Auditoria Geral e Pública

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AUDITORIA GERAL E PÚBLICA ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO - TCU PROFESSOR JOSÉ CARLOS www.pontodosconcursos.com.br 1 Vamos lá concurseiros! Chegou mais uma grande oportunidade de realizarmos nosso sonho de aprovação em um concurso público: Tribunal de Contas da União 1 (TCU). Estamos aqui porque decidimos começar a tornar nossos sonhos em realidade! É isso mesmo! Se você decidiu estudar já está fazendo algo para alcançar seus objetivos! Passar em um concurso é igual a ganhar na Mega-Sena: todos querem ganhar, mas quantos jogam? Lembrem-se do que já dizia Willian Ward: “O pessimista queixa-se do vento, o otimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas.” Vamos ajustar nossas velas, vamos estudar! O sonho de passar em um concurso não será realizado com um passe de mágicas... depende somente de você, de seu esforço, de sua dedicação! De acordo com informações obtidas no Edital de abertura do concurso, lançado em 20/07/07, no próximo concurso para os cargos de analista de controle externo (ACE) e de técnico de controle externo (TCE) do TCU serão preenchidas 129 vagas para o cargo de analista, para lotação em Brasília e nas secretarias nos Estados, e 10 vagas de técnico para os Estados do Amapá, Pará, Rondônia, Roraima e São Paulo. As provas devem ser realizadas no dia 29 de setembro, por isso, não temos tempo a perder! É hora de acelerar! Nosso curso tratará da parte referente à Auditoria Governamental, e será teórico e prático, ou seja, iremos estudar de forma simplificada a teoria e praticá-la em exercícios por meio de questões de concursos anteriores elaboradas pelo CESPE/UNB, que será a banca realizadora deste concurso. 1 Você sabe qual é o papel do TCU conferido pela Constituição Federal de 1988? Auxiliar o Congresso Nacional no exercício do controle externo.

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    Vamos l concurseiros!

    Chegou mais uma grande oportunidade de realizarmos nosso sonho de aprovao em um concurso pblico: Tribunal de Contas da Unio1

    (TCU).

    Estamos aqui porque decidimos comear a tornar nossos sonhos em realidade! isso mesmo! Se voc decidiu estudar j est fazendo algo para alcanar seus objetivos! Passar em um concurso igual a ganhar na Mega-Sena: todos querem ganhar, mas quantos jogam?

    Lembrem-se do que j dizia Willian Ward: O pessimista queixa-se do vento, o otimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas. Vamos ajustar nossas velas, vamos estudar! O sonho de passar em um concurso no ser realizado com um passe de mgicas... depende somente de voc, de seu esforo, de sua dedicao!

    De acordo com informaes obtidas no Edital de abertura do concurso, lanado em 20/07/07, no prximo concurso para os cargos de analista de controle externo (ACE) e de tcnico de controle externo (TCE) do TCU sero preenchidas 129 vagas para o cargo de analista, para lotao em Braslia e nas secretarias nos Estados, e 10 vagas de tcnico para os Estados do Amap, Par, Rondnia, Roraima e So Paulo.

    As provas devem ser realizadas no dia 29 de setembro, por isso, no temos tempo a perder! hora de acelerar!

    Nosso curso tratar da parte referente Auditoria Governamental, e ser terico e prtico, ou seja, iremos estudar de forma simplificada a teoria e pratic-la em exerccios por meio de questes de concursos anteriores elaboradas pelo CESPE/UNB, que ser a banca realizadora deste concurso.

    1 Voc sabe qual o papel do TCU conferido pela Constituio Federal de 1988? Auxiliar o Congresso Nacional no exerccio do controle externo.

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    Vale ressaltar que sempre que no encontrarmos um vasto material sobre algum assunto a ser abordado elaborado pelo CESPE/UNB, para que seu estudo no seja prejudicado, usaremos questes de outras bancas para fins de complemento.

    Conforme sugesto de vrios alunos ao longo dos diversos cursos que j ministramos no PONTO, iremos enfatizar o curso na realizao de bastantes exerccios para que os conceitos possam ficar bem fixados e as dvidas que apaream possam ser sanadas.

    O curso ser composto de 7 (sete) aulas on-line, onde trataremos sobre os seguintes assuntos:

    1) Governana e anlise de risco. Governana no setor pblico. O papel da auditoria na estrutura de governana. Estrutura conceitual de anlise de risco (COSO). Elementos de risco e controle. Aplicao da estrutura conceitual de anlise de risco.

    2) O papel das normas de auditoria. Normas internacionais para o exerccio profissional da auditoria interna. Definio de auditoria interna, independncia, proficincia e zelo profissional, desenvolvimento profissional contnuo, programa de garantia de qualidade, planejamento, execuo do trabalho de auditoria, comunicao de resultados, monitoramento do progresso, resoluo da aceitao dos riscos pela administrao. NBC T 11 normas de auditoria independente das demonstraes contbeis. Normas da INTOSAI: Declarao de Lima. Cdigo de tica e padres de auditoria.

    3) Auditoria no setor pblico federal. Finalidades e objetivos da auditoria governamental. Abrangncia de atuao. Formas e tipos. Normas relativas execuo dos trabalhos. Normas relativas opinio do auditor. Relatrios e pareceres de auditoria. Operacionalidade.

    4) Prtica de auditoria governamental: administrao da funo de auditoria; necessidade de definio de propsitos, autoridade e responsabilidade; procedimentos e polticas; controle de qualidade em auditoria. Planejamento. Misso/papel/produtos da funo de auditoria

    & Testar os conhecimentos uma das melhores formas de se preparar!

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    no contexto governamental. Programas de auditoria. Papis de trabalho. Testes de auditoria. Amostragem estatstica em auditoria. Eventos ou transaes subseqentes. Reviso analtica. Entrevista. Conferncia de clculo. Confirmao. Interpretao das informaes. Observao. Procedimentos de auditoria em reas especficas das demonstraes contbeis.

    5) Tipos de auditoria: auditoria de conformidade; auditoria operacional; auditoria de demonstraes contbeis; auditoria de sistemas financeiros; atividades de estudo e consultoria; atividades de deteco de fraude.

    6) Metodologias e habilidades em auditoria governamental: mensurao de desempenho; avaliao de programas; mtodos estatsticos e analticos (reviso analtica, amostragem, regresso linear simples e mltipla). Mtodos qualitativos: entrevistas, questionrios e fluxogramao. Tcnicas de coleta de dados e pesquisas. Habilidades analticas (distino entre informaes significantes e insignificantes).

    7) Processo de apresentao do trabalho de auditoria: auditoria como um projeto; prticas de avaliao de risco e controle; o trabalho de execuo; comunicao dos resultados; monitoramento.

    Vale ressaltar que a ordem do contedo a ser apresentado ficar a cargo da minha experincia como Professor.

    A formatao foi preparada para que voc se sinta apto e estimulado a compreender e aproveitar da maneira adequada tudo o que lhe for apresentado, sentindo-se confiante a fazer uma boa prova sem nervosismos. importante que voc no sinta vergonha em expor suas dvidas no nosso frum de debates, uma vez que a dvida de hoje pode aparecer em forma de questo no dia da prova!

    Ao contrrio do que muitas pessoas imaginam, os professores gostam muito de responder s dvidas dos alunos, porque provam que eles esto estudando e se esforando para fazer o seu melhor.

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    Porque sei que voc tem muitas matrias para estudar e no pode perder tempo, minha grande misso facilitar sua vida, de forma que voc estude a coisa certa e da maneira certa.

    Antes de comear, para os que ainda no me conhecem, permitam-me uma breve apresentao! Meu nome Jos Carlos Oliveira de Carvalho. Sou mestre em Cincias Contbeis pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ (rea de concentrao: Auditoria). Especialista em Docncia Superior pela FABES, graduei-me em Cincias Contbeis pela Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ. Atualmente, sou auditor-geral e tcnico-pericial chefe (rea contbil) do Ministrio Pblico do Estado do Rio de Janeiro, cedido pelo Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, onde sou auditor (concursado). J ocupei os cargos de auditor-fiscal (concursado), de oficial do exrcito e de tcnico em contabilidade (concursado) na Prefeitura do Rio de Janeiro. Leciono na Fundao Getlio Vargas - FGV, e no Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro CRCRJ. Tambm sou auditor independente e consultor de empresas no Rio de Janeiro, Paran, So Paulo, Esprito Santo e Braslia.

    H mais de 7 (sete) anos dedico grande parte do meu tempo em preparar candidatos para concursos. Comecei no Rio de Janeiro em 1999 e rapidamente passei a ministrar em diversos cursos preparatrios para concursos em mais de vinte capitais brasileiras as cadeiras de contabilidade geral, de custos, avanada e pblica, administrao geral e pblica, recursos humanos, materiais, oramento empresarial e pblico, auditoria e percia contbil.

    Acerte no alvo!

    O frum uma das principais vantagens de um curso on-line. Em uma sala de aula, a troca de experincia tende a ser limitadssima. Mas, quando se colocam as pessoas em um frum de discusso, no existe inibio.

    chato pedir a palavra para o professor e falar uma besteira. Entretanto, escrever uma besteira no frum ningum liga: faz parte do processo de aprendizagem. Esse talvez seja o principal ganho, o principal bnus.

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    Minhas contribuies aos concurseiros incluem, ainda, dois livros de minha autoria publicados pela Editora Campus da Srie Provas e Concursos: Auditoria Geral e Pblica Teoria e Questes Comentadas e Oramento e Finanas Pblicas Teoria e Questes Atuais.

    Conforme vocs podem conferir nos agradecimentos, participei da obra Administrao Geral e Pblica do reconhecido autor Idalberto Chiavenato, tambm

    publicada pela Editora Campus da Srie Provas e Concursos.

    Vamos comear? Preparados?

    Vale ressaltar que se trata de material de uso pessoal, no podendo ser repassado a terceiros, em carter gratuito ou oneroso, seja impresso, por e-mail ou qualquer outro meio de transmisso sob risco de violao do estabelecido na Lei n. 9.610/1998 e no Cdigo Penal. Desde j agradecemos a compreenso e estamos abertos para qualquer dvida ou pendncia, tanto sobre o material quanto para qualquer outro assunto relacionado ao concurso em questo.

    AULA DEMONSTRATIVA

    Nesta aula demonstrativa, comentaremos apenas o tpico Papis de Trabalho para que voc possa conhecer meu trabalho e ter uma idia de como sero ministradas as prximas 7 aulas que teremos.

