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Gesto da Cadeia de Suprimentos
Aula 16
Avaliao de riscos e o planejamento de contingncias
Objetivos Especficos Estabelecer critriosparaavaliaodeumavisodemdioe longoprazo
na operao de cadeias de suprimentos e demonstrar a necessidade deplanejamentodecontingnciasnaconfiguraodarede.
Temas
Introduo
1Caracterizandooriscoemcadeiasdesuprimentos
2Identificaoemensuraoderiscosemsupply chain management (SCM)
3EstratgiasdemitigaoecontingenciamentoemSCM
Consideraesfinais
Referncias
Ricardo Souza CerqueiraProfessor
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Gesto da Cadeia de Suprimentos
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Introduo
A noo de risco sempre esteve associada atividade humana, desde a Pr-Histria
nabuscaporalimentoeabrigo,quandoentoseexpunhaaperigosdeenfrentamentodas
condiesclimticasadversasedosanimaisferozes,atosdiasatuais,emqueasconsequentes
de viver em sociedades extremamente complexas nos expem a riscos associados ao
desabastecimento ou violncia urbana. Particularizando nosso estudo no entendimento
do funcionamentodascadeiasdesuprimentos,percebe-sequeexistemmuitas formasde
risconesta,tantoosinternossempresasparticipantesquantoosriscosexternos,inerentes
aomercadoeaoambientesociopoltico,equepodemafetaracapacidadedaempresade
mantersuasoperaesecontinuarservindoseusclientes.
Aolongodestanossaaula,vamostentarentenderasformaseosimpactosdosriscos
nascadeiasde suprimentoseestudaralgumasdas formascapazesdemitigarosefeitos
dessasocorrncias.
1 Caracterizando o risco em cadeias de suprimentos
Empresas inovadoras e bem-sucedidas tm buscado o desenvolvimento de novas
formasdeorganizaocapazesdesatisfazerasdemandasdemercadosaltamenteexigentes
edevenceracompetiopelaprefernciadessesclientesatravsdodesenvolvimentode
estratgiasdecadeiasdesuprimentosgerenciadasdeformaestratgicaeintegrada.
Essaformadeorganizaraproduoeadistribuiodeformamaiseficazeeficientesempre
envolveaterceirizaodeoperaesefrequentementetambmousodefornecedoresem
basesmundiais.Essasformassempreseconstituememcomponentes-chavenacriaode
valorparaocliente,entretantoexpemessasmesmasorganizaesamltiplosambientes
denegcios,cadavezmaisturbulentos,easexpemavriosriscoscausadoresdepresses
edesafiosemescalasnuncaantesimaginadas.
Segundo Hendricks e Singhal (2003), isso ocorre porque no desenvolvimento de
estratgias focadas em eficincia e em reduo de custos, as organizaes costumam
ignorarousubestimarosriscosprovenientesdesuasdeciseseestratgias,porexemplo,da
possibilidadedeocorrnciademanifestaessociaisaoredordomundo.Outraformaderisco
subestimadosoosdecorrentesdosdiversoseventosnaturaisqueocasionamparalisaes
daproduoedofluxodesuprimentos.
Adificuldadeemseperceberemeavaliaremcorretamenteosriscosassociadosauma
decisoemcadeiasdesuprimentopossivelmentedecorreda faltadeentendimentoedas
tcnicas de avaliao de riscos, que, apesar de serem bem consolidadas nomercado de
segurosedefinanas,somenterecentementeforampadronizadaseestendidasparaoutras
reasdaatividadeempresarial.
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Segundo Figueiredo (2010) e Bowersox et al. (2006), riscos de ruptura devem seranalisadosdesdeaconcepoeoprojetodacadeiadesuprimentos,inclusivecomautilizao
deferramentasdesimulaoedepesquisaoperacionaldeformaqueasmelhoressolues
sejamencontradas.
1.1 A evoluo histrica do conceito de risco
Paramelhorentendermosemqueconsisteumaavaliaoderisco,vamosaproveitar
para revisar como esse conceito evoluiu ao longo do tempo. Atualmente o conceito de
riscoestassociadonoodeperigo;probabilidadeoupossibilidadedeperigo:estarem
condioderisco.
