Aula 01 - Português - Albert Iglésia

download Aula 01 - Português - Albert Iglésia

of 54

Transcript of Aula 01 - Português - Albert Iglésia

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    1/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 1

    SAUDAES E APRESENTAO PESSOAL

    Seja bem-vindo(a) a este curso de exercciospara o concurso

    do Ministrio Pblico da Unio (MPU).

    Permita-me uma breve apresentao. Sou o professor Albert

    Iglsia, formado em Letras (Portugus/Literatura) pela Universidade de

    Braslia (UnB) e ps-graduado em Lngua Portuguesa pelo Departamento de

    Ensino e Pesquisa do Exrcito Brasileiro em parceria com a UniversidadeCastelo Branco. Ministro aulas de Lngua Portuguesa desde o ano de 2001.

    Iniciei minhas atividades docentes no Rio de Janeiro meu estado de

    origem. Desde 2004 moro em Braslia, onde dou aulas de gramtica,

    interpretao de texto e redao oficial voltadas para concursos pblicos.

    Durante quase seis anos estive cedido Casa Civil da Presidncia da

    Repblica, onde atuei no setor de capacitao de servidores e ministrei

    cursos de atualizao gramatical e redao oficial. Integro o quadro de

    instrutores da Esaf e recentemente lecionei o curso de Redao de

    Correspondncias Oficiais e Atualizao Gramatical para auditores fiscais e

    analistas tributrios da Receita Federal. Aqui no Ponto j participei de

    diversos trabalhos. Em 2010, por exemplo, j me envolvi com os seguintes

    preparatrios: CGU, Susep, Anvisa, Incra, TCM-CE, TCU, MinC, MPOG, DPU,

    MPU, Seplag-RJ, Tribunais (FCC), TJSP. Meu endereo eletrnico

    [email protected]. Sempre que precisar, faa contato

    comigo. Se eu no lhe responder imediatamente, provvel que esteja

    envolvido com aulas ou at mesmo esclarecendo outras dvidas dos demais

    alunos.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    2/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 2

    LNGUA PORTUGUESA E O CONCURSO DO MPU

    Quem se submeteu ao ltimo concurso do MPU se lembra de que

    a banca examinadora foi a Fundao Carlos Chagas (FCC). Caso voc tenha

    interesse, a prova comentada por mim e por outros excelentes professores

    est disponvel no stio do Ponto.

    O concurso deste ano, porm, ser organizado pelo Cespe, que

    acabou de lanar o edital. Isso nos d condies de desenvolver um trabalhobem especfico, permite-nos um estudo seguro e direcionado. Eis abaixo o

    programa de Lngua Portuguesa que estudaremos aqui:

    1 Compreenso e interpretao de textos. 2 Tipologia textual. 3

    Ortografia oficial. 4 Acentuao grfica. 5 Emprego das classes de

    palavras. 6 Emprego do sinal indicativo de crase. 7 Sintaxe da orao e

    do perodo. 8 Pontuao. 9 Concordncia nominal e verbal. 10

    Regncia nominal e verbal. 11 Significao das palavras.

    Como de costume, nossa disciplina ficou no grupo

    Conhecimentos Bsicos, que abrange mais quatro disciplinas e contar

    com sessenta itens para serem julgados certos ou errados. De acordo

    com a importncia que o Cespe atribui s provas de portugus, creio que a

    do MPU trar no menos do que 25 itens.

    O CURSO QUE PROPONHO

    Este curso de exerccios se dividir em cinco aulas. O

    contedo programtico est assim distribudo:

    Aula 1 Ortografia, seleo vocabular e acentuao grfica;

    Aula 2 Emprego das classes de palavras;

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    3/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 3

    Aula 3 Regncia; crase; texto (tipologia, compreenso e

    interpretao)

    Aula 4 Sintaxe da orao e do perodo;

    Aula 5 Pontuao e sintaxe de concordncia.

    Graas a Deus voc ficou livre de redao de correspondncias

    oficiais (matria que vem sendo cobrada pela banca com frequncia) e ter

    mais de tempo para se dedicar a outra disciplina.Utilizarei questes de provas elaboradas anteriormente

    pelo Cespepara direcionar os nossos estudos. Reproduzirei os textos e os

    itens (ser respeitada a grafia original dos enunciados) que tratam do(s)

    assunto(s) abordado(s) em cada aula. Como a instituio tem o costume de

    usar um mesmo texto para, a partir dele, apresentar vrias assertivas,

    natural que eu tenha de repetir o mesmo texto (ou fragmento dele) na

    explicao do contedo de outras aulas. Portanto, no estranhe se isso

    acontecer. O procedimento puramente didtico. Dessa forma, pretendo

    aproximar voc futuro servidor do MPU daquilo que vem sendo exigido

    pelo Cespe/UnB acerca de determinado assunto da Lngua Portuguesa em

    concursos pblicos.

    Ressalto que, em um curso de exerccios, importante que o

    aluno tenha um conhecimento prvio e razovel dos temas que estudar,

    pois a parte terica ainda que no seja negligenciada, obviamente no

    constitui a nfase do curso.

    Espero que aproveite cada explicao e cada exemplo da melhor

    forma possvel. Suplico que voc interaja comigo por meio de mensagens

    eletrnicas no frum de discusso. A sua participao fundamental para o

    bom rendimento do curso. No mais, vamos ao que interessa, pois as provas

    j esto marcadas: 11 e 12/9/2010.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    4/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 4

    possvel que, a essa altura, algum tenha se perguntado: E o

    novo Acordo Ortogrfico?. Sim, ele j deu o que falar! Alis, em outra

    ocasio o Cespe/UnB tambm se manifestou sobre o assunto. Em matria

    publicada dia 28 de dezembro de 2008, o jornal Correio Braziliensenoticiou

    que, nas provas do Cespe/UnB, A nova ortografia vai aparecer a partir de

    janeiro de 2009 nos enunciados e provas objetivas [grifo nosso]. Nas

    discursivas, o candidato ter at 2012 para se adaptar. Diante disso, quero

    alert-lo sobre a possibilidade (ainda que remota) de o Cespe/UnB inserir na

    sua prova alguns itens sobre as novas regras ortogrficas da Lngua

    Portuguesa (ressalte-se que at a presente data isso no ocorreu).

    Como muito material sobre o tema j foi veiculado em jornais,

    revistas, internet, livros escolares etc., creio que as novas regras no sejam

    mais novidades para muitos concurseiros. Mesmo assim, importante

    atentar parar alguns pontos do novo Acordo: a excluso do trema, apermanncia do acento diferencial nas formas verbais TM e VM, a

    excluso do acento nos ditongos EU, EI e OI quando formarem a slaba

    tnica de palavras paroxtonas e a eliminao do acento dos hiatos EE e OO.

    As provas trazem poucas questes sobre ortografia, seleo

    vocabular, significao das palavras e acentuao grfica. Aquelas

    que aparecem versam, quase sempre, sobre significao das palavras e

    acentuao das formas verbais TM e VM. Por isso tentarei ser o maisobjetivo possvel em minhas explicaes. Aqui, a inteno direcion-lo ao

    que aparece nas provas elaboradas pelo Cespe, por meio de exerccios

    especficos.

    (...)

    22 Os grandes lderes de mercado parecem ainda ter

    dificuldade para entender o que est acontecendo de fato. Odiscurso e a prtica dessas empresas ainda esto baseados em

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    5/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 5

    25 modelos ultrapassados, que veem os custos ainda da maneira

    tradicional, deixando as externalidades para a sociedade.

    E mais, no so apenas os grandes lderes do setor

    28 privado que demonstram essa dificuldade. Uma manchete

    recente em um grande jornal dirio mostra que pesquisadores

    e jornalistas tambm no entenderam as oportunidades que

    31 esto surgindo a partir das transformaes que estamos

    vivendo. Eis o ttulo da matria: S estagnao econmica

    pode reduzir aquecimento global, diz estudo.

    (...)

    Ricardo Young. Mudanas no consumo. In: CartaCapital,26/2/2010. Internet: (com adaptaes).

    1. (Cespe/AGU/Administrador/2010) O trecho a partir das (l.31) poderiaser substitudo, sem prejuzo sinttico ou semntico ao texto, por um

    dos termos a seguir:por razo das, em consequncia das, com as.

    Comentrio De acordo com o texto, as oportunidades (l. 30) so o

    efeito das transformaes que estamos vivendo (l. 31-32). Essa ideia

    corroborada pela expresso a partir das, que ajuda a expressar essa noo

    de causa (ou motivo, razo) e consequncia (ou efeito). No h prejuzo

    sinttico ou semntico ao texto devido s mudanas propostas. Vamos

    reescrever a passagem e tirar a dvida: ...pesquisadores e jornalistas tambm no entenderam

    as oportunidades que esto surgindo por razo das transformaes que

    estamos vivendo.

    ...pesquisadores e jornalistas tambm no entenderam

    as oportunidades que esto surgindo em consequncia das

    transformaes que estamos vivendo.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    6/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 6

    ...pesquisadores e jornalistas tambm no entenderam

    as oportunidades que esto surgindo com as transformaes que estamos

    vivendo.

    Resposta Item certo.

    2. (Cespe/AGU/Administrador/2010) Na linha 22, o deslocamento dovocbulo ainda para imediatamente antes da forma verbal parecem

    ainda parecem alteraria a ideia original do vocbulo substitudo,

    que passaria a significar tambm.

    Comentrio O significado do vocbulo ainda o mesmo; ele no se

    altera por causa da mudana proposta pela banca. A ideia, j presente no

    texto original, a seguinte: as empresas no esto preparadas para

    enfrentar as mudanas que esto em curso atualmente e tambm(ainda)

    parecem ter dificuldade para entender o que est acontecendo de fato.Resposta Item errado.

