ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO CONTROLE DA PNEUMONIA … · HYGOR MARCELINA BROEDEL . ASSISTÊNCIA...
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FACULDADE CATLICA SALESIANA DO ESPRITO SANTO
HYGOR MARCELINA BROEDEL
ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM NO CONTROLE DA PNEUMONIA EM PACIENTES SUBMETIDOS A VENTILAO MECNICA
VITRIA
2016
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HYGOR MARCELINA BROEDEL
ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM NO CONTROLE DA PNEUMONIA EM PACIENTES SUBMETIDOS A VENTILAO MECNICA
VITRIA 2016
Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao Curso de Graduao em Enfermagem da Faculdade Catlica Salesiana do Esprito Santo/ES, como requisito para a obteno do ttulo de Bacharel em Enfermagem. Orientador: Profa. Dra. Thase Valentim Madeira
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HYGOR MARCELINA BROEDEL
ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM NO CONTROLE DA PNEUMONIA EM PACIENTES SUBMETIDOS A VENTILAO MECNICA
Trabalho de Concluso de Curso da Faculdade Salesiana de Vitria do Estado do
Esprito Santo/ES do curso de Graduao em Enfermagem.
Apresentado e aprovado em______ de_______________ de 2016.
_________________________________________ Profa. Dra. Thase Valentim Madeira Orientadora
__________________________________________ Prof Dr Livia Bedin
_________________________________________ Prof Me. Cludia Curbani
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Dedico esse trabalho aos meus pais que sempre
acreditaram que chegaria a conquista
dos meus sonhos. Ao Ronaldo por ter me
dado o ponta-p inicial e ter sempre me dado
o apoio necessrio. Aos meus irmos Rmulo
e Bruno pelo carinho e fora que me deram,
por estarmos sempre juntos nos momentos
mais importantes, a famlia Marcelino e aos
meus amigos sou feliz e grato, pois, fui abenoado
com um extraordinrio conjunto de pessoas
nicas com que posso compartilhar a minha vida.
So pessoas que atravs de sua presena,
seus sorrisos, seus abraos, apoio, compreenso,
amor e amizade, do sentido minha vida
e a tornam mais fcil e prazerosa de viver.
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AGRADECIMENTOS
Aps tantos obstculos enfrentados ao longo desta caminhada, com fora de
vontade, perseverana e acima de tudo muito comprometimento finalmente consegui
realizar este feito, no entanto nada teria conquistado se no fosse presena de
alguns envolvidos que me ajudaram durante esta minha trajetria.
Assim, deixo meus agradecimentos:
Deus, pela fora e coragem durante toda essa longa caminhada, pois, grandes
foram as lutas, maiores as vitrias. Sempre esteve comigo. Muitas vezes, pensei que
este momento nunca chegaria. Queria recuar ou parar, no entanto, Tu sempre
estavas presente, fazendo da derrota uma vitria, da fraqueza uma fora. Com a Tua
ajuda venci. A emoo forte. No cheguei ao fim, mas ao incio de uma longa
caminhada.
Aos meus pais Maria Antnia Marcelina Broedel e Vanilton Jos Broedel que hoje
sorriem orgulhosos ou choram emocionados, que muitas vezes, na tentativa de
acertar, cometeram falhas, mas que inmeras vezes foram vitoriosos que se doaram
por inteiro e renunciaram aos seus sonhos, para que, muitas vezes, pudesse realizar
o meu.
A vocs que compartilharam os meus ideais e os alimentaram, me incentivando a
prosseguir na jornada, me mostrando que o caminho deveria ser seguido sem medo,
fossem quais fossem os obstculos. Minha eterna gratido vai alm de sentimentos,
pois vocs cumpriram o dom divino. O dom de ser Pai, o dom de ser Me.
Difcil por em palavras o sentimento de gratido que tenho por voc Ronaldo Ferreira
de Castro o meu grande incentivador de tudo. Ora fomos amantes ora amigos e at
momentos que substitua meus pais, me aconselhando quando os caminhos da vida
pareciam escuros. Descobri que estamos completos quando olhamos nos olhos de
algum e juntos criamos expectativas de compartilharmos o futuro, concretizando o
mesmo sonho, o mesmo destino. Lembrei-me de voc e fiquei pensando o que
fazer Ento fechei os olhos e agradeci a Deus por voc existir.
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As minhas amigas de sala onde formamos o Quarteto Fantstico Beatriz Novais
Tonoli, Marina Santos, Mirela Kiffer, onde tudo no incio parecia to distante;
estvamos na busca do desconhecido. No entanto, com o tempo, no decorrer
desses anos, conhecemos uns aos outros, doamos todo nosso jeito, as melhores e
as piores partes.
Momentos bons e ruins sempre sero lembrados, com altos e baixos vencemos a
luta do dia-a-dia. Com certeza fica um pedao, um trao de cada um na lembrana
de cada acontecimento, gesto e fala! Os caminhos comeam a se dividir e o sabor
da despedida muda de cor quando a certeza do encontro permanece em chama
viva. E por tudo, a saudade h de ficar, aos que no constam na lista, que a
ausncia nunca signifique o esquecimento.
Aos meus Mestres, Thase Valentim Madeira Orientadora e Bruno Henrique Fiorin,
que estiveram frente desse trabalho que por diversas vezes no me deixou
desanimar. Agradeo por seus conhecimentos a mim transmitidos, sua pacincia,
compreenso, dedicao e boa vontade.
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O hbito de basear convices em
evidncias e dar a elas apenas o grau
de certeza que a evidncia garante,
seria se generalizado, a cura para a
maioria dos males dos quais o mundo
est sofrendo.
Bertrand Russel (1957)
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RESUMO Introduo: Um dos bens mais preciosos que o ser humano possui, a sade, a busca por estilo de vida de vida saudvel e manuteno da condio vital uma necessidade indispensvel para o equilbrio da sade-doena. A infeco hospitalar tem sido evidenciada com um dos mais importantes riscos ao paciente internado, o que justifica sua incluso nos indicadores de eficincia da qualidade sade. As unidades de terapia intensiva (UTI) vinham da necessidade de evoluo e destreza seja dos recursos mecnicos ou humanos para o atendimento de pacientes que se encontram em estado crtico e necessitam de uma ateno de toda equipe multidisciplinar. Objetivos: Identificar as principais caractersticas relacionadas ventilao mecnica, bem como, os principais cuidados da assistncia de enfermagem; Verificar quais os mtodos de avaliao utilizados pelos enfermeiros aos pacientes internados na unidade de terapia intensiva com pneumonia; Verificar os principais cuidados de enfermagem junto aos pacientes internados na terapia intensiva que utilizam a ventilao mecnica. Mtodo: Pesquisa bibliogrfica. Foram encontrados nos banco de dados do Scielo (Scientific Eletronic Library OnLine), Lilacs (Literatura Latino-americana e do Caribe em Cincias da Sade), Medline (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online) e da Base de Dados de Enfermagem (BDENF). Resultados: Encontradas 297 publicaes que aps a anlise e aplicao dos critrios de incluso resultaram em 80. Da amostra, 06 da base de dados Lilacs; da Medline no foi encontrado nenhuma publicao, 26 da base de dados da Scielo, da BDENF foram encontrados 2 e 46 foram resultantes da busca avanada em outras bases, como o Google Acadmico. Da Seleo pesquisada, foram encontrados 39 publicaes que esto de acordo com os objetivos propostos desta pesquisa. Concluso: Os estabelecimentos voltados para a sade esto cada vez mais se empenhando para realizar mudanas pertinentes no que diz respeito implantao de novas tecnologias e avanos que visem melhoria da qualidade dos servios prestados, trazendo agilidade, segurana e manejo do trabalho da equipe de enfermagem. Diante disso a enfermagem se v frente a um novo desafio que leva a repensar os seus processos de trabalho, por isso ela pode contribuir de forma mais efetiva, tendo como foco necessidades do paciente. Palavras-chave: Ventilao mecnica. Pneumonia. Cuidados. Enfermagem.
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ABSTRACT Introduction: One of the most valuable assets that a human being has, is health, the search for lifestyle of healthy living and maintaining the vital condition is an indispensable need for the balance of health and disease. Hospital infection has been demonstrated with one of the most important risks to inpatient, justifying their inclusion in quality health performance indicators. The intensive care units (ICU) came from the need for evolution and dexterity is mechanical or human resources for the care of patients who are critically ill and require attention of the entire multidisciplinary team. Objectives: To identify the main characteristics related to mechanical ventilation, as well as the main care of nursing care; Check that the assessment methods used by nurses to patients admitted to the intensive care unit with pneumonia; Check the main nursing care to the patients admitted to the intensive therapy using mechanical ventilation. Method: Literature search. Were found in the Scielo database (Scientific Electronic Library online), Lilacs (Latin American and Caribbean Health Sciences), MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online) and the Nursing Database (BDENF). Results: Found 297 publications that after the analysis and application of inclusion criteria resulted in 80. Of the sample, 06 is the Lilacs database; Medline has found no publication, 26 of the database Scielo, BDENF were found of 2:46 were resulting from the advanced search on other grounds, such as Google Scholar. Selection searched, found 39 publications that are consistent with the goals of this research. Conclusion: Establishments facing health are increasingly striving to make relevant changes with regard to the implementation of new technologies and advancements that aim to improve the quality of services, bringing agility, security and management of team work nursing. Thus nursing is faced with a new challenge which leads to rethink their work processes, so it can contribute more effectively, focusing on patient needs.
Keywords: Mechanical ventilation. Pneumonia. Care. Nursing.
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Taxa de PAVM de janeiro de 2009 a agosto de 2012...................... 32
Quadro 2 - Principais caractersticas dos modos ventilatrios bsicos............... 38
Quadro 3 - Critrios clnicos para considerar o paciente apto ao desmame....... 44
Quadro 4 - Classificao e locais de ocorrncia da PAVM.................................. 46
Quadro 5 - Fatores de risco para aquisio de pneumonia associada
assistncia sade..............................................................................................
50
Quadro 6 Preveno para pneumonia.............................................................. 51
Quadro 7 Categorias, cuidados relacionados preveno da pneumonia
associada ventilao mecnica e nvel de evidncia dos cuidados..................
58
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Descrio da Amostra Selecionada para a pesquisa........................... 69
Tabela 2: Informaes expressas nos textos que informem as principais
caractersticas relacionadas ventilao mecnica e os principais cuidados da
assistncia de enfermagem, conforme objetivo proposto....................................
75
Tabela 3: Informaes expressas nos textos que informam a modo de,
verificar os mtodos de avaliao dos enfermeiros em pacientes internados na
UTI com pneumonia, conforme objetivo proposto................................................
78
Tabela 4: Informaes expressas nos textos, verificando os principais
aspectos dos cuidados de enfermagem junto aos pacientes internados na UTI
que utilizam a ventilao mecnica, conforme objetivo proposto........................
