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ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA
PARA APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DO RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA,
COM RELAÇÃO AO REQUERIMENTO DE LICENÇA
PRÉVIA PARA A IMPLANTAÇÃO DA USINA TERMELÉTRICA
SANTA CRUZ, LOCALIZADA NA ESTRADA RJ-158, KM 7.7,
SANTA CRUZ, MUNICÍPIO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES, DE
RESPONSABILIDADE DA EMPRESA ROLUGI
PROMOTORA DE VENDAS, REALIZADA EM 04/09/2017, NO
MUNICÍPIO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ.
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Mauricio Couto: - Boa noite, senhoras e senhores, vamos dar início a Audiência Pública
referente ao licenciamento ambiental do empreendimento denominado Usina
Termelétrica de Santa Cruz. Meu nome é Maurício Couto, eu sou Engenheiro Civil e
Sanitarista, da Secretaria de Estado do Ambiente, fui designado pela Comissão
Estadual de Controle Ambiental, a CECA, para presidir os trabalhos desta Audiência
Pública. Esta Audiência Pública, depois vou explicar o rito para vocês, vamos
inicialmente compor a mesa, aqui ao meu lado direito, doutor Anselmo Frederico, que
é representante do Grupo de Trabalho do Instituto Estadual do Ambiente, que é o
órgão responsável pela análise do Estudo de Impacto Ambiental, ele está
representando o Grupo que é responsável pela análise do Estudo de Impacto
Ambiental. Aqui, a minha esquerda, a Ana Claudia, que vai secretariar os trabalhos da
mesa. Aproveitando o momento, eu gostaria de convidar, se estiver presente, algum
representante do Ministério Público Estadual ou do Ministério Público Federal. Por
favor, se estiver presente e quiser fazer parte da mesa ou então se chegar, ao longo
das apresentações, também já se considerem convidados. O pessoal da organização,
por favor, assim que chegar, pode encaminhar à mesa. Na mesa dos empreendedores,
nós vamos contar com o representante da Empresa, o doutor Rodrigo e o Doutor
Clóvis; e pela Empresa responsável pela elaboração do Estudo de Impacto Ambiental, a
doutora Janice Peixoto, a doutora Allana Lima e o doutor Camilo Souza, que são
representantes da Empresa ECP, responsável pela elaboração do Estudo de Impacto
Ambiental, que vão apresentar para vocês o estudo de impacto e resumo dele. Então
antes de dar início efetivamente aos trabalhos, eu convido a todos para ouvir o Hino
Nacional, por favor, todos de pé.
EXECUÇÃO DO HINO NACIONAL
Maurício Couto: - Muito bem, senhoras e senhores, então, em cumprimento da
Deliberação CECA número 6.108, de 15 de agosto de 2017, declaro aberta a Audiência
Pública referente à Licença Ambiental da UTE - Usina Termelétrica Santa Cruz. A
Audiência Pública, lembrando aos senhores, não tem caráter decisório nem
deliberativo, ou seja, não vai ser hoje, aqui nessa reunião que nós estamos discutindo,
se vai ser emitida ou não a Licença Prévia, que é a fase que nós estamos. O objetivo da
Audiência Pública é recolher informações, manifestações de todos os setores, os
atores envolvidos no projeto, os moradores que moram perto, as autoridades locais, a
universidade, o pessoal das universidades, todos que possam contribuir nesse
momento, porque nós estamos em uma fase em que o INEA pediu o Estudo de
Impacto Ambiental, o Estudo de Impacto Ambiental foi elaborado pela empresa. Esse
Estudo de Impacto Ambiental foi distribuído para diversos órgãos, conforme vocês vão
ver na apresentação, e aí marca-se uma Audiência Pública, o que for tirado daqui, esta
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Audiência Pública está toda sendo filmada e gravada e tudo que está sendo dito aqui
será transcrito e fará parte do processo de licenciamento. Nós ainda, após a Audiência
Pública, vamos aguardar dez dias para as manifestações, então quem quiser
encaminhar manifestação, depois da Audiência Pública, no prazo de 10 dias, ela fará
parte também do processo de licenciamento ambiental. Ao fim desse prazo é que a
equipe técnica, que o doutor Anselmo coordena, vai elaborar um Parecer Técnico. Esse
Parecer Técnico passa na Procuradoria do INEA e depois vem para a Comissão Estadual
de Controle Ambiental, para a CECA, essa sim tem a prerrogativa de expedir a Licença
Prévia ou não. Então essa Audiência, ela é dividida em duas fases, a primeira fase
referente às apresentações, começa com o professor Anselmo que vai fazer uma
apresentação do histórico do licenciamento do processo no INEA, uma apresentação
bem rápida, com as datas, todos os fatos que antecederam essa reunião aqui nossa,
Audiência Pública. Depois a palavra é passada ao empreendedor, que vai fazer uma
explanação rápida do que é o projeto que ele pretende implantar, essa usina
termelétrica. Depois do empreendedor, a Empresa responsável pela elaboração do
Estudo de Impacto Ambiental, a ECP, que vai fazer uma breve apresentação das
conclusões que esse Estudo de Impacto Ambiental chegou, em relação aos impactos
que vão ser gerados e as propostas de mitigação e de compensação para esses
impactos. Então ao longo dessa apresentação, vocês, na entrada, receberam um
folheto explicativo do que é a Audiência Pública e um formulário de pergunta, eu
sugiro que vocês aguardem as apresentações, porque depois dessa última
apresentação nós vamos ter um pequeno intervalo de quinze a vinte minutos, onde
será servido um lanche, e vocês poderão fazer as perguntas. Essas perguntas vão ser
encaminhadas à mesa durante o intervalo e, durante esse período, nós vamos separar
essas perguntas por grupos, por temas, por exemplo, questão de emprego a gente faz
um “bolo”, questão de poluição do ar, questão de poluição da água, questão de
supressão de vegetação, tudo que vocês precisarem saber de uma informação
complementar. Então a equipe da mesa separa em grupos e depois do intervalo a
gente retorna e passa então para a segunda fase da Audiência Pública, que é a fase
dos debates. Então todo mundo recebeu isso aqui, quem quiser fazer o uso da palavra
também pode utilizar esse mesmo formulário, dizendo: “quero fazer o uso da palavra”,
se identificando. Na segunda fase então, nós vamos dar início com a leitura das
perguntas, como eu falei, por temas, e as perguntas vão sendo respondidas, quando
acabarem as perguntas por escrito, a gente vai ver quantas pessoas se inscreveram
para fazer o uso da palavra e, com o prazo máximo de cinco minutos, essas pessoas
poderão fazer o uso da palavra. Então vamos dar início às apresentações, primeiro com
o doutor Anselmo Federico, que é o representante do Grupo de Trabalho do INEA, do
Instituto Estadual do Ambiente, que está fazendo a análise do Estudo de Impacto
Ambiental, por favor, Anselmo.
Anselmo Federico: - Boa noite, pessoal, como o professor Maurício colocou, a gente
vai passar aqui um histórico que é para nivelar o conhecimento de todo mundo, nem
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todo mundo aqui sabe qual é o projeto, nem todo mundo sabe o que está
acontecendo, aqui a gente tem os representantes do empreendedor, o grupo técnico
contratado pelo empreendedor para elaborar esse EIA/RIMA, e eu vou fazer aqui um
breve histórico e colocar alguns pontos. Isso que a gente está conversando hoje é uma
Audiência Pública, todos podem se manifestar, que é a respeito da avaliação do Estudo
de Impacto Ambiental, para analisar a viabilidade ambiental da implantação de uma
usina termelétrica com duto de gás natural, com uma adutora, que capta água, e linha
de transmissão. A localização é aqui no município de Campos, o nosso município de
Campos, o número do processo administrativo é E-07/002. 10.501, é um processo de
2015, e o requerente é a Rolugi Promotora de Vendas, que é Usina Termelétrica de
Santa Cruz. Qual é o objetivo? Como o professor Maurício colocou, é divulgar esse
Relatório e todas as informações sobre esse projeto, a gente está aberto a recolher
críticas, opiniões, sugestões dos moradores ali daquela área, dos moradores do
entorno, contribuindo assim quanto as nossas decisões a respeito desse licenciamento
ambiental. Fazendo um preâmbulo aqui, o licenciamento ambiental se compõe de
algumas etapas, nós estamos agora na etapa da Licença Prévia, é uma Licença Prévia,
ela apenas atesta a viabilidade ambiental e locacional do empreendimento,
estabelecendo os requisitos básicos e as condicionantes a serem atendidas nas
próximas fases de sua implementação. Logo depois dessa fase, se isso for aprovado, o
empreendedor vai requerer a Licença de Instalação, aí vai passar por uma nova análise,
ele recebendo essa Licença de Instalação, aí que ele vai poder iniciar as obras para a
execução dessa unidade termelétrica. Aqui tem um breve histórico, para você ver que
esse processo teve início com o requerimento da LP (Licença Prévia) em setembro de
2015, nós estamos hoje quase completando dois anos, você vê que o processo é um
tanto quanto demorado, porque tem muitas etapas a serem percorridas. Foi criado,
através de uma Portaria INEA, 636/2015, de 01/12/2015, um Grupo Técnico, esse
Grupo Técnico é para fazer essa análise dessa viabilidade ambiental e locacional. Logo
após a criação do Grupo Técnico, no dia 05 de janeiro foi feita uma vistoria no local. A
equipe técnica é uma equipe técnica multidisciplinar, ela é composta por engenheiros,
engenheiros florestais, biólogos e outras especialidades, para dar suporte técnico a
esse licenciamento. Logo após a vistoria, em 23 de fevereiro de 2016, foi entregue uma
Instrução Técnica, uma Instrução Técnica é um termo de referência onde o
empreendedor e seu grupo técnico, eles têm um ‘norte’ para se basear a respeito de
quais são os estudos que ele vai precisar ter para implantar essa unidade termelétrica
naquele local. Em 26/12, dez meses depois, mais ou menos, eles conseguiram concluir
esses estudos e nos entregaram para ser aceito esse EIA/RIMA. O aceite do EIA/RIMA
para análise vai acontecer em março de 2017. A gente pede as comprovações de
entrega da cópia desse EIA/RIMA a todas as Instituições constantes da IT, que é a
prefeitura de Campos, a Câmara Municipal, Ministério Público Estadual, Ministério
Público Federal e todos os demais órgãos envolvidos. Em agosto de 2017, nós temos
uma Deliberação CECA, essa que o Maurício citou, que nós estamos aqui para isso,
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uma Deliberação CECA de número 6.108, autorizando a convocação dessa Audiência
aqui. A convocação dessa Audiência foi publicada no Diário Oficial de 17 de agosto de
2017, e hoje nós estamos aqui, justamente nessa Audiência Pública, para ouvir o
pessoal envolvido diretamente lá no local. Aqui, o que eu já falei, o EIA/RIMA foi
entregue nos seguintes órgãos, estão todos eles listados: Prefeitura Municipal de
Campos, Câmara Municipal de Campos, Assembléia Legislativa do Estado do Rio de
Janeiro, Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, a própria CECA, o
IBAMA, Instituto Chico Mendes, ICMBio, e o IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional. Além das manifestações que vão ser apresentadas aqui nos
debates, todas essas manifestações vão ser incorporadas na nossa análise técnica final.
