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ATÉ QUE PONTO A ERGONOMIA AJUDA NA QUALIDADE DE VIDA DOS EMPREGADOS NA EMPRESA
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo apresentar ao leitor como a Ergonomia ajuda na qualidade de vida dos empregados na empresa. Para o desenvolvimento do trabalho foram abordados tópicos associados ao tema que pudessem esclarecer sobre a ergonomia. Teve como ponto importante enfatizar a importância da NR17 (Norma Regulamentadora) para empresas e empregados, identificar os fatores de riscos ocupacionais capazes de fornecer subsídios para as soluções ergonômicas para a empresa, adequando-a a legislação. Outro ponto seguido foi A análise ergonômica do trabalho (AET) que utiliza os conhecimentos da ergonomia para analisar, diagnosticar e corrigir uma situação real de trabalho. O objetivo foi mostrar quais as medidas ideais devem ser adotadas por empresa e empregados visando o bem de todos, onde a ergonomia possa oferecer conforto, eficiência e segurança. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica que fornece informações, esclarecem, orientam e fornecem instruções sobre a correta aplicação da ergonomia na empresa bem como de que forma essa contribui na qualidade de vida dos empregados.
Palavras-chave: ergonomia, empregado, empresa, conforto, eficiência, segurança.
ABSTRACT
The present work has as objective presents to the reader as the Ergonomics helps in the quality of the employees' life in the company. For the development of the work they were approached topics associated to the theme to explain on the ergonomics. He/she had about important point to emphasize the importance of NR17 (Norma Regulamentadora) for companies and employees, to identify the factors of occupational risks capable to supply subsidies for the ergonomic solutions for the company, adapting her/it the legislation. Another following point was the ergonomic analysis of the work (AET) that uses the knowledge of the ergonomics to analyze, to diagnose and to correct a real situation of work. The objective was to show which the measures ideals should be adopted by company and employees seeking the good of all, where the ergonomics can offer comfort, efficiency and safety. The used methodology was the bibliographical research that it supplies information, they explain, they guide and they supply instructions about the correct application of the ergonomics in the company as well as that it forms that contributes in the quality of the employees' life. Key-Word: ergonomics, employee, company, comfort, efficiency, safety.
1. INTRODUÇÃO
No mundo atual, onde a tecnologia apesar de ter facilitado em muito a vida das
pessoas, também tornou-as mais sedentárias. Apesar desta mudança em seu padrão de
comportamento, o homem é um ser ativo e que necessita do movimento para o seu bem-estar-
geral. Fazer um estudo sobre ergonomia na empresa enfatizando a importância que essa
oferece aos seus empregados com relação a qualidade de vida, é um desafio, considerando a
complexidade do tema e os diversos fatores envolvidos, sendo o principal deste as
conseqüências a saúde. A Análise Ergonômica do Trabalho (AET), cria normas reguladoras
que orientam e previnem empresas e empregados dos riscos existentes por conta da postura
incorreta no ambiente de trabalho. As pessoas que fazem parte de uma empresa muitas vezes
não conseguem colocar seus conhecimentos em prática quando o assunto é Ergonomia.
O princípio de toda empresa deve ser o de adotar um programa de gestão do
conhecimento na área de ergonomia que seja capaz de trazer para empresa todos os resultados
necessários para a eficácia em Ergonomia. Para isso se faz necessário buscar informações
para então transformá-las em conhecimento em Ergonomia.
Mesmo com o avanço tecnológico e também da facilidade da informação estar nos
canais competentes, ainda muitas pessoas não conseguem transformar essa informação em
conhecimento, as várias gestões dentro das empresas buscam esse elo. A Gestão em
Ergonomia consegue melhorar e dinamizar os processos de trabalho e as informações.
Este trabalho tem o objetivo de mostrar como uma empresa pode seguir as normas da (AET),
beneficiando seus empregados e não trazendo conseqüências trabalhistas para sua empresa.
preservando o bem estar humano.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 Definições sobre ergonomia
A palavra “Ergonomia” vem de duas palavras Gregas: “ergon” que significa trabalho,
e “nomos” que significa leis. Hoje em dia, a palavra é usada para descrever a ciência de
“conceber uma tarefa que se adapte ao trabalhador, e não forçar o trabalhador a a daptar-se à
tarefa”. Também é chamada de Engenharia dos Factores Humanos.
Segundo NASCIMENTO & MORAES (2000). “Ergonomia deriva das palavras gregas
Ergo que significa trabalho e Nomos que significa leis que literalmente significa leis do
trabalho.
A Ergonomia pode ser aplicada em vários setores de atividade (Ergonomia Industrial,
hospitalar, escolar, transportes, sistemas informatizados, etc.). Em todos eles é possível
existirem intervenções ergonómicas para melhorar significativamente a eficiência,
produtividade, segurança e saúde nos postos de trabalho. A Ergonomia atua em todas as
frentes de qualquer situação de trabalho ou lazer, desde os stresses físicos nas articulações,
músculos, nervos, tendões, ossos, etc., até aos fatores ambientais que possam afetar a audição,
visão, conforto e principalmente a saúde.
É uma ciência multi-disciplinar que usa conhecimentos de várias ciências, tais como:
anatomia, antropometria, biomecânica fisiologia, psicologia, etc…
A Ergonomia usa os conhecimentos adquiridos das habilidades e capacidades humanas
e estuda as limitações dos sistemas, organizações, atividades, máquinas, ferramentas, e
produtos de consumo de modo a torná-los mais seguros, eficientes, e confortáveis para uso
humano.