    (...)

    O planejamento caiu em descrdito com a queda do

    16 Muro de Berlim, a imploso da Unio Sovitica e a

    contrarreforma neoliberal baseada no mito dos mercados quese autorregulam. Seria ingnuo pensar que esse mito

    19 desapareceu com a recente crise, mas, que ele est mal das

    pernas, est. Chegou, portanto, o momento de reabilitar e

    atualizar o planejamento. At Jeffrey Sachs diretor do Earth

    22 Institute, da Columbia University, em Nova Iorque, e

    conselheiro do secretrio-geral das Naes Unidas

    pronuncia-se em favor de um planejamento flexvel a longo

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    7/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 7

    25 prazo, voltado para o enfrentamento dos trs desafios

    simultneos da segurana energtica, segurana alimentar e

    reduo da pobreza, buscando uma cooperao tripartite entre

    28 os setores pblico e privado e a sociedade civil.

    (...)

    34 O fenomenal crescimento da economia mundial no

    decorrer dos dois ltimos sculos, baseado no uso das energias

    fsseis, provocou um aquecimento global de consequncias

    37 deletrias e, em parte, irreversveis. Seria, no entanto, um erro

    considerar que o clima a bola da vez e as urgncias sociais

    podem esperar. Em 2007, existiam, no Brasil, 10,7 milhes de

    40 indigentes e 46,3 milhes de pobres. E, enquanto os latifndios

    de mais de mil hectares 3% do total das propriedades rurais

    do Brasil ocupam 57% das terras agriculturveis,43 4,8 milhes de famlias sem-terra esto espera do cho para

    plantar.

    (...)

    Ignacy Sachs. Voltando ao planejamento.Internet: (com adaptaes).

    3. (Cespe/Aneel/Cargos de Nvel Superior/2010) O sentido da expressomal das pernas (l.19-20), caracterstica da oralidade, seria

    prejudicado caso se substitusse mal por mau.

    Comentrio Em linguagem figurada, a expresso nos comunica que o

    mito dos mercados que se autorregulam est desacreditado, j no produz

    o mesmo efeito, sua sustentabilidade est abalada, enfraquecida.

    O vocbulo mal, no contexto, o contrrio de bem

    (advrbio) e nopode ser trocado por mau, antnimo de bom (adjetivo).

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    8/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 8

    Leia um pouco mais a respeito do emprego desses

    vocbulos:

    MALx MAUa) Ela se houve m a l na prova. (advrbio de modo,

    contrrio de bem, refere-se a um verbo)

    b) M a l entrou, os portes foram fechados. (conjuno

    subordinativa adverbial, equivale-se a quando, indica circunstncia de

    tempo)

    c) Apesar do m a utempo, foi praia. (adjetivo, refere-se a

    um substantivo, contrrio de bom)

    ATENO! Quero que voc perceba que o vocbulo MAL no possui a

    mesma classificao gramatical nas alternativas a) e b). Isso

    importante porque a banca examinadora pode sugerir o contrrio. OCespe/UnB, por exemplo, pode selecionar duas frases de um texto em que

    esses vocbulos aparecem, destac-los e formular a seguinte assertiva:

    Nas linhas X e Y, os vocbulos em destaque possuem a mesma

    classificao gramatical. Muito cuidado antes de responder. Como

    vimos anteriormente, isso nem sempre ser verdade.

    Resposta Item certo.

    4. (Cespe/Aneel/Cargos de Nvel Superior/2010) O termo consequnciasdeletrias (l.36-37) significa resultados que no podem ser

    apagados, alterados.

    Comentrio No adianta resmungar. Tem hora que o examinador abre o

    dicionrio e de l retira uma palavra (que quase ningum usa) para montar

    uma questo de prova. Literalmente, o adjetivo deletriosignifica algo que

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    9/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 9

    prejudica a sade, insalubre; que destri, causa dano. Figuradamente,

    indica aquilo que corrompe, que degradante.

    Resposta Item errado.

    Breve histrico

    A idia de criao de um Tribunal de Contas surgiu, pela primeira

    vez no Brasil, em 23 de junho de 1826, com a iniciativa de FelisbertoCaldeira Brandt, Visconde de Barbacena, e de Jos Incio Borges, que

    apresentaram projeto de lei nesse sentido ao Senado do Imprio. As

    5 discusses em torno da criao de um Tribunal de Contas durariam

    quase um sculo, polarizadas entre aqueles que defendiam a sua

    necessidade para quem as contas pblicas deviam ser examinadas

    por rgo independente e aqueles que a combatiam, por

    entenderem que as contas pblicas podiam continuar sendo

    10 controladas por aqueles mesmos que as realizavam.

    Originariamente o Tribunal teve competncia para exame,

    reviso e julgamento de todas as operaes relacionadas com a receita

    e a despesa da Unio. A fiscalizao fazia-se pelo sistema de registro

    prvio. A Constituio de 1891 institucionalizou o Tribunal e conferiu-

    15 lhe competncias para liquidar as contas da receita e da despesa e

    verificar a sua legalidade, antes de serem prestadas ao Congresso

    Nacional.

    Pela Constituio de 1934, o Tribunal recebeu, entre outras, as

    seguintes atribuies: proceder ao acompanhamento da execuo

    20 oramentria, registrar previamente as despesas e os contratos, julgar

    as contas dos responsveis por bens e dinheiro pblicos, assim como

    apresentar parecer prvio sobre as contas do Presidente da Repblica,para posterior encaminhamento Cmara dos Deputados. Com

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    10/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 10

    exceo do parecer prvio sobre as contas presidenciais, todas as

    25 demais atribuies do Tribunal foram mantidas pela Carta de 1937. A

    Constituio de 1946 acresceu um novo encargo s competncias da

    Corte de Contas: julgar a legalidade das concesses de

    aposentadorias, reformas e penses.

    A Constituio de 1967, ratificada pela Emenda Constitucional

    30 n 1, de 1969, retirou do Tribunal o exame e o julgamento prvio dos

    atos e dos contratos geradores de despesas, sem prejuzo da

    competncia para apontar falhas e irregularidades que, se no

    sanadas, seriam, ento, objeto de representao ao Congresso

    Nacional.

    35 Eliminou-se, tambm, o julgamento da legalidade de concesses

    de aposentadorias, reformas e penses, ficando a cargo do Tribunal,

    to-somente, a apreciao da legalidade para fins de registro. Oprocesso de fiscalizao financeira e oramentria passou por

    completa reforma nessa etapa. Como inovao, deu-se incumbncia

    40 Corte de Contas para o exerccio de auditoria financeira e oramentria

    sobre as contas das unidades dos trs poderes da Unio, instituindo-

    se, desde ento, os sistemas de controle externo, a cargo do

    Congresso Nacional, com auxilio da Corte de Contas, e de controle

    interno, este exercido pelo Poder Executivo e destinado a criar45 condies para um controle externo eficaz.

    Finalmente, com a Constituio de 1988, o Tribunal de Contas da

    Unio (TCU) teve a sua jurisdio e a sua competncia

    substancialmente ampliadas. Recebeu poderes para, no auxlio ao

    Congresso Nacional, exercer a fiscalizao contbil, financeira,

    50 oramentria, operacional e patrimonial da Unio e das entidades da

    administrao direta e indireta, quanto legalidade, legitimidade e

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    11/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 11

    economicidade, e a fiscalizao da aplicao das subvenes e da

    renncia de receitas. Qualquer pessoa fsica ou jurdica, pblica ou

    55 privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre

    dinheiros, bens e valores pblicos ou pelos quais a Unio responda, ou

    que, em nome desta, assuma obrigaes de natureza pecuniria tem o

    dever de prestar contas ao TCU.

    Conhea o TCU. Internet:.

    Acesso em 10/4/2005 (com adaptaes).

    5. (Cespe/TCU/ACE/2005) correta a forma variante de grafia dovocbulo projeto de lei (l. 4) com hfen.

    Comentrio Ligam-se por hfen os elementos das palavras compostas em

    que se mantm a noo da composio, isto , os elementos das palavras

    compostas que mantm a sua independncia fontica, conservando cada um

    a sua prpria acentuao, porm formando o conjunto perfeita unidade desentido. No o que se verifica no vocbulo analisado. A expresso de lei

    locuo adjetiva que caracteriza o substantivo projeto.

    Resposta Item errado.

    6. (Cespe/TCU/ACE/2005)O vocbulo de que se derivaram formas comopolar, polarizar, polarizadas (l. 6) tem acento diferencial.

    Comentrio D origem a essas palavras o vocbulo plo(extremidade de

    algo), escrito com acento agudo diferencial de intensidade, que estabelece

    distino entre o substantivo que nomeia e a preposio polo (contrao

    entre a preposio pore o artigo o). Frise-se que o novo Acordo aboliu este

    tipo de acento. Manteve-o, porm, no verbo pr para diferenci-lo da

    preposio por.

    Resposta Item certo.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    12/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 12

    7. (Cespe/TCU/ACE/2005) Em ratificada pela Emenda (l. 29), o verbosignifica validada.

    Comentrio A forma verbal ratificada (particpio) tem por sinnimo as

    palavras confirmada, validada. importante que vocs no confundam

    essa palavra com seu parnimo retificada, que significa corrigida,

    consertada.

    Resposta Item certo.

    8. (Cespe/TCU/ACE/2005) Os vocbulos prejuzo (l. 31) e atraacentuam-se atendendo mesma regra.

    Comentrio Apesar de a primeira ser uma paroxtona e a segunda uma

    oxtona, ambas recebem acento pela mesma razo. A vogal I, que forma

    hiato com as vogais U e A, constitui a slaba tnica das palavras em

    destaque. Note que ela est sozinha na slaba. Caso viesse acompanhada de

    qualquer letra diferente de S (ju-iz), ou seguida de NH (ra-i-nha), no

    receberia acento.

