Artigo Estudo de Caso Analise de Patologias Estruturais Em Edificação de Gestão Publica

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ LAUREN CRISTINA IANTAS ESTUDO DE CASO: ANÁLISE DE PATOLOGIAS ESTRUTURAIS EM EDIFICAÇÃO DE GESTÃO PÚBLICA CURITIBA NOVEMBRO 2010

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Artigo Técnico Sobre Patologias do concreto

Transcript of Artigo Estudo de Caso Analise de Patologias Estruturais Em Edificação de Gestão Publica

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN

    LAUREN CRISTINA IANTAS

    ESTUDO DE CASO: ANLISE DE PATOLOGIAS ESTRUTURAIS EM EDIFICAO DE GESTO PBLICA

    CURITIBA NOVEMBRO 2010

  • LAUREN CRISTINA IANTAS

    ESTUDO DE CASO: ANLISE DE PATOLOGIAS ESTRUTURAIS EM EDIFICAO DE GESTO PBLICA

    Monografia apresentada para a obteno do Ttulo de Especialista em Construo de Obras Pblicas no Curso de Ps Graduao em Construo de Obras Pblicas da Universidade Federal do Paran, vinculado ao Programa Residncia Tcnica da Secretaria de Estado de Obras Pblicas/SEOP.

    Orientador: Prof. Nelson T. de Freitas .

    CURITIBA 2010

  • TERMO DE APROVAO

    LAUREN CRISTINA IANTAS

    ESTUDO DE CASO: ANLISE DE PATOLOGIAS ESTRUTURAIS EM EDIFICAO DE GESTO PBLICA

    Monografia aprovada como requisito parcial para a obteno do Ttulo de Especialista em Construo de Obras Pblicas no Curso de Ps-Graduao em Construo de Obras Pblicas da Universidade Federal do Paran (UFPR), vinculado ao Programa de Residncia Tcnica da Secretaria de Estado de Obras Pblicas (SEOP), pela Comisso formada pelos Professores:

    ____________________________

    Nelson Luiz Teixeira de Freitas Prof. ORIENTADOR

    ____________________________

    Carlos Luciano Vargas Prof. TUTOR

    ______________________________________________

    Prof Dr. Hamilton Costa Junior Coordenador Curso Especializao em Construo de Obras Pblicas

    Cidade, 16 de Dezembro de 2010

  • Aos meus pais Zenbio e Emilie,

    pela pacincia, carinho, presena e apoio no somente

    neste marco profissional,

    mas em todas as escolhas e conquistas da minha vida.

  • AGRADECIMENTOS

    Ao meu orientador Prof. Nelson L. T. de Freitas e ao tutor Carlos Luciano Vargas, pelas assessorias sempre com incentivo, simpatia e presteza, norteando e propiciando alicerces para o xito desta Monografia, com competncia e serenidade, incentivando e valorizando minhas idias.

    Aos meus pais, pelo enorme apoio, incentivo e motivao em todos os momentos, e por estarem sempre presentes, superando todas as dificuldades juntos.

    Aos meus irmos, damo, Lorena e Milena, e minha sobrinha Giulia, pelo carinho, estmulo e compreenso.

    Ao meu namorado Rafael, pelo incentivo, compreenso e pela pacincia em tolerar a minha ausncia.

    A Engenheira e amiga Lucimara, pela prestatividade, incentivo, credibilidade e valiosas contribuies ao longo do tempo que passei na SEOP/ER/IRI.

    grande amiga Isis S. da Silva, pela amizade sincera, pelas reunies sempre divertidas. Que com sua alegria sempre presente, deixou a monografia com o peso mais leve.

    Aos meus grandes amigos que esto distantes e, mesmo assim, mantiveram-se presentes, atravs de e-mails e telefonemas.

  • RESUMO

    IANTAS, Lauren Cristina. Estudo de Caso: Anlise de Patologias Estruturais em Edificao de Gesto Pblica. 2010. 57 fls. Monografia (Especializao em Construo de Obras Pblicas) Universidade Federal do Paran.

    Os edifcios tm um ciclo de vida til, porm existem fatores que podem prolongar este tempo. Um bom desenvolvimento do projeto, o sucesso do planejamento e condies de trabalho durante a construo, envolvendo a qualidade dos materiais e mo de obra, as condies do meio em que a obra est inserida e a realizao da manuteno peridica; contribuem favoravelmente. Mesmo com a evoluo tecnolgica no setor da construo civil, tem-se observado um amplo nmero de edificaes relativamente novas apresentando manifestaes de patologias,que alm de compromet-las consomes recursos financeiros em reparaes que poderiam ser inteiramente evitadas. Em busca de apresentar uma obra segura, funcional e durvel, este trabalho procura contribuir abordando e analisando manifestaes patolgicas observadas numa edificao de uma de gesto pblica, baseando-se em relatrios tcnicos e vistorias realizadas no local. Procurou-se verificar suas causas e estabelecer a fase da sua origem (fase de projeto, de execuo ou de utilizao das instalaes). Entre as causas identificadas, esto: o meio muito agressivo para recursos metlicos; erros de projeto e construo; e manuteno inadequada, fatores que explicam os problemas precoces ocorrentes na obra.

    Palavras chaves: Construo Civil. Patologia das Construes. Obras Pblicas. Manuteno. Recuperao. Gerenciamento.

  • ABSTRACT

    IANTAS, Lauren Cristina. Case Study: Analysis of structural pathologies in Building Management Service. 2010. 57 leaves. Monograph (Specialization in Construction of Public Works) Federal University do Paran.

    Buildings have a life cycle, but there are factors that can extend this time. A good project development, success planning and working conditions during construction, involving the quality of materials and labor, the environment conditions in which the work is part of periodic maintenance and implementation; contribute favorably. Even with the technological developments in the construction industry, has seen a large number of relatively new buildings showing signs of pathology, which in addition to committing financial resources consuming repairs that could be entirely avoided. Seeking to present a work safe, functional and durable, this paper seeks to contribute addressing and analyzing pathological manifestations observed in a building of a public management, based on technical reports and surveys on site. We sought to determine its causes and determine the phase of its origin (stage design, implementation and use of the premises). Among the causes identified are: the very aggressive environment for metallic resources; design errors and construction and inadequate maintenance, which explains the problems occurring in the early work.

    Keywords: Construction. Pathology of Buildings. Public Works. Maintenance. Recovery. Management.

  • SUMRIO

    LISTA DE TABELAS LISTA DE GRFICOS LISTA DE FIGURAS

    1 INTRODUO 12 1.1 A PROBLEMTICA 14 1.2 DELIMITAO DO PROBLEMA DA PESQUISA 14 1.3 OBJETIVO DA PESQUISA 15 1.3.1 Objetivo Geral 15 1.3.2 Objetivos Especficos 15 1.4 JUSTFIFICATIVA E CONTRIBUIES 15 1.5 METODOLOGIA DA PESQUISA 16 1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO 17

    2 FUNDAMENDAO TERICA 18 2.1 CONCEITO DE PATOLOGIA DA CONSTRUO 18 2.1.1 SINTOMAS 19 2.1.2 MECANISMOS 20 2.1.3 CAUSAS E ORIGEM 20 2.1.4 CUSTOS E OPORTUNIDADE DE INTERVENO 23 2.1.5 DESEMPENHO, VIDA TIL E DURABILIDADE 25 2.1.6 DIAGNSTICO E PROGNSTICO 26 2.1.7 TRATAMENTO 26 2.2 CONCEITO DE QUALIDADE 26 2.3 GESTO DE OBRAS PBLICAS 27

    3 ESTUDO DE CASO 29 3.1 DESCRIO DO OBJETO DE ESTUDO A OBRA 29 3.1.1 HISTRICO 29 3.2 INSPEO VISUAL 29 3.2.1 ANLISE DO MEIO AMBIENTE 29 3.2.2 ANLISE DO PROJETO 31 3.2.3 MAPEAMENTO DA OBRA 32

    4 ANLISE DOS PROBLEMAS 34 4.1 LEVANTAMENTO DE SUBSDIOS 34 4.2 DIAGNSTICO 35 4.2.1 INSPEO VISUAL 35 4.3 PROGNSTICO 46 4.3.1 ANLISE DA OBRA PROJETO, CONSTRUO E MANUTENO 46 4.3.2 ESUQDRIAS METLICAS 46 4.3.3 ARQUIBANCADAS 47 4.3.4 COBERTURA 47 4.3.5 PILARES 47 4.4 PROPOSTA 51 4.4.1 MEDIDAS URGENTES 51 4.4.2 INTERVENES 52

    5 CONSIDREES FINAIS 54

    REFERNCIAS 56

  • LISTA DE TABELAS

    TABELA 01 Check-list dos elementos Diagnstico 36

    LISTA DE GRFICOS

    GRFICO 01 Distribuio relativa da incidncia de manifestaes patolgicas em estruturas de concreto arquitetnico

    19

    GRFICO 02 Origem dos problemas patolgicos com relao s etapas de produo e uso das obras civis

    21

    GRAFICO 03 Curva de comprometimento do custo do produto 23 GRFICO 04 Lei de evoluo de custos, lei de Sitter 24 GRFICO 05 Aumento das atividades de conscientizao e melhoramento da

    qualidade 27

    LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 01 Etapas de produo e uso das obras civis 20 FIGURA 02 Implantao geral da Escola e a localizao Ginsio, escala

    esquemtica 30

    FIGURA 03 Vista A 30 FIGURA 04 Vista B 30 FIGURA 05 Vista C 30 FIGURA 06 Vista D 30 FIGURA 07 Vista E 30 FIGURA 08 Vista F 30 FIGURA 09 Planta do Ginsio de Esportes da Escola Estadual 31 FIGURA 10 Vista G, arquibancadas 32 FIGURA 11 Vista H, porta de acesso posterior 32 FIGURA 13 Vista I, arquibancadas 32 FIGURA 14 Vista J, dependncias 32 FIGURA 15 A Planta com mapeamento dos pilares - Ginsio 33 FIGURA 15 B Corte da estrutura Prtico 33 FIGURA 15 C Detalhes da fixao do pilar metlico e a base de concreto 33 FIGURA 16 Foto interna do pilar 01 36 FIGURA 17 Detalhe da base do pilar 01 36 FIGURA 18 Foto externa, pilar 01, presena de vegetao e bolor em sua

    base 36

    FIGURA 19 Foto externa do pilar 01. 36 FIGURA 20 Detalhe externo, fixao metlica e colarinho. 36 FIGURA 21 Foto interna do pilar 02 36 FIGURA 22 Detalhe do pilar 02, ligao entre o colarinho, primeiro montante

    e banzo, com presena de corroso severa com reduo de espessura da chapa.

    36

    FIGURA 23 Detalhe da ligao entre o pilar 02 e a alvenaria, com presena manchas de oxidao

    36

  • FIGURA 24 Fotos externa do pilar 02, com presena de manchas de bolor no colarinho e na base da parede.