No caso da ergonomia aplicada nas diferentes esferas industriais tem como objetivo
prático obter segurança e satisfação e principalmente o bem estar dos colaboradores em seu
relacionamento com o sistema produtivo, diminuindo assim o número de casos de doenças
ocupacionais.
Numa empresa a ergonomia estuda a relação entre trabalho x homem analisando e
avaliando os seguintes itens:
Mobiliário; Iluminamento; Organização; Equipamentos; Ferramentas; Temperatura do ambiente; Vestimentas; Velocidade de deslocamento do ar, dentre outras.
No processo ergonômico, encontra-se uma característica específica para a ergonomia
sendo a mesma dividida em Ergonomia de Concepção, Ergonomia de Correção e Ergonomia
de Conscientização. Conforme Ilda (2005), em cada uma das classificações identifica-se a
prática ergonômica.
A Ergonomia de concepção é quando a contribuição ergonômica se faz durante a fase
inicial do projeto, do produto, máquina ou ambiente. A Ergonomia de correção é aplicada em
situação real já existente para resolver problemas que se refletem na segurança, na fadiga, em
doenças do trabalhador ou na quantidade e qualidade da produção. A Ergonomia de
conscientização é quando os problemas não são completamente solucionados na fase de
concepção e nem na fase de correção, quando novos problemas surgem ou na introdução de
novos equipamentos ou métodos.
O início do uso da ergonomia considerado por Ilda (2005), foi na pré-históriaquando os
homens da caverna adaptavam suas armas pra a sua sobrevivência. Na primeira guerra
mundial, funda-se a Comissão de Saúde dos Trabalhadores, passando depois para Instituto de
Pesquisa sobre Saúde no Trabalho.
Com o passar do tempo foi incorporando um cunho científico, sendo criado institutos de
pesquisa para a análise das atividades laborais. No período da segunda guerra mundial houve
a necessidade de adaptar os instrumentos bélicos, favorecendo assim o desempenho do
soldado, para reduzir o nível de tensão e diminuir o risco de acidentes.
A Ergonomia possui uma data oficial de origem “ao contrário de muitas outras ciências
cujas origens se perdem no tempo e no espaço, a ergonomia tem uma da ta oficial de
nascimento 12 de julho de 1949”. (IIDA 2005 p.05)
Na Inglaterra surgi em 1950 a Ergonomics Research Society, sociedade de pesquisadores
que evidenciavam o estudo do ambiente laboral, dessa maneira a ergonomia foi sendo
dinamizada pelo mundo, melhorando as condições de vida dos trabalhadores.
No Brasil, em 31 de agosto de 1983, foi criada a Associação Brasileira de Ergonomia
(ABERGO). Em 23 de novembro de 1990, o Ministério do Trabalho e Previdência Social
instituiu a Portaria nº 3.751 que baixou a Norma Regulamentadora 17, NR – 17 que trata
especificamente de Ergonomia.
A NR17 segundo o Ministério do Trabalho “consiste em estabelecer parâmetros que
permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, de modo a propiciar um máximo de conforto, segurança e desempenho
eficiente”(NASCIMENTO & MORAES, 2000 p.64). A ergonomia é um estudo
interdisciplinar através da relação do homem com o ambiente de trabalho.
Segundo Couto (1995), atualmente a ergonomia abrange cinco grandes áreas de estudo
aplicadas ao trabalho a ergonomia na organização do trabalho pesado, a biomecânica aplicada
ao trabalho, a prevenção da fadiga no trabalho, a prevenção do erro humano e adequação
ergonômica do posto de trabalho.
2.2 A ergonomia deve ter como lema: conforto, eficiência e segurança
Ergonomia possui caráter multidisciplinar que se encarrega do estudo das atividades
das pessoas com a finalidade de adequar produtos, sistemas, postos de trabalho envolvendo as
características dos usuários.
Quando se trata de ergonomia necessariamente aparecem três pontos conforto,
eficiência e segurança conforme o autor Wisner (1987), a ergonomia é definida como um
conjunto dos conhecimentos científicos relativos ao homem e necessário para a concepção de
ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, de
segurança e eficácia.
Para a Associação Brasileira de Ergonomia, a ergonomia esta integrada com as
pessoas, tecnologia, organização e o ambiente onde as intervenções devem ter como objetivo
a melhoria levando sempre em consideração a segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia
das atividades humanas.
No processo ergonômico, encontra-se uma característica específica para a ergonomia
sendo a mesma dividida em Ergonomia de Concepção, Ergonomia de Correção e Ergonomia
de Conscientização. Conforme ILDA (2005), em cada uma das classificações identifica-se a
prática ergonômica.
A Ergonomia de concepção é quando a contribuição ergonômica se faz durante a fase
inicial do projeto, do produto, máquina ou ambiente. A Ergonomia de correção é aplicada em
situação real já existente para resolver problemas que se refletem na segurança, na fadiga, em
doenças do trabalhador ou na quantidade e qualidade da produção. A Ergonomia de
conscientização é quando os problemas não são completamente solucionados na fase de
concepção e nem na fase de correção, quando novos problemas surgem ou na introdução de
novos equipamentos ou métodos.