82
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AMIB Associao de Medicina Intensiva Brasileira
ATS/IDSA American Thoracic Society/ Infectious Diseases Society of America
ANVISA Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria
AHRQ Agency for Heal Thcare Research & Quality
BDENF Base de Dados de Enfermagem
BAL Lavabo Alveolar
CCIH Comisso de Controle de Infeco Hospitalar
CTI Centro de Terapia Intensiva
CVC Cateter Venoso Central
CMV Ventilao Mandatria Controlada
CUFF Controle da Presso do Balo
COFEN Conselho Federal de Enfermagem
CPAP Ventilao com Presso contnua nas Vias Areas
DC Dbito Cardaco
DPOC Doena Pulmonar Obstrutiva Crnica
EEUU Estados Unidos da Amrica do Norte
FBP Fstula Broncopleural
Hb Hemoglobina
IH Infeco Hospitalar
INT Intubao Nasotraqueal
ITO Intubao Nasotraqueal
IRpA Insuficincia Respiratria Aguda
LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Cincias da Sade
MEDLINE Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
MS Ministrio da Sade
NNISS National Nosocomial Infections Surveillance System
NAVA Neurally Adjusted Ventilatory Assisted
OMS Organizao Mundial da Sade
OPAS Organizao Pan Americana de Sade
PAVM Pneumonia Associada a Ventilao Mecnica
PSV Ventilao com Presso Suporte
PSB Broncoscpico Escovado Protegido
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PNM Pneumonia
PE Processo de Enfermagem
PNSP Programa Nacional de Segurana do Paciente
PEEP Presso Positiva Expiratria Final
QEA Aspirado Traqueal Quantitativo
RDC Resoluo da Diretoria Colegiada
REBRAENSP Rede Brasileira de Enfermagem e Segurana do Paciente
PIC Presso Intracraniana
SCIELO Scientific Electronic Library Online
SBPT Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
SVD Sonda Vesical de Demora
SDR Sndrome do Desconforto Respiratrio
SIMV Ventilao Mandatria intermitente Sincronizada
SARA Sndrome da Angstia Respiratria
TT Tubo T
TOT Tubo Orotraqueal
TQT Traqueostomia
TVP Trombose Venosa profunda
UTI Unidade de Terapia Intensiva
VM Ventilao Mecnica
VNI Ventilao No Invasiva
VMI Ventilao Mecnica Invasiva
VMNI Ventilao Mecnica no Invasiva
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LISTA DE SMBOLOS
Indicador Ordinrio Masculino
% Nmero
XXI Algarismo Romano
` Apstrofe
PaO2 Presso Parcial de Oxignio
CaO2 Presso Parcial de gs carbnico
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SUMRIO
1. INTRODUO ...................................................................................................... 25
2 REFERENCIAL TERICO ..................................................................................... 29
2.1 UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA .................................................................. 29
2.2 INFECO HOSPITALAR .................................................................................. 31
2.3 VENTILAO MECNICA .................................................................................. 33
2.3.1 Indicaes da assistncia ventilatria mecnica .................................. 36
2.3.2 Modos e parmetros de ventilao ........................................................ 37
2.3.3 Ventilao com presso suporte ............................................................ 39
2.3.4 Novas modalidades respiratrias ........................................................... 40
2.3.5 Complicaes da ventilao mecnica .................................................. 40
2.3.6 Desmame ventilatrio .............................................................................. 43
2.4 PNEUMONIA ASSOCIADA COM A VENTILAO MECNICA ......................... 45
2.4.1 Definio e diagnstico .......................................................................... 45
2.4.2 Fisiopatologia ........................................................................................... 48
2.4.3 Fatores de risco ....................................................................................... 50
2.4.4 Incidncia ................................................................................................. 51
2.5 CUIDADOS DE ENFERMAGEM EM PACIENTES COM ASSISTNCIA VENTILATRIA ........................................................................................................ 53
2.5.1 Interrupo diria da sedao ................................................................ 56
2.5.2 Profilaxia da lcera pptica e a descontaminao digestiva ............... 56
2.5.3 Profilaxia da trombose venosa profunda .............................................. 56
2.5.4 Aspirao subgltica ............................................................................... 57
2.6 MTODOS DE AVALIAO UTILIZADOS POR ENFERMEIROS EM
PACIENTES NA UTI COM PNEUMONIA ................................................................. 59
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2.7 PLANO DE ASSISTNCIA DA ENFERMAGEM PARA A PREVENO DA PAVM ....................................................................................................................... 60
2.8 SEGURANA DO PACIENTE NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA............61
2.8.1 Definio e conceito ....................................................................................... 61
3. METODOLOGIA ................................................................................................... 67
4. RESULTADOS E DISCUSSO ............................................................................ 69
5. CONSIDERAES FINAIS...................................................................................87
REFERNCIAS ......................................................................................................... 91
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1 INTRODUO
Um dos bens mais preciosos que o ser humano possui, a sade, a busca por estilo
de vida de vida saudvel e manuteno da condio vital uma necessidade
indispensvel para o equilbrio da sade-doena (VICTORINO, 2007). O homem
vulnervel a inmeros fatores que podem afet-lo e colocar a sua vida em risco,
podendo causar danos irreversveis entre outras situaes de maior ou menor
complexidade. Um dos danos que afeta a sade a infeco hospitalar (IH)
(BERALDO, 2008).
A infeco hospitalar tem sido evidenciada com um dos mais importantes riscos ao
paciente internado, o que justifica sua incluso nos indicadores de eficincia da
qualidade sade. O Ministrio da Sade (MS) define a IH em mbito nacional
como a infeco adquirida depois da admisso que se manifesta durante a
internao e pode ser tambm aps a alta hospitalar do paciente, a IH pode estar
relacionada internao ou a procedimentos hospitalares (LINS; PONTES;
DAMIAN, 2013; CNDIDO, 2012).
Portanto, a assistncia sade do paciente deve ser independente da preveno,
da proteo, tratamento ou da reabilitao, dessa forma, o olhar para o paciente
deve ser integral e no holstico, que no se fragmenta para receber atendimento
em partes. Sabemos que as IH existem por diversos fatores, e todas as condutas de
como reduzir as infeces, intervenes nas situaes de surtos e manter sob
controle as infeces, por meio de um trabalho feito em equipe. Vale ressaltar que
as IH no qualquer doena infecciosa, mas de fato ela pode ocorrer da evoluo
das prticas e condutas assistenciais realizadas pelos profissionais de sade, para
tanto, indispensvel que a organizao invista em recursos humanos, no sentido
de minimizar procedimentos e aprimorar e aplicar normas e rotinas baseadas em
evidncias (PEREIRA, 2005).
O que pode de incio, representar algo simples e tratvel, pode alterar todo o quadro
da sade, pois e provado que as infeces hospitalares atuam de forma evidente
sobre o tempo de hospitalizao, taxa de morbimortalidade, repercutindo de forma
importante no acrscimo de custos, principalmente o consumo de antibiticos,
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despesas com medidas de precaues de contato e exames laboratoriais.
(ANDRADE; ANGERAMI, 1999; ANDRADE; LEOPOLDO; HAAS, 2006).
A frequncia da IH ocorre entre pacientes internados nas Unidades de Terapia
Intensiva (UTI), ambiente mais exposto ao risco de infeco a julgar sua condio
clnica e os tambm pelos variados tipos de procedimentos invasivos realizados.
importante evidenciar que pacientes internados na UTI tm entre cinco a dez vezes
mais capacidade de adquirir um IH que pode demonstrar cerca de 20% do total de
infeces de um hospital. O risco de infeco equivalente magnitude da doena,
das condies de nutrio e imunolgicas do paciente, ao perodo de internao,
qualidade dos procedimentos diagnsticos e/ou teraputicos entre outras situaes
(OLIVEIRA; KOVNER; SILVA, 2010; FRANCISCO, 2009).
Entre as infeces est a pneumonia hospitalar, cuja procedncia bacteriana e seu
foco so as vias areas inferiores. Ela costuma ser diagnosticada aps 72 horas de
internao (FERNANDES et al., 2000; FEIJ; COUTINHO, 2005).
O uso da ventilao mecnica um dos principais fatores para o desenvolvimento
da pneumonia hospitalar (AMARAL; CORTEZ; SILVA, 2009; FEIJ; COUTINHO,
2005). Dados do National Nosocomial Infections Surveillance System (NNISS)
evidenciam que pacientes em uso contnuo de ventilao mecnica (VM)
apresentam um risco de 6 a 21 vezes maior para pneumonia (BERALDO, 2008;
VIEIRA, 2009).
Ao longo da ltima dcada, ocorreu um avano no que se refere preveno da
pneumonia associada ventilao mecnica (PAVM). Diversos estudos
investigatrios foram realizados para descobrir o impacto de medidas direcionadas
reduo da incidncia da pneumonia hospitalar indicaram variadas formas pelas
quais a bactria atinge as vias areas inferiores. A pneumonia hospitalar pode ser
resultado da aspirao de microrganismos da orofaringe, da inspirao de aerossis
incluindo a propagao por bactrias ou, menos repetidamente, dissipao
hematognica partindo de algum foco distante ou deslocamento bacteriano, sendo
este, o acesso microbiano e depois do lmem do trato gastrintestinal (GARCIA,
2007; MELO, 2008; VIEIRA, 2009).
No entanto a via mais comum para obteno da doena, tanto hospitalar como a
comunitria, permanece sendo por meio da inalao de microrganismos viventes na
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orofaringe. Assim como a orofaringe, o estmago tambm apresenta uma ameaa,
uma vez que o tubo gstrico ou enteral eleva a probabilidade de colonizao
microbiana da nasofaringe possibilitando, desta forma, que os microorganismos
migrem para o trato respiratrio. (BERALDO, 2008; SANTOS, 2006).
Assim, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT),
podemos dizer que, a infeco por pneumonia hospitalar e seus principais fatores de
risco so de forma a ser divididos em trs categorias, tais como: meios de
favorecimento de colonizao da orofaringe e/ou estmago (uso de antimicrobianos,
hospitalizao em UTI, presena de doena pulmonar crnica).
A PAVM tem sua definio, segundo a literatura, como aquela que se desenvolve de
48 a 72 aps a intubao endotraqueal e inicio da VM. classificada como precoce
quando ocorre at 96 horas da intubao e instituio da VM, e tardia, quando se
iniciada aps 96 horas da instalao da VM. Geralmente, as PAVM tardias esto
relacionadas a microrganismos multirresistentes aos antimicrobianos, como a P.
aeruginosa, Acinetobacter spp. E S. aureus resistente a oxacilina (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE PNEUMONIA E TISIOLOGIA, 2007; GONALVES, 2012;
BERALDO, 2008).