Então, como o Maurício já colocou, a gente aguarda um prazo de dez dias, novas
manifestações deverão ser encaminhadas ao INEA ou a CECA referentes a esse projeto,
se vocês quiserem fazer alguma informação para constar no processo, vocês saberem
o número desse processo, vocês podem encaminhar isso também através do e-mail, o
e-mail da CEAM, Coordenadoria, que eu represento, Coordenadoria de Estudos
Ambientais, é aquele e-mail se vocês quiserem anotar, e o e-mail da CECA, são esses
dois que estão aqui na tela, muito obrigado.
Maurício Couto: - Obrigado, professor Anselmo. Lembrando que na parte final do
folheto também, para vocês não precisarem anotar, constam os endereços eletrônicos
tanto da CECA, quanto do INEA. Gostaria de registrar a presença do Gerente Regional
da FIRJAN, Luís Mário, obrigado pela participação aqui conosco, e também do
Conselheiro da CECA, o professor Alberico Martins, que está aqui conosco,
prestigiando a Audiência. E lembrar, conforme ele acaba de me lembrar aqui, quem
estiver familiaridade com o Estudo de Impacto Ambiental, porque vocês vão ver a
apresentação aqui por slide, ali no final, na mesa ao fundo, vocês têm os volumes do
Estudo de Impacto Ambiental, para vocês que não conhecem, é bom dar uma olhada
para vocês verem como é um estudo complexo e quantos volumes fazem parte desse
estudo. Então dando continuidade aqui com as apresentações, eu convido agora para
fazer a apresentação pela Empresa, o doutor Rodrigo.
Rodrigo Papini: - Boa noite, meu nome é Rodrigo, vou fazer a apresentação do
empreendimento da Usina Termelétrica de Santa Cruz Rolugi. A Rolugi é uma empresa
familiar, somos três sócios, eu, meu irmão e a minha irmã, ela foi fundada em julho de
2005, e o objetivo inicial dela era para atuar no mercado de crédito consignado, e é o
motivo que ela tem, tinha, essa razão inicial de Rolugi Promotora de Vendas, mas que
na época não atuou, não foi feito nada, e com isso, dez anos depois, nós começamos a
desenvolver a concepção do projeto de uma Usina Termelétrica a gás no Norte
Fluminense, e com isso a razão social da empresa mudou para Rolugi Geração de
Energia Elétrica Ltda. O objetivo social da empresa é produção, geração e
comercialização de energia elétrica derivada do gás natural. A nossa missão é produzir
e fornecer energia elétrica de forma sustentável, visando alinhar o desenvolvimento
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econômico, social e ambiental da região aonde ela será situada. Ela tem esse nome de
UTE Santa Cruz Rolugi, porque UTE é usina termelétrica, Santa Cruz é o bairro e Rolugi
é o nome da Empresa. Vou falar um pouco mais do projeto, a Rolugi identificou essas
oportunidades e começou desenvolver o projeto da construção da termelétrica a gás
nessa localização privilegiada e com baixo custo de implantação, mais a frente a gente
vai explicar melhor o porquê da localização privilegiada. O objetivo da empresa, nesse
momento, é participar dos leilões de A-5, são leilões que o Governo Federal faz,
geralmente todo ano, e que você dá o seu lance, como em qualquer leilão, e se você
tiver sucesso, seu lance ganhar o leilão, você está comprometido a entregar energia
daqui a cinco anos, por isso se chama leilão A-5, e o foco do projeto é participar desse
tipo de leilão. Vou continuar falando sobre o projeto, a Rolugi será responsável por
gerenciar e apresentar esses cinco itens, esses cinco itens foram solicitados na Licença
Prévia: que é uma termelétrica de 296 MW a gás natural; uma linha de transmissão, se
conectando a presença do GASCAV Macaé-Campos; uma subestação de energia; um
canal a gás; e uma adutora de água. Nessa imagem de satélite a gente consegue ver
destacado o terreno da Rolugi e, na linha amarela, a RJ-158; um pouco mais a frente
também o rio Paraíba do Sul; nessa tela aqui, também de satélite, o arranjo geral do
projeto, agora a gente consegue ver ali, em amarelo, o terreno onde será a
termelétrica; nessa linha azul, a adutora se conectando e captando a água do Paraíba
do Sul; essa linha branca aqui, será o gasoduto a ser construído, de aproximadamente
3,4 quilômetros; e esse quadrado verde, é o ramal de gás que também será
construído, para que a gente consiga se conectar a essa linha laranja aqui, que é o
gasoduto GASCAV, que vem de Macaé, e que já existe, é só se conectar a ele para
poder pegar o gás, que é a matéria-prima da termo; aquela linha rosa ali é a linha de
transmissão de aproximadamente cinco quilômetros, que a gente vai ter que construir;
aquela “caixinha” roxa é a subestação, para que a gente consiga se conectar a essa
linha vermelha aqui, que é a LT, também já existente, Macaé-Campos. Então nesse
arranjo geral aqui, conforme eu comentei no slide anterior, esses são os pontos fortes,
atrativas do projeto, porque o nosso terreno está perto do rio, está perto do gasoduto,
para pegar a matéria-prima, e está perto da linha de transmissão, para despachar o
produto final da termo. Continuando a falar das principais vantagens do projeto,
conforme eu falei no slide anterior, ele tem uma localização privilegiada porque está
perto do GASCAV, que é o gasoduto, perto do rio Paraíba do Sul e da linha de
transmissão, além de ter um fácil acesso à mão-de-obra, matéria-prima básica, hotéis,
Campos tem hotéis, tem aeroporto, igual a outros centros comerciais e, além do que a
Prefeitura declarou, aquela região, aonde é o terreno, como uma área industrial, o que
se torna propícia para a construção de uma usina desse tipo. Outras vantagens: O
terreno, aquele destacado na foto por satélite, já é de propriedade da Rolugi, e a
Rolugi já tem uma outorga de água concedida pela ANA, que é a Agência Nacional de
Águas. Nós solicitamos essa outorga há dois anos também, e nós solicitamos a ANA,
porque o rio Paraíba é um rio federal, você tem que pedir a ANA e não ao INEA.
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Falando um pouco mais sobre a localização, o projeto vai ser localizado em Campos
dos Goytacazes, que é no Norte Fluminense do Estado do Rio e situado às margens da
Rodovia Estadual RJ-158. Aqui a gente consegue ver esses três quadros: um é o Estado
do Rio; aqui é o município de Campos; e aqui o bairro de Santa Cruz, com o local do
empreendimento destacado; aquela seta ali a gente consegue ver dentro do município
onde será, nessa imagem menor aqui. Vou falar um pouco mais sobre a cidade,
Campos está localizado no norte do estado do Rio de Janeiro e tem aproximadamente
quinhentos mil habitantes, é a maior cidade do interior fluminense e tem uma
extensão territorial de aproximadamente quatro mil quilômetros quadrados. E,
segundo o IBGE, em 2014, somou o maior PIB do Brasil, sendo assim a segunda cidade,
de uma capital, com o maior PIB nacional daquele ano. O município tem essas
infraestruturas: o aeroporto, tem a universidade, mais de uma, mas aqui a gente
destacou a UENF, que é a Universidade Estadual do Norte Fluminense, tem shoppings,
tem aqui, a gente destacou, a praça São Salvador, que é um patrimônio histórico. Vou
falar um pouco mais sobre a área da implantação do empreendimento, o terreno tem
uma área total de aproximadamente noventa mil metros quadrados e a área a ser
construída será de aproximadamente sessenta mil metros quadrados. Atualmente, o
terreno é coberto por pastagem, essa é uma foto atual do terreno, e ele apresenta
antigos canais de irrigação em seu entorno, marcado por lavoura de cana-de-açúcar.
