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ANHANGUERA EDUCACIONAL S.A.
Faculdade Anhanguera de Brasília
Curso de Biomedicina
Ayalla Santos da Silva Pereira
Diagnóstico da Toxoplasmose Congênita na Triagem Pré-natal e neonatal
Artigo apresentado, como exigência par-cial à obtenção do grau de Bacharel em Biomedicina, na Faculdade Anhanguera de Brasília - FAB/DF, sob a orientação do professor Especialista Edgard Joab Duarte Silva.
Taguatinga, DF2013
Ayalla Santos da Silva Pereira
Diagnóstico da Toxoplasmose Congênita na triagem pré-natal e neonatal
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Biomedicina da Faculdade Anhanguera de Brasília - FAB/DF.
Aprovado em 03 de junho de 2013.
___________________________________________
Prof. Esp. Edgard Joab Duarte da Silva Faculdade Anhanguera de Brasília
Orientador
__________________________________
Prof. Esp. Marcus Alisson Araújo da CunhaFaculdade Anhanguera de Brasília
Avaliador
______________________________________
Prof. Esp. Geraldo Claudino de FreitasFaculdade Anhanguera de Brasília
Avaliador
________________________________
Prof. Esp. Carlos Fernando dos Santos Faculdade Anhanguera de Brasília - FAB/DF
Coordenador do Curso de Biomedicina
Taguatinga, DF2013
1
Este trabalho é dedicado a todos os alunos que compreenderam que seus esforços sempre são rec-
ompensados.
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais pela força, dedicação, carinho e compreensão em todos os momentos da minha vida e pela fé em mim depositada.
A Deus que é a base de tudo na vida
Aos professores, pela sabedoria na lida diária com todos nós alunos.
A todos os meus amigos e família, que direta ou indiretamente contribuíram em minha vida e para a realização deste trabalho.
3
“ A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces”
Aristóteles
Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde Ano 2013
Ayalla Santos da Silva Pereira
Faculdade Anhanguera de Brasí[email protected]
Edgar Joab Duarte Silva
Faculdade Anhanguera de Brasí[email protected]
DIAGNÓSTICO DA TOXOPLASMOSE CONGÊNITA NA TRIAGEM PRÉ-NATAL E NEONATAL
RESUMO
A Toxoplasmose é uma zoonose de ampla distribuição geográfica que acomete mamíferos, felídeos e aves que acidentalmente contamina o homem. Esta tem como agente etiológico o protozoário intracelular obrigatório chamado Toxoplasma gondii, uma das formas mais agravantes desta patologia é a transmissão congênita na qual a mãe passa para o feto o parasita. Por ser uma doença altamente disseminada, a triagem pré-natal em que se faz o acompanhamento às gestantes tem papel fundamental no diagnóstico precoce. Da mesma forma a triagem neonatal a qual é realizada com os recém-nascidos apresenta bons resultados quanto ao monitoramento dos fetos infectados.Como alternativas para diminuir o número de casos existentes e suas formas de contaminação,foram criados programas de controle,os quais tem como objetivo informar sobre as características da doença no meio mais suscetível(gestantes) e acompanhar rigorosamente através de testes e exames sorológicos as grávidas e os neonatos.
Palavras-Chave: Toxoplasmose congênita; Toxoplasma gondii; triagem pré-natal; triagem
ABSTRACT
Toxoplasmosis is a zoonosis widely distributed that affects mammals, birds and cats that accidentally defile the man. This, is the etiologic agent obligate intracellular protozoan called Toxoplasma gondii, one of the most aggravating this condition is congenital transmission in which the mother passes to the fetus parasita.Por be a highly disseminated disease, prenatal screening where monitoring becomes pregnant women have a fundamental role in the diagnosis precoce.Da Similarly neonatal screening which is done with newborns have good results on the monitoring of fetuses infectados.Como alternatives for reducing the number of existing cases and forms contamination, control programs were created, which aims to inform about the characteristics of the disease among the most susceptible (mom) and acommpanhar strictly through serological tests and pregnant women and newborns.
Keywords: Congenital toxoplasmosis, Toxoplasma gondii, prenatal screening, newborn screening.
Anhanguera Educacional S.A.Correspondência/Contato
Alameda Maria Tereza, 2000Valinhos, São PauloCEP [email protected]
CoordenaçãoInstituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE
Ayalla Santos da Silva Pereira, Edgard Joab Duarte da Silva
1. INTRODUÇÃO
A toxoplasmose é uma doença infecto-parasitária que tem como o seu agente
etiológico o protozoário Toxoplasma gondii, este desenvolve parasitismo
intracelular e tende a causar infecções crônicas e na maioria das vezes
assintomática. Ela acomete mamíferos, aves e felídeos mais comumente o
gato, sendo que o hospedeiro intermediário é o homem. (REY, 2010; DINIZ,
2006).