A presena do tubo orotraqueal e apontado como um fator de risco para a PAVM,
principalmente, por afetar as defesas do hospedeiro e proporcionar que partculas
inspiradas tenham acesso as vias areas inferiores. Tambm acomete a eficcia do
processo de tosse, pois os pacientes quando entubados perdem a barreira natural
entre a orofaringe e traquia, facilitando o acmulo de secrees acima do cuff que
podem ser aspiradas para as vias areas inferiores (KOERNNER, 1997 apud,
BERALDO, 2008).
Vale ressaltar que os microrganismos da cavidade bucal so, de fato, uma ameaa
aos pacientes crticos, especialmente aqueles em VM. A condio clnica do
paciente dificulta a realizao da higiene bucal de maneira adequada, favorecendo o
crescimento microbiano assim como a formao do biofilme. Assim, est
comprometida a manuteno da sade bucal nos pacientes crticos que esto
impossibilitados de realizar o autocuidado devido ao seu estado de inconscincia.
Diante disso, vale afirmar que o tubo orotraqueal no facilita o acesso a cavidade
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bucal prejudicando a higienizao (MACHADO, 2013; SCHLESENER, 2012).
Maneiras simples e rotineiras como a mudana de decbito do paciente ou a
elevao da grade do leito podem acarretar na passagem do liquido condensado do
umidificador, existentes nos circuitos do ventilador mecnico, para o trato
respiratrio. Este fludo contaminado pode ser levado para dentro das vias areas ou
fluindo at os nebulizadores da medicao, onde so criados aerossis, que chegam
aos alvolos pulmonares (NEPOMUCENO, 2007).
Com base, nesse contexto, o problema do estudo fica assim definido: quais as
consequncias da assistncia de enfermagem nos pacientes internados na unidade
de terapia intensiva submetidos a assistncia ventilatria?
Dessa forma, caracterizando o tema proposto, o objetivo geral desta pesquisa,
verificar na literatura as publicaes sobre os cuidados e contribuies da
assistncia de enfermagem na preveno da pneumonia que decorre da ventilao
mecnica nos pacientes em terapia intensiva. Tendo como objetivos especficos,
Identificar as principais caractersticas relacionadas ventilao mecnica, bem
como os principais cuidados da assistncia de enfermagem; verificar quais os
mtodos de avaliao utilizados pelos enfermeiros aos pacientes internados na
unidade de terapia intensiva com pneumonia; verificar os principais cuidados de
enfermagem junto aos pacientes internados na terapia intensiva que utilizam a
ventilao mecnica.
O presente estudo descreve as evidncias cientficas em torno das prticas de
preveno de PAVM visando estreitar as lacunas do conhecimento e contribuir para
a melhoria da qualidade da assistncia de enfermagem. Estes fatores e a relevncia
social, cientfica e profissional do tema justificam o desenvolvimento e o meu
interesse pelo tema desta pesquisa. Quanto aos procedimentos metodolgicos,
trata-se de uma reviso integrativa que vai reunir e sintetizar resultados de
pesquisas sobre o tema em questo, de maneira sistemtica e ordenada,
contribuindo para o aprofundamento do conhecimento sobre a assistncia de
enfermagem aos pacientes submetidos a assistncia ventilatria.
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2 REFERENCIAL TERICO
2.1 UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
As unidades de terapia intensiva (UTI) surgiram da necessidade de evoluo e
destreza seja dos recursos mecnicos ou humanos para o atendimento de pacientes
que se encontram em estado crtico e necessitam de uma ateno de toda equipe
multidisciplinar (VILA; ROSSI, 2002).
A UTI tem sua definio pela AMIB (Associao de Medicina Intensiva Brasileira),
conforme a resoluo n7 da RDC de 24 de Fevereiro de 2010, como uma rea
crtica que se destina internao dos pacientes em estado grave, que necessitam
de prudncia profissional de maneira especializada e permanente, materiais e
condutas mdicas especficas com cincia necessrias ao diagnstico, com
vigilncia e terapia (BORGES, 2012).
Em 1947, a epidemia de poliomielite nos Estados Unidos da Amrica do Norte (EEUU) e na Europa desencadeou a necessidade de estudos em suporte ventilatrio, o que levou ao desenvolvimento dos primeiros ventiladores artificiais. Em 1950 foram criadas as primeiras Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) nos EEUU. Peter Safar, austraco que imigrou para os EEUU aps a segunda guerra mundial, foi o primeiro mdico intensivista (MORITZ et al, 2010, p. 52).
A autora ainda diz que a primeira UTI surgiu na cidade de Baltimore e, em 1962, foi
criada a primeira disciplina de medicina de apoio crtico na Universidade de
Pittsburgh. Segundo Borges (2012), as UTIs no Brasil surgiram na dcada de 60 e
70, a primeira UTI surgiu no ano de 1967 no dia 08 de fevereiro, pelo Doutor Tufik,
na cidade localizada no Rio de Janeiro com 16 leitos. No Estado de Santa Catarina a
primeira UTI foi inaugurada em 1968, no Hospital Governador Celso Ramos, em
Florianpolis.
As UTIs so indicadas ao atendimento de pacientes que se encontram em estado
crtico e risco elevado de morte no momento em que necessitam de uma ateno e
observao ininterrupta dos mdicos e da enfermagem, com presena de
equipamentos e recursos especializados. No ambiente de terapia intensiva as
ocorrncias de infeces hospitalares so mais frequentes e esto relacionadas a
certas doenas e a diversos fatores como a sondas nasogstricas ou sondas
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enterais, que permitem a colonizao de microorganismos nas vias areas
superiores, possibilitando um maior risco de infeces do trato respiratrio
(PADOVEZE; DANTAS; ALMEIDA, 2010).
Outro conceito do surgimento do setor de unidade de terapia intensiva, surgiu no
conflito da Guerra da Crimia, quando Florence Nightingale em Scutari (Turquia),
atendeu, juntamente com 38 enfermeiras, os soldados britnicos brutalmente feridos
na guerra, sendo agrupados, de forma, isolados em espaos e com padres
preventivos para conter infeces e epidemias, como disenteria e ttano, sendo
marcante a reduo de mortalidade nesta poca (FERNANDES, 2011).
A incidncia de mortalidade nos pacientes em UTIS e com pneumonia hospitalar
10 vezes maior do que pacientes que se encontram sem essa infeco. Essa taxa
maior para aqueles que se encontram colonizados pela bactria Pseudomonas
aeroginosa, sendo responsvel por 13% dos pacientes em precauo de contato,
seguida pela Pseudomonas aureus (12%) (WEY; DARRIGO, 2002).
Em UTIs encontram-se pacientes com diversas patologias e comorbidades
pacientes clnicos e cirrgicos graves, que necessitam de que sejam monitorizados e
com suporte de forma contnua das funes vitais. Estes tipos de paciente
apresentam uma doena ou condies clnicas que os predispe a infeco,
diversos deles so admitidos infectados e diversos deles sero submetidos a
diversos procedimentos invasivos com finalidade diagnstica e teraputica
(PEREIRA; PENTEADO; MARCELO, 2000).
A atuao do enfermeiro em UTI visa o atendimento do paciente de uma forma
holstica onde inclui o diagnstico, interveno e avaliao dos cuidados especficos
da enfermagem, permeando a qualidade de vida (MAIA; BASTIAN, 2013). Seja na
UTI ou em outras reas de atuao da enfermagem, o cuidar tico, baseados no
conforto, empenho, pudor e interao humana (DREYER; ZUNIG, 2005).
A equipe de enfermagem composta de enfermeiros, tcnicos de enfermagem e
auxiliares, cabendo ao enfermeiro chefiar e discriminar tarefas a toda equipe de
enfermagem, melhorar seus conhecimentos tcnico-cientficos para desenvolver
uma melhor assistncia. Quanto s competncias do profissional enfermeiro, Primo,
(2014), afirma em sua pesquisa que compete ao enfermeiro liderar os trabalhos da
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unidade e executar tarefas descritas, responsabilizando-se por um padro ideal de
servios tais como: envolver-se na admisso de pacientes; especificar as
complicaes relativas a cada deficincia bsica afetada; criar um programa de
cuidados e conduzir sua execuo; proporcionar a educao em servio; participar
da Comisso de Controle de Infeco Hospitalar (CCIH), ou seja, do controle de
infeco hospitalar, cumprindo normas de servio; elaborar e executar as rotinas e
procedimentos de enfermagem e; participar de reunies clnicas.
2.2 INFECO HOSPITALAR
Perante a situao da Infeco Hospitalar (IH), importante destacar que, mediante
a literatura pesquisada, o sculo XXI nos demonstra um novo contexto no cuidado
sade em decorrncia dos progressos cientficos e tecnolgicos, logo a
manifestao de novos agentes infecciosos e de infeces que gradativamente
estavam equilibradas. Desta forma, com os avanos tecnolgicos relacionados aos
procedimentos invasivos, procedimentos de diagnsticos e teraputicos, o
aparecimento dos microrganismos multirresistentes aos antimicrobianos tornaram-se
as infeces existentes em UTI um problema de sade pblica para os governantes
e um desafio aos profissionais que atuam na rea (LIMA; ANDRADE; HAAS, 2007)
Para tanto, a Infeco Hospitalar (IH) obtida aps a admisso do cliente que pode
se manifestar no decurso da internao ou aps a sua alta hospitalar, a IH da
mesma forma pode estar relacionada a condutas realizadas no hospital ou pode
estar relacionada internao hospitalar. Diante disso, a Organizao Mundial de
Sade (OMS), define que IH geralmente se relaciona com a flora bacteriana
humana, que entra em desequilbrio com os mecanismos de defesa do organismo,
em valor da doena, dos mtodos invasivos e da proximidade com a flora hospitalar
(LINS, 2013; FERNANDES, 2008).
As IHs em centros de terapia intensiva (CTI) esto associadas, primariamente, ao
estado clnico dos pacientes, ao uso dos procedimentos invasivos, como, cateter
venoso central (CVC), sonda vesical de demora (SVD), o uso do ventilador
mecnico, medicamentos imunossupressores, internao por longo tempo,
-
32
ordenamento de colonizao por microrganismos fortes, aplicao de
antimicrobianos e o respectivo ambiente do CTI, que auxilia a escolha natural de
microrganismos (OLIVEIRA, 2010).
As taxas de IH em UTI, de acordo com Oliveira (2010), diversifica entre 18 e 54%,
assim sendo de cinco a dez vezes maior que os outras unidades de internao da
unidade hospitalar, sendo, portanto, responsvel entre 5 a 35% de todas as IHs e
por, aproximadamente, 90% de todos os surtos ocorrem na UTI. Sabemos que no
Brasil, infelizmente, os dados sobre IH so pouco divulgados. Alm disso,
importante ressaltar que muitas unidades hospitalares no consolidam os dados de
IH, dificultando assim, por diversas razes, o conhecimento da dimenso do
problema no pas (LIMA; ANDRADE; HAAS, 2007).