Segundo Freitas e Gomez (1997), nas antigas civilizaes o privilgio de realizar
previseseraprivativodosorculoseadivinhos,eoseventoseramcompreendidoscomo
manifestaesdaprovidnciadivina.SegundonoscontaBernstein(1997),adescobertada
teoriadasprobabilidadesem1654pelomatemtico francsBlaisePascalemcolaborao
com o tambmmatemtico francs Fermat mudou o sentido determinstico do risco de
divinoparaocampodeestudodamatemtica.Aanlisederiscoatualmentefundamenta-se
integralmentenosconceitosemanadosdessateoria.
Outrasevolues sobreoconceitode risco foramtrazidaspelosestudosdeBernoulli
em1711,queenunciouaLeidosGrandesNmeros,aqualnospermiteobtereentender
a amostragem de grandes populaes, Moivre, em 1738, que enunciou os princpios da
distribuionormal,edeBayes,em1738.Maisadiante,em1763,Bayespublicouseutrabalho
sobrecomoatualizarhiptesespreexistentesmedidaquenovasinformaessocoletadas.
SegundoFreitaseGomez(1997),asprofundasalteraestecnolgicasprovocadaspela
RevoluoIndustrial,queiniciouporvoltadoanode1760,deramincioaosgrandesprocessos
deindustrializao,queprosseguiramatnossosdias,substituindootrabalhohumanopela
mquina.Essesmesmosprocessostambmfizeramsurgirnovosriscos,diferentesemtermos
decaractersticasemagnitudedosencontradosnopassado.Esseprocessodetransformaes
dosriscosteveimplicaesdiretaseindiretasnoscustosdasindstrias,sendofundamentais
paraqueaanlisederisco,incluindoseugerenciamento,emergissecomodisciplinacientfica.
DesdeoinciodosculoXIX,otermoriscotemsidoadotadopelasindstriasdeseguros,
inicialmentenaInglaterra,edepoisemtodoomundodesenvolvido,sempreseservindode
modelosmatemticosparaoclculodoriscototaldeumacarteiradeativos.
Desde a dcada de 1960, graas ao desenvolvimento tecnolgico e ao aumento do
tamanhoedograudeinternacionalizaodasorganizaes,oriscoeseugerenciamentose
tornaramobjetodegrandeinteresseparaaamplacomunidadedenegcios.
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Realizaram-seestudosmaissistemticossobreriscos,marcadostantopormultiplicidade
de abordagens terico-metodolgicas quanto por temas de investigao e com ampla
variedade demedies e interpretaes. Tal multiplicidade contribuiu para que os riscos
passassemaservistoscomoalgomultifacetadoquenopodesercaptadoatravsdeuma
nicaviso.
1.2 NBR ISO 31000 Gesto de riscos
Hojeaanlisede riscoconta,porexemplo, comospadresemanadosdanorma ISO
31.000 Enterprise Risk Management International Organization for Standardization
(organizaointernacionaldepadres);umaorganizaosemfinslucrativosquerenea
maioriadosinstitutosnormatizadoresdevriospases;noBrasil,aAssociaoBrasileirade
NormasTcnicas(ABNT)ainstituionormatizadoraoficialeassociadaISO;anorma
ISO31000EnterpriseRiskManagement(gerenciamentoderiscoempresarial)possuiaverso
oficialdaABNT(queaNormaNBRISO31000),queopadroadotadopelamaioriadas
organizaesbrasileirasparaanliseegestoderiscos.Segundoessanorma,asorganizaes
detodosostiposetamanhosenfrentaminflunciasefatoresinternoseexternosquetrazem
incerteza em relao a se e quando atingiro seus objetivos. O efeito que essa incerteza
temsobreosobjetivosdaorganizaochamadoderisco.Aindasegundoamesmanorma:
Todasasatividadesdeumaorganizaoenvolvemrisco.Asorganizaesgerenciamorisco,
identificando-o,analisando-oe,emseguida,avaliandoseoriscodevesermodificadoporseu
tratamentoafimdeatenderaseuscritriosderisco.Aolongodetodoesseprocesso,elas
comunicameconsultamaspartesinteressadasemonitorameanalisamcriticamenteorisco
eoscontrolesqueomodificam,afimdeassegurarquenenhumtratamentoderiscoadicional
sejarequerido.Estanormadescreveesteprocessosistemticoelgicoemdetalhes(ABNT
NBRISO31.000,2009).
