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  • DESENVOLVENDO A AUTORREGULAO E O

    PENSAMENTO MATEMTICO COM CRIANAS

    PORTADORAS DE TRANSTORNO DE DFICIT DE

    ATENO E HIPERATIVIDADE (TDAH): SUGESTES DE

    ATIVIDADES

    Rosana Santana Martins

    Universidade Federal de Ouro Preto

    2011

  • Caro(a) colega,

    Leciono Matemtica h cinco anos, mas j dava aulas particulares h mais tempo.

    Certa vez, fui indicada pela coordenao pedaggica de uma escola pblica da cidade de

    Santa Luzia/MG a atender uma aluna do 5 ano do Ensino Fundamental com

    diagnstico de TDAH (Transtorno de Dficit de Ateno/Hiperatividade).

    Buscando pesquisas que pudessem me auxiliar no atendimento a alunos com

    TDAH, pude constatar apenas que, apesar dos esforos de diversas reas, mdicas e

    psicolgicas, as investigaes sobre o tema ainda no esto consolidadas, principalmente no

    que diz respeito ao ensino e aprendizagem da Matemtica. Acompanhei, ento, essa aluna,

    sem orientao metodolgica especfica para o ensino da Matemtica, seguindo apenas

    minha intuio.

    Observando melhor meus alunos em classes comuns, pude perceber muitas crianas

    com caractersticas dos sintomas do transtorno em sala de aula, mesmo sem um diagnstico

    completo. Portanto, as atividades desenvolvidas para alunos com TDAH podem atender at

    aqueles que no foram diagnosticados com o transtorno, mas apresentam comportamentos

    similares.

    Foi ento que iniciei a pesquisa intitulada O ensino da Matemtica a alunos

    diagnosticados como portadores de Transtorno de Dficit de Ateno/Hiperatividade

    (TDAH): uma proposta baseada no desenvolvimento da autorregulao no Mestrado

    Profissional em Educao Matemtica da Universidade Federal de Ouro Preto.

    Compartilho com voc a presente proposta de ensino que desenvolvemos na pesquisa

    mencionada. Para isso, comento brevemente algumas orientaes e conceitos que

    fundamentaram a proposta e ento descrevo, detalhadamente, todas as atividades

    desenvolvidas com os alunos, ressaltando a dinmica dos encontros, voltada para a ao,

    reflexo sobre as atividades e a autorregulao.

    Espero que esta proposta possa trazer contribuies para seu trabalho, seja com

    crianas que apresentam caractersticas do TDAH ou no.

    Um grande abrao,

    Rosana

  • INTRODUO

    De acordo com a 4 publicao do Manual Diagnstico e Estatstica de Perturbaes

    Mentais (DSM - IV), organizado pela APA (American Psychiatric Association, 1994), o Transtorno

    de Dficit de Ateno/Hiperatividade (TDAH) um transtorno mental caracterizado por um

    padro persistente e intenso de desateno, hiperatividade e/ou impulsividade.

    Segundo Caliman (2008, p. 563), ainda no encontramos teste ou exame especfico e

    preciso para o diagnstico do TDAH, a identificao do transtorno feita atravs de um processo

    misto, que inclui testes psicolgicos, histria clnica, anlise do desempenho escolar e entrevistas com pais e

    professores. Contudo, consenso mundial a adoo dos critrios diagnsticos propostos pelo

    DSM-IV para avaliao do TDAH (SILVA, 2009; BENCZIK, 2000).

    Critrios Diagnsticos para Transtorno de Dficit de Ateno/Hiperatividade

    A. Ou (1) ou (2) (1) seis (ou mais) dos seguintes sintomas de desateno persistiram pelo perodo mnimo de 6

    meses, em grau mal adaptativo e inconsistente com o nvel de desenvolvimento: Desateno: (a) frenquentemente no presta ateno a detalhes ou comete erros por omisso em atividades

    escolares, de trabalho ou outras (b) com frequncia tem dificuldade para manter a ateno em tarefas ou atividades ldicas (c) com frequncia parece no ouvir quando lhe dirigem a palavra (d) com frequncia no segue instrues e no termina seus deveres escolares, tarefas

    domesticas ou deveres profissionais (no devido a comportamento de oposio ou incapacidade de compreender instrues)

    (e) com frequncia tem dificuldade para organizar tarefas e atividades (f) com frequncia evita, demonstra ojeriza ou reluta envolver-se em tarefas que exijam

    esforo mental constante (como tarefas escolares ou deveres de casa) (g) com frequncia perde coisas necessrias para tarefas ou atividades (p. ex., brinquedos,

    tarefas escolares, lpis, livros ou outros materiais) (h) facilmente distrado por estmulos alheios tarefa (i) com frequncia aprensenta esquecimento em atividades dirias

    (2) seis (ou mais) dos seguintes sintomas de hiperatividade persistiram pelo perodo mnimo

    de 6 meses, em grau mal adaptativo e inconsistente com o nvel de desenvolvimento: Hiperatividade: (a) frequentemente agita as mos ou os ps ou se remexe na cadeira (b) frequentemente abandona sua cadeira na sala de aula ou outras situaes nas quais se

    espera que permanea sentado (c) frequentemente corre ou escala em demasia, em situaes imprprias (em adolescentes e

    adultos, pode estar limitado a sensaes subjetivas de inquietao) (d) com frequncia tem dificuldade para brincar ou se envolver silenciosamente em atividades

    de lazer (e) est frequentemente a mil ou muitas vezes age como se estivesse a todo vapor (f) frequentemente fala em demasia

  • Impulsividade: (g) frequentemente d respostas precipitadas antes que as perguntas terem sido completamente

    formuladas (h) com frequncia tem dificuldade para aguarda sua vez (i) frequentemente interrompe ou se intromete em assuntos alheios (p. ex., em conversas ou

    brincadeiras)

    B. Alguns sintomas de hiperatividade-impulsividade ou desateno causadores de comprometimento estavam presentes antes dos 7 anos de idade.

    C. Algum comprometimento causado pelos sintomas est presente em dois ou mais contextos (p. ex., na escola [ou trabalho] e em casa).

    D. Deve haver claras evidncias de um comprometimento clinicamente importante no funcionamento social, acadmico ou ocupacional.

    E. Os sintomas no ocorrem exclusivamente durante o curso de um Transtorno Global de desenvolvimento, Esquizofrenia ou outro Transtorno Psictico, nem so melhor explicados por outro transtorno mental (p. ex., Transtorno do Humor, Transtorno de Ansiedade, Transtorno Dissociativo ou Transtorno da Personalidade).

    Codificar com base no tipo: 314.01 Transtorno de Dficit de Ateno/Hiperatividade, Tipo Combinado: se tanto o Critrio A1 quanto o Critrio A2 so satisfeitos durante os ltimos 6 meses. 314.00 Transtorno de Dficit de Ateno/Hiperatividade, Tipo Predominantemente Desatento: se o Critrio A1 satisfeito, mas o Critrio A2 no e satisfeito durante os ltimos 6 meses. 314.01 Transtorno de Dficit de Ateno/Hiperatividade, Tipo Predominantemente Hiperativo-Impulsivo: se o Critrio A2 satisfeito, mas o Critrio A1 no satisfeito durante os ltimos 6 meses. Nota para codificao: Para indivduos (em especial adolescentes e adultos) que atualmente apresentam sintomas que no satisfazem todos os critrios, especificar Em Remisso Parcial.

    Tabela 1: Critrios diagnsticos do Transtorno de Dficit de Ateno/Hiperatividade (DSM-IV-TR,

    2002, 118-119).

    A prevalncia do TDAH est estimada em 3-7% entre as crianas em idade escolar

    (DSM-IV-TR, 2002), o que sugere que a maioria das salas de aula pode ter pelo menos uma

    criana com TDAH (WRIGHT, 1995).

    Segundo Camaes et al. (2008), na escola so manifestadas intensamente as

    dificuldades do TDAH. Se, por um lado, no ambiente escolar que o aluno precisa de mais

    autocontrole, de cumprir normas, de relacionar-se amigavelmente com seus pares e,

    especialmente, prestar e manter ateno necessria aprendizagem, por outro lado, tambm

    na escola que h menos ajuda, orientao, publicaes e intervenes nesse sentido. Assim, os

    alunos com TDAH incomodam a classe e, muitas vezes, por apresentarem tal comportamento

    perturbador e diferente s expectativas do adulto, que talvez desconhea o problema, so

    rotulados como irresponsveis, rebeldes, desinteressados, preguiosos, insolentes, etc.

    Em casos nos quais ainda no h um diagnstico prescrito por um profissional

    especializado, cabe tambm ao professor, alm dos pais, observar e avaliar a intensidade, a

  • frequncia e a constncia do trio de sintomas bsicos do TDAH. Um aspecto distintivo entre

    crianas com e sem TDAH que os sintomas de comportamento independem de problemas

    emocionais, ambientais e sociais (SILVA, 2009), ou seja, importante que se conhea o

    comportamento e as caractersticas da criana em diferentes contextos e de forma geral.

    Para uma avaliao inicial do comportamento da criana, os critrios diagnsticos do

    DSM-IV podem funcionar como cdigo de comunicao entre pesquisadores, clnicos e

    educadores que, de acordo com Wright (1995), promove a partilha de informaes e criao

    de um entendimento consensual do transtorno. Somente aps essa avaliao inicial, em

    comum acordo com os pais, a criana deve ser encaminhada a um profissional da sade

    mental para efetivao do diagnstico. Esse mesmo autor defende ainda que a identificao

    dos traos comportamentais pode ser til na criao de intervenes eficazes em sala de aula.

    Uma dificuldade possivelmente apresentada por alunos com TDAH refere-se ao

    desempenho cognitivo. Lacosta (2008) afirma que as dificuldades de aprendizagem do aluno

    com TDAH so obstculos especficos, gerados pelos prprios sintomas do transtorno,

    provocando no aluno atrasos acadmicos significativos, apesar de este ter capacidade.

    Segundo Camaes et al. (2008, p. 18), as tarefas escolares e o funcionamento da sala de aula

    implicam uma atividade de manuteno da ateno, e alunos com dficit de ateno muitas vezes

    apresentam dificuldades em selecionar informaes relevantes e manter ateno necessria

    numa mesma atividade durante o tempo necessrio. A ateno serve para selecionar,

    voluntria e involuntariamente, os dados aos quais o crebro vai se ater, e tambm para se ter

    conscincia de nossas sensaes, pensamentos, afetos etc., alm de ser fundamental para

    memorizar e, por conseguinte, aprender.

    Quanto impulsividade, essa mesma autora acredita que a criana com tal

    comportamento sofre muitas consequncias negativas na rea social e, especialmente, na rea

    da educao, com uma habilidade debilitada da linguagem para guiar, controlar ou governar o

    comportamento. De acordo com Camaes et al. (2008, p.26), o problema da inibio fraca impede

    a aquisio da linguagem interna como mediadora da conduta, enquanto outros defendem o processo inverso,

    que a dificuldade apresentada pelas crianas para falar consigo mesmas explica esse tipo de comportamento.

