ATIVIDADE 2 Artigo Teorias Administrativas x Gestao Em Enfer

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TEORIAS ADMINISTRATIVAS X ADMINISTRAÇÃO/GESTÃO EM ENFERMAGEM Jaciane Cristina Klassmann, Maria de Fátima Garcia Lopes Merino, Viviani Camboin Meireles e Laura Misue Matsuda Revista Brasileira de Docência, Ensino e Pesquisa em Enfermagem – ISSN 2175-5736 – Vol. 1, n. 1, p.153-175, Julho/2009 153 153 TEORIAS ADMINISTRATIVAS X ADMINISTRAÇÃO/GESTÃO EM ENFERMAGEM Jaciane Cristina Klassmann I Maria de Fátima Garcia Lopes Merino II Viviani Camboin Meireles III Laura Misue Matsuda IV RESUMO A administração tem sido entendida como processo que prevê, organiza, comanda, coordena e controla uma organização/serviço. Para o enfermeiro, a dimensão administrar é inerente ao seu papel de cuidar. Este estudo objetivou apresentar e discutir os principais desdobramentos das Teorias Administrativas no contexto da enfermagem. Através de estudos bibliográficos e discussões em grupo, levantou-se que a enfermagem, em grande parte, ainda atua de acordo com os modelos da administração do início do século XX, caracterizada pela hierarquia verticalizada, autoritária, focada em cumprimento de tarefas e excessivamente normalizada. Isso tudo tem resultado em cuidado que não corresponde com as reais necessidades e expectativas do cliente, visto que se apresenta de forma fragmentada, impessoal e descontínua. Para a efetividade das ações da enfermagem, foram sugeridas mudanças no modelo de gestão de modo que se busque o atendimento das necessidades de saúde não só dos clientes, mas também dos profissionais e da sociedade. Palavras chave: Administração em Saúde; Enfermagem; Enfermeiro. I Enfermeira. Mestre em Enfermagem. Professora do Curso de Enfermagem da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Câmpus - Toledo – PR. E-mail: [email protected] II Enfermeira. Mestre em Enfermagem. E-mail: [email protected] III Enfermeira. Mestre em Enfermagem. E-mail: [email protected] IV Enfermeira. Prof.ª Dr.ª da Universidade Estadual de Maringá. E-mail: [email protected]

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  • TEORIAS ADMINISTRATIVAS X ADMINISTRAO/GESTO EM ENFERMAGEM Jaciane Cristina Klassmann, Maria de Ftima Garcia Lopes Merino, Viviani Camboin Meireles e Laura Misue Matsuda

    Revista Brasileira de Docncia, Ensino e Pesquisa em Enfermagem ISSN 2175-5736 Vol. 1, n. 1, p.153-175, Julho/2009

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    TEORIAS ADMINISTRATIVAS X ADMINISTRAO/GESTO EM ENFERMAGEM Jaciane Cristina KlassmannI

    Maria de Ftima Garcia Lopes MerinoII Viviani Camboin MeirelesIII

    Laura Misue MatsudaIV

    RESUMO A administrao tem sido entendida como processo que prev, organiza, comanda, coordena e controla uma organizao/servio. Para o enfermeiro, a dimenso administrar inerente ao seu papel de cuidar. Este estudo objetivou apresentar e discutir os principais desdobramentos das Teorias Administrativas no contexto da enfermagem. Atravs de estudos bibliogrficos e discusses em grupo, levantou-se que a enfermagem, em grande parte, ainda atua de acordo com os modelos da administrao do incio do sculo XX, caracterizada pela hierarquia verticalizada, autoritria, focada em cumprimento de tarefas e excessivamente normalizada. Isso tudo tem resultado em cuidado que no corresponde com as reais necessidades e expectativas do cliente, visto que se apresenta de forma fragmentada, impessoal e descontnua. Para a efetividade das aes da enfermagem, foram sugeridas mudanas no modelo de gesto de modo que se busque o atendimento das necessidades de sade no s dos clientes, mas tambm dos profissionais e da sociedade. Palavras chave: Administrao em Sade; Enfermagem; Enfermeiro.

    IEnfermeira. Mestre em Enfermagem. Professora do Curso de Enfermagem da Pontifcia Universidade Catlica do Paran. Cmpus - Toledo PR. E-mail: [email protected] IIEnfermeira. Mestre em Enfermagem. E-mail: [email protected] IIIEnfermeira. Mestre em Enfermagem. E-mail: [email protected] IV

    Enfermeira. Prof. Dr. da Universidade Estadual de Maring. E-mail: [email protected]

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    ADMINISTRATIVE THEORIES X NURSING ADMINISTRATION/MANAGE

    ABSTRACT The administration has been known as process that prevent, organize command, coordinate and control an organization or service. For the nurse; administration is inherent to the role of taking care. This study aimed and discuss the main unfoldings of the Administrative Approaches in the nursing context. We mentioned, throughout bibliography studies and group discussion, that the Nursing mostly acts according to the administration models of the beginning of the 20TH century, that is characterized by the vertical and authoritarian hierarchy focused on the fulfillment of tasks and excessively normalized. All of that has resulted in care, and does not fit the real clients expectations and needs, since its presented in fragmentary, impersonal and discontinuity hierarchy. For the effectiveness of the nursing action, we suggested changes in the management model for it to be able to attend, not only the clients health needs, but also the professional and society. Key words: Health Administration; Nursing; Nurse.