    Resposta Item certo.

    9. (Cespe/TCU/ACE/2005) O vocbulo eficaz (l. 45) tem nuanassignificativas que o diferenciam do vocbulo efetivo.

    Comentrio Ressalte-se que essas palavrinhas no so sinnimas. A

    primeira significa o atributo de algo que tem a virtude ou o poder de

    produzir, em condies normais e sem carecer de outro auxlio, determinado

    efeito. A segunda, tambm adjetivo, diz-se daquilo que capaz de

    produzir um efeito real, permanente.

    Resposta Item certo.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    13/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 13

    Quem so esses senhores

    (...)

    Antes de Pitgoras, era necessrio que duas vacas e dois

    bois se apresentassem diante do comerciante para que ele pudesse

    7 concluir que duas vacas mais dois bois perfaziam um total de

    quatro animais. Se vacas e bois, cansados de ser contados,

    resolvessem pastar no campo, as aritmticas dos comerciantes

    10 desmaiariam.

    (...)

    Ns queremos a Paz, no a Guerra! Queremos Paz, sim,

    mas nunca a Passividade! Queremos conter a metstase da

    40 globalizao.

    Augusto Boal. Revista Caros Amigos, n 47, fev./2001, p.10 (com adaptaces).

    10. (Cespe/TCU/ACE/2005) No texto, so exemplos de expresses desentido conotativo, as quais seriam inadequadas para compor um texto

    tcnico: as aritmticas dos comerciantes desmaiariam (l. 9-10);

    Queremos conter a metstase da globalizao (l. 39-40).

    Comentrio A linguagem conotativa tem significado subjetivo, figurado,

    abstrato e depende do contexto. Pode muito bem ser utilizada em letras de

    msica, anncios publicitrios, conversa do dia a dia e at em textos cujo

    autor tem a inteno de se aproximar da linguagem informal etc. Mas nunca

    deve ser empregada na elaborao de uma redao tcnica. Nesses casos, a

    linguagem dever ser a denotativa.

    Resposta Item certo.

    A montanha mgica

    1 No incio de 2005, muito ouvimos falar de Davos um lugar na Sua onde se reuniram os luminares de todo o

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    14/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 14

    mundo para discutir as ansiedades que nos paralisam e as

    4 perplexidades que nos mobilizam.

    Por coincidncia, Davos tambm o cenrio onde se

    monta a ao de um famoso romance escrito por Thomas

    7 Mann, A Montanha Mgica. O romance de 1924 e

    descreve a vida de um grupo de personagens doentes que, no

    princpio do sculo, se instalaram no Sanatrio Berghof,

    10 procurando recuperar a sade.

    Um mundo enfermo foi de novo a Davos procurando

    diagnosticar seus males e ali, em sucessivos e variados

    13 seminrios, se indagou onde estaria a cura dos males de nossa

    civilizao. L estavam Tony Blair, Lula e os presidentes de

    dezenas de pases desimportantes. L estavam Bill Gates e os

    16 gerentes de agncias financiadoras de todo o mundo. Lestava at Sharon Stone recolhendo US$1 milho para as

    desgraas na Tanznia. Enfim, l estava uma amostra da

    19 sociedade atual, ou melhor, l estavam os pajs das diversas

    tribos de nossa sociedade eletrnica tentando exorcizar as

    doenas da comunidade.

    22 A Montanha Mgica um romance muito antigo.

    Mas, sendo antigo, de repente, atual, por causa da metforaviva que contm e que os sbios do Frum Econmico

    25 Mundial ressuscitaram. Que mgica se pode fazer na

    montanha de dinheiro acumulado pelo hipercapitalismo para

    sanar os males que corroem as vsceras de nossa comunidade?

    28 Penso se o mundo no foi sempre um sanatrio em Davos.

    Affonso Romano de Santanna, Correio Braziliense, 6/2/2005 (com adaptaes).

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    15/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 15

    11. (Cespe/TCU/ACE/2005) No texto, o vocbulo pajs (l. 19), empregadoem sentido denotativo, significa presidentes de pases.

    Comentrio Preliminarmente, precisamos conhecer o significado da

    palavra paj: indivduo que faz as vezes de benzedeiro ou curandeiro nas

    sociedades indgenas. Observe que tal palavra surge no mesmo perodo em

    que se emprega o vocbulo exorcizar (ao realizada por meio de orao

    ou cerimnia religiosa para esconjurar espritos malignos). Note ainda que alinha argumentativa do pargrafo em que surgem esses vocbulos fala de

    um mundo enfermo tentando diagnosticar seus males e obter a cura

    deles. Atribuir a paj o significado de presidentes de pases extrapolar

    o seu campo semntico. Caso fosse essa a inteno do autor do texto, a

    palavra apropriada seria cacique (chefe, lder de comunidade indgena). E

    mesmo assim a questo continuaria errada, pois no enunciado est escrito

    sentido denotativo.Resposta Item errado.

    12. (Cespe/TCU/ACE/2005) De acordo com a linha argumentativa do textoIII, o vocbulo sanatrio (l. 28) poderia corretamente ser substitudo

    pelo sinnimo hospcio.

    Comentrio O vocbulo sanatrio significa estabelecimento destinado

    ao internamento de doentes submetidos a regime curativo de repouso e est

    em perfeita relao semntica com o segundo pargrafo do texto. O

    emprego da palavra hospcio denotaria asilo de loucos; hospital de

    alienados; manicmio.

    Resposta Item errado.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    16/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 16

    Desenvolvimento, ambiente e sade

    1 No documento Nosso Futuro Comum, preparado,

    em 1987, pela Comisso Mundial sobre Meio Ambiente e

    Desenvolvimento das Naes Unidas, ficou estabelecido,

    4 pela primeira vez, novo enfoque global da problemtica

    ecolgica, isto , o das inter-relaes entre as dimenses

    fsicas, econmicas, polticas e socioculturais. Desde ento,

    7 vm se impondo, entre especialistas ou no, a compreenso

    sistmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e

    a necessidade de uma mudana nos comportamentos

    10 predatrios e irresponsveis, individuais e coletivos, a fim de

    permitir um desenvolvimento sustentvel, capaz de atender

    s necessidades do presente, sem comprometer a vida futura

    13 sobre a Terra.(...)

    Paulo Marchiori Buss. tica e ambiente. In: Desafios ticos, p. 70-1 (com adaptaes).

    13. (Cespe/TCU/ACE/2007) A retirada do acento circunflexo na formaverbal vm (l. 7) provoca incorreo gramatical no texto porque o

    sujeito a que essa forma verbal se refere tem dois ncleos:

    compreenso (l. 7) e necessidade (l. 9).

    Comentrio Rigidamente, a forma verbal vm (terceira pessoa do plural

    do presente do indicativo) deve receber acento circunflexo diferencial de

    nmero. Seu sujeito composto (a compreenso sistmica do ecossistema

    hipercomplexo em que vivemos e a necessidade de uma mudana nos

    comportamentos predatrios e irresponsveis). Os ncleos desse tipo de

    sujeito esto corretamente indicados no item em anlise. Acontece, porm,

    que o verbo pode concordar atrativamente com o ncleo mais prximo(compreenso: terceira pessoa do singular) quando vier anteposto ao

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    17/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 17

    sujeito. Assim sendo, a forma verbal vem no prejudicaria a correo

    gramatical do texto, por se tratar de um caso de concordncia atrativa.

    Resposta Item errado.

    1 Num pas territorialmente gigante, em que a censura

    restringe o acesso rede para milhes de usurios, a Internet

    tende a se tornar a ferramenta de maior integrao nacional ao

    4 aproximar moradores urbanos e rurais, que falam dialetos

    variados, mas que tm apenas um tipo de escrita. A China ganha

    100 novos internautas por minuto. o segundo pas com mais

    7 usurios on-line no mundo cerca de 162 milhes , atrs

    apenas dos Estados Unidos da Amrica (EUA), onde h quase

    200 milhes.

    Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adaptaes).

    14. (Cespe/TCU/TCE/2007) A palavra tm (l. 5) acentuada porque estno plural para concordar com moradores (l. 4).

    Comentrio Voc ir perceber o quanto frequente questes envolvendo

    a acentuao das formas verbais TM e VM. Neste item, o verbo em foco

    escrito com acento circunflexo diferencial de nmero para concordar com o

    substantivo plural moradores, que foi substitudo pelo pronome relativo

    que, seu representante semntico. Lembre-se de que o mesmo verbo

    deveria ser escrito sem acento diferencial caso o substantivo moradores

    estivesse no singular: morador.

    Resposta Item certo.

    O avano da publicidade na Internet

    1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quasetriplicaram no Brasil. A expanso se deve elevao do nmero de

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    18/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 18

    3 usurios, das conexes em banda larga e do tempo de conexo. Por

    ms, os brasileiros passam, em mdia, 22 horas e 43 minutos na rede.

    5 Apesar do crescimento, a Internet s detm 2% do mercado

    publicitrio do pas.

    Veja, 4/7/2007 (com adaptaes).

    15. (Cespe/TCU/TCE/2007) Preservam-se a coerncia textual e a correogramatical da orao ao se substituir elevao (l. 2) por aumento.

    Comentrio Coerncia textual diz respeito ao significado do texto, que

    obtido por meio da relao existente entre as palavras, as frases, os

    perodos e os pargrafos do texto. Em relao a esse aspecto, a substituio

    proposta no gera prejuzo, pois os vocbulos elevao e aumento so

    sinnimos. O problema surge em relao correo gramatical, isto , em

    relao articulao sinttica entre os elementos que compem o texto.