O início do uso da ergonomia considerado por ILDA (2005), foi na pré-história
quando os homens da caverna adaptavam suas armas pra a sua sobrevivência. Na primeira
guerra mundial, funda-se a Comissão de Saúde dos Trabalhadores, passando depois para
Instituto de Pesquisa sobre Saúde no Trabalho.
Com o passar do tempo foi incorporando um cunho científico, sendo criado institutos
de pesquisa para a análise das atividades laborais. No período da segunda guerra mundial
houve a necessidade de adaptar os instrumentos bélicos, favorecendo assim o desempenho do
soldado, para reduzir o nível de tensão e diminuir o risco de acidentes.
2.3 Vantagens de Aplicar a ergonomia na Empresa
Aplicar a ergonomia na empresa comprovadamente trás benefícios para empreendedor
e empregados. Para o empreendedor porque este além de estar em acordo com as normas da
(AET), terá mais rendimentos e menos custos pois seus colaboradores trabalharão mais
satisfeitos e saudáveis. A ergonomia contribui também para melhorar a eficiência,
confiabilidade, qualidade das operações e consequente diminuição dos casos de doenças
ocupacionais como a D.O.R.T.
Vantagens de se aplicar a ergonomia na empresa Maior produtividade Menos ações judiciais Mais motivação Menos afastamentosMelhor qualidade de vida Menos insatisfação no trabalhoMelhor condição física e emocional
Menos prejuízos para a empresa e sociedade
Mais segurança Menos faltas por dispensas médicas
Nos dias de hoje, "tempos modernos", as questões relacionadas com a ergonomia estão
cada vez mais presentes nos locais de trabalho e a relação "Homem x Máquina" esta cada vez
mais harmônica.
Há rumores de que tramita no Congresso Nacional, em Brasília, uma determinação
onde todas as empresas serão obrigadas a implantar a ginástica laboral em seus
estabelecimento. Se isso for realmente verdade estaremos dando um passo muito importante
nas ações em prol do bem estar dos colaboradores em seus postos de trabalho.
Para realizar uma análise ergonômica eficaz num posto de trabalho, diversos aspectos
humanos devem ser observados, tais como: altura do operador em relação a máquina, tipo de
atividade física que o mesmo realiza, peso, etc., bem como outros fatores como por exemplo:
Homem - características físicas, fisiológicas, psicológicas e sociais do trabalho,
influência do sexo, idade, treinamento, motivação, etc.;
Máquina - entende-se por máquina toda a ajuda material que o homem utiliza no seu
trabalho, englobando os equipamentos, ferramentas, mobiliário e instalação;
Ambiente - características do espaço físico que envolvem o homem durante sua
jornada de trabalho, como por exemplo: espaço suficiente para realizar seus
movimentos em um posto de trabalho, iluminação adequada e suficiente para uma boa
visualização dos equipamentos e materiais dos quais o homem utiliza em sua atividade
profissional, temperatura ambiente adequada, etc.;
Informação - refere-se as comunicações existentes entre os elementos da equipe de
trabalho;
Organização - refere-se ao andamento dos setores quanto à limpeza, organização,
horários, transmissão correta das informações, sincronia, etc.;
Consequências do trabalho - fadiga, gasto energético, estresse, número de acidentes
no setor, etc..
Levando em consideração estes aspectos, podemos observar que uma das causas de inúmeros
problemas ergonômicos é a má postura. Geralmente a má postura está relacionada com:
herança genética; maus hábitos; enfermidades; sedentarismo; atitudes mentais; indumentárias impróprias, etc.
Sendo assim as consequências relacionadas com a má postura podem ser exemplificadas com
problemas musculares que provocam dores fortes e insuportáveis e problemas como cifose e
hiponordose.
Outro vilão que ronda os postos de trabalho causando inúmeros problemas de ordem
ergonomica são os esforços repetitivos. São caracterizados dois tipos de trabalho
repetitivo, conforme as características do ciclo de repetição, são eles:
Caracterizando o trabalho repetitivoTrabalho repetitivo Ciclo </= 2 minutos
Trabalho altamente repetitivo Ciclo </= 30 segundos
Através da caracterização dos esforços repetitivos poderemos avaliar um determinado
posto de trabalho e os movimentos que o colaborador realiza durante sua jornada de trabalho.
Se por intermédio desta avaliação o profissional técnico em segurança chegar a conclusão de
que aquele posto de trabalho exige do colaborador inúmeros movimentos idênticos na sua
jornada e não fazer nada para amenizar a situação, sem sombra de dúvidas as consequências
para este colaborador e tantos outros que realizam a mesma atividade serão as piores
possíveis.
O mais conhecido problema advindo de esforços repetitivos é hoje chamado de
D.O.R.T. ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho.
2.4 Áreas de atuação da ergonomia
A ergonomia se faz presentes em diferentes áreas de atuação, sendo todas elas
indispensáveis.
