Artigo Da Irismar
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FAMILIA E ESCOLA UMA PARCERIA EM PROL DO FUTURO DA CRIAÇA E DO ADOLESCENTE
MARIA IRISMAR DE SOUSA MELO ARAÚJO
RESUMO
O texto apresenta algumas reflexões de como os documentos oficiais abordam a relação família-escola. Faz um histórico da constituição familiar desde os tempos antigos até a modernidade, buscando compreender a formação da família em cada momento histórico. Esse ensaio fez também um passeio pelas diversas tendências pedagógicas que influenciaram a educação brasileira e defende a Pedagogia Histórico-Crítica como concepção que coloca a educação a serviço da transformação das relações sociais, a qual empenha-se em compreender a questão educacional historicamente, pautada no materialismo dialético.
Palavras-Chaves: Educação, família, escola, pedagogia, história
ABSTRACT
The text presents some thoughts of how the official documents approaches the family-school relationship. A historical of family constitution was done since ancient times to modernity, trying to understand the formation of the family in every historical moment. This text, also made a tour by the various educational trends that influenced the Brazilian education and advocates the Historical-Critical Pedagogy as a conception that puts education at the service of the transformation of social relations, which strives to understand the educational question historically, guided in dialectical materialism.
Key Words: Education, family, school, pedagogy, history
INTRODUÇÃO
Ao observar a instituição escola e a família, considerando suas diferenças
e semelhanças, compreendendo-as sob o olhar denso da cultura, levam-se em
consideração os cidadãos, homens e mulheres, enquanto sujeitos sociais e
históricos, presentes e atuantes na história da sociedade, tão arraigada de divisores
de classes, que separam constantemente os homens da natural condição de
igualdade.
Diante de tal realidade, é que partimos para a realização deste trabalho
monográfico, para mostrarmos que a escola, enquanto instrumento da educação,
enfrenta grandes desafios, quanto às ações que promove. Já a família é espaço
sociocultural cotidiano e histórico no processo de socialização, se relaciona com as
instituições de ensino, tornando-se berço de atitudes, bem como de mudanças, ou
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estagnação, da realidade na qual a sociedade a insere, pois é delas que partem os
sujeitos sociais que irão manter, ou mudar, a si próprios e, consequentemente, a
realidade onde estão inseridos.
Os dados levantados na fundamentação teórica trazem reflexões,
argumentações, interpretações, análise e conclusões de autores, a partir, deles,
busca-se uma correlação com a realidade do tema em estudo. O problema
estabelecido pelo presente trabalho consiste no seguinte questionamento: Qual a
importância da relação família-escola no processo educacional? Este trabalho tem
como questões norteadoras responder, de que forma a relação família escola pode
contribuir para a construção da identidade, da autonomia e cidadania do aluno? A
relação família-escola interfere no processo ensino-aprendizagem? Como?
A família e a escola formam uma equipe. É fundamental que ambas
sigam os mesmos princípios e critérios, bem como a mesma direção em relação aos
objetivos que desejam atingir. Ressalta-se que mesmo tendo objetivos em comum,
cada uma deve fazer sua parte para que atinja o caminho do sucesso, que visa
conduzir crianças e jovens a um futuro melhor.
O ideal é que família e escola tracem as mesmas metas de forma
simultânea, propiciando ao aluno uma segurança na aprendizagem de forma que
venha criar cidadãos críticos capazes de enfrentar a complexidade de situações que
surgem na sociedade. Como objetivo geral este trabalho pretende contribuir para o
processo ensino-aprendizagem do ensino básico, partindo da investigação e da
conscientização sobre a importância da relação Família-Escola no processo
educacional. E em específico: Investigar estratégias que viabilizem ao aluno, a
construção de sua identidade, autonomia com responsabilidade, conhecimento e
exercício de sua cidadania, a partir da estrutura da família moderna e de suas
relações com a instituição escolar; Colaborar para a conscientização da importância
da relação Família-Escola no processo ensino-aprendizagem, especificamente
voltado às crianças na faixa etária de sete a dez anos do Ensino Fundamental.