    37

    FIGURA 25 Detalhe externo, fixao da chapa metlica e colarinho. 37 FIGURA 26 Foto interna do pilar 03 37 FIGURA 27 Detalhe da ligao entre o pilar 03 o colarinho, montante e banzo

    com intensa corroso. 37

    FIGURA 28 Foto externa do pilar 03. 37 FIGURA 29 Foto externa do pilar 03, com presena de manchas de bolor no

    colarinho e na base da parede. 37

    FIGURA 30 Detalhe externo, fixao da metlica e colarinho. 37 FIGURA 31 Foto interna do pilar 04. 38 FIGURA 32 Detalhe da ligao entre o pilar 04 o colarinho, montante e banzo

    com corroso intensa. 38

    FIGURA 33 Foto externa do pilar 04. 38 FIGURA 34 Foto externa do pilar 04, com presena de manchas intensas de

    bolor na base do colarinho. 38

    FIGURA 35 Foto interna do pilar 05. 38 FIGURA 36 Detalhe da ligao entre o pilar 05 o colarinho, montante e banzo

    com corroso intensa. 38

    FIGURA 37 Foto externa do pilar 05 39 FIGURA 38 Foto externa do pilar 05, com presena de manchas intensas de

    bolor na base do colarinho. 39

    FIGURA 39 Foto interna do pilar 06. 39 FIGURA 40 Detalhe da ligao entre o pilar 06 o colarinho, montante e banzo

    com corroso intensa. 39

    FIGURA 41 Foto externa do pilar 06. 39 FIGURA 42 Foto externa do pilar 06, com presena de manchas intensas de

    bolor na base do colarinho e lascamento na parte exterior. 39

    FIGURA 43 Foto interna do pilar 07. 40 FIGURA 44 Detalhe da ligao entre o pilar 07 o colarinho, montante e banzo

    com corroso intensa. 40

    FIGURA 45 Foto externa do pilar 07. 40 FIGURA 46 Foto externa do pilar 07, com presena de manchas intensas de

    bolor na base do colarinho e lascamento na parte exterior. 40

    FIGURA 47 Foto interna do pilar 08 40 FIGURA 48 Foto externa do pilar 08. 40 FIGURA 49 Detalhe do pilar, com manchas intensas de bolor e corroses na

    estrutura metlica 40

    FIGURA 50 Foto interna do pilar 09 41 FIGURA 51 Foto interna do pilar 09, com presena de manchas intensas de

    bolor na base do colarinho e oxidaes na estrutura do pilar. 41

    FIGURA 52 Foto interna do pilar 10. 41 FIGURA 53 Foto interna do pilar 10, com presena de manchas intensas de

    bolor na base do colarinho e oxidaes na estrutura do pilar. 41

    FIGURA 54 Foto interna do pilar 11. 42 FIGURA 55 Foto interna do pilar 11, com presena de manchas intensas de

    bolor na base do colarinho e oxidaes na estrutura do pilar. 42

    FIGURA 56 Foto interna do pilar 12. 42 FIGURA 57 Foto interna do pilar 12, com presena de manchas intensas de

    bolor na base do colarinho e oxidaes na estrutura do pilar. 42

  • FIGURA 58 Foto externa do pilar 12, com presena de manchas intensas de bolor na base do colarinho.

    42

    FIGURA 59 Foto interna do pilar 13 42 FIGURA 60 Foto interna do pilar 13, com presena de fissura na diagonal,

    bolor na base do colarinho e oxidaes na estrutura do pilar. 43

    FIGURA 61 Foto externa do pilar 13, com presena de manchas intensas de bolor prximo ao montante.

    43

    FIGURA 62 Foto interna do pilar 14 43 FIGURA 63 Detalhe da base do pilar 14 43 FIGURA 64 Foto externa do pilar 14, vegetao e bolor em sua base 43 FIGURA 65 Foto externa do pilar 14. 43 FIGURA 66 Foto interna da cobertura 44 FIGURA 67 Detalhe interno da cobertura 44 FIGURA 68 Vista externa das janelas 44 FIGURA 69 Vista interna da janela 44 FIGURA 70 Vista da porta; fachada posterior 44 FIGURA 71 Vista da porta; fachada frontal 44 FIGURA 72 Imagem interna, arquibancada direita. 45 FIGURA 73 Imagem externa, arquibancada direita. 45 FIGURA 74 Imagem interna, arquibancada esquerda 45 FIGURA 75 Divisrias internas, vestirio feminino. 45 FIGURA 76 Detalhe da base do pilar, indicao de dois pontos 48 FIGURA 77 Vista interna, detalhe da base dos pilares afetados pela corroso. 48 FIGURAS 78 e 79

    Detalhe banzo pilar interno, afetados pela corroso com reduo de chapa, lascamento do concreto com exposio do chumbador.

    48

    FIGURAS 80 e 81

    Base do pilar 03, apresenta oxidao vermelha na placa de apoio e chumbadores, e intensa manchas de bolor e lascamento do concreto com exposio dos chumbadores.

    49

    FIGURA 82 Vista da arquibancada com mancha de bolor prximo ao pilar 50 FIGURA 83 Vista da corroso do banzo 50 FIGURA 84 Vista de parte do pilar que fica exposta a superfcie externa 50 FIGURA 85 Vista da parede com muitas manchas de bolor e o corte do

    terreno prximo a parede 50

  • 1 INTRODUO

    Prdio tambm adoece ...e, portanto, precisa ser tratado! 1 Leonardo Guimares, Engenheiro Civil, M. Sc., Diretor Tcnico

    Com o avano tecnolgico no setor de tcnicas e materiais de construo, observa-se um elevado nmero de edificaes relativamente novas apresentando diversos tipos de patologias. A ausncia de um planejamento da obra, o uso inadequado de materiais, aliado falta de cuidados na execuo e mesmo adaptaes quando do seu uso, adicionado carncia de manuteno; tem criado despesas extras s edificaes de gesto pblica, fiscalizadas pela ER/IRI/SEOP - Secretria do estado de Obras Pblicas - Escritrio Regional Irati. Esses fatores tm gerado consumos elevados recursos financeiros em reparaes que poderiam totalmente ser evitadas, ou pelo menos minimizados.

    A Secretaria de Obras Pblicas do Estado tem como finalidade o planejamento, a organizao e a fiscalizao das prestaes de servios e execuo de obras pblicas, buscando tambm, beleza, funcionalidade, durabilidade das mesmas. Porm, no sempre que encontram edificaes com essas caractersticas. A situao se agrava, pois, obras de gesto pblica no possuem: planejamento adequado, profissional capacitado e mo-de-obra qualificada.

    Este panorama ocorre na maioria das vezes por falta de espaos e ambientes adequados ao uso, tendo como exemplos: ginsios, salas de aulas e administrativas, sanitrios, rea coberta para recreao e lazer, etc. Para contornar a situao de desconforto, a instituio constri edificaes e executa reformas e ampliaes medida da necessidade, os chamados puchadinhos, sem um adequado planejamento, o que minimiza a qualidade das obras de gesto pblica. Tem maior ndice de ocorrncia em edificaes escolares de gesto pblica em dualidade - municpio e estado -, o que seria um benefcio, tambm pode ser visto como problema, pois as mesmas so administradas por dois rgos, alm da interferncia de duas diretoras escolares, muitas vezes sem comunicao entre si.

    Um fator que pode ser prejudicial a edificao, no caso das obras pblicas, so os cuidados adequados pelo profissional competente durante a fase de projeto,

    -12-

  • execuo e especificao dos materiais, que se no bem desenvolvidas, comprometem a qualidade da obra. O problema mais agravante,muitas vezes, por no ter a instituio escolar condies de contratar um profissional competente, acaba solicitando a algum da comunidade, sem os conhecimentos adequados. Na maioria das vezes, se atingida as fases necessrias de uma obra com sucesso, consegue-se uma melhora na qualidade da obra pblica, evitando consumir recursos financeiros onerosos e/ou desnecessrios.

    O uso e manuteno adequada da edificao, tambm uma condio importante para a vida til da construo. A falta de manuteno peridica faz com que pequenas patologias, de baixo custo de recuperao, evoluam, comprometendo a qualidade esttica da obra, tornado-a insegura e de alto custo para maior t-la.

    Segundo PRADO2, a importncia de um planejamento da obras tem como finalidade planejar a sua execuo antes de inici-lo e acompanhar sua execuo, traar objetivos e metas, visando o sucesso do projeto, resolvendo problemas de hoje, preparando-se para enfrentar os problemas de amanh. A fim de alcanar o sucesso desejado, cumprindo os objetivos, evitando o comprometimento da qualidade e segurana da obra, aos menores custos possveis.

    Os problemas citados anteriormente, quando apresentados em edificaes escolares de gesto pblica, prejudicam e comprometem a segurana da comunidade (alunos, funcionrios e usurios), deixando-as, inclusive, sem condies de uso.

    Neste trabalho, aborda-se um estudo de caso com anlise em problemas patolgicos em estruturas metlicas, concreto armado e alvenaria no estrutural, encontradas num Ginsio de Escola Estadual, no municpio de Mallet. A edificao encontra-se interditada pela SEOP (Secretria do estado de Obras Pblicas - Escritrio Regional Irati), por no apresentar segurana aos usurios.

    Com o objetivo de melhoria considervel na qualidade em edificaes de gesto pblica, o presente estudo tem como escopo a anlise de alguns problemas patolgicos detectados na obra em questo, propondo solues, prevenes e procedimentos para recuper-la. Dessa forma, busca-se minimizar fatos ocorridos na gesto de obras pblicas e buscando a valorizao das construes do Estado.

    1 Jornal de patologia da Construo, Ano 2 - N 2, p. 01

    2 PRADO, 1998, p.08

    -13-

  • 1.1 A PROBLEMTICA

    A Secretaria de Estado de Obras Pblicas um rgo responsvel por orar e fiscalizar as obras pblicas de forma competente, visando a segurana, acessibilidade e bem-estar dos usurios de cada instituio, bem como, a durabilidade e funcionalidade dos edifcios a serem reparados, ampliados ou construdos.

    Porm, em muitas obras de reparos, vezes sendo eles emergenciais solicitados Secretaria Estadual de Obras Pblicas por rgos da administrao direta e indireta do Estado, observado um elevado nmero de edificaes relativamente novas que apresentam diversos problemas patolgicos e consomem recursos financeiros onerosos e/ou desnecessrios, em que as reparaes poderiam ser inteiramente evitadas.

    1.2 DELIMITAO DO PROBLEMA DA PESQUISA

    Este trabalho est baseado em patologias ocorridas em uma edificao de instituio escolar de gesto pblica, fiscalizada por rgo pblico, SEOP - Secretaria do Estado de Obras Pblicas, desenvolvido atravs do momento vivido na construo civil ser um mbito e travs de anlises e solues da mesma.

    Espera-se que os resultados obtidos no trabalho realizado possam contribuir e estender-se a outros rgos pblicos ligados construo civil, enfatizando a importncia da integrao entre o planejamento adequado, cuidados na execuo, especificao dos materiais, juntamente com o uso e manuteno da obra. Com o objetivo de redizir o consumo de recursos financeiros, minimizar o comprometimento da qualidade das obras de gesto pblica, buscar maior durabilidade e vida til, afim de que possam ser implementadas possveis adequaes na rea.

