Artigo do Ligmincha Europe Magazine sobre Yoga dos Sonhos

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Este artigo foi traduzido da Newsletter Ligmincha Europe Magazine, Edição nº11. Em 2014, Tenzin Wangyal Rinpoche, ministrou um seminário sobre Yoga dos Sonhos na Áustria, Alemanha e Bélgica. Aqui está uma breve introdução.

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Este argo foi traduzido da Newsleer Ligmincha Europe Magazine, Edição nº11. Em 2014, Tenzin Wangyal Rinpoche, ministrou um seminário sobre Yoga dos Sonhos na Áutria, Alemanha e Bélgica. Aqui está uma breve introdução.

Os ensinamentos da tradição Budista Bön nos dizem que nós podemos connuar neste estado sonhador iludido, dia e noite, ou acordar para a verdade. A práca de Yoga dos Sonhos é uma ferra-menta poderosa de despertar, usada por centenas de anos no Tibete por grandes mestres e muitas pessoas comuns.

não-humanos, temos experiências de êxtase, rimos, choramos, ficamos aterrorizados, exaltados ou transformados.Contudo, em geral, damos pouca atenção a essas experiências extraordinárias. Muitos ocidentais, quando se aproximam do en-sinamento, fazem-no com ideias sobre os sonhos baseadas na teoria psicológica; mais tarde quando sese sentem mais interessados em usar o sonho na vida espiritual, eles geralemente enfocam o conteú-do e o significado dos sonhos. Raramente a nature-za do sonho em si mesma é invesgada. Quando o é, a invesgação leva aos processos misteriosos que sustentam a totalidade da nossa existência, não apenas o período da vida em que sonhamos.

O primeiro passo da práca do sonho é bem sim-ples: devemos reconhecer o grande potencial que o sonho representa para a jornada espiritual. Nor-malmente o sonho é considerado “irreal”, em oposição à vida “real”, quando estamos acordados. Mas não há nada mais real do que o sonho. Esta afirmação só faz sendo quando se compreende queque a vida normal acordada é tão irreal quanto o sonho, e exatamente da mesma maneira. Então é possível entender que o yoga do sonho se aplica a rodas as experiências, aos sonhos do dia e também aos sonhos da noite.

Tenzin Wangyal Rinpoche irá nos introduzir na práca do Yoga Sonho de uma forma simples e eficaz, adequado para iniciantes, bem como para alunos experientes . É um método , que nos ajuda a superar o estresse, os medos e que aprofunda nosso desenvolvimento espiritual. A práca nos mostra como podemos usar os sonhos para cul-varvar a consciência e presença em nossa vida codi-ana. Um caminho, que vai trazer mais leveza e clareza em nossa vida e, finalmente, vai nos levar à libertação.

Nós selecionamos o texto do livro Os Yogas Tibeta-nos do Sonho e do Sono, de Tenzin Wangyal Rin-poche, ( paginas 19-21):

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apropriado comer carne de vaca, mas são proibídos de comer carne de porco. Os betanos comem ambas as carnes. Quem está certo? O hindu acha que hindus estão certos, o mulçumano acha que os mulçumanos estão certos, e o betano acha que os betanos estão certos. As diferentes crenças surgem das tendências e crenças que fazem parte da cultu da cultura - não da sabedoria pri- mordial

disngue entre dois pos de ignorância: a ignorância inata e a ignorância cultural.A ignorân-cia inata é a base do sansara, e a caracterisitca determinante dos seres comuns.É a ignorância da nossa verdadeira natureza e da vverdadeira natureza do mundo, e acaba se emaranhando com as delusões da mente dualista.

O Dualismo concebe as polari-dades e as dicotomias. Ele divide a unidade indivisível da experiência em isto e aquilo, certo e errado, você e eu. Com base nessas divisões con-ceituais, desenvolvemos prefe- rências que se manisfestam como apego e aversão, as res-postas habituais que formam a maior parte daquilo que idenfi-camos como nós mesmos (nossa idendade). Queremos isto, não aquilo; acreditamos nisto, não naquilo; respeitamos isto e desdenhamos aquilo. De-sejamos prazer, conforto, rique-za e fama; e tentamos fugir da dor, da pobreza, da vergonha e do desconforto. Desejamos essas coisas para nós mesmos e para aqueles que amamos e não nos importamos com os demais. Desejamos uma experiência diferente daquela que estamos tendo, ou desejamos nos agarrar a uma experiência e evitar as mudanças inevitáveis que lque levarão à sua cessação.