A doença foi descrita pela primeira vez em 1908 simultaneamente na
Tunísia e no Brasil. A descoberta quase concomitante do mesmo parasita em
espécies e continentes distintos já antevia que este teria ampla distribuição
geográfica. A partir de então esta doença se tornou disseminada e alvo de
estudos e pesquisas para que fossem desenvolvidas as terapêuticas
necessárias para o seu controle (NEVES, 2010).
A infecção pelo Toxoplasma gondii é distribuída mundialmente.
Estudos recentes demonstram que o Brasil tem alto índice de casos sendo que
a transmissão pode ocorrer pela ingestão de uma das formas evolutivas do
parasita que é o oocisto, presentes em alimentos, água e solo
contaminados, ingestão de carnes dos animais contaminados com cistos e
também pela forma vertical ou transplacentária na qual o taquizoíto atravessa
a placenta e contamina o feto (GARCIA, 1999).
A toxoplasmose congênita ou vertical é a forma resultante da
transmissão do Toxoplasma gondii da mãe para o feto que pode ser
assintomática ou até levar a óbito (BRASIL, 2010), sendo que as
conseqüências clínicas causadas ao feto são dependentes da idade
gestacional em que a doença foi contraída e do curso da mesma, mas as
sequelas comuns e severas são cegueira, alterações neurológicas,
retinocorroidite, calcificações intracerebrais ou convulsões, hidrocefalia, entre
outras (CAMARGO, 2010).
A triagem pré-natal que tem como foco acompanhar as gestantes no
período gestacional tem papel importante no diagnóstico da Toxoplasmose,
pois neste período, são feitos os exames e testes sorológicos que podem
diagnosticar a doença. Da mesma forma, a triagem neonatal realizada
rotineiramente com os recém-nascidos pode evidenciar as características da
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doença e posteriormente ser confirmada pelos exames específicos (CARNEIRO,
et al, 2012).
Os programas de controle desta infecção já vem sendo adotados em
alguns países e em alguns estados do Brasil no intuito de reduzir o número de
infecções. O objetivo deste programa é realizar o monitoramento das grávidas
e dos neonatos e difundir as informações como a forma de transmissão e a
profilaxia da doença neste meio mais suscetível (LOPIS-MORI, et al , 2011).
Este trabalho tem como objetivo, realizar uma pesquisa bibliográfica
referente à Toxoplasmose Congênita, a qual possa servir de fonte para novas
pesquisas sobre o assunto e ser facilitador da difusão do mesmo entre as
diversas áreas da saúde, que tenham como enfoque principal
acompanhamento Peri natal das gestantes e neonatos.
2. METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi uma revisão bibliográfica dentre os anos 1987 a
2013, através de livros, artigos, revistas e publicações, além das fontes de
pesquisa como Scielo, Bireme, LILACS, Pubmed, Ministério da Saúde,
Biblioteca da Faculdade Anhanguera de Brasília e da Universidade Católica de
Brasília.
3. DESENVOLVIMENTO
3.1. A História
A Toxoplasmose é uma zoonose causada pelo protozoário intracelular
obrigatório Toxoplasma gondii, este tem ampla distribuição geográfica e afeta
diversas espécies de animais domésticos e selvagens, além de ser uma forma
de contaminação humana. O parasita foi descrito pela primeira vez em 1908
por Nicolle e Manceaaux na Tunísia e ao mesmo tempo por Alfonso Splendore
no Brasil. (CIMERMAM, 2010; GARCIA, et al, 2012).
A descoberta simultânea do mesmo parasita em espécies de animais
diferentes já previa que este seria distribuído mundialmente. O primeiro caso
de transmissão humana foi citado pela primeira vez por Janku em 1923 na
cidade de Praga e em 1927 por Torres no Rio de Janeiro. Logo após em 1937
Wolf e Cohen foram os primeiros a descrever a infecção congênita no homem,
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a qual atualmente é a causa mais comum de morbidade e mortalidade no
período neonatal (BARRETO, COSTA, GONÇALVES, 1987).