    -14-

  • 1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA

    1.3.1 OBJETIVO GERAL

    Apresentar e analisar algumas definies de conceitos e casos de problemas patolgicos encontrados numa instituio escolar de gesto pblica, atravs de anlise, inspeo visual, diagnstico, prognstico e tratamento oferecendo recomendaes para evit-las.

    1.3.2 OBJETIVOS ESPECFICOS

    a) Demonstrar a importncia da integrao entre o planejamento adequado, cuidados na fase de projeto, execuo e especificao dos materiais, juntamente com o uso e manuteno da obra. Com base em sistemas da qualidade neste setor, buscando beleza, funcionalidade, durabilidade, vida til e valorizao das obras pblicas;

    b) Pesquisar as principais incidncias dos problemas patolgicos e propor procedimentos para a soluo e preveno, que podero ser seguidos pelos gerentes dos rgos pblicos para a soluo destes problemas, evitando que os mesmos se repitam;

    c) Obter uma melhoria considervel na qualidade dos servios prestados na gesto pblica.

    d) Abordar as recomendaes para a manuteno das edificaes; e) Revisar bibliograficamente os mtodos de anlise de problemas

    patolgicos.

    1.4 JUSTIFICATIVA E CONTRIBUIES

    importante destacar a integrao entre um bom planejamento, projeto, execuo e especificao dos materiais, adicionado com a sua manuteno nas obras pblicas. Com os resultados temos melhorias nos servios prestados, economicamente mais acessveis, maior facilidade de manuteno, mais seguros, funcionais, vida til e valorizao das construes de usos comuns da populao.

    -15-

  • Embora este trabalho aborde anlises e solues de patologias de uma das edificaes pblicas, sendo assim analisados parcialmente os problemas enfrentados por tcnicos do setor civil e dos impasses em obras de gerenciamento de rgo pblico. Secretaria do Estado de Obras Pblicas, outras Secretarias e departamentos pblicos relacionados a construo civil, podero valer-se dos resultados obtidos, para a colaborao desse ramo da engenharia Patologia das Edificaes e assim buscar o seu aperfeioamento e evitar reincidncias de patologias e desagradveis acidentes. Pois uma das formas para reduzir o nmero de falhas a divulgao delas, j que pode-se aprender a partir da anlise das causas que podem conduzir uma estrutura ao colapso ou a um funcionamento inadequado.

    1.5 MTODO DA PESQUISA

    Esta pesquisa foi realizada baseada num estudo de caso, considerando alguns problemas patolgicos detectados num edifcio de uma instituio escolar de gesto pblica.

    Inicialmente, foi feita uma reviso bibliogrfica sobre Patologias das Construes, Gesto da Qualidade, demonstrando sua importncia. Buscou-se em bibliografia nacional e internacional (livros, artigos e peridicos) e arquivos eletrnicos, embasamento para o desenvolvimento e sustentao do assunto.

    Paralelamente reviso bibliogrfica, vistoriou-se e analisou-se alguns problemas patolgicos detectados no aonde foi realizado um estudo qualitativo com a obra do setor educativo.

    Para isso, realizou-se visitas in loco e uma investigao de dados, baseados em documentos encontrados numa secretaria de obras pblicas. Os dados coletados so confidenciais e foram resguardadas as identidades da instituio. Tambm executou-se a identificao e mapeamento da obra e suas estruturas e materiais. Alm da anlise do entorno do meio implantado e a agressividade do meio de exposio.

    Com o intuito de se identificar as manifestaes patolgicas, adotou-se como metodologia a inspeo visual, na qual se procurou detectar as suas causas. Nas anlises feitas a partir da inspeo visual, buscou-se num leque de

    -16-

  • irregularidades: fissuras, trincas, rachaduras, deteriorizao do concreto, infiltrao de gua, eflorescncias, manchas de ferrugem, corroso. Complementou-se com uma anlise das suas intensidades, com a qual produziram-se documentos fotogrficos.

    Posteriormente, estes dados foram analisados, sendo executado seu diagnstico e prognstico, quando foram identificados as causas provveis para a ocorrncia das patologias. Atravs desta anlise, foram elaboradas propostas para a soluo, terapias, medidas preventivas e procedimentos que podero ser seguidos pelos gestores dos rgos pblicos para a soluo destes problemas, evitando a sua repetio com acrscimo considervel na qualidade dos servios prestados.

    1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

    Aps a elaborao da introduo e objetivos sobre este trabalho (Captulo 1), segue um discurso sobre o conceito de patologias das construes e trazendo a tona os pensamentos de diversos autores - Captulo 2. Procurou-se mostrar a importncia da integrao entre um bom planejamento, projeto, execuo e especificao dos materiais, adicionado com a sua manuteno nas obras pblicas. Tambm foi abordado neste captulo, a gesto de obras pblicas.

    No Captulo 3, esclarece-se as finalidades de um rgo pblico Secretaria de Estado de Obras Pblicas, bem como a sistemtica de sua gesto. Em seguida descreve-se a obra, relacionando sua planta, implantao e localizao, e fazendo-se uma breve anlise de seus problemas e patologias.

    O captulo 4, elabora-se uma anlise minuciosa das patologias e problemas encontrados na obra descrita no Captulo 3, buscando suas possveis causas. Apresenta, ainda, uma proposta para o tratamento das patologias abordadas e assim recuperar o ginsio interditado, alm de medidas preventivas evitando que as mesmas voltem a ocorrer.

    No prximo Captulo, Consideraes Finais, enfoca os principais temas abordados no desenvolvimento deste trabalho, na oportunidade que sero feitas as consideraes finais e as recomendaes para estudos futuros.

    -17-

  • 2 FUNDAMENTAO TERICA

    Neste captulo sero abordados os temas que fundamentam a pesquisa, abrangendo: os Conceitos de patologia da Construo, Conceito de Qualidade, Gesto de Obras Pblicas.

    2.1 CONCEITO DE PATOLOGIA DA CONSTRUO

    Patologia, de acordo com os dicionrios, a parte da Medicina que estuda as doenas. Conforme o dicionrio MICHAELIS3, significa:

    Med Cincia que estuda a origem, os sintomas e a natureza das doenas. P. descritiva ou P. especial: histria particular de cada doena. P. externa: a que se ocupa das doenas externas. P. geral: a que define os termos, fixa-lhes as significaes, determina as leis dos fenmenos mrbidos, investiga e classifica as causas, os processos, os sintomas etc. P. interna: a que se ocupa das doenas internas.

    As patologias so modificaes estruturais e ou funcionais causadas por doena no organismo, ou seja, tudo que promove a degradao do material ou de suas propriedades fsicas e ou estruturais o qual esteja sendo solicitado. As edificaes tambm podem apresentar patologias, comparveis as doenas: trincas, rachaduras, fissuras, manchas, descolamentos, deformaes, rupturas, corroses, oxidaes, entre outros, assim chamada de Patologia da Construo. Tambm pode ser entendida como o baixo ou o fim do desempenho da estrutura, em relao estabilidade, esttica, servibilidade e, principalmente, durabilidade da mesma com relao s condies que est submetida.

    Para SOUZA e RIPPER4, Patologia das Estruturas define-se como campo da Engenharia das Construes que se ocupa do estudo das origens, formas de manifestao, conseqncias e mecanismos de ocorrncia das falhas e dos sistemas de degradao das estruturas". Este ramo de engenharia tem sua importncia devido necessidade de prorrogar a vida til das estruturas.

    _____________

    3 WEISZFOLG, Patologia

    4 SOUZA e RIPPER, 1998, p.14

    -18-

  • Manifestaes patolgicas apresentam-se na maioria das edificaes, com maior ou menor intensidade, variando o perodo e a forma de manifestao. importante a deteco precoce, visto que, o quanto antes for tratado, tende a minimizar o comprometimento e a menor custo o tratamento. Em geral, observa-se nas patologias, um descaso inconseqente, que leva a simples reparos superficiais ou inversamente, a demolies ou reforos injustificados. Sendo desaconselhveis os dois extremos, visto que o conhecimento na rea considerando de grande evoluo e alto desenvolvimento de equipamentos e tcnicas, sendo perfeitamente possvel diagnosticar e solucionar com xito a maioria dos problemas patolgicos.

    Para o sucesso de um tratamento da patologia, necessrio um diagnstico adequado e completo, onde deve-se esclarecer todos os aspectos do problema, como: sintomas, mecanismos, origens e causas.

    2.1.1 SINTOMAS

    As maiorias dos problemas patolgicos apresentam manifestaes caractersticas, que analisadas pode-se estimar a natureza, a origem e os mecanismos dos fenmenos envolvidos, a fim de se obter suas provveis conseqncias. Os sintomas, tambm denominados: leses, danos, defeitos ou manifestaes patolgicas, podem ser analisados e classificados para orientar um primeiro diagnstico, a partir de minuciosas observaes visuais.

    Os indcios mais freqentes de danos m estruturas de concreto armado so: fissuras, eflorescncias, flechas excessivas, manchas, corroso de armaduras e ninhos de concretagem (segregao dos materiais constituintes do concreto). Percebe-se no Grfico 01, a proporo desses sintomas.

    7,00%10,00%

    20,00%

    20,00%

    21,00%

    22,00%

    Degradao qumica Flechas Ninhos Corroso de armaduras Fissuras ativas ou passivas Manchas

    GRFICO 01. Distribuio relativa da incidncia de manifestaes patolgicas em estruturas de concreto arquitetnico

    FONTE. HELENE, 2003, p. 23

    -19-

  • 2.1.2 MECANISMO

    Os problemas patolgicos ocorrem a partir de um processo, que pode-se acelerar pela presena de agentes agressivos externos, ambiente implantado, ou internos, incorporados ao concreto. Segundo HELENE5, deve-se considerar o meio qual a estrutura est inserida, pois espera-se que em locais com atmosfera seca e pura no seja to agressiva como em locais com atmosferas midas e fortemente contaminadas.

    Para que haja a corroso imprescindvel ter oxignio, umidade e o estabelecimento de uma clula de corroso eletroqumica.

    2.1.3 CAUSAS E ORIGEM

    Normalmente os agentes causadores de patologias, so: cargas, variao de umidade, variaes trmicas intrnsecas e extrnsecas, alm de agentes biolgicos, incompatibilidade de materiais, agentes atmosfricos entre outros.

    As patologias so originadas por falhas que incidem durante a realizao de uma ou mais das atividades do processo da construo civil. Conforme HELENE6, o processo de construo e uso pode ser dividido em cinco etapas: planejamento, projeto, fabricao dos materiais e componentes fora do canteiro, execuo e uso, conforme Figura 01. As quatro primeiras etapas dispem um tempo relativo curto, em relao ao quinto - uso, etapa mais longa que envolve a operao e manuteno das edificaes, que geralmente so utilizadas mais de cinqenta anos.

