[Articolo LIUTERIA] VIOLINO (in Portoghese)

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Violino Escrever sobre o violino, neste econômico espaço, é mais ou menos como escrever sobre a historia das dinastias Egípcias em um almanaque de banca de jornal: inviável. Assim, seria melhor tratar do violino enquanto objeto de luthieria. Com isso, restringiríamos, ainda que injustamente, a execução musical, a historia, o polêmico e mítico Stradivarius, etc. Contudo, uma obra completa e detalhada sobre a luthieria do violino é, mais do que um livro, um tratado. Ainda não é o momento para essa epopéia. Poupamos, desse modo, todas as polemicas - muitas seculares - sobre acústica, bombaturas, formas, medidas, etc. Falemos, em suma, sobre as fases de fabricação de um violino. Não pense o leitor que, com isso, estamos nos desculpando e fugindo do tema, apos ousarmos escrever sobre ele… A proposta é saciarmos alguma curiosidade e fomentarmos outras, além de ilustrar essa artesania que se configura, talvez, como o mais elevado desafio da luthieria. Certamente, existem instrumentos cuja confecção seja mais complexa e exija habilidades mais apuradas dos que as próprias de um violino. Porém, aquele que se aventura a fazer um bom violino deve carregar o peso da historia, o suportar o olho de grandes mestres e vencer os caprichos de músicos virtuoses. Enfim, deve ser bravo. Ou ao menos, almejar a bravura. O violino é a fina flor dos instrumentos de arcos. A precisão do luthier deve ser a mesma do espessimetro: décimos de milimetros. E não é brincadeira. Fases da construção de um violino 1) Escolha da madeira: O violino barroco, consagrado, é feito com algumas madeiras européias - com exceção do ébano, africano - já determinadas. Dificilmente isso muda nos bons violinos. Usa-se o acero, madeira clara, com venatura inconfundivelmente ondulada. As fibras são trançadas e trabalhar com ela exige alguma destreza. Porém, o resultado é magnífico. É utilizado no fundo, braço e laterais. Na América do Norte recebe o nome de maple, mas apresenta uma variação nas veias.

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Violino

Escrever sobre o violino, neste econômico espaço, é mais ou menos como escrever sobre a historia das dinastias Egípcias em um almanaque de banca de jornal: inviável.

Assim, seria melhor tratar do violino enquanto objeto de luthieria. Com isso, restringiríamos, ainda que injustamente, a execução musical, a historia, o polêmico e mítico Stradivarius, etc.

Contudo, uma obra completa e detalhada sobre a luthieria do violino é, mais do que um livro, um tratado. Ainda não é o momento para essa epopéia. Poupamos, desse modo, todas as polemicas - muitas seculares - sobre acústica, bombaturas, formas, medidas, etc. Falemos, em suma, sobre as fases de fabricação de um violino.

Não pense o leitor que, com isso, estamos nos desculpando e fugindo do tema, apos ousarmos escrever sobre ele… A proposta é saciarmos alguma curiosidade e fomentarmos outras, além de ilustrar essa artesania que se configura, talvez, como o mais elevado desafio da luthieria.

Certamente, existem instrumentos cuja confecção seja mais complexa e exija habilidades mais apuradas dos que as próprias de um violino. Porém, aquele que se aventura a fazer um bom violino deve carregar o peso da historia, o suportar o olho de grandes mestres e vencer os caprichos de músicos virtuoses.

Enfim, deve ser bravo. Ou ao menos, almejar a bravura.

O violino é a fina flor dos instrumentos de arcos. A precisão do luthier deve ser a mesma do espessimetro: décimos de milimetros. E não é brincadeira.

Fases da construção de um violino

1) Escolha da madeira:

O violino barroco, consagrado, é feito com algumas madeiras européias - com exceção do ébano, africano - já determinadas. Dificilmente isso muda nos bons violinos.

Usa-se o acero, madeira clara, com venatura inconfundivelmente ondulada. As fibras são trançadas e trabalhar com ela exige alguma destreza. Porém, o resultado é magnífico. É utilizado no fundo, braço e laterais. Na América do Norte recebe o nome de maple, mas apresenta uma variação nas veias.

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Acero

Para o tampo, escolhe-se o abete, dadas suas qualidades acústicas. O abete é o pinho europeu, normalmente de paises escandinavos. A venatura é bastante alinhada - ao menos deve ser, para um bom resultado sonoro. Normalmente, essa qualidade é obtida em madeiras provenientes de arvores velhas, altas e que crescem em regiões com estações climáticas bem definidas.

Abete

Também é utilizado o ébano, para a escala e para o cordal.

O ponticello, cavalete ou ponte é feito em acero.

Cada madeira possui qualidades diversas que são verificadas na hora da compra. Por exemplo, o acero deve ter o desenho das fibras semelhante ao longo da grossura da madeira. De outro modo, compromete a simetria, apos a colagem e bombatura.