A pneumonia que est associada com a ventilao mecnica (PAVM) aquela que
evolui depois de 48 horas de ventilao mecnica. A proporo de acontecimento
varia muito, alcanando at 39,7% dos casos por 1000 dias de ventilao. A
mortalidade tambm varia, podendo chegar, segundo alguns informes, at a 70%
(BORGES, 2012).
Diante do descrito acima, importante informar que os dados do NNIS (National
Nosocomial Infections Surveillance System) apontam que as pneumonias somam
aproximadamente 31% de todas as infeces em uma UTI. Sendo assim, as
pneumonias so menos recorrentes que as infeces urinrias que chegam at a
35% das infeces (OLIVEIRA, 2010).
A seguir num levantamento dos relatrios de CCIH feitos por Borges (2012), em sua
pesquisa sobre a taxa mensal da pneumonia quando associada ventilao
mecnica (p/1000 pac/dia), verificou-se que a mdia da taxa de PAVM de janeiro de
2009 a agosto de 2012 :
Quadro 1 - Taxa de PAVM de janeiro de 2009 a agosto de 2012
(continua)
2009 2010 2011 2012 Janeiro 24,00% 35,40% 48,70% 27,60%
Fevereiro 21,70% 24,60% 15,60% 29,10%
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33
Quadro 1 - Taxa de PAVM de janeiro de 2009 a agosto de 2012
(concluso)
2009 2010 2011 2012 Maro 28,50% 22,90% 66,10% 0 Abril 44,10% 80,00% 38,80% 33,60% Maio 29,70% 43,40% 25,10% 46,90% Junho 106,00% 26,30% 23,50% 23,90% Julho 54,70% 39,20% 31,40% 6,00%
Agosto 15,50% 16,00% 19,50% 37,30% Setembro 0 20,90% 6,25% XXXX Outubro 17,20% 19,30% 22,80% XXXX
Novembro 9,80% 32,70% 36,30% XXXX Dezembro 7,30% 33,60% 23,30% XXXX
Fonte: (BORGES, 2012).
2.3 VENTILAO MECNICA
Em algumas situaes, a condio de sade do paciente coloca a vida em elevado
risco de morte e uma das espcies de clnica complexa que acolhe pacientes graves
ou sistematicamente descompensados alternativas para mant-la a internao na
Unidade de Terapia Intensiva. Uma entre as inmeras preocupaes em relao a
esses pacientes a necessidade de uso da ventilao mecnica que pode causar,
por exemplo, a pneumonia, alm de interferir na evoluo clnica do paciente de
forma negativa (COLAO; ROSADO, 2011).
Nesta perspectiva importante conhecer e apresentar os principais aspectos da
ventilao mecnica, ou seja, um processo de respirao artificial. Estudos
enfatizaram que h anos a ventilao mecnica (VM) um desafio no campo da
medicina no sentido de ocupar, quando necessrio e de forma eficaz, o lugar da
respirao natural como suporte vida. Os mesmo estudos destacam que os
experimentos realizados por Vesalius e Hooke em animais com o trax aberto
demonstrou que um dos meios de preservar a vida insuflar os pulmes com um
balo de ar que passa pelos primeiros ventiladores mecnicos por presso
negativa, com os pacientes aprisionados no interior de cmaras fechadas para
-
34
manter a ventilao e oxigenao de forma artificial (RODRIGUES et al., 2012;
POMBO; ALMEIDA; RODRIGUES, 2010; DOURADO, GODOY, 2004).
Os autores Carvalho, Junior e Franca (2007), dizem em sua pesquisa que a
ventilao artificial ou mecnica (VM) ou, que podemos chamar tambm de suporte
ventilatrio, se define como um mtodo de manuteno para os pacientes em
tratamento da insuficincia respiratria aguda ou crnica agudizada, que so
classificadas de duas formas: Ventilao Mecnica Invasiva e a ventilao mecnica
no invasiva da suporte as trocas gasosas minimizando o trabalho por parte da
musculatura respiratria nos eventos de alto requerimento metablico; retornar ou
impedir a fadiga do msculo respiratrio que reduz o consumo de oxignio,
diminuindo assim, o incmodo respiratrio proporcionando a aplicao de tratamento
especfico.
Mas, com o passar dos anos, com a insero dos recursos tecnolgicos em todos os
segmentos sociais e com mais nfase na medicina, Schwonke (2012) explica que
nos anos 50, em funo da epidemia de poliomielite, os centros de atendimento
trajaram novas tecnologias de ventilao mecnica e o uso de ventiladores por
presso positiva, nesse caso, os pulmes dos pacientes contaminados poca
eram ventilados manualmente por voluntrios.
No se pode negar que esta tcnica em casos de impossibilidade de respirao
natural funciona, tanto que os ventiladores mecnicos evoluram ao longo dos anos
e se transformaram em um recurso constantemente aplicado nos casos de pacientes
graves e este desempenho possibilita novas intervenes assistenciais e novas
monitorizaes. Por conseguinte, exatamente em 1950, era o pulmo de ao; j nos
anos 60, os ventiladores Bird Mark-7; e no ano de 1970 surge o ventilador mecnico
volumtrico-Benneti; nos anos 80 surgem os ventiladores microprocessados; em
1990, surgem as vlvulas mecatrnicas e nos anos 2000, enfim, chegou a
monitorizao ventilatria (SCHWONKE, 2012).
-
35
Figura 1 - Ventilador Mecnico
Fonte: (FILHO, 2010, p. 4).
Para os pacientes que so internados numa UTI, a ventilao mecnica constitui um
importante mecanismo de suporte vida por ser um tipo de mquina que substitui
de maneira total ou parcial a respirao do paciente cujo propsito restabelecer o
balano entre a oferta e a demanda de oxignio, alm de diminuir a carga de
trabalho respiratrio dos pacientes com diagnstico de insuficincia respiratria
(RODRIGUES et al., 2012, p. 3).
Portanto, importante para o conhecimento, informar os tipos de acesso das vias
areas superiores para que a ventilao mecnica invasiva seja feita com sucesso e
que pode ser obtido atravs dos acessos por: intubao orotraqueal (ITO), intubao
nasotraqueal (INT), cricotireotomia, ou traqueostomia. A Mscara larngea e o
combitubo so os tipos de dispositivos que podem ser utilizados nos pacientes com
acesso de via area e ainda a ventilao no invasiva que por sua vez, pode ser
conduzida com o uso dos dispositivos que no atravessam a traqueia, bem como, as
como mscaras faciais, mscaras nasais e ou os capacetes (CUNHA, 2013).
Um dos fatores que contribuiu para a evoluo dos equipamentos e para
crescimento o uso da ventilao mecnica, segundo Carvalho, Toufen e Frana
(2007, p. 65) foi o surgimento da rea de Terapia Intensiva, nos anos 60 tornando o
seu uso rotineiro e auxiliando na recuperao do paciente, contudo, mesmo com
este desenvolvimento tecnolgico, o prognstico era reservado, se tornando uma
preocupao para os profissionais que atuavam nessas unidades devido alta taxa
de mortalidade dos pacientes com insuficincia respiratria.
Como todo processo e equipamento que se aplica ao tratamento, recuperao e
-
36
preservao da sade, a ventilao mecnica tem aspectos positivos e negativos.
Embora tenha sido utilizada desde como suporte respirao ainda nos anos de
1950, somente mais de trinta anos depois, em 1985, que os efeitos colaterais
negativos causados pelo uso da ventilao mecnica comearam a aparecer, assim,
o conceito de leso induzida pela ventilao mecnica artificial passou a receber
ateno especial, pois se comprovou que a VM inadequada era capaz de lesar as
microestruturas pulmonares e ser deletria ou at fatal para o paciente
(NEPOMUCENO; RODRIGUES, 2012, p. 790). 2.3.1 Indicaes da assistncia ventilatria mecnica
Vale ressaltar e entender que, de acordo com Dias (2012), a ventilao mecnica
em terapia intensiva pode ser utilizada tanto na sua forma invasiva, nos pacientes
que esto intubados e tambm traqueostomizados, como em sua forma no
invasiva, sendo por meio de mscaras. Assim, para utilizar a VM, sabemos que um
procedimento de intubar e de ventilar um paciente, deve ser uma deciso feita no
feita no momento certo da necessidade do paciente, portanto, este procedimento
requer conhecimento e tcnica a fim de evitar mortes e morbidade e deve ser feitos
nos paciente sob a anestesia geral e nos paciente em UTI dependentes de cuidados
intensivos.
Dias (2012), descreve abaixo as indicaes para ventilao mecnica que variam
para diferentes distrbios e, raramente, so absolutas. Em termos prticos, e de
alguma forma simplista, incluem:
A Sndrome do desconforto respiratrio (SDR); Pneumonia; Asma; Doena obstrutiva crnica; Fraqueza dos msculos respiratrios; Trauma torcico; Edema pulmonar; Ventilao ps-operatria eletiva; e ex-trauma mltiplo ou choque sptico. (DIAS, 2012, p. 19).
Vejamos abaixo outras indicaes, de acordo com Carvalho et al., (2007), em sua
pesquisa:
Reanimao por motivo de parada cardiorrespiratria;
Hipoventilao e apnia: A elevao na PaCO2 (com acidose respiratria) indica que est ocorrendo hipoventilao alveolar, seja de forma aguda, como em pacientes com leses no centro respiratrio, intoxicao ou abuso de drogas e na embolia pulmonar, ou crnica nos pacientes portadores de doenas com limitao crnica ao fluxo areo em fase de agudizao e na obesidade mrbida;
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37
(CARVALHO, JUNIOR, FRANA, 2007, p. 56);
Insuficincia respiratria devido a doena pulmonar intrnseca e hipoxemia: Diminuio da PaO2 resultado das alteraes da ventilao/perfuso (at sua expresso mais grave, o shunt intrapulmonar). A concentrao de hemoglobina (Hb), o dbito cardaco (DC), o contedo arterial de oxignio (CaO2) e as variaes do pH sanguneo so alguns fatores que devem ser considerados quando se avalia o estado de oxigenao arterial e sua influncia na oxigenao tecidual (CARVALHO, JUNIOR, FRANA, 2007, p. 56);
Falncia mecnica do sistema respiratrio;
Fraqueza geral do msculo, doenas neuromusculares e a paralisia;
Controle respiratrio de forma irregular (acidente vascular enceflico,
traumatismo craniano, intoxicao exgena e ao excesso das drogas).
2.3.2 Modos e parmetros de ventilao Define-se sistema ventilatrio como mtodo pelo qual o ventilador pulmonar
mecnico estabelece, parcialmente ou totalmente, a forma, tal como, e quando os
ciclos respiratrios mecnicos e concedido ao paciente. Dessa maneira, a
modalidade ventilatria controla impreterivelmente a forma do padro respiratrio do
paciente dependente a ventilao mecnica e durante toda ventilao mecnica. A
literatura refere ainda que h uma obrigao de se ter um consenso ou um padro
internacional sobre ventilao mecnica, pois sucede nos dias de hoje uma
nomenclatura e umas definies confusas e que ainda no so normalizadas
(HOLANDA. 2014).