    A explicao detalhada dos assuntos abordados nesta aula podero ser encontrados durante nosso curso.

    Nos veremos por l!

    Papis de trabalho

    O auditor deve documentar, atravs de papis de trabalho, todos os elementos significativos dos exames realizados e que evidenciam ter sido a

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    auditoria realizada de acordo com as normas aplicveis.

    Os papis de trabalho, ou Working papers (WPs), constituem a documentao preparada pelo auditor ou fornecida a este na execuo da auditoria. Eles integram um processo organizado de registro de evidncias da auditoria, por intermdio de informaes em papel, meios eletrnicos ou outros que assegurem o objetivo a que se destinam.

    Devem seguir um padro definido e claro, ser limpos, evidenciar a obedincia s normas de auditoria, corretos, sem erros matemticos, concisos, objetivos e elaborados de forma sistemtica e racional.

    De acordo com a NBC T 11.3, que estabelece procedimentos e critrios relativos documentao mnima obrigatria a ser gerada na realizao dos trabalhos de auditoria das demonstraes contbeis, o auditor deve documentar as questes que foram consideradas importantes para proporcionar evidncia, visando a fundamentar seu parecer da auditoria e comprovar que a auditoria foi executada de acordo com as Normas de Auditoria Independente das Demonstraes Contbeis.

    As normas de auditoria exigem que as informaes constantes do relatrio do auditor se baseiem em seus papis de trabalho, devendo haver estrita concordncia entre estes e o parecer. Assim, no aceitvel que a opinio do auditor contrarie as evidncias ou provas obtidas por intermdio dos papis de trabalho.

    Os papis de trabalho destinam-se a:

    Os papis de trabalho correspondem aos documentos e apontamentos com base nos quais o auditor emite sua opinio a respeito das demonstraes.

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    a) ajudar, pela anlise dos documentos de auditorias anteriores ou pelos coligidos quando da contratao de uma primeira auditoria, no planejamento e na execuo da auditoria;

    b) atender as Normas Brasileiras de Contabilidade;

    c) facilitar a reviso do trabalho de auditoria;

    d) registrar as evidncias do trabalho executado, para fundamentar o parecer do auditor independente;

    e) avaliar o trabalho da equipe tcnica que desenvolveu os trabalhos de auditoria; e

    f) comprovar administrativamente ou judicialmente a correo do trabalho executado.

    De acordo com a Resoluo CFC n 1.204/2005, o auditor deve registrar nos papis de trabalho informao relativa ao planejamento de auditoria, a natureza, a oportunidade e a extenso2 dos procedimentos aplicados, os resultados obtidos e as suas concluses da evidncia da auditoria. Os papis de trabalho devem incluir o juzo do auditor acerca de todas as questes significativas, juntamente com a concluso a que chegou, inclusive nas reas que envolvem questes de difcil julgamento.

    Nas reas que envolvem questes de princpio ou de julgamento difcil, os papis de trabalho devem registrar os fatos pertinentes que eram do conhecimento do auditor no momento em que ele chegou s suas concluses.

    2 A extenso dos papis de trabalho assunto de julgamento profissional, visto que no necessrio nem prtico documentar todas as questes de que o auditor trata; entretanto, qualquer matria que, por ser relevante, possa influir sobre o seu parecer, deve gerar papis de trabalho que apresentem as indagaes e concluses do auditor.

    Planejamento

    Oportunidade

    Extenso

    Resultados Concluso

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    Dica: O auditor pode usar quaisquer documentos e demonstraes preparados ou fornecidos pela entidade, desde que avalie sua consistncia e se satisfaa com sua forma e contedo. A responsabilidade do auditor pelo parecer no alterada em funo do uso de documentos fornecidos pela entidade.

    O auditor tem acesso aos originais de documentos e livros de registro da entidade. Na hiptese de as informaes constantes de livros ou documentos serem utilizados para formao da opinio do auditor, deve ser extrada cpia desse material, devolvendo-se os originais entidade auditada.

    .

    Analise como esse assunto foi abordado na prova da Petrobrs de 2004:

    Questo 01. (CESPE/UNB Petrobrs Contador 2004) Os papis de trabalho, embora a empresa concorra para sua obteno, so de propriedade exclusiva e confidencial do auditor. Eles constituem a prova do trabalho executado, contm a forma como foi realizado esse trabalho e registram as concluses a que se chegou.

    Certo Os papis de trabalho so de propriedade exclusiva do auditor, responsvel por sua guarda e sigilo. As normas de auditoria exigem que as informaes constantes do relatrio do auditor se baseiem em seus papis de trabalho, devendo haver estrita concordncia entre os papis de trabalho e o parecer.

    Veja na questo abaixo as excees para essa exclusividade do auditor, referente ao sigilo:

    Os papis de trabalho so de propriedade exclusiva do auditor, responsvel por sua guarda e sigilo.

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    Questo 02. (CESPE/UNB - Fiscal de Tributos Municipais de Macei 2003) O auditor, previamente autorizado pela administrao da entidade auditada, quando solicitado, por escrito e fundamentalmente, pelos Conselhos Federal e Regionais de Contabilidade, bem como pelos rgo reguladores e fiscalizadores de atividades especificas, quando o trabalho for realizado em entidades sujeitas ao controle desses organismos, dever exibir as informaes obtidas durante o seu trabalho, incluindo a fase de pr-contratao dos servios, a documentao, os papeis de trabalho, relatrios e pareceres, de modo a demonstrar que o trabalho foi realizado de acordo com as Normas de Auditoria independentes das Demonstraes Contbeis e demais normas legais aplicveis.

    Certo. A exibio dos papis de trabalho permitir os CRC fiscalizarem a qualidade do trabalho executado pelos auditores.

    Essa informao importantssima! Essa questo j foi tema da grande maioria das provas de auditoria. uma das preferidas dos examinadores, portanto, fique de olho!

    Veja este exemplo:

    Questo 3: (CESPE/UNB - Fiscal de Tributos Municipais de Macei 2003) O auditor, para fins de fiscalizao do exerccio profissional, deve conservar a boa guarda, pelo prazo mnimo de trs anos a partir da data

    IMPORTANTE!

    Toda documentao, papis de trabalho e parecer, resultante da auditoria independente de demonstraes contbeis de uma entidade, deve ser conservada em boa guarda, nos termos da NBC-P-1, pelo perodo de 5 anos, a partir da data de emisso do parecer dos auditores independentes.

    5 anos

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    da emisso de seu parecer, de toda a documentao, papeis de trabalho, relatrio e pareceres relacionados com os servios realizados.

    Errado. Conforme estudamos, o prazo de arquivamento de 5 anos.

    Origem dos Papis de trabalho:

    Quanto sua origem, os papis de trabalho podem ser divididos em:

    a) programas de trabalho (ou programas de auditoria); b) apontamentos ou papis de trabalho elaborados pelo auditor c) documentos obtidos com a entidade ou terceiros.

    a. Programas: So elaborados antes do incio dos trabalhos. O planejamento um bom exemplo.

    Segundo Ricardo Ferreira, os programas de trabalho representam um roteiro dos procedimentos que devem ser adotados durante a auditoria. O auditor no deve adotar um programa de trabalho pr-fabricado, que seja aplicado a todas as empresas. As adaptaes necessrias devem ser feitas de acordo com as atividades e outras caractersticas especficas da entidade auditada.

    O programa de trabalho deve contemplar todas as informaes disponveis e necessrias ao desenvolvimento de cada trabalho a ser realizado, com vistas a determinar sua extenso e profundidade,

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    considerando o resultado de auditorias anteriores, a legislao especfica e as normas prprias da entidade, entre outros elementos.

    O programa de trabalhos serve tambm para que o auditor supervisione e controle a qualidade dos trabalhos da equipe tcnica a ele subordinada. O programa de trabalho traz a especificao das etapas de execuo dos servios de auditoria, permitindo que se verifique se todos os procedimentos estabelecidos foram cumpridos e quem os executou.

    b. Apontamentos: So confeccionados durante os trabalhos.

    Apontamentos so os papis de trabalho elaborados pelo prprio auditor. Durante as fases de auditoria, o auditor produz diversos papis de trabalho, como quadros demonstrativos, memorandos, organogramas etc., que podem ser elaborados de forma manual, por meios eletrnicos ou por outros meios.

    um verdadeiro instrumento de controle dos profissionais envolvidos na auditoria. Como o trabalho executado por uma equipe tcnica organizada hierarquicamente, o servio realizado por um profissional oportunamente revisado por seu superior.

    Voc sabe o que so Tiques?

    Tiques so sinais grficos ou smbolos que o auditor utiliza para identificar algum procedimento adotado em relao aos seus apontamentos, como por exemplo, a indicao de que as informaes constantes dos apontamentos tiveram os clculos revisados, ou foram conferidas no dirio ou Razo. Normalmente, o significado dos tiques aparece na parte inferior dos apontamentos.

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    c. Documentos coligidos pelo auditor: Tudo que o auditor obtiver na realizao dos trabalhos.

    So os documentos que o auditor obtm com a entidade auditada ou terceiros. Trata-se de documentos relevantes para os trabalhos de auditoria, como cpias de contratos, de estatutos e suas alteraes, cpias de atas, cartas de confirmao de clientes, bancos, fornecedores, etc.

    Veja como esse assunto foi abordado em uma questo de concurso elaborada pelo CESPE:

    Questo 4: (CESPE/UNB - Fiscal de Tributos Municipais de Macei 2003) Os papeis de trabalho so o conjunto de documentos e apontamentos com informaes e provas coligadas pelo auditor, os quais s podem ser preparadas de forma manual e constituem a evidncia do trabalho executado e o fundamento anterior.

    Errado. No h restries quanto forma de elaborao. Podem ser preparados de forma manual, por meios eletrnicos ou por outros meios.

    Quanto ao tempo de uso, os papis de trabalho podem ser divididos em:

    a. Correntes: So aqueles usados normalmente em um Exerccio social, no sendo comum seu reaproveitamento, por exemplo: Folha-mestra (onde so registradas informaes do Balano Patrimonial), folha de ajustes (onde so apontadas inconsistncias) e de reclassificaes (onde so registradas classificaes errneas dvidas de curto prazo lanadas no longo prazo, por exemplo) so alguns exemplos.

    b. Permanentes: So usados por mais de um ano, so reaproveitados. Contratos de emprstimos de longo prazo, de

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    financiamentos e contrato social so alguns exemplos. So habitualmente papis que no sofrem alterao todos os anos.