    Ou seja, a impulsividade das crianas com TDAH as impede de esperar tempo suficiente para

    pensar e agir, sendo, ento, pouco reflexivas.

    A hiperatividade, manifestada pelo excesso de atividade fsica e/ou mental, incomoda

    devido ao comportamento excessivo, inadequado e desproporcional. Cada vez mais, admite-se

    que a hiperatividade motora, assim como a impulsividade, uma consequncia direta da escassa e baixa

    capacidade de exercer um controle inibitrio (CAMAES, 2008, p. 36). Crianas que se

  • movimentam excessivamente por uma questo patolgica, permanecem constantemente

    incontroladas, agem sem uma finalidade concreta e tm pouca conscincia do que lhes

    acomete.

    Goldstein e Goldstein (1994) descrevem alguns meios para melhorar a convivncia e

    estimular bons comportamentos nas crianas com TDAH. O primeiro passo consiste no

    conhecimento acerca do transtorno. Segundo esses autores, os pais e professores devem se

    informar sobre o problema, afirmando que o conhecimento a interveno mais eficaz ao

    lidar com a criana. Em seguida, o importante a distino entre desobedincia e

    incapacidade. Ocorre comportamento incompetente quando uma criana no possui habilidades para ser

    bem-sucedida. Ocorre comportamento desobediente quando uma criana opta por se comportar de modo a no

    atentar para as consequncias (GOLDSTEIN e GOLDSTEIN, 1994, p. 169).

    O primeiro pode ser tratado com educao e desenvolvimento de habilidades,

    enquanto os problemas de desobedincia podem diminuir com punies coerentes e

    adequadas. Segundo Silva (2009), punir uma criana com TDAH pode surtir efeito por certo

    tempo, mas, certamente, devido natureza impulsiva do ato, ela brevemente voltar a incorrer

    no mesmo erro.

    O terceiro passo consiste em dar ordens positivas, buscando auxiliar a criana a

    identificar essa diferena. Quando uma criana manifesta um comportamento negativo, a

    tendncia do adulto reagir ordenando que a criana pare com aquilo. Mas, para Goldstein e

    Goldstein (1994), concentrar-se naquilo que no deve ser realizado, em vez de evidenciar o

    que deve ser realizado, faz com que a criana hiperativa receba ordens negativas, o que no

    ajuda a criana a compreender o que deveria fazer, ou seja, dar ordens positivas consiste em

    ressaltar aquilo que queremos que acontea, ao invs daquilo que no queremos que acontea.

    Se o seu filho, por exemplo, est com os ps na parede e voc lhe diz para tir-los da

    parede, voc est lhe dando uma instruo negativa. Embora parea que voc est lhe

    dizendo o que fazer, na verdade est dizendo a ele o que no deve fazer. Isto d a ele

    uma esfera de possibilidades. Ele pode, em seguida, tirar os ps da parede e coloc-los na

    mesa do caf. A criana obedeceu sua ordem, mas agora est fazendo outra coisa que

    provavelmente provoque raiva em voc, e o problema pode piorar. Voc pode ento dizer

    a seu filho para tirar os ps da mesa do caf apenas para que ele os coloque na estante

    (GOLDSTEIN e GOLDSTEIN, 1994, p. 171).

    O quarto e ltimo passo consiste na promoo do sucesso da criana. Trata-se de

    deixar de valorizar as atitudes negativas da criana e passar a incentivar, reforar e promover o

    sucesso dela. Muitas vezes, quando uma criana age de maneira contrria desejada pelo

    adulto, a reao primria a punio destinada a mudar o comportamento indesejado. Mas, de

  • acordo com Goldstein e Goldstein (1994, p. 178), tal punio deve ser coerente, constante e o

    adulto deve ser firme em relao ao castigo.

    Administrados os problemas comportamentais da criana, cabe agora iniciar uma

    interveno cognitiva. Segundo Camaes et al. (2008), o processo de aprendizagem no deve

    se limitar reteno de contedos mediante o mtodo de repetio, deve se consistir tambm

    em um processo contnuo que opera sobre todos os dados que alcanam certo grau de

    significao e no qual necessrio usar as diferentes capacidades cognitivas.

    Os problemas de aprendizagem apresentados por alunos portadores de TDAH

    repercutem pela dificuldade para adiar a resposta (estilo cognitivo impulsivo e ineficaz),

    dificuldade para seguir instrues sequenciais, dificuldade para persistir nas tarefas, dificuldade

    para analisar as informaes, dificuldade para alcanar um alto nvel de concentrao,

    dificuldade na generalizao da aprendizagem, dificuldade na motivao e nos principais

    aspectos emocionais para aprendizagem. Mas vale ressaltar que as dificuldades de aprendizagem que

    as crianas hiperativas apresentam no esto diretamente relacionadas ao nvel intelectual delas.

    Frequentemente, essas crianas tm um nvel intelectual adequado (CAMAES et al., 2008, p. 102).

    Especificamente em relao aprendizagem da Matemtica, Geary (1993, apud,

    LACOSTA, 2008) apresenta trs tipos de dficit que poderiam explicar a dificuldade do

    clculo para alunos com TDAH: aspectos metodolgicos dos clculos (dificuldade na

    aquisio de procedimentos e estratgias aritmticas para resoluo das operaes bsicas);

    recuperao automtica de eixos numricos da memria semntica (dificuldade em adquirir e

    manter os dados matemticos bsicos, para que sejam adequados aquisio e ao uso das

    habilidades do clculo), e habilidades visoespaciais (dificuldades na representao espacial e na

    interpretao de informaes).

    As intervenes pedaggicas para alunos com TDAH devem ser expressas ao longo da

    atividade desenvolvida. Para introduo das tarefas, importante organizar e preparar os

    alunos, resumindo a ordem das atividades propostas e apresentando as expectativas de

    aprendizagem e de comportamento. Durante a conduo das atividades, estrutura,

    consistncia e clareza so aspectos fundamentais, uma vez que crianas com TDAH muitas

    vezes no lidam bem com mudanas e precisam entender claramente o que se espera deles,

    bem como as consequncias para os que no atendem s expectativas preestabelecidas; contar

    com a participao dos mesmos sem ressaltar as diferenas entre os alunos com TDAH e os

    demais; verificar o desempenho do aluno com TDAH e avali-lo durante as tarefas

    fundamental para identificao da necessidade de assistncia adicional, ajud-lo a corrigir os

    prprios erros ou mesmo observar seu progresso; fornecer avisos prvios do trmino da

  • tarefa; rever o que aprenderam durante a atividade, ressaltando o que ser importante para

    atividades posteriores e instruir os alunos quanto prxima tarefa so atitudes para finalizar o

    que foi proposto.

    Devido aos sintomas bsicos do transtorno importante ajudar os alunos com TDAH

    a se concentrarem e manter a ateno focada na atividade proposta, dividir a tarefa em partes

    menores e destacar pontos-chave tambm auxilia na concretizao das tarefas.

    importante ajud-los na organizao de suas atividades. Tal tarefa pode ser facilitada

    sugerindo criana que use um cdigo de cores para separar disciplinas escolares,

    estimulando o uso de relgio e calendrio para controlar seu tempo e agendar suas atividades,

    e ensinando tambm a preparar o espao organizadamente para desenvolvimento das

    atividades escolares ou de lazer.

    Considerando os sintomas bsicos do TDAH, a autorregulao da aprendizagem

    tambm uma habilidade essencial para os portadores de TDAH e, consequentemente, para

    uma prtica pedaggica que os auxilie a se autorregularem.

    Um aluno autorregulado seria aquele que usa as estratgias prprias, testa

    frequentemente sua eficcia e que se sente motivado para o fazer, tornando-se protagonista de

    sua aprendizagem. Contudo, tais competncias no sero suficientes para que o indivduo

    inicie processos de autorregulao da aprendizagem, pois eles tambm envolvem um processo

    de ndole afetiva/motivacional (SOUZA, 2006).

    Segundo Figueira (1994, apud, SOUSA, 2006), a autorregulao um mecanismo

    complexo, envolvendo diversos componentes:

    metacognitivos, que se referem planificao, formulao de objetivos,

    automonitorao, organizao e autoavaliao, pressupondo o conhecimento de si e

    das tarefas;

    comportamentais, no qual so importantes as estratgias de aprendizagem,

    organizao, elaborao e repetio, ativadoras do envolvimento cognitivo na

    aprendizagem;

    motivacionais, que se referem percepo da autoeficcia, automonitorao, ao

    estabelecimento de objetivos e autoincentivos, bem como s autoatribuies que

    implicam esforo, persistncia e crenas positivas de competncia.

    Para Zimmerman (2000) e Zimmerman e Cleary (2006), a autorregulao um

    processo cclico, pois o feedback de um desempenho anterior usado para fazer ajustes em

    performances atuais, o que oferece possibilidade de um contnuo aprimoramento pr-ativo,

  • que inclui elevao de metas e desafios, integrando a fase do pensamento antecipatrio (que

    ocorre anteriormente ao incio da tarefa e envolve anlise da tarefa e crenas de

    automotivao, como a autoeficcia, expectativas de resultados e valor/interesse), a fase do

    controle do desempenho (que se d durante a atividade e inclui o autocontrole e a auto-

    observao) e a fase de autorreflexo (que posterior execuo da tarefa e conta com o

    autojulgamento e a autocorreo).

    As intervenes educativas baseadas na autorregulao so denominadas regulatrias,

    porque os sujeitos se apropriam dos processos de regulao que foram anteriormente estimulados por um

    educador, denominado mediador. O papel desse educador passa a ser o de provocar, atravs da

    regulao, avanos na aprendizagem, mediado pela interveno, utilizando pautas, estratgias

    que auxiliem a construo pessoal e/ou coletiva. E, para maximizar o desempenho acadmico,

    necessrio potencializar e atualizar a capacidade do aluno para aprender, devendo esse

    mediador, ento, coordenar as aptides cognitivas, metacognitivas e motivacionais, cruciais ao

    processo de aprendizagem autorregulada (SOUSA, 2006; FRISON, 2007).

    Apresento ento uma proposta de ensino aliada teoria estudada, buscando

    desenvolver a automonitorao, autocorreo e a autorregulao, estimulando as habilidades

    matemticas necessrias para o prosseguimento dos estudos e nas tarefas cotidianas,

    considerando todas as possibilidades e limitaes de alunos com TDAH.

    Apresentando o contexto no qual a proposta foi realizada

    A pesquisa foi realizada com um grupo de seis alunos (cinco meninos e uma menina)

    do 5 ano de uma escola pblica da cidade de Santa Luzia - MG, com idades entre 10 e 11

    anos, diagnosticados1 como portadores do TDAH, cujos pais autorizaram a participao.

    Realizamos 25 encontros de 1 hora e meia entre maio e outubro de 2010, em horrio

    diferenciado do turno normal das crianas, duas vezes por semana.