    INTRODUO A ateno sade, sempre se desenvolveu de maneira distinta, por diferentes

    atores sociais, mas apesar disso, possvel identificar abordagens hegemnicas em diferentes perodos e situaes( Matos e Pires, 2006). Na atualidade, a administrao em sade necessita adotar novas concepes e prticas de modo que operacionalize o servio de forma gil e otimize os recursos existentes. Essa afirmao tem como base o contexto das organizaes de sade no Brasil que se fundamenta em modelos gerenciais ultrapassados e se depara com o sucateamento do sistema, a escassez de recursos, o surgimento da competitividade de mercado e a clientela mais exigente por servios de qualidade.

    O conceito administrao provm do latim ad (direo, tendncia para) e minister (subordinao ou obedincia), designando o desempenho de tarefas e a

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    direo de profissionais com o objetivo de atingir a produtividade e a lucratividade (Chiavenato, 2004). Tem-se ento que a administrao visa o aperfeioamento do processo de trabalho, pois as teorias e tcnicas administrativas permitem estruturar as organizaes e planejar as aes para o alcance dos objetivos.

    Por administrao contempornea, entende-se um novo modelo de gesto capaz de atuar frente s rpidas mudanas do mercado mediante a formao de novas estruturas e processos, de forma horizontal, descentralizada, adequadas s contingncias ambientais (Santana, 2007). Com isso, os profissionais que exercem a administrao necessitam desenvolver e aprimorar competncias para conduzir a organizao ao sucesso, atravs da tomada de decises eficazes em situaes crticas, da manuteno de relacionamento com equipes profissionais, e do melhoramento pessoal constante.

    Na enfermagem, os novos campos de atuao do enfermeiro, que tm surgido nas ltimas dcadas, requerem enfermeiros com competncias gerais e especficas na rea administrativa (Marquis e Huston, 2005). Neste contexto, o gerenciamento na enfermagem envolve atividades complexas que, cada vez mais, exigem dos profissionais competncias cognitivas e tcnicas na implementao de estratgias adequadas s atuais tendncias administrativas contemporneas que atendam aos anseios da organizao e de seus gestores (Jorge et alii, 2007). importante ento que os profissionais adquiram conhecimentos acerca das diferentes abordagens tericas, desenvolvidas nessa disciplina ao longo do tempo, para que, atravs disso, faam escolhas e adaptaes no modelo de gesto que orienta a sua prtica. A importncia da administrao na atuao do enfermeiro pde ser constatada no estudo realizado com profissionais recm graduados, que afirmaram ter sentido dificuldades relacionadas liderana e administrao/gesto em enfermagem (Dias et alii, 2004). Apesar de a administrao fazer parte do cotidiano da enfermagem, ela (a enfermagem) pouco tem inovado no modo de gerenciar o seu servio, visto que mesmo na atualidade, internamente se apresenta nos moldes taylorista e fordista os quais imprimem formas de atuaes verticalizadas, rgidas e impessoais (Matos e Pires, 2006).

    Muitos profissionais que seguem os modelos tradicionais de gerenciamento (Taylor, Fayol e outros estudiosos da administrao do incio do Sculo XX) embora

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    sejam competentes tecnicamente, apresentam dificuldades em gerenciar servios e no conseguem atingir o equilbrio entre a tomada de decises e a implementao das aes (Jorge et alii, 2007). Com isso, no atendem as expectativas das organizaes que enfrentam o desafio de adotar modelos mais modernos de gerenciamento pautados na participao e em programas de qualidade os quais preconizam a descentralizao das decises no trabalho, a atuao em equipe e o aperfeioamento constante dos trabalhadores (Fernandes et alii, 2003).

    Considerando a importncia da administrao na enfermagem, faz-se importante conhecer o contedo de algumas Teorias Gerais da Administrao (TGA), ou simplesmente Teorias Administrativas, pois elas expressam finalidades e mtodos que auxiliam na estruturao e na conduo dos processos de atendimento desenvolvidos pela equipe multiprofissional. Entende-se que a administrao na enfermagem se refere ao cuidar indireto e que, este modo de cuidar, fundamental para o processo de ateno sade, pois mediante as prticas administrativas que o enfermeiro viabiliza o cuidado de qualidade (Felli e Peduzzi, 2005).

    Pelo fato de a atuao do enfermeiro se inserir formalmente em pelo menos duas grandes dimenses, a administrativa (cuidados indiretos) e execuo de procedimentos/tcnicas (cuidados diretos), e por gerenciar o processo de atendimento ao indivduo doente, quando institucionalizado, que se prope a realizao deste estudo que tem como objetivo apresentar e discutir os principais desdobramentos das Teorias Administrativas no contexto da enfermagem.

    Neste estudo sero abordadas as Teorias da Administrao Cientfica; Clssica; de Relaes Humanas; Burocrtica; Comportamental; Sistmica; Contingencial; da Gesto da Qualidade e Re-Administrao. Esta ltima, apesar de ainda no se ter conhecimento da sua aplicao no trabalho da enfermagem, far parte deste estudo por consistir numa proposta brasileira, interessante e atual.

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    MATERIAL E MTODO Trata-se de um artigo de reviso realizado atravs de estudo bibliogrfico e

    reflexivo, no ano de 2009. Foram utilizadas publicaes na forma de livros, peridicos impressos e em meios eletrnicos, obtidos na Biblioteca Central da Universidade Estadual de Maring e em bancos de dados da Bireme, Lilacs, Scielo e Google Acadmico. Aps seleo e leitura individualizada das teorias contempladas, realizaram-se reunies sucessivas para estudo e discusso das mesmas. Posterior a isso, teve incio a redao do presente texto cuja discusso ter como base a realidade vivida ou percebida pelas autoras.