    Para finalizarmos nossa aula demonstrativa, tente responder a essa recente questo elaborada pelo CESPE:

    Questo 5: (UNB/CESPE TRE/AP Analista Judicirio 2007) Os papis de trabalho representam o registro de todas as evidncias obtidas ao longo da execuo de um servio de auditoria. Considerando os principais objetivos desses documentos, julgue os itens a seguir.

    I Por serem de uso privativo, tais documentos no so relevantes no caso de substituio dos auditores.

    II Os papis de trabalho devem ser mantidos sob a custdia do auditor at a realizao da prxima auditoria, quando, ento, podero ser destrudos.

    III O contedo dos papis de trabalho importante para comprovar a realizao do trabalho e fundamentar o parecer do auditor.

    Assinale a opo correta.

    A Apenas um item est certo.

    B Apenas os itens I e II esto certos.

    C Apenas os itens I e III esto certos.

    D Apenas os itens II e III esto certos.

    E Todos os itens esto certos.

    Resp: A

    A nica afirmativa correta a III.

    A afirmativa I est errada porque so relevantes, podendo, inclusive, serem solicitados pelos auditores sucessores. Vale ressaltar que a substituio de auditores pode ser acompanhada pela CVM, caso haja indcios de irregularidades (por exemplo, quando a entidade auditada

    Os papis de trabalho correntes devem ser arquivados separadamente dos permanentes, uma vez que estes podero ser utilizados pelo auditor em outras oportunidades, caso ele venha a auditar novamente a entidade em exerccio posterior.

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    rescinde o contrato com o auditor ao saber que receber um parecer adverso).

    A afirmativa II est errada porque os papis de trabalho devem ser guardados, no mnimo, por 5 anos.

    Pensamento da Semana:

    Deixar tudo para amanh como usar um carto de crdito: muito divertido... at que chegue o momento de receber a conta.

    Christopher Parker

    E ento? Aceita o desafio? Ento comece agora mesmo seus estudos e faa parte do nosso time de vencedores!

    Entenda que voc precisa realmente querer estudar. Isso faz toda a diferena. Dedique seu tempo, ateno e concentrao e no se preocupe em ser apenas mais um entre milhares de pessoas que esto se inscrevendo para a prova do concurso. Faa a sua parte.

    Se voc quiser, voc pode e ser um grande vitorioso!

    Bibliografia:

    CARVALHO, Jos Carlos Oliveira de. Auditoria Geral e Pblica: Teoria e Questes Comentadas Rio de Janeiro: Elsevier, 2006

    FERREIRA, Ricardo J. Auditoria Rio de Janeiro - Editora Ferreira 3 Edio.

    CRUZ, Flvio da. Auditoria Governamental. So Paulo: Atlas, 2002 2 edio.

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    Ol alunos!

    Sejam bem vindos ao curso!

    Antes de iniciarmos a aula, gostaria que vocs prestassem bastante ateno nas dicas abaixo. Tenho certeza que sero muito teis!

    Dicas para melhor aproveitar seus estudos:

    De acordo com MINICUCCI, na leitura de um texto e na sua utilizao como obra de estudo, convm seguir uma frmula denominada VILER, que a seguinte:

    V Viso geral do texto

    I Interrogao

    L Leitura

    E Expresso

    R Reviso

    V Viso geral

    Um primeiro passo para ler bem um texto (lio) dar uma vista dolhos geral no texto, nos objetivos de aprendizagem propostos e voltar a ateno no que se vai ler, antes de uma leitura mais demorada.

    Uma leitura rpida compreende a leitura dos ttulos do captulo, os subttulos, verificao das gravuras, os grficos e as ilustraes.

    Se houver resumo, convm l-lo antes de ler o texto. Convm, passar os olhos sobre a bibliografia recomendada. Enfim, uma leitura rpida do texto para ter uma viso geral do assunto.

    I Interrogao

    Ns lembramos as coisas quando elas tm um significado especfico aos nossos interesses. A melhor maneira de tirar proveito acerca do que

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    se est lendo fazer perguntas, questionar e levantar interrogaes sobre o texto.

    As perguntas ajudam a concentrar a ateno na matria do texto. Ao buscar respostas s perguntas se consegue que a mente no fique divagando, j que o assunto nos envolveu. Assim:

    O que significa o ttulo do captulo? Que questes sugerem os subttulos? O que me interessa particularmente nesse texto?

    L Ler

    O terceiro passo de Viler ler. Se o estudante venceu os dois primeiros passos poder ler com mais eficincia.

    Ento:

    a) Ir ler para responder as perguntas que levantou. b) Ir analisar todas as ilustraes e saber por que razes elas

    foram colocadas no texto.

    c) Ir observar as palavras grifadas e que razo houve para isso. d) Ir assinalar (sublinhando) os pontos mais importantes ou

    que devam ser relidos.

    E - Expressar

    O quarto passo expresso, comunicao, isto , dizer, recitar, repetir o que foi lido.

    Isto quer dizer: retornar ao que j foi lido, seja resumindo oralmente, seja tomando notas de alguma forma.

    As experincias demonstram que, aps duas semanas, os alunos esquecem cerca de 80% do que estudaram. Por outro lado, se repetirem ou expressarem de alguma forma o que leram, s esquecero cerca de 20%, no mesmo perodo de tempo.

    R Reviso

    A maioria dos alunos no revisa (no v de novo) o aprendido. Revisar significa passar uma vista dolhos naquilo que foi lido. Rever as

    anotaes, os fatos, os resumos*.

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    A reviso dever obedecer aos seguintes passos:

    a) Deve ser feita imediatamente depois da leitura. b) Deve ser feita periodicamente. c) Deve-se planejar uma reviso final.

    Vale ressaltar que se trata de material de uso pessoal, no podendo ser repassado a terceiros, em carter gratuito ou oneroso, seja impresso, por e-mail ou qualquer outro meio de transmisso sob risco de violao do estabelecido na Lei n. 9.610/1998 e no Cdigo Penal. Desde j agradecemos a compreenso e estamos abertos para qualquer dvida ou pendncia, tanto sobre o material quanto para qualquer outro assunto relacionado ao concurso em questo.

    Aula 01 Introduo, testes, procedimentos, amostragem, parecer

    Sumrio:

    1. Como devo estudar.................................................................... 4 2. Noes gerais sobre auditoria: Conceituao e objetivos ................ 5 3. Testes de Observncia e Testes Substantivos .............................. 10 3.1. Testes de Observncia........................................................... 10 3.2. Testes Substantivos .............................................................. 14 4. Procedimentos de Auditoria....................................................... 17 5. Parecer do Auditor................................................................... 21 6. Amostragem........................................................................... 31 7. Carta de responsabilidade da administrao ................................ 37

    & Ao final de cada leitura, elabore um resumo. O exerccio de redigir o resumo atua como um reforo do material do texto. Voc ter que consultar muitas vezes o texto, medida que organiza seu resumo. Dessa forma, voc poder realizar uma reviso, aprofundando-se mais no texto e esclarecendo pontos duvidosos. Pelo resumo voc recompe o texto, de maneira sucinta (tirando o essencial) e esquemtica (elaborando esquemas em tpicos principais do texto).

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    8. Questes de Concursos Anteriores: ............................................ 38 9. Gabarito: ............................................................................... 44 10. Bibliografia: .......................................................................... 49

    1. Como devo estudar

    Ao nos depararmos com um edital to confuso e super diferente dos editais de auditoria que temos visto nos concursos anteriores, aps o grande desespero inicial, nos sobrevm a pergunta que no quer calar: Como devo estudar tudo isso? Bem, para responder esta pergunta, eu diria que primeiro precisamos reorganizar o edital de forma que o contedo seja apresentado de forma didtica e inteligvel a todos. Desta forma, as aulas sero ministradas de acordo com minha experincia e tenho certeza que este procedimento gerar bons frutos! No se preocupe, cobriremos todo o edital! Em segundo lugar, imprescindvel que todos leiam as legislaes e normas que eu for recomendando ao longo das aulas... Isto porque, a tendncia da maioria das bancas (inclusive a UNB) em provas de auditoria cobrar a literalidade das normas. Ento minha recomendao que voc estude as aulas, leia as normas recomendadas e pratique o que aprendeu atravs dos exerccios propostos. Seu rendimento ser muito melhor! Por ltimo, para facilitar seus estudos, voc precisa entender a estrutura da legislao existente sobre o assunto, uma vez que extremamente extensa. Acompanhe comigo:

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    A atividade de auditoria independente de demonstraes contbeis prerrogativa de Contador (Bacharel em Cincias Contbeis); motivo pelo qual quem regulamenta a profisso o CFC (Conselho Federal de Contabilidade).

    Deste rgo, so emanados diversos diplomas legais abordando aspectos diversos, tais como: princpios contbeis, percia e auditoria.

    Em relao a este ltimo, a regulamentao feita por meio das NBC T11 (Normas Brasileiras de Contabilidade), aprovadas por meio de resoluo.

    As duas principais normas foram aprovadas por meio das resolues n 820 e 821 de 1997, que so de leitura obrigatria. Elas abordam o trabalho do auditor e o perfil desse profissional, respectivamente.

    A partir da, h diversas outras regulamentando aspectos especficos, tais como: papis de trabalho, amostragem, fraude e erro, etc.

    Nosso trabalho consistir em facilitar a leitura dessas resolues, abordando os aspectos mais importantes de cada uma delas que normalmente so cobrados em prova.

    Lembre-se que vrios conceitos diferentes costumam aparecer juntos nas questes da Unb/CESPE, por isso, temos que ter tudo muito claro em nosso cabeo para no nos confundirmos!

    2. Noes gerais sobre auditoria: Conceituao e objetivos

    A auditoria surge em um momento em que se faz separao entre o dono da empresa e a figura do administrador da empresa. Assim, Quando o dono o prprio administrador, ele sabe exatamente o que ocorre na sua empresa. Quando surge a figura do administrador profissional, o dono dessa empresa fica sem saber exatamente o que est ocorrendo na mesma.

    Neste contexto, surge a figura da AUDITORIA, ou seja:

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    Quem poderia garantir que as informaes que esto nas demonstraes contbeis so informaes reais? Porque a empresa pode fazer demonstraes artificiais. Concorda?