3.2. Ciclo Biológico
O ciclo de vida deste parasita se define em dois tipos de hospedeiros,os
intermediários e os definitvos. Os felídeos em geral e mais comumente o gato
doméstico, são os hospedeiros definitivos do Toxoplasma gondii, enquanto
que os mamíferos, aves e o homem, são os intermediários. A biologia da
transmissão da Toxoplasmose está representada na imagem
seguinte(CIMERMAM, 2010).
Figura 1 - Ciclo Biológico do Toxoplasma gondii (MUNDO EM COLAPSO)
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Na imagem apresentada, quando o gato defeca sobre o solo,os
oocistos são eliminados, estes oocistos podem demorar de um a cinco dias
para se esporularem no meio ambiente e a partir de então que os hospedeiros
intermediários podem se contaminar através de água e alimentos
contaminados com estes oocistos, como as aves e roedores. Assim que estes
intermediários ingerem os oocistos, eles se transformam em outra forma
chamada taquizoítos (DUBEY, LINDSAY, SPEER; 1998).
Os taquizoítos se desenvolvem e formam cistos nos tecidos que
contém os bradizoítos. O gato se contamina quando consome os hospedeiros
intermediários já infectados, ou através da ingestão do próprio oocisto
esporulado. Outros animais também podem ser infectados, como o porco e a
cabra, além de outros, por meio dos cistos teciduais após ingerirem os
oocistos esporulados (LEHMANN, et al, 2004)
O homem pode ser contaminado por diferentes formas, como pela
ingestão de carnes crua ou mal cozidas dos animais contaminados com os
cistos, através de água e alimentos contaminados com as fezes dos gatos.
Também pode haver a contaminação humana pela transfusão sanguínea ou
transplante de órgãos e através da placenta, onde a mãe infectada transmite
a doença para o feto, sendo que esta última forma é considerada a mais
complicada da doença (MONTOYA; LIESENFELD, 2004; KAWAZAKI, 2004).
O diagnóstico da doença pode ser evidenciado por meio de exames
sorológicos e também por biopsia para a visualização dos cistos nos tecidos.
Se tratando das infecções congênitas, o diagnóstico pode ser alcançado
também através da sorologia, através de métodos moleculares como o PCR,
dentre outros. O prognóstico precoce é importante devido ao fato dos
parasitas se instalarem normalmente no cérebro, olho, miocárdio e músculos
esqueléticos e poderem permanecer por toda a vida no hospedeiro (ELLIS,
1998).
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3.3. Formas Evolutivas
A espécie que parasita o homem é o Toxoplasma gondii, este possui várias
formas evolutivas sendo elas: O taquizoíto (Figura 2) que é forma considerada
mais disseminada devido ao seu poder de atravessar a barreira
transplacentária e contaminar o feto, os bradizoítos que são liberados a partir
dos cistos (Figura 3), os quais são considerados como a forma de resistência
do parasita e os oocitos (Figura 4) que são liberados nas fezes dos animais
contaminados (NETO, et al, 2008).
Figura 2 - Taquizoítos de Toxoplasma gondii corados por Giensa; CDC 2010
Os taquizoítos (Figura 2) possuem cerca de 6 milímetros de
comprimento e 2 milímetros de largura, tem uma forma arqueada e possuem
alto poder de proliferação. Estes possuem um complexo apical onde estão
situados diferentes tipos de organelas, as quais possibilitam esta forma a
penetrar vários tecidos e órgãos, além de atravessar a barreira
transplacentária. Possuem membrana no núcleo além das internas e externas
(DOBROWOLSKI, SIBLEY, 1996).
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10 Diagnóstico da Toxoplasmose Congênita na triagem pré-natal e neonatal
Figura 3: Cisto de Toxoplasma gondii no tecido cerebral contendo Bradizoítos, corado por
Hematoxilina e Eosina (CDC, 2010).
Os cistos (Figura 3) são considerados o abrigo para a outra forma
morfológica do Toxoplasma que são os Bradizoítos, estes são parecidos com a
forma dos taquizoítos, porém se reproduzem mais lentamente que eles. Os
Bradizoítos são considerados como sendo a forma resistência do Toxoplasma
nos tecidos por serem encontrados apenas neste local (CARRUTHERS, 2002).
Os cistos (Figura 3) podem permanecer por um longo período no tecido
sem que haja o rompimento para a liberação dos bradizoítos, é sabido que
este, se rompe em algum tempo porém não há previsão, entretanto uma vez
que os bradizoítos são liberados, eles podem se transformar em taquizoítos
os quais invadem a célula do hospedeiro e novamente irão se tornar novos
bradizoítos dentro de um novo cisto ( VARGAS, 2006)
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Ayalla Santos da Silva Pereira, Edgard Joab Duarte da Silva
Figura 4: Oocisto de Toxoplasma gondii, visto através de Microscopia de Interferência Diferencial,
CDC, 2010.