Diante da interatividade entre a interface-circuito-ventilador, a escolha do ventilador
e do modo ventilatrio determinante e fundamental para o sucesso da Ventilao
No Invasiva (VNI), principalmente na fase aguda. Ultimamente, com o aumento do
conhecimento e da aplicao da VNI, cresceu a preocupao dos fabricantes dos
ventiladores mecnicos no que diz respeito em incluir as funes especficas, no que
tange facilitar a aplicao da tcnica, que promove o conforto e melhora a sincronia.
Todos os modos ventilatrios tm as suas vantagens e suas limitaes. Portanto, a
escolha do modo ventilatrio, tem como premissa obter o melhor resultado
fisiolgico e clnico para o paciente (CRUZ, ZAMORA, 2013, p. 98).
-
38
Quadro 2- Principais caractersticas dos modos ventilatrios bsicos
Fonte: Holanda, 2014.
O avano tecnolgico proporciona uma monitorao da interao do paciente com o
ventilador que cada vez mais a tecnologia nos ajuda a compreender as dificuldades
que encontramos na estratgia ventilatria escolhida, seja ela de forma invasiva ou
no-invasiva. Para termos uma maior evidncia e aprimorarmos o conhecimento,
de suma importncia sabermos diferenciar a ventilao mecnica invasiva da
ventilao mecnica no invasiva, assim posto, esta diferena : na VM invasiva
usa-se tipos de prteses traqueal para que a intubao acontea, sendo que a
ventilao no invasiva usa-se as mscaras faciais na sua forma nasal ou facial que
facilita a respirao do paciente no seu leito (JERRE et al., 2007; ANDRADE, 2013).
Ainda sobre os modos ventilatrios convencionais e diante da literatura pesquisada,
podemos dizer que existem diversos tipos de ventilao, bem como diversos tipos
de variveis de fases, o que chamamos de modo ventilatrio, ou melhor, modos
ventilatrios. Portanto, padronizar o sistema de classificao e a descrio dos
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39
modos, entendemos que se faz necessrio, j que, alguns autores relatam uma
definio confusa para o termo. No entanto, mantm-se muitos modos acessveis
nos ventiladores com graus diferentes de complexidade tecnolgica, contudo os
mais tradicionais so os mais aproveitados no cotidiano da assistncia diria
(HOLFF, 2008; CARVALHO; JUNIOR; FRANCA, 2007).
Modo ventilatrio e suas variveis, descritos abaixo, so apresentados por Gonzales
(2013) e Barbas (2013), como:
CONTROLE: Se mantm constante durante a fase inspiratria, podendo ser a volume ou a presso;
FASE: Variveis de fase (presso, volume, fluxo e ou tempo), so medies utilizadas para iniciar ou terminar alguma da fase do ciclo ventilatrio, dessa
forma, tais variveis incluem: disparo (abertura vlvula inspiratria) e ciclagem
(passagem da fase inspiratria para a expiratria);
CONDICIONAL: Sozinha ou de maneira combinada determinado pelo ventilador que analisa qual de dois ou mais de dois ciclos ventilatrios ser
possvel, essa verificao, usualmente e vista em modos convencionais,
entendido como modos ventilatrios avanados.
Diante do apresentado, podemos exprimir que um modo ventilatrio , ento, uma
combinao especfica de variveis de controle, fase e condicionais estabelecidas
tanto para ciclos mandatrios quanto para ciclos espontneos. Dessa maneira, so
quatro os modos ventilatrios bsicos:
1) Ventilao Mandatria Controlada (CMV);
2) Ventilao Assistido-Controlado (A/C);
3) Ventilao de forma Mandatria intermitente Sincronizada (SIMV) e;
4) Ventilao com a Presso Positiva e Contnua nas Vias Areas (CPAP) (HOLANDA, [2000?])
2.3.3 Ventilao com presso suporte De acordo com Holff, 2008, a ventilao com presso suporte (PSV), foi introduzida
nos anos 80, sendo modo ventilatrio simples, no entanto, requer aparelhos
sofisticados e conhecimento tcnico e clnico para seus parmetros, utilizada
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40
ultimamente como modo isolado de ventilao em 15% dos pacientes em VMI. um
modo ventilatrio parcial auxiliando na ventilao espontnea por meio de presso
positiva predeterminada e constante, durante a inspirao. Sendo, portanto, um
modo ventilatrio disparado pelo paciente, limitado presso e geralmente ciclado a
fluxo.
Dessa forma, o volume corrente que ocorre provm do esforo inspiratrio, e da
presso de suporte j pr-estabelecida e tambm da forma mecnica que ocorre no
sistema respiratrio. Com isso a desvantagem que ocorre esta modalidade funciona
apenas quando o paciente exibe um drive respiratrio (CARVALHO; JUNIOR;
FRANCA, 2007).
2.3.4 Novas modalidades respiratrias Em virtude evoluo e a incluso que ocorre dos microprocessadores dos
ventiladores mecnicos, a viabilidade de sofisticar-se os modos bsicos de
ventilao mecnica tornou-se enorme, considerando que novos mtodos sejam
criados para diminuir as limitaes presentes e agregar mtodos bsicos de
ventilao mecnica. Sendo necessrios mais avanos, pois ainda existe pouca
clareza quanto efetividade e segurana de alguns desses modos. (LUZ, 2012,
CARVALHO; JUNIOR; FRANCA, 2007).
Existem dois novos modos apresentados recentemente, segundo Holff (2008), que
utilizam a presso diafragmtica e atividade eltrica do diagrama NAVA (neurally
adjusted ventilatory assisted assistncia ventilatria ajustada neuramente).
Portanto, as tcnicas relacionadas acima so certamente promissoras, visto que, os
disparos que ocorrem nos modos citados no afetam, de certa forma, o auto-PEEP,
sendo este a diferena positiva que ocorre da presso alveolar positiva no final da
expirao e tambm da presso positiva que ocorre na expiratria final, assim
determina o auto-PEEP.
2.3.5 Complicaes da ventilao mecnica A VM um tratamento e um procedimento artificial utilizado na terapia intensiva,
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41
sendo eficaz e seguro para promover a troca gasosa pulmonar, diante disso, os
profissionais da enfermagem requerem cuidados de enfermagem criteriosos, tais
como: a aspirao traqueal; o controle da presso do balo (cuff) do TOT ou TQT;
alterao do decbito; realizar transporte seguro para setores do hospital; implantar
aes que previnem complicaes como a pneumonia por aspirao ou por VM,
evitar lceras de presso, a extubao acidental, os barotraumas e pneumotrax,
como forma de prevenir tais complicaes enunciadas (MELO, 2014; GOMES et al.,
2010).
De acordo com a literatura encontrada, uma das maiores indicaes da VM a
insuficincia respiratria aguda (IRpA) e o seu uso est completamente associado
s complicaes existentes, como:
[...] leso pulmonar microscpica induzida pela ventilao artificial, barotrauma, pneumonia com associao ventilao mecnica, leso de via area, fraqueza da musculatura respiratria e comprometimento gastrointestinal e cardiovascular. Tambm o suporte ventilatrio prolongado pode elevar a possibilidade dessas complicaes, e dessa mesma forma, a retirada prematura da intubao que pode levar reintubao, aumentando o risco de morbidade e mortalidade, bem como ao aumento do tempo de internao na UTI (GOLDWASSER, 2007, p. 133).
Nemer e Barbas (2011), citam em uma pesquisa outras complicaes associadas
VM prolongada. O desmame deve ser feito o mais breve possvel afim, de se evitar
problemas tais como: disfuno diafragmtica induzida pela VM, polineuropatia do
doente crtico, entre outras. Portanto, para evitar essas e outras complicaes, o
desmame da VM deve ser feito o mais breve possvel.
Discorreremos a seguir, as principais complicaes associadas VM, encontradas
na literatura pesquisada, segundo: Faraco (2013); Carvalho; Junior; Franca, (2007).
Dbito Cardaco diminudo: Sabemos que o Dbito cardaco o volume ou a frequncia de sangue bombeado pelo corao em um minuto, para tanto, o dbito
cardaco diminudo quando este bombeamento cardaco no ocorre da forma
correta dentro de um minuto, no entanto, com relao em pacientes com VM, com
distenso pulmonar, ocorre a presso positiva acrescentada com a presso
intratorcica, prejudicando o retorno venoso, principalmente quando utilizado o
PEEP.
Alcalose Respiratria Aguda: um fato que ocorre dificultando a oxigenao
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42
cerebral, alterao do ritmo cardaco, prejudicando o desmame de forma
concomitante. Tambm o momento da falta de ar secundria, inquietao ou dor, o
aumento de ar que ocorre no alvolo que resulta de uma regulagem de forma no
adequada do ventilador e pelo fato de ser alterado pelos acertos da frequncia
respiratria, do volume corrente, de acordo que prope as exigncias do paciente.
Com isso, ocorre o aumento da presso intracraniana (PIC), onde o fluxo sanguneo
do crebro fica prejudicado, pois, a VM exerce presso positiva sob a presso
intracraniana aumentada, isso ocorre de fato quando se utiliza o PEEP elevado,
diminuindo o retorno venoso e aumentando a PIC.
Meteorismo (Distenso Gstrica Macia): Os pacientes que esto sob a ventilao artificial, ainda mais aqueles pacientes que decorre com baixa tolerncia
no pulmo-trax, podendo apresentar alongamento intestinal ou distenso gasosa
gstrica. Isto, previsivelmente, pode ocorrer quando o vazamento do gs em volta do
tubo endotraqueal ultrapassa o esfncter esofgico inferior. Problema este que pode
ser resolvido e at amenizado pela introduo de uma sonda nasogstrica ou com o
ajuste da presso do balonete.
Pneumonia: Rotinas de troca implementadas no setor e os cuidados com os circuitos e com os nebulizadores, e tambm desinfeco e esterilizao adequada
de alto nvel dos mesmos, com diminuio da incidncia de complicaes. Os
nebulizadores pequenos para administrar broncodilatadores e at outras
medicaes so fontes de infeco quando no so manuseados corretamente de
forma estril adequadamente. Assim, o condensado que se acumula no circuito
expiratrio se contamina pelos microrganismos por vias respiratrias do paciente,
que tambm se no for manuseado de forma correta, pode de fonte de infeco
nosocomial. Tambm a lavagem das mos de forma adequada diminui infeco.
Atelectasia: A atelectasia e suas causas esto associadas com a ventilao mecnica e tambm referente a intubao programada ou seletiva. A atelectasia
tambm esta associada a presena de secreo secrees espessas existentes no
tubo traqueal e nas vias areas e da hipoventilao alveolar.