    Imagine a situao: Voc quer pegar um emprstimo no banco. Para que d tudo certo e seu gerente aprove o emprstimo, voc pode reclassificar um dvida sua de curto prazo para longo prazo, por exemplo, porque fazendo isto, estar diminuindo o passivo circulante, e, por conseqncia, melhorando seus ndices de liquidez. Melhora, por exemplo, a liquidez corrente.

    Assim, vemos que as empresas podem realizar lanamentos inexistentes, ativos fictcios nas demonstraes contbeis, pode ter um passivo da empresa que no esteja provisionado... Ento, quem garante que as informaes que esto nas demonstraes contbeis so informaes que condizem com a realidade? O auditor independente.

    Mas, qual o objetivo da auditoria Independente?

    A emisso de um parecer acerca das demonstraes contbeis face aos princpios fundamentais da contabilidade1, normas brasileiras de contabilidade, demais legislaes aplicveis e prticas adotadas no Brasil.

    Ou seja, em linguagem simples: o auditor vai olhar as demonstraes contbeis e analis-las a fim de verificar se esto corretas.

    Dica: Antigamente, falava-se em princpios de contabilidade geralmente aceitos ... Essa expresso no existe mais! Hoje, se esse assunto cair na prova, dever falar sobre os princpios fundamentais da contabilidade, normas brasileiras de contabilidade, demais legislaes aplicveis e prticas adotadas no Brasil.

    Vale pena decorar a expresso: prticas adotadas, ou prticas j consagradas, uma vez que trata-se de uma novidade, acredito que tem grandes chances de cair na prova.

    Vale ressaltar que o parecer do auditor independente tem por limite os prprios objetivos da auditoria das demonstraes contbeis e no representa, pois, garantia de viabilidade futura da entidade ou

    1 Os Princpios Fundamentais de Contabilidade esto descritos na Resoluo n 750/93 do CFC.

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    algum tipo de atestado de eficcia da administrao na gesto dos negcios, sendo de exclusiva responsabilidade de contador registrado no Conselho Regional de Contabilidade.

    Ento, como se constata se as demonstraes contbeis esto corretas?

    Vendo se foram feitas de acordo com os Princpios Fundamentais da Contabilidade e as Prticas Contbeis em vigor no Brasil.

    Sabendo se as demonstraes contbeis observaram as Legislaes aplicveis a cada setor. (Ex.: Instituio financeira, como uma seguradora).

    Uma vez que as demonstraes so elaboradas consoantes as disposies do Conselho Federal de Contabilidade CFC, do Ibracon (Instituto dos Auditores Independentes antigo Instituto Brasileiro de Contabilistas), da Comisso de Valores Mobilirios CVM, do Banco Central Bacen, da Superintendncia de Seguros Privados - Susep e da Lei, em especial a de n. 6.404 de 1976 Lei das S.A, diversos Diplomas Legais devem ser consultados quando da verificao efetuada pelo auditor independente, razo pela qual a profisso somente pode ser exercida por contadores (bacharis em cincias contbeis) devidamente certificados e regularmente inscritos no CFC.

    De acordo com o CFC, a auditoria das demonstraes contbeis constitui o conjunto de procedimentos tcnicos que tem por objetivo a emisso de parecer sobre a sua adequao, consoante os Princpios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, a legislao especfica. Na ausncia de disposies especficas, prevalecem as prticas j consagradas pela Profisso Contbil, formalizadas ou no pelos seus organismos prprios.

    Princpios fundamentais contabilidade

    Normas brasileiras de contabilidade

    Demais legislaes e prticas

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    Dentre os demonstrativos a serem analisados pelos auditores, possvel destacar:

    Balano Patrimonial - BP, Demonstrao de Resultado do Exerccio - DRE, Demonstrao de Origens e Aplicaes de Recursos

    DOAR,

    e a Demonstrao de Lucros ou Prejuzos Acumulados DLPA

    Esses demonstrativos so obrigatrios para praticamente todas as sociedades annimas de capital fechado ( exceo da DOAR, que dispensada para S.A. com Patrimnio Lquido (PL) abaixo do limite estabelecido de R$ 1.000.000,00). As S.A. de capital aberto (que negociam aes na Bolsa), alm dessas demonstraes, devem apresentar, tambm, a Demonstrao de Mutaes do Patrimnio Lquido DMPL.

    Vale ressaltar que isso no ilide a responsabilidade de elaborao de outros demonstrativos especficos, obrigatrios para entidades com regulamentao especfica, tais como instituies financeiras, entidades de previdncia privada e outras.

    Dica: A expresso demonstraes contbeis utilizada para referir-se s informaes contbeis que, no Brasil, abrangem o balano

    BP

    DRE

    DOAR

    DLPA

    CFC Ibracon CVM BACEN Susep Lei S.A

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    patrimonial e as demonstraes do resultado, das mutaes do patrimnio lquido e das origens e aplicaes de recursos ou outras aplicveis a setores especficos de atividade ou requeridas por rgos reguladores, as quais, juntamente com as notas explicativas correspondentes, formam um conjunto de dados e informaes bsicas sobre os quais o auditor emite seu parecer. Entretanto, a Legislao societria e, posteriormente, a Legislao fiscal e outras, consagraram o uso da expresso demonstraes financeiras para o mesmo conjunto de informaes. Assim, a expresso demonstraes financeiras tem exatamente o sentido da expresso demonstraes contbeis, e vice-versa.

    Aps observar os princpios, normas, legislaes, prticas... voc acha que a opinio pessoal do auditor, ou seja, o seu julgamento tambm importante?

    Observe a questo abaixo. O que voc responderia? Questo 1: (CESPE/UNB - Auditor Fiscal da Previdncia Social 2003) Com fulcro nas normas de auditoria vigentes no Brasil, julgue o item a seguir: A seleo, a extenso e a aplicao dos procedimentos de auditoria devem ocorrer em conformidade com as normas de auditoria, no dependendo, portanto, do julgamento pessoal e profissional do auditor. Est errado. Dependem de julgamento do auditor, sim, envolvendo fatores objetivos (levantamento do Controle Interno, experincia de auditorias anteriores, etc) e subjetivos (sensibilidade do auditor). As normas do CFC no trazem, por exemplo, quantidade de procedimentos (percentuais) que devero ser aplicados. Depende do julgamento que ser realizado pelo auditor.

    Para finalizarmos esta parte, vejamos uma pegadinha de prova, que j caiu em vrios concursos:

    A finalidade da auditoria a descoberta de fraudes? Verdadeiro ou falso?

    Falso. A finalidade da auditoria dar uma opinio se essas demonstraes foram feitas com observncia das praticas utilizadas hoje

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    no Pas, embora ele no possa ignor-las caso as descubra, devendo considerar a possibilidade de ocorrncia ainda na fase de planejamento dos trabalhos.

    Para o auditor emitir um parecer dizendo que as demonstraes contbeis esto corretas ou erradas, existe a necessidade do auditor aplicar dois grandes conjuntos de testes:

    3. Testes de Observncia e Testes Substantivos

    3.1. Testes de Observncia

    Como o prprio nome j diz, o teste de observncia consiste em observar. Observar o qu? Se o controle interno (procedimentos estabelecidos para proteo dos ativos e garantia da eficcia das operaes) est em funcionamento na prtica.

    Eu hoje sou Auditor-Geral do Ministrio Pblico do Estado do Rio de Janeiro. L ns temos uma serie de normas. Toda vez que a administrao pblica vai comprar alguma coisa, ela tem que fazer uma cotao de preo que ir servir de base para a confeco do projeto base da licitao posteriormente. Isso uma norma do controle interno. Ento, quando eu pego um processo administrativo de compra, eu verifico se foram feitas as trs cotaes necessrias, por exemplo. Quando eu pego um processo de pagamento de despesas eu verifico, por exemplo, se naquele processo a despesa foi liquidada, se o fornecedor entregou a mercadoria ou se o contratado prestou o servio, eu verifico se aquela nota de empenho tem atestao de dois servidores, ou seja, verifico as normas de controle interno.

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    O Controle Interno existe para proteo da empresa, para proteo do setor pblico, para evitar que haja fraudes.

    Por exemplo: H um princpio de controle interno (a ser testado pelo auditor) chamado segregao de funes, alertando para a necessidade da existncia de pessoas diferentes para realizao de atividades diversas. Ou seja, quem compra no recebe, quem cuida do fsico no cuida da contabilidade e quem vende no d desconto. Isso contribui para evitar desvios/fraudes. No podemos ter a mesma pessoa, por exemplo, fazendo a contabilidade e ao mesmo tempo sendo tesoureiro. Devem ser pessoas diferentes. Deve haver essa segregao de funes, porque se eu sou o tesoureiro e sou o contador e fao as duas coisas, eu posso gerar um desfalque conhecido como desfalque permanente na empresa. Voc sabe o que um desfalque permanente? aquele que eu me aproprio do bem e dou baixa na contabilidade. Por exemplo, eu posso ser o tesoureiro e roubo, depois, vou na contabilidade e fao um nico lanamento: de dbito a despesas diversas e crdito a caixa.

    Sabe quando o auditor vai conseguir descobrir esta fraude? Nunca! Isto porque o auditor confronta real com contbil. Por exemplo, o auditor vai olhar o balano patrimonial, na conta caixa estar constando R$ 100,00, ento ele conta o dinheiro e tambm tem R$ 100,00, assim, est batendo a contabilidade com real. O auditor no vai pegar a fraude que foi cometida e porque foi ajustada na contabilidade. Esse o perigo! Voc me diria: o auditor pega sim,

    porque ele vai ver que em despesas diversas no tem o comprovante dessas despesas. Faz sentido, mas ele pegaria se o valor fosse alto, se fosse significativo, uma vez que o auditor no trabalha com 100% dos

    Porque existe controle interno?

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    fatos, ou seja, trabalha com amostragem, conforme estudaremos mais adiante.

    Esses testes revelaro a fragilidade do controle interno da empresa (em diferentes setores).

    Veja a definio de controle interno cobrada pelo CESPE:

    Questo 2: (CESPE/UNB - Auditor Fiscal da Previdncia Social 2003) Julgue:

    Em uma organizao, o controle interno representa o conjunto de procedimentos, mtodos ou rotinas com o objetivo de proteger os ativos, produzir dados contbeis e ajudar a administrao na conduo ordenada dos negcios da empresa. Resposta: Certo.