    ABORDAGEM TERICA

    Teoria da Administrao Cientfica/Teoria Mecanicista. Com o advento da revoluo industrial, ocorreram transformaes sociais e

    econmicas que influenciaram no resultado do trabalho e nos modos de produo. Essas transformaes resultaram na edificao de grandes indstrias e no fortalecimento do comrcio que passou a ter como grande preocupao, o aumento da produo, o desenvolvimento e a manuteno do mercado das indstrias, originando a necessidade de estudos referentes administrao.

    A primeira Escola de Administrao baseou-se nos mtodos cientficos de observao e mensurao da produo. Essa Escola, denominada Cientfica, teve incio no comeo do sculo XX pelo engenheiro americano Frederick Winslow Taylor (Chiavenato, 2004).

    A Escola da Administrao Cientifica focaliza a medio e a estrutura do trabalho (Bowditch e Buono, 2004). Desta forma, Taylor atravs de estudos voltados racionalizao dos tempos e dos movimentos, interveio no trabalho, sistematizando a diviso do trabalho, a descentralizao de hierarquias e a super especializao do trabalhador (Chiavenato, 2004). Tambm aperfeioou o modo de produo, pela reviso eqitativa das tarefas, da responsabilidade dos operrios e diretores e remunerao daqueles de acordo com a quantidade proporcional de produo.

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    Taylor iniciou seu estudo pela observao do trabalho dos operrios. Sobre este tema, Chiavenato (2004) comenta que o Estudo de Tempos e Movimentos teve a preocupao sobre a diviso e subdiviso dos movimentos necessrios para o desenvolvimento de cada tarefa em combinao entre evitar o desperdcio dos esforos humanos e os mtodos de reduo de gastos. Nesse modelo, concebia-se a idia de que o operrio mais produtivo, ao perceber que recebia o mesmo valor salarial que o outro com menos produtividade, deixava de se dedicar inteiramente ao trabalho e no produzia de acordo com a sua real capacidade.

    Certamente, a Escola de Administrao Cientfica ascendeu o pensar e agir em administrao, contudo, a crtica afirma que essa teoria induz o trabalhador a atuar como uma mquina, pois a super especializao o robotizava, sendo ele visto como um apndice da maquinaria industrial. De um ponto de vista pessimista acerca do trabalhador, Taylor adotou o conceito de homus economicus ao afirmar que o trabalhador (operrio) era movido exclusivamente pelo dinheiro (Chiavenato, 2004).

    Ao fazer um paralelo da teoria cientfica com a enfermagem, tem-se que em razo das mudanas sociais e econmicas das organizaes de sade, a enfermeira se deslocou para as tarefas administrativas como forma de atuar em atividades mais intelectuais que as manuais (Stacciarini et alii, 1999). Desse modo, observa-se que o tipo de administrao taylorista tambm tem gerado diviso do trabalho e padronizao excessiva de tarefas na enfermagem. Como resultado tem-se a fragmentao e a impessoalidade no processo de cuidado, visto que a determinao de uma tarefa especfica para cada profissional o distancia da assistncia integral do cliente, resultando em baixa resolutividade das aes implementadas e insatisfao.

    Em nossa experincia profissional como enfermeiras, nos deparamos diariamente com a realidade voltada produtividade, pois o que importa vencer as tarefas e passar um planto perfeito. Isso subtende que todos os procedimentos ou tarefas que se referirem a um determinado turno ou planto devem ser realizados. Nessa perspectiva, o modelo de produo em srie, abordada por Taylor, no qual cada trabalhador executa sempre as mesmas tarefas, adotada para responder s necessidades da instituio. A justificativa para essa forma de atuar na enfermagem, quase sempre se baseia na falta de trabalhadores, na alta

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    demanda de servios, associadas obrigatoriedade de se executar um grande nmero de procedimentos/cuidados.

    O trabalho executado de forma tecnicista ocorre quando se privilegia a execuo de tarefas em detrimento da ateno integral e humanizada do cliente. Decorrente disso, a ateno s necessidades do cliente fica prejudicada, porque a interao entre o profissional (neste caso os da enfermagem) e o cliente, quando ocorre, superficial e breve. Pelo fato de vrios profissionais atenderem a um cliente, no se consegue estabelecer um vnculo que permita conhecer e se relacionar com o mesmo de maneira globalizada e contnua. Nesse processo, alm do cuidado fragmentado, ocorre tambm a segmentao da equipe que passa a atuar individualmente, comprometendo o resultado final do cuidado e os objetivos do servio.

    O mtodo rgido de produo estabelecido na Administrao Cientfica limita a reflexo acerca dos procedimentos e rotinas de enfermagem, desconsiderando a avaliao dos servios e a organizao na busca de um trabalho mais eficiente (Marquis e Huston, 2005). Portanto, a rigidez das rotinas inviabiliza o seu melhoramento e priva as pessoas envolvidas no processo de trabalho de encontrar formas de se atuar com melhor desempenho, reduzindo custos e aperfeioando a qualidade do cuidado.

    Considera-se importante a existncia de modelos e instrumentos que padronizam e direcionam o servio de enfermagem, contudo, faz-se necessrio que tais modelos sejam flexveis e aplicveis a cada realidade, devendo ser submetidos a avaliaes constantes por todos os membros da equipe, de modo que se identifiquem problemas e apliquem solues que aprimorem o trabalho.