Atualmente a Rolugi já está classificada como produtora independente na ANEEL, isso
significa que empresas individuais ou grupos se reúnem em consórcio, e com essa
autorização, produzem energia destinada ao comércio, dessa forma a gente amplia e
melhora as condições de oferta e prestação de serviços, além garantir o livre acesso
aos sistemas elétricos. Vou falar um pouco da situação atual do Norte Fluminense, a
crise econômica se instalou também aqui no Norte Fluminense, conforme foi no Brasil
inteiro, principalmente após a queda dos repasses de royalties e da crise financeira
que pegou as empresas de offshore e resultou em grande desemprego aqui na região,
porque o Norte Fluminense é muito dependente do petróleo. Aqui uma reportagem
que a gente pegou no G1, que mostra que Macaé ocupa a primeira posição das cidades
do interior que mais teve desemprego em 2016, seguida por Campos, foram doze mil e
trezentos empregos perdidos em Macaé em 2016, e cinco mil e quinhentos empregos
perdidos em Campos em 2016, essa reportagem foi de 25 de janeiro de 2017. Essa
aqui é uma informação que a gente pegou do CAGED, do Ministério do Trabalho e
Emprego, só para dar uma imagem geral, o estado do Rio de Janeiro de janeiro, de
2015 até meados de 2017, já perdeu mais de quatrocentos e oitenta e sete mil
empregos com carteira assinada, comparando de janeiro de 2016 até meados de 2017,
foram mais de trezentas mil vagas, nos últimos 12 meses mais de duzentas mil vagas e,
só no ano de 2017, foram mais de sessenta e cinco mil vagas perdidas, de carteira
assinada. Então nós entendemos que esse projeto vai contribuir com o aumento do
índice de geração de energia e também vai contribuir com a geração de emprego,
segundo as nossas projeções, durante a implantação, que é a construção da
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termelétrica, serão, em média, geradas mil e quinhentas vagas, no início vão ser mais
vagas e no final menos, mas, em média, vão ser mil e quinhentas vagas, e durante a
operação serão duzentas vagas diretas. Nós entendemos que essa termelétrica vai
contribuir para o desenvolvimento social e econômico do local. O projeto tem
investimento da ordem de quinhentos e setenta milhões de reais e, segundo as nossas
projeções, vai gerar em média cento e trinta milhões por ano de impostos (...). Vou
falar das vantagens do gás natural, que é o combustível da termo, o gás natural vai ser
o combustível da nossa operação, e as vantagens dele quais são: Primeiro, ele tem um
baixo impacto ambiental comparado com outras fontes de energia, (...) que você roda
com óleo-diesel, com carvão (que não é mais licenciado), com bagaço de cana, dentre
essas, o gás, ele tem uma vantagem em relação aos outros combustíveis. Ele tem uma
grande facilidade de transporte e manuseio e, por fim, que é a principal, é a
segurança, por ele ser mais leve que o ar, ele se dissipa rapidamente na atmosfera, em
caso de um vazamento. Vou falar das considerações finais, nós entendemos que a
Rolugi, o projeto Rolugi proporcionará muitos benefícios, conforme eu falei
anteriormente, para a região de Campos, como geração de emprego, contribuição no
índice de energia e desenvolvimento local, além disso, a adoção de novas tecnologias
mais eficientes e menos poluidoras permitirá a implantação de uma UTE mais
sustentável. O que a gente quer dizer com tecnologias mais eficientes? No nosso
projeto nós temos o orçamento da GE, General Electric, para fornecimento das
turbinas e nós temos, esse orçamento, foi feito com a linha 7, da GE, que é a linha mais
moderna da GE, por isso que a gente fala aqui que a Termelétrica é menos poluidora e
mais sustentável. Foi um prazer, essa é minha apresentação, obrigado.
Maurício Couto: - Obrigado, Rodrigo, pela apresentação. Registrar a presença do José
Ribeiro, presidente do Sindicato Rural de Campos, obrigado pela participação. Dando
continuidade então, agora eu convido para a apresentação o senhor Camilo Souza, que
vai apresentar as conclusões do Relatório de Impacto Ambiental, RIMA, por favor,
Camilo.
Dr. Camilo Souza: - Boa noite, vou apresentar o RIMA, o Relatório o de Impacto
Ambiental e o Estudo, o EIA/RIMA, foi o estudo para a Usina Termelétrica de Santa
Cruz, Duto de Gás Natural, Adutora e a Linha de Transmissão de 345kV. Nossa
apresentação, um sumário, será dividida em três partes. A primeira parte é uma
apresentação de forma geral, assim complementando, como o professor Anselmo já
falou no início do licenciamento. A parte dois, a caracterização, o diagnóstico
ambiental, parte do empreendimento, do que foi levantando, de toda a parte dos
componentes ambientais, estudo de análise de risco, a parte de metais e gases (...) de
componentes do ar e análise meteorológica. E a parte três que é a metodologia de
avaliação de impactos ambientais e os impactos ambientais, quais as medidas e
programas, e os programas a serem realizados envolvidos, no caso da implantação do
empreendimento. Então, novamente, esse é o estudo ambiental, no caso a
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apresentação é o RIMA, o Estudo de Impacto Ambiental da implantação da Usina
Termoelétrica, Duto de Gás Natural, Adutora e rede de transmissão sob
responsabilidade da Rolugi Geração de Energia Elétrica. O nosso estudo foi baseado na
Instrução Técnica 02/2016. Essa é a caracterização do empreendimento: A nossa Usina
Termelétrica Santa Cruz Rolugi, ela vai ter uma operação de ciclo simples, aberto, uma
turbina heavy duty movida a gás natural, modelo da turbina, General Electric, modelo
7F04 numa potência de 296 megawatts. Isso são relações de distância, de Campos esse
município aqui, nossa localização do bairro de Santa Cruz é de aproximadamente de
dez quilômetros, onde está sendo a proposta de implantação da Usina, e assim
também de Campos à Usina, até o Rio de Janeiro é de duzentos e oitenta e cinco
quilômetros. Falando agora, separadamente, de casos de estruturas associadas, que é
a linha de transmissão, o gasoduto e a adutora. Falando sobre a linha de transmissão:
A linha de transmissão tem aproximadamente cinco quilômetros de extensão, ao longo
dessa linha de transmissão tem três estruturas predominantes, que é a torre, os
isoladores e as subestações, tanto na saída da Usina Termelétrica, quanto na
subestação próxima a conexão com a linha de transmissão Macaé-Campos, e essa
linha de transmissão é conectada a 345kV, já existente. Esse é o perfil das torres que
vão estar ao longo de todo o trajeto, lógico, em alguns momentos de transferência de
alguns pontos, na saída da Usina Termelétrica até o ponto de entroncamento com a
linha de transmissão. Além disso, a Rolugi já possui um parecer de acesso para a
conexão no duto, no caso é um seccionamento da linha de transmissão, que já vai
poder entrar para conectar, para poder extravasar ou poder gerar sua energia para a
rede. Esse também é o gasoduto, é um gasoduto (...), e percorre uma linha férrea já
desativada, que já não vai ter impacto, pois já foi feito todos os processos até ali, tem
ali a faixa da servidão, sobe nesse terreno, que é uma área privada onde vai ser
adquirido esse trecho, depois vem paralelo a RJ-158, chega até a esse ponto, onde vai
ter a implantação de um City Gate, então é uma central onde vai fazer a questão de
controle de pressão, para você conectar novamente, onde é lançado novamente,
conectando ao GASCAV, que é o gasoduto da Petrobrás. Essa extensão desse gasoduto
tem aproximadamente 4.4 quilômetros, é uma extensão pequena em relação ao
gasoduto. Aqui é a adutora, essa adutora já existe, é um trecho de captação, como já
foi falado na apresentação do empreendedor, senhor Rodrigo, que já é de oitocentos
metros, vai ter um alongamento para conectar na Usina Termelétrica de Santa Cruz
para poder fazer esse acesso, onde já existe a outorga da ANA. Mais uma informação
em relação à questão da adutora, a vazão que vai ser utilizada pela Usina Termelétrica,
ela entra, mais ou menos, nesse fator de quatrocentos e onze a setecentos e cinquenta
metros cúbicos por hora, no caso a vazão que já está autorizada pela outorga da ANA,
está em mil, seiscentos e setenta e dois, então a vazão a ser utilizada é bem inferior, se
não a metade do que já é autorizada, então vai ter uma folga muito grande para poder
captar essa água, sem grande impacto. Com relação à questão das alternativas
locacionais, foram selecionadas três alternativas locacionais. Inicialmente foram
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reconsideradas as questões logísticas, estruturais, econômicas, legais, sócioambientais,
vamos ver as alternativas. As alternativas, estão coloridas aqui, você tem as
alternativas número um, dois e três. Todas essas alternativas estão dentro de um raio
de cinco quilômetros, elas estão muito próximas, por que? Porque elas também estão
conectadas às principais fontes de rede de combustível e fonte de distribuição, que é a
linha de transmissão Macaé-Furnas e o gasoduto GASCAV, a gente precisa dessas duas
linhas. E outro fator principal são os rios, tanto o rio Paraíba do Sul quanto ao rio
Muriaé. Então, em relação à alternativa um e alternativa dois, você tem duas grandes
citações que é a questão da aquisição das áreas do entorno para a implantação do
empreendimento, assim como a dois também, a questão da captação da água que
precisa ser retirada, a gente precisa de uma nova outorga da ANA, tanto do rio Paraíba
do Sul, da alternativa um, assim como no rio Muriaé, então são novos impactos a
serem estabelecidos. A alternativa três, porém a mais extensa, no entanto, por que? Já
temos o terreno, que já é do proprietário, já um fator estritamente produtivo, além
disso, a outorga já existente, já possui a autorização da ANA, já está habilitada para
poder recolher essa água. Além disso, também, a linha de transmissão, que é esse
trecho que vai conectar com a linha de transmissão Macaé-Furnas, que vai seguir
também por uma via não pavimentada, mas existente, que também reduz a questão
da supressão da vegetação, e também aqui em relação ao gasoduto que também
aproveita a faixa de servidão da antiga linha férrea, assim como a RJ-158 então, você
tem essas três alternativas. Foi avaliado, foi levantado, identificado vários outros
critérios para considerar a melhor opção para essa instalação, então foi elaborada essa
tabela, foi feito esse quadro comparativo onde os valores do grau de aptidão, quanto
mais alto, mais apta a ser selecionada essa opção, então como está em negrito aqui,
fazendo aqui uma relação de extensão de gasoduto, extensão de adutora, fontes de
água para resfriamento, acesso e captação de água, outorga de captação de água,
terreno para implantação. Em todos esses critérios que foram levantados para se
avaliar a melhor opção, a alternativa três venceu, teve a maior pontuação e sendo a
mais apta a ser implantada no empreendimento. Então, daqui em diante, vamos falar
sobre essa terceira alternativa, que é essa aqui em sequência. É a terceira alternativa,
onde temos o nosso layout como um todo, Usina Termelétrica, a adutora de captação
do rio Paraíba do Sul, gasoduto, nosso City Gate, conectando com o GASCAV, embaixo:
linha de transmissão, subestação, conexão com a linha de transmissão, então, essa foi
a alternativa três, foi a alternativa selecionada para realizar o diagnóstico ambiental e