No desenho de equipamentos e sistemas computorizados, de modo a que sejam mais
fáceis de utilizar e que haja menor probabilidade de ocorrência de erros durante a sua
operação – particularmente importante nas salas de controle, onde existe uma elevada
carga de stress;
Na definição de tarefas de modo a que sejam eficientes e tenham em conta as
necessidades humanas, tais como, pausas para descanso e turnos de trabalho sensíveis,
bem como outros fatores, tais como recompensas intrínsecas do trabalho em si;
No desenho de equipamentos e organização do trabalho de modo a melhorar a postura
e aliviar a carga de trabalho no corpo, reduzindo assim as Lesões Músculo-
Esqueléticas do Membro Superior e as Lesões resultantes de Trabalho Repetitivo;
Na arquitetura da informação, de modo a que a interpretação e uso de guias, sinais, e
ecrãs seja mais fácil e sem ocorrência de erros;
Na criação de ações de formação para que todos os aspectos do trabalho sejam
compreendidos pelos trabalhadores;
No desenho de equipamento militar e espacial – casos extremos de resistência do
corpo humano;
Na concepção de ambientes de trabalho, incluindo a iluminação e a temperatura
ambiente, de modo a satisfazer as necessidades dos utilizadores e das tarefas
executadas. Onde seja necessário, na concepção de equipamentos de proteção
individual para o trabalho em ambientes hostis;
Nos países em desenvolvimento, a aceitação e eficiência do uso de tecnologia básica
pode ser melhorado significativamente.
2.5 O papel da ergonomia para a saúde
A ergonomia se preocupa com as condições gerais de trabalho, tais como, a
iluminação, os ruídos e a temperatura, que geralmente são conhecidas como agentes
causadores de males na área de saúde física e mental, mas que o estudo procura traçar os
caminhos para a correção. O seu objetivo é aumentar a eficiência humana, através de dados
que permitam que se tomem decisões lógicas.
O custo individual é minimizado através da ergonomia, que remove aspectos do
trabalho, que a longo prazo, possam provocar ineficiências ou os mais variados tipos de
incapacidades físicas.
Nas condições em que a atividade do indivíduo envolve a operação de uma peça de
equipamento, na maioria das vezes, ele passa a constituir, com este equipamento, um sistema
fechado. Este visa apresentar muitas das características de auto-regulamentação (feedback).
Como dentro de tal sistema é o indivíduo quem usualmente decide, torna-se necessário que
ele seja incluído no estudo da eficiência do sistema. Para que a eficiência seja máxima é
preciso que o sistema seja projetado como um todo, com o homem completando a máquina e
esta completando o homem.
2.6 Aplicabilidade da Ergonomia
Todos os conhecimentos citados podem ser aplicados ao planejamento de processos e
máquinas, a disposição especial dos locais de trabalho, aos métodos de trabalho, e ao controle
do ambiente físico para se alcançar maior eficiência tanto dos homens como das máquinas.
Para isso é necessário conhecer o sistema nervoso, o funcionamento e a capacidade do
mecanismo central, a estrutura do corpo, dos ossos, das juntas, e os músculos que fornecem
energia motivacional.
No binômio homem-máquina, o problema não é apenas o ajustamento de um ao outro,
mas sim a adaptação conjunta dos dois. A aplicação ideal da ergonomia considera o homem
como parte integrante de um sistema, no qual o estágio inicial do projeto, as características do
operador humano são levados em conta, juntamente com os componentes mecânicos. O
homem é melhor para determinados fins, como na tomada de decisões e a máquina para
outros, como aplicação de força.
O ergonomista tem diante de si as seguintes tarefas. A primeira é estudar a ocupação, a
fim de determinar o que o operador ou usuário de um determinado equipamento terá de fazer.
Em um segundo momento ele deve considerar, como principal na relação com o homem, o
que ele tem que ver e ouvir.
A análise ergonômica do trabalho (AET) utiliza os conhecimentos da ergonomia para
analisar, diagnosticar e corrigir uma situação real de trabalho.
Conhecimento é definido por NONAKA E TAKEUCHI (1997 p.24) como a “crença
verdadeira justificada”, já para SVEIBY (1998, p.35) o conhecimento “pode ter vários
significados dependendo do contexto do termo aplicado”. A construção do conhecimento em
ergonomia, segundo GUÉRIN apud BALBINOTTI (2003), se dá a partir da ação, integrando
os conhecimentos de áreas distintas.
Usar o conhecimento em Ergonomia é o que as empresas estão buscando através da
Gestão em Ergonomia. Quando se trabalha um sistema de Gestão em Ergonomia pressupõem
em valorizar o conhecimento intelectual do trabalhador que em muitos casos tem a solução
ergonômica mais viável para a empresa.
A atual demanda de mercado exige das empresas agilidade nos processos e entrega dos
produtos em curto espaço de tempo. Este cenário é encontrado em quase todos os lugares do
mundo, onde a competitividade tem perante as empresas papel fundamental como agente de
desenvolvimento e crescimento.
É comum dentro de setores de produção alterações de linha e layout, que tem como
finalidade produzir mais e mais, porém são raros os casos onde se encontram mudanças
rápidas com alterações que visem produzir mais, melhor, com qualidade e principalmente sem
expor o trabalhador ao sofrimento para realização do trabalho.
O questionamento desta situação confronta-se com a grande gama de informação
pertinente a gestão do conhecimento em ergonomia, pois hoje mais do que nunca nas
propagandas de automóveis, nas prateleiras de supermercados, houve-se, vê-se, produzem-se
e compram-se produtos ergonômicos.