A participação dos pais na educação escolar
Abordando os aspectos pedagógicos da família, Nogueira (1998) explica
que a participação dos pais na vida escolar dos seus filhos, pode influenciar, de
modo efetivo, o desenvolvimento escolar dos filhos.
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No mundo escolar, encontra-se todo o tipo de pais. O pai atento e
preocupado, que vai à escola com regularidade, que participa nas reuniões de pais,
nas atividades da escola; o pai que só vai à escola quando é convidado a ir, que não
aparece nas reuniões porque não tem tempo, não participa nas atividades porque
considera ser uma perda de tempo; o pai perfeitamente despreocupado do filho, que
não sabe nem quer saber se está tudo a correr bem na escola, que anda
completamente alheado dos problemas do seu filho; e depois há ainda aquele pai
que fica de repente muito preocupado com o seu filho, quando lhe aparece em casa
uma participação grave do seu educando e então é altura de “castigar” a escola
pelos desastres cometidos pelo seu filho e claro, não foi essa a educação que lhe
deu.
É cada vez mais importante sensibilizar os pais para participarem
ativamente na vida escolar dos seus educandos. A escola faz parte do quotidiano do
aluno e os pais devem estar envolvidos em todo o processo de aprendizagem.
Pode-se dizer que a escola é um prolongamento do lar, onde o aluno se socializa
com os outros e partilha o seu dia-a-dia. Assim, a colaboração e interação dos pais
com os professores ajuda a resolver muitos dos problemas escolares, dos seus
educandos, que vão surgindo ao longo do seu percurso escolar.
Pois nesse sentido contexto educacional compreende diferentes práticas
escolares tendo como principal objeto de estudo o aluno. É no aluno que as práticas
escolares se realizam de forma positiva ou negativa. Mas independente do modo
como se dão essas práticas, todas têm como finalidade promover o aprendizado do
aluno. “A aprendizagem é influenciar o comportamento inicial do aluno por meio das
experiências vividas na escola, na rua, na família”. (SEAGOE,1978, p. 6).
Família como instituição social
A família como toda instituição social, apesar dos conflitos é a única que
engloba o indivíduo em toda a sua história de vida pessoal (PRADO, 1981, p. 09), É
nela que a criança adquiri suas primeiras experiências educativas, sociais e
históricas que a criança aprende a se adaptar às diferentes circunstâncias, a
flexibilizar e a negociar, independente das normas educacionais que são impostas
aos familiares, através da escola, da ideologia vigente de cada sociedade etc.
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No ambiente familiar, modo de ser do sujeito pode ser aprendido por meio
de imitações, de significados atribuídos às determinadas situações que se dão na
convivência via discurso das pessoas da família ou via comportamentos. É na
família, que a criança aprende a se relacionar com outro, que aprende mitos,
crenças e valores que traçam seu perfil como pessoa.
Segundo PRADO (1981):
“A família influencia positivamente quando transmite afetividade, apoio e solidariedade e negativamente quando impõe normas através de leis , dos usos e dos costumes” (p.13).
Contudo, a família tem maior responsabilidade na educação dos
indivíduos, por estar em constante contato em sua casa fase de formação e
desenvolvimento. Dessa forma, a substituição da família por outra instituição pode
provocar uma insegurança emocional na criança, prejudicando seu ajustamento
social. A participação da família é fundamental no processo educativo da criança,
quando há satisfação das necessidades emocionais e sociais dos filhos.
SZYMANSKI diz (2001):
“Uma instituição não substitui uma família mas com atendimento adequado, pode dar condições para a criança e o adolescente desenvolverem uma vida saudável no futuro”. (p. 53).
Dependendo das condições do meio e das relações existentes entre
criança e os colegas e membros da instituição, substituir a responsabilidade dos pais
para a escola pode ajudar o desenvolvimento pessoal da criança do que na
convivência com uma família mal estruturada. Mas sem dúvida, essa substituição
priva a criança de experiências de relacionamento afetivo familiar que são
essenciais para construção da identidade. Assim, a família que transfere suas
responsabilidades para outros, como para o professor, que já tem conhecimentos
sobre o funcionamento do sistema escolar e acaba por valorizar e aceitar a ajuda do
aluno, não contribui para a escolarização dos filhos.