Os oocistos (Figura 4) são característicos do intestino dos felídeos
infectados e são eliminados através das fezes, assim que são eliminados eles
são considerados imaturos, uma vez maturados, estes irão conter oito
esporozoítos e dois esporocistos, as quais são a forma infectante para o
homem e para os demais acometidos como os mamíferos e aves. Eles
possuem uma dupla parede que protege contra as agressões do solo e meio
ambiente (DUBEY, LINDSAY, SPEER; 1998).
4. INFECÇÃO CONGÊNITA
A gestante tem mais suscetibilidade de se aquirir doenças devido ao fato do
seu sistema imunológico ser um pouco modificado no período gestacional, isto
faz com que quando houver algum tipo de contaminação, os sinais clínicos
sejam menos evidentes, entretanto, as manifestações do feto são mais
graves, pois estes não nascem com o sistema imunológico maduro, sendo
assim ele está mais vulnerável a ter as complicações clínicas causadas pelo
parasita. (JOBIM e SILVA, 2004).
A toxoplasmose congênita é decorrente da infecção da mãe para o feto
e diante da gravidade desta, o diagnóstico precoce no início do período
gestacional principalmente no primeiro trimestre é de fundamental
importância para que consiga identificar a doença na fase aguda, a qual tem
maiores chances de causar danos severos ao feto (MARGONATO, et al, 2007).
Os sinais e sintomas clínicos são: baixo peso ao nascer, esplenomegalia,
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12 Diagnóstico da Toxoplasmose Congênita na triagem pré-natal e neonatal
hepatomegalia, anemia, icterícia, prematuridade além do comprometimento
do Sistema Nervoso Central (DINIZ, 2006)
Estudos realizados em algumas cidades dos estados do Paraná e Rio
Grande do Sul no Brasil indicam que a maioria das gestantes contaminadas
cerca de 90% são assintomáticos, e que destas no mínimo 50% transmitem
para o feto o parasita. Estes também constataram que a prevalência de casos
de infecção por Toxoplasma gondii é superior ao da América Latina o que
evidencia ainda mais o alto índice de contaminação deste parasita no país
(BITTENCOURT, 2012; REIS, 2006; SPALDING, 2003).
Os danos causados ao feto são variáveis, sendo que se a infecção
ocorrer no primeiro trimestre da gestação na maioria dos casos origina-se
natimorto ou crianças com severas complicações como aumento do líquido
cefalorraquidiano na cavidade craniana (hidrocefalia), diminuição da cabeça
em relação à idade do feto (microcefalia), inflamação da retina e da coróide
que pode causar cegueira (coriorretinite), retardo mental e calcificações
cerebrais. Estas quatro manifestações citadas quando aparecem associadas é
conhecida como Síndrome de Sabin (MORAES, LEITE, GOULART, 2008).
A associação entre o T.gondii e a perda auditiva já vem sendo relatada
na literatura há muito tempo, e aborda que o déficit auditivo nas crianças não-
tratadas ou até mesmo naquelas em que o tratamento foi relativamente curto
em relação aos parâmetros recomendados pode chegar a 20% dos casos
(ANDRADE, et al, 2008). Além destes, pesquisas mostram que 85% das
crianças infectadas desenvolvem seqüelas oculares graves no primeiro ano de
vida, além de comprometimento no sistema neuropsicomotor cerca de 40% e
também calcificações cerebrais na faixa de 50% das contaminadas (SOARES,
et al, 2011).
5. EPIDEMIOLOGIA
O ciclo epidemiológico da Toxoplasmose é claro devido à rápida disseminação
dos oocitos por meio de alimentos e água contaminados, além do ciclo que
ocorre nos felídeos e da forma congênita, os quais contribuem
consideravelmente para a rápida distribuição deste parasita em todas as
partes do mundo. São muitos os casos relatados desta doença, estima-se que
cerca de 70% a 95% da população tenham a doença e apesar desta não ser
considerada como doença de notificação compulsória, merece atenção
especial devido ao alto número de infectados (BRASIL, 2010).