    Tambm na enfermagem, o conceito de homus economicus dado por Taylor pode ser percebido. No raras vezes, por estar em uma instituio que garante a estabilidade ou pela facilidade de ingresso na profisso, principalmente nas categorias de Nvel Mdio, o trabalhador a permanece ao longo de sua vida, quase que unicamente por causa do salrio que recebe.

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    Teoria Clssica As transformaes sociais e econmicas se deram pela necessidade de se

    utilizar novos mtodos e tcnicas de modo a favorecer o crescimento da industrializao e a fabricao em massa de produtos comercializveis. Dessa forma, o trabalho, anteriormente realizado de forma artesanal, passou a ser realizado por mquinas trazendo para as cidades, trabalhadores rurais para serem empregados nas fbricas (Bowditch e Buono, 2004). Para os mesmos autores acima citados, a Teoria Clssica recebeu influncias sociais, econmicas e tecnolgicas que favoreceram a mudana de uma sociedade agrria para uma sociedade industrial. Essa teoria, junto com a Administrao Cientfica, buscou a eficincia das organizaes mediante o trabalho conjunto entre as empresas e os trabalhadores. Neste sentido, Teoria Clssica, desenvolvida por Fayol, em meados de 1910, teve como foco a estrutura e o funcionamento da organizao.

    Para Fayol, as funes bsicas das empresas so: tcnicas, comerciais, financeiras, de segurana, contbeis e administrativas. Para esse autor, as funes administrativas deveriam ser distribudas proporcionalmente entre todos os nveis da hierarquia (Chiavenato, 2004).

    Ainda segundo Chiavenato (2004), a teoria de Fayol teve pouca originalidade, pois coletou os princpios gerais de outros autores da poca. Dentre os princpios da administrao enunciados por Fayol, se destacam a diviso do trabalho; autoridade e responsabilidade; unidade de direo; remunerao do pessoal e o esprito de equipe. Esses cinco princpios podem ser entendidos mediante a necessidade de se instituir um procedimento de disciplina de trabalho que permita, por parte do empresrio, o controle do trabalhador.

    A Teoria Clssica assume enfoques prescritivo, normativo e formal, porque constitui as organizaes a partir de esquemas lgicos e preestabelecidos, desconsiderando a importncia do teor psicolgico e social dos trabalhadores.

    Na enfermagem, o Organograma, formado por vrios nveis hierrquicos e a execuo de tarefas especficas pelos membros de cada nvel, indica que a Teoria Clssica se encontra presente neste segmento. Isso retrata a forma normativa e centralizada com que o servio estruturado, impedindo ou retardando as decises

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    e ordens. Nesse contexto, no ambiente de trabalho, as pessoas e as relaes interpessoais no so devidamente consideradas.

    Considera-se que necessrio estabelecer uma estrutura no servio de enfermagem de modo que organize e possibilite aos trabalhadores executar as atribuies necessrias ao atendimento do cliente e tambm da organizao, entretanto, eles (os trabalhadores) devem ser considerados como seres humanos que possuem necessidades e expectativas relacionadas tanto a fatores pessoais como profissionais. Nesse mbito, o superior hierrquico (o enfermeiro), deve agir como articulador e facilitador do processo de trabalho, de modo a atuar junto sua equipe, no sentido de se obter o equilbrio entre a otimizao dos processos de trabalho e a humanizao no servio.

    Teoria das Relaes Humanas A Escola das Relaes Humanas trouxe contribuies na administrao sob o

    aspecto relacionado aos recursos humanos das organizaes, considerando que o tratamento das pessoas no pode ser semelhante ao de mquinas.

    Iniciada na dcada de 1920, a Escola das Relaes Humanas foi desenvolvida nos Estados Unidos por Elton Mayo e colaboradores, ficando conhecida como as Experincias de Hawthorne, realizadas na fbrica da Western Ellectric em Hawthorne (Kurcgant et alii, 1991).

    A Teoria das Relaes Humanas tem como princpios a valorizao do recurso humano de uma empresa, permitindo-lhe certa autonomia e poder de deciso sobre a diviso do trabalho e seu ritmo de atividade. De acordo com essa teoria, a liberdade e as relaes interpessoais no ambiente de trabalho so importantes para o aumento da produtividade.

    Na Teoria das Relaes Humanas o comportamento do indivduo se apia no grupo, significando que a administrao no pode tratar os empregados, um a um, como se fossem pessoas isoladas (Chiavenato, 2004). Desta forma, o reconhecimento do grupo bem como a aprovao social da pessoa age como fatores de motivao ao funcionrio.

    O grupo importante para o bom desempenho do trabalhador, despertando a ateno para o fato de que os indivduos agem e respondem de acordo com os

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    padres de comportamentos estipulados pelo grupo que ele faz parte. Assim, a cooperao entre os trabalhadores se reflete nos resultados da produo.

    Relacionando a Teoria das Relaes Humanas com a enfermagem, percebe-se que no existem filosofias e polticas institucionais claras que consideram essa abordagem na administrao do pessoal da enfermagem (Kurcgant et alii, 1991).. O que se v no cotidiano de trabalho em instituies hospitalares, so condutas pontuais das lideranas que podem ser entendidas como humanizadoras, mas que exercem pouco impacto na equipe em razo de que ao existirem, quase sempre dependem da iniciativa e da concepo pessoal de cada lder (enfermeiro).

    A preocupao das organizaes e do sistema de sade brasileiro, correspondendo com o modelo neoliberal, tem-se voltado competio e quantidade de atividades executadas, em detrimento das relaes humanas formais e informais dos profissionais. Esse fato pode conduzir ao no envolvimento do trabalhador para com o servio, por aumentar a competio entre os membros da equipe e tambm, limitar a participao dele no processo de trabalho.