O ideal é que se desenvolva um trabalho envolvendo a escola e família,
numa relação recíproca, pois as influências dos dois meios são importantes para a
formação de sujeitos.
“É na família que o indivíduo irá buscar energia, sustentação para
enfrentar situações difíceis de serem vivenciadas”. (PORTES, 2000, p.70). Nesse
sentido, a família deve realizar um trabalho no interior do lar para que o filho supere
as diversas situações difíceis como a ausência dos pais, as dificuldades financeiras
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e outros, levando o filho a dar continuidade aos estudos, pois a formação adquirida
no interior da família, a imagem de pais sérios, honestos e trabalhadores favorecem
no desempenho escolar dos filhos e nos seus comportamentos escolares.
“A família não é um simples fenômeno natural. Ela é uma instituição social variando através da história e apresenta até formas e finalidades diversas numa mesma época e lugar, conforme o grupo social que esteja” (PRADO, 1981, p. 12).
Sabe-se que na atualidade, a família assume uma função social voltada
para atender as exigências do mercado de trabalho, pois a política vigente,
globalizada, direciona a ação da família e da escola, porém mesmo com essa
denominação os pais ainda ocupam grande parcela de poder de decisão sobre filhos
menores. Segundo PRADO (1981) “A família, é a instituição mais sólida desde os
princípios da era cristã” (p. 64). É nela que a criança mantém os contatos mais
íntimos, já que é o primeiro grupo social a que ela pertence, devendo a família
juntamente com a escola, desenvolver o processo educacional.
Processo de integração família/escola
Pensar em educação de qualidade hoje, é preciso ter em mente que a
família esteja presente na vida escolar de todos os alunos em todos os sentidos. Ou
seja, é preciso uma interação entre escola e família. Nesse sentido, escola e família
possuem uma grande tarefa, pois nelas é que se formam os primeiros grupos sociais
de uma criança.
Envolver os familiares na elaboração da proposta pedagógica pode ser a
meta da escola que pretende ter um equilíbrio no que diz respeito à disciplina de
seus educandos. A sociedade moderna vive uma crise de valores éticos e morais
sem precedentes. Essa é uma constatação que norteia os arredores dos setores
educacionais, pois é na escola que essa crise pode aflorar mais, ficando em maior
evidência.
Nesse sentido, A LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação ( lei 9394,
de dezembro de 1996) formaliza e institui a gestão democrática nas escolas e vai
além. Dentre algumas conquistas destacam-se:
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A concepção de educação, concepção ampla, estendendo a educação
para além da educação escolar, ou seja, comprometimento com a formação do
caráter do educando.
Nunca na escola se discutiu tanto quanto hoje assuntos como falta de
limites, desrespeito na sala de aula e desmotivação dos alunos. Nunca se observou
tantos professores cansados e muitas vezes, doentes física e mentalmente. Nunca
os sentimentos de impotência e frustração estiveram tão marcantemente presentes
na vida escolar.
Por essa razão, dentro das escolas as discussões que procuram
compreender esse quadro tão complexo e, muitas vezes, caótico, no qual a
educação se encontra mergulhada, são cada vez mais frequentes. Professores
debatem formas de tentar superar todas essas dificuldades e conflitos, pois
percebem que se nada for feito em breve não se conseguirá mais ensinar e educar.
A questão que se impõem é: até quando a escola sozinha conseguirá
levar adiante essa tarefa? Ou melhor, até quando a escola vai continuar assumindo
isoladamente a responsabilidade de educar? Compreendemos com Lançam (1980
apud BOCK, 1989) que:
(...) a importância da primeira educação é tão grande na formação da pessoa que podemos compará-la ao alicerce da construção de uma casa. Depois, ao longo da sua vida, virão novas experiências que continuarão a construir a casa/indivíduo, relativizando o poder da família. (p.143)
São questões que merecem, por parte de todos os envolvidos, uma
reflexão, não só mais profunda, mas também mais crítica. Portanto, também não se
pode continuar ignorando a importância fundamental da família na formação e
educação de crianças e adolescentes.