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Ayalla Santos da Silva Pereira, Edgard Joab Duarte da Silva
A incidência da Toxoplasmose é alta, estima-se que na Europa cerca
de mais de 54% da população estão infectados, enquanto que nos Estados
Unidos é cerca de 20% da população entre 12 e 49 anos (JENUM, et al, 1998;
JONES, et al, 2003). No Brasil a soro prevalência dos anticorpos da classe Igg
varia de acordo com a região estudada. Segundo Frenkel (2002), a incidência
de casos de Toxoplasmose é maior na região Norte que na região Centro
Oeste, estima-se que 75% da população da região Norte estejam
contaminados, tendo em vista que na região Centro-Oeste este valor seja de
54%.
No Distrito Federal, segundo dados dos relatórios da Diretoria de
Vigilância Epidemiológica da Secretaria do Estado de Saúde do Distrito Federal
(DIVEP), há um grande número de casos de Toxoplasmose gestacional e
congênita.
Tabela 1 – Número de casos de Toxoplasmose no Distrito Federal (Adaptado de DIVEP, 2009)
Ano Número de Casos em
Gestantes
Número de Casos em Neonatos
2002 848
2003 468
2004 16024
2005 13835
2006 9944
2007 7824
2008 12627
2009 16342
Entre os anos 2002 a 2005 o número de casos da doença nas
gestantes teve um aumento significativo, já entre os anos de 2006 a 2007,
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14 Diagnóstico da Toxoplasmose Congênita na triagem pré-natal e neonatal
houve uma redução, entretanto nos anos seguintes entre 2008 e 2009, a
incidência desta patologia em gestantes aumentou e atingiu o ápice em 2009
com o maior número de relatos. Neste ano as cidades do Distrito Federal com
maior incidência foram às cidades do Recanto das Emas, Brazlândia e
Candagolândia (DIVEP, 2009).
Os casos de toxoplasmose congênita também tiveram aumento
significativo, sendo que em 2002 e 2003 os relatos foram em números iguais,
já entre 2004 a 2006 o aumento foi gradativo, em 2007 houve uma diminuição
e nos anos seguintes 2008 e 2009 houve mais uma vez aumento no número
de casos de Toxoplasmose Congênita no Distrito Federal. Neste último ano as
cidades com maiores prevalência da doença na forma congênita foram
Sobradinho, Cruzeiro e Sobradinho II(DIVEP, 2009).
6. TRIAGEM PRÉ-NATAL
A triagem pré-natal é de suma importância para o acompanhamento
gestacional, ela tem como objetivo realizar rotineiramente exames para a
identificação de diversas doenças que podem acometer as gestantes e
também os neonatos. Tendo em vista as doenças que devem ser
precocemente diagnosticadas, o Ministério da Saúde estabelece que o número
mínimo de consultas a serem realizadas durante o pré-natal, sejam 6
consultas (BRASIL, 2005).
O pré-natal é feito uma série de exames sorológicos capazes de
evidenciar muitas patologias que podem ser transmitidas ao feto, dentre elas
a Toxoplasmose. Quando a puérpera está contaminada, durante a fase aguda
os níveis de IgM se elevam. Para melhor diagnóstico da Toxoplasmose aguda o
ideal é se realizar o teste de sensibilidade para IgM associado ao teste de
avidez de IgG(PETERSEN, 2007).
A seguir são citados casos distintos e a interpretação dos resultados
nas gestantes suscetíveis a infecção pelo T.gondii, segundo Lopes, et al,
( 2007).
Tabela 2-Interpretação da Sorologia para IgG e IgM(Adaptado de LOPES, et al, 2007)
Gestante IgM IgGInterpretação
Caso 1 Negativo Negativo Gestante Suscetível
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Caso 2 Negativo Positivo
Possível Infecção Aguda
Caso 3 Positivo Negativo
Infecção Inicial ou Falso Positivo
Caso 4 Positivo Positivo
Infecção Aguda ou IgM residual
7. TRIAGEM NEONATAL
O precursor da Triagem neonatal foi o Robert Gutrie que na década de 60
demonstrou que quando analisados amostras de sangue seco colhidos em
papel filtro, poderia servir de diagnóstico precoce de diversas doenças, como a
Fenilcetonúria. A partir de então o programa começou a ser utilizado em todo
o mundo e no Brasil o primeiro estado a usar obrigatoriamente o teste foi o de
São Paulo através da lei estadual nº 3914 de 14/11/83. O programa só se
tornou obrigatório no país em 1990 pela Lei Federal nº 8069 de
13/07/1990(LEÃO E AGUIAR, 2008).