Barotrauma: O ar extra-alveolar traduzem situaes como pneumotrax, pneumomediastino e tambm de enfisema intercutneo. A presso e o volume
corrente de forma elevado ficam relacionados ao barotrauma nos pacientes com
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43
ventilao mecnica.
Fstula Broncopleural: No suceder da ventilao mecnica, a fuga broncopleural contnua de ar ou a fstula broncopleural (FBP) pode advir ruptura alveolar
espontnea ou correspondente a lacerao direta da pleura visceral. Com isso, a
introduo de um sistema de drenagem deixado ao dreno de trax (Sistema de
aspirao contnua) faz com que o gradiente de presso aumente cada vez mais
atravs do sistema e pode aumentar o vazamento, particularmente se o pulmo no
expandir perfeitamente.
A frequncia de desenvolvimento de FBP desconhecida como complicao direta
da VM. Estudo aborda e demonstra a heterogeneidade de formato padro de dano
pulmonar que ocorre na sndrome da angstia respiratria do adulto (SARA), dessa
forma, a antiga noo refora que o barotrauma pode ser mais uma doena que se
manifesta do que de seu tratamento, mesmo quando ocorre de forma tardia na
evoluo da sndrome e da existncia de sepse.
Leses de Pele e/ou lbios (TOT, TNT e TQT): As ulceraes de pele e dos lbios sucede devido forma da fixao do tubo orotraquel, todavia do tipo de material
utilizado, como esparadrapo e falta de movimentao da cnula nos intervalos de
tempos regulares.
Leses Traqueais: As leses da traqueia so leses que provocadas pelos fatores como o aumento da presso do cuff ou do tracionamento dos TOT ou TQT. Por
presses aumentadas do balonete que assim, levam menor quantidade de
atividade do epitlio ciliado, da diminuio ou suspenso do sangue (isquemia), e da
necrose at fstulas traqueais.
Granuloma: um tecido de granulao benigno. uma leso que se prolifera e se estabelece em torno das cordas vocais levando a rouquido ou afonia, se
caracteriza de forma esbranquiada, amarela ou vermelha. Sua forma
arrendondada, bilobada ou multibolada.
2.3.6 Desmame ventilatrio
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44
Saber o momento certo da interrupo da ventilao mecnica a qual chamamos de
extubao, pode at ser considerada uma maneira simples, nos casos em que
pacientes que se despertam depois de um procedimento com anestsico, mas pode
ser bastante difcil e complicado nos pacientes que esto sob a ventilao mecnica
h vrios dias ou at por vrias semanas. Nesse ltimo caso, precisamos lanar
mo de alguns critrios para nos certificarmos de que o momento cabvel para a
retirada, pois do contrrio a reintubao que ocorre nas primeiras 48 horas, sendo
de forma precoce, e definida como falha na extubao (CUNHA, 2013).
Portanto, a retirada da ventilao mecnica um procedimento ou uma tomada de
deciso importantssima na terapia intensiva, pois, a forma e a utilizao dos vrios
termos para definir este processo da retirada da VM, pode se tornar difcil no que
tange a avaliao da sua durao, dos diferentes modos, dos protocolos e do
prognstico existente. O desmame um processo de substituio que ocorre da
ventilao artificial para a espontnea nos pacientes que continuam na ventilao
mecnica invasiva por tempo maior que 24 horas. O Quadro 3 identifica alguns
critrios que podem ser considerveis de um paciente apto ao desmame (NEMER;
BARBAS, 2011).
Quadro 3 - Critrios clnicos para considerar o paciente apto ao desmame
Critrios clnicos para o desmame
Motivo do incio da ventilao mecnica solucionado ou amenizado Paciente sem hipersecreo (necessidade de aspirao superior a 2h) Tosse eficaz (pico de fluxo expiratrio > 160 L/min) Hemoglobina > 8-10 g/dl Adequada oxigenao (PaO2/FiO2 > 150 mmHg ou SaO2 > 90% com FiO2 < 0,5) Temperatura corporal < 38,5-39,0C Sem dependncia de sedativos Sem dependncia de agentes vasopressores (Ex: dopamina < 5 g . Kg. min) Ausncia de acidose (pH entre 7,35 e 7,45) Ausncia de distrbios eletrolticos Adequado balano hdrico
Fonte: (NEMER; BARBAS, 2011, p.25).
Para aprimorar o conhecimento, importante ressaltar que o processo de desmame
do sistema ventilatrio possvel de complicaes, tais como:
O adiamento desnecessrio da extubao traqueal at a ocorrncia do risco de complicao secundria pela extubao precoce e a necessidade de
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reintubao do paciente. Portanto, as diretrizes baseadas em evidncias, recomendam a realizao do teste de respirao espontnea ou da retirada progressiva, realizada antes da extubao, a fim de, fornecer informaes sobre a capacidade respiratria do paciente. Entre as mais estudadas esto ventilao mandatria intermitente (SIMV), a presso de suporte (PSV) e o tudo T (TT) (PEREIRA et al, 2013. p.506).
2.4 PNEUMONIA ASSOCIADA COM A VENTILAO MECNICA
2.4.1 Definio e diagnstico
A pneumonia pode ser compreendida de duas formas, tais como, precoce ou tardia:
a primeira ocorre at 96 horas aps intubao endotraqueal e instalao da VM tem
um melhor prognstico, normalmente ocasionada por bactrias sensvel a
antibiticos; e a outra, se manifesta aps 96 horas da intubao endotraqueal e
inicio da VM, tendo essa com maior possibilidade da causa ser atravs de bactrias
multirresistentes, aumentando a permanncia hospitalar, a mortalidade e a
morbidade (FREIRE; FARIAS; RAMOS, 2006; BORGES, 2012).
A pneumonia associada ventilao mecnica (PAVM) a infeco nosocomial mais comum no ambiente de cuidados intensivos. Tem prevalncia varivel, com taxas desde 6 at 50 casos por 100 admisses na unidade de terapia intensiva (UTI).(1,2) Tal variabilidade se deve principalmente a dois aspectos: a presena de diferentes case-mix em diferentes unidades avaliadas na literatura e a inexistncia de critrios diagnsticos precisos que permitam um diagnstico operacional acurado, tornando a subjetividade um aspecto importante na definio dos casos e nas decises teraputicas.(3) Vrios estudos demonstram que a incidncia dessa infeco aumenta com a durao da ventilao mecnica e apontam taxas de ataque de aproximadamente 3% por dia durante os primeiros 5 dias de ventilao (DALMORA et al., 2013, p.81).
Quanto ao tipo de Pneumonia por Ventilao Mecnica o tipo hospitalar que
acomete os pulmes, causada por bactrias gram-negativas, vrus ou fungos em
pacientes em VM por mais de 48 horas, aps intubao endotraqueal (POMBO;
ALMEIDA; RODRIGUES, 2010).
Diante disso, no mbito da literatura, h conflitos em relao ao diagnstico clnico
da PAVM em funo da dificuldade de ser feito um diagnstico diferencial com
infeces de vias respiratrias inferiores como traqueobronquites. Alm disto, outras
doenas apresentam caractersticas semelhantes, como por exemplo, a
tromboembolia pulmonar, a atelectasia, o dano alveolar difuso, o edema pulmonar, e
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a toxicidade por frmacos e hemorragia alveolar (VIEIRA, 2009; TEIXEIRA et al.,
2007; SELIGMAN et al., 2006).
Ainda realizada a coleta do material das vias areas e alvolos, tcnica de
broncoscopias e no-broncoscpicas para realizao de culturas e se ter o
diagnstico (SELIGMAN et al., 2006, p. 341).
Esses procedimentos so testes executados em pacientes que carecem da VM
prolongada que oferece um resultado precoce e especifico para VM. No modelo no
broncoscpio e realizado um aspirado traqueal quantitativo (QEA); no broncoscpio,
o escovado protegido (PSB) ou lavado alveolar (BAL) so ferramentas mais
minuciosas para identificao de PAVM, seguro o exame tecidual direto (VIEIRA,
2009; LIMA, 2007; MATURANA, 2011).
Segundo, Oliveira e Pombo; Almeida; Rodrigues (2010), a suspeita de que o
paciente est desenvolvendo uma PAVM, quando est em evidncia o infiltrado
pulmonar novo ou progressivo radiografia de trax (presente mais que 48 horas),
associado presena de febre, leucocitose ou leucopenia ou secreo brnquica
purulenta.
Neste sentido importante destacar a classificao e o local de ocorrncia dos
diferentes tipos de pneumonia, conforme descrito no quadro 4:
Quadro 4 Classificao e locais de ocorrncia da PAVM. Classificao Local de ocorrncia Pneumonia Comunitria
Ocorre fora do hospital, em pacientes sem fatores de risco para pneumonia associada aos cuidados de sade.
Pneumonia associada ao cuidado em sade
Ocorre em pacientes que tem sua residncia nos asilos ou so admitidos e ou tratados em sistema de internao domiciliar; pacientes que receberam medicamentos antimicrobianos por via endovenosa, ou quimioterapia, nos 30 dias anterior infeco; clientes em tratamento renal de substituio; e aqueles que foram internados com risco iminente de morte por dois ou mais dias nos ltimos 90 dias de infeco.
Pneumonia hospitalar
Ocorre aps 48 horas de admisso hospitalar: precoce quando ocorre ate 96 horas de internao e tardia aps 96 de hospitalizao.
Pneumonia associada ventilao mecnica
Surge aps 48 a 72 horas da intubao endotraqueal e a introduo da ventilao mecnica (VM) invasiva. Tambm e classificada como precoce e tardia: precoce quando ocorre ate 96 horas aps intubao e VM; tardia aps 96 da intubao e VM.
Traqueobronquite Hospitalar
Descreve pelo aparecimento de sinais de pneumonia, sem diagnstico de opacidade radiolgica nova ou gradual, desconsiderando outras possibilidades de anlises que seja capaz de comprovar tais sintomas, sobretudo febre.
Fonte: (VIEIRA, 2009; TEIXEIRA et al., 2007).
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Percebe-se pela classificao apresentada por Teixeira e outros (2007) que cada
tipo de pneumologia tem caractersticas especficas e no caso da hospitalar. O
tempo mnimo de ocorrncia varia entre 48 e 72 horas e em se tratando da PAVM o
prazo mesmo a contar da intubao endotraqueal, ou seja, ventilao mecnica
invasiva.
Os fatores de riscos relacionados pneumonia se classificam em modificveis
aqueles cujas medidas podem ser realizadas com implementao das prticas para
a preveno e o controle da IH (limpeza das mos, vigilncia epidemiolgica, uso
racional de antimicrobianos), nmero adequados de profissionais na assistncia ao
paciente, confeco e implantao de protocolos sobre desmame ventilatrio; e no
modificveis aqueles que so inerentes ao hospedeiro (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE PNEUMONIA E TISIOLOGIA, 2007).