Mais será que as pessoas que trabalham dentro da empresa ou as pessoas que criam os
sistemas de trabalho para os trabalhadores entendem o real motivo e finalidade de se ter
ergonomia? E que este pode ser o investimento certo para se evitar perdas com o capital
humano, tendo ganho diretos no que tange a diminuição do absenteísmo, rotatividade e gastos
com a saúde do trabalhador, sem contar com os ativos intangíveis como a qualidade de vida e
a satisfação das pessoas no ambiente de trabalho.
Conforme BALBINOTTI (2005 p. 61), “fica claro que o aumento da competitividade
no mercado que estamos inseridos nos remete a buscar incessantemente o aumento da
eficiência organizacional, para assegurar a sobrevivência, bem como sua prosperidade
enquanto organização”. A eficiência organizacional é primordial bem como o uso do
conhecimento científico para se conduzir uma empresa, como coloca Gerdal apud Balbinotti
(2003p.62) “o gerenciamento está deixando de ser político para ser científico”.
Para NONAKA E TAKEUCHI (1997, p. 65) o conhecimento humano esta
classificado em dois tipos: Um é o conhecimento explícito, “que se refere ao conhecimento
transmissível em linguagem formal e sistemática”. O outro é o conhecimento Tácito, “que é
pessoal, específico ao contexto e assim difícil de ser formulado e comunicado”. O
conhecimento tácito é o conhecimento pessoal incorporado à experiência individual e envolve
fatores intangíveis, como por exemplo, crenças pessoais, perspectivas e sistemas de valor.
Sendo assim entende-se que, informação não é conhecimento mais pode gerálo, se
tramitar pelos quatro modos de conversão do conhecimento, conforme NONAKA E
TAKEUCHI (1997, p.68), as duas formas de interação entre o conhecimento tácito e o
conhecimento explícito e entre o individuo e a organização – realizarão quatro processos
principais da conversão do conhecimento que, juntos, constituem a criação do conhecimento:
(1) do tácito para o explícito; (2) do explícito para o explícito; (3) do explícito para o tácito; e
(4) do tácito para o tácito.
2.7 Ergonomia e Segurança do Trabalho
Em qualquer ambiente produtivo há riscos à saúde humana que precisam ser
controlados. As máquinas de corte, guindastes e grandes equipamentos são os exemplos mais
evidentes. Porém há fatores menos perceptíveis a primeira vista, mas que, até por isso, são
muitas vezes altamente nocivos. É o caso de gases tóxicos, névoas, poeiras, ruídos, altas
temperaturas ou iluminação deficientes. Estes riscos podem gerar acidentes ou doenças
oriundas do trabalho afetando a vida dos trabalhadores. Conhecer como controlar estes riscos
é fundamental para garantir o projeto de sistemas produtivos adequados ao trabalho humano.
Estes mesmos conhecimentos, da área denominada ergonomia são empregados também
durante o projeto de novos produtos para garantir que eles não tragam riscos ao consumidor
final. O EP pode atuar nesta área participando de equipes de projeto de produto como
ergonomista ou aplicando estes conhecimentos no projeto de fábricas e linhas de produção ou
serviços.
Sub-Áreas
Organização do Trabalho
Psicologia do Trabalho Biomecânica Ocupacional Segurança do Trabalho Análise e Prevenção de Riscos de Acidentes Ergonomia Ergonomia do Produto Ergonomia do Processo
Os profissionais da área de segurança do trabalho, devem atentar para as diretrizes da NR-
17 que trata sobre os procedimentos relacionados com a Ergonomia, para que possam
transformar o ambiente de trabalho adequado aos colaboradores em seus postos de trabalho.
A NR-17, norma específica para o assunto Ergonomia, em suas diretrizes, dita
procedimentos a serem aplicados nos estabelecimentos onde existam trabalhadores
executando qualquer atividade profissional, principalmente aquelas em que exectam-se
levantamento, transporte e descarga individual de materiais, diferenciando os casos em que o
indivíduo seja mulher, menores e idosos, nestes casos deverem ser tomados cuidados
especiais.
Na tabela a seguir é possível visualizar os pesos limites para cada tipo de indivíduo:
Peso x limitação Homens Mulheres Menores de 16 anos Proibido Proibido
de 16 a 18 anos 16 kg 8 kg 18 a 35 anos 40 kg 20 kg
Acima de 35 anos Desaconselhável Desaconselhável
Outro ponto importante nesta NR é o seu ítem 17.5.2, onde se faz algumas recomendações
relacionadas aos níveis de conforto para a realização de trabalhos que exijam solicitação
intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, etc..
Nestes casos são recomendados as seguintes condições de conforto:
Níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152 ou de 65 dB; Índice de temperatura efetiva entre 20 e 23 ºC; Velocidade do ar não superior a 0,75 m/s; Umidade relativa do ar não inferior a 40%.
Nas atividades de processamento de dados o número máximo de toques reais não poderá
ultrapassar a 8.000 por hora trabalhada, considerando que o toque é igual a cada movimento
de pressão sobre o teclado. O tempo efetivo de entrada de dados ou processamentos diversos
não deve exceder o limite máximo de 5 (cinco) horas, sendo que no período de tempo restanto
da jornada de trabalho, o colaborador poderá exercer outras atividades, observando o Artigo
468 da CLT.
2.8 A Ergonomia e a Postura no Trabalho
Significa utilizar com sabedoria os conhecimentos de diversas ciências e observações
no decorrer dos séculos, os efeitos do trabalho provocam sobre o nosso corpo. Assim,
ergonomia, hoje, significa adequar o trabalho às pessoas e não as pessoas ao trabalho.