    Ao longo dos encontros, a proposta de ensino desenvolvida envolvia alguns conceitos

    elementares de Matemtica por meio de situaes no rotineiras, atividades ldicas e

    interessantes, bem como por momentos de atividades nas quais os alunos no ficavam

    sentados em suas carteiras.

    importante ressaltar que todo o trabalho foi permeado pela trade ao reflexo

    ao, ou seja, todas as atividades requeriam que as crianas agissem sobre uma situao,

    1 O diagnstico foi comprovado atravs do laudo de um profissional da rea da sade, j entregue escola

    pelos pais dos alunos.

  • sempre havia um momento de reflexo ao final das mesmas e novas atividades eram

    propostas.

    Passamos, a seguir, a descrever detalhadamente as atividades realizadas e como os

    alunos responderam a elas. Procuramos apresentar trechos de dilogos e imagens que

    permitam ao leitor compreender o desenrolar do processo e como os alunos foram evoluindo

    (ou no).

    Todas as atividades foram elaboradas a partir das leituras realizadas e do estudo sobre

    TDAH, visando a aplicar, na prtica docente, conceitos desenvolvidos por pesquisadores.

  • ATIVIDADE 1: Dinmica com barbante

    Nesta dinmica, os alunos trabalham em duplas. Cada criana com um pedao de

    barbante amarrado em seus pulsos (Figura 1), cruzado com o do colega, de modo que

    ficassem presos um ao outro (Figura 2).

    Figura 1: Disposio individual do barbante. Figura 2: Disposio da dupla com o barbante.

    O objetivo da dinmica que as crianas soltem seus barbantes, permanecendo cada

    um com o seu, sem arrebent-lo nem tir-lo dos pulsos.

    Aps muitas tentativas, pode-se informar a primeira dica: O segredo da soluo est nas

    mos. E os alunos continuaro tentando. Caso nenhuma dupla consiga soltar os barbantes,

    podemos dar a segunda dica: Um dos barbantes dever passar pela mo do colega. Mesmo que as

    crianas no consigam, deve-se apresentar a soluo possibilitando que todos experimentem.

    Objetivos

    - Destacar a importncia da perseverana, ateno, pacincia, observao dos detalhes para

    solucionar problemas;

    - Ressaltar tambm a importncia de saber ouvir o outro, seguir orientaes, trabalhar em

    equipe e dividir com o outro seu conhecimento.

    Material utilizado

    Pedaos de um metro de barbante formando uma argola em cada extremidade de modo que

    passe pelas mos das crianas deixando uma folga nos pulsos.

    Soluo

    O barbante de um dos participantes dever passar pela argola de um dos pulsos e pela mo do

    colega (ver foto a seguir).

  • Figura 3: Soluo da Dinmica com o barbante

    Momento de reflexo

    Em seguida, deve-se socializar a atividade desenvolvida, discutindo a importncia da

    perseverana, ateno, pacincia, observao dos detalhes, de saber ouvir o outro, seguir

    orientaes, trabalhar em equipe e dividir com o outro seu conhecimento para soluo do

    problema.

    Comentrios

    Conforme esperado, durante essa atividade as crianas permaneceram bastante agitadas e nem

    todas as duplas prestaram ateno nas dicas dadas nem na demonstrao da soluo. Mas

    demonstraram ter conscincia da importncia da ateno e da concentrao durante atividades

    escolares e tarefas cotidianas, alm do respeito s regras pr-determinadas. Delimitamos as

    primeiras regras e os combinados do grupo, que foram constantemente relembrados antes e

    aps cada encontro.

  • ATIVIDADE 2: Guia espacial

    As crianas so organizadas em duplas. Um dos participantes estar com os olhos

    vendados e dever seguir as orientaes do outro. Este ter a funo de guiar o colega at um

    objeto ou lugar qualquer da sala, pr-determinado pelo professor, e ajud-lo a desviar-se dos

    obstculos que h pelo caminho apenas com instrues orais como, por exemplo: D dois

    passos para frente e vire esquerda. Chegando ao objeto ou local determinado, os alunos trocaro

    de funes, quem estava com os olhos vendados passar a guiar o outro.

    Objetivos

    - Trabalhar em equipe, ressaltando a importncia de saber ouvir o outro e seguir orientaes.

    Material a ser utilizado

    - Objetos que sirvam de obstculos para passagem das crianas como, por exemplo, mesas,

    cadeiras, etc., mas que no ofeream riscos aos participantes.

    Momento de reflexo

    Ao final, relacionar a brincadeira com atividades desenvolvidas anteriormente, reforando

    regras e combinados, refletir sobre as orientaes dadas e seguidas, trabalhar em equipe, com

    pacincia para aguardar os comandos e ateno para ouvi-los e segui-los.

    Comentrio

    Foi importante iniciarmos a brincadeira identificando os conhecimentos prvios das crianas

    quanto direo e sentido. Demos ento comandos como, por exemplo, levantar brao

    esquerdo ou direito; dar giros de 360, 180, 90 e 0. Enquanto discutamos todos esses

    comandos, as crianas estavam atentas explicao, pois estavam curiosas para saber qual

    seria a prxima brincadeira. Somente aps essa discusso inicial, apresentamos a brincadeira,

    ressaltando que o guia deveria se lembrar de que o colega no estaria vendo os obstculos nem

    objetos, devendo, portanto, cuidar para que o mesmo no se machucasse e alcanasse o objeto

    ou local pr-determinado.

    Inicialmente, durante as orientaes, as crianas que estavam guiando o colega no estavam

    atentas a pequenos detalhes, como estimar a quantidade passos a serem dados e quanto

    precisava virar (360, 180, 90 ou 0), foi preciso ento relembrar constantemente tais

    orientaes e s assim conclumos a brincadeira.

  • Dica: pode-se aumentar o nvel de dificuldade da brincadeira com orientaes contrrias, ou seja,

    o guia informa o comando contrrio quele que deve ser seguido. Dessa forma, aquele que estiver

    ouvindo deve estar atento s orientaes do colega e lembrar as regras da brincadeira.

  • ATIVIDADE 3: A caminho da soluo

    Inicialmente, o professor deve relembrar a ordem para resoluo de expresses

    numricas2. Cada aluno recebe uma tira de papel com uma expresso que dever ser resolvida

    mentalmente, enquanto percorre o caminho pr-determinado pelo professor, passando pelos

    obstculos, e diz o resultado ao final do percurso. Comear com expresses sem sinais de

    separao (parnteses, colchetes e chaves) e acrescentar tais sinais apenas na segunda rodada.

    Ao final, interessante apresentar todas as expresses turma e resolver cada uma com os

    alunos, analisando possveis erros que podem ocorrer.

    OBS: interessante que haja objetos ou pessoas que possivelmente chamem a ateno das crianas, reforando

    a importncia da concentrao na resoluo da expresso, que seu objetivo naquele momento.

    Objetivos

    - Trabalhar a ateno em uma atividade;

    - Desenvolver a capacidade de fazer clculo mental das operaes bsicas da Matemtica.

    Material a ser utilizado

    - Tiras de papis com expresses numricas simples;

    - Objetos que sirvam de obstculos para passagem das crianas como, por exemplo, mesas,

    cadeiras, etc., mas que no ofeream riscos aos participantes.

    Momento de reflexo

    Ao final das atividades, discutir as brincadeiras propostas, reforando os objetivos e o que

    aprenderam. Reforar a importncia da ateno e da concentrao durante a realizao da

    atividade, sempre relembrando os objetivos de cada atividade e a persistncia para que o

    objetivo seja alcanado.

    Comentrios

    Em nosso encontro, utilizamos as seguintes expresses:

    2 Em relao aos sinais de separao, primeiro resolvemos os parnteses, depois colchetes e por ltimo as

    chaves. Quanto s operaes, primeiro multiplicao ou diviso (a que vier primeiro), depois adio ou

    subtrao (a que vier primeiro).

  • Iniciamos apresentando uma expresso qualquer (2 x 5 + 8 : 2), pedimos que as crianas

    ditassem a resoluo e a resolvemos no quadro, aproveitando para relembrar as regras para

    resoluo de equaes numricas. Apresentamos o percurso a ser percorrido e iniciamos a

    brincadeira, cada aluno sorteou sua expresso e comeou a resolv-la.

    Percebemos que algumas crianas resolviam suas expresses somente no final do percurso, ou

    seja, passavam pelo caminho todo, mas paravam e a sim resolviam a expresso. Muitos

    alegaram no conseguir resolver a expresso mentalmente ao longo do percurso, pois

    prestavam mais ateno ao que os colegas falavam ou outras coisas que estavam ao redor.

  • ATIVIDADE 4: Boneco obediente (modelo no Apndice 1)

    Cada aluno recebe uma folha da atividade. O professor l as orientaes juntamente

    com as crianas, orientando-as. Nesse momento, interessante relembrar a brincadeira Guia

    espacial, objetivos, regras, assim como comandos possveis e permitidos.

    Enquanto as crianas respondem as questes propostas na atividade, interessante

    que o professor esteja sempre prximo, orientando-as em relao direo e sentido,

    verificando os resultados encontrados e possveis dificuldades apresentadas pelos alunos.

    Objetivos

    - Verificar conhecimentos adquiridos na atividade Guia espacial e a possibilidade de transferir

    tal conhecimento para uma atividade escrita.

    Momento de reflexo

    Durante o momento de reflexo, importante analisar as respostas dadas pelas crianas,

    comparando os resultados encontrados com o desenvolvimento da brincadeira Guia espacial,

    analisando o desempenho dos alunos na brincadeira e na atividade escrita.

    Comentrios

    Todas as crianas afirmaram que a brincadeira Guia espacial foi importante para a realizao

    dessa tarefa.

    Alguns ainda apresentaram dificuldades, mas outros obtiveram bons resultados, como o

    exemplo a seguir (modelo no Apndice 1):

  • ATIVIDADE 5: Descobrindo sequncias (modelo no Apndice 2)

    Cada aluno recebe uma folha da atividade. interessante que os alunos faam uma

    leitura silenciosa e expressem aquilo que compreenderam e, em seguida, faam novamente

    uma leitura coletiva, explicando novamente o desenvolvimento da atividade.

    Caso ainda haja dvidas, a primeira sequncia pode ser completada com eles. Podem-

    se questionar quais so os nmeros informados na sequncia e o que eles tm em comum. A

    partir das respostas dos alunos, questionar tambm como poderiam completar os demais

    quadrinhos.

    Objetivos

    - Verificar raciocnio lgico para completar sequncias e ateno a detalhes comuns aos

    nmeros fornecidos.

    Momento de reflexo

    Durante o momento de reflexo, importante analisar os resultados obtidos, bem como as

    estratgias utilizadas, e permitir que os prprios alunos comparem-nas, questionando por que

    acham mais fcil resolver dessa maneira e no de outra.