    Como exemplos de normas de controle interno podemos citar: Cotar com 3 fornecedores antes de efetivar qualquer compra (para garantir que ser comprado com o menor preo);Permitir acesso ao almoxarifado somente a quem l trabalha; somente realizar pagamentos autorizados por, no mnimo, duas pessoas, etc.

    Porque o auditor tem que observar se o controle interno existe?

    Para instigar seu raciocnio, vou responder com outras perguntas: O auditor testa tudo? Imagina auditar as Casas Bahia ou as Casas Sendas... daria para testar tudo? No d. Ele trabalha com amostragem. Ento, o auditor ir se preocupar em testar as reas mais sensveis, em testar as reas onde o controle interno for ruim. Porque quando a rea trabalha bem, as pessoas so competentes, e eu verifico que existe uma

    O Controle interno que garante a proteo, a salvaguarda dos ativos e garante, tambm, a eficcia operacional da empresa.

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    normatizao para o setor e que essa normatizao realmente seguida, efetiva e eficaz, a probabilidade de eu encontrar algum problema naquela rea pequena.

    Vejamos:

    GRFICO DE CONTROLE INTERNO (Variando de 1 a 8)

    1 8

    Neste modelo, o volume de testes substantivos a serem aplicados em decorrncia dos testes de observncia decorrero do grau dado em comparao com o grau 10 (referncia).

    Este grfico significa que:

    Se o controle interno ruim -> Grau 1 Se o controle interno bom -> Grau 8 Ex: controle interno grau 8 -> 20% de testes substantivos

    controle interno grau 6 -> 40% de testes substantivos

    ruim bom

    8 10 =2 20% de testes substantivos

    Obs: A avaliao do grau de eficincia do controle interno subjetivo, dependendo do feeling do auditor. H, contudo, no mercado, uma espcie de senso comum.

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    PRINCIPAL RACIOCNIO DA AUDITORIA Se o Controle Interno for bom, a probabilidade de se haver erros ou fraudes menor. Sendo assim, o auditor aplicar menos testes substantivos. E vice-versa.

    Assim, estabelece-se uma relao entre os testes de observncia e os substantivos.

    Qual deve ser aplicado primeiro? De observncia. Porque, a partir daqui voc vai determinar a quantidade de testes substantivos a serem aplicados.

    Ento, recapitulando... Se cair na sua prova: Qual a finalidade dos testes de observncia? O que voc responde?

    Verificar se o controle interno existe na prtica, se est em funcionamento.

    3.2. Testes Substantivos

    Os testes substantivos so os exames de fato que o auditor faz. Quando o auditor comea a colocar a mo na massa, ou seja, solicitar ao cliente para analisar os contratos, os comprovantes de despesas e receitas, os clculos dos impostos, notas fiscais, folha de pagamento, etc... so os testes substantivos que esto sendo aplicados.

    Os testes substantivos buscam evidncias quanto exatido dos dados obtidos pelo sistema contbil da entidade e se divide em:

    Transaes e saldos Reviso analtica

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    a) Testes de transaes e saldos Transaes Verificar se as TRANSAES de fato aconteceram, pois a empresa pode executar uma transao artificial. Ex: Controladora vendendo para a Controlada, pode ser uma operao fictcia, precisa ser verificada.

    Saldos Verificar se os saldos apresentados na contabilidade esto corretos. Ex: Certificar que o saldo bancrio apresentado na contabilidade realmente o saldo constante no extrato bancrio.

    b) Procedimento de Reviso Analtica Anlise gerencial, onde geralmente quem a executa um auditor com mais experincia pelo fato de a reviso analtica consistir na tentativa de explicar atipicidade, olhando para as demonstraes contbeis, a fim de analisar o que est certo ou errado.

    Na prtica, consiste em analisar os dados e identificar desvios, com vistas a direcionar a aplicao de procedimentos. Por exemplo: se as despesas diversas representarem 30% do faturamento, esta conta pode ser separada para anlise. Se a margem operacional estiver muito aqum do padro, este fato poder ser destacado pelo auditor.

    Aprofundando: um dos indcios de caixa 2 o estouro de caixa (quando a conta caixa est com saldo credor, situao contabilmente impossvel). O dinheiro entra na empresa, mas no registrado. Em determinado momento, a despesa lanada (aps a constatao da existncia fsica), mas no h saldo na conta caixa para quitar a despesa. Aps o registro, o saldo fica credor... Outro indcio a reclassificao de contas a receber de longo prazo para contas a receber de curto prazo, a fim de evidenciar uma liquidez melhor que a real (situao necessria para obteno de financiamentos, participao em licitaes, etc).

    REVISO ANALTICA So ndices, comparaes, interpretaes, estabelecidos para evidenciar a situao da entidade. Deve-se comprar um ano com outros anos. Tambm conhecida como Anlise de balano.

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    Em boa parte dos casos, o auditor possui experincia e, ao ver a situao da empresa, saber se existe algo de errado ou no.

    Veja como esse assunto pode ser abordado em sua prova:

    Questo 3: (CESPE/UNB - Fiscal de Tributos Municipais de Macei 2003) Quanto auditoria, julgue os itens a seguir. Os testes substantivos visam obteno de razovel segurana de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administrao esto em efeito funcionamento e cumprimento. Resposta: Errado. Os testes de observncia objetivam verificar a adequao, efetividade e continuidade dos controles internos.

    Finalidade dos testes substantivos:

    a) EXISTNCIA verificar se um componente patrimonial existe efetivamente numa determinada data, por meio de contagem ou anlise de documentos. Ex.: O auditor confere tudo o que considerar relevante.

    b) OCORRNCIA verificar se as transaes de fato ocorreram. c) ABRANGNCIA saber se todas as transaes foram

    registradas de fato.

    d) DIREITOS E OBRIGAES saber se realmente esses direitos e obrigaes ocorreram, ou seja, se eles de fato existem (contas a receber e contas a pagar).

    e) MENSURAO, APRESENTAO E DIVUILGAO DA INFORMAO CONTBIL saber se as informaes contbeis foram mensuradas, apresentadas e divulgadas adequadamente. (ex: informar nas notas explicativas o critrio de avaliao de estoque, se foi feita reavaliao, % de aes preferenciais e nominais, etc).

    Outra preocupao do auditor quando est avaliando as contas do ativo, verificar se os ativos esto superavaliados:

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    Ex: se a empresa diz que tem $10.000 no estoque, o auditor ir verificar se tem, pelo menos, $10.000.

    No passivo o contrrio. saber se o passivo est subavaliado:

    Ex: se a empresa diz que deve $10.000, o auditor deve verificar se s deve $10.000.

    Assim, vemos que para atingir as finalidades dos testes substantivos, o auditor deve aplicar os testes de Transaes e Saldo e os Procedimentos de Reviso Analtica.

    Lembre-se que o primeiro teste a ser feito quando do incio de uma auditoria, o Teste de Observncia, pois a primeira preocupao definir qual o foco dos levantamentos.

    A partir do momento que o auditor aplica os testes, ele finalmente ter condio de emitir seu parecer de auditoria.

    4. Procedimentos de Auditoria

    De acordo com Ricardo Ferreira, os procedimentos de auditoria so o conjunto de procedimentos tcnicos com base nos quais o auditor obtm evidncias ou provas que sejam suficientes e adequadas para

    Ativos

    Passivos

    Superavaliados

    Subavaliados

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    fundamentar o seu parecer sobre as demonstraes contbeis auditadas. Os procedimentos de auditoria so adotados: antes do encerramento do exerccio; na data de seu trmino; aps o encerramento do exerccio e antes da elaborao das demonstraes; depois da elaborao das demonstraes.2

    Os procedimentos bsicos na aplicao dos testes de observncia e substantivos so : 1) INSPEO = EXAME Este exame poder ser feito em documentos ou em ativos. o procedimento mais utilizado em auditorias. Este procedimento tanto lida com valores altos como com valores baixos, pois ambos, sob o ponto de vista da qualidade de informao, so importantes.

    A conta no banco uma das coisas mais importantes a serem testadas na auditoria, pelo fato das informaes serem muito inter-relacionadas.

    Exemplos de procedimentos de auditoria de exame fsico:

    a) contagem de estoque;

    b) contagem de ativo imobilizado;

    c) contagem de duplicatas a receber e a pagar;

    d) contagem de caixa;

    2) OBSERVAO So os testes de observncia, ou seja, observar se o controle interno est em funcionamento.

    3) CLCULO a conferncia da exatido numrica. Ex.: Clculo no estoque, nas contas a receber, na depreciao, etc.

    4) REVISO ANALTICA verificao do comportamento de valores significativos, mediante ndices, quocientes, quantidades absolutas ou

    2 FERREIRA, Ricardo J. Auditoria Rio de Janeiro - Editora Ferreira 3 Edio.

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    outros meios, com vistas identificao de situao ou tendncias atpicas.

    Nesse sentido, quando o valor envolvido for expressivo em relao posio patrimonial e financeira e ao resultado das operaes, o auditor deve:

    a) confirmar os valores das contas a receber e a pagar, atravs de comunicao direta com os terceiros envolvidos; e

    b) acompanhar o inventrio fsico realizado pela entidade, executando os testes de contagem fsica e procedimentos complementares aplicveis.

    5) INVESTIGAO E CONFIRMAO Embora sejam conceitos diferentes, a resoluo do Conselho Federal colocou os dois juntos. A investigao consiste em aplicar procedimentos adicionais para tentar validar uma informao. J a confirmao consiste em obter informaes junto a terceiros.

    Para a confirmao, utiliza-se da tcnica de circularizao, que consiste em solicitar que a empresa pea a seus agentes consignatrios (clientes ou fornecedores) que informem diretamente ao auditor sobre os saldos e operaes.

    CIRCULARIZAO:

    Consiste em obter informaes junto a terceiros, como mecanismo de validao. Assim, o auditor seleciona as pessoas que sero circularizadas (que recebero as correspondncias para confirmao dos saldos em aberto em uma determinada data) e solicita a

    importante destacar que se o auditor, durante a reviso analtica, no obtiver informaes objetivas suficientes para dirimir as questes suscitadas, deve efetuar verificaes adicionais, aplicando novos procedimentos de auditoria, at alcanar concluses

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    entidade auditada que as remeta. A partir da, aguarda as respostas e as analisa, confrontando-as com as evidncias obtidas dentro da prpria empresa. A figura a seguir evidencia a tcnica citada.