Existe um segundo po de ignorância, que é condi-cionada culturalmente. Ela surge à medida que os desejos e aversões tornam-se instucionalizados em uma cultura e codificados em sistemas de va-lores. Por exemplo, na Índia, os hindus acreditam que é errado comer vacas, mas adequado comer porcos. Os mulçumanos acreditam que é

Outro exemplo pode ser encon-trado nos conflitos internos da filosofia. Existem muitos siste-mas filosóficos que se definem por discordarem uns dos outros em pontos sus. Apesar de serem desenvolvidos com a intenção de levar os seres à sabedoria, os próprios sistemas produzem ignorância, na medida que seus seguodres se prendem a uma compreensão dualista da realidade. Isso é inevitável em qualquer sistema cconceitual, porque a mente conceitual é em si mesma uma manifestação da ignorância.

A ignorância cultural é desen-volvida e preservada nas tradições. Ela permeia cada cos-tume, opinião, conjunto de va-lores e corpo de conhecimentos. Tanto os indivíduos quanto as culturas aceitam essas preferências como sendo tão fundamen-tais que elas são consideradas bom-senso ou leis divinas. Cres-cemos nos apegando a várias crenças, a um pardo políco, um sitema médico, uma religião, uma opinião sobre a maneira como as coisas deveriam ser. Passamos pela escola primária, primeiro grau, colegial e talvez faculdade, e de certo modo,

cada diploma é um prêmio por desenvolvermos uma ignorância mais sofiscada. A educação reforça o hábito de ver o mundo através de determinada lente. Podemos nos tornar especialistas em uma visão errônea, tornamo-nos muito preciosos em nosso entendimento e até mesmo apresentá-la a outros experts. Isto pode também acontecer na fi-losofia,losofia, onde se aprende sistemas intelectuais de-talhados e se transforma a mente num instrumento

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agudo de invesgação. Mas até que a ignorância inata seja penetrada, estaremos meramente de-senvolvendo uma visão adquirida, não a sabedoria primordial.

Nós nos apegamos até às pequenas coisas: uma marca de sabão ou um corte especial de cabelo. Em maior escala, desenvolvemos religiões, sistemas polícos, filosofias, psicologias e ciên-cias. Mas ninguém nasce com a crença de que é errado comer carne de vaca ou carne de poporco, ou que um sistema filosófico é correto e o outro é errôneo, ou que esta religião é ver-dadeira e aquela é falsa. Essas coisas precisam ser apren-didas. A lealdade a certos valores é o resultado da ignorância cultural, mas a propensão a aceitar visões limitadas se origina no dualismo que é a manifestação da ignorância inata.Isto não é ruim.É simplesmente assim.Nosso apegos podem levar à guerra, mas podemtambém se manifestar como tecnologias úteis e artes diversas que são de grande benecio para o mundo. Enquanto não esvermos iluminados, par-ciparemos do dualismo e está tudo bem. Há um ditado em betano, que diz:” Quando no corpo de um burro, aprecie o gosto do capim”. Em outras palavras, devemos apreciar e aproveitar esta vida, poporque ela é significava e preciosa em si mesma, e porque é a vida que estamos vivendo.

Se não tornarmos cuidado, os ensinamentos podem ser usados para manter a nossa ignorância. Pode-se dizer que é ruim para uma determinada pessoa obter um grau elevado, ou errado ter restrições dietécas, mas está não é a questão. Ou podería-

mos dizer que a ignorância é ruim ou que a vida normal não passa de estupidez sansárica. Mas a ignorância é simplesmente um obscurecimento da consciência. Estar apegado a ela ou rejeitá-la é apenas o mesmo velho jogo do dualismo, jogado no reino da ignorância. Podemos ver quão penetrante ele é. Até mesmo os ensinamentos têm de trabalhar comcom o dualismo - encorajando o apego à virtude,

por exemplo, e a aversão à não-virtude - paradoxalmente u-lizando o dualismo da ignorância para su-perar a ignorância. Quão sul a nossa ccompreensão tem de se tornar e quão facilmemente podemos nos perder. É por isso que a prá-ca é necessária, a fim de obter a experiên-cia direta, em vez de apenas desenvolver outro sistema con-ceitual para detalhar e defender. Quando são vistas de uma perspecva mais elevada, as coisas tendem a se nivelar. Da perspecva da sabedoria não-dual, não há importante e não-importante.

Esse texto foi selecionado por Ton Bisscheroux do LigminchaEurope Magazine.Fotos do cartão de visualização do Yoga dos SonhosAgradecemos a equipe do Ligmincha Brasil por mais esta tradução.www.ligmincha.com.br