Foi desta forma, o entendimento do órgão que controla a saúde do trabalho no mundo
(Organização Mundial da Saúde).
No Brasil, o Governo Federal também sentiu a necessidade de criar normas para que
as empresas pudessem fazer o melhor possível para evitar o mal maior do trabalho. Através
do Ministério do Trabalho e da saúde, criou a “Norma 17”, obrigando as empresas optarem
não só na fabricação de móveis e utensílios, máquinas e aparelhos ergonomicamente
fabricados, mas também para reduzir as dores e sofrimento do trabalhador brasileiro. Quando
se não observar normas ergonométricas, o trabalhador sofre no seu corpo as conseqüências e o
empregador no seu bolso, através de gastos com muletas, auxílio doença, faltas e outros
prejuízos além da consciência pesada de Ter provocado transtorno ao seu semelhante.
Para aumentar a produção, o empregador deverá adotar estas normas (Norma 17) em
sua empresa, evitando assim, fadigas, desconfortos, dores da LER (DORT) em seus
empregados.
Mas não basta a atitude do empregador, é necessária, também a conscientização dos
próprios empregados, adotando também, a melhor forma de cumprir o estabelecido.
A postura de execução do trabalho, sentar de qualquer jeito, provoca no sistema
músculo-esquelético do ser humano, a causa da lei e efeito, ou seja, se não se precaver e
proceder corretamente obedecendo a Ergonomia, o corpo sofrerá. Mas será bom não esquecer
que o empregado permanece na empresa entre 6 a dez horas diariamente. O restante do dia em
transporte, estudo, divertimento e descanso. Em sua própria casa deverá adotar também
móveis, utensílios, postura correta e um colchão ortopédico. Fora da empresa, o seu
permanecimento é sempre maior, e a lei da Ergonomia não sabe separar o tempo.
Relação Exemplificativa entre o Trabalho e Algumas Patologias
Lesões Causas Ocupacionais
Exemplos Alguns Diagnósticos Diferenciais
Bursite do cotovelo (olecraniana)
Compressão do cotovelo contra superfícies duras
Apoiar o cotovelo em mesas
Gota, traumatismo e artrite reumatóide
Contratura de Fáscia palmar Compressão palmar associada a vibração
Operar compressores pneumáticos
Heredo-familiar (Contratura de Dupuytren)
Dedo em Gatilho Compressão palmar associada a realização de força
Apertar alicates e tesouras
Diabetes, artrite reumatóide, mixedema, amiliodose e tuberculose Pulmonar
Epicondilites do Cotovelo Movimentos com esforços estáticos e preensão prolongada de objetos, principalmente com o punho estabilizado em flexão dorsal e nas pronossupinações com utilização de força
Apertar parafusos, jogar tênis, desencapar fios, tricotar, operar motosserra
Doenças reumáticas e metabólicas, hanseníase, neuropatias periféricas, traumas e forma T de hanseníase.
Síndrome do canal Cubital Flexão extrema do cotovelo com ombro abduzido. Vibrações.
Apoiar cotovelo em mesa
Epicondilite medial, seqüela de fratura, bursite olecraniana, forma T de Hanseníase
Síndrome do Canal de Guyon Compressão da borda ulnar do punho.
Carim bar Cistos sinoviais, tumores do nervo ulnar, tromboses da artéria ulnar, trauma, artrite reumatóide e etc.
Síndrome do Desfiladeiro Torácico
Compressão sobre o ombro, flexão lateral do pescoço, elevação do braço.
Fazer trabalho manual ou sobre veículos, trocar lâmpadas, pintar paredes, lavar vidraças, apoiar telefones entre o ombro e a
Cérvico-braquialgia, síndrome da costela cervical, síndrome da primeira costela, metabólicas, artrite reumatóide e Rotura do Supra-espinhoso
cabeçaSíndrome do Interósseo Anterior
Compressão da metade distal do antebraço
Carregar objetos pesados apoiados no antebraço
Em branco
Síndrome do Pronador Redondo Esforço manual do antebraço em pronação.
Carregar pesos, praticar musculação, apertar parafusos.
Síndrome do túnel do carpo
Síndrome do Túnel do Carpo Movimentos repetitivos de flexão, mas também extensão com o punho, principalmente se acompanhados por realização de força.
Digitar, fazer montagens industriais, empacotar
Menopausas, tendinite da gravidez (particularmente se bilateral), artrite reumatóide, amiloidose, diabetes, lipomas, neurofibromas, insuficiência renal, obesidade, lupus eritematoso, condrocalcinose do punho, trauma
Tendinite da porção longa do Bíceps
Manutenção do antebraço supinado e fletido sobre o braço ou do membro superior em abdução.
Carregar pesos
Artropatias metabólicas e endócrinas, artrites, osteofitose da goteira bicipital, artrose acromioclavicular e radiculopatias (C5-C6)
Tendinite do Supra Espinhoso Elevação com abdução dos ombros associada a elevação de força.
Carregar pesos sobre o ombro, jogar vôlei ou peteca
Bursite, traumatismo, artropatias diversas, doenças metabólicas
Tenossinovite de DeQuervain Estabilização do polegar em pinça seguida de rotação ou desvio ulnar do carpo, principalmente se acompanhado de realização de força.