A triagem neonatal, conhecida como o teste do pezinho é um método
rastreador de diferentes tipos de doenças que devem ser tratadas
precocemente para evitar seqüelas graves ao recém-nascido. O teste faz parte
do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) implantado desde 2001
através da Portaria Ministerial do Ministério da Saúde nº 822 de 06/06/2001.
Esta portaria ampliou o número de doenças que já eram diagnosticadas
através da triagem neonatal além de atingir 100% da população, pois ela
determina que o teste seja obrigatório e gratuito para toda a população
(ABREU, 2011; BRASIL, 2010).
As doenças diagnosticadas inicialmente pela Triagem Neonatal eram a
Fenilcetonúria (PKU) e o Hipotireodismo Congênito (HC), atualmente através
do PNTN, houve uma ampliação das doenças diagnosticadas e foram inclusas
a Hemoglobinopatias, Homocistinúria, Hiperplasia Congênita de Adrenal,
Fibrose Cistica, Galactosemia, deficiência de Biotinidase, deficiência de Glicose
-6-Fosfato, a Toxoplasmose, dente outras (SARTORI, 2011).
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16 Diagnóstico da Toxoplasmose Congênita na triagem pré-natal e neonatal
8. DIAGNÓSTICO
Esta patologia é absolutamente difícil de ser diagnosticada clinicamente
devido ao fato de ser assintomático na maioria dos casos, o exame
parasitológico é pouco utilizado, uma vez que o diagnóstico é baseado em
exames sorológicos, por meio da visualização do agente em tecidos e líquido
corporais, biopsia, testes biomoleculares ou através de cultivos experimentais
em animais (BRASIL, 2008).
8.1. Avidez de IgG
A infecção materna é diagnosticada uma vez que os testes sorológicos reagem
para os anticorpos anti-T. gondii. As imunoglobulinas da classe IgM e IgG são
as analisadas para verificar se houve ou não a infecção,isto ocorre devido a
incidência da IgM permanecer na corrente sanguínea por cerca de um ano e
seis meses.Outra forma de confirmar a contágio materno é através do teste de
avidez da IgG ,o que indica se a infecção aconteceu há cerca de três meses
ou mais .A análise de IgM juntamente com o teste de avidez de IgG é benéfico
para indicar possíveis casos de transmissão vertical(JUNIOR, et al, 2010).
8.2. Imunofluorescência Indireta (IFI)
O teste de Imunofluorecência Indireta (IFI) é um dos mais utilizados, por ser
econômico e de fácil interpretação, é também considerado como tendo boa
sensibilidade e especificidade. Baseia-se na utilização de antígenos fixados em
lâminas para a determinação dos anticorpos específicos. Ele é de suma
importância no diagnóstico da fase aguda como também na forma vertical da
doença. As amostras devem ter cuidados especiais para que não sofra
interferências, pois estas podem ocorrer e gerar resultados falso positivo ou
falso negativo (JOBIN e SILVA, 2004).
8.3. Elisa (Enzyme-Linked Immunisorbent Assay)
Segundo Camargo, (2010), o teste ELISA ajuda consideravelmente para a
confirmação da Toxoplasmose, pois este teste se baseia em uma reação
imunoenzimatica e pode ser reagente em cerca de 80 % dos casos, mas pode
sofrer interferências assim como o teste de IFI pelo fator reumatóide. Estas
duas técnicas servem como complemento uma da outra, um estudo realizado
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Ayalla Santos da Silva Pereira, Edgard Joab Duarte da Silva
no Laboratório do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa
Catarina, demonstrou que o teste ELISA por captura de IgM foi mais sensível
que a Imunofluorecência Indireta(CANTOS,et al, 2000).
8.4. Reação em Cadeia Polimerase (PCR)
A literatura mostra que após estudos do DNA do T.gondii, possibilitou a
realização da Reação de Polimerase em Cadeia (PCR) para a detecção deste
protozoário (BASTIEN, 2002). Atualmente esta, tem sido bastante utilizada por
mostrar alta sensibilidade e especificidade, o que pode precocemente
evidenciar a doença na gestante e prevenir as lesões congênitas, mas como
os outros testes, a PCR também pode gerar resultados falso negativos
(SPALDING, et al, 2003).
A variação da sensibilidade do PCR na literatura alterna entre 70% a
100% para o diagnóstico da Toxoplasmose Congênita e esta variação pode ser
definida por fatores de inibição da Taq DNA polimerase, pelo número de
células ou mesmo pela grande quantidade de DNA humano (CASTRO, et al,
2001). Este método por não ser invasivo ao feto tem se mostrado muito útil no
diagnóstico da Toxoplasmose Congênita (REMINGTON, et al, 1994).