    FIGURA 01. Etapas de produo e uso das obras civis FONTE. HELENE, 2003, p. 24

    _____________

    5 HELENE, 2003, p. 24

    6 HELENE, 2003, p. 24

    SATISFAZER O USURIO

    PROPRIETRIO USO

    PROMOTOR PLANEJAMENTO

    50 anos

    + + 2 anos

    CONSTRUTOR MATERIAIS PROJETISTA Execuo Fabricao de materiais Projeto

    e componentes industriais

    -20-

  • Certas manifestaes devem-se necessidade de cuidados que muitas vezes so ignorados, seja durante o projeto, a execuo ou uso. Como visto no Grfico 02, a maior incidncia de patologias originam-se nas fases de planejamento e projeto, que geralmente, so mais graves que as falhas de qualidade dos materiais ou de m execuo. Prefere-se investir mais tempo no detalhamento e estudo da estrutura que por falta de previso, tomar decises apressadas ou adaptadas durante a execuo.

    4,00%10,00%

    18,00%

    28,00%

    40,00%

    Planejamento Uso Materiais Execuo Projeto

    GRFICO 02: Origem dos problemas patolgicos com relao s etapas de produo e uso das obras civis

    FONTE. HELENE, 2003, p. 25

    1) CONCEPO: Planejamento, Projeto e Materiais A etapa de concepo esta relacionada s 3 (trs) primeiras etapas:

    Planejamento, Projeto e Definio dos Materiais. Projetar uma estrutura significa resolver por completo os itens: segurana, funcionalidade e durabilidade.

    Em nvel de qualidade, exigi-se, para a etapa de concepo: planejamento de projeto, satisfao do cliente, facilidade de execuo, possibilidade de adequada manuteno e de extenso da vida til da obra. Visto que a execuo dever atender especificaes determinadas no projeto.

    SOUZA e RIPPER7, constataram que as falhas ocorridas durante as primeiras fases, so as responsveis por deixar o custo da obra mais oneroso e por causar maiores transtornos relacionados obra. Ou seja, na construo civil, quanto mais precoce ocorrer a falha mais complexa ser a soluo. Quanto antes detectado a falha, maior ser a facilidade para a soluo, a menores custos.

    So vrias as falhas possveis de ocorrer durante a concepo de uma edificao. Podem-se originar durante o desenvolvimento do planejamento ou do projeto, ou na definio dos materiais. Muitas delas ocorrem devido:

    -21-

  • - Elementos de projeto inadequados (m definio das aes atuantes ou da combinao mais desfavorvel das mesmas, escolha infeliz do modelo analtico, deficincia no clculo da estrutura ou avaliao da resistncia do solo, etc.); - Falta de compatibilizao entre a estrutura e a arquitetura, bem como com os demais projetos civis; - Especificao inadequada de materiais; - Detalhamento insuficiente ou errado; - Detalhes construtivos inexeqveis; - Falta de padronizao das representaes (convenes); - Erros de dimensionamento. (SOUZA e RIPPER, 1998, P.24)

    2) EXECUO Aps a concluso da concepo, que espera-se que tenha sido com

    sucesso, segue a quarta etapa, a execuo, iniciada com o planejamento da obra. Erros podem ser originados de qualquer das atividades referentes a este processo. Nesta fase podem ocorrer falhas por: falta de cuidados condies de trabalho, desqualificao profissional de mo-de-obra, falta de controle de qualidade, m qualidade de materiais e equipamentos; irresponsabilidade tcnica e sabotagem.

    Pode-se ocorrer problemas mais graves quando h uma deficincia na fiscalizao, juntamente com um fraco comando de equipes, somada a baixa capacitao profissional do tcnico (engenheiro ou arquiteto) e do mestre de obras.

    3) USO: Manuteno Mesmo que as etapas anteriores sejam realizadas com sucesso, a obra

    pode apresentar patologias originadas pelo uso, pois a m utilizao da edificao ou a falta de manuteno adequada pode implicar na qualidade e na segurana.

    Toda obra possui um perodo de vida til estimado. Porm, muitas vezes, antes do trmino deste prazo, o nvel de desempenho encontra-se abaixo dos limites mnimos estimados, um desses motivos a falta de manuteno peridica. A falta de manuteno faz com que pequenas manifestaes patolgicas, evoluam para situaes de baixo desempenho das suas finalidades, com ambientes insalubres, de deficiente aspecto esttico, de possvel insegurana estrutural e de alto custo de recuperao.

    SOUZA e RIPPER8, constataram que as falhas os problemas patolgicos ocorridos nesta etapa podem tem sua origem no desconhecimento tcnico,

    7 SOUZA e RIPPER, 1998, p. 24

    8 SOUZA e RIPPER, 1998, p. 27

    -22-

  • ignorncia ou desleixo. Ocorrem pelo uso inadequado das instalaes, pela falta de manuteno e at mesmo, a ausncia total da mesma. Podem ser interditados, com as possibilidades de manuteno e as limitaes da obra.

    Conforme a NBR 5674/19809, a responsabilidade pela manuteno de uma edificao est atribuda ao proprietrio, ou por algum contratado (empresa ou profissional habilitado). importante a manuteno peridica, pois pode evitar srios problemas patolgicos ou at levar a prpria runa da obra.

    2.1.4 CUSTOS E OPORTUNIDADE DE INTERVENO

    Conforme PRADO10, imprescindvel um bom planejamento da obra para se obter as seguintes finalidades: alcanar o xito desejado, cumprir objetivos, garantir a qualidade e segurana, sem custos onerosos e desnecessrios. necessrio planejar a sua execuo antes de inici-la e acompanhar sua execuo. Traar objetivos e metas, visar o sucesso do projeto e resolver problemas de hoje, preparando-se para enfrentar os do futuro.

    Para AMARAL11, o planejamento anterior execuo da obra muito importante, no incio ele interfere 85% (oitenta e cinco por cento) do custo do produto final. No incio ocorrem escolhas e determinaes dos processos, outros 15% (quinze por cento), esto relacionados a outras definies e decises tomadas depois da fase inicial do projeto. Teoria mostrada no Grfico 03.

    GRAFICO 03: Curva de comprometimento do custo do produto FONTE. AMARAL, 2006, p. 07

    _____________

    9 NBR 5674, 1980, p. 03

    10 PRADO, 1998, p.08

    11 AMARAL, 2006, p. 06

    -23-

  • Para melhor demonstrar essa afirmao, apresentamos a "lei de Sitter", que mostra os custos crescendo segundo uma progresso geomtrica. Se as etapas construtivas e de uso forem divididas em quatro perodos, que correspondem: projeto, execuo, manuteno preventiva (realizada nos cinco primeiros anos) e manuteno corretiva (realizada aps o surgimento dos problemas), e considerado a cada perodo corresponde a um custo, este seguiria uma progresso geomtrica, pois a lei de custos amplamente citada em bibliografias especificas da rea, mostra atravs do Grfico 04, que adiar uma interveno significa aumentar os custos diretos.

    GRFICO 04: Lei de evoluo de custos, lei de Sitter FONTE. Sitter, 1984 CEB RILEM (apud Helene, 2003, p. 27)

    Em relao ao Grfico 04, para uma melhor interpretao dos perodos mencionados pode ser descrito assim:

    - Projeto: As decises com a inteno de aumentar a proteo e durabilidade da estrutura feitas durante esta fase, resulta num custo correspondente no grfico como nmero 1 (um). Entre as decises relacionadas a etapa de projeto inclui: detalhes construtivos, especificao de tcnicas e materiais.

    - Execuo: Toda deciso realizada durante a execuo, extra-projeto, aumenta o custo em 5 (cinco) vezes, se considerado o custo caso a mesma deciso fosse tomada durante a fase de projeto, visto que permitiria maior facilidade de alterao. Apesar de eficaz a alterao determinada a nvel de obra, no pode mais propiciar a melhoria que j foram definidos anteriormente no projeto.

    - Manuteno preventiva: As decises feitas com antecedncia, durante o perodo de uso e manuteno da estrutura, pode ser 5 (cinco) vezes menor se necessrio uma medida corretiva. Tambm est associada a um custo de 25 (vinte e cinco) vezes superior se decidida na fase de projeto. Tendo em vista que os

    MANUTENO CORRETIVA

    EXECUO

    MANUTENO PREVENTIVA

    PROJETO

    TEMPO

    1 5 25 125 CUSTO RELATIVO

    -24-

  • problemas patolgicos so evolutivos e tendem a agravar-se com o passar do tempo, alm de acarretar outros problemas associados a fase inicial.

    - Manuteno corretiva: Corresponde aos trabalhos de diagnstico, prognstico, reparo e proteo das estruturas com manifestaes patolgicas. Esses trabalhos podem-se associar a um custo de 125 (cento e vinte e cinco) vezes maior se comparada ao custo das decises tomadas na fase de projeto.

    A lei de custos, criada por SITTER apud HELENE12, colaborador do CEB - Comit Euro - internacional du Bton, define-se que as correes so mais durveis, efetivas, fceis de executar e mais econmicas quanto mais cedo forem executadas. Por isso, adiar uma interveno significa os custos diretos em progresso geomtrica.

    2.1.5 DESEMPENHO, VIDA TIL E DURABILIDADE

    Entende-se por desempenho o comportamento de cada material em servio, ao longo da vida til e a sua medida relativa esperada no resultado do trabalho desenvolvido nas etapas de projeto, construo e manuteno. Define-se deteriorizao, as conseqncias ocorridas pelas alteraes que venham a comprometer o desempenho de uma estrutura ou de um material.

    A vida til do material entende-se o perodo durante qual suas propriedades e resistncias permanecem acima dos limites mnimos especificados de funcionalidade, segurana e aparncia exigveis durante um perodo de tempo exposto a condies ambientais esperadas, sem requerer altos custos imprevistos para manuteno e reparo. Todo edifcio tem um ciclo de vida til, que pode variar de acordo com os fatores como: a durabilidade dos materiais empregados na construo, das condies de exposio e uso do mesmo e a existncia de uma manuteno peridica.

    A durabilidade de um material a capacidade do mesmo manter as suas caractersticas estruturais e funcionais originais pelo tempo de vida til esperado, nas condies de exposio para as quais foi projetada. fundamental que as estruturas desempenhem as funes previstas, mantenham a resistncia e a

    _____________

    12 SITTER, 1984 (apud HELENE, 2003, p.28)

    -25-

  • utilidade esperadas, durante um perodo previsto. Portanto, o material pode suportar o processo de deteriorao ao qual se supe que venha a ser submetido.

    2.1.6 DIAGNSTICO E PROGNSTICO

    O diagnstico das patologias deve-se detectar e localizar as manifestaes, e identificar em que etapa do processo construtivo teve origem. Deve-se detectar a origem do problema e de que foi a falha. Se o problema originou-se no projeto, falha do projetista; se a origem est na qualidade do material, o fabricante falhou; quando teve-se origem na execuo, h falha na mo-de-obra, na fiscalizao ou na construtora, sendo omissos; durante o uso, houve falha na operao e manuteno.

    O prognstico estar completo se consideradas as conseqncias do problema no comportamento geral da obra.

    2.1.7 TRATAMENTO

    Na terapia estudar-se correes e solues das patologias, desde pequenos reparos recuperao generalizada da estrutura (fundaes, pilares, vigas e lajes).

    Para obter xito no tratamento, necessrio um bom estudo precedente, o diagnstico bem conduzido e conhecer as caractersticas e funcionamento do local a ser tratado, para que ocorra a melhor escolha dos materiais e tcnicas a serem utilizados neste procedimento.