    Comentrios

    Todas as crianas conseguiram concluir a atividade corretamente. Inicialmente, alguns

    apresentaram dificuldades, mas com orientao individualizada cada um traou sua estratgia e

    desenvolveu a atividade proposta.

    Quanto s estratgias utilizadas, a mais comum foi a anlise das caractersticas comuns aos

    nmeros, mas alguns fizeram a atividade a partir de operaes realizadas entre um nmero e

    seu anterior. Ao final, todos acharam mais fcil analisar o que os nmeros tm em comum,

    para assim completar as sequncias.

  • ATIVIDADE 6: Palmas mltiplas

    Os alunos ficam dispostos em crculo, um ao lado do outro, para melhor observao

    do professor. Escolhe-se um nmero e todos devero dizer, em voz alta, a sequncia dos

    nmeros naturais, substituindo os mltiplos do nmero escolhido por uma palma. Quando

    algum bater a palma no nmero errado, sai da disputa e auxilia o professor a observar o

    prximo a sair. Vencer o jogador que for o ltimo a sair.

    Exemplo

    Nmero dito: 3

    Contamos: 1 2 PALMAS 4 5 PALMAS 7 8 PALMAS

    ...

    Objetivos

    - Reconhecer o conjunto dos mltiplos do nmero solicitado;

    - Ser rpido e atento em suas aes.

    Momento de reflexo

    Comentar possveis erros cometidos: se ocorreram por distrao, impulsividade ou por

    desconhecer os mltiplos do nmero dito, bem como refletir as dificuldades encontradas e

    habilidades desenvolvidas.

    Comentrios

    Tivemos que iniciar a brincadeira novamente mais duas vezes. Inicialmente, pensamos que

    batiam palmas no momento errado por no saber o significado do termo mltiplos, mas, ao

    questionarmos os mltiplos de trs, maiores que um, por exemplo, todos ditaram

    corretamente: 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, etc., demonstrando apenas impulsividade para bater as

    palmas e vencer a brincadeira.

  • ATIVIDADE 7: Pintando os iguais (modelo no Apndice 3)

    Cada aluno recebe uma folha com a atividade: colorir com a mesma cor as bolinhas que

    indicam as diferentes maneiras de representar o mesmo nmero.

    Mais uma vez, interessante pedir que os alunos leiam as instrues individualmente e

    somente depois discutam as orientaes da atividade. Dessa forma, as crianas comeam a

    criar autonomia para o desenvolvimento das atividades propostas. O processo de aquisio de

    independncia pode ser demorado, mas deve ser iniciado e incentivado pelo professor.

    Objetivos

    - Reconhecer as diferentes formas de representao de um mesmo nmero.

    Momento de reflexo

    Ao final da atividade, os alunos devero socializar as estratgias utilizadas, comparando os

    resultados obtidos e compartilhando o conhecimento adquirido.

    Comentrios

    Durante a explicao, percebemos que as crianas no estavam prestando ateno. Mesmo

    notando tal disperso, continuamos a orientao. Ao longo do desenvolvimento da atividade,

    um dos alunos percebeu que no estava fazendo corretamente e, verificando as atividades das

    demais crianas, verificamos que todos estavam equivocados. Pediram ento para fazer a

    atividade novamente no encontro seguinte. Tal pedido foi atendido e dessa vez todos fizeram

    corretamente, verificando que os erros cometidos no primeiro encontro aconteceram apenas

    por distrao e no por no saberem efetuar as operaes, conforme figuras a seguir.

  • Pintando os iguais, primeiro dia (atividade realizada sem ateno)

    Pintando os iguais, segundo dia (aps reflexo, atividade realizada com mais cuidado)

  • ATIVIDADE 8: Calculando

    Nesta brincadeira, h um percurso pr-determinado com quatro pontos de parada,

    sendo que em cada parada havia um comando (operao) diferente. Cada aluno recebe um

    nmero no incio do caminho e deve realizar o comando seguinte, a partir do resultado da

    etapa anterior.

    Apresentada a brincadeira, o professor pode mostrar s crianas o caminho a ser

    percorrido, dar alguns exemplos de possveis comandos e iniciar a brincadeira.

    Sugesto: enquanto um aluno passa pelo percurso pr-determinado, outra criana pode

    registrar as operaes ditadas pelo colega e, ao final, ambos conferem as operaes realizadas

    e o resultado obtido.

    Objetivos

    - Trabalhar a ateno em uma atividade e habilidade de seguir regras;

    - Desenvolver a capacidade de fazer clculo das operaes bsicas da Matemtica.

  • Momento de reflexo

    Refletir sobre o desenvolvimento da atividade, possveis erros cometidos e habilidades

    desenvolvidas. Discutir se todos seguiram corretamente todas as regras do jogo e a ateno

    dirigida para os objetivos da brincadeira.

    Comentrios

    Utilizamos os seguintes comandos:

    E os nmeros sorteados foram: 3, 4, 5, 6, 7 e 8. Cada etapa estava disposta em uma mesa da

    sala e obtivemos os seguintes resultados:

    Figura A Figura B Figura C

  • Figura D Figura E Figura F

    Observamos que nem todos os alunos seguiram todas as regras do jogo: alguns escreveram

    uma expresso com todos os comandos e somente ao final resolveu as operaes (Figuras B e

    E); outros resolveram uma nica operao com o nmero sorteado (Figuras C e D), e os

    demais resolveram corretamente (Figuras A e F), mesmo no registrando todas as operaes

    efetuadas (Figura F). Mas, durante o momento de reflexo, ao refazer todos os comandos com

    os nmeros de cada criana, percebemos que mesmo aqueles que erraram sabiam sim o

    significado de cada comando, apenas esqueceram que deveriam realizar a prxima operao a

    partir do resultado anterior.

  • ATIVIDADE 9: Seguindo setas (modelo no Apndice 4)

    Cada aluno recebe uma folha com a figura a seguir, e deve descobrir o caminho das

    setas para chegar at o pontinho preto. Ele deve colorir as setas escolhidas para registrar o

    caminho. Pede-se que as crianas leiam as instrues e iniciem sua tarefa sem orientao

    prvia do professor.

    Objetivos

    - Verificar habilidade de planejamento de estratgias e raciocnio lgico;

    - Ser atento em suas aes.

    Momento de reflexo

    Ao final da atividade, cada aluno deve apresentar ao grupo a estratgia escolhida, comentando

    erros, acertos e caminhos planejados impulsivamente.

    Comentrios

    Alguns alunos comearam a colorir suas setinhas sem planejamento, chegando, portanto, em

    uma situao no permitida de acordo com a indicao da setinha.

    Durante o momento de reflexo, perguntamos s crianas qual era o objetivo da atividade e

    um dos alunos respondeu: Colorir as setinhas que vai (sic) at a bolinha. Continuamos

    questionando-os: E vocs seguiram o caminho correto? Os alunos pararam, observaram suas

    atividades e disseram que no, pois haviam colorido setinhas que indicavam caminho errado.

    Uma das crianas decidiu colorir novamente o caminho correto e passar lpis de outra cor

    sobre a parte errada, e ainda fez uma legenda.

  • ATIVIDADE 10: Bingo de expresses (modelo no Apndice 5)

    Nesta atividade, cada aluno recebe uma cartela com expresses e outra em branco, na

    qual deve inserir os resultados das expresses resolvidas, nos espaos correspondentes.

    Concludas todas as resolues e o preenchimento das cartelas em branco, o professor

    inicia o sorteio dos nmeros e a criana marca os que ela tem na cartela com um gro (feijo,

    milho, etc.). Vence o jogo aquele que preencher uma linha, coluna ou a cartela toda (a critrio

    do professor).

    Objetivos

    - Verificar a compreenso para resolver expresses numricas que foram trabalhadas em

    atividades anteriores;

    - Estimular ateno s orientaes do professor.

    Momento de reflexo

    Avaliar o desempenho matemtico empregado na atividade e a ateno dirigida brincadeira,

    refletindo sobre o desenvolvimento da mesma, dificuldades, erros e habilidades desenvolvidas.

    Comentrios

    Inicialmente, relembramos novamente as regras para resoluo de expresses numricas,

    pedindo que as prprias crianas ditassem-nas. Entregamos primeiramente as cartelas com as

    expresses e pedimos que resolvessem cada uma individualmente e, medida que surgiam

    dvidas, atendamos cada uma em sua carteira. Buscamos tambm incentiv-los e motiv-los,

    relembrando os combinados estipulados pelo grupo nos encontros anteriores e enfatizando a

    importncia da ateno e da concentrao para que resolvessem corretamente as expresses,

    pois, se apresentassem resultado incorreto, aquele nmero no seria sorteado.

  • ATIVIDADE 11: Organizando uma turma (modelo no Apndice 6)

    Cada aluno recebe uma folha com atividade, instrues e informaes necessrias para

    seu desenvolvimento. O objetivo descobrir onde sentam alguns alunos da turma, atravs das

    dicas dadas, e escrever os nomes desses alunos nos retngulos que representam carteiras.

    Novamente o professor pode pedir que os alunos desenvolvam a atividade sem sua

    orientao prvia, ou seja, pede apenas que leiam as instrues e informaes e j iniciem a

    atividade proposta.

    Objetivos

    - Verificar habilidade para interpretao de informaes.

    Momento de reflexo

    interessante que todos leiam as dicas para completar os nomes dos alunos nos retngulos

    correspondentes, analisando cada orientao dada e discutindo o significado de cada termo,

    como, por exemplo, 1 da fila, estar atrs, estar esquerda e estar direita. Verificar a

    compreenso de cada aluno em relao a essas informaes, conferindo os resultados obtidos.

    Comentrios

    Neste encontro, os alunos participantes da pesquisa desenvolveram as atividades propostas

    com mais autonomia, pouco pediram auxlio individual e apresentaram bons resultados.

    Notamos, ento, que a persuaso verbal desenvolvida ao longo dos encontros estava surtindo

    efeitos positivos, pois aquelas crianas, que inicialmente recebiam uma atividade escrita e

    afirmavam no saber como faz-la, mesmo antes de tentar, j no apresentavam tal argumento

    e realizavam as atividades corretamente.

  • ATIVIDADE 12: Quatro cores (modelo Apndice 7)

    Nesta atividade, as crianas trabalham em duplas. Cada grupo recebe uma folha e deve

    colorir uma figura, cada parte com uma cor, sendo que as duas partes juntas (uma ao lado da

    outra) no podem ter a mesma cor.

    Para o bom desenvolvimento dessa atividade, o professor pode relembrar com os

    alunos, inicialmente, a importncia da anlise e do planejamento antes da execuo da tarefa,

    uma vez que, por ser uma atividade com lpis de cor, caso errem, no podero corrigir.

    Objetivos

    - Desenvolver habilidade de anlise prvia e planejamento das atividades, alm do raciocnio

    lgico.

    Momento de reflexo

    Ao final da atividade, cada dupla deve apresentar ao grupo a estratgia escolhida, comentando

    erros, acertos e aes ocorridas impulsivamente e/ou planejadas.