    Sendo assim, pode-se afirmar que CIRCULARIZAO no procedimento de auditoria e sim, uma tcnica dentro de investigao e confirmao.

    Tipos de Circularizao:

    a) CIRCULAO BRANCA a carta onde o saldo (valor em aberto) no informado. (Ex.: Caro cliente, confirme junto ao nosso auditor o valor devido at o dia ...)

    b) CIRCULAO PRETA a carta onde o saldo informado. ( Ex.: Caro cliente, gostaramos de conferir um dbito existente no valor de R$1.000,00....)

    c) CIRCULAO POSITIVA aquela onde todos respondem, ou seja, o auditor quer uma resposta de todas as pessoas que foram circularizadas. Contm frases do tipo: Queira confirmar o saldo da conta....;

    d) CIRCULAO NEGATIVA Neste caso, os circularizados somente iro responder caso haja alguma divergncia, ou seja, na circulao negativa, o auditor no espera uma resposta de

    Auditor Auditada

    Terceiro

    Branca Preta Positiva Negativa

    No informa o saldo

    Informa o saldo

    Aguarda resposta

    Aguarda resposta apenas em divergncias

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    todos. Caso o cliente no responda, o auditor subentende que tudo est correto. Contm frases do tipo: Responda se o saldo da conta ______, for diferente de ______.

    Dica: A conta caixa, apesar de normalmente ter um valor pequeno, extremamente importante, principalmente para aferir a qualidade dos lanamentos, pois tudo passa pelas contas Caixa e Banco.

    Dica 2: H situaes em que o mais adequado a circulao negativa, como no exemplo de uma empresa com muitos clientes.

    5. Parecer do Auditor

    Aps a aplicao dos procedimentos, o auditor ter condies de exprimir sua opinio acerca da qualidade e adequao das demonstraes em um relatrio de auditoria denominado parecer de auditoria. um relatrio sinttico, normalmente de trs pargrafos.

    Em condies normais, o parecer dirigido aos acionistas, cotistas ou scios, ao conselho de administrao ou diretoria da entidade, ou outro rgo equivalente, segundo a natureza deste. Em circunstncias prprias, o parecer dirigido ao contratante dos servios. Deve, ainda, identificar as demonstraes contbeis sobre as quais o auditor est expressando sua opinio, indicando, outrossim, o nome da entidade, as datas e os perodos a que correspondem, bem como ser datado e assinado pelo contador responsvel pelos trabalhos, e conter seu nmero de registro no Conselho Regional de Contabilidade. Caso o trabalho tenha sido realizado por empresa de auditoria, o nome e o nmero de registro cadastral no Conselho Regional de Contabilidade tambm devem constar do parecer. Vale ressaltar que a data do parecer deve

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    corresponder ao dia do encerramento dos trabalhos de auditoria na entidade.

    O parecer deve ter 3 pargrafos:

    1. Introdutrio; 2. De Escopo/modus operandi; 3. De opinio.

    1 Pargrafo: Introduo

    Deve constar que o parecer est de acordo com as prticas contbeis em vigor no Brasil, identificando, ainda, as demonstraes, os exerccios, etc.

    2 Pargrago: Modus Operandi (escopo)

    Neste pargrafo deve constar que o trabalho do auditor foi orientado por tcnicas de amostragem estatstica, compreendendo a aplicao de testes de observncia e testes substantivos com o objetivo de identificar as reas mais expressivas.

    As ressalvas, quando necessrias, so feitas da seguinte forma: faz-se uso das expresses exceto por, exceto quando, com exceo de para demonstrar as improbidades.

    Exemplo:

    Exceto quanto contribuio previdenciria que no foi recolhida...

    Exceto quanto ao clculo de provises....

    Cada ressalva deve constar em um pargrafo separado. Ou seja, se tiverem ressalvas, coloca-se um pargrafo para cada ressalva.

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    3 Pargrafo: Opinio / Concluso

    OPINIO ( nela que iremos identificar o tipo de parecer)

    Exs.:

    Entende-se que as demonstraes contbeis esto corretas em todos os aspectos relevantes (parecer sem ressalva)

    Entende-se que as demonstraes contbeis esto corretas, exceto quanto ao apresentado no inciso anterior (parecer com ressalva).

    4 Pargrafo: nfase (se aplicvel)

    Por fim, o parecer pode conter um pargrafo de nfase. Ser emitido quando:

    - Tiver uma INCERTEZA: O auditor no conseguiu ter certeza sobre alguma que no seja culpa da empresa. Ocorre em funo da dificuldade do auditor de formar um juzo de valor.

    - RISCO DE CONTINUIDADE: possibilidade da empresa quebrar. Por exemplo: Imagine a seguinte situao: Uma empresa familiar dirigida h vrias dcadas pelo prprio dono. Ele falece. Assim, existe grande possibilidade desta empresa sofrer risco de continuidade, e isto deve ser informado no pargrafo de nfase.

    Em funo das impropriedades detectadas e sua materialidade, esse documento admite quatro modalidades face Legislao vigente: sem ressalvas, com ressalvas, adverso e com absteno de opinio.

    A nfase no decorre de impropriedades. apenas

    para chamar ateno.

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    PPPaaarrreeeccceeerrr ssseeemmm rrreeessssssaaalllvvvaaa

    A modalidade sem ressalvas utilizada quando o auditor no detecta impropriedades significativas que meream ser destacadas no relatrio, lembrando que o conceito de relevncia ou materialidade julgamento pessoal do auditor. Assim, no comum o CFC definir a partir de qual patamar (em termos percentuais) determinado fato deve ser destacado. O que se considera o impacto nas demonstraes e a possibilidade de distorcer a anlise do usurio da informao contbil.

    preciso destacar, ainda, que a relevncia normalmente calculada tomando como base um percentual do lucro aps os impostos (o mais comum, e, portanto, recomendvel), do faturamento, do Patrimnio Lquido PL ou do ativo, lembrando que o percentual definido pelo auditor.

    O parecer sem ressalvas cabe, ainda, quando as inconsistncias apontadas so corretamente ajustadas pela entidade auditada. Ou seja, levantadas as divergncias (diferena no valor contbil e real do saldo da conta clientes, por exemplo), so elas apontadas e so efetuadas sugestes pelo auditor de ajustes que devem ser feitos para que as demonstraes contbeis reflitam adequadamente a real situao econmico-financeira da empresa. Caber a empresa, ento, acatar as sugestes do auditor ou no.

    Em acatando, as demonstraes estaro corretas e o parecer no apontar ressalvas.

    preciso destacar que a auditoria contbil no um jogo de gato e rato: conforme mencionado, a finalidade da auditoria independente de demonstraes atestar que as informaes constantes nas demonstraes esto corretas. Se antes no estavam e, aps as recomendaes e ajustes, tornaram-se corretas, no h que se falar. Ratificando, no anti-tico dar a oportunidade da auditada efetuar as correes no BP e DRE, por exemplo.

    Assim, o parecer sem ressalva:

    Merecero destaques no parecer quaisquer fatos que, pela sua omisso ou incluso, podero vir a causar prejuzos se inclusos ou omitidos.

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    1. Indica que as demonstraes contbeis foram elaboradas consoante as disposies das NBC e Princpios Fundamentais da Contabilidade em todos os aspectos relevantes;

    2. Indica que h apropriada divulgao de todos os assuntos relevantes s Demonstraes Contbeis.;

    3. Implica afirmao de que, em tendo havido alteraes na observncia das NBC e PFC, elas tiveram seus efeitos avaliados e aceitos e esto devidamente revelados nas Demonstraes Contbeis. Nesses casos, NO REQUERIDO NENHUMA REFERNCIA NO PARECER.

    Circunstncias que impedem a emisso do parecer sem ressalva So as que tenham efeitos relevantes para as demonstraes contbeis, tais como:

    a) discordncia com a administrao contedo e forma das Demonstraes Contbeis (discorda das prticas contbeis utilizadas e da forma de aplicao das prticas contbeis) conduzir opinio com ressalva ou opinio adversa; ou

    b) limitao na extenso do seu trabalho deve conduzir opinio com ressalva ou absteno de opinio.

    PPPaaarrreeeccceeerrr cccooommm rrreeessssssaaalllvvvaaa:

    A modalidade com ressalva(s) cabvel quando so detectadas ofensas aos princpios fundamentais de contabilidade PFC, s prticas contbeis em vigor no Brasil ou Legislao vigente. Nesse caso, desde que no ajustadas, o auditor far meno a elas em seu parecer. Dessa forma, cada inconsistncia ser relatada em um pargrafo do parecer, individualmente.

    No que pertine divulgao, preciso destacar que h circunstncias especiais em que a ampla divulgao de determinadas informaes sigilosas pode ser danosa ou prejudicial empresa ou a seus acionistas. Nesses casos, tal divulgao no requerida. Todavia, isso no significa que fatos relevantes deixem de ser divulgados sob esse pretexto. Assim, cuidadosa analise dever ser feita pela administrao, juntamente com o auditor, para determinar a melhor soluo para o caso, objetivando que as demonstraes e notas

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    explicativas no omitam fatos relevantes, ao mesmo tempo, no prejudiquem a empresa e seus acionistas com tal divulgao.

    Assim, o parecer com ressalva:

    1. efeito de qualquer discordncia ou restrio na extenso de um trabalho. No de tal magnitude que requeira parecer adverso ou absteno de opinio;

    2. Utiliza expresses exceto por, exceto quanto ou com exceo de referindo-se aos efeitos do assunto objeto da ressalva;

    Quando o auditor emitir parecer com ressalva, adverso ou com absteno de opinio, deve ser includa descrio clara de todas as razes que fundamentaram o seu parecer. Ou seja, devem ser apresentadas em pargrafo especfico do parecer, precedendo ao da opinio. Se for o caso, fazer referncia a uma divulgao mais ampla em Nota Explicativa.

    PPPaaarrreeeccceeerrr aaadddvvveeerrrsssooo

    Quando o auditor entende que as demonstraes contbeis esto erradas.

    O parecer adverso justificvel quando as impropriedades so de tal gravidade que comprometam as demonstraes contbeis em seu conjunto, de forma que as informaes l constantes no reflitam a real situao da empresa. Nessa situao, o

    auditor destacar em seu parecer que as demonstraes no foram elaboradas com a fiel observncia das normas contbeis em vigor.