1.3 Riscos em cadeias de suprimentos
Asorganizaeseascadeiasdesuprimentosso,pornatureza,suscetveisaeventosde
riscos,eKraljic(1983)enfatizouaimportnciadeseconsideraremosriscosoriundosdefluxos
interconectadosdemateriais, informaesefinanasnas relaes interempresariais.Uma
grandequantidadedaliteraturarecenterelataeventosqueperturbaramouinterromperam
cadeiasdesuprimentoseseusimpactosnegativosnosnegcios.
Cadeias de abastecimento globais so suscetveis amaiores riscos do que as cadeias
deabastecimentodomsticas,devidoainmeraspossibilidadesdeligaesouinterconexo
emumaamplarededeempresas.Essasligaesourelacionamentoscomerciaissosujeitos
arompimentos,falncias,avarias,mudanasmacroeconmicasepolticas,eaosdesastres
naturaisquenosomenteconduzemamaioresriscos,comotambmdificultamenormemente
aidentificaoeagestoderiscos.
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SegundoBarry (2004),emse tratandodecadeiasde suprimentosglobais, aempresa
poderoptarporseestabeleceremdeterminadopas,quandooambientemundialestiver
relativamentecalmo,eentoobterocustogeralmaisbaixoqueseusconcorrentes,entretanto
poderteromaisaltonvelderiscosequaisquerdosmltiplosfatoresquepodemafetara
estabilidadedacadeiadesuprimentosglobalforemretorcidos.
Chopra e Sodhi (2004) afirmamque amaioria das empresas desenvolve planos para
se proteger contra os riscos de baixo impacto que so recorrentes em suas cadeias de
suprimentos.Muitas,noentanto,ignoramosriscosdealtoimpactoou,ainda,osriscosde
baixaprobabilidadedeocorrncia.
Aocompreenderavariedadeeainterconectividadedosriscosdacadeiadeabastecimento,
osgestorespodemadaptarasestratgiasdereduoderiscosequilibrada,quesejaeficaz
paraaproteodesuasempresas.Hauser(2003),propeque,noambientecadavezmais
complexo de hoje, o risco ajustado de gerenciamento da cadeia de suprimentos pode se
traduziremummelhordesempenhofinanceiroevantagemcompetitiva.
SegundoChristopherePeck(2004),eManujeMentzer(2008),possvelsegmentaros
riscosnacadeiadesuprimentosemquatrocategorias:deoferta,demanda,operacionaise
associadossegurana/integridadedascargas.
Risco de ofertaOudefornecimento,adistribuioderesultadosrelacionados
aoseventosadversosnoabastecimentoquepodemafetaracapacidadedaempresa
focalematenderademandadocliente,tantoemtermosdequantidadequantode
qualidade,dentrodoscustosprevistosetempo,ouriscosquepossamrepresentar
ameaasvidaeseguranadosclientes,taiscomocontaminaesnodetectadas
nasmatrias-primas.
Risco de demandaadistribuiodeprobabilidadesdeocorrnciadeeventos
relacionadosasituaesadversasnosfluxosdeentregademercadoriasquepossam
afetaracapacidadedaempresafocalementregarospedidosdeclientesqueesto
colocados em suas mos na quantidade, na qualidade, no prazo, no preo e na
variedadedesejadospelocliente.
Risco operacionaladistribuiodeprobabilidadesdeocorrnciadeeventos
relacionadosasituaesadversasquepossamocorrernoespaointernodaempresa
focalequepossamafetarsuacapacidadedeproduzirbenseserviosemqualidade,
custo,prazoerentabilidadeadequados.Essetipoderiscotambmestrelacionado
com falta de flexibilidade no processo produtivo, dependncia de base nica de
fornecimento,tecnologiadeinformaoinadequada,lead time longonolanamento
denovosprodutoseperdasdepessoasqualificadas.