    Comentrios

    Apenas uma dupla conseguiu alcanar o objetivo da tarefa, mas tambm foram as nicas

    crianas que planejaram o desenvolvimento da atividade antes de execut-la. Tal fato foi

    importante durante o momento de discusso, pois as demais duplas coloriram aleatoriamente

    e, consequentemente, erraram.

  • ATIVIDADE 13: Interpretando mapas (modelo no Apndice 8)

    Cada aluno recebe uma folha na qual deve interpretar as informaes fornecidas pelo mapa e

    responder s questes sugeridas.

    Seria interessante o professor fazer uma anlise prvia com as crianas, antes mesmo que elas

    respondam s questes, interpretando o mapa proposto e a legenda do mesmo. Para tal

    anlise, o professor pode fazer questes do tipo: Em qual rua est a escola?, A padaria est

    na esquina de quais ruas?, Quais as ruas so paralelas rua Verde?, etc.

    Verificada a compreenso da atividade, os alunos iniciam a resoluo da mesma, contando

    com ajuda do professor sempre que necessrio.

    Objetivos

    - Verificar habilidades de anlise e interpretao de dados e esquemas.

    Momento de reflexo

    Ao final da atividade, os alunos compartilham as possveis estratgias para soluo das

    situaes propostas, discutindo erros, acertos e dificuldades.

    Comentrios

    Nem todos os alunos apresentaram bom desempenho nesta atividade. Percebemos que,

    principalmente as ltimas questes, no apresentavam respostas coerentes s perguntas feitas.

    O que no significa que as crianas no tenham compreendido a interpretao do mapa ou as

    questes propostas, uma vez que, durante o momento de reflexo, todos responderam s

    perguntas corretamente e no apresentaram nenhuma dvida. Acreditamos que tais equvocos

    tenham sido provocados pela desateno causada pelo prprio transtorno.

  • ATIVIDADE 14: Boliche de fraes

    Para esta brincadeira, pode-se utilizar pedaos de papel com as seguintes fraes

    coladas, cada uma, em uma garrafa PET vazia. Inicialmente, interessante

    apresentar as fraes s crianas, pedindo que digam como se l cada uma delas, represente-as

    como parte de uma figura e compare-as dizendo qual a maior e a menor de todas.

    Toda anlise pode ser realizada oralmente e apenas a representao feita por escrito,

    isso porque, ao longo de todos os encontros, percebemos que as crianas expressam melhor

    seu raciocnio atravs de falas.

    Terminada a anlise das fraes, o professor deve organizar as garrafas em um espao

    no qual seja possvel, a certa distncia, que as crianas lancem uma bola para acertar as garrafas

    e derrub-las.

    medida que as crianas vo derrubando as garrafas, registram as fraes de cada uma para

    som-las e comparar a soma obtida com as demais crianas. Vence aquele que obtiver maior

    soma.

    Objetivos

    - Estudar fraes: tipos (prprias, imprprias e aparentes), representao (partes de uma

    figura) e operaes.

  • Momento de reflexo

    Ao final da brincadeira, todos devem analisar o conhecimento adquirido, erros cometidos,

    dificuldades obtidas, acertos e habilidades desenvolvidas. Para tal anlise, o professor pode

    instigar comentrios com as seguintes questes: O que sabiam sobre fraes antes desta

    atividade?, O que aprenderam com a brincadeira desenvolvida?, O que acham que ainda no

    aprenderam sobre fraes?, etc.

    Comentrios

    Durante o momento de reflexo, as crianas afirmaram que aprenderam com esta brincadeira.

    Tal fato pode ser observado nas seguintes falas de duas crianas:

    Ah! Aprendi bem melhor agora, nunca mais vou esquecer que aparente a que parece, mas no .;

    , agora acho que tambm no vou esquecer que para somar tem que tirar o mmc antes.

  • ATIVIDADE 15: Pintando fraes (modelo Apndice 9)

    Cada aluno recebe uma folha com a atividade. Inicialmente interessante relembrar o

    que foi estudado sobre fraes em encontros anteriores, principalmente representao de

    frao como parte de uma figura.

    Nesse momento inicial, o professor pode perguntar aos alunos como representamos

    fraes como, por exemplo, meio, um tero, um quarto, dois teros e outras, mas tudo deve

    ser respondido oralmente, descrevendo como fariam toda representao.

    Objetivos

    - Verificar a compreenso daquilo que foi trabalhado sobre fraes em atividades anteriores;

    - Estimular ateno s orientaes em uma atividade.

    Momento de reflexo

    Avaliar respostas obtidas, erros cometidos, estratgias utilizadas e possvel aprendizagem do

    contedo estudado.

    Comentrios

    Nesta atividade, verificamos que realmente as crianas participantes do estudo se expressam

    melhor oralmente do que durante a execuo de uma tarefa. Durante a explicao da

    atividade, pedimos que algum aluno dissesse como poderamos representar metade, quarta

    parte e tera parte e um dos alunos respondeu: metade um meio, quarta parte um quarto e tera

    parte um tero. Pedimos ainda que descrevessem como poderamos representar essas partes

    atravs de desenhos e a menina comeou a responder: Um meio temos que dividir em dois e colorir

    um.... Antes mesmo que a aluna conclusse sua fala, outro aluno continuou: , ... um quarto

    dividido em quatro e colore um. Um tero parte em trs e rabisca um s. Apesar da explicao clara, o

    desenvolvimento da atividade no foi satisfatrio. Esse mesmo aluno que relatou muito bem

    todo o processo para representao de fraes como parte de uma figura no executou a

    tarefa corretamente, como podemos observar na figura a seguir:

  • ATIVIDADE 16: Conduzindo o cachorrinho (modelo Apndice 10)

    O professor entrega uma folha com a tarefa para cada aluno, pede que leiam e

    comecem a resolv-la, sem nenhuma explicao ou orientao prvia.

    Antes de iniciarem a atividade, interessante que retomem os combinados dos

    encontros anteriores, relembrando a importncia da ateno, da concentrao e do

    planejamento antes da execuo de uma tarefa para um bom desempenho.

    Objetivos

    - Verificar a ateno empregada em uma atividade e a capacidade de seguir orientaes em

    uma tarefa.

    Momento de reflexo

    - Analisar resultados obtidos, comparar estratgias utilizadas e erros cometidos.

    Comentrios

    Nesta atividade, apenas um dos alunos do grupo no realizou corretamente a atividade, pois

    no analisou o contexto previamente e se distraiu colorindo casas que no eram permitidas,

    mas percebeu seu erro e tentou corrigi-lo.

    J as demais crianas resolveram sua atividade corretamente sem apresentar dvidas e/ou

    solicitar atendimento individual.

  • ATIVIDADE 17: Domin humano

    Nesta brincadeira, cada aluno recebe uma tira de papel com duas frases indicando

    operaes, como, por exemplo:

    Assim, cada aluno deve procurar aquele que tem a resposta para sua pergunta e ficar

    atento pergunta do colega para verificar se estava com a resposta do outro.

    medida que se completavam, deveriam ficar um ao lado do outro, formando-se

    assim um crculo.

    Objetivos

    - Desenvolver habilidade de ateno s orientaes e informaes fornecidas por outras

    pessoas.

    Momento de reflexo

    Verificar e analisar a ateno empregada nesta brincadeira, comparando-a quela empregada

    em outras atividades.

    Comentrios

    A brincadeira foi muito bem desenvolvida, todos aparentavam estar atentos s frases ditas

    pelos colegas e no apresentaram dificuldades em resolver as operaes propostas.

    Ao final, durante o momento de reflexo, questionamos o que era importante para ter xito na

    brincadeira e um dos alunos respondeu: Ouvir o que o colega dizia, prestar bastante ateno no seu

    papel e ser bom de conta. E, mais uma vez, percebemos que as crianas tm conscincia da

  • importncia da ateno durante uma atividade e conseguem se concentrar, mesmo que por

    curto perodo de tempo.

  • ATIVIDADE 18: Adivinhe o nmero (modelo Apndice 11)

    Nesta atividade, cada aluno recebe uma folha com as perguntas que devem responder.

    interessante discutir inicialmente o significado dos termos obter, tirar e agregar,

    associando-os s operaes de adio e subtrao.

    Mais uma vez, por ser uma atividade curta e com poucos detalhes, os alunos podem

    desenvolv-la sozinhos, sem muito auxlio do professor.

    Objetivos

    - Verificar e desenvolver habilidade de raciocnio lgico;

    - Trabalhar ateno em uma atividade.

    Momento de reflexo

    Neste momento deve-se verificar o desenvolvimento da atividade, resultados obtidos,

    estratgias utilizadas e erros cometidos.

    Comentrios

    Percebemos o quanto os alunos se mostraram mais seguros e confiantes nesta atividade.

    Tivemos poucos erros e no solicitaram atendimento individual. Tentamos mostrar toda essa

    evoluo para as prprias crianas, cada uma com sua estratgia, limitao e dificuldade, todas

    se saram muito bem.

    Dica: Essa atividade pode ser desenvolvida oralmente tambm. O professor faz as perguntas,

    os alunos calculam mentalmente e respondem.

  • ATIVIDADE 19: Que nmero ?

    Cada aluno recebe uma tirinha de papel com um problema (estilo charada), e deve

    tentar resolv-la sem auxlio individual do professor.

    Objetivos

    - Verificar habilidade de raciocnio lgico desenvolvida em encontros anteriores;

    - Trabalhar ateno e concentrao empregadas em uma atividade.

    Momento de reflexo

    Neste momento, deve-se verificar o desenvolvimento da atividade, resultados obtidos,

    estratgias utilizadas e erros cometidos.

    Comentrios

    Em nosso encontro, todos se assentaram e resolveram rpido e corretamente, sempre uns

    auxiliando os outros. Percebemos que os alunos estavam cada vez mais independentes. Cada

    um resolveu seu problema sozinho e aqueles que tiveram dvidas pediram auxlio aos colegas.

    Durante o momento de reflexo, as prprias crianas perceberam essa autonomia. Quando

    questionamos o que acharam da atividade, um dos alunos, por exemplo, respondeu: Essa eu

    gostei...consegui fazer sozinho!.

  • ATIVIDADE 20: Verificao da ateno visual

    Esta atividade dividida em duas etapas. Para a primeira etapa, devem-se separar

    alguns objetos como caderno, caneta, garrafinha de gua, sombrinha, bolsinha de lpis,

    chaveiro, bon, etc., em uma mesa. O professor pede ento que uma criana observe esses

    objetos sobre a mesa e saia da sala, depois ele retira um dos objetos. O aluno retorna para a

    sala e deve dizer o objeto que faltava. Esse processo pode ser realizado duas vezes com cada

    criana: uma com um objeto maior e outra com um objeto menor.

    Exemplo:

    J para a segunda etapa da brincadeira, separam-se alguns objetos sobre a mesa (cinco,

    no mximo, e que tenham caractersticas em comum). As crianas devem observar esses

    objetos, em seguida, se afastar da mesa e, sem que vejam, a ordem dos objetos deve ser

    alterada. Ao retornarem, os alunos devem colocar todos os objetos na mesma ordem.