    Deve-se lembrar que a divulgao em nota explicativa de uma prtica contbil indevida ou de um erro na sua aplicao no elimina a necessidade de ressalva no parecer.

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    A diferena entre essa modalidade e a com ressalvas a magnitude, cabendo mais uma vez ao auditor (julgamento pessoal) optar por um ou por outro de acordo com sua convico. Neste caso:

    1. O auditor deve descrever em um ou mais pargrafos intermedirios IMEDIATAMENTE ANTERIORES AO PARGRAFO DE OPINIO os motivos ou a natureza de sua opinio adversa.

    2. As demonstraes contbeis esto incorretas ou incompletas, em tal magnitude que impossibilite a emisso do parecer com ressalva.

    Sobre os pareceres adverso e com ressalva, responda questo abaixo: Questo 4: (CESPE/UNB - Perito Criminal da Polcia Federal 2004) Relativamente auditoria independente, de acordo com as normas brasileiras de contabilidade, julgue os itens que se seguem. Quando as demonstraes financeiras no tiveram sido elaboradas de acordo com os princpios fundamentais de Contabilidade, o auditor deve emitir parecer adverso e, caso o efeito seja e de valor muito relevante, ele deve apresentar um parecer com ressalvas. Resposta: Errado. Se houve ofensa aos Princpios Fundamentais da Contabilidade e no comprometerem as Demonstraes Contbeis, dever ser emitido parecer com ressalvas. Se os erros encontrados forem de magnitude tal que comprometam as Demonstraes Contbeis, um parecer adverso dever ser considerado.

    Qual a magnitude de um erro para o parecer ser com ressalvas ou adverso?

    Nenhuma norma diz exatamente quanto deve ser, isso julgamento pessoal do auditor.

    Se o erro for relevante, ou material, o auditor obrigado a ressalvar, desde que esse erro no seja corrigido.

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    PPPaaarrreeeccceeerrr cccooommm aaabbbsssttteeennnooo dddeee ooopppiiinnniiiooo

    aaa))) pppooorrr llliiimmmiiitttaaaooo nnnaaa eeexxxttteeennnsssooo:

    O relatrio com absteno de opinio o mais curioso. Nele, o auditor no emite uma opinio acerca da regularidade das demonstraes. contratado para isso, mas no o faz em virtude de limitao no escopo de seus trabalhos ou em funo de incertezas mltiplas.

    O primeiro caso ocorre quando o auditor tenta trabalhar mas sofre uma espcie de boicote por parte da prpria auditada: pede cpia de contratos ou documentos fiscais mas no os recebe; tenta acompanhar a contagem dos estoques mas no autorizado; solicita o envio de cartas de circularizao, mas isso no ocorre... ou seja, est tentando trabalhar mas no consegue. Em situaes como essa, o auditor no deve informar que o saldo est correto (e nem que no est, pois ele no conferiu). Assim, abster-se- de opinar.

    O segundo caso ocorre quando a validao das informaes revela-se inexeqvel ou extremamente arriscada. Imaginemos uma empresa que trabalhe com mercadorias em consignao (montante expressivo) em outro Estado. Aps circularizar, no houve resposta, o que levou o auditor a viajar at o local onde supostamente deveriam estar as mercadorias, onde nada encontrou. Ou, ento, aps constatar o valor de uma proviso para perdas judiciais de valor elevado no conseguiu certificar-se da razoabilidade dos fatores considerados em sua confeco. Em situaes como essas, o auditor no tem como opinar.

    Vale mencionar que quando o auditor puder satisfazer-se quanto a tais itens pela aplicao de procedimentos alternativos, passa a no existir uma limitao significativa na extenso de seu trabalho e no necessrio meno, em seu parecer, sobre a omisso de tais procedimentos e ao uso dos procedimentos alternativos.

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    preciso destacar, ainda, que uma limitao na extenso do trabalho do auditor pode ser imposta pelas circunstncias, como, por exemplo, quando a poca da indicao do auditor tal que o impossibilite de observar a contagem fsica dos estoques. Ela pode tambm ocorrer quando, na opinio do auditor, os registros contbeis do cliente so inadequados, ou ao concluir que no pode executar procedimento de auditoria que julgue necessrio. Nessas circunstncias, o auditor deve tentar executar procedimentos, afim de obter evidncias de auditoria suficientes para emitir seu parecer. Se os procedimentos alternativos no lhe permitem evidncia suficiente, caber a ele manifestar tal limitao em seu parecer.

    Este tipo de parecer muito raro porque ele compromete toda as demonstraes.

    bbb))) pppooorrr iiinnnccceeerrrttteeezzzaaasss:::

    1. O auditor deve expressar em pargrafo de opinio, que, devido relevncia das incertezas descritas em pargrafos intermedirios especficos, no est em condies de emitir opinio sobre as Demonstraes Contbeis.

    2. No elimina a responsabilidade do auditor de mencionar, no parecer, qualquer desvios relevantes que normalmente seriam includos como ressalvas.

    O auditor deve adicionar um pargrafo de nfase em seu parecer, aps o pargrafo de opinio, fazendo referncia Nota Explicativa de forma mais extensa quando:

    a) Ocorrer incerteza em relao a fato relevante; b) Poder afetar significativamente a posio patrimonial e financeira

    da entidade;

    c) Poder afetar o resultado das suas operaes.

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    OOObbbssseeerrrvvvaaaeeesss iiimmmpppooorrrtttaaannnttteeesss:::

    III))) PPPaaarrreeeccceeerrr qqquuuaaannndddooo dddeeemmmooonnnssstttrrraaaeeesss cccooonnntttbbbeeeiiisss dddeee cccooonnntttrrrooolllaaadddaaasss eee///ooouuu cccooollliiigggaaadddaaasss sssooo aaauuudddiiitttaaadddaaasss pppooorrr ooouuutttrrrooosss aaauuudddiiitttooorrreeesss:::

    1. O auditor da controladora e/ou investidora deve destacar esse fato no seu parecer;

    2. Nessas circunstncias, o auditor da controladora e/ou investidora deve expressar sua opinio sobre as demonstraes contbeis como um todo, baseando-se exclusivamente no parecer de outro auditor com respeito s demonstraes contbeis de controladas e/ou coligadas. Esse fato deve ser destacado no parecer, indicando os valores envolvidos.

    IIIIII))) PPPaaarrreeeccceeerrr sssooobbbrrreee dddeeemmmooonnnssstttrrraaaeeesss cccooonnntttbbbeeeiiisss cccooonnndddeeennnsssaaadddaaasss:::

    1. O auditor poder expressar opinio sobre demonstraes contbeis apresentadas de forma condensada, desde que tenha emitido opinio sobre as demonstraes contbeis originais.

    2. Toda informao importante, relacionada com ressalva, parecer adverso, parecer com absteno de opinio e/ou nfase, constante do parecer do auditor sobre as demonstraes contbeis originais, deve estar includa no parecer sobre as demonstraes contbeis condensadas.

    IIIIIIIII))) DDDeeemmmooonnnssstttrrraaaeeesss cccooonnntttbbbeeeiiisss nnnooo aaauuudddiiitttaaadddaaasss:

    Devem ser claramente identificadas como no-auditadas, em cada folha do conjunto.

    IMPORTANTE!

    Na hiptese do emprego de pargrafo de nfase, o parecer permanece na condio de parecer sem ressalva.

    Se a matria envolvendo incerteza relevante no est adequadamente divulgada nas demonstraes contbeis, de acordo com as NBC. e PFC., o seu parecer deve conter ressalva ou opinio adversa, pela omisso ou inadequao da divulgao.

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    Em havendo emisso de relatrio, este deve conter a indicao de que o auditor no est expressando opinio sobre as referidas demonstraes contbeis.

    6. Amostragem

    A auditoria pode utilizar tcnicas de amostragem estatstica e no-estatstica.

    9 Amostragem estatstica: probabilstica, isto , todos os itens tm a mesma chance de serem selecionados.

    9 Amostragem no-estatstica: tendenciosa, no-aleatria, direcionada.

    De acordo com o CFC, amostragem estatstica aquela em que a amostra selecionada cientificamente com a finalidade de que os resultados obtidos possam ser estendidos ao conjunto de acordo com a teoria da probabilidade ou as regras estatsticas.

    O emprego de amostragem estatstica recomendvel quando os itens da populao apresentam caractersticas homogneas.

    Amostragem no-estatstica (por julgamento) aquela em que a amostra determinada pelo auditor utilizando sua experincia, critrio e conhecimento da entidade.

    Da mesma forma, a aplicao de procedimentos de auditoria a todos os itens dentro de uma populao que tenham uma caracterstica particular (por exemplo, todos os itens acima de um certo valor) no se qualifica

    Dica: importante reconhecer que certos procedimentos de auditoria aplicados na base de testes no esto dentro da definio de amostragem. Os testes aplicados na totalidade da populao no se qualificam como amostragem de auditoria.

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    como amostragem de auditoria com respeito parcela da populao examinada, nem com respeito populao como um todo. Isto porque os itens no foram selecionados, dando chance igual de seleo a todos os itens da populao. Esses itens podem indicar uma tendncia ou uma caracterstica da parcela restante da populao, mas no constituem, necessariamente, uma base adequada para a concluso sobre a parcela restante da populao.

    Analise a questo abaixo:

    Questo 5: (CESPE/UNB - Fiscal de Tributos Municipais de Macei 2003) Quanto auditoria, julgue os itens a seguir. Na determinao da amostra, o auditor deve considerar apenas os seguintes fatores: populao objeto da amostra, erro tolervel e erro esperado. Resposta: Errado. A opo est incompleta. Devem ser considerados, ainda, o tamanho da amostra, o risco de amostragem e a estratificao.

    Vejamos:

    Na determinao da amostra, uma das maiores preocupaes do auditor que ela seja representativa, ou seja, tenha as mesmas caractersticas da populao. Isso essencial para que as concluses alcanadas para a amostra possam ser extrapoladas para toda a populao.

    Para que a amostra seja representativa, alguns fatores devero ser levados em considerao, dentre os quais possvel destacar sete:

    9 Os objetivos gerais e especficos: o CFC destaca que no planejamento da amostra de auditoria, o auditor deve considerar os procedimentos de auditoria que tm maior probabilidade de

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    atingir esses objetivos. Por exemplo, no caso de executar testes de observncia sobre os procedimentos de compra em uma entidade, o auditor est interessado em aspectos como, por exemplo, se houve aprovao apropriada e verificao aritmtica de uma fatura. Por outro lado, ao executar procedimentos de comprovao sobre faturas processadas durante o perodo, o auditor est interessado em aspectos relacionados com os valores monetrios dessas faturas e se esses valores foram, apropriadamente, refletidos nas Demonstraes Contbeis.