    Faamos a substituio proposta pela banca examinadora: A expanso se

    deve a u m e n t o do nmero... O emprego do substantivo aumentodeve vir

    acompanhado do artigo definido o, que deve se combinar com a preposio

    aexigida pela regncia do verbo que a antecede, fazendo surgir ao.

    Resposta Item errado.

    16. (Cespe/TCU/TCE/2007) Respeita as regras gramaticais e a coernciadas informaes entre o grfico I1 e o texto verbal a seguinte

    afirmao: Os 43% dos usurios de banda larga detm os maiores

    gastos publicitrios no perodo de 2003 2007.

    Comentrio Observe a grafia da forma verbal detm, oxtona terminada

    por EM. O emprego do acento agudo indica que o sujeito desse verbo deve

    ser representado pela terceira pessoa do singular (ele ou ela). Mas ser que

    1Desconsidere o grfico I, pois ele no necessrio para a resoluo deste item.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    19/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 19

    isso mesmo que acontece? No!!! Analise atentamente o perodo e note

    que o sujeito a expresso Os 43% dos usurios de banda larga, que

    corresponde terceira pessoa do plural (eles).

    Ainda h outro problema gramatical no perodo. Agora,

    envolvendo o acento indicativo de crase na expresso no perodo de 2003

    2007. Para no fugirmos do foco desta aula, no comentarei esse fato aqui.

    Mas sim na aula especfica sobre o assunto.

    Resposta Item errado.

    1 Falei de esquisitices. Aqui est uma, que prova ao

    mesmo tempo a capacidade poltica deste povo e a grande

    observao dos seus legisladores. Refiro-me ao processo

    4 eleitoral. Assisti a uma eleio que aqui se fez em fins de

    novembro. Como em toda a parte, este povo andou em buscada verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,

    7 porm, diante de vcios e paixes, que as leis no podem

    eliminar. Vrios processos foram experimentados, todos

    deixados ao cabo de alguns anos. curioso que alguns deles

    10 coincidissem com os nossos de um e de outro mundo. Os

    males no eram gerais, mas eram grandes. Havia eleies

    boas e pacficas, mas a violncia, a corrupo e a fraude13 inutilizavam em algumas partes as leis e os esforos leais dos

    governos. Votos vendidos, votos inventados, votos destrudos,

    era difcil alcanar que todas as eleies fossem puras e

    16 seguras. Para a violncia havia aqui uma classe de homens,

    felizmente extinta, a que chamam pela lngua do pas,

    kapangas ou kapengas. Eram esbirros particulares,

    19 assalariados para amedrontar os eleitores e, quando fosse

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    20/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 20

    preciso, quebrar as urnas e as cabeas. s vezes quebravam

    s as cabeas e metiam nas urnas maos de cdulas. Estas

    22 cdulas eram depois apuradas com as outras, pela razo

    especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum

    pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram

    25 dados pela vontade soberana do pas. A corrupo era menor

    que a fraude; mas a fraude tinha todas as formas. Enfim,

    muitos eleitores, tomados de susto ou de descrena, no

    28 acudiam s urnas.

    Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.

    Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

    17. (Cespe/TSE/Analista Judicirio/Administrador/2007) De acordo com otexto, os vocbulos corrupo e fraude (l. 12, 25 e 26) esto sendo

    empregados como sinnimos.

    Comentrio Observe que o autor estabelece um comparao entre os

    dois vocbulos na seguinte passagem: A corrupo era menor que a

    fraude; mas a fraude tinha todas as formas. Esse fato j suficiente para

    que entendamos que as palavras esto sendo usadas com valores

    semnticos diferentes. Se no fosse assim, a comparao seria incoerente.

    Resposta Item errado.

    (...)

    A lei chegou. Assisti s suas estrias, e ainda me

    lembro que na minha seo ouviam-se voar as moscas. Um

    19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que

    estava entusiasmado com a diferena entre aquele sossego e

    os tumultos do outro mtodo. Eu, tambm por sinais, achei

    22 que tinha razo, e contei-lhe algumas eleies antigas. Nisto

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    21/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 21

    o secretrio comeou a suspirar flebilmente os nomes dos

    eleitores. Presentes, posto que censitrios, poucos. Os

    25 chamados iam na ponta dos ps at urna, onde depositavam

    uma cdula, depois de examinada pelo presidente da mesa;

    em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relao

    28 dos eleitores, saam com as cautelas usadas em quarto de

    moribundo. A convico que se tinha achado a panacia

    universal.

    Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.

    18. (Cespe/TSE/Analista Judicirio/Administrador/2007) A palavrapanacia (l. 29) significa estratgia, mtodo.

    Comentrio O substantivo panacia (ou panaceia, conforme o novo

    Acordo Ortogrfico) significa remdio para todos os males.

    Resposta Item errado.

    1 Uma antiga preocupao dos legisladores do

    passado era a de assegurar o direito dos povos de manter

    os costumes da terra. Assim fizeram os romanos com os

    4 municpios e as provncias, que se autogovernavam em

    troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expanso

    de seu poder. Era de tal forma o respeito a essa autonomia

    7 relativa que, em certo momento do regime cruel de

    Tibrio, as eleies chegaram a ser suspensas em Roma,

    mas se mantiveram nas provncias.

    10 Muitos defendem o federalismo, quando se

    encontram na oposio, mas dele se esquecem quando

    chegam ao governo. Os municpios, manietados pela falta13 de recursos prprios, reclamam pela ajuda dos governos

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    22/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 22

    dos estados e da Unio, quando deveriam articular-se em

    busca de seus direitos de tributao direta e de autonomia

    16 poltica.

    Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 24/11/2006.

    19. (Cespe/TSE/Analista Judicirio/Administrador/2007) A palavramanietados (l. 12) est sendo empregada com o sentido de

    mobilizados.Comentrio O adjetivo manietados significa: de mos amarradas,

    tolhido de fazer algo, imobilizado. Possui, pois, significado contrrio

    (antnimo) ao do adjetivo mobilizados: pr-se em ao para uma tarefa,

    movimentar-se.

    Resposta Item errado.

    1 Ns, chefes de Estado e de Governo dos 21

    pases ibero-americanos, reunidos na XIII Conferncia

    Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra,

    4 Bolvia, reiteramos o nosso propsito de continuar a

    fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Naes

    como frum de dilogo, cooperao e concertamento

    7 poltico, aprofundando os vnculos histricos e culturais

    que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as

    caractersticas prprias de cada uma das nossas mltiplas

    10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma

    unidade na diversidade.

    (...)

    Na trilha de Salvador: a incluso social pela via do trabalho decente.

    Braslia: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptaes).

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    23/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 23

    20. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) De acordo com as regras deacentuao grfica da lngua portuguesa, a palavra ibero-americanos

    (l. 2) tambm poderia ser corretamente escrita da seguinte forma:

    bero-americanos.

    Comentrio A palavra ibero paroxtona terminada em o; por isso

    no recebe acento. Ela no possui dupla prosdia, ou seja, no h variao

    da slaba tnica como em acrobata (paroxtona) ou acrbata(proparoxtona) para justificar sua pronncia como uma proparoxtona.

    Resposta Item errado.

    1 O poder poltico produto de uma conveno, no

    da natureza, como postulava Aristteles, e nasce juntamente

    com a sociedade, quando os homens decidem abrir mo de

    4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seusdireitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

    na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de

    7 sociedade, o homem no um ente isolado, avesso ao

    contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade

    conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuao da

    10 espcie. De outro lado, a sociedade poltica visa

    preservao da propriedade.

    (...)

    Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituio e voto. In: Filosofia,

    cincia&vida. Ano III, n. 27, p. 40-1 (com adaptaes).

    21. (Cespe/Anatel/Nvel Superior/2009) A organizao do texto permite asubstituio da expresso ao contato (l.7-8) por convivncia, sem

    prejuzo para a coerncia entre os argumentos e para a correo

    gramatical.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    24/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 24

    Comentrio A palavra contato foi empregada figuradamente para

    indicar relao de proximidade, relacionamento contnuo, coexistncia,

    mesmo significado que convivncia.

    Resposta Item certo.

    22. (Cespe/Anatel/Nvel Superior/2009) Na linha 3, a argumentao dotexto mostra que a sociedade e os homens podem ser considerados,

    em significao conotativa, como sinnimos textuais; por isso, a troca

    de posio entre esses dois termos preservaria a coerncia e a correo

    gramatical do texto.

    Comentrio No se deixe levar pelo canto da sereia. Esse jogo de

    palavras tem a finalidade de distra-lo. V ao texto e troque os dois termos

    de posio: ...e nasce juntamente com os homens, quando a sociedade

    decidem.... Apesar de os dois termos serem sinnimos textuais e deestarem empregado em sentido conotativo (a sociedade no nasce

    literalmente e homens no representa apenas seres do sexo masculino), a

    troca causa prejuzo correo gramatical do texto, pois desfaz-se a

    concordncia entre o verbo decidem e o sujeito correspondente.

    Resposta Item errado.

    1 Com um alto grau de urbanizao, o Brasil j

    apresenta cerca de 80% da populao nas cidades, mas,

    como advertem estudiosos do assunto, o pas ainda tem

    4 muito a aprender sobre crescimento e planejamento urbanos.

    (...)

    o alerta: onde morar em metrpoles? melhor optar por uma

    28 casa ou um apartamento o mais distante possvel a dois

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    25/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 25

    quarteires, no mnimo das ruas e avenidas mais

    movimentadas. (...)

    Gazeta do Povo(PR), 8/1/2009 (com adaptaes).

    23. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A substituio de cerca de (l.2) poracerca demanteria a correo gramatical do perodo.

    Comentrio Cerca dee acerca deso locues prepositivas, mas elas

    no devem ser confundidas. A primeira usada para indicar quantidadeaproximada; a segunda equivale-se preposio sobre.