Risco associado segurana/integridade das cargas a distribuio de
probabilidades de ocorrncia de eventos relacionados a situaes adversas que
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possamameaarseus recursoshumanos, integridadedasoperaesedossistemas
deinformaocontribuindo,ento,paraaocorrnciadeviolaesdecarga,roubode
dados,roubodesegredosindustriaisnopatenteados,vandalismo,crimeesabotagem.
SegundoGhoshal(1987),osriscosemcadeiasdesuprimentospodemserclassificadoscomo:
Riscos macroecnomicos: associados a mudanas econmicas significativas nos
salrios,taxasdejuros,taxasdecmbiooupreosdosinsumosrelevantes.
Riscos polticos:associadosaaesinesperadasdosgovernosnacionais.
Riscos competitivos:soassociadossincertezassobreatividadesdosconcorrentes
nosmercadosexternos.
Riscos associados com as diferenas de exigncias: de determinados mercados
sobreos requisitos deprodutos,matrias-primasou tecnologias queno tenham
sidopreviamenteconsideradosnoprojetodacadeiadesuprimentos.
SegundoManuj e Mentzer (2008), os eventos de risco mais temidos pelos gestores
de cadeias de suprimentos globais so os associados a mudanas nas taxas de cmbio,
variabilidadedo tempode trnsito,erros sistemticosdeprevises,qualidade, segurana,
interrupodosnegcios,sobrevivncia,perdadecontrolesobreosestoquesousobreos
direitosdepropriedadedestes,diferenasculturais,dependnciaeoportunismodosvrios
participantesdacadeiadesuprimentos,flutuaodopreodopetrleo,eeventosderisco
quepossamafetarseusfornecedoreseclientes.
Gesto de riscos da cadeia de suprimentos trata da identificao e da avaliao dos
riscose,consequentemente,depossveisprejuzosnacadeiadeabastecimentoglobaleda
introduodeestratgias capazesdeevitaroupelomenosmitigarosefeitosdoseventos
adversos.Aaplicaodasestratgiasadequadasedeumaabordagemcoordenadaentreos
membrosdacadeiadesuprimentostornapossvelreduzirumoumaisdosseguintesriscos:
perdas,velocidadedeocorrnciadoevento,velocidadedasperdas,tempoparaadeteco
doseventosnegativos,frequnciaouexposioaesseseventos.
Tambmimportantedestacarquenaintroduodeestratgiasdegerenciamentodos
riscosnascadeiasdesuprimentossejamconsideradososimpactosdasmedidasdepreveno
sobreosresultadoserentabilidadedesejados.
2 Identificao e mensurao de riscos em supply chain management (SCM)
Aprimeiraetapadaimplantaodeestratgiasdegestoderiscosdeveseraidentificao
dosriscos.Nessaetapa,realizam-seasatividadesdelevantamentodasfontesderiscoscom
asdevidascaracterizaesehoobjetivodescobrirtodososriscosrelevantesnacadeiaem
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estudo.Issoimplicaaelaboraodeumjulgamentoprecocequepossaauxiliarnadeciso
sobreseumriscopodeserconsideradorelevanteecontinuaraseravaliadoouno.Segundo
orientaaNBRISO31.000,aidentificaoderiscosdeveseguirumaabordagemholstica,com
observaoampladetodososprocessosparaidentificarpontosfracos,ameaaspotenciaise
todasasvulnerabilidadesrelevantes.
Segundo Craighead et al. (2007), as empresas ou cadeias precisam desenvolver acapacidadedeefetuaranlisesprecoces,demodoqueos riscospossamserdevidamente
avaliados.Dessaforma,osriscosrelevantespodemserreconhecidosantecipadamente,eas
aesdemitigaopodemsermaisbemdesenvolvidas.
De qualquer forma, devido grande complexidade das operaes de uma cadeia de
abastecimento, a capacidade de identificao dos riscos requer profundo conhecimento
daempresasobreoscomponenteseasoperaesmaiscrticasnoquediz respeitoaseu
processoprodutivoefornecedores,afimdeconcentraresforosnasreasmaisvulnerveis
decadaoperao.Operaescrticasemlogsticageralmenteestopresentesematividades
em que uma falha tem enorme dificuldade para recuperao imediata. Um exemplo de
operaocrticapodeseroembarquedeumamercadoriacujafontedeproduonica
e est localizada em um ponto distante, onde qualquer dano mercadoria seguramente
produzirfaltadeestoqueemdeterminadomercado.