    Exemplo:

    Objetivos

    - Verificar a ateno visual das crianas;

    - Desenvolver habilidade de observao a pequenos detalhes.

  • Momento de reflexo

    Avaliar o desenvolvimento da atividade, possveis distraes ocorridas e estratgias utilizadas.

    Comentrios

    Apenas um dos participantes se destacou bastante. Foi o nico que acertou todos os objetos

    da primeira brincadeira e a ordem em que estavam dispostos na segunda parte do encontro.

    Os demais erraram pelo menos uma vez, mas todos afirmaram gostar da brincadeira e

    notaram mais uma vez a importncia da ateno e da concentrao em uma atividade.

  • ATIVIDADE 21: Verificao da memria visual

    Para esta atividade, o professor deve apresentar uma figura s crianas e pedir que a

    observem por cinco minutos. Em seguida, a figura deve ser escondida e o docente faz

    perguntas sobre detalhes da figura apresentada. Ao final, todos devero rever a figura

    apresentada e conferir as respostas dadas.

    OBS: essa figura pode ser impressa, apresentada em cartaz, aparelhos de multimdia ou qualquer outro

    recurso, mas deve ser apresentada uma nica figura a todas as crianas, ou seja, o professor no deve entregar

    uma folha com a figura para cada aluno.

    Objetivos

    - Verificar a ateno visual das crianas;

    - Desenvolver habilidade de observao a pequenos detalhes.

    Momento de reflexo

    Avaliar o desenvolvimento da atividade, distraes ocorridas, respostas obtidas e estratgias

    utilizadas.

    Comentrios

    Em nosso encontro as figuras utilizadas foram as seguintes:

    Primeira figura Segunda figura

  • Para a primeira figura, fizemos os seguintes questionamentos: Quantos cavalos h na figura?,

    Quantas rvores?, H ponte na cena?, Quantas vacas h?, A porta do celeiro estava aberta ou

    fechada? e H cerca separando as vacas dos cavalos?. E para a segunda: Quantos ratos h na festa?,

    O que os ratos estavam usando como mesa?, O bolo era de chocolate ou de baunilha?, Quantos presentes

    havia na imagem?, A toalha era quadriculada ou de bolinha? e Quais animais no foram convidados?

    Durante o momento de reflexo, notamos que todos perceberam mais uma vez a importncia

    da ateno a detalhes e conseguiram tambm relacionar tal concluso a tarefas escolares,

    quando afirmaram que muitas vezes erram questes propostas pela professora por no

    estarem atentos a pequenos detalhes. Ainda nessa discusso perguntamos o que era

    importante para obter xito nesta atividade e um dos participantes disse que no basta s

    decorar a cena, tinha que entender tambm como, por exemplo, aquele gato que tava vestido de rato.,

    demonstrando compreenso da atividade.

  • ATIVIDADE 22: Trabalhando a concentrao (modelo Apndice 12)

    Cada aluno recebe a malha quadriculada organizada com nmeros nas colunas e letras

    nas linhas. As crianas devem escolher quatro cores e colorir os quadradinhos, seguindo as

    coordenadas que estavam no final da folha, e descobrir a figura a ser formada.

    interessante instigar as crianas a imaginar a figura que ser formada antes que

    comecem a colorir, questionando qual desenho eles acreditam que ir se formar, sempre

    justificando suas respostas.

    Objetivos

    - Estimular a concentrao durante uma atividade.

    Momento de reflexo

    Avaliar a concentrao desenvolvida durante a atividade e os resultados obtidos. Comparar a

    figura formada ao formato que as crianas imaginavam que iria ser construdo.

    Comentrios

    Todos realizaram a atividade de modo tranquilo e concentrados, mas utilizaram todo o tempo

    para a tarefa, apenas um dos alunos no conseguiu conclu-la.

    Durante o momento de reflexo, perguntamos s crianas por que tinham ficado to

    concentrados nessa atividade e um deles respondeu: Ah por que eu gosto de colorir e queria muito

    saber o desenho que ia dar. Outro completou: Eu tambm queria saber qual era a figura e os demais

    disseram que foi pelo mesmo motivo.

    Ao serem questionados quanto estratgia utilizada, uma das crianas disse que escolheu o

    lpis primeiro para depois colorir todos os quadrinhos com aquela cor, e s depois trocava de

    cor. Os demais disseram que utilizaram a mesma estratgia, com exceo daquele que no

    conseguiu terminar a figura. Ele disse ter trocado de lpis vrias vezes antes de terminar com

    uma nica cor e, rindo, concluiu: Por isso no consegui terminar.

  • ATIVIDADE 23: Diverso no parque (modelo Apndice 13)

    Esta atividade pode ser realizada em dupla, sem o auxlio do professor, ou

    individualmente, mas com orientaes do docente.

    Caso a atividade seja realizada em grupo, o professor pode estimular a discusso das

    questes, pedindo que cada um apresente ao outro sua estratgia para resoluo dos

    problemas e juntos decidam a melhor resposta a ser dada.

    Ao final da atividade, pedir tambm que os alunos confiram os resultados obtidos.

    Para conferir suas respostas, os alunos devem reler toda a atividade e verificar se as respostas

    encontradas esto de acordo com as questes propostas.

    Objetivos

    - Desenvolver habilidade de anlise de esquemas e raciocnio matemtico.

    Momento de reflexo

    Analisar as dificuldades encontradas, resultados obtidos, erros cometidos e comparar

    estratgias utilizadas por todas as duplas.

    Comentrios

    As crianas desenvolveram a atividade conforme proposto. Percebemos que conversaram

    bastante entre si e, ao final, conferiram todos os resultados obtidos.

    Durante o momento de reflexo, todos afirmaram que resolveram cada questo por meio de

    operaes matemticas e no tiveram dificuldades para resolv-las e interpretar o esquema

    apresentado.

  • ATIVIDADE 24: Resolvendo problemas (modelo Apndice 14)

    Esta atividade pode ser desenvolvida em duplas ou trios. Cada grupo recebe sua folha

    com orientaes e questes propostas. Os alunos devem ler todas as informaes contidas na

    folha para resoluo da atividade, discutir possveis solues e conferir resultados obtidos.

    Objetivos

    - Desenvolver habilidade de resoluo de situaes-problema.

    Momento de reflexo

    Analisar estratgias utilizadas para resolver cada problema, operaes realizadas e resultados

    obtidos.

    Comentrios

    Mais uma vez os alunos demonstraram autonomia. Cada dupla discutiu entre si as possveis

    resolues para as questes, desenvolveram a atividade e conferiram os resultados obtidos.

    No momento de reflexo, perguntamos o que acharam da atividade e todos disseram que

    tinham gostado. Questionamos ainda se tinham o costume de fazer a reviso solicitada e a

    maioria disse que no. Questionamos por que, e um dos alunos respondeu que tinha preguia,

    mas percebeu que importante, pois pode resolver alguma questo rapidamente e errar, mas

    quando faz a reviso pode ser que consiga corrigi-la.

  • ATIVIDADE 25: Raciocnio lgico (modelo Apndice 15)

    Cada aluno recebe uma folha com a atividade proposta. Por ser uma atividade longa e

    que exige bastante concentrao, interessante que o professor leia cada questo com os

    alunos, d indicaes para sua resoluo e deixe que cada um desenvolva cada uma conforme

    tenha compreendido. Caso sinta necessita, o professor pode discutir cada questo com o

    grupo, ao longo da atividade, em vez de analisar todas ao final.

    Objetivos

    - Verificar raciocnio lgico para resoluo de situaes-problema, ateno para realizao de

    uma atividade, anlise e interpretao de dados.

    Momento de reflexo

    Durante o momento de reflexo, importante analisar os resultados obtidos, bem como as

    estratgias utilizadas, e permitir que os prprios alunos comparem-nas, questionando por que

    acham mais fcil resolver dessa maneira e no de outra.

    Comentrios

    Inicialmente, as crianas tiveram dvidas, principalmente nas duas primeiras questes, porm,

    realizaram as demais praticamente sozinhas. Tentamos atender a cada uma individualmente,

    mas observamos que apenas um deles precisou de mais ajuda.

    Assim que terminaram a atividade, fizemos a correo coletiva e percebemos que a maioria

    acertou grande parte das questes. Foi evidente o quanto os alunos progrediram, tanto em

    termos de conhecimento matemtico, quanto, e talvez principalmente, em termos de ateno,

    concentrao e autorregulao, desenvolvendo uma atividade relativamente grande e que

    exigia muita ateno e concentrao.

  • ATIVIDADE 26: Trabalhando porcentagem (modelo Apndice 16)

    Inicialmente, o grupo pode discutir definio, representao, estratgias de clculos e

    alguns exemplos sobre porcentagem. Em seguida, prope-se a brincadeira Baralho de

    porcentagem. Cada jogador recebe 4 cartas, devendo o restante das cartas ficar em um monte,

    viradas para baixo. O primeiro jogador compra uma carta do monte e descarta uma das suas.

    O seguinte poder pegar a carta da mesa ou comprar no monte, descartando, logo em seguida,

    outra carta. O jogo continua dessa forma at que um jogador consiga formar um grupo de

    cartas equivalentes. Os jogadores no podero pegar uma carta da mesa se no for a sua vez

    de jogar, a menos que esteja pifado, isto , que lhe falte apenas aquela carta. Quando o

    monte terminar, as cartas da mesa so embaralhadas, formando um novo monte. Vence quem

    fizer o grupo de cartas equivalentes primeiro.

    Cartas do baralho

  • Finalizada a brincadeira, os alunos realizam uma atividade escrita para verificar a

    aquisio do contedo ensinado.

    Objetivos

    - Identificar uma taxa percentual na sua forma fracionria, decimal e de razo centesimal;

    - Desenvolvimento de estratgias de resoluo de problemas que envolvam porcentagens.

    Momento de reflexo

    Verificar a transferncia da compreenso do contedo durante a brincadeira para a atividade

    escrita. Neste momento deve-se tambm analisar estratgias utilizadas para resoluo dos

    problemas propostos na atividade escrita.

    Comentrios

    Para discusso inicial do contedo estudado optamos pelo uso de Power Point para

    apresentao do contedo. Os slides utilizados foram os seguintes:

    PORCENTAGEM

    Prof. Rosana Martins

    1

    Porcentagens correspondem a

    fraes de denominador 100

    100

    5

    20

    1

    100

    25

    4

    1=

    =

    ou fraes equivalentes a elas.

    2

    Diferentes formas de representao

    100

    55% = = = 0,05

    20

    1

    25% = = = 0,25 100

    25

    4

    1

    3

    Clculo da porcentagem de um nmero

    Para calcular

    80% de 35.