    Resposta Item errado.

    24. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Manteria a correo gramatical e osentido do texto a insero de h dois quarteiresno lugar de a dois

    quarteires (l.28-29).

    Comentrio A forma verbal h, nesse contexto, causaria incoerncia,

    visto que indicaria a existncia de dois quarteires. No isso o que se

    pretende dizer no texto. O autor pretende indicar a distncia mnima da

    localizao do imvel. Nesse sentido, o vocbulo adequado a.

    Resposta Item errado.

    (...) Tendo como principal propsito a13 interligao das distantes e isoladas provncias com vistas

    constituio de uma nao-Estado verdadeiramente

    unificada, esses pioneiros da promoo dos transportes no

    16 pas explicitavam firmemente a sua crena de que o

    crescimento era enormemente inibido pela ausncia de um

    sistema nacional de comunicaes e de que o

    19 desenvolvimento dos transportes constitua um fator crucialpara o alargamento da base econmica do pas. (...)

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    26/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 26

    Olmpio J. de Arroxelas Galvo. In: Internet: (com adaptaes).25. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A palavra crucial (l.19) est sendo

    empregada com o sentido de rduo, difcil.

    Comentrio Cuidado com as aparncias. Em se tratando de significao

    contextual de palavras e expresses, a melhor coisa que voc deve fazer ir

    ao texto. O adjetivo crucialpode realmente ser utilizado para caracterizar

    algo rduo, difcil, espinhoso: Deixar a casa paterna foi uma deciso crucial.

    Mas, no texto em que surge, ele expressa a importncia para que algo

    acontea, ocorra, ou exista; o mesmo que capital, essncia, fundamental.

    Resposta Item errado.

    1 No mundo moderno em que vivemos, certamente

    difcil reconstituir as sensaes, as impresses que tiveram os

    primeiros homens em contato com a natureza. (...)Jos Leite Lopes. Tempo = espao = matria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

    Histria. So Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptaes).

    26. (Cespe/Antaq/Especialista Economia/2009) No desenvolvimento datextualidade, a substituio do trecho em que vivemos (l.1) por no

    qual vivemos ou por onde vivemos no acarreta prejuzo para a

    coerncia nem para a correo gramatical do texto.

    Comentrio A nfase aqui ser dada ao emprego de onde, que usado

    com verbo esttico (vivem) que pede a preposio em; na lngua

    portuguesa noexiste a contrao nonde, supostamente indicada por em

    + onde.

    O pronome relativo quepode ser substitudo por o/a qual.

    Logo, a forma em quepode ser trocado pela forma no/na qual, conforme

    o caso.

    Resposta Item certo.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    27/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 27

    1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro

    do pas no qual vivemos. E o futuro de um pas no

    obra do acaso ou da fatalidade. Uma nao se constri.

    4 E constri-se no meio de embates muito intensos e, s

    vezes, at violentos entre grupos com vises de futuro,

    concepes de desenvolvimento e interesses distintos e

    7 conflitantes.

    (...)

    Plnio Arruda Sampaio. O Brasil em construo. In: Mrcia Kupstas (Org.). Identidade

    nacional em debate. So Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptaes).

    27. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 2, mantendo-se a correogramatical do texto, pode-se empregar em queou ondeem lugar de

    no qual.

    Comentrio Esta foi s para confirmar o que eu disse anteriormente e

    como o Cespe, volta e meia, explora o emprego dessas expresses. Quando

    tratarmos de pronomes, falaremos mais sobre o uso dos relativos.

    Resposta Item certo.

    28. (Cespe/MREIRBr/Bolsas-Prmio/2009) As palavras lderes,emprstimo, Econmico e pblicas recebem acento grfico combase na mesma justificativa gramatical.

    Comentrio Sim, todas so proparoxtonas.

    Resposta Item certo.

    O protocolo de adeso, assinado em julho de 2006,

    ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.

    7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da prpria

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    28/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 28

    Venezuela j votaram pela entrada do pas no MERCOSUL.

    Apenas o Paraguai e o Brasil ainda no chancelaram o

    10 acordo. (...)

    Maria Clara Cabral. Folha de S.Paulo,18/12/2008.

    29. (Cespe/MREIRBr/Bolsas-Prmio/2009) A palavra chancelaram (l.9)est sendo empregada com o sentido de sancionaram.

    Comentrio Sim, ela significa dar aprovao ou aceitao a; confirmar,ratificar; aprovar; sancionar: O presidente chanceloua proposta do ministro.

    Resposta Item certo.

    Cano do Ver (fragmento)

    1 Por viver muitos anos

    dentro do mato

    Moda ave

    4 O menino pegou

    um olhar de pssaro

    Contraiu viso fontana.

    7 Por forma que ele enxergava

    as coisas

    Por igual

    10 como os pssaros enxergam.

    As coisas todas inominadas.

    gua no era ainda a palavra gua.

    13 Pedra no era ainda a palavra pedra. E tal.

    As palavras eram livres de gramticas e

    Podiam ficar em qualquer posio.

    16 Por forma que o menino podia inaugurar.Podia dar s pedras costumes de flor.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    29/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 29

    Podia dar ao canto formato de sol.

    19 E, se quisesse caber em uma abelha, era s abrir a

    [palavra abelha e entrar dentro dela.

    Como se fosse infncia da lngua.

    Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.

    30. (Cespe/MRE-IRBr/Diplomata/2009) A respeito do vocabulrio do textoacima, assinale a opo incorreta.

    a) Moda (v.3) significa conjunto de opinies, gostos e apreciaescrticas, assim como modos de agir, viver e sentir coletivos, aceitos por

    determinado grupo humano em um dado momento histrico.

    b) O sentido do vocbulo Contraiu (v.6) restringe as possibilidadessemnticas de pegou (v.4).

    c) Na expresso viso fontana (v.6), o vocbulo sublinhado, adjetivoderivado de fonte, foi metaforicamente empregado com sentido de

    originrio, gerador, causal, seminal.

    d) Em As palavras eram livres de gramticas (v.14), o vocbulosublinhado alude a regras gramaticais.

    e) O vocbulo posio (v.15) refere-se sintaxe, entendida comodisposio harmoniosa de partes ou elementos da frase.

    Comentrio Mais uma vez quero frisar que o contexto no deve serdesprezado durante a resoluo de questes sobre o significado de palavras.

    No texto, a expresso Moda ave significa maneira ou modo distinto e

    peculiar como o menino vivia: de acordo com os hbitos de uma ave.

    Resposta A

    A diferena na linguagem

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    30/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 30

    1 Para os gramticos, a arte da palavra quase se esgota na

    arte da escrita, o que se v ainda pelo uso que fazem dos

    acentos, muitos dos quais fazem alguma distino ou evitam

    4 algum equvoco para os olhos mas no para os ouvidos.

    Neste texto Rousseau nos sugere que, para ler bem, preciso

    prestar ouvidos voz original, adivinhar as diferenas de

    7 acento que a articulam e que se tornaram imperceptveis no

    espao homogneo da escrita. Na leitura, o olho treinado do

    Gramtico ou do Lgico deve subordinar-se a um ouvido

    10 atento melodia que d vida aos signos: estar surdo

    modulao da voz significa estar cego s modalidades do

    sentido. Na oposio que o texto faz entre a arte de falar e a

    13 arte de escrever, podemos encontrar no apenas as razes da

    desqualificao da concepo gramatical da linguagem, mastambm a indicao do estatuto que Rousseau confere

    16 linguagem. O que importante notar aqui que a oposio

    entre falar e escrever no se funda mais na oposio entre

    presena e ausncia: no a ausncia do sujeito falante que

    19 desqualifica a escrita, mas a atonia ou a homogeneidade dos

    signos visuais. Se a essncia da linguagem escapa

    Gramtica, porque esta desdobra a linguagem num elemento22 essencialmente homogneo.

    Bento Prado Jr. A retrica de Rousseau. So Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

    31. (Cespe/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relao s ideias do texto 3,julgue (C ou E) o item a seguir.

    A palavra acentos (l.3) refere-se a sinais grficos, ao passo que

    acento (l.7) designa qualidades como inflexo ou modulao.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    31/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 31

    Comentrio Esta questo para voc constatar como o Cespe

    recentemente cobrou noes de polissemia em uma de suas provas. Creio

    que no difcil perceber os sentidos das palavras destacadas, mas bom

    ficar atento e no se deixar levar pelas aparncias. Na dvida, volte ao

    texto.

    Resposta Item certo.

    32. (CESPE/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relao s ideias e aosaspectos gramaticais do texto, assinale a opo correta.

    a) O uso recorrente de vocbulos pertencentes aos campos semnticos daviso e da audio prejudica a coerncia e a coeso do texto.

    b) a mesma a justificativa para o uso de inicial maiscula emGramtico (l.9) e em Gramtica (l.21).

    Comentrio Alternativa A: o contrrio! Pela afinidade de sentidos

    existente entre elas, as palavras do mesmo campo semntico contribuem

    com a coerncia e a coeso do texto.

    Alternativa B: os motivos so diferentes. Na linha 9, o

    termo designa o profissional; na linha 21; designa o nome de uma disciplina,

    uma rea do conhecimento.

    Lemos em Cegalla (Novssima gramtica da LnguaPortuguesa, 2008, pgina 66) que o emprego de iniciais maisculas

    facultativo nos dois casos (repare como a mesma palavra surgiu na linha 1).

    O autor nos d os seguintes exemplos: Doutor Paulo ou doutor Paulo;

    ProfessorRenato ouprofessorRenato; Matemticaou matemtica.

    Resposta Itens errados.

    Receita 96:924$985

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    32/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 32

    1 No oramento do ano passado houve supresso de

    vrias taxas que existiam em 1928. A receita, entretanto,

    calculada em 68:850$000, atingiu 96:924$985.