    Recomenda-se que, aps uma interveno, sejam tomadas medidas de proteo, a partir de um programa de manuteno, considerando a vida til prevista, a agressividade e condies do ambiente e a natureza dos materiais.

    2.2 CONCEITO DE QUALIDADE

    Segundo o dicionrio MICHAELIS13, qualidade significa:

    1 Atributo, condio natural, propriedade pela qual algo ou algum se individualiza, distinguindo-se dos demais; maneira de ser, essncia, natureza. 2 Excelncia, virtude, talento. 3 Carter, ndole, temperamento. 4 Grau de perfeio, de preciso, de conformidade a um certo padro: Artigo de primeira qualidade. Trabalho de qualidade inferior.

    _____________

    13 WEISZFOLG, Qualidade

    -26-

  • Esse conceito, levado a um setor da construo civil, operacionalizado neste setor, gera qualidade. Gerar qualidade, garantir que os produtos e servios executados, seja adequado a sua funo, sem custos adicionais. Assim obter uma melhoria contnua nas obras pblicas executadas. Visto no Grfico 05.

    GRFICO 05 - Aumento das atividades de conscientizao e melhoramento da qualidade. FONTE. OAKLAND, 1994, p. 193

    A aplicao de um sistema de gesto de qualidade essencial para o planejamento de obras e projetos bem sucedidos, com ele possvel obter melhorias em obras, aqui abordada obras de gesto pblica, assim muitas vezes resulta no aumento da satisfao dos usurios e da comunidade, alm de evitar a ocorrncia de problemas ou minimiza seu impacto sobre o objetivo do projeto.

    de grande importncia a implantao de Qualidade nas empresas de construo civil para assim obter um planejamento interno. Assim, esto em busca de atualizao, como novos materiais e tecnologias, e em busca de inovaes e qualificao dos funcionrios.

    2.3 GESTO DE OBRAS PBLICAS

    Obra pblica, definida segundo o site Wikipdia14, como:

    qualquer interveno espacial, urbana ou rural, empreendida pelo Poder Pblico e que possua, em geral, interesse pblico. Desta forma, edifcios, obras de infra-estrutura, e projetos urbanos (como praas ou obras virias) so consideradas obras pblicas. O projeto, execuo e manuteno de obras pblicas uma das principais funes da administrao pblica.

    _____________

    14 Wikipdia, Obra Pblica

    -27-

  • A Secretaria de Estado de Obras Pblicas - SEOP, rgo da administrao estadual, responsvel pelo o planejamento, a organizao, a promoo, a direo, a execuo e a fiscalizao das prestaes de servios e execuo de obras de edificaes de propriedade ou uso pela administrao estadual (direta ou indireta). A Secretaria tambm responsvel por obras executadas atravs de convnios com municpios, associaes e outras entidades.

    A SEOP, atua com base em quatro coordenadorias tcnicas: Engenharia, Oramento e Custos, Obras e Licitaes e Contratos. O Estado atendido por Escritrios Regionais, sediados por cidades plo do Estado.

    Os rgos da administrao direta e indireta do Estado, solicitam Secretaria Estadual de Obras Pblicas: projetos, levantamentos, oramentos, reparos, reformas, ampliaes, construes, avaliaes e obras emergenciais. Com apoio de seus Escritrios Regionais, executado o levantamento das necessidades, elaborado oramentos estimativos e encaminhado ao rgo solicitante para a autorizao da execuo e repasse de recursos. Logo aps, feita a licitao dos servios autorizados e a empresa ganhadora contratada. Ento, a obra fiscalizada pelos responsveis da Secretaria de Obras e que recebe depois de pronta, junto ao representante do rgo solicitante.

    -28-

  • 3 ESTUDO DE CASO

    Este captulo tem como objetivo a descrio da obra que ser analisada, apresentando planta, implantao e localizao. Alm de detectar os problemas patolgicos ocorrentes na edificao de uma escola pblica, depois ser feito uma anlise e identificao dos mesmos.

    3.1 DESCRIO DO OBJETO DE ESTUDO - A OBRA A obra em anlise um ginsio de esportes de uma Escola Estadual,

    localizada no distrito de Dorizon, no municpio de Mallet, Paran. Que por no apresentar segurana aos usurios, a edificao encontra-se interditada pela ER/IRI/SEOP (Secretria do estado de Obras Pblicas - Escritrio Regional Irati).

    3.1.1 HISTRICO O ginsio foi construdo em duas etapas, sendo a primeira etapa a

    construo da estrutura metlica e cobertura em telha metlica no ano de 1992 e a segunda fase ocorreu no ano de 2002, com o fechamento em alvenaria do ginsio, arquibancadas e a diviso de suas dependncias, sendo: hall, cantinas, sala de administrao e vestirios femininos e masculinos. No sendo concluda por completo a fase de revestimentos e acabamentos.

    3.2 INSPEO VISUAL

    3.2.1 ANLISE DO MEIO AMBIENTE A partir da implantao geral da escola, apresentada na Figura 02 e das

    vistas externas nela indicada, vistas A, B, C, D, E e F, pode-se analisar a localizao do ginsio em relao ao terreno da escola, seu entorno e confrontaes.

    Em vistoria, percebe-se que a edificao foi implantada num ambiente muito mido e note-se que para a execuo do projeto foi feito um corte no terreno e taludes muito ngremes que se encontram muito prximos aos limites da construo, aumentando a presena de gua e umidade. Na implantao, Figura 02, verifica-se que na fachada sul h um bosque e na Vista D, verifica-se o corte no terreno muito prximo da construo. Nas Vistas externas E e F, analisa-se a presena de taludes.

    -29-

  • FIGURA 02. Implantao geral da Escola e a localizao do Ginsio, em escala esquemtica. FONTE. Paran Digital

    03 04 FIGURA 03. Vista A FIGURA 04. Vista B FONTE. Autora, setembro 2010 FONTE. Autora, setembro 2010

    05 06 FIGURA 05. Vista C FIGURA 06. Vista D FONTE. Autora, setembro 2010 FONTE. Autora, outubro 2010

    07 08 FIGURA 07. Vista E FIGURA 08. Vista F FONTE. Autora, setembro 2010 FONTE. Autora, outubro 2010

    VISTA B

    BOSQUE

    VISTA A

    VISTA C VISTA E

    VISTA D

    VISTA F Entrada Frente do Ginsio

    -30-

  • 3.2.2 ANLISE DO PROJETO

    O ginsio de esportes em questo, trata-se de uma construo com infraestrutura em concreto armado; supraestrutura em estrutura metlica; cobertura em telhas metlicas; fechamento e divisrias internas em alvenaria no estrutural; e esquadrias (janelas e portas) metlicas. Consiste em uma edificao com 24,00m de frente por 36,00m de profundidade, totalizando 864,00m e p direito til de aproximadamente 7,00m.

    A seguir, compreende-se a planta do ginsio de esportes, atravs da Figura 09, e das vista internas nela indicada, representada pelas Vistas internas G a H.

    ENTRADA

    FIGURA 09. Planta do Ginsio de Esportes da Escola Estadual, indicao vista externas. FONTE. Autora

    LEGENDA 01 - Quadra 746,75m 02 - Cantina comercial 9,11m 03 - Hall 8,28m 04 - Hall 11,80m 05 - Vestirio aluno masculino 26,71m 06 - Sala de administrao 12,43m 07 - Vestirio aluno feminino 26,71m.

    VISTA G VISTA I

    VISTA H VISTA J

    NORTE

    -31-

  • FIGURA 10. Vista G, arquibancadas FIGURA 11 Vista H, porta de acesso posterior FONTE. Autora, setembro 2010 FONTE. Autora, setembro 2010

    FIGURA 13. Vista I, arquibancadas FIGURA 14. Vista J, dependncias FONTE. Autora, outubro 2010 FONTE. Autora, setembro 2010

    3.2.3 MAPEAMENTO DA OBRA

    O ginsio em questo, trata-se de uma edificao de 864,00m, medindo 24,00m de frente, 36,00m de profundidade e aproximadamente 7,00m de p direito.

    Com base em anlise da obra no local, representadas nas Figuras deste Captulo, percebe-se que sua infraestrutura em concreto armado, elementos como: estacas, sapatas e vigas; supraestrutura, cobertura e esquadrias metlicas, como: pilares e estrutura de cobertura, telhas, janelas e portas; e o fechamento da edificao e divisrias internas em alvenaria no estrutural, espessura 15cm.

    De acordo com os croquis abaixo, Figuras 15 A e B, percebe-se que a estrutura do ginsio composta por sete prticos metlicos. Cada prtico formado por 2 pilares treliados, os quais do apoio a uma tesoura. Estes pilares esto fixados, atravs de chapas metlicas de apoio e chumbadores, ao colarinho de concreto armado apoiados nos respectivos blocos de fundao em concreto, vide esquema Figura 15C. Entre os pilares, o fechamento do ginsio feito em alvenaria.

    -32-

  • FIGURA 15A. Planta com mapeamento dos pilares - Ginsio de Esportes da Escola Estadual FONTE. Autora

    FIGURA 15B. Corte da estrutura Prtico FONTE. Autora

    FIGURA 15 C. Detalhes da fixao do pilar metlico treliado e a base de concreto FONTE. Autora

    NORTE ENTRADA PRINCIPAL

    LEGENDA

    01 - Fundao bloco de concreto armado 02 - Colarinho base de concreto 03 - Chumbador 04 - Placa de apoio do chumbador 05 - Diagonal 06 - Montante 07 - Banzo 08 - Alvenaria no estrutural - e=15cm

    01

    02 031

    05

    07

    04

    06 08

    -33-

  • 4 ANLISE DOS PROBLEMAS

    4.1 LEVANTAMENTO DE SUBSDIOS

    Nesta etapa, elaborou-se uma anamnese do caso, atravs de investigaes locais e de informaes de pessoas envolvidas (processo produo e usurios).

    1) Quando e como foram constatados os sintomas pela primeira vez? As primeiras manifestaes de patologias foram constatados visualmente

    por seus usurios, atravs de oxidao na estrutura metlica, no ano de 2005.

    2) Foram tomados os cuidados necessrios quanto manuteno e limpeza? Nota-se negligncia no processo de manuteno e certa depredao em

    relao ao ginsio. Observa-se a falta de limpeza com presena vegetaes, ninhos de pssaros, lixos, acmulo de folhas e depsito de entulhos. Sinais de depredao so vistos em alvenarias e esquadrias quebradas e pichadas, danificao na rede eltrica, apresentando fios soltos e restando apenas parte dos refletores.

    3) Quando o usurio notou pela primeira vez o problema e quando resolveu intervir? Logo a constatao das primeiras manifestaes patolgicas (2005) foi

    comunicado a SEOP- Secretaria do estado de Obras Pblicas - atravs de um ofcio feito pela diretora da Escola. Com este ofcio, a SEOP vistoriou o local e constatou que a obra estava comprometendo a segurana de seus usurios, conseqentemente foi interditada (2006). No mesmo ano, foram contratadas empresas para desenvolver um Laudo Tcnico e Oramento, e solicitado o reparo emergencial, ao qual no foi atendido, conseqentemente os problemas agravaram-se o que chegou a interdio da obra.