Assim, a escola, deve sempre envolver a família dos educandos em
atividades escolares. Não para falar dos problemas que envolvem a família
atualmente, mas para ouvi-los e tentar engajá-los em algum movimento realizado
pela escola como: projetos, festas, desfiles escolares, etc.
Nessa perspectiva, a escola por sua maior aproximação às famílias
constitui-se em instituição social importante na busca de mecanismos que favoreça
um trabalho avançado em favor de uma atuação que mobilize os integrantes tanto
da escola, quanto da família, em direção a uma maior capacidade de dar respostas
aos desafios que impõe a essa sociedade. Como diz Paro (1997):
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"a escola deve utilizar todas as oportunidades de contato com os pais, para passar informações relevantes sobre seus objetivos, recursos, problemas e também sobre as questões pedagógicas. Só assim, a família irá se sentir comprometida com a melhoria da qualidade escolar e com o desenvolvimento de seu filho como ser humano." (p. 30)
Quando se fala em vida escolar e sociedade, não há como não citar o
mestre Paulo Freire (1999), quando diz que:
" a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. Se opção é progressista, se não se está a favor da vida e não da morte, da equidade e não da injustiça, do direito e não do arbítrio, da convivência com o diferente e não de sua negação, não se tem outro caminho se não viver a opção que se escolheu. Encarná-la, diminuindo, assim, a distância entre o que se diz e o que se faz". (p.18)
Essa visão, certamente, contribui para que se tenha uma maior clareza do
que se pode fazer no enfrentamento das questões socioeducativas no conjunto do
movimento social. As ações de caráter pedagógico que as escolas podem dirigir
para favorecer às famílias devem fazer parte de seu projeto e para que isso possa
acontecer é fundamental que as ações em favor da família sejam desenvolvidas e
presididas pelos princípios da convergência e da complementaridade.
Nesse sentido, é importante que o projeto inicial se faça levando em conta
os grandes e sérios problemas sociais tanto da escola como da família. A escola tem
necessidade de encontrar formas variadas de mobilizações e de organização dos
alunos, dos pais e da comunidade, integrando os diversos espaços educacionais
que existem na sociedade. Substancialmente o que a escola deve fazer é melhorar a
posição da família na agenda escolar já implementada pela legislação existente.
No Parágrafo único do Capítulo IV do Estatuto da Criança e do
Adolescente (BRASIL, 1990), encontramos que "é direito dos pais ou responsáveis
ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas
educacionais", ou seja, trazer as famílias para o convívio escolar já está prescrito no
Estatuto da Criança e do Adolescente o que esta faltando é concretizá-lo, é pôr a Lei
em prática. Família e escola são pontos de apoio ao ser humano; são sinais de
referência existencial.
Escola e família e os paradigmas do nosso tempo
O Estado do Brasil, através das suas novas leis vai traçando novos
paradigmas. A Escola e a Família veem como primordial aplicá-las? Como
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desenvolver teorias que privilegiem a abertura dos horizontes de possibilidades e a
criatividade da ação?
Este texto não esgota o assunto, nem é esta sua intenção. Mas, sim,
levantar questões pertinentes, em cuja busca de respostas e soluções, muito há que
se discutir nas salas de aula do Curso de Pedagogia em particular, e, por que não,
nos cursos de formação de professores em geral. A procura de uma práxis
consciente, crítica e condizente com o atual momento histórico e social de nosso
país, repensada sobre o terreno fértil dos “clássicos”, certamente ajudará a olhar a
realidade, a refletir sobre ela, a analisá-la. Partindo-se daí talvez seja possível situar
uma ação política pedagógica que abra caminhos para o estabelecimento de
fecundas articulações entre a “Escola e a Família”.