    4 E no empreguei rigores excessivos. Fiz apenas

    isto: extingui favores largamente concedidos a pessoas que

    no precisavam deles e pus termo s extorses que afligiam

    7 os matutos de pequeno valor, ordinariamente raspados,

    escorchados, esbrugados pelos exatores.

    (...)

    Graciliano Ramos. 2. relatrio ao sr. governador lvaro Paes pelo prefeito do

    municpio de Palmeira dos ndios. In: Relatrios Graciliano Ramos.

    Record/Funda o de Cultura de Recife, 1994, p. 51.

    33. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Considerando ossentidos e aspectos gramaticais do texto, julgue a opo abaixo.

    A expresso explorados pelos cobradores de impostos, embora

    menos enftica, coerente com o sentido geral do trecho raspados,

    escorchados, esbrugados pelos exatores (l.7-8).

    Comentrio Para acertar esta questo, voc precisa saber (ou pelo

    menos perceber) o significado das seguintes palavras:

    a)raspados deixados sem nada, furtados, roubados;b)escorchados diz-se de quem foi explorado (O fiscal

    corrupto tinha at uma lista dos comerciantes

    escorchados.);

    c)esbrugados que est sem carnes, descarnado (Ossoesbrugado.); figuradamente, diz-se de quem ficou sem

    nada, sem nenhum recurso, foi exposto totalmente;

    d)exatores cobrador de impostos.Resposta Item certo.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    33/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 33

    Por hoje s. No se esquea de revisar todo o contedo

    durante a semana. Alm disso, intensifique o hbito de leitura e, sempre que

    tiver dvidas quanto grafia e ao significado de uma palavra, consulte um

    bom dicionrio, e no despreze o contexto em que ela est inserida. Isso o

    ajudar a escrever corretamente e entender o significado das palavras em

    um texto.

    Na prxima aula, estudaremos o emprego das classes de

    palavras.

    Fique com Deus e at l!

    Professor Albert Iglsia

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    34/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 34

    QUESTES SEM COMENTRIOS

    (...)

    22 Os grandes lderes de mercado parecem ainda ter

    dificuldade para entender o que est acontecendo de fato. O

    discurso e a prtica dessas empresas ainda esto baseados em

    25 modelos ultrapassados, que veem os custos ainda da maneiratradicional, deixando as externalidades para a sociedade.

    E mais, no so apenas os grandes lderes do setor

    28 privado que demonstram essa dificuldade. Uma manchete

    recente em um grande jornal dirio mostra que pesquisadores

    e jornalistas tambm no entenderam as oportunidades que

    31 esto surgindo a partir das transformaes que estamos

    vivendo. Eis o ttulo da matria: S estagnao econmicapode reduzir aquecimento global, diz estudo.

    (...)

    Ricardo Young. Mudanas no consumo. In: CartaCapital,26/2/2010. Internet: (com adaptaes).

    1. (Cespe/AGU/Administrador/2010) O trecho a partir das (l.31) poderiaser substitudo, sem prejuzo sinttico ou semntico ao texto, por um

    dos termos a seguir:por razo das, em consequncia das, com as.

    2. (Cespe/AGU/Administrador/2010) Na linha 22, o deslocamento dovocbulo ainda para imediatamente antes da forma verbal parecem

    ainda parecem alteraria a ideia original do vocbulo substitudo,

    que passaria a significar tambm.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    35/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 35

    (...)

    O planejamento caiu em descrdito com a queda do

    16 Muro de Berlim, a imploso da Unio Sovitica e a

    contrarreforma neoliberal baseada no mito dos mercados que

    se autorregulam. Seria ingnuo pensar que esse mito

    19 desapareceu com a recente crise, mas, que ele est mal das

    pernas, est. Chegou, portanto, o momento de reabilitar e

    atualizar o planejamento. At Jeffrey Sachs diretor do Earth

    22 Institute, da Columbia University, em Nova Iorque, e

    conselheiro do secretrio-geral das Naes Unidas

    pronuncia-se em favor de um planejamento flexvel a longo

    25 prazo, voltado para o enfrentamento dos trs desafios

    simultneos da segurana energtica, segurana alimentar e

    reduo da pobreza, buscando uma cooperao tripartite entre28 os setores pblico e privado e a sociedade civil.

    (...)

    34 O fenomenal crescimento da economia mundial no

    decorrer dos dois ltimos sculos, baseado no uso das energias

    fsseis, provocou um aquecimento global de consequncias

    37 deletrias e, em parte, irreversveis. Seria, no entanto, um erro

    considerar que o clima a bola da vez e as urgncias sociaispodem esperar. Em 2007, existiam, no Brasil, 10,7 milhes de

    40 indigentes e 46,3 milhes de pobres. E, enquanto os latifndios

    de mais de mil hectares 3% do total das propriedades rurais

    do Brasil ocupam 57% das terras agriculturveis,

    43 4,8 milhes de famlias sem-terra esto espera do cho para

    plantar.

    (...)

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    36/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 36

    Ignacy Sachs. Voltando ao planejamento.Internet: (com adaptaes).

    3. (Cespe/Aneel/Cargos de Nvel Superior/2010) O sentido da expressomal das pernas (l.19-20), caracterstica da oralidade, seria

    prejudicado caso se substitusse mal por mau.

    4. (Cespe/Aneel/Cargos de Nvel Superior/2010) O termo consequnciasdeletrias (l.36-37) significa resultados que no podem ser

    apagados, alterados.

    Breve histrico

    A idia de criao de um Tribunal de Contas surgiu, pela primeira

    vez no Brasil, em 23 de junho de 1826, com a iniciativa de Felisberto

    Caldeira Brandt, Visconde de Barbacena, e de Jos Incio Borges, que

    apresentaram projeto de lei nesse sentido ao Senado do Imprio. As

    5 discusses em torno da criao de um Tribunal de Contas durariam

    quase um sculo, polarizadas entre aqueles que defendiam a sua

    necessidade para quem as contas pblicas deviam ser examinadas

    por rgo independente e aqueles que a combatiam, por

    entenderem que as contas pblicas podiam continuar sendo

    10 controladas por aqueles mesmos que as realizavam.

    Originariamente o Tribunal teve competncia para exame,

    reviso e julgamento de todas as operaes relacionadas com a receita

    e a despesa da Unio. A fiscalizao fazia-se pelo sistema de registro

    prvio. A Constituio de 1891 institucionalizou o Tribunal e conferiu-

    15 lhe competncias para liquidar as contas da receita e da despesa e

    verificar a sua legalidade, antes de serem prestadas ao CongressoNacional.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    37/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 37

    Pela Constituio de 1934, o Tribunal recebeu, entre outras, as

    seguintes atribuies: proceder ao acompanhamento da execuo

    20 oramentria, registrar previamente as despesas e os contratos, julgar

    as contas dos responsveis por bens e dinheiro pblicos, assim como

    apresentar parecer prvio sobre as contas do Presidente da Repblica,

    para posterior encaminhamento Cmara dos Deputados. Com

    exceo do parecer prvio sobre as contas presidenciais, todas as

    25 demais atribuies do Tribunal foram mantidas pela Carta de 1937. A

    Constituio de 1946 acresceu um novo encargo s competncias da

    Corte de Contas: julgar a legalidade das concesses de

    aposentadorias, reformas e penses.

    A Constituio de 1967, ratificada pela Emenda Constitucional

    30 n 1, de 1969, retirou do Tribunal o exame e o julgamento prvio dos

    atos e dos contratos geradores de despesas, sem prejuzo dacompetncia para apontar falhas e irregularidades que, se no

    sanadas, seriam, ento, objeto de representao ao Congresso

    Nacional.

    35 Eliminou-se, tambm, o julgamento da legalidade de concesses

    de aposentadorias, reformas e penses, ficando a cargo do Tribunal,

    to-somente, a apreciao da legalidade para fins de registro. O

    processo de fiscalizao financeira e oramentria passou porcompleta reforma nessa etapa. Como inovao, deu-se incumbncia

    40 Corte de Contas para o exerccio de auditoria financeira e oramentria

    sobre as contas das unidades dos trs poderes da Unio, instituindo-

    se, desde ento, os sistemas de controle externo, a cargo do

    Congresso Nacional, com auxilio da Corte de Contas, e de controle

    interno, este exercido pelo Poder Executivo e destinado a criar

    45 condies para um controle externo eficaz.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    38/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 38

    Finalmente, com a Constituio de 1988, o Tribunal de Contas da

    Unio (TCU) teve a sua jurisdio e a sua competncia

    substancialmente ampliadas. Recebeu poderes para, no auxlio ao

    Congresso Nacional, exercer a fiscalizao contbil, financeira,

    50 oramentria, operacional e patrimonial da Unio e das entidades da

    administrao direta e indireta, quanto legalidade, legitimidade e

    economicidade, e a fiscalizao da aplicao das subvenes e da

    renncia de receitas. Qualquer pessoa fsica ou jurdica, pblica ou

    55 privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre

    dinheiros, bens e valores pblicos ou pelos quais a Unio responda, ou

    que, em nome desta, assuma obrigaes de natureza pecuniria tem o

    dever de prestar contas ao TCU.

    Conhea o TCU. Internet:.

    Acesso em 10/4/2005 (com adaptaes).

    5. (Cespe/TCU/ACE/2005) correta a forma variante de grafia dovocbulo projeto de lei (l. 4) com hfen.

    6. (Cespe/TCU/ACE/2005)O vocbulo de que se derivaram formas comopolar, polarizar, polarizadas (l. 6) tem acento diferencial.

    7. (Cespe/TCU/ACE/2005) Em ratificada pela Emenda (l. 29), o verbosignifica validada.