Com relao ao microrganismo associado pneumonia hospitalar tm-se bacilos
gram-negativos (Pseudomonas aeruginosas, Proteus spp., Acinetobacter spp.) e
Staphylococcus aureus. A microbiota pode variar dependendo do tempo e
internao na UTI, o uso de VM, antimicrobianos e a sensibilidade do hospedeiro
(SELIGMAN, 2013; AMARAL, 2009).
Ainda assim Gomes (2014, p. 11), descreve os agentes mais envolvidos na PAH que
so:
Enterobacteriaceae, Haemophilus influenzae, Streptococcus pneumoniae e Staphylococcus aureus. Entre as bactrias multirresistentes, destacam-se: Staphylococcus aureus meticilinorresistente, Pseudomonas aeruginosas, Acinetobacter calcoaceticus baumannii, Stenotrophomonas maltophilia, dentre outras.
O risco de infeco aumenta mais ainda em torno de 86% dos casos de pneumonia
(PNM) hospitalar quando so associados VM. A prevalncia citada de 20,5 a
34,4 casos de PNM por 1.000 dias de VM, e de 3,2 casos por 1.000 dias em
pacientes no ventilados.
Alm disso, a patognese da PNM est inteiramente ligada aos cuidados prestados
na UTI, compreende a relao de patgeno, hospedeiro e variveis epidemiolgicas
que facilitam esta dinmica, dessa forma, vrios mecanismos existentes contribuem
para a infeco dita (AGNCIA NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA, 2009, p.
11).
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Diante do exposto vale ressaltar que diante da literatura pesquisada que o
desenvolvimento da PAVM decorrente de aspirao se secrees da orofaringe,
condensado gerado no circuito do ventilador mecnico ou contedo gstrico
colonizado por microorganismos (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E
TISIOLOGIA, 2007).
As informaes citadas acima so de fato importantes, pois elevam discusso de
outro ponto relevante em relao PAVM: a sua fisiopatologia. 2.4.2 Fisiopatologia essencial o entendimento da patognese da PAVM para se estabelecer os
cuidados de preveno (VIEIRA, 2009; BORGES, 2012). A seguir descreve-se o
mecanismo de defesa na preveno da infeco respiratria no hospedeiro.
Habitualmente as vias areas superiores e o trato digestivo so colonizados por
bactrias. Contudo, as vias areas inferiores so habitualmente estreis, a menos
que a pessoa tenha bronquite crnica ou sofrido manipulao das suas vias areas
respiratrias (VIEIRA, 2009; GOMES, 2014, AGENCIA NACIONAL DE VIGILNCIA
SANITRIA, 2009).
Estudos mostram que 50% dos adultos aspiram noite, mas raramente
desenvolvem pneumonia. Para desencadear uma pneumonia, os patgenos
necessitam chegar s vias areas inferiores e sobressair sobre os mecanismos de
defesa do aparelho respiratrio. Os maiores mecanismos de defesa envolvem as
barreiras anatmicas das vias areas, o reflexo gltico e da tosse e o sistema de
transporte mucociliar. O transporte mucociliar tem uma significativa atribuio nas
vias areas superiores na retirada de partculas inaladas e de micrbios que ganham
alcance a rvore brnquica (GOMES, 2014, AGNCIA NACIONAL DE VIGILNCIA
SANITRIA, 2009).
A limpeza mucociliar um mtodo composto que depende do movimento mucociliar
por meio de uma tosse eficaz. Inferiormente dos bronquolos terminais, os sistemas
imunes humorais e celulares so elementos essenciais para a defesa do hospedeiro.
Os linfcitos e os macrfagos alveolares retiram materiais particulados e patgenos,
criando dessa forma as citoquinas para reforar a resposta do sistema celular imune,
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que atuam como clulas antignicas que ativam o brao humoral da imunidade e
favorece a fagocitose (BERALDO, 2008; TEIXEIRA et al., 2007; GOMES, 2014).
So inmeros fatores que comprometem as defesas do Paciente em VM, como:
doena crtica, comorbidades, sistema de defesa imune comprometida pela m
nutrio e intubao traqueal, a qual impede o reflexo de tosse, compromete a
limpeza mucociliar, traumatizando a superfcie epitelial traqueal de certa forma
promovendo um meio direto e de fcil alcance das vias areas superiores para as
inferiores (AMARAL, 2006; MORAIS, 2006).
Os procedimentos de dispositivos invasivos e de teraputica antimicrobiana firmam
um ambiente favorvel para os patgenos hospitalares, resistentes aos antibiticos,
colonizarem as vias areas superiores e o trato digestivo. Essa combinao
comprometem a defesa do hospedeiro e a exibio contnua das vias areas
inferiores e amplo nmero de patgenos, por meio do tubo endotraqueal, como
mostra a Figura 2, que evidencia o paciente em VM ao risco de desenvolver PAVM
(VIEIRA, 2009; GADELHA; ARAJO, 2011).
Um dos pontos crticos a secreo que se concentra sobre o balonete do tubo
endotraqueal, vinda da orofaringe, que so possveis reservatrios formados nas
cavidades sinusais e do sistema digestivo superior. Outro ponto a presena do
biolfilme, dentro do tubo traqueal, com contaminao de bactrias. Outra fonte so
os aerossis contaminados nas nebulizaes e nos circuitos de ventilao. No
deve ser desprezada a translocao bacteriana via trato intestinal na corrente
sangunea. (MATURANA, 2011, p.12).
Figura 2 Pontos crticos da secreo
Fonte: (VIEIRA, 2009)
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A Figura 2 mostra como se formam os pontos crticos decorrentes do acmulo de
secreo acima do balonete. A infeco pode ocorrer em qualquer etapa do
tratamento, assim preciso descrever a incidncia em pacientes internados na UTI.
2.4.3 Fatores de risco
De acordo com Gomes (2014), o principal fator de risco para se adquirir a
pneumonia hospitalar atravs da ventilao mecnica invasiva, onde este risco se
eleva de 4 a 20 vezes por cada dia de VM invasiva. Esta pneumonia com pacientes
em VM ocorre devido colonizao de patgenos da orofaringe ocasionada pela
aspirao no tubo traqueal. Abaixo, no quadro 5, mostraremos outros fatores de
risco que podem ocasionar esta infeco agrupadas em grupos:
Quadro 5 - Fatores de risco para aquisio de pneumonia associada assistncia
sade: Fatores que aumentam a colonizao da orofaringe ou do estmago por microrganismos
Uso prvio de antibiticos; Presena de doena pulmonar crnica; Permanncia numa Terapia Intensiva; Contaminao do circuito do ventilador.
Condies que favorecem a aspirao do trato respiratrio ou refluxo do trato gastrintestinal
Intubao orotraqueal; Re-intubaes; Traqueostomia; Utilizao de sonda naso-entrica; Posio supina (decbito abaixo de 30); Rebaixamento do nvel de conscincia; Reduo do reflexo de tosse; Procedimentos cirrgicos envolvendo a cabea, pescoo, trax e abdome superior; Imobilizao; Durao da ventilao mecnica; Uso de anticidos ou antagonistas H2.
Fatores do hospedeiro Sexo masculino; Idade superior a 60 anos; Desnutrio; Imunossupresso; Paciente queimado; Gravidade da doena de base; Imunossupresso.
Fonte: (BRASIL, 2014, p.10).
Desta forma, podemos trabalhar na preveno, principalmente com os fatores de
risco que podemos modificar, segundo o Ministrio da Sade (2014), como mostra o
quadro 6:
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Quadro 6: Preveno para pneumonia: cabeceira da cama do paciente deve estar elevada entre 30 e 45 graus, prevenindo a infeco; Checar a sedao rotineiramente no intuito de sempre diminuir quando possvel e que no tenha risco para o paciente; A aspirao da subgltica deve ocorrer sempre acima do balonete, prevenindo riscos; Realizar rotineiramente a higiene bucal/oral com antisspticos padronizados, como a clorexidina, prevenindo infeces.
Fonte: (BRASIL, 2014).
2.4.4 Incidncia
A infeco a maior complicao dos pacientes internados, principalmente aqueles
doentes graves que necessitam de terapia intensiva. A PAVM uma das infeces
mais recorrentes na UTI e, por meio dela, ocorre um elevado nmero na taxa de
mortalidade, de permanncia hospitalar e de custos para a instituio (GUIMARES;
ROCCO, 2006; AMARAL; CORTES; PIRES, 2009; SILVA; NASCIMENTO; SALLES,
2014).
A incidncia da PAVM nas literaturas varia bastante. Podendo ocorrer desta forma
em funo das diferentes interpretaes ou mecanismo que feito o diagnstico
diferencial, com infeces do trato respiratrio inferior, como traqueobronquites. As
taxas variam conforme a definio da pneumonia e da populao que sendo
investigada. Nas diretrizes da American Thoracic Society Infectious Disease
Society of America - ATS/IDSA (2005), o diagnstico de PAVM duas vezes maior
que as culturas qualitativas ou semi-qualitativas, que nas culturas quantitativas de
exame de secrees das vias areas inferiores (RODRIGUES et al., 2012; VIEIRA,
2009).
A PAVM ocorre em 9% a 27% de todos os pacientes intubados e sua ocorrncia
est relacionada com o tempo de VM (VIEIRA, 2009; GOMES, 2014). O aumento e
mais evidente nos trs primeiros dias: 3% por dia, com durao nos cinco primeiros
dias; 2% ao dia, entre o 5 e 10 dia; 1% ao dia, aps o 10 dia. O risco de PAVM
de fato maior nos primeiros quatro dias de VM, quando a metade de todos os
acontecimentos de PAVM ocorre, pois o tempo de VM da maioria dos casos curto
(BUSTAMANTE, 2011; GONALVES, 2012; GOMES, 2014).
Conforme estudos brasileiros, as taxas de IH apresentadas variam de 20% a 40%
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(VIEIRA, 2009; AGNCIA NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA, 2009; GOMES,
2014). Essa variao de taxas mostra que h, no s no Brasil, mas em todo
mundo, tanto a dificuldade do diagnstico como a necessidade de um olhar mais
desenvolvido para essa questo. A dimenso desse problema e muito extensa, pela
quantidade em nmeros de eventos que podem ser evitados, e pesquisas devem ser
feitas em busca de cuidados nos variados efeitos adversos. Para aumentar a
segurana do paciente e a qualidade nos servios de sade, preciso implantar a
preveno na prtica diria (DUARTE et al., 2015).
De acordo com a Agncia Nacional De Vigilncia Sanitria (2009), ocorrem por ano
de 5 a 10 ocorrncias de PNM, relacionados assistncia sade por 1000
admisses. Em 2008, a incidncia da PAVM nas UTIs clnicas e cirrgicas dos
hospitais de ensino dos EUA, foram de 2,3 casos por 1.000 dias de uso do
ventilador, e, nas UTIs coronarianas, foi 1,2 casos por 1.000 dias de uso de
ventilador. J na Amrica Latina e no Brasil, estudos demonstram que a incidncia
de PAVM para cada 100 dias de VM difere de 13 a 80%, ou 2,6 a 6,2 casos, com
mortalidade entre 20 a 75%.