avaliação do impacto. Alternativas tecnológicas, que além das locacionais, temos que
ver melhores alternativas para se implantar a Usina Termelétrica, tanto pensando na
questão do desenvolvimento sustentável, redução dos impactos, redução da questão
da poluição atmosférica. Então, em relação à questão dos impactos e, em tudo, isso foi
considerado: consumo de água, geração de poluentes, segurança operacional da usina
e segurança para com a comunidade e o custo/benefício, fator bem importante. Então,
como já foi falado na apresentação do empreendedor, senhor Rodrigo, a opção por
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combustível, a fonte de energia mais apta para se utilizar na Usina Termelétrica foi o
gás natural, então são essas as inúmeras vantagens em relação aos outros dois, carvão
mineral e petróleo. Novamente, em relação ao tipo de tecnologia para a geração de
energia, foi utilizada usina de ciclo simples, que utiliza a combustão interna para a
geração de energia, uma metodologia, uma tecnologia muito mais simples e mais
barata do que o ciclo fechado. Novamente, com relação ao tipo de motor, como
também foi falado pelo empreendedor, senhor Rodrigo, essa série 7F04, da General
Electric, que foi selecionada, porque são os tipos de turbinas mais econômicas e
também mais aptas ou mais positivas com relação ao impacto ambiental, menos
impactante, então vão ser utilizadas para implantação e geração de energia na Usina
Termelétrica. Além disso, a própria adutora, porque a adutora vai ser de um material
de PVC, vai ser utilizado, vai ser o melhor material a ser implantado, com maior
flexibilidade para poder conectar ao existente, trazendo até o ponto da Usina
Termelétrica. Na linha de transmissão, a única opção que foi dada no momento, até de
conversa, contato e parecer junto à empresa de pesquisa energética, Ministério de
Minas e Energia, foi a questão da linha de 345kV, a única opção disponível para fazer
essa conexão, então foi a opção utilizada para a linha de transmissão. Com relação
também a questão do gasoduto, que foi a escolha do GASCAV. O GASCAV é o gasoduto
mais próximo de qualquer uma das três alternativas, no caso da alternativa três, para
poder utilizar o combustível para gerar energia, para poder abastecer as turbinas. As
outras opções seriam os gasodutos GASDUC II, I e III, no caso esses gasodutos estão,
no mínimo, em uma distância de cem quilômetros, então dificulta e prejudica também
a captação desse combustível. Agora falando sobre as áreas de influência, para a
seleção das áreas de influência, utilizamos os seguintes critérios: bacia hidrográfica,
estamos dentro, a bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul, no caso especificamente do
empreendimento, dentro do baixo Paraíba do Sul; em relação também às pontuações
fragmentadas, os bairros, o bairro de Santa Cruz, Campos dos Goytacazes; indicadores
relevantes de biodiversidades, as unidades de conservação próximas ao
empreendimento, tanto estaduais, quanto municipais, quais estão próximas, para
poder levantar; uso e ocupação do solo, como está o uso e ocupação do solo do
município, o que está sendo dito, como está sendo considerado, isso em conjunto com
o limite geopolítico do município, como está esse avanço do crescimento populacional
ou demográfico ou imobiliário na região. A questão do impacto viário, como vai ser
essa geração dessas viagens, tanto na implantação quanto na operação do
empreendimento, considerando esse raio de ação, de onde virão esses veículos. A
questão dos ecossistemas predominantes, muito relacionada com a questão dos
indicadores de biodiversidade, no caso o ecossistema em função da região, a questão
de pastagens suprimidas, a questão da cultura de cana de açúcar já bem
descaracterizado no momento, mas existe dentro dos seus ecossistemas, dentro das
suas unidades de conservação dos ecossistemas predominantes. E a questão principal
também o estudo de crescimento de poluição atmosférica, para onde vai um dos
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principais indicadores de impacto de uma usina termelétrica é a questão da sua
dispersão de poluentes e também com o estudo foi levantado, foi averiguado e foi
introduzido para podermos avaliar a nossa área de influência. A área diretamente
afetada, aqui o nosso conceito de área diretamente afetada é onde, efetivamente, vão
acontecer os impactos, onde vai ter a movimentação, onde vai ter a movimentação de
terra, onde vai ser construído, onde vai passar o duto, onde vai passar a linha de
transmissão, como vai ser a conexão. Então, consideramos como seria (...), onde vai
ser o terreno onde vai estar localizada a Usina Termelétrica, onde é a linha de
transmissão e sua faixa de servidão, um pouco larga, quarenta metros para cada lado,
ali na linha de transmissão, que vai ser sua área de intervenção, no entanto, aqui já é
uma via não pavimentada, mas já existente. O gasoduto também utilizando as faixas
de servidão, tanto a linha férrea desativada, assim como a RJ-158, a sua faixa de
servidão, onde também vai utilizar esse espaço, mais ou menos, aproximadamente
quarenta metros para cada lado. Aqui, a adutora já existente, mais o seu
prolongamento até aqui, e também vão ter planos para a questão da subestação e
aqui também do City Gate. Então, isso aqui é a nossa área, o nosso layout, a nossa área
diretamente afetada pelo empreendimento. Em relação à área de influência direta,
meio físico e biótico, delimitou-se um buffer, uma área, um círculo de dois mil e
quinhentos metros, um ponto central na área do empreendimento, pegando até a
bacia do baixo Paraíba até as margens da mata ciliar. Então, também como área de
influência direta considerou um buffer de cinco mil metros de distância, considerando
e delimitando ali entre o rio Morto e o Valão do Jurerê. Essa é a conjunção das três
áreas: área diretamente afetada, área de influência direta e área de influência indireta,
você vê aqui, o rio Morto está aqui, o Valão do Jurerê, aqui, esse aqui é o rio Muriaé.
Com relação à área de influência direta do meio socioeconômico: como
socioeconômico é o estudo onde você tem toda questão geopolítica, população em si,
você tem o estudo dos impactos do bairro de Santa Cruz que é uma área de influência
direta, área de influência indireta é Campos de Goytacazes, o município, estamos
representando aqui o município de Campos e o bairro. Com relação ao diagnóstico
ambiental, conhecemos as caracterizações do empreendimento, as alternativas
locacionais, as alternativas tecnológicas, entendemos um pouco sobre a área de
influência onde os estudos foram levantados e agora vamos saber o que foi levantado
baseado nessas informações com os estudos de campo e levantando dados
secundários e também com os dados bibliográficos. Para o meio físico: o meio físico,
temos vários componentes ambientais, que é a questão de temperatura, chuva, a
questão do solo, que é geomorfologia; rios, a questão hidrológica, desses o principal,
no caso, a questão climatológica, então, a temperatura, como em janeiro oscila de
vinte a trinta e cinco graus, uma média de vinte e cinco durante, praticamente, todo o
período do ano; a questão de precipitação, sempre reduz durante os períodos mais
frios de junho a agosto. Em relação à questão geológica, que é o rio Paraíba do Sul,
tanto presente na área de influência direta e indireta, bem característico também
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pelas suas ilhas fluviais, bem como a largura do rio, essa presença dessas ilhas, essa
questão do Paraíba do sul remete tanto para a questão geológica, geomorfológica e
pedológica em relação a toda disposição e formação dos solos que está dentro da área
de influência direta, indireta e direta da ADA, você tem a influência muito grande das
áreas fluviais e flúvio-marinhas. Aqui também, com relação à parte geológica,
sedimentos flúvio-lagunares, formação de barreiras de período terciário, que também
tem depósitos flúvio-lagunares. Aqui é a questão pedológica, você vê que a
predominância na área diretamente afetada e na área de influência direta é o
neossolo, e na área de influência indireta é o gleissolo. Esse é o formato, mais ou
menos, da espessura, observe então as diferenças desses solos, e esses solos estão
dispostos aqui no (...) e aqui são os solos secos, então, nesse desenho dá para ver a
disposição ao longo de todo o empreendimento. Com relação ao meio biótico, a
questão de flora, o município de Campos, em si, originalmente era coberto pela
floresta de mata densa de terras baixas, que chegavam a ocupar a altitude de duzentos
e cinquenta metros de altitude, mas ao longo do tempo essa vegetação foi toda
trocada, desmatada, substituída por pastagens, e cana de açúcar, então
descaracterizou bastante esse tipo de vegetação. Hoje você encontra na área, na área
de estudo, uma vegetação secundária inicial, com condado, que é o diâmetro do peito
médio, inferior a um centímetro, árvores mais ou menos da altura do nosso peito,
onde se pode fazer o levantamento, baixa diversidade de espécies e, na fisionomia,
predominância de herbáceas e arbustos de porte baixos, árvores de médio a porte
baixo e espécies exóticas, muitas espécies exóticas e pioneiras, baixa abundância.
Além disso, de uma forma geral, isso é um desenho da imagem do site, com todos os
levantamentos. Essa parte onde tem os números dois, três e quatro, essa parte
superior aqui onde tem esses números, são pontos onde você ainda encontrava
vegetação onde se poderia fazer o levantamento e encontrar, fazer uma estimativa de
vegetação existente nessa área. Basicamente, nessas áreas, nessa parte superior, onde
foi realizado um inventário florestal, onde ele conseguiu identificar, quantificar quais
espécies teriam, identificar uma volumetria para poder fazer entender quanto
possivelmente, com a implantação do empreendimento, seria suprida, seria cortada.
Então dentro dessas áreas você poderia encontrar leucena, amendoim-bravo; nessas
áreas aqui, eram antigos canais de irrigação, você tem capim-colonião, mamona,
embaúba, então nosso estudo passou basicamente nessa área aqui, onde foi feito o
levantamento. Naquela área, como eu já tinha mostrado anteriormente, foram
registradas dezesseis espécies arbustivas e arbóreas, nesse meio foi registrado cento e
três indivíduos arbóreos condado, diâmetro da altura do peito acima de cinco
centímetros, onde encontrava seis famílias botânicas, mas em nenhuma dessas, nesse
levantamento, espécies estavam consideradas ameaçadas de extinção. Aqui,
novamente o desenho da área como um todo, nesse aqui, esse retângulo vermelho, é
onde é aquela área de vegetação, aqui é onde efetivamente uma parte que vai ser
suprimida, essa supressão equivale a 1,6 hectares, com uma quantidade de setecentos
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metros cúbicos de material lenhoso, que vai ser gerado em função desse corte. Aqui,
em relação às Unidades de Conservação próximas, além de cinco quilômetros, que é
esse raio, essa linha, esse círculo vermelho. Esse círculo preto é o nosso raio, é a nossa
área de influência indireta do meio físico e biótico, onde está, mais ou menos, distante
cinco quilômetros, fora dessa linha aqui, você tem outras Unidades de Conservação
próximas. Em ordem, pegando número um, Parque Estadual do Desengano, onde está,
aproximadamente, vinte e cinco quilômetros de distância do empreendimento.