Torcer roupas, apertar botão com o polegar
Doenças reumáticas, tendinite da gravidez (particularmente bilateral), estilóidite do rádio
Tenossinovite dos extensores dos dedos
Fixação antigravitacional do punho. Movimentos repetitivos de flexão e extensão dos dedos
Digitar, operar mouse
Artrite Reumatóide, Gonocócica, Osteoartrose e Distrofia Simpático Reflexa (Síndrome Ombro-Mão)
Obs.: Considerar a relevância quantitativa das causas na avaliação de cada caso.
A presença de um ou mais dos fatores listados na coluna "Outras Causas e Diagnóstico Diferencial" não impede, a "priori" o estabelecimento do nexo.
2.8.1 A boa Postura ou postura correta
Em Ergonomia, a pessoa deve adaptar as posições posturais corretas no ambiente de
trabalho de uma maneira geral como, por exemplo, ao usar o computador. Quem determina
este conjunto de posições é uma equipe interprofissional, composta pelo médico do trabalho,
o engenheiro industrial, o projetista, o desenhista industrial, o psicólogo e o engenheiro.
“Cada profissional determina um critério de acordo com a sua especialidade, objetivando
encontrar a solução ergonômica correta ”, destacou a médica do Trabalho, Vera Brinkerhoff,
afirmando que cabe, muitas vezes, à própria pessoa identificar e se adaptar às posturas
recomendadas, que evitarão um leque de problemas , que vão desde uma simples dor lombar e
cervical à casos de tendinite e LER (lesões por esforço repetitivo.
Segundo o ortopedista Aloysio Mayolino, do Departamento de Saúde (DSA.G)
Ergonomia é, “um conjunto de ciências e tecnologias que procura a adaptação confortável e
produtiva entre o ser humano e seu trabalho", resume ele. Ilustra ainda qual seria a postura
correta citando como exemplo um trabalhador que passa a maior parte do tempo sentado em
frente ao computador.
A figura a seguir mostra a postura correta que o empregado deve adotar diante do
computador, com relação ao tronco, pés, mãos, cabeça, enfim, este é só um exemplo de
ergonomia perfeita que deve ser adotada na empresa.
Figura1. posição correta para o computador
2.9 Medidas de Prevenção
Um programa de prevenção das Lesões por Esforços Repetitivos em uma empresa
inicia-se pela criteriosa identificação dos fatores de risco (descritos anteriormente) presentes
na situação corresponde um conjunto de medidas de controle específicas, evitando a
progressão da doença. A Norma Regulamentadora 17 do Ministério do Trabalho estabelece
que compete ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, para avaliar a
adaptação das condições laborais às características psicofisiológicas do trabalhador.
As medidas de controle a serem adotadas envolvem o dimensionamento adequado do
posto de trabalho, os equipamentos e as ferramentas, as condições ambientais e a
organização do trabalho.
No dimensionamento do posto de trabalho, deve-se avaliar as exigências a que está
submetido o trabalhador (visuais, articulares, circulatórias, antropométricas, etc.) e as
exigências que estão relacionadas com a tarefa, ao material e à organização da empresa. Por
exemplo, deve-se adequar o mobiliário e os equipamentos de modo a reduzir a intensidade
dos esforços aplicados e corrigir posturas desfavorável, valorizando a alternância postural.
"Das condições ambientais, sabe-se que o conforto térmico, visual e acústico favorecem a
adoção de gestos de ação, observação e comunicação, garantindo o cumprimento da
atividade com menor desgaste físico e mental, e maior eficiência e segurança para os
trabalhadores" (Barreira, 1994) .
Quanto à organização do trabalho, deve-se permitir que o trabalhador possa agir
individual e coletivamente sobre o conteúdo do trabalho, a divisão das tarefas, a divisão dos
homens e as relações que mantém entre si (Dejours, 1986). A divisão das tarefas vai do seu
conteúdo, ao modo operatório e o que é prescrito pela organização do trabalho.
A norma Regulamentadora 17 estabelece que nas atividades que exijam sobrecarga
muscular estática ou dinâmica do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores,
a partir da análise ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte:
a) todo sistema de avaliação de desempenho para efeito de remuneração e vantagens
de qualquer espécie deve levar em consideração as repercussões sobre a saúde dos
trabalhadores;
b) devem ser incluídas pausas de descanso.
O resultado do programa de prevenção depende da participação e compromisso dos
diferentes profissionais da empresa: trabalhadores, supervisores, cipeiros, técnicos de
serviço de segurança do trabalho, gerentes e diretores.
A prática de Ginástica Laboral combate e previne as L.E.R./D.O.R.T. Ela é uma arma
contra o sedentarismo, estresse, depressão e ansiedade. Também melhora a flexibilidade,
força, coordenação, ritmo, agilidade e resistência, promovendo uma maior mobilidade e
postura.
Além disto, reduz a sensação de fadiga no final da jornada, contribuindo para uma
melhor qualidade de vida do trabalhador. Outro resultado importante da Ginástica Laboral é
favorecer o relacionamento social e o trabalho em equipe, desenvolvendo a consciência
corporal, pois as esferas psicológica e social são beneficiadas.
A Ginástica Laboral é responsável pela redução de despesas por afastamento médico,
acidentes e lesões, melhorando a imagem da instituição perante os funcionários e a sociedade,
além de aumentar a produtividade e qualidade.