    5

    4Lembramos que

    80% = = 100

    80

    5

    4de 35 = 28, pois 35 : 5 = 7 e 4 x 7 = 28

    4

  • Clculo mental de porcentagem

    50%100

    50

    2

    1==

    25%100

    25

    4

    1==

    10%100

    10

    10

    1==

    METADE

    QUARTA

    PARTE

    DCIMA

    PARTE

    5

    Outras estratgias

    20% = 10% + 10%

    5% = 10% : 2

    15% = 10% + 5%

    6

    75% = 50% + 25%

    70% = 7 x 10%

    2% = 10% : 5

    7

    Teste rpido

    Calcule mentalmente:

    a) 100% de 600

    b) 50% de 600

    c) 10% de 600

    d) 25% de 600

    e) 100% de 480

    f) 50% de 480

    g) 10% de 480

    h) 25% de 480

    8

    Neste encontro, percebemos grande participao dos alunos. Inicialmente, as crianas

    estavam bastante dispersas, mas, ao longo da atividade, buscamos incentiv-las a responder s

    questes propostas, tentando verificar a compreenso dos procedimentos utilizados e tambm

    fazer com que o processo de aprendizagem no se limitasse reteno do contedo mediante

    o mtodo de repetio. Notamos ainda que os alunos discutiram bastante as diferentes

    maneiras para resolver uma nica questo e cada um apresentava sua perspectiva.

  • ATIVIDADE 27: Somas, restos, produtos e quocientes

    (modelo Apndice 17)

    Esta atividade pode ser intercalada com outras brincadeiras ou ser trabalhada em

    encontros diferentes.

    Cada aluno recebe uma folha com as operaes que deve efetuar. Enquanto os alunos

    realizam a atividade proposta, o professor deve cronometrar o desenvolvimento da tarefa,

    observando ainda momentos de disperso e incentivando os alunos para se concentrarem na

    atividade.

    Objetivos

    - Verificar agilidade nos clculos de adio, subtrao, multiplicao e diviso;

    - Estimular a concentrao em uma atividade.

    Momento de reflexo

    Refletir sobre a ateno e concentrao durante a atividade, comparando-a ao

    desenvolvimento das atividades iniciais, verificando ainda dificuldades encontradas e

    resultados obtidos. Deve-se analisar tambm, juntamente com as crianas, o tempo gasto para

    realizao dos clculos, observando o tipo de operao em que cada um tem habilidade e

    dificuldade.

    Comentrios

    Nas atividades de adio e subtrao, o tempo gasto pelos alunos para resolver cada folha foi

    de minutos, enquanto para realizar as atividades de multiplicao e de diviso, foi de

    aproximadamente de 17 minutos.

    Durante o momento de reflexo, os alunos afirmaram ter mais dificuldade em resolver as duas

    ltimas atividades do que as primeiras e perguntamos, ento, por que sentiram tanta

    dificuldade para resolver tais operaes. Um deles afirmou que ainda no tinha conseguido

    decorar a tabuada. Indagamos ao grupo se teriam alguma sugesto para ajudar o colega a

    aprender a multiplicao sem decorar, e outro integrante do grupo disse: Ah...quando eu no sei

    eu vou somando os nmeros. Pedimos ento que nos desse um exemplo e outro aluno respondeu

    antes do colega: assim, se 3 vezes 4 a s fazer 4 mais 4 mais 4. Todos afirmaram que essa

  • era a maneira mais fcil e aquele que havia apresentado mais dificuldade afirmou ter

    compreendido.

  • ALGUMAS CONSIDERAES

    Este livreto foi construdo no intuito de auxiliar professores, supervisores e gestores

    educacionais a identificar indcios de comportamentos tpicos de alunos com TDAH,

    encaminhando-os, em comum acordo com os pais, a um especialista da sade mental para

    diagnstico, e elaborar diferentes meios de trabalho para esses alunos que apresentam

    caractersticas de desateno, hiperatividade e/ou impulsividade, podendo, inclusive, se

    estender para classes comuns, com alunos sem diagnstico de qualquer tipo de transtorno.

    Percebemos o quanto comportamentos caractersticos do TDAH comprometem os

    alunos, tanto no aspecto da aprendizagem, quanto em suas relaes interpessoais, sendo esses

    obstculos gerados pelos prprios sintomas do transtorno. Vimos que todas as crianas

    participantes da pesquisa tinham capacidade de aprender e desenvolver as atividades

    propostas, mas, muitas vezes, a conduta impulsiva os impedia de esperar tempo suficiente para

    pensar e agir, ou apresentavam dificuldades em selecionar informaes relevantes e manter a

    ateno durante o tempo necessrio.

    Acreditamos que atividades organizadas, com orientaes claras, objetivas e divididas

    em partes menores ajudaram na compreenso e desenvolvimento da sequncia de tarefas

    propostas. Toda interveno comportamental se restringiu persuaso verbal, buscando

    sempre incentivar a criana a agir corretamente.

    Nosso trabalho foi desenvolvido no seguinte formato: retomada de regras e

    combinados anteriores (exceto no primeiro encontro); avaliao do conhecimento prvio

    acerca do que seria trabalhado; apresentao da atividade proposta, buscando motivar e

    estimular o planejamento estratgico para desenvolvimento da tarefa; execuo da atividade;

    apresentao e avaliao dos resultados obtidos pelos alunos; correo, quando possvel, e

    concluso.

    Ao longo da pesquisa, percebemos que todo esse processo passou a acontecer com

    mais naturalidade, j que os prprios alunos justificavam o desenvolvimento das atividades,

    sem que fizssemos questionamentos quanto aos procedimentos utilizados e validao dos

    resultados encontrados.

    Priorizamos ainda, em todos nossos encontros, a combinao de atividades escritas e

    atividades com movimentao, por perceber que as crianas no conseguem manter ateno

    em uma nica atividade por muito tempo. Buscamos desenvolver tambm atividades no

    rotineiras, ldicas e que fossem significativas para as crianas participantes da pesquisa, de

    modo a valorizar ao mximo a ateno, concentrao, organizao, planejamento e raciocnio

  • lgico para sua realizao, visando ao desenvolvimento da motivao, interesse,

    automonitorao, autocorreo e autorregulao.

    Devido aos sintomas caractersticos do TDAH, sempre inicivamos nossos encontros

    com propostas claras, apresentadas com um tom de voz moderado, buscando sempre

    estimular cada aluno a se empenhar ao longo de todo o encontro. Nosso objetivo era fazer

    com que acreditassem em sua capacidade de realizar as tarefas propostas e mantivessem o

    interesse em aprender, independentemente da complexidade da proposta ou dificuldades de

    aprendizagem.

    Outro aspecto fundamental em nosso trabalho foi o afeto e a ateno dedicada a cada

    aluno, respeitando as necessidades e o ritmo de todos. Acreditamos que as aes do professor

    esto atreladas ao contexto da sala de aula, convvio com os alunos e sensibilidade expressa

    pela relao professor/aluno.

    Reconhecemos que, em uma sala de aula comum, com muitos alunos e sem preparo

    para realizar tal dinmica, o professor muitas vezes no atua assim. Porm, a natureza das

    atividades desenvolvidas, a dinmica proposta nos encontros e o afeto so valiosos em

    qualquer contexto, seja com alunos portadores de TDAH ou no.

    Vimos que parte importante de nosso trabalho foram os momentos de reflexo

    baseados nos princpios da autorregulao3, buscando fazer com que os alunos analisassem o

    prprio pensamento (metacognio), estratgias utilizadas, motivao e interesse empregados

    no desenvolvimento da atividade.

    Verificamos, ainda, que cabe ao professor estimular a apropriao de tais processos de

    regulao da aprendizagem, atravs da conscincia que o aluno deve ter daquilo que ele pode

    ou precisa fazer, de forma a refletir sobre a proposta, a estratgia utilizada e os resultados

    obtidos. Consideramos que todo esse processo de autorregulao da aprendizagem envolve

    tambm um processo de ndole afetiva/emocional que, no sendo diretamente adquirido

    atravs da aprendizagem, assumiria um carter mais intrnseco ao sujeito (SOUSA, 2006),

    tornando-o capaz de usar estratgias prprias, testar sua eficcia e se sentir motivado para o

    fazer, sendo protagonista de sua aprendizagem.

    3 Estabelecer objetivos, atender regras, usar estratgias cognitivas apropriadas, organizar o ambiente de

    trabalho, usar os recursos de forma eficaz, monitorar o prprio desempenho, gerenciar o tempo disponvel,

    buscar ajuda se necessrio, manter crenas de autoeficcia positivas, perceber o valor do aprendizado,

    identificar os fatores que influenciam a aprendizagem, antecipar os resultados das aes, experimentar

    satisfao com o prprio esforo (SCHUNK e ERTNER, 2000, apud, POLYDORO e AZZI, 2010, p. 139).

  • SUGESTES DE LEITURAS

    Livro: Aprendendo com crianas hiperativas

    Autoras: Trinidad Bonet, Yolanda Soriano e Cristina Solano. So Paulo: Cengage Learning,

    2008.

    Comentrios: Tem como base as principais manifestaes do TDAH (desateno,

    hiperatividade e impulsividade) e apresenta estratgias para melhora de cada uma delas alm de

    sugestes de algumas tcnicas de interveno cognitivo-comportamentais.

    Livro: Dificuldades de aprendizagem: deteco e estratgias de ajuda

    Autoras: Ana Maria Salgado Gmez e Nora Espinosa Tern. Grupo Cultural, 2010.

    Comentrios: Trata do desenvolvimento e progresso das habilidades das crianas com

    problemas de aprendizagem (transtornos na aprendizagem: da percepo agnosias,

    psicomotores, da memria, da ateno, da linguagem, da lectoescrita e da matemtica),

    apresentando estratgias de trabalho e sugestes de jogos e atividades.

    Livro: Jogando com a Matemtica de 5 a 8 srie

    Autora: Isabel Cristina Machado de Lara. So Paulo: Rspel, 2003.

    Comentrios: Esta obra oferece estratgias pedaggicas baseadas na oportunizao de jogos,

    facilitando o processo de ensino/aprendizagem de forma prazerosa e interessante capaz de

    desenvolver o raciocnio lgico, a criatividade, a capacidade de manejar situaes reais e

    estimular o pensamento independente.

    Livro: No mundo da lua

    Autor: Paulo Mattos

    Comentrios: Possui uma linguagem simples, de fcil compreenso. Esta obra aborda os

    sintomas do TDAH e fornece algumas orientaes para lidar com o transtorno. Trata ainda

    das causas, o estudo em casa e na escola, TDAH na vida adulta e seu tratamento.

  • Livro: TDAH nas escolas

    Autores: George J. DuPaul e Gary Stoner. So Paulo: M. Books da Brasil Editora LTDA.

    2007.