8.5. Hemaglutinação Indireta (HAI)
A técnica de Hemaglutinação indireta é fundamentada na sensibilização dos
eritrócitos pelo contato com os antígenos do T. Gondii. Estudos realizados em
suínos na região de Porto Alegre no Rio Grande do Sul demonstraram que
esta, é uma técnica fácil de ser realizada, de baixo custo e possui alta
sensibilidade nestes animais (FIALHO e ARAÚJO, 2003). Quando comparado
com os métodos de Imunofluorecência Indireta (IFI) e o teste de Captura de
IgM realizados em humanos, a HAI também se mostrou sensível e específica, o
que se faz deduzir que esta técnica é viável e pode ser utilizada no diagnóstico
da doença( FIALHO e ARAÚJO,2002).
8.6. Western Blot
A técnica Western Blot (WB) conhecida mundialmente por servir de
diagnóstico confirmatório da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS),
tem se mostrado sensível na detecção de IgM e IgG no soro materno e da
criança.Um estudo realizado no estado de Minas Gerais com crianças que
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18 Diagnóstico da Toxoplasmose Congênita na triagem pré-natal e neonatal
participavam do Programa de Triagem Neonatal,constatou que a IgG-WB teve
sensibilidade de 73,5% enquanto a IgM-WB teve sensibilidade de 54,8%,em
contrapartida a especificidade das imunoglobulinas foram parecidas,sendo
97,4% para a classe IgG-WB e 94,7% para a classe IgM(MACHADO, et al,
2010).
9. TRATAMENTO
Uma vez diagnosticada a infecção aguda na gestante, o tratamento deverá ser
imediato, a recomendação atual para o tratamento da Toxoplasmose no Brasil
é feita com base na utilização do medicamento Espiramicina. Este fármaco
tem função bloqueadora impedindo que o parasita atravesse a placenta e caso
não consiga impedir ele pode adiar a infecção, porém se o feto já houver sido
contaminado o recomendado é iniciar imediatamente o uso de três fármacos
concomitantemente, a pirimetamina, sulfadiazina, e o ácido fólico (ZUGAIB,
2007).
Assim que a infecção congênita for constatada, mesmo que na maioria
dos casos sejam oligossintomáticos o tratamento deve ser iniciado conforme
as diretrizes de cada País, estudos mostram que no Brasil este deve ser
iniciado em até um ano de vida, enquanto que na Dinamarca este tratamento
deve ser iniciado em até três meses de vida(GUERINA, et al, 1995).Nos
neonatos também é recomendado o uso de Pirimetamina e
Sulfadiazina(PETERSEN e SCHIMIDT, 2003).
Além destes medicamentos, segundo o Manual de Atenção Integrada
às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI) Neonatal do Ministério da Saúde,
na criança também é recomendado o uso do de corticosteroides em casos de
Coriorretinite aguda e em proteinorraquia (BRASIL, 2012).
10. DISCUSSÃO
Estudos realizados referentes à Toxoplasmose evidenciam uma doença
silenciosa com ampla distribuição. No Brasil os casos são distribuídos de
acordo com as características regionais estudadas, apresentando em algumas
situações surtos epidemiológicos. No entanto a região Norte Brasileira, esta
doença é mais prevalente, quando comparada com as demais ( FRENKEL,
2002).
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Ayalla Santos da Silva Pereira, Edgard Joab Duarte da Silva
Nota-se que as complicações da doença e a sua transmissão,
principalmente a forma congênita, demonstram a importância da realização
precoce da Triagem Pré-Natal e Neonatal, que obrigatoriamente deve ser
realizada pela rede pública e privada de saúde (BRASIL, 2005). Os programas
de controle voltados para as gestantes e o Programa de Triagem Neonatal,
ambos do Ministério da Saúde, buscam acompanhar, prevenir e diagnosticar o
mais breve possível as diversas doenças graves dentre elas a Toxoplasmose
Gestacional e Congênita (LOPIS-MORI, et al 2011).
No que se refere ao diagnóstico, (JÚNIOR, et al, 2010)há um
determinado consenso entre as técnicas adotadas na gestante, a maioria
abordam que a Sorologia é a técnica mais utilizada principalmente o método
de Elisa, Imunofluorescência Indireta, Avidez de IgG . No diagnóstico da
infecção fetal, a técnica mais utilizada é a PCR, sendo que em alguns casos só
foi possível após o nascimento (ANDRADE, et al, 2008).