Educação e os valores
A educação em valores que se desenvolve na vida familiar, na
convivência humana, no trabalho, nas escolas, nas manifestações culturais, nos
movimentos e organizações socais, é uma questão fundamental da sociedade atual,
imersa numa rede complexa de situações e fenômenos que exige, a cada dia,
intervenções sistemáticas e planejadas dos profissionais da educação escolar.
Entre as diferentes ambiências humanas, a escola tem sido
historicamente, a instituição escolhida pelo Estado e pela família, como o melhor
lugar para o ensino-aprendizagem dos valores, de modo a cumprir, em se tratando
de educação para a vida em sociedade, a finalidade do pleno desenvolvimento do
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
mundo do trabalho.
Sendo assim, caberá às instituições de ensino a missão, por excelência,
de ensinar valores no âmbito do desenvolvimento moral dos educandos, através da
seleção de conteúdos e metodologias que favoreçam temas transversais (Justiça,
Solidariedade, Ética etc.) presentes em todas as matérias do currículo escolar,
utilizando-se, para tanto, de projetos interdisciplinares de educação em valores,
aplicados em contextos determinados, fora e dentro da escola.
O que são afinal os valores? Que valores devem ser estudados e
desenvolvidos na escola? Entre o que a escola ensina de valores há coerência com
o que sociedade requer dos homens e mulheres? Além de tentarmos responder as
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questões acima levantadas, pretendemos, neste texto, trazer exemplos e sugestões
bem concretas para o trabalho do professor em sala de aula, para que não se limite
ensine valores, mas a praticá-los e a se tornar, assim, um educador em valores.
A educação em valores é uma exigência da sociedade atual inserida no
mundo globalizado e marcado, no início deste século, por tantas mudanças
tecnológicas e novos paradigmas políticos, culturais e educacionais, ora debatidos
por diferentes agentes sociais. Temas como Ecologia, Educação Sexual, Direitos e
Deveres do Cidadão, Ética na Política e na vida pública, a cada dia, são pautas de
congressos, seminários, encontros internacionais, nacionais e locais, levando-nos a
crer que o currículo escolar, sem dúvida, ficou defasado, ou melhor, não conseguiu
acompanhar a velocidade de transformações do mundo pós-industrial.
Paradigmas e os novos desafios
Com todas as inovações tecnológicas desenvolvidas para informar, a
solução, porém, ainda está no mestre, pois este é humano e com ternura, carinho,
calor, poderá resgatar todo o potencial dos nossos adolescentes, com uma
educação cognitiva, desenvolvendo uma didática envolvente e motivadora, tentando
conhecer, compreender e ser mediador, auxiliando o aluno naquilo que ele precisa
para aprender, analisar, compreender, deduzir, sintetizar, aprender a aprender,
fazendo com que os alunos deem margem ao seu saber, produzam seus
conhecimentos, busquem suas informações, resgatem suas atitudes e valores,
buscando também o seu ser, pessoa, gente, para a formação de um mundo mais
solidário, humano, competente no seu saber científico e capaz de formar uma
sociedade de homens justos, dignos e letrados por uma educação libertadora.
Para que os professores possam atender aos pressupostos necessários à
sociedade do conhecimento é preciso internalizar-se de um paradigma inovador
denominado de Paradigma Holístico, segundo Edgar Morin, (2000)
“esse paradigma sustenta o princípio do saber do conhecimento em relação ao ser humano, valorizando a sua iniciatividade, criatividade, detalhe, complementaridade, convergência, complexidade. Segundo alguns autores teóricos, o ponto de encontro de seus estudos sobre este paradigma emergente é a busca da visão da totalidade, o enfoque da aprendizagem e a produção do conhecimento”. (MORIN, EDGAR, 2000)
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Concordamos com Morin, e neste enfoque da aprendizagem, nós
professores deveremos ter uma ação pedagógica inovadora, reflexiva onde
possamos dar espaço para que nossos alunos realmente produzam seus
conhecimentos para a formação de um sujeito cognoscente crítico, reflexivo e
inovador e que tenha um bom relacionamento como pessoa. Quando o aluno
realmente produz o seu conhecimento com autenticidade, criticidade, criatividade,
dinamismo, entusiasmo, ele questiona, investiga, interpreta a informação, não
apenas a aceita como uma imposição.