    O sucesso da administrao se faz mediante a participao e a motivao de todos os membros que conduzem o processo de trabalho. Dessa forma, a enfermagem que clama por reconhecimento profissional e unio no trabalho, ao adotar os princpios da Teoria das Relaes Humanas, poder obter o envolvimento da equipe e somar esforos para o alcance de objetivos comuns que a sade das pessoas (Matsuda e vora, 2003).

    Teoria Burocrtica O modelo burocrtico de administrao, iniciado na dcada de 1940, a partir

    das obras do economista e socilogo Max Weber, prope uma teoria que aborda de forma sistmica os problemas organizacionais.

    Vale lembrar que o termo burocracia segundo a concepo de Weber, no tem o mesmo significado do que lhe atribudo pelo senso comum. Para esse autor, a burocracia, consiste na racionalizao e sistematizao do processo de trabalho, atravs de normalizao formal, dos procedimentos e comportamentos (Chiavenato, 2004).

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    A Teoria Burocrtica reza pela sistematizao da diviso de trabalho embasada em normas, rotinas e procedimentos (Chiavenato, 2004; Kurcgant et alii, 1991). Tambm enfatiza a hierarquia de autoridade, utilizando-se de smbolos e sinais que indicam a posio hierrquica dos trabalhadores, permitindo a identificao dos chefes e dos subordinados na instituio.

    A enfermagem segue a Teoria Burocrtica no que se refere constituio de um grupo dominante que define as posies de seus profissionais (Kurcgant et alii, 1991). Utiliza-se constantemente de normas e rotinas que, em muitas vezes, impedem uma maior agilidade dos servios, condiciona os profissionais, limita a sua autonomia e crescimento. Noutras situaes, as normas e rotinas existem descritas em manuais e documentos da organizao que raramente so consultados pelos membros da equipe.

    A normalizao do processo de trabalho deve ser considerada pelo enfermeiro como uma necessidade da dimenso administrativa/burocrtica para atingir o cuidado de qualidade ao cliente, entretanto esse recurso deve sempre ser utilizado com parcimnia e bom-senso de modo que no resulte em prejuzos ao cliente e equipe de sade.

    Considera-se que, se bem utilizados, os princpios da Teoria Burocrtica podem assumir um importante papel na enfermagem devido heterogeneidade na formao dos elementos que compe a equipe, multiplicidade e a complexidades das aes a realizar. Nesse sentido, preciso que as lideranas se atenham ao fato de que qualquer excesso contraproducente, pois se houver muita formalidade, a atuao da equipe pode sofrer engessamento e no caso de muita informalidade, pode ocorrer [...] caos total por falta de direo e controle sobre os interesses individuais que certamente se sobressairo aos organizacionais (Spagnol e Fernandes, 2004, p. 160).

    sempre bom lembrar que os instrumentos burocrticos de carter flexvel (Regimento, Normas, Rotinas, Procedimentos e outros) que regem uma instituio ou servio, seja qual for o meio de divulgao, devem sempre ser atualizados com a participao de todos os interessados e mantidos em local de fcil visualizao e acesso para consulta.

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    Teoria Comportamental A oposio Escola Clssica sustentada pela Escola das Relaes Humanas

    evoluiu para uma segunda fase chamada de behaviorista que deu origem a Teoria Comportamental, na dcada de 1940, tendo como principal expoente Herbert Simon.

    A Teoria Comportamental apresentou-se diferente da Teoria das Relaes Humanas por no aceitar a concepo ingnua de que somente a satisfao do trabalhador provedora da eficincia (Chiavenato, 2004).

    O behaviorismo rejeita o modelo de homo economicus no qual se baseava a Teoria Cientfica. Segundo os behavioristas, os homens se comportam racionalmente em relao a um conjunto de caractersticas de determinada situao. Este conjunto compreende o conhecimento das alternativas de aes disponveis, as suas conseqncias e o estabelecimento de suas preferncias.

    Na abordagem comportamental, percebe-se a preocupao com a estrutura se transfere para o processo e para a dinmica organizacional.

    Para explicar o comportamento humano, McGregor criou a Teoria X e Y. A Teoria X tende a levar os gerentes ao controle rgido dos subordinados. Nessa abordagem, a gerncia autoritria, pois concebe os funcionrios como seres preguiosos e desprovidos de ambio o que induz o gerente a assumir a concepo de que o empregado no deseja assumir responsabilidades e intenta atuar contra as necessidades da organizao (Bowditch e Buono, 2004; Kurcgant et alii, 1991).

    Os pressupostos da Teoria X, a nosso ver, se assemelham administrao clssica por no perceber o trabalhador como um Ser que busca a autonomia e o crescimento prprio e da organizao.

    De outra maneira, na Teoria Y o administrador concebe os funcionrios como sendo de boa ndole, orientados para o desenvolvimento e apoio s mudanas organizacionais (Kurcgant et alii, 1991). Assim, o administrador assume as caractersticas da gerncia participativa e autnoma, que em decorrncia disso motiva os funcionrios. possvel perceber ento que a Teoria Y se assemelha aos princpios da administrao comportamental.

    Na administrao do pessoal de enfermagem freqentemente so encontradas chefias compatveis com os pressupostos da Teoria X de McGregor. Nesse sentido,

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    os enfermeiros adotam uma postura autoritria e centralizadora, de modo que as decises concentram-se no chefe que canaliza o servio para o cumprimento de tarefas como um ato mecnico e condicionado (Marquis e Huston, 2005).