    4) Ocorrem episdios do agravamento dos mesmos? Com o decorrer do tempo em que no tomada nenhuma medida prvia e

    preventiva, e no ocorre um programa de manuteno para o controle das patologias, a conseqncia o agravamento das mesmas.

    5) As condies climticas mudam as caractersticas dos problemas? Sim, o meio onde a edificao est inserida contribui para a manifestao

    de patologias, principalmente nas estruturas metlicas.

    -34-

  • 4.2 DIAGNSTICO

    Com o intuito de identificar as manifestaes patolgicas, adotou-se como metodologia a inspeo visual, a qual procurou detectas as causas intrnsecas e extrnsecas aos processos deteriorizao dos materiais, atravs de visitas in loco, realizou-se um diagnstico, elaborado a apartir da localizao e estados das patologias detectadas na obra.

    4.2.1 INSPEO VISUAL

    Baseando-se em causas de deteriozao dos materias apresentados na obra, prodeceu-se inspeo visual in loco. Iniciou-se a inspeo pela rea exterior e as manifestaes patolgicas.

    Para identificar as patologias de maiores ocorrncias da obra, foi agrupado os dados coletados e elaborado um check list, conforme a tabela 01, que mostra com maiores detalhes

    A localizao dos elementos presentes no check-list esto mapeados conforme figura 15 A, sendo dividida a obra em lado direito, de quem entra na obra em relao a entrada principal (face sul) e lado esquerdo, de quem entra (face norte).

    -35-

  • ELEMENTO ESTADO IMAGENS PILAR P01

    Lado esquerdo

    PILAR MATERIAL - Ao carbono revestido com tinta epxi. ESTADO - Corroso severa, oxidao vermelha com reduo da espessura da chapa da base do banzo, primeiro montante e chumbadores.

    COLARINHO MATERIAL Concreto armado. ESTADO - Apresenta manchas de bolor na parte interna. Na parte externa, presena lascamento do concreto e vegetao.

    FECHAMENTO MATERIAL - Alvenaria no estrutural, espessura 15cm. ESTADO - Apresentam poucas manchas de bolor e intensiva oxidao de cor vermelha, e reduo de chapa.

    CHAPA DE FECHAMETO MATERIAL - Chapa metlica. ESTADO Sua base apresenta corroso severa, oxidao vermelha com reduo da espessura da chapa.

    FIGURA 16. Foto interna do pilar 01 FIGURA 17. Detalhe da base do pilar 01 FIGURA 18. Foto externa, pilar 01, presena de vegetao e bolor em sua base. FIGURA 19. Foto externa do pilar 01. FIGURA 20. Detalhe externo, fixao metlica e colarinho.

    16 17

    18 19 20

    PILAR P02 Lado esquerdo

    PILAR MATERIAL - Ao carbono revestido com tinta epxi. ESTADO - Corroso severa, oxidao vermelha com reduo da espessura da chapa da base do banzo, primeiro montante e chumbadores.

    COLARINHO MATERIAL Concreto armado. ESTADO Apresenta manchas de bolor na parte externa e lascamento do concreto na parte interna.

    FECHAMENTO MATERIAL - Alvenaria no estrutural, espessura 15cm. ESTADO - Apresentam poucas manchas de bolor na parte

    21 22 23

    Continuao

  • externa e manchas de oxidao vermelhas na parte interna e vrios pontos de fissuras.

    FIGURA 21. Foto interna do pilar 02 FIGURA 22. Detalhe do pilar 02, ligao entre o colarinho, primeiro montante e banzo, com presena de corroso severa com reduo de espessura da chapa. FIGURA 23. Detalhe da ligao entre o pilar 02 e a alvenaria, com presena manchas de oxidao. FIGURA 24. Fotos externa do pilar 02, com presena de manchas de bolor no colarinho e na base da parede. FIGURA 25. Detalhe externo, fixao da chapa metlica e colarinho.

    24 25

    PILAR P03 Lado esquerdo

    PILAR MATERIAL - Ao carbono revestido com tinta epxi. ESTADO - Corroso severa, oxidao vermelha com intensa reduo da espessura da chapa da base do banzo,primeiro montante e chumbadores.

    COLARINHO MATERIAL Concreto armado. COLARINHO - Apresenta intensas manchas de bolor e lascamento do concreto na parte externa.

    FECHAMENTO MATERIAL - Alvenaria no estrutural, espessura 15cm. ESTADO Apresentam poucas manchas de bolor na parte externa e manchas de oxidao vermelhas na parte interna e fissuras de aproximadamente 1,00m.

    FIGURA 26. Foto interna do pilar 03 FIGURA 27. Detalhe da ligao entre o pilar 03 o colarinho, montante e banzo com intensa corroso. FIGURA 28. Foto externa do pilar 03. FIGURA 29. Foto externa do pilar 03, com presena de manchas de bolor no colarinho e na base da parede. FIGURA 30. Detalhe externo, fixao da metlica e colarinho.

    26 27

    28 29 30

    Continuao

  • PILAR P04 Lado esquerdo

    PILAR MATERIAL - Ao carbono revestido com tinta epxi. ESTADO - Corroso severa, oxidao vermelha com intensa reduo da espessura da chapa da base do banzo, primeiro montante e chumbadores.

    COLARINHO MATERIAL Concreto armado. ESTADO - Apresenta intensas manchas de bolor na parte externa e lascamento do concreto na parte interna.

    FECHAMENTO MATERIAL - Alvenaria no estrutural, espessura 15cm. ESTADO Apresentam poucas manchas de bolor na parte externa e manchas de oxidao vermelhas na parte interna e fissuras de aproximadamente 30cm.

    FIGURA 31. Foto interna do pilar 04. FIGURA 32. Detalhe da ligao entre o pilar 04 o colarinho, montante e banzo com corroso intensa. FIGURA 33. Foto externa do pilar 04. FIGURA 34. Foto externa do pilar 04, com presena de manchas intensas de bolor na base do colarinho.

    31 32

    33 34 PILAR P05

    Lado esquerdo PILAR MATERIAL - Ao carbono revestido com tinta epxi ESTADO - Corroso severa, oxidao com reduo da espessura da chapa na base, banzo e montante.

    COLARINHO MATERIAL Concreto armado ESTADO - Apresenta manchas de bolor e lascamento do concreto.

    FECHAMENTO MATERIAL - Alvenaria no estrutural, espessura 15cm. ESTADO Apresentam leves manchas de bolor na parte externa e manchas de oxidao vermelhas na parte interna e fissuras de aproximadamente 30cm.

    FIGURA 35. Foto interna do pilar 05. FIGURA 36. Detalhe da ligao entre o pilar 05 o colarinho, montante e banzo com corroso intensa.

    35 36

    Continuao

  • FIGURA 37. Foto externa do pilar 05. FIGURA 38. Foto externa do pilar 05, com presena de manchas intensas de bolor na base do colarinho.

    37 38

    PILAR P06 Lado esquerdo

    PILAR MATERIAL - Ao carbono revestido com tinta epxi ESTADO - corroso severa, oxidao vermelha com reduo da espessura da chapa da base, banzo, montante e chumbadores.

    COLARINHO MATERIAL concreto armado ESTADO - lascamento do concreto

    FECHAMENTO MATERIAL - Alvenaria no estrutural, espessura 15cm. ESTADO - Apresentam intensas manchas de bolor na parte externa e manchas de oxidao vermelhas na parte interna e fissuras em toda a extenso de aproximadamente 1,00m.

    FIGURA 39. Foto interna do pilar 06. FIGURA 40. Detalhe da ligao entre o pilar 06 o colarinho, montante e banzo com corroso intensa. FIGURA 41. Foto externa do pilar 06. FIGURA 42. Foto externa do pilar 06, com presena de manchas intensas de bolor na base do colarinho e lascamento na parte exterior.

    39 40

    41 42

    Continuao

  • PILAR P07 Lado esquerdo

    PILAR MATERIAL - Ao carbono revestido com tinta epxi ESTADO - corroso severa, oxidao vermelha com reduo da espessura da chapa da base, banzo, montante e chumbadores.

    COLARINHO MATERIAL concreto armado ESTADO - apresenta manchas de bolo e lascamento do concreto

    FECHAMENTO MATERIAL - Alvenaria no estrutural, espessura 15cm. ESTADO - Apresentam intensas manchas de bolor na parte externa e manchas de oxidao vermelhas na parte interna e muitas fissuras em toda a sua extenso.

    FIGURA 43. Foto interna do pilar 07. FIGURA 44. Detalhe da ligao entre o pilar 07 o colarinho, montante e banzo com corroso intensa. FIGURA 45. Foto externa do pilar 07. FIGURA 46. Foto externa do pilar 07, apresenta de manchas intensas de bolor na base do colarinho e lascamento.

    43 44

    45 46 PILAR P08 Lado direito

    PILAR MATERIAL - Ao carbono revestido com tinta epxi; ESTADO Apresenta manchas de corroso, pouco visveis por estar coberta nas partes interna e externa.

    COLARINHO MATERIAL Concreto armado ESTADO - Apresenta intensas manchas de bolor e lascamento do concreto, alm do acmulo de sujeiras.

    FECHAMENTO MATERIAL - Alvenaria no estrutural, espessura 15cm. ESTADO - Apresentam intensas manchas de bolor e de oxidao vermelha e muitas fissuras em toda a sua extenso.

    FIGURA 47. Foto interna do pilar 08. FIGURA 48 Foto externa do pilar 08. FIGURA 49. Detalhe do pilar, com manchas intensas de bolor e corroses na estrutura metlica.

    47 48 49

    Continuao

  • PILAR P09 Lado direito

    PILAR MATERIAL - Ao carbono revestido com tinta epxi ESTADO - corroso severa, oxidao vermelha.

    COLARINHO MATERIAL concreto armado ESTADO - com muitas manchas de bolor

    FECHAMENTO MATERIAL - Alvenaria no estrutural, espessura 15cm. ESTADO - Apresentam intensas manchas de bolor na parte externa, manchas de oxidao vermelha na parte interna e muitas fissuras em toda a sua extenso.

    FIGURA 50. Foto interna do pilar 09. FIGURA 51. Foto interna do pilar 09, com presena de manchas intensas de bolor na base do colarinho e oxidaes na estrutura do pilar.

    50 51

    PILAR P10 Lado direito

    PILAR MATERIAL - Ao carbono revestido com tinta epxi ESTADO - corroso severa, oxidao vermelha

    COLARINHO MATERIAL concreto armado ESTADO - com muitas manchas de bolor

    FECHAMENTO MATERIAL - Alvenaria no estrutural, espessura 15cm. ESTADO - Apresentam intensas manchas de bolor na parte externa, manchas de oxidao vermelha na parte interna e muitas fissuras em toda a sua extenso.

    FIGURA 52. Foto interna do pilar 10. FIGURA 53. Foto interna do pilar 10, com presena de manchas intensas de bolor na base do colarinho e oxidaes na estrutura do pilar.

    52 53

    Continuao

  • PILAR P11 Lado direito

    PILAR MATERIAL - Ao carbono revestido com tinta epxi ESTADO - corroso severa, oxidao vermelha.