    9 Populao: a totalidade das observaes, dos eventos, dos fatos. Na anlise da conta clientes, seria todo o universo de contas a receber.

    9 O tamanho da amostra, geralmente relacionado diretamente ao tamanho da populao. Quanto maior a populao, maior ser o tamanho da amostra. diretamente relacionado, mas no proporcional.

    9 A estratificao da amostra: em determinadas situaes, agrupar as observaes grupos homogneos (amostragem estratificada) ou heterogneos (por conglomerado) facilita a anlise. Como exemplo, podemos citar a diviso da conta clientes para fins de circularizao em classes, tais como clientes das regies sul, sudeste e centro-oeste ou por perfil (grandes, mdios e pequenos). Este processo reduz a possibilidade de variao dos itens de cada estrato. Portanto, a estratificao permite que o auditor dirija esforos de auditoria para os itens que contenham maior potencial de erro, por exemplo, os itens de maior valor que compem o saldo de contas a receber, para detectar distores relevantes por avaliao a maior. Alm disso, a estratificao pode resultar em amostra com tamanho menor.

    Conforme mencionado, se o objetivo da auditoria for testar a validade de contas a receber, e dependendo da distribuio dos valores a receber por saldo de devedores, a populao pode ser estratificada, por exemplo, em quatro subconjuntos como segue:

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    a) saldos superiores a R$ 2.000,00;

    b) saldos entre R$ 1.000,00 e R$ 2.000,00;

    c) saldos entre R$ 100,00 e R$ 1.000,00; e

    d) saldos inferiores a R$ 100,00.

    Assim, por exemplo, dependendo da distribuio dos valores a receber, mediante a validao da totalidade dos saldos do subconjunto (a) 50% de (b); 20% de (c); e 5% de (d), pode-se, hipoteticamente, encontrar que 80% dos valores de contas a receber so susceptveis de validao, examinando 20% da populao.

    9 O risco de amostragem: a possibilidade da amostra no ser representativa, levando o auditor a concluses errneas, que podero vir a comprometer sua opinio.

    Normalmente esse risco agrupado em duas tipologias, vinculadas aos testes de observncia e substantivos, respectivamente:

    o risco de super ou subavaliao da confiabilidade; e o de aceitao e rejeio incorretas.

    O primeiro conjunto decorre da m avaliao do sistema de controle interno - CI. Ao acreditar que o CI melhor do que realmente (exemplificando, foi maquiado para a visita do auditor) superavaliao da confiabilidade ou superaderncia, o auditor efetuar menos testes substantivos, aumentando o risco de no detectar algo e conseqentemente o risco do parecer ser inconsistente.

    Supondo que o CI pior do que realmente risco de subavaliao da confiabilidade, efetuar mais testes do que o necessrio, porque no

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    confiou no que viu, erroneamente. Em funo disso, far um volume de testes maior que o necessrio, incorrendo em maior consumo de recursos materiais e humanos, e, portanto, mais custos.

    A aceitao incorreta decorre da aplicao de procedimentos que levam o auditor a acreditar que uma informao correta quando, de fato, no . Como exemplo, podemos citar respostas s cartas de circularizao fraudadas ou notas fiscais cauadas, no tendo sido identificadas pelo auditor. Ao acreditar nelas, o auditor poder comprometer seu parecer. O contraponto (rejeio incorreta) ocorre quando o auditor recusa o resultado de uma amostra por entender no-razovel, quando de fato o resultado estava correto.

    Como exemplo, podemos imaginar que o auditor tenha, em uma escala de 1 a 9 na avaliao do controle interno, dado grau 3. Dessa forma, maximizou os testes substantivos esperando detectar diversas inconsistncias. Contudo, o nmero de erros encontrado foi irrelevante. Ao rejeitar o resultado, tornou a efetuar os testes em nova amostra, tornando a encontrar o mesmo resultado anterior. Ou seja, recusou indevidamente as concluses tendo incorrido em novos testes desnecessariamente.

    9 Erro tolervel: o mximo que o auditor aceita em funo da qualidade do controle interno. O CFC destaca que erro tolervel o erro mximo na populao que o auditor est disposto a aceitar e, ainda assim, concluir que o resultado da amostra atingiu o objetivo da auditoria. O erro tolervel considerado durante o estgio de planejamento e, para os testes substantivos, est relacionado com o julgamento do auditor sobre relevncia. Quanto menor o erro tolervel, maior deve ser o tamanho da amostra. Nos testes de observncia, o erro tolervel a taxa mxima de desvio de um procedimento de controle estabelecido que o auditor est disposto a aceitar, baseado na avaliao preliminar de risco de controle. Nos testes substantivos, o erro tolervel o erro monetrio mximo no saldo de uma conta ou uma classe de transaes que o auditor est disposto a aceitar, de forma que,

    Vale ressaltar que, ao compararmos as tipologias apresentadas, as de maior gravidade, em termos de comprometimento dos trabalhos so a superavaliao da confiabilidade e a aceitao incorreta, enquanto que as demais representaro minimizao da margem de lucro, em funo de maiores gastos.

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    quando os resultados de todos os procedimentos de auditoria forem considerados, o auditor possa concluir, com segurana razovel, que as Demonstraes Contbeis no contm distores relevantes.

    9 Erro esperado: o erro da amostra, em funo da sua prpria natureza. O conselho alerta que, se o auditor espera que a populao contenha erro, necessrio examinar uma amostra maior do que quando no se espera erro, para concluir que o erro real da populao no excede o erro tolervel planejado. Tamanhos menores de amostra justificam-se quando se espera que a populao esteja isenta de erros. Ao determinar o erro esperado em uma populao, o auditor deve considerar aspectos como, por exemplo, os nveis de erros identificados em auditorias anteriores, mudana nos procedimentos da entidade e evidncia obtida na aplicao de outros procedimentos de auditoria.

    Com a finalidade de evidenciar os seus trabalhos, a seleo de amostra deve ser documentada pelo auditor e considerar:

    a) o grau de confiana depositada sobre o sistema de controles internos das contas, classes de transaes ou itens especficos;

    b) a base de seleo;

    c) a fonte de seleo; e

    d) o nmero de itens selecionados.

    Quanto aos critrios de seleo da amostra, os mais comuns so:

    Aleatria: quando os itens so escolhidos ao acaso, ou seja, tm a mesma probabilidade de serem selecionados. Ex: Pesquisa Ibope.

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    Casual: quando as observaes so escolhidas de forma direcionada, no aleatria, mormente em funo da experincia e da sensibilidade do auditor.

    Sistemtica: quando as observaes so selecionadas obedecendo a intervalos constantes. Exemplificando, podemos citar uma amostra de duplicatas fiscais submetidas anlise com o final 2: 2, 12, 22, 32, 42, etc. Ou, ainda, os documentos emitidos na ltima semana de cada ms...

    Veja como esse assunto pode ser cobrado em sua prova:

    Questo 6: (Unb/CESPE MPE/TO Analista Ministerial 2006) No que se refere a auditoria, julgue os itens subseqentes.

    A amostragem sistemtica consiste em proceder a seleo de itens de maneira que sempre haja um intervalo prefixado, uniforme, entre cada item selecionado, a partir de um ou mais pontos de partida aleatrio, em uma lista de itens da populao. Resposta: Certo

    7. Carta de responsabilidade da administrao

    Muitas das informaes obtidas pelo auditor durante a aplicao dos procedimentos so verbais. Dessa forma, por ocasio do encerramento dos trabalhos (com a conseqente emisso do parecer), a administrao da auditada precisa ratificar ao auditor todas as informaes repassadas durante os trabalhos, destacando, inclusive, a responsabilidade pelas transaes efetuadas. A esse documento d-se

    o nome de carta de responsabilidade, que dever conter, dentre outros itens:

    - A meno de que a responsabilidade pelo controle interno da administrao;

    - A meno de que no h gravames sobre os ativos alm dos informados ao auditor (exemplo: O auditor confirma que o imvel realmente existe e propriedade da empresa, mas ele pode estar comprometido, dado em garantia em alguma transao, por exemplo);

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    - A possibilidade de ganho ou perda judiciais, bem como demais contingncias e estimativas;

    - Informaes repassadas verbalmente durante a aplicao dos procedimentos;

    - Outras informaes que o auditor julgar conveniente constarem.

    Formalidades importantes da carta de responsabilidade:

    1) A carta de responsabilidade ter a mesma data do parecer do

    auditor. 2) A carta de responsabilidade tem que ser endereada ao prprio

    auditor. 3) Deve constar que as demonstraes contbeis foram elaboradas

    conforme a NBC.

    4) Que todas as contingncias existentes foram reveladas ao auditor. 5) Que foram tomadas providncias quanto s impropriedades

    detectadas pelo auditor.

    8. Questes de Concursos Anteriores:

    Primeiramente vamos refazer as questes estudadas em aula:

    Questo 1: (CESPE/UNB - Auditor Fiscal da Previdncia Social 2003) Com fulcro nas normas de auditoria vigentes no Brasil, julgue o item a seguir: A seleo, a extenso e a aplicao dos procedimentos de auditoria devem ocorrer em conformidade com as normas de auditoria, no dependendo, portanto, do julgamento pessoal e profissional do auditor.

    Questo 2: (CESPE/UNB - Auditor Fiscal da Previdncia Social 2003) Julgue:

    Em uma organizao, o controle interno representa o conjunto de procedimentos, mtodos ou rotinas com o objetivo de proteger os ativos, produzir dados contbeis e ajudar a administrao na conduo ordenada dos negcios da empresa.

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    Questo 3: (CESPE/UNB - Fiscal de Tributos Municipais de Macei 2003) Quanto auditoria, julgue os itens a seguir. Os testes substantivos visam obteno de razovel segurana de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administrao esto em efeito funcionamento e cumprimento. Questo 4: (CESPE/UNB - Perito Criminal da Polcia Federal 2004) Relativamente auditoria independente, de acordo com as normas brasileiras de contabilidade, julgue os itens que se seguem. Quando as demonstraes financeiras no tiveram sido elaboradas de acordo com os princpios fundamentais de Contabilidade, o auditor deve emitir parece