    Na enfermagem, centralizar o processo decisrio e focar o trabalho no cumprimento de tarefas tende a desvalorizar as maneiras criativas e humanas de se atuar. Os meios criativos de exercer as tarefas podem ser mais vantajosos, prticos, e eficientes, mas que por insegurana ou falta de preparo, recebem reprovaes por parte dos enfermeiros que atuam de maneira inflexvel (to freqente no nosso meio), porque algumas condutas fogem ao padro pr-estabelecido nas normas.

    A Teoria Comportamental, atravs da incorporao dos conhecimentos de Maslow acerca da motivao humana, valoriza as necessidades globais dos indivduos. Na enfermagem o que se v que muitos profissionais tm dificuldades em satisfazer at mesmo as suas necessidades mais bsicas. A extensa jornada de trabalho, a baixa remunerao, a tenso do ambiente onde atua, a desvalorizao profissional, o duplo ou mais vnculos empregatcios, dentre outros, so algumas das causas. Fatos desse tipo devem ser considerados pelas lideranas, pois certamente resultam em prejuzo vida pessoal e profissional do trabalhador.

    Teoria Sistmica A obra do alemo Ludwig Von Bertalanffy, concebida na dcada de 1950,

    contemplou o modelo de sistema aberto nas organizaes, denominado Teoria Sistmica. Segundo essa Teoria, as organizaes so um complexo de elementos que agem em interao contnua com o ambiente (Chiavenato, 2004).

    Na abordagem sistmica, a organizao vista em termos de comportamentos inter-relacionados que enfatizam mais os papis do que as pessoas que o desempenham. Estes papis, denominados de cargos, so determinados por um conjunto de atividades associadas a um ponto especfico da organizao (Motta e Vasconcelos, 2004).

    A Teoria Sistmica estabelece que cada participante de um conjunto de papis mantm determinadas expectativas quanto ao papel dos demais e que as expectativas de um grupo em relao a outro, sempre devem ser transmitidas para que o sistema no falhe. Na execuo desses papis existe a interferncia da

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    varivel de trs classes: organizacionais, de personalidade e interpessoais. Assim, a posio hierrquica que o indivduo ocupa, a flexibilidade da sua personalidade e sua relao interpessoal so fatores importantes.

    As caractersticas de uma empresa no molde da Teoria Sistmica podem ser representadas conforme a figura a seguir:

    Figura 1 Caractersticas de uma empresa segundo o modelo da Teoria Sistmica (Caravantes, 1998).

    No que se refere nfase nos cargos, no h muita evidncia na estrutura hierrquica da enfermagem, fato esse, que gera confuso entre as atribuies e funes dos membros da equipe. Em estudo realizado em uma UTI Geral, constatou-se a no delimitao no que e quem realizar as atividades de enfermagem era uma das causas de insatisfao da equipe deste setor (Matsuda, 2002).

    A enfermagem, embora de forma no muito especfica em razo da necessidade de se adequar os cargos com as necessidades e especificidades de cada instituio e servio, tem as suas atribuies estabelecidas na Lei do Exerccio Profissional (Brasil, 1987), contudo, na prtica se percebe uma miscigenao de funes e, por conseguinte, das atividades executadas pelos auxiliares, tcnicos de enfermagem e enfermeiros.

    importante que o enfermeiro bem como toda a equipe de enfermagem assegure o entendimento acerca da sua funo, para que possam atuar conforme as suas atribuies, deveres e direitos. Mediante isso, os resultados do servio tero

    Input Output

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    Subsistema Subsistema

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    maiores possibilidades de acertos, pois estaro coerentes com as necessidades da clientela e com os propsitos da enfermagem.

    De maneira geral, a Teoria dos Sistemas pode influenciar positivamente no trabalho da enfermagem e no resultado final que o cuidado de qualidade. Isso poder ocorrer na medida em que os profissionais compreenderem que o subsistema Servio de Enfermagem se interliga e depende de outros subsistemas (farmcia, lavanderia, servio de nutrio, limpeza e outros), que tambm so ligados a sistemas maiores como o Sistema nico de Sade (SUS), organizaes de planos de sade e hospitais.

    A percepo de que os servios so interligados e dependentes, nem sempre so observados pelos profissionais da sade que, ao atuar no modelo biologista e tecno-assistencial vigente, s conseguem visualizar a rea restrita da sua atuao. Nesse mbito, a enfermagem em especial, ser prejudicada, visto que ela o principal elo que liga a gesto e o cuidado.

    Teoria Contingencial O pressuposto central da Teoria Contingencial, elaborada na dcada de 1950

    pelos estudiosos, Chandler, Stalker, Thompson, Lawrence & Lorsh, que, no h princpios universais de administrao que possam ser aplicados a todas as situaes (Chiavenato, 2004).

    Os princpios da Teoria Contingencial se baseiam no planejamento de sistemas, enfatizando que no h uma soluo ideal para todas as organizaes. Assim, tem-se que cada empresa possui seus prprios problemas tcnicos, humanos e mercadolgicos, cuja atuao deve se basear em tecnologias e ambientes econmicos diferentes (Arajo, 2001).

    A Teoria da Contingncia considera tudo relativo, visto que as decises organizacionais devem ser de acordo com as variveis ambientais. Nesse aspecto a organizao no apenas reage s mudanas do ambiente, mas interage com elas.

    Para a teoria em questo, a liderana depender de fatores como: o relacionamento do lder com os membros do grupo, grau de estrutura da tarefa, o poder que o lder assegura e a capacidade dos subordinados em assumir responsabilidades.