Ainda com relação Lúcia (1998) diz:
“Um projeto gera situações problemáticas, ao mesmo tempo, reais e diversificadas. Possibilita, assim, que os educandos, ao decidirem, opinarem, debaterem, construam sua autonomia e seu compromisso com o social”. (1998)
Ressaltamos nesta citação, o envolvimento do aluno no projeto, em que
eles tomam decisões, fazem escolhas, executam e vão adotando comportamentos e
valores embasados em seus conhecimentos. As experiências pedagógicas na
Pedagogia de Projeto revelam muita autenticidade, criatividade, criticidade e
transparência, tudo o que é projeto tem novo significado, um novo olhar, um novo
enfoque na aprendizagem. Os conteúdos trabalhados ganham vida, significado,
porque não são vistos isoladamente, mas integrados a um conjunto, conectado,
interligado a outras disciplinas, na construção do conhecimento. Portanto, a escola
ao trabalhar com Pedagogia de Projetos, deverá inovar, criar, experimentar, agir,
estes são os desafios importantes para projetarmos uma nova maneira de
ensino/aprendizagem escolar.
A família e o desafio da mudança
As famílias ocupam papel importante na vida escolar dos filhos, e este
não pode ser desconsiderado, pois consciente e intencionalmente ou não,
influenciam no comportamento escolar dos filhos. Muitas, infelizmente influenciam
negativamente, seja por questões econômicas, pessoais, de relacionamento, de
amadurecimento dos pais ou separação.
Lahire apud Zago (2000, p. 21) afirma que,
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“(...) a criança constitui seus esquemas comportamentais, cognitivos e de avaliação através de formas que assumem as relações de interdependência com as pessoas que a cercam com mais freqüência e com mais tempo, ou seja, os membros da família. (...) Suas ações são reações que ‘se apóiam’ relacionalmente nas ações dos adultos que, sem sabê-lo, desenham, traçam espaços de comportamento e de representações possíveis para ela”.
Por outro lado, os comportamentos escolares não se reduzem às
influências do ambiente familiar, o aluno participa nas interações sociais seja no
bairro, na escola ou na família entre outros, devendo haver uma articulação da
realidade cultural e sócio-econômica do sujeito com a realidade sociocultural mais
ampla. Pois se a aprendizagem no sentido amplo ocorre durante toda a vida da
criança, independente do ambiente em que se encontra, o aprender abrange
aspecto de nossa vida afetiva e valores culturais. Nesse sentido, deve a família
participar efetivamente desse processo de aprendizagem, com o intuito de facilitar a
prática escolar. Segundo ZAGO (2000): “(...) A escolaridade não obedece ao tempo
normal de entrada e permanência até a fiscalização de um ciclo, mas se define no
tempo ‘do possível’”. (p.125).
Sabe-se que os processos de escolarização de alunos no Ensino
Fundamental há interrupção por diferentes motivos, um deles são os constantes
descompassas da realidade de vida do aluno com as normas da instituição de
ensino, outro é a instabilidade e a precariedade de condições de vida; a necessidade
do trabalho infantil diversificado; a separação dos pais e outros acontecimentos
familiares que levam a interrupção dos estudos.
“As interrupções aumentam a distância entre a idade cronológica e a idade escolar, e quando maior a diferença, mais improvável se torna a conclusão de um ciclo completo de ensino”. (ZAGO, 2000 p.27)
Geralmente, em caso de retomadas aos estudos, são feitas após o
período do ensino obrigatório através do ensino noturno ou outros modos de ensino
mais rápido, deve haver uma conciliação entre estudo e trabalho, sendo difícil essa
retomada para os jovens pela falta de disponibilidade para os estudos pelo cansaço,
pelo frequentes ausências às aulas, e pelas dificuldades em certas disciplinas etc.