    8. (Cespe/TCU/ACE/2005) Os vocbulos prejuzo (l. 31) e atraacentuam-se atendendo mesma regra.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    39/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 39

    9. (Cespe/TCU/ACE/2005) O vocbulo eficaz (l. 45) tem nuanassignificativas que o diferenciam do vocbulo efetivo.

    Quem so esses senhores

    (...)

    Antes de Pitgoras, era necessrio que duas vacas e dois

    bois se apresentassem diante do comerciante para que ele pudesse7 concluir que duas vacas mais dois bois perfaziam um total de

    quatro animais. Se vacas e bois, cansados de ser contados,

    resolvessem pastar no campo, as aritmticas dos comerciantes

    10 desmaiariam.

    (...)

    Ns queremos a Paz, no a Guerra! Queremos Paz, sim,

    mas nunca a Passividade! Queremos conter a metstase da

    40 globalizao.

    Augusto Boal. Revista Caros Amigos, n 47, fev./2001, p.10 (com adaptaces).

    10. (Cespe/TCU/ACE/2005) No texto, so exemplos de expresses desentido conotativo, as quais seriam inadequadas para compor um texto

    tcnico: as aritmticas dos comerciantes desmaiariam (l. 9-10);

    Queremos conter a metstase da globalizao (l. 39-40).

    A montanha mgica

    1 No incio de 2005, muito ouvimos falar de Davos

    um lugar na Sua onde se reuniram os luminares de todo o

    mundo para discutir as ansiedades que nos paralisam e as

    4 perplexidades que nos mobilizam.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    40/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 40

    Por coincidncia, Davos tambm o cenrio onde se

    monta a ao de um famoso romance escrito por Thomas

    7 Mann, A Montanha Mgica. O romance de 1924 e

    descreve a vida de um grupo de personagens doentes que, no

    princpio do sculo, se instalaram no Sanatrio Berghof,

    10 procurando recuperar a sade.

    Um mundo enfermo foi de novo a Davos procurando

    diagnosticar seus males e ali, em sucessivos e variados

    13 seminrios, se indagou onde estaria a cura dos males de nossa

    civilizao. L estavam Tony Blair, Lula e os presidentes de

    dezenas de pases desimportantes. L estavam Bill Gates e os

    16 gerentes de agncias financiadoras de todo o mundo. L

    estava at Sharon Stone recolhendo US$1 milho para as

    desgraas na Tanznia. Enfim, l estava uma amostra da19 sociedade atual, ou melhor, l estavam os pajs das diversas

    tribos de nossa sociedade eletrnica tentando exorcizar as

    doenas da comunidade.

    22 A Montanha Mgica um romance muito antigo.

    Mas, sendo antigo, de repente, atual, por causa da metfora

    viva que contm e que os sbios do Frum Econmico

    25 Mundial ressuscitaram. Que mgica se pode fazer namontanha de dinheiro acumulado pelo hipercapitalismo para

    sanar os males que corroem as vsceras de nossa comunidade?

    28 Penso se o mundo no foi sempre um sanatrio em Davos.

    Affonso Romano de Santanna, Correio Braziliense, 6/2/2005 (com adaptaes).

    11. (Cespe/TCU/ACE/2005) No texto, o vocbulo pajs (l. 19), empregadoem sentido denotativo, significa presidentes de pases.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    41/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 41

    12. (Cespe/TCU/ACE/2005) De acordo com a linha argumentativa do textoIII, o vocbulo sanatrio (l. 28) poderia corretamente ser substitudo

    pelo sinnimo hospcio.

    Desenvolvimento, ambiente e sade

    1 No documento Nosso Futuro Comum, preparado,

    em 1987, pela Comisso Mundial sobre Meio Ambiente eDesenvolvimento das Naes Unidas, ficou estabelecido,

    4 pela primeira vez, novo enfoque global da problemtica

    ecolgica, isto , o das inter-relaes entre as dimenses

    fsicas, econmicas, polticas e socioculturais. Desde ento,

    7 vm se impondo, entre especialistas ou no, a compreenso

    sistmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e

    a necessidade de uma mudana nos comportamentos

    10 predatrios e irresponsveis, individuais e coletivos, a fim de

    permitir um desenvolvimento sustentvel, capaz de atender

    s necessidades do presente, sem comprometer a vida futura

    13 sobre a Terra.

    (...)

    Paulo Marchiori Buss. tica e ambiente. In: Desafios ticos, p. 70-1 (com adaptaes).

    13. (Cespe/TCU/ACE/2007) A retirada do acento circunflexo na formaverbal vm (l. 7) provoca incorreo gramatical no texto porque o

    sujeito a que essa forma verbal se refere tem dois ncleos:

    compreenso (l. 7) e necessidade (l. 9).

    1 Num pas territorialmente gigante, em que a censura

    restringe o acesso rede para milhes de usurios, a Internet

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    42/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 42

    tende a se tornar a ferramenta de maior integrao nacional ao

    4 aproximar moradores urbanos e rurais, que falam dialetos

    variados, mas que tm apenas um tipo de escrita. A China ganha

    100 novos internautas por minuto. o segundo pas com mais

    7 usurios on-line no mundo cerca de 162 milhes , atrs

    apenas dos Estados Unidos da Amrica (EUA), onde h quase

    200 milhes.

    Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adaptaes).

    14. (Cespe/TCU/TCE/2007) A palavra tm (l. 5) acentuada porque estno plural para concordar com moradores (l. 4).

    O avano da publicidade na Internet

    1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase

    triplicaram no Brasil. A expanso se deve elevao do nmero de

    3 usurios, das conexes em banda larga e do tempo de conexo. Por

    ms, os brasileiros passam, em mdia, 22 horas e 43 minutos na rede.

    5 Apesar do crescimento, a Internet s detm 2% do mercado

    publicitrio do pas.

    Veja, 4/7/2007 (com adaptaes).

    15. (Cespe/TCU/TCE/2007) Preservam-se a coerncia textual e a correogramatical da orao ao se substituir elevao (l. 2) por aumento.

    16. (Cespe/TCU/TCE/2007) Respeita as regras gramaticais e a coernciadas informaes entre o grfico I2 e o texto verbal a seguinte

    afirmao: Os 43% dos usurios de banda larga detm os maiores

    gastos publicitrios no perodo de 2003 2007.2Desconsidere o grfico I, pois ele no necessrio para a resoluo deste item.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    43/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 43

    1 Falei de esquisitices. Aqui est uma, que prova ao

    mesmo tempo a capacidade poltica deste povo e a grande

    observao dos seus legisladores. Refiro-me ao processo

    4 eleitoral. Assisti a uma eleio que aqui se fez em fins de

    novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca

    da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,7 porm, diante de vcios e paixes, que as leis no podem

    eliminar. Vrios processos foram experimentados, todos

    deixados ao cabo de alguns anos. curioso que alguns deles

    10 coincidissem com os nossos de um e de outro mundo. Os

    males no eram gerais, mas eram grandes. Havia eleies

    boas e pacficas, mas a violncia, a corrupo e a fraude

    13 inutilizavam em algumas partes as leis e os esforos leais dosgovernos. Votos vendidos, votos inventados, votos destrudos,

    era difcil alcanar que todas as eleies fossem puras e

    16 seguras. Para a violncia havia aqui uma classe de homens,

    felizmente extinta, a que chamam pela lngua do pas,

    kapangas ou kapengas. Eram esbirros particulares,

    19 assalariados para amedrontar os eleitores e, quando fosse

    preciso, quebrar as urnas e as cabeas. s vezes quebravam

    s as cabeas e metiam nas urnas maos de cdulas. Estas

    22 cdulas eram depois apuradas com as outras, pela razo

    especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum

    pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram

    25 dados pela vontade soberana do pas. A corrupo era menor

    que a fraude; mas a fraude tinha todas as formas. Enfim,

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    44/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 44

    muitos eleitores, tomados de susto ou de descrena, no

    28 acudiam s urnas.

    Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.

    Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

    17. (Cespe/TSE/Analista Judicirio/Administrador/2007) De acordo com otexto, os vocbulos corrupo e fraude (l. 12, 25 e 26) esto sendo

    empregados como sinnimos.

    (...)

    A lei chegou. Assisti s suas estrias, e ainda me

    lembro que na minha seo ouviam-se voar as moscas. Um

    19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que

    estava entusiasmado com a diferena entre aquele sossego e

    os tumultos do outro mtodo. Eu, tambm por sinais, achei

    22 que tinha razo, e contei-lhe algumas eleies antigas. Nisto

    o secretrio comeou a suspirar flebilmente os nomes dos

    eleitores. Presentes, posto que censitrios, poucos. Os

    25 chamados iam na ponta dos ps at urna, onde depositavam

    uma cdula, depois de examinada pelo presidente da mesa;

    em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relao

    28 dos eleitores, saam com as cautelas usadas em quarto de

    moribundo. A convico que se tinha achado a panacia

    universal.

    Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.

    18. (Cespe/TSE/Analista Judicirio/Administrador/2007) A palavrapanacia (l. 29) significa estratgia, mtodo.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    45/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 45

    1 Uma antiga preocupao dos legisladores do

    passado era a de assegurar o direito dos povos de manter

    os costumes da terra. Assim fizeram os romanos com os

    4 municpios e as provncias, que se autogovernavam em

    troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expanso

    de seu poder. Era de tal forma o respeito a essa autonomia

    7 relativa que, em certo momento do regime cruel de

    Tibrio, as eleies chegaram a ser suspensas em Roma,

    mas se mantiveram nas provncias.

    10 Muitos defendem o federalismo, quando se

    encontram na oposio, mas dele se esquecem quando

    chegam ao governo. Os municpios, manietados pela falta

    13 de recursos prprios, reclamam pela ajuda dos governos

    dos estados e da Unio, quando deveriam articular-se embusca de seus direitos de tributao direta e de autonomia

    16 poltica.

    Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 24/11/2006.

    19. (Cespe/TSE/Analista Judicirio/Administrador/2007) A palavramanietados (l. 12) est sendo empregada com o sentido de

    mobilizados.

    1 Ns, chefes de Estado e de Governo dos 21

    pases ibero-americanos, reunidos na XIII Conferncia

    Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra,

    4 Bolvia, reiteramos o nosso propsito de continuar a

    fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Naes

    como frum de dilogo, cooperao e concertamento7 poltico, aprofundando os vnculos histricos e culturais

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    46/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 46

    que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as

    caractersticas prprias de cada uma das nossas mltiplas

    10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma

    unidade na diversidade.

    (...)

    Na trilha de Salvador: a incluso social pela via do trabalho decente.

    Braslia: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptaes).

    20. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) De acordo com as regras deacentuao grfica da lngua portuguesa, a palavra ibero-americanos

    (l. 2) tambm poderia ser corretamente escrita da seguinte forma:

    bero-americanos.

    1 O poder poltico produto de uma conveno, no

    da natureza, como postulava Aristteles, e nasce juntamente

    com a sociedade, quando os homens decidem abrir mo de

    4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus

    direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,

    na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de

    7 sociedade, o homem no um ente isolado, avesso ao

    contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade

    conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuao da

    10 espcie. De outro lado, a sociedade poltica visa

    preservao da propriedade.

    (...)

    Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituio e voto. In: Filosofia,

    cincia&vida. Ano III, n. 27, p. 40-1 (com adaptaes).

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    47/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 47

    21. (Cespe/Anatel/Nvel Superior/2009) A organizao do texto permite asubstituio da expresso ao contato (l.7-8) por convivncia, sem

    prejuzo para a coerncia entre os argumentos e para a correo

    gramatical.

    22. (Cespe/Anatel/Nvel Superior/2009) Na linha 3, a argumentao dotexto mostra que a sociedade e os homens podem ser considerados,em significao conotativa, como sinnimos textuais; por isso, a troca

    de posio entre esses dois termos preservaria a coerncia e a correo

    gramatical do texto.

    1 Com um alto grau de urbanizao, o Brasil j

    apresenta cerca de 80% da populao nas cidades, mas,como advertem estudiosos do assunto, o pas ainda tem

    4 muito a aprender sobre crescimento e planejamento urbanos.

    (...)

    o alerta: onde morar em metrpoles? melhor optar por uma

    28 casa ou um apartamento o mais distante possvel a dois

    quarteires, no mnimo das ruas e avenidas mais

    movimentadas. (...)

    Gazeta do Povo(PR), 8/1/2009 (com adaptaes).

    23. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A substituio de cerca de (l.2) poracerca demanteria a correo gramatical do perodo.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    48/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 48

    24. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Manteria a correo gramatical e osentido do texto a insero de h dois quarteiresno lugar de a dois

    quarteires (l.28-29).

    (...) Tendo como principal propsito a

    13 interligao das distantes e isoladas provncias com vistas

    constituio de uma nao-Estado verdadeiramenteunificada, esses pioneiros da promoo dos transportes no

    16 pas explicitavam firmemente a sua crena de que o

    crescimento era enormemente inibido pela ausncia de um

    sistema nacional de comunicaes e de que o

    19 desenvolvimento dos transportes constitua um fator crucial

    para o alargamento da base econmica do pas. (...)

    Olmpio J. de Arroxelas Galvo. In: Internet: (com adaptaes).

    25. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A palavra crucial (l.19) est sendoempregada com o sentido de rduo, difcil.

    1 No mundo moderno em que vivemos, certamente

    difcil reconstituir as sensaes, as impresses que tiveram os

    primeiros homens em contato com a natureza. (...)

    Jos Leite Lopes. Tempo = espao = matria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e

    Histria. So Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptaes).

    26. (Cespe/Antaq/Especialista Economia/2009) No desenvolvimento datextualidade, a substituio do trecho em que vivemos (l.1) por no

    qual vivemos ou por onde vivemos no acarreta prejuzo para a

    coerncia nem para a correo gramatical do texto.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    49/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 49

    1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro

    do pas no qual vivemos. E o futuro de um pas no

    obra do acaso ou da fatalidade. Uma nao se constri.

    4 E constri-se no meio de embates muito intensos e, s

    vezes, at violentos entre grupos com vises de futuro,

    concepes de desenvolvimento e interesses distintos e

    7 conflitantes.

    (...)

    Plnio Arruda Sampaio. O Brasil em construo. In: Mrcia Kupstas (Org.). Identidade

    nacional em debate. So Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptaes).

    27. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 2, mantendo-se a correogramatical do texto, pode-se empregar em queou ondeem lugar de

    no qual.

    28. (Cespe/MREIRBr/Bolsas-Prmio/2009) As palavras lderes,emprstimo, Econmico e pblicas recebem acento grfico com

    base na mesma justificativa gramatical.

    O protocolo de adeso, assinado em julho de 2006,

    ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da prpria

    Venezuela j votaram pela entrada do pas no MERCOSUL.

    Apenas o Paraguai e o Brasil ainda no chancelaram o

    10 acordo. (...)

    Maria Clara Cabral. Folha de S.Paulo,18/12/2008.

    29. (Cespe/MREIRBr/Bolsas-Prmio/2009) A palavra chancelaram (l.9)est sendo empregada com o sentido de sancionaram.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    50/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 50

    Cano do Ver (fragmento)

    1 Por viver muitos anos

    dentro do mato

    Moda ave

    4 O menino pegou

    um olhar de pssaro Contraiu viso fontana.

    7 Por forma que ele enxergava

    as coisas

    Por igual

    10 como os pssaros enxergam.

    As coisas todas inominadas.

    gua no era ainda a palavra gua.13 Pedra no era ainda a palavra pedra. E tal.

    As palavras eram livres de gramticas e

    Podiam ficar em qualquer posio.

    16 Por forma que o menino podia inaugurar.

    Podia dar s pedras costumes de flor.

    Podia dar ao canto formato de sol.

    19 E, se quisesse caber em uma abelha, era s abrir a

    [palavra abelha e entrar dentro dela.

    Como se fosse infncia da lngua.

    Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.

    30. (Cespe/MRE-IRBr/Diplomata/2009) A respeito do vocabulrio do textoacima, assinale a opo incorreta.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    51/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 51

    a) Moda (v.3) significa conjunto de opinies, gostos e apreciaescrticas, assim como modos de agir, viver e sentir coletivos, aceitos por

    determinado grupo humano em um dado momento histrico.

    b) O sentido do vocbulo Contraiu (v.6) restringe as possibilidadessemnticas de pegou (v.4).

    c) Na expresso viso fontana (v.6), o vocbulo sublinhado, adjetivoderivado de fonte, foi metaforicamente empregado com sentido de

    originrio, gerador, causal, seminal.

    d) Em As palavras eram livres de gramticas (v.14), o vocbulosublinhado alude a regras gramaticais.

    e) O vocbulo posio (v.15) refere-se sintaxe, entendida comodisposio harmoniosa de partes ou elementos da frase.

    A diferena na linguagem

    Para os 1 gramticos, a arte da palavra quase se esgota na

    arte da escrita, o que se v ainda pelo uso que fazem dos

    acentos, muitos dos quais fazem alguma distino ou evitam

    4 algum equvoco para os olhos mas no para os ouvidos.

    Neste texto Rousseau nos sugere que, para ler bem, preciso

    prestar ouvidos voz original, adivinhar as diferenas de7 acento que a articulam e que se tornaram imperceptveis no

    espao homogneo da escrita. Na leitura, o olho treinado do

    Gramtico ou do Lgico deve subordinar-se a um ouvido

    10 atento melodia que d vida aos signos: estar surdo

    modulao da voz significa estar cego s modalidades do

    sentido. Na oposio que o texto faz entre a arte de falar e a

    13 arte de escrever, podemos encontrar no apenas as razes da

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    52/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA

    AULA 1

    www.pontodosconcursos.com.br 52

    desqualificao da concepo gramatical da linguagem, mas

    tambm a indicao do estatuto que Rousseau confere

    16 linguagem. O que importante notar aqui que a oposio

    entre falar e escrever no se funda mais na oposio entre

    presena e ausncia: no a ausncia do sujeito falante que

    19 desqualifica a escrita, mas a atonia ou a homogeneidade dos

    signos visuais. Se a essncia da linguagem escapa

    Gramtica, porque esta desdobra a linguagem num elemento

    22 essencialmente homogneo.

    Bento Prado Jr. A retrica de Rousseau. So Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.

    31. (Cespe/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relao s ideias do texto 3,julgue (C ou E) o item a seguir.

    A palavra acentos (l.3) refere-se a sinais grficos, ao passo que

    acento (l.7) designa qualidades como inflexo ou modulao.

    32. (CESPE/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relao s ideias e aosaspectos gramaticais do texto, assinale a opo correta.

    c) O uso recorrente de vocbulos pertencentes aos campos semnticos daviso e da audio prejudica a coerncia e a coeso do texto.

    d) a mesma a justificativa para o uso de inicial maiscula emGramtico (l.9) e em Gramtica (l.21).

    Receita 96:924$985

    1 No oramento do ano passado houve supresso de

    vrias taxas que existiam em 1928. A receita, entretanto,

    calculada em 68:850$000, atingiu 96:924$985.

  • 5/27/2018 Aula 01 - Portugu s - Albert Igl sia

    53/54

    CURSO ON-LINE PACOTE DE EXERCCIOS

    DISCIPLINAS BSICAS PARA O MPU

    LNGUA PORTUGUESA PROFESSOR ALBERT IGLSIA