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    Na enfermagem, a Teoria Contingencial no comumente utilizada pelos enfermeiros, principalmente no que se refere ao modelo de gerenciamento de recursos humanos do servio (planejamento, identificao do perfil da clientela, avaliao, adequao individual ao servio dentre outros). Nesse modelo, cada organizao exige um mtodo de administrao flexvel e o que se v nos servios de enfermagem, so mtodos rgidos, pr-determinados, igualmente aplicados aos diversos setores de uma instituio.

    Apesar de os princpios da Teoria Contingencial ser pouco notados no cotidiano da gesto em enfermagem, pensa-se que o enfermeiro deve considerar a varivel ambiente no seu trabalho. O ambiente define os fenmenos organizacionais e, por conseguinte, influenciam no processo de produo do trabalho. Neste sentido, o enfermeiro necessita entender que o conhecimento tecnolgico fundamental e est inserido num meio dinmico e situacional, sobretudo, nas questes de relacionamento com clientes internos e externos.

    Considera-se que a Teoria Contingencial, se adotada pela enfermagem, permite s lideranas atuarem de maneira dinmica, flexvel e contnua, em relao ao ambiente e equipe como um todo. Nesse sentido, ao contrrio do que se pensa, os ajustes ou adaptaes realizados de maneira pontual para resoluo de problemas relacionados ao atendimento de determinados casos ou situaes, que na enfermagem conhecido como apagar incndios, no pode ser caracterizado como aes contingenciais.

    Gesto da Qualidade A abordagem da Gesto da Qualidade (GQ), ou Gesto da Qualidade Total

    (GQT), teve incio na dcada de 1940, logo aps a Segunda Guerra Mundial. No Brasil, esse modelo administrativo tomou vulto nas dcadas de 1980 e 1990 e teve como principais expoentes Crosby, Deming, Juran e Ishikawa.

    A qualidade na rea da sade tem como principal expoente, Donabedian, que se empenhou, principalmente nos aspectos relacionados avaliao. O referido autor alicerou a Avaliao da qualidade na trade estrutura, que se refere aos recursos humanos, fsicos, materiais, equipamentos e aspectos financeiros necessrios para a assistncia sade; processo, que se relaciona ao

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    sistema/modo de trabalho dos profissionais; e resultado, que corresponde ao produto/condio final do atendimento prestado (Donabedian, 1986).

    Tem-se que a Qualidade consiste na adequao do produto ou servio necessidade do consumidor (Matsuda, 2002; Juran, 1990). Desse modo, ela (a Qualidade), tem como caractersticas principais a satisfao do consumidor/cliente; a inexistncia de no-conformidade; a adequao ao uso; a capacidade da organizao em satisfazer os requisitos pr-determinados e pressupostos (Barbalho, 1996).

    Em outras palavras, a Qualidade composta pelo conjunto de procedimentos pautado no conhecimento das necessidades e expectativas do cliente que influenciaro um servio que objetiva satisfaz-lo. A produo de suprimentos mais baratos e com maior quantidade tambm so fatores a serem considerados (Barbalho, 1996).

    Atualmente existem trs abordagens distintas na rea de qualidade: a americana, a japonesa e a europia. A abordagem americana defende a idia de que qualidade no ocorre por acaso, e sim, constituda pela trilogia de Juran (planejamento, controle da qualidade e aperfeioamento da qualidade). A concepo japonesa se fundamenta nos mtodos estatsticos, no respeito e na valorizao do ser humano em perfeito alinhamento com os 14 princpios de Deming. J a abordagem europia tem por base a padronizao da International Organization for Standartization (ISO), fundada em Genebra, responsvel pelo conjunto de normas ISO 9000, que estabelece os requisitos mnimos de qualidade (Barbalho, 1996).

    No mbito da sade, existem quatro componentes que influenciam diretamente na sua qualidade: acesso, continuidade, coordenao e satisfao do cliente. Este ltimo considerado de fundamental importncia como medida avaliativa, em razo de fornecer informaes sobre a capacidade do provedor em alcanar os valores e as expectativas daqueles (Donabedian, 1986; Nogueira, 1994).

    No contexto da sade muitos servios encontram dificuldades em desenvolver os princpios da GQ devido s particularidades da rea como: os hospitais geralmente no so movidos pelos lucros; a competitividade e a busca pela qualidade ainda so processos em inicializao; a utilizao de tcnicas de qualidade das indstrias adaptadas ao contexto da sade; grupo heterogneo de

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    trabalhadores; poucas organizaes de sade realizam pesquisas contnuas e sistematizadas de satisfao do cliente para a avaliao dos servios (Nogueira, 1994).

    Considerando as especificidades do setor sade, a Teoria/Sistema da Gesto pela Qualidade traz um ponto fundamental pouco enfocado no sistema de sade brasileiro: a satisfao do cliente. Com a enfermagem no diferente, visto que hoje, apesar de se falar em mudana de paradigma, o seu objeto de trabalho ainda a doena, seguindo o modelo de sade biologista e clnico. O cliente neste caso considerado um agente doente e, portanto, suas necessidades consistem basicamente na cura da enfermidade.

    Para Medeiros et alii (1999), a assistncia curativa foi fortalecida na dcada de 30, aps a ampliao do sistema previdencirio e o conseqente crescimento dos hospitais, em especial, os privados.