Outros estudos mostram que a PNM a segunda principal infeco associada VM, a infeco que mais ocorre nos pacientes internados em UTI, sendo que sua incidncia pode variar de 9 a 68%. Alm disso, 86% dos casos de PNM hospitalar esto associados VM. Por outro lado, de 9 a 27% dos pacientes em ventilao desenvolvem a PNM. Sendo sua prevalncia de 20,5 a 34,4 casos de PNM por 1.000 dias de VM, e de 3,2 casos por 1.000 dias em pacientes no ventilados. H uma variao de 10% a 50% dos pacientes intubados que podem desenvolver PNM, com risco aproximado de 1 a 3% por dia de IOT e VM. (GOMES, 2014, p 107 ).
O manual do trato respiratrio da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (2010),
diz respeito a acontecimentos nacionais de PAV, tende a ser mais alta do que o
considerado, visto que no comunicados nacionais por ausncia de dados de forma
organizada e padronizada em todos os estados. As taxas da pneumonia mudam
conforme o paciente e os meios de diagnsticos disponveis, perante a descrio
dos clientes atendidos, nmeros assistenciais de qualidade e aplicaes na
educao contnua dos profissionais (VASCONCELOS, 2015).
Dados do Ministrio da Sade atribuem a incidncia desta infeco ao tempo de
permanncia na ventilao mecnica. Portanto, existem quatro fatores de risco da
PAV, agrupados em quatro categorias, que veremos descritas abaixo, que assim
foram definidas pelo Ministrio da sade: o uso prolongado contnuo da ventilao
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mecnica por muito tempo fazendo com que os aparelhos e ou as mos dos
profissionais de sade estejam cataminados, causando uma condio de risco para
a infeco; o refluxo gastrointestinal e a aspirao endotraqueal so formas e
condies que predispem a risco para infeco devido colonizao dos
microorganismos que podem existir no estmago e na orofaringe; a idade do
paciente, bem como a desnutrio, doenas de base e imunidade diminuda
predispe a infeco (BRASIL, 2010b; VASCONCELOS, 2015).
2.5 CUIDADOS DE ENFERMAGEM EM PACIENTES COM ASSISTNCIA
VENTILATRIA
Em 2012 foi publicada a Resoluo da Diretoria Colegiada (RDC) nmero 26, que
dispe sobre os quesitos mnimos para o funcionamento das Unidades de Terapia
Intensiva com nmero dos recursos humanos, determina no seu Artigo 14 a
quantidade de um Enfermeiro que presta assistncia para cada 10 (dez) leitos em
cada turno e no mnimo 1 (um) Tcnico de Enfermagem para cada 2 (dois) leitos em
cada planto e/ou turno, com isto nota-se que h um nus de trabalho para o
profissional, o que por sua vez impossibilita de prestar o cuidado individualizado e
especifico (BRASIL, 2012).
Dentre os cuidados dirios primordiais, primeiramente o enfermeiro deve higienizar
as mos antes e aps a manipulao do aparelho de VM, a fim de evitar infeco
respiratria.
A enfermagem exerce primordial papel na instalao e ajuste do ventilador, papel do enfermeiro testar o ventilador antes de iniciar a teraputica do paciente bem como conectar o aparelho a rede eltrica e as sadas de oxignio e ar comprimido (OLIVEIRA, MARQUES, 2007, p. 64).
A enfermagem realiza uma funo primordial no processo de avaliao do paciente
em VM. Dessa forma, no momento que a avaliao com enfse no sistema
neurolgico, o grau de conscincia e orientao no tempo e no espao padres para
iniciar o processo de desmame da prtese ventilatria (ANDRADE, 2013).
Oliveira e Marques (2007 p. 64) retratam com detalhes os cuidados essenciais aos
pacientes submetidos a VI:
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O enfermeiro deve estabelecer meios de comunicao alternativos com os pacientes, avaliar diariamente a relao inspirao/expirao, avaliar altos e baixos picos de presso, proteger pele e face nos locais de maior presso do cadaro de fixao, evitar trao da cnula por meio de utilizao de dispositivos do circuito respiratrio, acompanhar a realizao de exames no leito, por outros profissionais, realizar ausculta pulmonar e avaliar o uso de musculatura acessria, realizar aspirao traqueal, avaliando a caracterstica da mesma, manter mecanismos de monitorizao invasiva e no invasiva, trocar circuitos a cada 15 dias, conforme protocolo do CDC (Center for Disease Control and Prevention) e identificar sinais de infeco (leucocitose, hipertermia e bastonetes acima de 10% no hemograma).
Outro autor ressalta em sua pesquisa sobre os cuidados de enfermagem criteriosos
aos pacientes com VM, tais como:
Aspirao traqueal; controle da presso do balo (cuff) do TOT ou TQT; mudana de decbito; transporte seguro de pacientes para outras unidades do hospital; aes para a preveno de complicaes como pneumonia por aspirao ou associada ventilao, lceras por presso, extubao acidental, barotraumas e pneumotrax (MELO et al, 2014, p. 58).
A fim de se ter um resultado favorvel, positivo para os pacientes em ventilao
mecnica, existem vrios fatores que interferem neste resultado satisfatrio, entre
eles esto: entender e compreender o que a ventilao mecnica, bem como, seus
princpios e sua manuteno; de extrema importncia a comunicao entre a
equipe para um cuidado pleno, baseado nas necessidades do paciente. As metas da
terapia, os protocolos de desmame, todos devem estar alinhados com relao a
qualquer alterao feita no cuidado pertinente e nos procedimentos para com o
paciente (MELO et al., 2014; RODRIGUES et al., 2012).
O enfermeiro no centro do cuidado, ao monitorar o ventilador, deve observar: o tipo de ventilador; as suas modalidades de controle; os parmetros existentes de volume corrente e frequncia respiratria; os parmetros de frao de inspirao de oxignio (FiO2); a presso inspiratria alcanada e limite de presso; a relao inspirao/expirao; o volume minuto; os parmetros de suspiro, quando aplicveis; a verificao da existncia de gua no circuito e nas dobras ou a desconexo das traqueias; a umidificao e a temperatura; os alarmes, que devem estar ligados e funcionando adequadamente; e os nveis da presso positiva no final da expirao (PEEP) e/ou suporte de presso, quando aplicvel (RODRIGUES et al., 2012, p. 791).
Para tanto, a atuao do enfermeiro assistencial na assistncia ventilatria e de
extrema importncia, intensa, extensa, complexa pela responsabilidade da
assistncia contnua; extensa tambm por iniciar-se antes da instalao dos
dispositivos ventilatrios at a reabilitao, recuperao do paciente. Assim, a
criao de estudos e os treinamentos temticos devem ser frequentes, regular, a fim
de qualificar a equipe de enfermagem, fornecendo conhecimento e tcnica.
Compreender a correlao entre as ocorrncias nas quais ocorrem o disparo dos
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alarmes e os cuidados de enfermagem que orientam a aplicao dos cuidados com
segurana e competncia (NEPOMUCENO, 2007).
Wagner (2015) e Primo (2007), em suas pesquisas, discorrem sobre os cuidados de
enfermagem em pacientes com VM na preveno da PAVM, tais como:
Quanto elevao da cabeceira:
Posio semi-fowler;
Para evitar a broncoaspirao, deve-se manter a cabeceira do paciente entre
30 e 45 graus;
Nos pacientes com trauma cervical e em estado grave, a cabeceira dever
estar com elevao de no mnimo a 30 graus;
Quando algum caso clnico do paciente impedir a elevao da cabeceira,
mediante ao recomendado, portanto, deve-se adotar a posio de
Trendelenburg reverso que uma posio de inclinao da cama.
Quanto higiene oral:
Recomenda-se o uso de clorexidina oral apenas em eventos de alto risco,
haja vista que seu uso costumeiro pode acarretar resistncia de germes;
Recomenda-se a realizao da higiene oral no mnimo 3x ao dia;
Lembramos obedecer rigorosamente os horrios de administrao das
dietas; certificar-se da insuflao do balonete das cnulas durante a
administrao das dietas; trocar filtro de barreira a cada 24 horas e sempre
que necessrio.
Quanto aspirao endotraqueal:
Aspirao feita sob sistema fechado quando PEEP elevado;
Todo o sistema da aspirao feita somente uma vez no paciente;
A PAVM transmissvel e para que isso no ocorra, a troca do frasco dever
ocorrer a cada paciente aspirado;
Portanto devemos ressaltar como forma de preveno a aspirao, enquanto
tipo de tcnica estril;
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Na evoluo de enfermagem deve conter os achados da secreo
encontrada.
Quanto aos cuidados com traqueostomia:
O tubo da traqueostomia trocado de forma estril, evitando contaminao;
Trocar o tubo de traqueostomia com a tcnica assptica;
A traqueostomia melhora a retirada das secrees.
2.5.1 Interrupo diria da sedao A retirada ou a diminuio da medicao para sedao uma medida primordial
recomendada em todos os bundles, pois fundamental na profilaxia da PAV,
reduzindo o tempo de VM. O protocolo de sedao deve ser realizado diariamente
antes das 10 horas da manh, no entanto, a sedao deve ser suspensa para
anlise do nvel de conscincia do paciente e, se pertinente, dever ser desligada.
2.5.2 Profilaxia da lcera pptica e a descontaminao digestiva A preveno de lcera de estresse destinada apenas para aqueles pacientes com
ameaa evidente de sangramento (lcera gastrointestinal duodenal ativa sangrante,
sangramento digestivo prvio), com traumatismo crnio-enceflico, em uso de
ventilao mecnica, com politrauma, coagulopatia e em uso de corticosterides
(AGNCIA NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA, 2009).
2.5.3 Profilaxia da trombose venosa profunda Portanto, esse cuidado com a trombose venosa profunda, tem grande impacto no
tempo de internao e na diminuio da mortalidade. indicada em pacientes com
risco de trombose venosa profunda como obesos, pacientes idosos, histria de
estase venosa profunda, imobilizao prolongada, cirurgias de grande porte e
doenas vasculares e pulmonares prvias (AGNCIA NACIONAL DE VIGILNCIA
SANITRIA, 2009; RABELO, 2010).
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2.5.4 Aspirao subgltica
A drenagem da subgltica avalia o uso de tubo endotraqueal com luz superior do
balonete, planejando a preveno da colonizao das vias areas inferiores e da
PAV de incio prvio. As intervenes de enfermagem acima descritas esto ligadas
diretamente ao cuidado com o paciente, portanto, para a preveno da PAVM, se faz
necessrio uma interveno atravs de uma equipe multidisciplinar, com abordagens
indispensveis, como: higienizao das mos, a presso do cuff, a intubao e
reintubao, bem como a limpeza e desinfeco de equipamentos mdicos
hospital