    COLARINHO MATERIAL concreto armado ESTADO - com muitas manchas de bolor

    FECHAMENTO MATERIAL - Alvenaria no estrutural, espessura 15cm. ESTADO - Apresentam intensas manchas de bolor na parte externa, manchas de oxidao vermelha na parte interna e muitas fissuras em toda a sua extenso.

    FIGURA 53. Foto interna do pilar 11. FIGURA 54. Foto interna do pilar 11, com presena de manchas intensas de bolor na base do colarinho e oxidaes na estrutura do pilar.

    53 54

    PILAR P12 Lado direito

    PILAR MATERIAL - Ao carbono revestido com tinta epxi ESTADO - corroso severa, oxidao vermelha.

    COLARINHO MATERIAL concreto armado ESTADO - com muitas manchas de bolor

    FECHAMENTO MATERIAL - Alvenaria no estrutural, espessura 15cm. ESTADO - Apresentam intensas manchas de bolor na parte externa, manchas de oxidao vermelha na parte interna e muitas fissuras em toda a sua extenso.

    FIGURA 55. Foto interna do pilar 12. FIGURAS 56. Foto interna do pilar 12, com presena de manchas intensas de bolor na base do colarinho e oxidaes na estrutura do pilar. FIGURAS 57. Foto externa do pilar 12, com presena de manchas intensas de bolor na base do colarinho.

    55 56

    57

    Continuao

  • PILAR P13 Lado direito

    PILAR MATERIAL - Ao carbono revestido com tinta epxi ESTADO - corroso severa, oxidao vermelha.

    COLARINHO MATERIAL concreto armado ESTADO - com muitas manchas de bolor

    FECHAMENTO MATERIAL - Alvenaria no estrutural, espessura 15cm. ESTADO - Apresentam intensas manchas de bolor na parte externa, manchas de oxidao vermelha na parte interna e muitas fissuras em toda a sua extenso na parte interna.

    FIGURA 59. Foto interna do pilar 13. FIGURAS 60. Foto interna do pilar 13, com presena de fissura na diagonal, bolor na base do colarinho e oxidaes na estrutura do pilar. FIGURAS 61. Foto externa do pilar 13, com presena de manchas intensas de bolor prximo ao montante.

    59 60 61

    PILAR P14 Lado direito

    PILAR MATERIAL - Ao carbono revestido com tinta epxi ESTADO - corroso severa, oxidao vermelha com reduo da espessura da chapa. Apresentam leves manchas de bolor na parte externa e manchas de oxidao vermelhas na parte interna e fissuras de aproximadamente 30cm.

    COLARINHO MATERIAL concreto armado ESTADO - com muitas manchas de bolor

    FECHAMENTO MATERIAL - Alvenaria no estrutural, espessura 15cm. ESTADO - Apresentam manchas de bolor na parte externa, manchas de oxidao vermelha na parte interna e muitas fissuras em toda a sua extenso na parte interna.

    FECHAMENTO MATERIAL - Alvenaria no estrutural, espessura 15cm. ESTADO - Apresentam intensas manchas de bolor na parte externa e de oxidao vermelhas na parte interna e

    62 63

    64 65

    Continuao

  • lascamento de concreto do colarinho.

    CHAPA DE FECHAMETO MATERIAL - Chapa metlica. ESTADO Em sua base, apresentam oxidao vermelha e corroso vermelha com reduo da espessura da chapa.

    FIGURA 62. Foto interna do pilar 14 FIGURA 63. Detalhe da base do pilar 14 FIGURA 64. Foto externa do pilar 14, presena de vegetao e bolor em sua base. FIGURA 65. Detalhe do pilar 14.

    COBERTURA TESOURAS MATERIAL Ao carbono revestido com tinta epxi. ESTADO - Apresentam poucos sinais de corroso.

    TERAS MATERIAL Ao carbono revestido com tinta epxi. ESTADO - Apresentam diversos pontos sinais de oxidao.

    TELHAS MATERIAL Telha metlica. ESTADO No apresentam sinais de corroso.

    FIGURA 66. Foto interna da cobertura FIGURA 67. Detalhe interno da cobertura

    66 67

    ESQUADRIAS METLICAS

    JANELAS MATERIAL Perfis metlicos. ESTADO Apresentam corroso e efeito de impacto, assim como em alguns locais, parte dos perfis j foram inutilizados ou mesmo nem se encontram no local atravs do efeito de fadiga.

    PORTAS MATERAL Chapa de alumnio galvanizado; ESTADO Encontram-se deformadas, sob o efeito de impacto.

    FIGURA 68. Vista externa das janelas FIGURA 69. Vista interna da janela FIGURA 70. Vista da porta; fachada posterior FIGURA 71. Vista da porta; fachada frontal

    68 69

    70 71

    Continuao

  • ARQUIBANCADAS ARQUIBANCADA DIREITA MATERIAL Alvenaria, concreto e cimento. ESTADO - Apresentam por toda a sua extenso faixas de emboloramento e fissuras por falta de juntas de dilatao. No comeo da arquibancada direita, no p do pilar ocorreu uma trinca diagonal. Na parte externa da arquibancada apresentam muitos sinais de bolor, principalmente do lado direito, onde faz-se divisa com o bosque.

    ARQUIBANCADA ESQUERDA MATERIAL Alvenaria, concreto e cimento. ESTADO - Apresentam em alguns pontos manchas provenientes de bolor, fissuras e lascamento do revestimento.

    FIGURA 72. Imagem interna, arquibancada direita. FIGURA 73. Imagem externa, arquibancada direita. FIGURA 74. Imagem interna, arquibancada esquerda.

    72 73

    74 PAREDES E DIVISRIAS INTERNAS

    PAREDES MATERIAL Alvenaria no estrutural, espessura 15cm, emboadas e pintadas. ESTADO Na lateral esquerda externa, a parede encontra-se com algumas manchas de bolor, somente na base. J na lateral direita externa, encontra-se com muitas manchas de bolor em toda sua extenso.

    DIVISRIAS INTERNAS MATERIAL Alvenaria no estrutural, espessura 15cm. ESTADO Apresentam revestimentos incompletos, existem paredes apenas com chapisco e outras com emboo, em muitos locais a alvenaria est exposta s intempries e sem impermeabilizao adequada. No setor dos vestirios, algumas paredes esto apenas chapiscadas e outras esto emboadas. Os rasgos de parede para colocao dos encanamentos esto expostos e sem proteo.

    FIGURA 75. Divisrias internas, vestirio feminino.

    75

    TABELA 01. Check-list dos elementos Diagnstico. FONTE. Autora.

  • 4.3 PROGNSTICO

    Com base na anlise do diagnstico, desenvolveu-se o prognstico do estado patolgico para a deciso do tratamento.

    .

    4.3.1 ANLISE DA OBRA PROJETO, CONSTRUO MANUTENO

    Atravs de visitas na edificao, constata-se que durante a fase de projeto, construo e manuteno, ocorreram-se erros, sendo eles:

    1)Um ponto agravante para as manifestaes patolgicas em relao ao ambiente externo, pois a edificao est inserida num ambiente muito agressivo para soluo da estrutura metlica. Encontram-se muito prximos aos limites da construo, cortes no terreno e os taludes muito ngremes, o que aumenta a presena de gua e umidade;

    2) Ausncia dos vidros nas esquadrias existentes, o que facilita a corroso da estrutura metlica;

    3) Alguns pontos de infiltrao de guas pluviais devido a m disposio de telhas ou furos nas chapas, o que contribui pata a corroso em perfis metlicos, vigas e pilares;

    4) Encontra-se sinais de depredao, o que tambm contribui para a evoluo dos processos patolgicos.

    4.3.2 ESQUADRIAS METLICAS

    1)JANELAS Como j observado no diagnstico, as esquadrias metlicas apresentam

    corroso e efeito de impacto, e em alguns ambientes j deixaram de ser utilizadas. Essas patologias devem-se ao fato da esquadria da janela no possuir em sua superfcie pintura, o que no as protege da corroso, e a falta de vidros expe a parte interna do ginsio ao acmulo de umidade no seu interior.

    2)PORTAS Nas portas, nota-se deformidades causadas por efeito de impacto e

    vandalismo. Essas esquadrias no apresentam-se sinais de oxidao, visto que so feitas com chapas de alumnio galvanizado, material que no sofre oxidao.

    -46-

  • 4.3.3 ARQUIBANCADAS

    As arquibancadas apresentam por toda a sua extenso faixas de bolor, fissuras e presena de vegetao em alguns pontos, essas ocorrncias devem-se por falta de juntas de dilatao.

    No comeo da arquibancada, lado direito da do ginsio, na base do pilar P13, ocorreu um assentamento do enchimento executado, o que fez com que o piso da arquibancada afundasse e cedesse, desprendendo um degrau do outro.

    Percebe-se tambm neste mesmo ponto a presena de uma trinca diagonal, ocorrente de dilataes diferentes de materiais, pois o pilar metlico e o concreto, que envolve a base do pilar, possuem diferentes dilataes, embora sejam prximas. Outro motivo deve-se que a base do pilar (metlico) est danificada, presume-se que j estava danificada quando foi construda a arquibancada. Visto que o concreto resiste somente ao esforo de compresso, com o esforo foi direcionado ocasionou a trinca que tende a aumentar, pois ainda h continuidade da corroso do pilar.

    As manchas provenientes da umidade, ocorrem no encontro com todos os pilares, aumentando assim a corroso das estruturas metlicas.

    4.3.4 COBERTURA

    Na cobertura encontram-se pontos de ferrugem, principalmente nas teras, ocorrentes de infiltraes de guas pluviais, conseqncia da m disposio de telhas e telhas furadas.

    4.3.5 PILARES

    Com a anlise do check-list, representada na Tabela 01, percebe-se que as patologias estruturais mais graves concentram-se nas bases dos pilares P01 ao P08, especificadas nos pontos indicados no detalhe Figura 72.

    -47-

  • FIGURA 76. Detalhe da base do pilar, indicao de dois pontos. Verde, interno e vermelho, externo. FONTE. Autora

    1) PILARES P01 AO P07 LADO DIREITO

    DETALHE INTERNO DOS PILARES P01 AO P07 A ligao entre o banzo e montante, foi intensamente afetada pela corroso.

    A corroso seccionou grande parte da ligao, deixando as peas estruturais praticamente desconectadas, teve tambm a parte da base do banzo reduzida, deixando em muitos dos pilares citados somente uma parte da seco. Portanto podemos concluir que as funes estruturais esto altamente comprometidas.

    A reduo da seco destes pilares por conseqncia da corroso, deve-se ao motivo que o primeiro montante encontra-se encostado junto do colarinho, o que propicia a corroso destas peas. Ao contrrio dos demais pilares (P08 ao P14), onde existe um espao entre o montante e o colarinho. Outro fator o acumulo de gua no montante, vindas de chuvas e lavagens do ginsio. Tendo em vista, o acmulo de gua pluvial nesta pea ocorre pela falta de vedao, pois esquadrias ao longo das paredes do ginsio no possuem os vidros de vedao.

    Nesses pilares, percebe-se que os chumbadores das placas metlicas, abaixo do primeiro banzo, encontram-se bastante prximos das superfcies externas dos colarinhos e j apresentam-se em processo de degradao devido a intensa corroso da estrutura metlicas fissuras presentes na alvenaria ocasionado pelo excesso de carga presente nos pilares.