Número dois, Parque Estadual da Lagoa do Açu, que está aqui, junto ao canto
esquerdo inferior, a quarenta quilômetros. A Área de Proteção Ambiental da Lagoa de
Cima, que está a dez quilômetros. E a número quatro, a Área de Proteção Ambiental
Municipal da Serra de (...), que está a oito quilômetros, que é a mais próxima do
empreendimento, mas está fora dos cinco quilômetros. Em relação ao levantamento
de fauna, os animais existentes tanto na área de estudo, na área diretamente afetada,
quanto na área de influência indireta, foi levantado, inicialmente, os dados
secundários do plano de manejo do Parque Estadual do Desengano, outro parque de
manejo próximo, perdão, Unidade de Conservação do Parque Estadual do Desengano,
concilia seu plano de manejo com dados, para poder fazer o levantamento e entender
a questão de fauna e flora da região, onde foi possível identificar: A questão de fauna,
com oitenta e seis espécies de aves, com oitenta e uma famílias, onde se conseguiu
encontrar tié-preto, coruja-orelhuda, o beija-flor-de-gravata-verde. A questão da fauna
voadora, os morcegos, seis espécies da ordem Chiroptera, duas famílias; parte da
fauna terrestre, tem a presença de ratazanas, rato-do-mato; e a questão de ectofauna,
onde foi encontrado, dentro da área, três espécies da classe Reptilia. Destaca-se que
nesses três grupos faunísticos não foram registradas espécies ameaçadas de extinção
em nenhum dos grupos analisados, essa é uma questão muito importante. Com
relação ao meio socioeconômico, os dados que foram utilizados para o levantamento
do meio socioeconômico, tanto secundário e primário, foram complementados, foram
esses os dados secundários: IBGE, Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro,
dentre outros; e dados primários diretamente foram as entrevistas de campo, baseada
pela Instrução Técnica emitida pelo INEA, para poder fazer o levantamento na área.
Novamente, só relembrando, a questão da nossa área influência direta e indireta do
meio socioeconômico, contando a localização, o bairro de Santa Cruz, município de
Campos, então a nossa AID é o bairro de Santa Cruz, e nossa AI é o município de
Campos. Em relação à questão da população da área de influência direta,
praticamente de 2000 para 2010 tem uma elevação, teve um aumento de 13,9% nessa
década de 2000 para 2010, nossos dados são de 2010, porque os próximos dados vão
vir para 2020, então vão estar intercalando o levantamento e a previsão para 2020 é
um acréscimo de 5% em relação a 2010, então, tem a previsão de ampliar a população
existente na região, principalmente em Campos. A economia local, basicamente
também setor petroleiro e gás, a questão da indústria de cerâmicas também é muito
forte, e, no ano de 2014, Campos em si, a região, tinha participação dos maiores PIB
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do Estado, fazia parte de 9,3% em 2014. Em relação à questão da análise da pobreza
na área de influência direta, essa relação de 1991, 2000 e 2010, indica uma melhoria
da situação, mesmo estando nessa situação avermelhada, isso aqui é o aumento do
índice, chamado índice de Gini, quanto mais próximo do zero, melhor as condições, e
quanto mais próximo de um, piores as condições. Então, ao longo, como pode se
observar, de 2000 para 2010, as condições do índice de pobreza reduziram, então
melhoram, no entanto continuam em um cenário negativo, que essa própria
metodologia indica esse valor. A questão também do Índice de desenvolvimento
humano, no caso de 2010, você teve uma melhora em relação a 2000 para 2010, saiu
de um valor de 0,505 para 0,716, mesmo com todas essas situações que vêm
acontecendo. A questão também de população economicamente ativa de 2000 para
2010, a taxa de atividade da população de dezoito anos ou mais, caiu de 62% em 2000
para 61,38% em 2010, isso também muito relacionado a questão de desemprego.
Dados recentes, como já foram apresentados pelo empreendedor Rodrigo, mostrou a
questão do Estado do Rio de Janeiro, essas relações de desemprego. E o ano de 2017,
também de sessenta e cinco mil a relação de vagas e desempregados no Estado do Rio
de Janeiro. A questão socioeconômica na área de influência direta: A área de influência
direta é o bairro de Santa Cruz, foram realizados levantamentos biográficos e
entrevistas, onde foi identificado que a indústria é forte na presença de operários da
indústria sucroalcooleira, possui aproximadamente seiscentos e trinta e dois
habitantes, dentre esses, 47% mulheres e 53% homens, dados de 2010 do IBGE, sendo
numa faixa etária de trinta e um a quarenta anos; apresentando duzentos e vinte e
dois domicílios particulares e coletivos, é uma estimativa de 2010. Os serviços em si,
meio socioeconômico: o bairro de Santa Cruz não possui rede de esgoto, esgotamento
sanitário por fossa séptica; o recolhimento de resíduos sólidos é feito pela prefeitura
de Campos; o abastecimento de água é realizado pela Águas do Paraíba; e o sistema de
energia fornecido pela ENEL. Em relação também a questão de educação: no bairro de
Santa Cruz, 60% da população concluiu o ensino fundamental, no entanto, 10%
apresenta o ensino superior incompleto, então você tem um contraste muito grande
aqui. Esse aqui é o exemplo da creche, da Escola Municipal do bairro. Novamente, a
questão do bairro de Santa Cruz, você tem as questões dos serviços existentes, linhas
de ônibus, destacamento da polícia, a igreja do bairro e também a área de lazer, que é
a praça. Em relação ao questionamento, a percepção ambiental, todo o questionário
que foi apresentado pelo Órgão Ambiental, o modelo, para poder ser aplicado, foi
apresentado e foi favorável ao empreendimento, tem 100% “bom”, onde as
expectativas apontadas, principalmente pela geração de emprego, possibilidade de
valorização dos imóveis e aumento da segurança. No momento do levantamento, de
todo esse levantamento, não foi identificado nenhum tipo de Associação no bairro de
Santa Cruz, como Associação de Moradores e outros exemplos, caso venha a ocorrer.
A questão arqueológica: a questão arqueológica da região, como se diz também
Campos do Goytacazes, mesmo na área do empreendimento, foi feito o levantamento
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de acordo com as normas do IPHAN, levantamento de diagnóstico não interventivo,
procurando vestígios e restos arqueológicos ou de alguma cultura anterior, não foi
identificado. O Relatório feito pelos arqueólogos, presente no EIA/RIMA, foi que a
presença de sítios ou vestígios arqueológicos no terreno do empreendimento é nula,
então descarta a presença em função de toda atividade de pastagem e atividade de
remoção de solo, revolvimento, descaracterizando qualquer tipo de ocupação anterior.
Em relação à análise de risco: A análise de risco foi feita pela empresa Eidos do Brasil,
referência em relação a análise de risco no Brasil, mais no estado do Rio de Janeiro.
Ela identificou cinquenta e três hipóteses acidentais, dentro dessas hipóteses
acidentais, onde foi uma avaliação qualitativa, ela selecionou nove hipóteses
acidentais quantitativas, que foi o Programa do cenário de simulações. Então, ela teve
uma modelagem matemática que seleciona essas nove, dessas nove hipóteses
acidentais, dessas simulações, foi obtido um correspondente de 1% de letalidade, no
caso foi um (...) de grande vazamento de gás natural, esse cenário. No entanto, em
função da localização, ela não atinge a população mais próxima, por estar localizada há
uma distância bastante superior a essa. Então os riscos proporcionados pela operação
da UTE Santa Cruz em ciclo simples, são considerados toleráveis, não sendo esperados
danos à população circunvizinha. Além disso, a questão de ter o risco, mas eles são
toleráveis e são bem reduzidos, o próprio Estudo trouxe também vinte e sete medidas
mitigadores que vão ser implantadas, no caso da implantação do empreendimento.
Pode-se citar: a questão do acionamento de um plano de emergência; inspecionar,
manter e testar equipamentos de segurança; prever a realização de simulados de
emergência; acionar o plano de resposta de emergência, quando for necessário;
treinamento operacional; seguir o programa de treinamento de situações de
emergência; seguir o programa de dispersão e manutenção de testes do sistema de
segurança. Agora, em relação à análise meteorológica: Em relação à análise
meteorológica, um dos itens fundamentais ao falarmos de uma usina termelétrica, tem
que entender a questão dos poluentes de dispersão e também a questão climatológica
do entorno, isso a gente chama de camada limite da atmosfera, a CLA , no caso CLA é a
camada chamada troposfera, é onde nós vivemos onde ela tem uma altura média de,
mais ou menos, dois quilômetros, onde ela tem uma relação muito forte com o solo e
ela consegue, em caso de uma queimada, ela consegue alterar drasticamente a
questão da CLA, essa camada de limite atmosférica, ela tem um envolvimento, uma
relação muito rápida. Então, no Estudo, foi feito um levantamento, a CLA é mais
profunda nas estações de verão e primavera. E o que é mais profunda? É mais alta, ela
consegue ter mais altura, então ela consegue se dispersar, quando você tem uma
camada do limite da atmosfera mais alta, ela consegue aumentar o potencial de
dispersão, favorece a dispersão de poluentes, então ajuda na dispersão. No caso aqui
também, como foi indicado no Estudo, essa parte da dispersão é encontrada melhor
no fim da tarde, você pode ver, ela começa as oito horas da manhã, na realidade, seu
pico fica entre às dezesseis horas até, aproximadamente, às dezenove, então nesse
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momento é onde ela tem o melhor, o ótimo, de dispersão de poluentes na região.