Asegundaetapa,denominadaavaliaodosriscos,consistenaseleoenapriorizao
dosriscosquesejamconsideradosmaisrelevantesparaobomfuncionamentodacadeia.Logo
aps,deve-seestimaraprobabilidadedeocorrnciadecadarisco,bemcomoavaliarasperdas
potenciaiseosimpactossobreodesempenhodacadeiadesuprimentoscomoumtodo.
A terceira etapa do processo de gesto de riscos, denominada controle dos riscos,
consisteemestabelecerpropostasouestratgiasparamitigaoecontingnciadosriscos.
Asatividadesdemitigaodorisco,ouseja,tomadasantesdeoeventoindesejvelocorrer,
fazem uso dos dados coletados na etapa anterior para avaliar as aes propostas para o
enfrentamentodosriscospotenciaisedocustodessasaesemtermosdedesempenhoda
cadeia.Damesmaforma,soconcebidososplanosdecontingnciaouconjuntodeaesa
seremadotadasapsaocorrnciadoeventoobjetodaavaliaoderisco.SegundoChoprae
Sodhi(2004),paracadariscorelevante,umaestratgiaapropriadademitigaoeumplano
decontingnciaprecisamserdesenvolvidoseexecutados.
Segundo Zsidisin e Ritchie (2009), a etapa de controle de riscos composta pelo
monitoramento dos riscos e pela avaliao do impacto da mitigao dos riscos sobre os
resultadosdedesempenhodacadeiadesuprimentos.
Com relao ao monitoramento dos riscos, considera-se que as aes de mitigao
dos riscos podem ser eficazes ao diminuir ou eliminar a possibilidade de ocorrncia dos
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eventosindesejveisdestacadosnafaseanterior,oueficientesnamedidaemqueasaes
demitigaopossamtransformaressamesmaocorrnciaemalgomensurvelemtermosde
perdafinanceirae,portanto,objetodeseguros.
Naavaliaodoimpactodamitigaodosriscossobreosresultadosdedesempenhoda
cadeiadesuprimentosdevem-seutilizarmedidasfinanceirasenofinanceirasdeformaa
apoiaradequadamenteoprocessodedecisosobreosplanosdemitigaoecontingncia.
3 Estratgias de mitigao e contingenciamento em SCM
Algumas das estratgias de mitigao ou de contingenciamento podem at ser
muito simples, como aumento de preo dos produtos no nvel do varejo ou limitao de
unidadesvendidasparacadacliente,quepodemresolverumainesperadavariaopositiva
da demanda. Diminuio de preos atravs promoes pode, em certa medida, resolver
problemasassociadosaosriscosdevariaonegativadademanda,entretantoasestratgias
depreopodemfacilmenteimpactarnafidelidadedoclienteeabrircaminhoparaasaes
daconcorrncia.
Outras estratgias, mais complexas, podem mitigar os efeitos tanto de variao da
demandaquantoderiscosdecorrentesdasoperaes.Algumasdessasestratgiasso:
O uso de estratgias de postergao, ou postponement: a postergao ou oadiamentoimplicaatrasarocomprometimentorealderecursoscomoobjetivode
aumentaraflexibilidadenasoperaes.Asaesdepostergaovisamespecialmente
reduodeestoques, tanto retardandoomomentoemqueasmercadorias so
distribudasparaovarejoquantoretardandoafinalizaodamontagemdoproduto
omximopossvel,eventualmenteparauminstanteposterioraopedidodocliente.
Esse aumento da flexibilidade tambm auxilia na reduo dos riscos associados
demanda na medida em que aumenta a flexibilidade no uso dos estoques e
diminuiapossibilidadederiscosnasoperaesdeproduoaorealizaroperaes
externamentesinstalaesdaempresafocaldarededesuprimentos.Valedestacar
queasoperaesdepostponementexigemgrandesinvestimentosemequipamentos
etreinamentodepessoaldeterceiros,enemsemprepossuirecursostecnolgicos
queaviabilizem.