    Comentrios: Oferece aos profissionais da educao informaes necessrias e

    cientificamente embasadas sobre o TDAH tratando-o de uma forma geral, alm de discutir

    um pouco sobre dificuldades de aprendizagem, identificao dos sintomas, estratgias de

    interveno e avaliao.

    www.tdah.org.br

    www.dda-deficitdeatencao.com.br

    www.tdah.com.br

  • REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    BARKLEY, R. A. Transtorno de Dficit de Ateno/Hiperatividade (TDAH): guia

    completo e autorizado para pais, professores e profissionais da sade. Trad. Luis Sergio

    Roizman. Porto Alegre: Artmed, 2002.

    BENCZIK, E. B. P. Transtorno de Dficit de Ateno/Hiperatividade: atualizao

    diagnstica e teraputica: caractersticas, avaliao, diagnstico e tratamento. So Paulo: Casa

    do Psiclogo, 2000.

    CAMAES, T. B. Tratamiento multimodal Del TDAH y los transtornos de conducta.

    Disponvel em: www.infocop.es/view_article.asp?id=548. Acessado em 30/12/2009.

    CAMAES, T. B., GARCIA, Y. S., MNDEZ, C. S. Aprendendo com crianas

    hiperativas. Trad. Guillermo Matias Gumucio. So Paulo: Cengage Learning, 2008

    DSM-IV-TR. Manual diagnstico e estatstico de transtornos mentais. Trad. Cludia

    Dornelles. 4 ed. Rev. Porto Alegre: Artmed, 2002.

    GOLDSTEIN, S., GOLDSTEIN, M. Hiperatividade: como desenvolver a capacidade de

    ateno da criana. Trad. Maria Celeste Marcondes. Campinas, SP: Papirus, 1994.

    LACOSTA, A. M. C. La resolucin de problemas aritmtico-verbales por alumnos con

    Dficit de Atencin con Hiperactvidade (TDAH). Barcelona, Universitat de Barcelona.

    Memoria de Tesis Doctoral, 2005.

    ORGANIZAO MUNDIAL DA SADE. Classificao de Transtornos Mentais e de

    Comportamento da CID-10: Descries clnicas e diretrizes diagnsticas. Trad. Dorgival

    Caetano. Porto Alegre: Artmed, 1993.

    PASTURA, G., MATTOS, P. Efeitos colaterais do metilfenidato. Revista de Psiquiatria

    Clnica, 31: 100-104, 2004.

  • PEIXOTO, A. L. B. TDAH, quem realmente o tem? Transtorno de dficit de ateno e

    hiperatividade na criana escolar: uso dos critrios diagnsticos e tratamento proposto pelos

    profissionais da sade mental. Vitria. Dissertao de Mestrado, 2006.

    ROHDE, L. A., BENCZIK, E. B. P. Transtorno de dficit de ateno/hiperatividade: o

    que ? Como ajudar? Porto Alegre: Artmed, 1999.

    ROHDE, L. A., FILHO, E. C. M., BENETTI, L., GALLOIS, C., KIELING, C. Transtorno

    de dficit de ateno/hiperatividade na infncia e na adolescncia: consideraes clnicas e

    teraputicas. Revista de Psiquiatria Clnica, 31: 124-131, 2004.

    SILVA, A. B. B. Mentes inquietas: TDAH: desateno, hiperatividade e impulsividade. Rio

    de Janeiro: Objetiva, 2009.

    SOUSA, P. M. L. de. Aprendizagem auto-regulada no contexto escolar: uma abordagem

    motivacional. Disponvel em: www.psicologia.com.pt. Produzido em: ago/2006.

    SOUZA, E. M. L. de, INGBERMAN, Y. K. Transtorno de dficit de ateno e

    hiperatividade: caractersticas, diagnstico e formas de tratamento. Revista InterAO,

    Curitiba, v. 4, p. 32 a 37, jan/dez 2000.

    WRIGHT, J. Attention-Deficit Hyperactivity Disorder: a school-based evaluation manual. Disponvel em: www.interventioncentral.org. Acessado em: 01/2010.

  • APNDICES

  • Apndice 1

    Nome: ______________________________________ Data: ___/___/___

    Boneco obediente O professor de Alice props uma brincadeira sua turma: Boneco obediente. Nesta brincadeira os jogadores precisam traar um caminho a partir de um comando que indica se preciso ir para frente, para a direita, para a esquerda ou para trs. A figura abaixo representa os comandos dados pelo professor Alice.

    Responda:

    a) Quais os comandos o professor deu para Alice fazer esse percurso, considerando que cada lado do quadriculado um passo?

    ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ b) Quantos passos Alice caminhou? _______________________________

  • Apndice 2

    Nome: ______________________________________ Data: ___/___/___

    Descobrindo sequncias

    Descubra o nmero que cada figura est escondendo. Escreva as sequncias que voc encontrou. a)

    11 21

    91

    _________________________________________________________________________ b)

    80

    50

    10

    _________________________________________________________________________ c)

    11 12

    31 32

    51 52

    _________________________________________________________________________ d)

    98 97

    68 67 58 57

    _________________________________________________________________________

  • Apndice 3

    Nome: ______________________________________ Data: ___/___/___

    PINTANDO OS IGUAIS

    Pinte com a mesma cor as bolinhas que indicam as diferentes maneiras de representar um mesmo nmero.

    SEIS

    6

    2+2+2

    2 x 3

    3 x 2

    0

    2 x 0

    ZERO

    1 - 1

    1 . 1

    1

    UM

    2

    1+1

    1:1

    2+2

    2 x 2

    4

    3+1

    0:2

    QUATRO 4+1

    CINCO

    5 x 1

    DOIS

  • Apndice 4

    Nome: ______________________________________ Data: ___/___/___

    Seguindo setas

    Tente descobrir o caminho das setas para chegar at o pontinho preto. Colora as setas para registrar o caminho encontrado.

    INCIO

  • Apndice 5

    Cartela com expresses a serem resolvidas

  • Cartela em branco para inserir os resultados das expresses

    Nmeros para sorteio

  • Apndice 6

    Nome: ______________________________________ Data: ___/___/___

    Organizando uma turma Observe a sala de aula de uma turma de alunos do 5 ano vista de cima. Para descobrir onde sentam alguns alunos, siga as dicas abaixo e escreva os nomes desses alunos nos retngulos que representam carteiras.

    Isadora a 1 da sua fila.

    Fernando est atrs de Caio.

    Rodrigo est esquerda de Caio.

    Quem est direita de Ana Olvia.

  • Apndice 7

    Nomes: ___________________________________ Data: ___/___/___

    Quatro cores

    Escolham quatro cores diferentes e colora cada um uma parte da

    figura abaixo com uma cor, sendo que duas partes juntas (uma do

    lado da outra) no podem ter a mesma cor.

  • Apndice 8 Nome: __________________________________ Data: ___/___/___

    Interpretando mapas

    Daniela dar um passeio de bicicleta na praa. Ela sair de sua casa. Observe no mapa abaixo os possveis caminhos que Daniela poder fazer para chegar praa.

    Responda:

    a) Em que rua Daniela mora? ____________________________________

    b) Qual o caminho mais curto para Daniela ir da sua casa at a praa?

    Escreva o nome das ruas que ela deve passar.

    ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________

    Mapa da cidade

    A: Casa de Daniela

    B: Padaria

    C: Sorveteria

    D: Banco

    E: Hospital

    F: Farmcia

    G: Escola

    H: Correio

    I: Posto de sade

    J: Biblioteca

    K: Dentista

    L: Cinema

    M: Prefeitura

    N: Lanchonete

    O: Brinquedolndia

  • c) Qual o caminho mais longo para Daniela ir de sua casa at a praa?

    Escreva o nome das ruas que ela deve passar.

    ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________

    d) Saindo da sua casa, por quantos quarteires, no mnimo, Daniela te de

    passar para chegar at a farmcia? _________________________________

    e) Quais as ruas que Daniela deve atravessar para ir de sua casa at a padaria?

    ____________________________________________________________

    ____________________________________________________________

    f) A sorveteria fica na esquina de quais ruas?

    ____________________________________________________________

    ________________________________________________________

    g) A escola fica a quantos quarteires da biblioteca?

    ____________________________________________________________

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  • Apndice 9

    Nome: __________________________________________________ Data: ___/___/___

    Pintando Fraes

    Pense bem para depois pintar:

    a) de verde: a metade da regio triangular; b) de azul: a quarta parte da regio circular; c) de vermelho: a tera parte da regio retangular.

  • Apndice 10

    Nome: __________________________________________________ Data: ___/___/___

    Conduzindo o Cachorrinho

    Leve o cachorrinho at sua casinha passando apenas por nmeros mpares.

    1 26 7 5 9

    2 21 8 16 17

    12 22 24 33 36

    43 32 25 6 18

    11 38 42 79 31

    Chegada

  • Apndice 11

    Nome: ______________________________________ Data: ___/___/___

    Adivinhe o nmero

    1. Penso em um nmero, junto 250 e obtenho 600. Qual esse nmero?

    2. Penso em um nmero, tiro 150 e obtenho 450. Em que nmero pensei?

    3. Agrego 250 ao 450. Que nmero obtenho?

    4. Tiro 450 de 900. Que nmero obtenho?

    5. Agrego 140 a 470. Que nmero obtenho?

    6. Tiro 150 de 530. Que nmero obtenho?

  • Apndice 12

    Nome: ______________________________________ Data: ___/___/___

    TRABALHANDO A CONCENTRAO

    Escolha 4 cores diferentes e escreva cada uma dentro de cada Depois, colora os quadrinhos com cada uma das cores seguindo as coordenadas.

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

    A

    B

    C

    D

    E

    F

    G

    H

    I

    J

    L

    M

    N

    O

    P

    Q

    R

    A 1, 2, 3, 4, 16, 17, 18, 19 B 1, 5, 8, 12, 15, 19 C 1, 5, 6, 14, 15, 19 D 2, 4, 7, 13, 16, 18 E 3, 8, 12, 17 F 3, 5, 9, 11, 15, 17 G 4, 6, 9, 10, 11, 14, 16 H 4, 5, 6, 10, 14, 15, 16 I 5, 6, 10, 14, 15 J 4, 6, 7, 10, 13, 14, 16 L 4, 6, 9, 10, 11, 14, 16 M 6, 8, 10, 12, 14 N 5, 7, 8, 10, 12, 13, 15 O 5, 15 P 5, 6, 7, 13, 14, 15 Q 4, 16 R 4, 16

    B 2, 4, 16, 18 C 2, 18 D 3, 17 E 4, 16 F4, 16 G 5, 15 I 9, 11 J 5, 8, 9, 11, 12, 15 L 5, 15 M 5, 15 N 6, 14 O 7, 13

    B 3, 17 C 3, 4, 16, 17 D 5, 15 E 5, 6, 14, 15 F 6, 7, 13, 14 G 7, 8, 12, 13 H 7, 8, 9, 11, 12, 13 I 7, 8, 12, 13 L 7, 8, 12, 13 M 4, 7, 13, 16 N 4, 16 O 6, 14

    D 6, 14 E 7, 13 F 8, 12 G 3, 17

  • Apndice 13

    Nome: ______________________________________ Dat