Então, somada a essa questão e também com esse Estudo, foi observado que no
período noturno a forçante é bastante mecânica, por que? A ressuspensão, a questão
de você ter uma dispersão de poeira, um incêndio, se você tiver a fuligem, isso é uma
questão mecânica, então não é uma forçante térmica. E o período noturno é menos
favorável para a dispersão atmosférica, como você pode ver aqui, seis horas da manhã,
enquanto a partir das vinte horas, você tem uma baixa muito grande dessa camada do
limite atmosférico, o que prejudica e não é favorável a dispersão. Então, toda a
questão da operação deve levar em consideração essa questão da dispersão
atmosférica. Fora isso, vem os estudos dos inventários das emissões de poluentes do
ar, nos inventários foram levados em consideração, esses gases, que são do efeito
estufa: monóxido de carbono, dióxido de carbono, o metano e óxido nitroso;
considerando três cenários, no caso aqui nós temos dois e vamos ter o terceiro em
seguida, que é a questão da usina termoelétrica; os gases gerados tanto na operação,
os gases gerados no City Gate, aqui já está em separado os dois itens, foram
levantados esses cenários. Em seguida, também são associados a esses dois cenários,
tanto da Usina Termelétrica, tanto do circuito City Gate, foi considerado também,
conforme a Instrução Técnica, você considerar empreendimentos que têm a geração
de dispersão ou de poluentes num raio de dez quilômetros, o que foi encontrado foi a
Usina Termelétrica de Campos e de Furnas, já em operação, que foi incluída também
no Estudo para fazer essa questão da sinergia. Então, considerando a Usina
Termelétrica de Campos, fica a cinco quilômetros de distância da UTE Santa Cruz e a
dois quilômetros de distância do City Gate, esse cenário foi todo levantado, levantando
todas as possíveis gerações de gases, de efeito estufa, a serem calculados. Com esse
levantamento, aqui estão todas as questões dos gases contemplados, foi feito essa
notificação e esse inventário, chegou-se no valor de quatrocentos e setenta e cinco mil
toneladas de dióxido de carbono/ano. E esse valor vai ser compensado, vai ser uma
compensação energética, de acordo com o Decreto Estadual, que a própria Usina
Termelétrica Rolugi faz essa compensação na sua operação, isso já é cotado, já é
estipulado. Além disso, a questão do inventário, também teve a questão da
modelagem de dispersão de poluente, por exemplo, para o monóxido de carbono, o
óxido nitroso, que é um dos grandes vilões das usinas termelétricas, (...) os carbonetos
totais, como é o comportamento desses gases na operação dessa usina? Como vai se
fazer? Com toda essa simulação, com esses dados levantados e com os equipamentos
previstos para serem implantados, foi feito uma simulação, que através desse
software, que é chamado airbolt, ele fez a modelagem e chegou nesses indicativos,
nesses valores. Onde, em verde, onde tem essas colunas em verde, foram os
resultados obtidos com essa simulação. Podem observar que esses aqui, tanto azul e
em vermelho, aqui no óxido nitrogênio, como monóxido de carbono, esse em
vermelho e azul, são os limites permitidos pela Resolução CONAMA 03/1990, no caso.
Em verde, são os limites obtidos com a simulação desse software, com os
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equipamentos que vão ser implantados, futuramente, para a implantação do
empreendimento, então, pode ver que eles estão bem abaixo dos padrões da
CONAMA 03/1990. Somente os hidrocarbonetos não estão contendo na CONAMA,
mas mesmo assim foi um valor abaixo, eles não foram colocados porque não existe um
padrão brasileiro. Além disso, desse cenário também, teve a questão do cenário de
sinergia, como seria também o óxido de nitrogênio, considerando a Usina Termelétrica
de Campos, como é que seria esse comportamento? Como é que seria esse efeito? A
soma dessa geração, como seria a soma desses poluentes? Foi considerado também
com os padrões, como foi apresentado anteriormente, nesse raio de dez quilômetros,
de cinco quilômetros da altura de Campos, também as concentrações estimadas para
os poluentes são extremamente baixas, não ultrapassando em nenhum momento os
limites estabelecidos. Então, os dois cenários, tanto dos poluentes na geração normal,
quanto a geração sinérgica, todos os poluentes estão dentro dos padrões e abaixo das
expectativas ou abaixo dos limites. Essa é só uma resposta esquemática, que
representa a questão do óxido de nitrogênio no cenário de sinergia, essa é uma
resposta desse programa airbolt, isso aqui é uma radiografia do local, uma imagem de
satélite, onde ele plota a dispersão, como vai se comportar, isso aqui é uma cenário
horário, como pede a Resolução CONAMA 03/1990, o cenário de uma hora e o cenário
também do alto, como ele vai se comportar. Então, a concentração fica próxima, e
informa que os limites estão aceitáveis, estão bem abaixo do esperado. Então, as
considerações da nossa modelagem de dispersão atmosférica: Que as estimativas de
concentração de todos os poluentes salientados foram extremamente baixas, não
ultrapassando em nenhum momento os padrões da qualidade do ar. Conclui-se que a
UTE Campos, somadas as emissões da UTE Santa Cruz, pouco modificam o padrão da
qualidade do ar, quando comparado com o cenário da UTE de Santa Cruz. Além disso,
a UTE Santa Cruz não tornará a qualidade do ar inadequada na região de estudo, o que
é um fator muito importante quando se fala de usina termelétrica. Em relação à
metodologia de avaliação dos impactos ambientais, agora dessa parte anterior, vimos
toda parte de diagnóstico, estudos relacionados, agora vamos avaliar os impactos
confrontando com todo o diagnóstico e com os estudos dos impactos a serem gerados.
A metodologia de avaliação dos impactos, inicialmente tem as avaliações de impactos,
onde tem estabelecimento de tributos e critérios, atividades impactantes e os
impactos ambientais. Tem a segunda parte, que é a avaliação de compatibilidade, que
vai avaliar se os planos e programas, existentes no município e no Estado ou para
serem implantados no município, estão em conjunto ou não estão conflitando com a
proposta do empreendimento, e a avaliação dos cenários ambientais. Cenários
ambientais, o que é? Você entender como é que o cenário atual, como é que está o
ambiente; o cenário tendencial, como é que ele, possivelmente, vai se comportar com
a não instalação do empreendimento, se ele vai se degradar ou não; e com o cenário
futuro, com a implantação do empreendimento, entendendo como cenário atual, se
ele vai ter um ganho ou vai ter prejuízo nas questões ambientais. Vamos passar para
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avaliação dos impactos: Os critérios e atributos utilizados obedeceram à Diretriz
Técnica 041, Revisão 3, do INEA, então foi tudo baseado no próprio órgão ambiental, e
esses foram os critérios que foram desenvolvidos e foram avaliados para avaliação de
impacto. Para se avaliar o impacto, os critérios, além daqueles, você tem a
convergência dos critérios em função de magnitude, que é a abrangência, ocorrência x
a cumulatividade; mais a intensidade, que é a efetividade de grau e (...) de sinergismo
que, somada a questão da intensidade e magnitude, vai gerar a importância, que é a
questão principal dentro do Estudo. A importância do impacto, tanto a questão da
importância negativa, quanto na questão da importância positiva. A importância
negativa vai ter medidas mitigadoras e vai ter programas ambientais para serem
mitigados ou compensados, e as medidas positivas, com importância positiva, vão ter
medidas ou programas que vão potencializar o seu efeito, dando o resultado positivo
para o empreendimento e para a comunidade, onde vai haver a instalação do
empreendimento. Uma definição do que é o atributo importância? Importância é o
impacto em seu potencial de transformar o ambiente em relação aos demais impactos
considerados. Quanto maior o modo de importância, maior será a hierarquia do
impacto entre a totalidade dos impactos ambientais existentes, com um maior grau de
transformação que poderá causar no ambiente em relação às transformações
possíveis. Então, a importância é um fator predominante para o desenvolvimento do
impacto. Em relação ao tempo, a fase de implantação será de doze meses, que é a
Licença de Instalação, após obter a Licença Prévia, como foi explanado pelo professor
Anselmo, se vai nesse período ser autorizado para construir, ter a Licença de Instalação
e a construção das estruturas relacionadas à UTE. Após o término da implantação, da
construção, vai ser dada a Licença de Operação. Obtendo-se a Licença de Operação,
você começa a operar nessa estrutura da UTE e nas estruturas associadas durante um
horizonte, no caso aqui estabelecido, é de vinte anos. Alguns impactos ambientais
identificados, no levantamento foram identificados quarenta e um impactos
ambientais dentre esses, vinte e nove impactos negativos e doze impactos positivos.
Desses vinte e nove impactos negativos, seis se representaram relevantes, e doze
impactos positivos, quatro foram significativos e relevantes. Lembrando que os
impactos positivos se apresentaram como o maior grau de importância, então eles
tiveram valores maiores, isso em relação a avaliação de impacto. A relação dos
impactos negativos relevantes, a gente pode destacar: Interferência da qualidade do
ar, mesmo com todo aquele levantamento, o inventário de gases, toda modelagem, a
questão meteorológica, o airbolt que foi levantado, teve questão de interferência na
questão da qualidade do ar, mas é muito singelo, muito reduzida. No entanto, vai ter
um Programa de controle e monitoramento da produção atmosférica. Alteração da
paisagem natural, o que é? É o impacto visual, onde hoje existe um pasto, vai ter a
implantação de uma Usina Termelétrica, isso vai ser tanto na instalação, quanto na
operação, então o Programa de educação ambiental vai estar lá para auxiliar e
trabalhar com esse propósito. A questão de supressão e remoção de vegetação, apesar
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de ser uma vegetação secundária, já existente, também tem um Programa de controle
de supressão de vegetal específico. Afugentamento e perturbação da fauna, existe
uma fauna presente, mesmo que seja de elementos secundários, você vai ter também
um Programa de monitoramento, resgate e translocação dessa fauna. Da mesma
forma, também no meio socioeconômico, restrição do uso de solo, implantação no
local onde vai ter a linha de transmissão do gasoduto e da adutora, você não pode
plantar e você não pode construir, então você vai ter restrições, mesmo assim, o
empreendedor vai comprar essas áreas, então essa restrição já foi contemplada, vai
ter um Programa específico. Assim como, no início da implantação tanto do gasoduto
quanto da adutora, também vai ter interferência em uma faixa da rodovia, que vai ser
pontual, é só uma questão no período de instalação, depois vai cessar mas, mesmo
assim, vai ter um Programa ambiental específico para mitigar esse impacto. Relação
dos impactos positivos: Vai ter a questão do aumento da arrecadação de taxas e
impostos, porque você vai ter uma Usina Termelétrica gerando, isso para o município.