Apesar de não serem muito utilizados rotineiramente no diagnóstico da
Toxoplasmose, o método de Western Blot e exames de imagem, podem ser
realizados para a complementação para um prognóstico preciso, o exame
ultrassonográfico possibilita verificar lesões cerebrais em fetos durante a
gestação e embora não seja considerado como um exame de primeira
escolha, este se faz relevante por proporcionar uma visão completa da
anatomia do feto (COUTO, LEITE, 2004).
11. O PAPEL DO BIOMÉDICO
O Biomédico como profissional diferenciado, tem participação indispensável
no diagnóstico da Toxoplasmose. Ele atua na realização dos exames
laboratoriais, seja na fase gestacional como na fase congênita. Com o
acréscimo da especialização na área de Imagenologia, pode realizar todos os
exames de imagem, e seu conhecimento, dedicação e interpretação dos
resultados são necessários uma vez que tratamos de uma doença grave e
silenciosa cujo manuseio dos procedimentos a serem realizados como o
tratamento são dependentes de um resultado preciso.
No contexto geral, este profissional não se restringe apenas à
realização dos exames, mas poderá também atuar na conscientização da
população por meio de palestras, pesquisas, reciclagem de profissionais da
área interessados no assunto, com o intuito de esclarecer dúvidas e enfocar a
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20 Diagnóstico da Toxoplasmose Congênita na triagem pré-natal e neonatal
profilaxia com o objetivo de reduzir danos, e minimizar o número de casos
desta patologia.
Com a evolução constante, e eficiência comprovada das análises
clínicas no complemento de diagnósticos ágeis e precisos de diversas
patologias , fica claro o papel do profissional biomédico no cenário
multiprofissional que cerca toda a formação de um diagnóstico eficiente e
completo.
12. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Embora a Toxoplasmose seja uma doença que afeta milhares de pessoas no
mundo, ainda nota-se que muitas pessoas não a conhecem como sendo uma
doença grave, capaz de causar seqüelas graves além de levar a óbito. Muitos
profissionais da saúde que estão diretamente relacionados com a Triagem Pé-
Natal e Neonatal, não a tratam com a seriedade e os devidos cuidados que
esta doença merece.
No decorrer da pesquisa, percebeu-se que mesmo com muitos estudos
acerca desta, ainda se tem muitos questionamentos quanto ao diagnóstico
que em alguns casos não ocorre durante as triagens acima citadas e só vem a
se desenvolver anos após o nascimento.
A triagem, diagnóstico e o tratamento merecem ter uma padronização
no intuito de prevenir ou minimizar as infecções pelo Toxoplasma gondii, visto
que diminuiria os agravos não só ao neonato, mas como também a angústia e
o impacto causado na família deste. Os programas de controle já instalados
em alguns municípios tem se mostrado promissor no precoce diagnóstico e
isto torna a população mais esperançosa no sentido se não de evitar, que seja
no de ter o prognóstico mais cedo possível para tratar o mais brevemente,
evitando agravos maiores ao feto.
Seria importante integrar todos os profissionais da saúde cuja
atribuição direta ou indiretamente lida com o assunto, no intuito de
compartilhar experiências, protocolos e normas, para que seja possível a
discussão sobre os problemas referentes a doença e assim poder contribuir
para um melhor entendimento, e assistência para com a gestante e o neonato
e ter como resultado, a diminuição do número de casos da Toxoplasmose
Congênita.
Ensaios e Ciências: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde Ensaios e Ciências: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde Ano 2013 Ano 2013 p. p. 2020-20-20
Ayalla Santos da Silva Pereira, Edgard Joab Duarte da Silva
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais Anízia Santos e Antonio Pereira pela força,
dedicação, carinho e compreensão em todos os momentos da minha vida e
pela fé em mim depositada.A Deus que é a base de tudo na vida, o qual sem
ele não teria tido coragem de lutar pelos meus objetivos.Aos professores, pela
sabedoria na lida diária com todos nós alunos.A todos os meus amigos e
família, que direta ou indiretamente contribuíram em minha vida e para a
realização deste trabalho.
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Edgard Joab Duarte da Silva
Graduado em Biomedicina pela Faculdade Anhanguera de Brasília (2010), Especialista em Docência do Ensino Superior pelo Centro de Aprendizagem e Aperfeiçoamento Profissional (CAAPS). Pós-Graduando em Hematologia e Banco de Sangue pelo Instituto Nacional de Curso(INCURSOS).Docente do curso de Biomedicina na Faculdade Anhanguera de Brasília(FAB-DF).
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