumento das vendas

b) Vendas estáveis

c) Redução de fornecedores

d) Aumento dos estoques

e) Redução das vendas

Questão 3

Vamos supor que em uma empresa há um aumento de vendas de 30% e em

contrapartida a conta clientes aumentou apenas 20%. Qual a explicação para

este fato?

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CONTABILIDADE 28

a) Alteração do prazo médio de pagamento

b) O prazo médio de recebimento se manteve estável

c) Houve alteração do prazo médio de estocagem

d) Houve redução do prazo médio de recebimento

e) O prazo médio de recebimento foi aumentado

Questão 4

O estoque inicial de uma empresa é metade do estoque final. Ao analisar esta

situação, podemos dizer que:

a) As compras têm valores menores que o CMV

b) O prazo de estoque é maior que o prazo de pagamento

c) As compras têm valores maiores que o CMV

d) O prazo de estoque é menor que o prazo de recebimento

e) As compras são iguais ao CMV

Questão 5

Qual dos eventos abaixo explica uma redução de ACF (Ativo Circulante

Financeiro)?

a) Recebimento de empréstimo

b) Pagamento de fornecedores

c) Recebimento de clientes

d) Compra a prazo de mercadorias

e) Venda à vista de mercadorias

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CONTABILIDADE 29

Método Fleuriet: Não se trata de um modelo de equilíbrio financeiro, mas de

um método para a gestão operacional e dinâmica da empresa, dando ênfase

maior à liquidez e à gestão dos fluxos de caixa operacionais. Além disso, trata-

se de uma metodologia muito útil para determinar a situação financeira de uma

empresa, pois fornece uma visão sistêmica do impacto das diversas áreas de

decisão na empresa e de suas interações.

Aula 3

Exercícios de fixação

Questão 1 - C

Justificativa: As opções a, b e d reduzem os juros e ao serem extraídos para o

cálculo do Ebitda aumentam o seu valor. Na letra e, se não existe juros, os lucros

se elevam e o Ebitda não se altera em relação a estes.

Questão 2 - D

Justificativa: Os índices de liquidez analisam valores do circulante ativos e

passivos. Então, se há um aumento dos estoques, há aumento do ativo

circulante, numerados os índices de liquidez. Desta forma, haverá aumento no

índice de liquidez corrente de um período para outro. No caso do índice de

liquidez seca que elimina o saldo dos estoques haverá uma redução do seu saldo

de um período analisado para outro.

Questão 3 - D

Justificativa: Mesmo com aumento das vendas a empresa passou a receber em

menos dias, reduzindo o saldo da conta clientes no mesmo período.

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CONTABILIDADE 30

Questão 4 - C

Justificativa: Analisando a fórmula CMV = EI + C – EF, podemos concluir que a

empresa comprou muito e vendeu pouco, restando muito estoque final.

Questão 5 - B

Justificativa: Um pagamento reduz o saldo do caixa e consequentemente do saldo

do ACF.

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CONTABILIDADE 31

Claudia Basilio é mestranda em Economia Empresarial pela Universidade

Cândido Mendes (UCAM), Especialista em Auditoria na Universidade Federal

Fluminense (UFF) e Bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Veiga de

Almeida (UVA). Na área empresarial, possui experiência com contabilização,

contas a pagar e receber, conciliação e consultoria. Atualmente é Coordenadora

Geral dos Cursos de Ciências Contábeis e Gestão Financeira na Universidade

Estácio de Sá, leciona em aulas presenciais e à distância nos cursos de Ciências

Contábeis, Administração, Logística, Marketing e Gestão Financeira (graduação e

pós-graduação). Possui nove anos de experiência no Magistério Superior.

Currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/2186583286681345