A questão do requerimento de oferta de energia do sistema interligado nacional, isso é
em nível nacional, transcende a questão do município e do Estado. Geração de
empregos locais e também no município, tanto no bairro, quanto no município, em
função da mão-de-obra, e isso aqui vai ter uma relação muito grande com o Programa
de comunicação social, que vai potencializar essa ação, sendo um canal entre o
empreendimento e a população, onde vai poder se trocar e-mails, onde vai ter um e-
mail específico para poder conversar e até possivelmente atender às expectativas da
população. E também a questão do replantio, do reflorestamento de vegetação numa
área próxima, numa área já destinada para poder fazer o plantio e o enriquecimento
vegetal próximo, que é o Programa de replantio e reflorestamento vegetal. Em
seguida, esses são os demais impactos ambientais listados, do meio físico e biótico,
com seus períodos e seus Programas relacionados, e para o meio socioeconômico
também. E esses são os impactos positivos para o meio socioeconômico e meio
biótico, com seus Programas associados. E agora as avaliações de cenários
identificados: Avaliação da compatibilidade, foi feita a avaliação da proposta de
desenvolvimento da Usina Termelétrica com os programas relacionados,
desenvolvimento do município e do bairro. Foi levantado, identificou-se que esses
Programas não tiveram nenhum conflito, teve a proposta de implantação e ela foi
aceita de forma positiva para o desenvolvimento sustentável da região de Campos,
questão também do desenvolvimento econômico, então veio a convergir com a forma
positiva, então não teve conflitos. A questão do cenário atual, hoje o
empreendimento, na área onde se pretende implantar o empreendimento é
praticamente degradada, em todos os meios e compartimentos ambientais, resultado
das atividades agropecuárias. Cenário tendencial, no caso, o cenário tendencial levará
o terreno a continuar da mesma forma e permanecerá sem qualquer implantação, não
há um aumento da degradação existente, então não proporcionaria nenhum beneficio.
Já no cenário futuro, que é a questão da implantação do empreendimento,
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comparando com o cenário tendencial e o atual. Com essa comparação a implantação
do empreendimento, com a sua implantação, na parte positiva, ganhos ambientais
para aquela região, assim como medidas de controle, plantio na região,
monitoramentos extensivos, que vão ser muito importante para a ocupação urbana
ordenada do local e desenvolvimento sustentável do bairro. Esse é o cenário
quantitativo, “n” indica melhorias, e “m” melhoria acentuada. Toda a visão que se tem
do cenário do empreendimento, você tem essa melhoria acentuada aqui, onde é bem
expressiva. Medidas mitigadoras e compensatórias, essas são as medidas mitigadoras,
algumas que vão ser implantadas: vamos implantar um sistema de controle e emissões
atmosféricas; implantar projeto de plantio e reflorestamento vegetal; estabelecer
distância mínima para residência ou moradias próximas a linha de transmissão;
construções de instalações físicas apropriadas para armazenamento de bombonas de
óleos e graxas; implantação de dispositivos de tratamento de efluentes líquidos, isso
tanto na instalação, quanto na operação; instalar filtros nas chaminés da Usina
Termelétrica de Santa Cruz; executar o Programa de monitoramento de ruídos;
implantar o Programa de monitoramento e controle da qualidade da água; implantar o
Programa de gerenciamento de resíduos sólidos; essas são algumas das medidas.
Agora os Programas Ambientais, essa é a lista dos Programas a serem implantados
tanto na instalação, quanto na operação do empreendimento, isso em cada momento,
vai ser subsequente: A Gestão ambiental, de uma forma geral, tanto na instalação,
quanto na operação; o PAC, na instalação; e os demais, tanto na operação, como
também na instalação. Conclusões: O empreendimento apresenta-se viável, desde
que sejam implantados os projetos ambientais, medidas mitigadoras e planos de
monitoramento recomendados nesse Estudo. A Equipe Técnica que participou, foram
esses nomes aqui, tiveram outros indiretos que também participaram conosco.
Obrigado pela atenção.
Maurício Couto: - Obrigado, Camilo, pela apresentação. Então senhores, seguindo o
rito da Audiência Pública, nós vamos fazer o intervalo, nós vamos ficar aqui na mesa
aguardando as perguntas, durante esse período de quinze a vinte minutos, e quem
estiver fazendo ou já fez a pergunta, pode levantar a mão, que uma de nossas
atendentes vai trazer a pergunta para a mesa. Então fica suspensa por 20 minutos a
nossa reunião. Vamos para o intervalo e tem um lanche aqui ao lado.
INTERVALO
Maurício Couto: - Eu gostaria de saber se tem mais alguém elaborando perguntas?
Vamos aguardar. Mais alguém elaborando pergunta? Porque depois que a gente
encerra, essas perguntas que forem encaminhadas posteriormente ao fechamento, ela
será anexada ao processo e respondida posteriormente, dentro desse prazo dos dez
22
dias, mas se alguém estiver elaborando a gente aguarda ainda, tem mais uma pessoa,
aproveitando para registrar a presença do Superintendente do INEA, doutor René
Justen, obrigado pela participação. Bom, enquanto o colega está elaborando a
pergunta, nós vamos encerrar então as inscrições, nós temos uma, duas, três, quatro,
cinco, seis, sete, oito, com essa que está sendo elaborada, oito perguntas que foram
encaminhadas à mesa, e a solicitação de um participante para fazer o uso da palavra.
Então, conforme eu disse no início da Audiência, primeiro nós vamos começar com as
perguntas que foram encaminhadas à mesa, com as respectivas respostas e,
posteriormente, a gente passa para o último, que tem uma pessoa só inscrita para
fazer o uso da palavra. Bom, então dando início às perguntas que foram encaminhadas
à mesa, como eu disse também a gente separou por grupos para agilizar as respostas,
e em relação à mão-de-obra, foi o maior número de perguntas. Nós temos a pergunta
aqui da Mariana Gomes: Ela gostaria de saber quais serão as principais contratações
em nível superior? Qual será a maior demanda profissional, e se haverá demanda de
serviços de empresas municipais? outra pergunta aqui também sobre mão-de-obra,
mas a pessoa não quis se identificar: “A empresa vai oferecer cursos aos funcionários?
A mão-de-obra terá que nível de estudo? Além do salário, quais são os outros
benefícios que a empresa oferecerá aos funcionários?” E a do Ismael Serpa, ele
pergunta: “A geração de empregos sem formação profissional, e que nível escolar, se
vai gerar que tipo de emprego e se há algum projeto nesse sentido de capacitação?”
Então, por favor, se a empresa quiser responder essas três perguntas relativas a mão-
de-obra, Se quiser eu repito. A Mariana quer saber quais serão as principais
contratações de nível superior dentro daquele número que vocês apresentaram de
mão-de-obra, que serão contratados durante as duas fases, a fase de construção e a
fase de operação, qual o nível profissional e também se serão geradas demandas para
empresas municipais, para atendimento às obras e A operação? E as outras duas vão
no mesmo sentido. E tem uma que ainda pergunta se vai haver capacitação para os
que não têm uma qualificação técnica, se está previsto isso?
Clóvis: - Boa noite, meu nome é Clóvis, eu sou engenheiro da Rolugi. É o seguinte, em
relação à primeira pergunta sobre nível superior, vai ter sim, engenheiros químicos,
pessoal de controle de água, controle de processo, todo mundo, segurança do
trabalho, engenheiros e técnicos. Em relação a treinamento e capacitação, é a primeira
coisa que vai ter na empresa. Porque é um tipo de trabalho que não é normal aqui em
Campos ainda, é claro que tem a Furnas, que tem uma termelétrica a gás, mas aqui só
em Macaé, então a mão-de-obra aqui não tem gente especializada, a não ser que
venha de Macaé. Vocês disseram em relação à demanda?
Maurício Couto: - Isso, em relação ao nível de escolaridade também e demanda de
empresas municipais, firmas municipais que vão atender às obras.
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Clóvis: - Existiram terceirizados em relação ao transporte, em relação à operação
assistida, e também a parte de linha de transmissão, por norma da NOS, ela tem que
ser terceirizada para uma empresa autorizada da ONS, então não é pessoal da Rolugi
que vai fazer isso. Em relação à mão-de-obra não especializada, no início das obras,
fundação, essas coisas, a mão-de-obra não é especializada, é pessoal mais braçal, aí
quando chegar na hora da operação, aí tem que treinar porque são máquinas
altamente tecnológicas.
Maurício Couto: - Em relação àquela pergunta, após uma possível contratação, se
haverá algum outro tipo de benefício para os contratados, além dos salários,
benefícios em relação à contratação de funcionários.
Clovis: - Essa parte de plano de saúde, isso é parte da diretoria, é bem provável que vai
ter, porque todas as empresas têm esse tipo de benefícios.
Maurício Couto: - Até pelas leis trabalhistas vigentes hoje. Agora tem duas perguntas
em relação à preocupação com o risco: “Qual a probabilidade de explosão de
componentes, vazamentos de gás na UTE, e se houver algum acidente desse porte
como os moradores vão ser avisados, com que freqüência e com que urgência?” Essa
também não quis colocar o nome. E a outra é do Felipe Carvalho também nessa linha
ele pergunta: “Em relação aos itens de segurança, nós sabemos que a usina estará
localizada dentro do bairro e pegando uma área que pode chegar até Nova Brasília,
bairro ao lado, caso haja um rompimento de tubulação a localidade estará segura dos
riscos?” Se as localidades, tanto o bairro de Santa Cruz quanto o bairro de Nova
Brasília, que são bairros vizinhos, se no caso de um acidente, rompimento de
tubulação, se elas estarão seguras, e também sobre a probabilidade de explosão de
um vazamento de gás na UTE?
Camilo Souza: - Gente, boa noite. Em relação aos riscos de explosão, a análise de risco
que foi gerada, vocês viram na apresentação, ela excluiu e deixou bem claro a questão
dos riscos da exposição da comunidade e dos cenários que podem acontecer. Então,
não vou falar que são desprezíveis, porque riscos não são desprezíveis, mas ele tem
um perigo de 1% de letalidade, como vocês viram na apresentação. E todas as
medidas, que são o plano de emergência, as medidas a serem tomadas, treinamentos
simulados para à população, vão ser desenvolvidos e vão ser implantados para poder
mitigar e minimizar o máximo possível.
Maurício Couto: - Você pode colocar o slide, você acha que consegue, de novo?
Camilo Souza: - Acho interessante, por favor. Além dessa questão, tem o Plano de
Atendimento a Emergência, que é um dos programas, junto à questão da comunicação
social, dentro do escopo da comunicação social, trazer a comunidade para próximo,
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estar tendo uma interação entre comunidade e operação, se caso tiver algum
acidente, vamos ter procedimentos, um aviso, um sino sonoro, qualquer tipo de
informe para comunicar imediatamente a população qualquer risco que venha, ou
incidente que venha acontecer. Em relação às tubulações, a do GASCAV, ela é
enterrada, assim como a tubulação também do gasoduto vai ser enterrado, isso reduz
muito o risco em relação à acidentes ou vazamento. E também a questão do
vazamento, você tem centrais de regulação, o citygate é um ponto onde vai ter um
monitoramento constante e automático de qualquer tipo de oscilação da pressão ou
vazamento de material, porque esse material além de ser, ele é um combustível, ele é
(...) então tem a preocupação, além do risco, que também é um fator primordial para a
operação. Então todos esses dados foram levantados, foram identificados e as
medidas vão ser implantadas e vai ter uma interação constante com a comunidade.