    Atualmente, com o fortalecimento da concepo de cidadania e direitos humanos, as necessidades individuais e sociais de sade esto se voltando para um novo modelo que favorece a promoo da sade e a preveno de doenas, tanto na esfera particular como coletiva. Nesse aspecto, a qualidade advm como fator inerente a esse modelo, pois a preocupao passa a ser a sade do indivduo e da sociedade, no sentido mais amplo do termo.

    No mbito da GQ na enfermagem, o processo de efetivao da qualidade na sade, alm de envolver todo o recurso humano da organizao deve atuar na padronizao e na otimizao das condutas, dos procedimentos e rotinas (de maneira flexvel e autnoma), as quais devero reverter em mais tempo a ser dedicado ao cliente, obteno de conhecimentos e habilidades para melhorar a qualidade do cuidado (Matsuda, 2002).

    importante que a enfermagem atue segundo os princpios da GQ, que tambm integra os pontos fundamentais de outras teorias e se volta para a satisfao das necessidades e expectativas do cliente e da sociedade em geral para tanto, a busca por conhecimento e utilizao dos princpios, mtodos e ferramentas, institudos por essa teoria, deve ser estimulada pelas lideranas.

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    Re-Administrao A Re-Administrao, proposta por Caravantes & Bjur, assim como outras

    abordagens administrativas que, apesar de no contemplar todos os quesitos de uma teoria, mas que neste estudo ser abordada como tal, abrange um novo modelo gerencial que enfatiza o conhecimento como a chave de ouro das organizaes. Deste modo, o recurso humano fundamental no sucesso da organizao (Caravantes et alii, 1995). A Re-administrao uma abordagem administrativa recente (dcada de 1990) e pouco conhecida na rea da sade.

    O fator humano e o bem estar humano so essenciais na Re-Administrao, pois segundo essa abordagem, o conhecimento individual capaz de se converter em conhecimento grupal e, assim, converter em conhecimento organizacional. O sucesso da organizao consiste ento na simultaneidade entre a eficincia e a eficcia, ou seja, a organizao atua ao mesmo tempo de maneira produtiva e atinge os seus objetivos.

    A Re-Administrao resulta de uma soma de conhecimentos de outras teorias. Ela traz novidades no sentido de incorporar a ecologia como um de seus conceitos fundamentais associados tica e a responsabilidade social na atuao da organizao.

    Para a Re-Administrao, as organizaes so concebidas como empresas visionrias, voltadas aos clientes internos funcionrios - e externos - usurios, fornecedores, dentre outros (Caravantes et alii, 1995). Os aspectos referidos devem transcender os fatores monetrios, pois o ser humano concebido como o centro de todo o processo de trabalho devendo participar, inclusive da formao da cultura organizacional. Nesse sentido, a organizao por si s no existe. Ela existe porque se compe de pessoas que se relacionam e possuem objetivos comuns.

    Com relao enfermagem, os pressupostos da Re-Administrao no se encontram difundidos de forma explcita no seu cotidiano. Observa-se que o recurso humano da enfermagem, comumente, no dispe de incentivos e nem de condies para a produo e o aperfeioamento de seu capital intelectual no sentido de atuar com foco na tica social e na ecologia. O que se v a enfermagem voltada s tarefas cotidianas, relacionadas execuo dos procedimentos tcnicos e

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    administrativos que respondam s expectativas da instituio, em detrimento das atividades de pesquisa e/ou de aes que abordam questes mais amplas.

    Na prtica profissional tem-se observado que muitos enfermeiros no seguem os princpios da Re-Administrao, visto que so gerentes que subestimam ou desconhecem a capacidade cognitiva e a experincia dos seus subordinados hierrquicos, atuando de maneira autoritria e centrada na execuo de tarefas rotineiras.

    Considera-se que a proposta de gesto da Re-Administrao pode contribuir para a enfermagem, principalmente no que se refere valorizao e obteno de conhecimentos. Esses quesitos, sem dvida favorecem o desenvolvimento de competncias que influenciam na vida pessoal e profissional dos trabalhadores e com isso, na qualidade dos servios. Outro fator positivo da Re-Administrao consiste nos princpios ticos e de responsabilidade social, os quais certamente auxiliaro para que a enfermagem promova a sade integral, tanto em nvel individual como no coletivo.

    CONSIDERAES FINAIS Dentre as Teorias de Administrao apresentadas, observamos que muitos

    princpios e conceitos que os constituem so utilizados na enfermagem. No que se refere gesto em enfermagem, no contexto atual, observa-se que

    h compleio de alguns princpios das abordagens apresentadas, contudo, as que mais se evidenciam so ainda os da Teoria Cientfica, Clssica e Burocrtica, centradas numa administrao autoritria, focada na produo/tarefa, de forma a desconsiderar o processo de trabalho como um todo, sob os aspectos de administrao participativa, promoo de relaes interpessoais, qualificao contnua no ambiente interno da organizao e na satisfao do cliente.

    Outra caracterstica observada na gesto em enfermagem que o enfermeiro, quase sempre atua de acordo com as expectativas da organizao, preocupada com a conteno de gastos e a otimizao dos recursos oramentrios e financeiros. Essa caracterstica, que tambm importante, no raras vezes, se sobrepe s expectativas do profissional e da qualidade dos servios prestados.

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    Considera-se que para a efetividade das aes de enfermagem, importante que o enfermeiro vislumbre mudanas no modelo de gesto da equipe e do processo de trabalho multiprofissional, utilizando os pontos positivos e factveis de cada teoria apresentada. Como propsito fundamental, ele deve considerar o atendimento das necessidades e expectativas do trabalhador e do cliente, num processo de busca contnua, rumo Qualidade do cuidado.

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