“Nas camadas populares, a relação com a escola é heterogêneas com frequência contraditória, ou seja, a pesar do discurso marcadamente pró-escola, não assimilam subjetivamente, como uma disposição real para os estudos, adotando comportamentos que podem ser caracterizados de contra cultura escolar”. (ZAGO, 2000 p.30-31)
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Considera-se que a família na relação com a escola participa da
construção do sucesso escolar de diferentes maneiras. Suas ações podem contribuir
ou não para a permanência duradoura do filho na escola. Alguns pais apresentam
uma postura contrária à escola, não estimulando a escolarização dos seus filhos.
Outros, expectativa de satisfazerem seus desejos de estudar não alcançados e de
superar a condição social em que vivem, transmitem conselhos, valores e costumes
familiares em relação aos estudos, que nem sempre são aprendidos pelos filhos que
em alguns casos, acabam apresentando comportamento de resistência à escola.
Deste modo, só numa relação de parceria entre família e escola,
independente da classe social, que se consegue uma participação dos pais. A
escola como promovedora dessa participação, precisa antes de tudo, conhecer um
pouco das famílias, observando seus comportamentos e atitudes, e através da
compreensão e do respeito procurar estratégias adequadas às necessidades da
família, sem desvalorizá-la pela sua classe social. Como ressalta SZYMANSKI
(2001): “‘família desestruturada’ não quer dizer mais do que uma família que se
estrutura de forma diferente do modo da família nuclear burguês” (p.68).
Sabe-se que muitas famílias trabalhadoras não têm condições de
acompanhar o processo de aprendizagem dos filhos. Aí está o papel da escola em
abrir as portas oportunizando possibilidades das famílias estar presente no processo
educativo. A família, como instituição, tem o papel de reprodução social, no contexto
econômico, cultural, social em que se insere, transmitindo herança cultural de
geração a geração.
Romanelli (2000) coloca:
“O capital cultural transmitido pela mãe constitui elemento significativo no processo de reprodução social da família que tem, na escolarização dos seus filhos. Um recurso importante para promover relativa mobilidade social deles e, indiretamente, da própria unidade doméstica”. (p.120)
Na relação mãe/filhos, essa transmissão se dá de forma mais efetiva,
através do diálogo e não da imposição. Contudo não deve-se desconsiderar a
importância do pai no processo de escolarização, pois há uma relação de afeto,
mesmo que seja de modo diferente, procuram orientar seus filhos para que não
cometam os mesmos erros que cometeram, acabando por impor sua decisão aos
filhos. O filho-aluno por sua vez, desempenha um papel importante e ativo na
construção do seu sucesso escolar. Assim também a escola com seu
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funcionamento, suas propostas curriculares, seus procedimentos metodológicos,
seus critérios de avaliações pedagógicas interpessoais, familiares, comunitários ou
escolares contribuem ou não para a formação do aluno, interferindo no processo de
escolarização dos indivíduos.
De acordo com LIBÂNEO (2000). “A pedagogia familiar não deve estar
desarticulada da pedagogia escolar” (p.85). As ações educativas sejam na escola,
na família ou em outro ambiente não acontecem isoladamente, uma influencia a
outra implícita ou explicitamente e se procederem de forma desarticulada pode levar
ao fracasso escolar do aluno, principalmente quando este pertence a uma classe
economicamente baixa, tendo uma educação familiar diferente da educação escolar.
4.2 Valores da educação para o século XXI
Mas, dificilmente, a “prática pela prática” apresentará novas maneiras e
novas soluções para os novos desafios da educação no Século XXI. Principalmente,
enquanto visão para análise das formas diversas que direcionam as propostas
políticas de educação envolvendo o ser humano e a sociedade que constituímos -
construímos.