Mesmo a questão dessa proximidade, essa proximidade também vai ser minimizada,
esses riscos, com essas ações sociais de contato, treinamento. E como o Clóvis falou
também, o engenheiro responsável, a parte inicial de instalação vai absorver uma
mão-de-obra, que é em função desse período. E na operação também vai ter esse
treinamento, onde também vai ter essa conversa, conforme o tempo, esses
equipamentos, todos os indicadores, sensores, vão ser constantemente conhecidos,
reduzindo maximamente esse perigo ou risco, se houver. Esse aí é o slide, são vinte e
sete medidas mitigadoras que foram levantadas pela análise de risco. Pode passar o
anterior por favor, então vocês podem ver a sequência, que foram feitas cinqüenta e
sete hipóteses acidentais, que foram qualitativas, dessas, nove foram quantitativas,
foram para o simulado, uma simulação matemática, dessas, 1% de letalidade a, mais
ou menos, uma distância de cento e trinta metros, no caso de um grande vazamento
de gás natural, mas, isso é muito pouco, essa questão do vazamento, 1% de letalidade
é muito pequena em relação ao risco, mas mesmo assim não atinge a população mais
próxima, e ela tem os riscos que são bem toleráveis, para essa operação da UTE. Quer
complementar alguma coisa? Vocês querem complementar?
Maurício Couto: - Tem mais uma pergunta que chegou agora, que estava sendo escrita
aqui, pelo primeiro nome eu não estou conseguindo entender, mas é Costa Fidélis o
sobrenome, é também em relação à mão-de-obra, uma coisa já foi respondida ali pelo
Clóvis: “As principais contratações em termo de escolaridade? Teremos que cursos
profissionalizantes?” Também naquela linha, que você respondeu, mas ele pergunta
aqui uma que não tinha sido ainda englobada: “Gostaria de saber se darão preferência
a moradores do bairro de Santa Cruz, dentro da contratação de mão-de-obra e o que
será oferecido pela empresa aos moradores lá de Santa Cruz, que outros tipos de
benefício?”.
Camilo Souza: - Vou responder junto ao Clóvis, já tem essa interação há mais de dois
anos, até desenvolvendo o projeto, dentro dos programas também. A prioridade,
nessa parte inicial e também na operação, é ter a contratação de mão-de-obra local,
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porque sempre, em qualquer empreendimento, você tem essa prioridade. Os
treinamentos em si, estão ao longo da construção, dentro de programas internos,
esses programas que foram apresentados, são programas ambientais, fora os
programas da própria operação e da própria instalação, então estão cotados nesses
treinamentos. Esses treinamentos acho que aí o Clóvis vai acrescentar quais são os
possíveis treinamentos, eu vou passar para ele.
Clóvis: - Na realidade, eletricistas, instrumentistas, mecânicos, analistas de laboratório.
Esse tipo de trabalho pode ser treinado, inclusive o pessoal que já trabalhava em
usinas, tem laboratório de águas, então pode ser uma base para trabalhar na parte de
águas. A parte de gás, espectrofotômetro, essas outras coisas, quem trabalhou em
usina, já trabalhou com controle de álcool, não é? Mas todo treinamento vai ser
direcionado, além dos que não têm formação como técnico ou tecnólogo, até os
engenheiros também, porque muitos engenheiros não têm experiência com máquinas
de 700, de potencial 20 KB, essas coisas. Entendeu? E aqui vai ser treinado todo
mundo.
Maurício Couto: - Clóvis, a idéia também é fazer algum tipo de convênio com SENAI,
SENAC, para aproveitar os cursos que eles já fazem nesse sentido, para poder fazer o
treinamento? Ou seria treinamento especificamente feito pela empresa?
Clóvis: - Não, no EIA/RIMA já foi até mencionado a utilização dessas instituições locais.
Maurício Couto: - Obrigado. Bom, tem uma pergunta aqui do José Fernando, ela não é
pertinente à Audiência, mais uma informação que ele quer da empresa, mas eu vou
fazer de qualquer forma, não sei se a empresa fica à vontade para responder ou não,
mas também pode, depois da Audiência, conversar direto com o José Fernando. Ele diz
que é sobre a usina em que ele foi funcionário, está com ela na justiça e até hoje ainda
não foi resolvido, se essa questão trabalhista, vocês têm alguma solução sobre a
questão, e o que você pode dizer para ele em relação a isso? Se você quiser, depois da
Audiência, conversar com o José Fernando, para ver em que pé está, que eu acho que
é mais pertinente. As perguntas escritas acabaram, eu vou passar a palavra então para
o Ranulfo Ribeiro, que pediu para fazer uso da palavra. O Ranulfo está ai? Ranulfo, aqui
na frente, por favor, porque está sendo filmado, aí você se identifica, porque, como
falei, está sendo gravado e vai fazer parte dos autos do processo de licenciamento.
Ranulfo Ribeiro: - Olha, filmado é mais caro, boa noite, boa noite para os
componentes da mesa. Acompanhei atentamente, ao lado do meu amigo Luís Mário
Concebida, da FIRJAN, e quero fazer algumas breves considerações. Em primeiro lugar,
tem aqui na sala também uma liderança do setor agrícola da cidade, a linha que, hoje,
a elite dirigente, a elite intelectual da cidade pensa é exatamente da diversificação
produtiva da cidade, e aí é que o projeto trazido, hoje, para nós, nessa Audiência, ele
vai nessa direção. É muito importante que projetos desta magnitude e desta
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complexidade venham para a cidade por um motivo muito simples, a cidade tem cem
mil pessoas trabalhando formalmente, com carteira assinada. Entretanto, algo como
50 a 60% das pessoas que trabalham na cidade formalmente, com carteira assinada,
trabalham em segmentos de baixíssima complexidade, então um projeto dessa
magnitude que aumenta o grau de complexidade industrial para a cidade, é muito
bem-vindo. E digo mais, desses cem mil que a cidade possui, hoje, formalmente,
trabalhando com carteira assinada, apenas sete mil, apenas sete mil, estão no setor
industrial, que é o setor exatamente desse projeto, não é? Portanto, o projeto é
intensivo e capital, portanto não vai gerar aqueles grandes empregos imaginados na
ponta final, provavelmente duzentos, mais 200 indiretos, quando estiver tudo
implantado, mas vai acrescentar muito no primeiro movimento, através do segmento
da construção civil. Que é um segmento que, hoje, na cidade, vive uma crise enorme,
você tem hoje, segundo a minha estimativa, eu acompanho a conjuntura local com
muita exigência, a cidade tem hoje trinta e cinco mil desempregados, dos quais uma
parcela expressiva é da construção civil. Portanto, se na primeira fase, a partir do
licenciamento, a partir do Estudo, muito bem feito, nós tivermos a chance de na
construção civil já incorporar ao processo produtivo e, consequentemente, a carteira
assinada, alguma coisa como mil e quinhentas pessoas, duas mil pessoas, três mil
pessoas, vai ser muito positivo para a cidade, uma cidade que nesse momento vive
toda essa dificuldade. Segundo ponto importante é que esta crise, colocada no
relatório, ela simplesmente fez com que, hoje, trinta e duas mil famílias, repito, trinta e
duas mil famílias estejam no cadastro do Bolsa Família. E se você fizer uma
comparação dessas trinta e duas mil famílias, há um ano atrás, foram duas mil famílias
que, em função da crise, em função do desemprego, em função da queda da renda,
entraram no programa Bolsa. Portanto, mais um motivo para que o investimento, que
vai dar complexidade à cadeia produtiva local e gerar emprego, ser bem recebido. E o
terceiro ponto, é que a produção instalada, imaginada aqui nesse projeto é
equivalente a um terço de uma UTE que já está implantada em nossa região, em
Macaé. Esta UTE, segundo as estimativas mais recentes, ela gerou em 2015 um bilhão
e meio de faturamento, ora, ao gerar um bilhão e meio de faturamento, supondo que
essa aqui gere um terço, ela vai acrescentar ao valor adicionado fiscal da cidade um
valor bastante expressivo. E o que quero dizer com isso? É que quando ela acrescentar
este valor ao valor adicionado fiscal, o ‘dinheirinho’ vai pingar no caixa da Prefeitura,
na forma de ICMS. Portanto, são três pontos muito importantes que estamos
discutindo aqui nessa noite: um - tentar minimizar uma crise social que gerou trinta e
duas mil famílias no Bolsa Família; dois - mil e quinhentos novos empregos na
construção civil, que vão ser muito bem vindos, principalmente para os empregos de
nível mais baixo; e o terceiro ponto, e não menos importante, porque hoje a cidade
viveu praticamente um locaute em função das seríssimas dificuldades financeiras que a
Prefeitura passa; e o terceiro ponto é que ao gerar um valor adicionado fiscal a partir
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do seu faturamento, a partir da sua produção, vai ajudar à Prefeitura a arrecadar mais
ICMS. São as três considerações que eu queria colocar, muito obrigado.
Maurício Couto: - Obrigado, Ranulfo, pelos esclarecimentos, é bom a gente ter uma
visão também de uma pessoa que conheça bastante os dados aqui da região, do Norte
Fluminense, a situação que está e o que esse empreendimento pode vir a trazer, caso
ele seja licenciado, consiga obter tanto a Licença Prévia, quanto, posteriormente, a
Licença de Instalação e, no futuro, a Licença de Operação. Bom, senhores, todas as
perguntas que foram encaminhadas à mesa foram respondidas a contento, quem se
inscreveu para fazer o uso da palavra, também o fez. Eu gostaria de lembrar a vocês
que nós temos dez dias ainda para manifestações, vocês entregarem, encaminharem
ou diretamente nos endereços, ou diretamente no local, ou por correio eletrônico,
estão escritos aqui no final do folheto, durante os próximos dez dias, então o INEA vai
estar aguardando as manifestações, se vocês acharem necessário. E queria agradecer a
participação de todos e declaro encerrada a Audiência Pública. Muito obrigado, boa
noite.