Os programas de Ginástica Laboral são elaborados de acordo com as características e
necessidades de cada empresa, é fundamental, para elaboração inicial do programa, conhecer
a cultura da Empresa e a peculiaridade de sua rotina diária.
2.10 Ginástica Laboral Associada a Ergonomia
A Ginástica Laboral é praticada com intervalos de cinco a dez minutos diários. O seu
objetivo é proporcionar ao funcionário uma melhor utilização de sua capacidade funcional
através de exercícios de alongamento, de prevenção de lesões ocupacionais e dinâmicas de
recreação. O programa de atividades deve ser desenvolvido após uma avaliação criteriosa do
ambiente de trabalho e de cada funcionário em particular, respeitando a realidade da empresa
e as condições disponíveis.
Existem dois tipos de Ginástica Laboral: a Preparatória e a Compensatória.
1- A ginástica preparatória é realizada antes ou logo nas primeiras horas do início do trabalho. Na maioria das vezes não é possível implantar em todos os setores antes de iniciar a jornada, mas logo no seu início e isso não descaracteriza como preparatória. Ela é constituída de aquecimentos e ou alongamentos específicos para determinadas estruturas exigidas. O objetivo é aumentar a circulação sanguínea, lubrificar e aumentar a viscosidade das articulações e tendões. Geralmente tem duração de 5 a 10 minutos.
2- A ginástica compensatória é realizada no meio da jornada de trabalho, como uma pausa ativa para executar exercícios específicos de compensação. Praticada junto às máquinas, mesas do escritório e eventualmente no refeitório ou em espaço livre, utilizando exercícios de descontração muscular e relaxamento, visando diminuir a fadiga e prevenir as enfermidades profissionais crônicas.
Os exercícios praticados através da ginástica laboral ajudam o empregado a
descontrair a tensão do dia-a-dia bem como a se prevenir de movimentos no trabalho que
podem causar alguma lesão. Há atividades em que o empregado precisa estar se
movimentando com freqüência, pegando peso, entre outros movimentos necessários ou
bruscos que podem causar lesões. A ginástica além de oferecer ao corpo uma facilidade aos
movimentos, conscientizam e ensinam o individuo quanto a postura adequada ao executar tais
movimentos.
A Ginástica Laboral é responsável pela redução de despesas por afastamento médico,
acidentes e lesões, melhorando a imagem da instituição perante os funcionários e a sociedade,
além de aumentar a produtividade e qualidade.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo procurou demonstrar o quanto à ergonomia enquanto auxílio científico
contribui para as várias disciplinas científicas e tecnológicas. A anatomia e fisiologia
esclarece sobre a estrutura e funcionamento do corpo humano. A antropometria fornece
informações sobre as dimensões do corpo. A psicologia fisiológica trata do funcionamento do
cérebro e do sistema nervoso. A psicologia experimental busca definir os parâmetros do
comportamento humano.
Outra que auxilia nos estudos ergonômicos é a medicina industrial que ajuda a definir
as condições de trabalho que se apresentam como danosas à estrutura humana. Na física e, até
certo ponto da engenharia virá o conhecimento das condições que o trabalhador terá que
enfrentar. Nessas áreas se concentram os principais esforços de pesquisa cujos resultados,
junto com o conhecimento acumulado, formam a base da ergonomia.
Atualmente várias empresas já buscam a melhoria da qualidade do trabalho dos
empregados e já estabelecem uma série de programas como forma de incentivar a saúde do
trabalhador. Nas grandes capitais e áreas mais industrializadas, o empresariado, já consciente
dos futuros problemas, está investindo neste programas, como também, em estudos sobre as
vantagens da ergonomia para a melhoria da produção nas empresas. Se por um lado, o uso da
ergonomia pode sugerir maior gasto, por outro representa uma economia para a empresa e
como conseqüência, a melhoria da saúde do trabalhador e da sociedade.
REFERÊNCIAS
BALBINOTTI, G.C. Uma metodologia do desdobramento das diretrizes para a questão ergonômica: um estudo de caso. Dissertação de mestrado. Universidade Estadual de Santa Catarina. 2003.
COUTO, H.; Ergonomia Aplicada ao Trabalho; Manual Técnico da Máquina Humana"; vol. 1; 1ª edição, ERGO Editora, Belo Horizonte, 1995.
COUTO, H.; Ergonomia Aplicada ao Trabalho; Manual Técnico da Máquina Humana"; vol. 2; 1ª edição, ERGO Editora, Belo Horizonte, 1995.
IIDA, I. Ergonomia projeto e produção. 2ed. Editora Edgard Blücher.São Paulo:2005. NONAKA, I.; TAKEUCHI, H: Criação de Conhecimento na Empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
NASCIMENTO, N M. MORAES, R A S. Fisioterapia nas empresas. 2ed. Taba Cultural. Rio de Janeiro: 2000.
SVEIBY, K. E: A Nova Riqueza das Organizações: gerenciando e avaliando patrimônios de conhecimento. Rio de janeiro: Campus, 1998.
WISNER, A. Por dentro do trabalho: ergonomia, método e técnica. SãoPaulo: FTD; Oboré, 1987.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Trad. Daniel Grassi.2ed Bookman. Porto Alegre: 2001.