    DET. INTERNO DET. EXTERNO

    -48-

  • 73 74 75

    FIGURA 77. Vista interna, detalhe da base dos pilares afetados pela corroso. FIGURAS 78 e 79. Detalhe banzo pilar interno, afetados pela corroso com reduo de chapa,

    lascamento do concreto com exposio do chumbador. FONTE. Autora

    DETALHE EXTERNO DOS PILARES P01 AO P07 Na parte externa dos pilares, podemos visualizar que os chumbadores das

    placas metlicas, encontram-se bastante prximos das superfcies externas dos colarinhos, em alguns pilares encontram-se praticamente expostas a intempries, sem o adequado necessrio cobrimento de concreto, deixando-os muitos afetados corroso e conseqentemente os colarinhos apresentam lascamento do concreto. Outro problema verificado o excesso de umidade, pois o bolor aparece em vrios locais da edificao, inclusive no colarinho, visto que assim aumenta-se a corroso das estruturas metlicas.

    No restante da estrutura, em geral no observou-se outros pontos de corroso, ou outro tipo de patologias presente.

    Devido o lascamento do concreto no colarinho e as fissuras nas paredes, podemos concluir que essas patologias so ocorrentes do excesso de carga deste lado do pilar. Os elementos que compem a base do pilar (colarinho, chumbadores, banzo e montantes) esto com seus desempenhos estruturais visivelmente comprometidos, ocorrendo o lascamento do concreto do colarinho e deixando a estrutura exposta. Nas paredes a fissurao mostra que a estrutura metlica est se movimentando devido o excesso de peso, e tende a aumentar a fissura, pois ainda h a continuidade de corroso do pilar metlico.

    -49-

  • 76 77

    FIGURAS 80 e 81. Base do pilar 03, apresenta oxidao vermelha na placa de apoio e chumbadores, e intensa manchas de bolor e lascamento do concreto com exposio dos chumbadores.

    FONTE. Autora

    2) PILARES P08 AO P14 (ESQUERDO)

    DETALHE INTERNO DOS PILARES P08 AO P14 Nos pilares P08 ao P14, encontram-se corroso apenas no banzo, com

    menos intensidade e num estagio menos avanado que os outros pilares (P01 ao P07), aparentemente, pois parte da estrutura se encontra dentro da arquibancada, o que contribui para o reforo da base do pilar.

    78 79 FIGURA 82. Vista da arquibancada com mancha de emboloramento prximo ao pilar

    FIGURA 83. Vista da corroso do banzo FONTE. Autora.

    DETALHE EXTERNO DOS PILARES P08 AO P14 Na parte externa dos pilares, os colarinhos encontram-se totalmente

    manchados, provenientes da umidade, ocorrem tambm no encontro com todos os pilares do lado direito (P08 ao P14). A parte dos pilares que ficam na superfcie externa, encontra-se com manchas de intensa corroso, mas no apresentam a reduo de chapa aparente.

    -50-

  • 80 81 FIGURA 84. Vista de parte do pilar que fica exposta a superfcie externa

    FIGURA 85. Vista da parede com muitas manchas de bolor e o corte do terreno prximo a parede FONTE. Autora

    As causas provveis desta patologia a umidade, proveniente da proximidade com o bosque e da localizao, face sul. Pois a parede e as arquibancadas na lateral direita do ginsio encontram-se na divisa com o bosque e muito prximo a um corte de terreno e apresenta por toda a sua extenso faixas de bolor causado pela alta presena de gua, fator que propicia a corroso das estruturas metlicas. Outro fator que contribui com a umidade causada por deficincia de drenagem das guas pluviais.

    4.4 TRATAMENTO PROPOSTA

    O tratamento, a fase que elabora-se sugestes para a soluo, medidas preventivas e procedimentos que podero ser seguidos pelos gestores dos rgos pblicos para a soluo destes problemas, de evitando que os mesmos se repitam.

    4.4.1 MEDIDAS URGENTES

    Para proceder o tratamento adequado, h necessidade de providncias emergenciais. Primeiramente deve-se interditar a obra por completo e os espaos em seu entrono, at 10 metros de distncia. Pois a maneira como ela encontra-se interditada no impede a entrada de alunos e funcionrios. Visto que a mesma pode vir a um colapso a qualquer hora, pois sua estrutura, principalmente a metlica encontra-se comprometida.

    -51-

  • Posteriormente, com a mxima urgncia, deve-se proceder um escoramento da estrutura de cobertura, atravs das tesouras, principalmente na lateral direita, pontos mais crticos da obra. tambm necessria a limpeza do local, retirando lixos, entulhos e ninhos.

    4.4.2 INTERVENES

    Devido ao fato da edificao no apresentar segurana para os usurios, serveceabilidade e aparncia aceitvela, encontra-se interditada. A interdio vale at que sejam feitos os reparos necessrios para a recuperao da estrutura metlica e completados os acabamentos necessrios utilizao da obra com o mnimo de segurana e satisfao para a comunidade.

    O tratamento, para o presente caso, consiste na contratao de projeto estrutural contemplando reforo dos pilares, colarinhos (proteo de chumbadores), contraventamento das tesouras e teras da cobertura.

    A primeira etapa para recuperao da construo o trabalho de recuperao da estrutura metlica, principalmente da base dos pilares metlicos que em alguns casos apresentam apenas 20% da seo original. Esse trabalho deve ser feito aps o escoramento de toda a estrutura e a substituio dos perfis mais afetados. Aps esse trabalho deve ser iniciada proteo de toda a estrutura comeando com a limpeza dos perfis com gua sob presso, detergentes e solventes orgnicos para a aplicao de primer de aderncia com equipamentos de pulverizao e a aplicao de resina epxi pigmentada com alumnio.

    Salienta-se tambm a necessidade do trmino do fechamento da edificao com alvenaria e revestimentos, substituio das esquadrias metlicas, colocao de vidros e acabamentos internos para proteo da estrutura.

    Por estar localizada em um ambiente muito agressivo (ateno presena de fungos nas sapatas de base dos pilares causando a desagregao do concreto) propem-se que boa parte dos perfis metlicos recebam proteo em concreto, reforando o colarinho, em concreto armado, e prolongando-o at mais um metro alm do nvel atual, envolvendo assim a base do pilar metlico onde encontra-se o problema de corroso.

    Deve-se tambm executar dispositivos de drenagem (sistema de calhas e

    -52-

  • construo de beiral) e reforo das sapatas que apresentam falta da cobertura mnima aos chumbadores dos pilares.

    Os servios sugeridos na proposta do tratamento para a recuperao da obra, apresentada acima, esto aqui separados por etapas, e alm de servios previstos para contribuir em sua manuteno, e assim evitar que os mesmos voltem a ocorrer.

    1) Executar as Instalaes Preliminares, como: placa de obra, depsito de obra e tapume para a segurana dos alunos e funcionrios do colgio;

    2) Proceder o escoramento da cobertura metlica, atravs das tesouras da cobertura;

    3) Proceder limpeza, tratamento e proteo anti-corroso, com aplicao de pintura primer epxi em toda estrutura metlica;

    4) Executar o reforo estrutural dos pilares corrodos e respectivos chumbadores. Reforar tambm a estrutura do colarinho, em concreto armado, e prolongando-o at mais um metro alm do nvel atual, envolvendo assim a base do pilar metlico onde encontra-se o problema de corroso;

    5) Reparar a parte eltrica danificada e efetuar o trmino nos ambientes faltantes;

    6) Realizar a rede hidrulica que encontra-se efetuada em partes; 7) Efetuar o trmino do fechamento da edificao, acabamento externos e

    internos para proteo da estrutura; 8) Impermeabilizar a parede externa e realizar a drenagem na lateral do

    ginsio que tem divisa com o bosque; 9) Substituio das esquadrias danificadas e colocao dos vidros nas

    esquadrias; 10) Reparo da cobertura com a substituio de telhas com vazamento ou

    m colocao. Tambm deve-se executar a drenagem na cobertura, com sistema de calhas.

    -53-

  • 5 CONIDERAES FINAIS

    Procurando contribuir com a melhoria das obras de gesto pblica, deixando-as mais seguras, funcionais e durveis, foram abordadas neste estudo de caso, manifestaes patolgicas detectadas numa edificao de gesto pblica, encontra-se a mesma interditada por no oferecer segurana aos seus usurios. Neste trabalho, foi investigado as patologias, suas manifestaes e suas possveis causas, elaborando-se: Diagnstico, Prognstico e medidas Preventivas. Foi proposto procedimentos para a sua recuperao e procedimentos para evitar a sua reincidncia.

    Na obra, objeto de estudo, estima-se que para a implantao do projeto, foi desconsiderada a anlise das necessidades e caractersticas do local; pois a edificao encontra-se em um ambiente muito agressivo para a estrutura metlica utilizada. O terreno precisou de cortes e taludes muito ngremes para a implantao da quadra esportiva, alm da proximidade da divisa do ginsio com o bosque, espao mido. Nesta lateral tambm foi constatado a deficincia de drenagem das guas pluviais. Fatores que propiciam a propagao de patologias causadas pela alta presena de gua.

    As patologias mais intensas encontradas no estudo foram localizadas na estrutura dos pilares metlicos, principalmente em sua base. Na conexo dos colarinhos com os chumbadores a corroso do tipo vermelha, com intensas manchas de bolor e lascamento do concreto armado; o que deixa os chubadores desprotegidos contra intempries. Nas bases dos pilares, entre o banzo e o montante, e em alguns pilares a corroso foi to intensa que houveram a redues das chapas de aproximadamente 80% das sees.

    Com o desenvolvimento deste estudo de caso, fica evidente, que houve causas Intrnsecas e Extrnsecas para o manifestao das patologias apresentadas. Pode-se citar como causas e conseqncias: falhas de projeto, pois houve utilizao indevida da estrutura, implantada em condies de exposio muito severa, localizada em ambiente agressivo; negligncias no plano de manuteno, derivando numa degradao acelerada da estrutura e falhas de construo, pois a edificao no foi totalmente concluda. Acrescenta-se, ainda, patologias classificadas como adquiridas, que so aquelas problemas provenientes da ao de elementos

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  • externos, como a poluio atmosfrica, umidade, gases ou lquidos corrosivos e vibraes excessivas provocadas pelo uso indevido da estrutura. Estes descuidos resultaram, no desenvolvimento de uma degradao acelerada da estrutura e o comprometimento do uso da obra.

    Os resultados obtidos nas analises e nas solues dos problemas adquiridos, mostram a importncia de se trabalhar com sucesso todas as etapas desenvolvidas em uma obra. Com uma significativa melhorias em nas edificaes, a Secretaria do Estado de Obras Pblicas, executaria com maior eficincia o seu trabalho, conseguindo oferecer a comunidade edificaes mais seguras, acessveis e que promovam bem-estar aos seus usurios.

    Buscando medidas preventivas e solues para melhoria na obra apresentada e mostrando recomendaes para futuras edificaes e servios no segmento de obras pblicas, presume-se o atingimento dos objetivos propostos neste traba