Estratgia de especulao:tambmchamadadetomadaderiscoseletiva,uma
estratgiadegestoderiscodoladodademanda.SegundoBucklin(apud MANUJ;
MENTZER,2008),oprincpiodaespeculaosustentaqueastransformaespara
afinalizaodoprodutoeoenviodasmercadoriasnadireodo varejodevam
ocorrer antecipadamente, obtendo-se ganhos de escala em transportes e no
sistema de comercializao. Isso inclui enviar mercadorias para estocagem em
outrospases,compraantecipadadeprodutosacabadosematrias-primas,tudo
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isso em antecipao da demanda futura. Naturalmente a adoo bem-sucedida
dessa estratgia requer sistemas acurados de previso da demanda e situaes
relativamenteestveiseconomicamente.
Hedging:umaestratgiadegestoderiscodoladodaoferta.Emumcontextodecadeiade fornecimentoglobal,acoberturado riscoobtidaatravsda formao
de uma carteira globalmente dispersa de fornecedores e instalaes, de modo
queumnicoevento,talcomoasflutuaesdecmbiooudesastresnaturais,no
possaafetartodasasentidadesaomesmotempoounamesmamagnitude.Esta
consideradacomoumaestratgiadealtocusto,poisenvolveacriaodevriasopes
paracadaumadasvariveisedeciso.SegundoBergeret al.(2004),desenvolveremanterduplafontedematrias-primasumaestratgiaquepodeserusadacomo
umhedge contra riscosdequalidade,quantidade, interrupo,preo, variaode
desempenhoeoportunismo,maspode requerermaiores investimentos doque a
simplesterceirizaodaoperao.
Controle/compartilhamento/transferncia:nessaestratgiabuscam-seocontrole,
aparticipaoouatransfernciadosriscosatravsdeaesdeintegraovertical,
contratoseacordos.Aintegraoverticalaumentaacapacidadedeummembrode
umacadeiadeabastecimentoparacontrolarprocessos,sistemas,mtodosedecises.
Aintegraoverticalpodeassumirumaformadecontroledasoperaesconsiderando
ofluxodaempresafocaltantoparaafrente,nadireodosconsumidores,quanto
paratrs,emqueoobjetodaintegraosoosfornecedores.Aliteraturasugereque
aintegraotambmpodeserusadaparacriarbarreirasentradadecompetidores
nomercadoouparaevitarmobilidadedeparceirosparaoutrasredesdesuprimentos.
Atticadeescrevercontratosespecficosparacompartilharoutransferirriscospode
ser empregada como uma alternativa integrao vertical. Partilha e transferncia de
riscos ocorrem por meio da terceirizao ou da elaborao de contratos flexveis, com
clusulasqueestipulamocompartilhamentodasresponsabilidadesnocasodeocorrerem
noambientedenegciosqueafetemodesempenhodacadeiadesuprimentos.Apartilha
eatransfernciadoriscopodemocorreremcadeiasdesuprimentosacurtoprazooucom
umfocoalongoprazo.
Seguranadacadeiadefornecimentoglobalabrangeaseguranaea integridadedos
sistemas de informao, violaes das mercadorias e embalagens durante o transporte,
terrorismo,vandalismo,outrasaescriminosasesabotagem.Aestratgiadeseguranavisa
aumentar a capacidadedeumacadeiadeabastecimentopara resolverosproblemasque
surgemenquanto asmercadorias esto emmovimento, de forma a identificar elementos
incomunsoususpeitos.Essasestratgiasenglobamotrabalhoemestreitacolaboraocom
os funcionrios do governo e porturios para cumprir de forma proativa as orientaes
emanadas dos regulamentos visando evitar atrasos desnecessrios, especialmente nos
pontosdepassagemdefronteira.
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Consideraes finais
Nesta aula tivemos a oportunidade de estudar a evoluo das definies sobre o
gerenciamento de risco em cadeias de suprimentos e quais so os principais processos
envolvidosnaidentificao,namensurao,nocontroleenamitigaoderiscos,especialmente
emcadeiasglobaisoumuitocomplexas.
Referncias
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Introduo1 Caracterizando o risco em cadeias de suprimentos2 Identificao e mensurao de riscos em supply chain management (SCM)3 Estratgias de mitigao e contingenciamento em SCMConsideraes finaisReferncias