Os adultos responsáveis pela Escola e pela Família, ao estudarem
“aqueles autores que ainda falam para nós com uma voz que é considerada
relevante”, mesmo à luz de novos imperativos, e ao produzirem análises inovadoras,
fazem o sonho renascer encontrando novos caminhos, para
A formação da personalidade madura [pois, esta] resulta tanto do fortalecimento da autonomia pessoal como da construção de uma alteridade solidária, ou seja, do processo de descoberta do outro como atitude moral. A humanização concebida como crescimento interior do indivíduo encontra seu pleno desenvolvimento no ponto onde se encontram de modo permanente os caminhos da liberdade e da responsabilidade. Os sistemas educativos são fonte, simultaneamente, de capital humano(BECKER), capital cultural(BOURDIEU) e capital social(PUTNAM). Das cinzas do homem lobo do homem – homo homini lupus - pode nascer o homem amigo do homem – homo homini amicus - graças a uma educação pessoal e social fiel à sua intencionalidade comunitária. A tarefa é gigantesca e o mandato indeclinável visto que dele depende a construção da nova ordem social no século [XXI]. Mas é, sobretudo, pela formação para a justiça que se pode reconstituir o núcleo de uma educação moral das consciências que supõem uma cultura cívica feita de inconformismo e de recusa perante a injustiça e capacitem para uma cidadania ativa em que a responsabilidade de intervenção se substitua a uma mera cidadania por delegação. Na verdade, é pela apropriação do sentido da justiça abstrato (equidade, igualdade de oportunidades, liberdade responsável, respeito pelos outros, defesa dos mais fracos, apreço pela diferença) que se criam as atitudes psicológicas que predispõem para agir de maneira concreta pela justiça
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social em defesa dos valores da democracia [grifo nosso] (CARNEIRO, 2000, p. 222-223).
Este pensamento consolida-se com o de Eugenia Puebla, em seu livro
“Educar com o coração” (1997, p. 21) que diz: “só sobreviveremos se aprendermos a
elaborar um novo paradigma, no qual cooperar seja mais importante do que
competir, a igualdade de oportunidades, uma realidade e não um mero enunciado, e
em que construamos pontes de união entre os pensamentos e as ações, sem limitar-
nos ao nosso relativo ponto de vista”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebe-se que a escola tem sido afetada de maneira desordenada por
diferentes concepções pedagógicas, através de uma teia de ideias, projetos,
pesquisas, métodos de ensino, que produziram nas últimas décadas enorme
anarquia nas atividades básicas do ensino e na prática do professor.
Os professores se tornaram profissionais mais ou menos confusos em
relação àquilo que cabe à escola e a identificação dos elementos culturais que
precisam ser ensinados. Segundo Gramsci (apud RODRIGUÊS, 1984, p.55-56), a
atividade educacional deve preparar o cidadão como alguém capaz de pensar, dirigir
e de controlar quem dirige. Para e autor citado, o conhecimento transmitido e
assimilado pelo indivíduo só terá valor se colocado em prática de maneira efetiva
numa relação com o social, isto é, com os outros indivíduos e com a natureza.
Nessa medida, o desenvolvimento do indivíduo deve trazer contribuições ao
desenvolvimento da sociedade.
Para Rodrigues (1984), a escola cumprirá a sua função e aqueles que
ensinam se tornarão mediadores competentes se for possível realizar a síntese do
antigo com o novo. Fazer com que os alunos que a frequentam, conheçam o
passado e integrem o presente com agentes históricos na construção do futuro.
Nesse sentido, procura-se pensar a educação através de uma recomposição
histórica da educação e surgiu na década de 80 uma nova proposta educacional que
recebeu a denominação de Pedagogia Histórico-Crítica, e vem para superar os
limites das visões não críticas e crítico reprodutivista, assim denominadas por
Saviani.
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O autor enfatiza a importância da materialidade da ação pedagógica e
das condições materiais para a implementação da Pedagogia Histórico-Crítica. Essa
concepção supõe que as condições mínimas sejam garantidas e exige do professor
o domínio da teoria e de uma compreensão das relações com a sociedade de modo
a verificar quais ações ele (professor) tem que desenvolver para ultrapassar estas
próprias condições.
Saviani (2003), não admite que um professor possa trabalhar dentro das
teorias críticas, sem ter atingido um patamar de conhecimento crítico, para tanto,
recomenda aos professores que voltem aos clássicos, para que não fiquem
flutuando e nem se envolvam com novos paradigmas que são moda e acabem se
perdendo nesses modismos.
REFERÊNCIAS
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