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É fundamental que as madeiras estejam muito bem secas. Isso se vê ao toque, apos o corte e pela serragem formada. Madeiras mais densas secam mais devagar.

2) Colagem do tampo e fundo:

Para confecção de violinos, são disponíveis no mercado internacional peças de madeira já com tamanho e cortes apropriados. As peças devem ser abertas longitudinalmente, dividindo a madeira em dois planos simétricos.

Usa-se, normalmente, cola animal, rica em colágeno, para fazer essa união. A plainagem das superfícies de colagem deve ser perfeita.

Apos colados, tampo e fundo devem ser plainados na face plana, deixando a face em angulo para a bombatura.

3) desenho e corte:

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O desenho do formato do violino deve ser feito em um molde, perfeitamente simétrico, e usado para riscar tampo e fundo igualmente.

Apos o corte ao longo do risco, mantendo-se uma folga de uns 2 milímetros, se faz o margeamento, com auxílios de limas, plaininhas ou laminas, segundo o método tradicional.

4) Bombatura:

O tampo ou fundo deverão ser presos numa forma apropriada para se trabalhar a bombatura. Essa forma deve ser ajustável. Utiliza-se um foco de luz de forma radente, ou seja, lateral ao trabalho, de forma a destacar os defeitos e imperfeições, com a sombra.

Num primeiro momento, se esboça a bombatura, com goivas. Depois, corrige-se a simetria e as curvas com uma plaininha.

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Detalhe: as plaininhas podem ser encontradas em lojas especializadas, nos EUA, Europa e Japão. Custam uma fortuna. Dica importante: Faça a sua, em casa, de madeira. Use laminas de cortar couro. Ficam perfeitas, você faz cada uma conforme a necessidade, não custam quase nada e você ainda se diverte fazendo sua coleção de plainas.

Deve-se atentar às fibras das madeiras, conforme a madeira e a peça. O acero possui as fibras muito revezadas e deve ser trabalhado mais lateralmente.

O abete, por sua vez, é mais mole e é fácil passar do ponto, pois as plaininhas cortam muito.

A grossura deve ser medida o tempo todo, com uso de um espessimetro.

A parte mais grossa localiza-se a 19 cm, aproximadamente, da inserção do braço. Isso significa que essa será a parte mais alta do tampo e onde ficara o ponticello ou cavalete.

Feito o esboço e corrigidas as falhas, acerta-se a espessura das margens com auxilio de um graminho.

Regular a altura é um serviço importante e deve-se atentar para que ela fique regular. Pode-se utilizar uma lixa com uma guia, ou seja, um calço da altura deseja, lixando-se o tampo ou fundo sobre uma superfície plana.

5) Sulco:

Para fazer o sulco que contorna a bombatura, onde posteriormente se fará o filetamento, traça-se uma margem externa, que limite o sulco, para que ele não avance sobre a borda. Para tanto, utiliza-se também um graminho.

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Num primeiro momento, faz-se o sulco com uma goiva larga (15 mm). Em seguida, deve-se refazer a bombatura, acertando a aresta formada com o sulco.

Mais uma vez a grossura da borda deve ser ajustada, dessa vez em definitivo, com espessura variando entre 3,5 e 4,5 mm. Prossegue-se com um novo sulco e reacertando a bombatura.

Essa ultima vez deve ser feita com cuidado, pois o sulco não poderá ser muito profundo, para não comprometer o corte onde será colado o filete. Também é a hora de acertar a altura máxima final do tampo e fundo (aproximadamente 15 mm) e suavizar as curvas e desníveis, com as plaininhas, deixando em ponto de acabamento com as raspadeiras.

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A bombatura, alturas e grossuras dependem muito do gosto e personalidade do luthier. No entanto, deve-se considerar os ajustes posteriores necessários para não se comprometer o som.

6) filetatura:

Para adicionar o filete - normalmente adquirido pronto - deve-se, primeiro, fazer o canal. Este é feito com uma ferramenta especial, semelhante ao graminho, porém com laminas ao invés de grafite.

Essa ferramenta faz um primeiro corte, marcando os traços limites do canal. A distancia entre os traços deve ser ligeiramente inferior à largura do filete, para que este entre apertado. Também por causa do processo de abertura do canal, que acaba resultando numa largura maior do que a dos ricos.

Os riscos devem ser aprofundados com uma faca bem afiada e de lamina fina. Deve-se atentar para não perfurar a peça, principalmente o abete.

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Em seguida, com um bedame fino, deve-se escavar o canal, até a profundidade do filete.

Uma vez pronto o canal, adiciona-se o filete. Este deve ser cortado na medida exata e testado antes de ser colado. As junções devem ser cortadas em diagonal e o encaixe deve ser perfeito, de modo que as faixas do filete não fiquem truncadas.

As curvas devem ser feitas previamente, com auxilio de um cabo de ferramenta ou madeira torneada, usando-os como molde.

Uma vez cortados e testados os filetes, devem ser colados com cola animal. A cola deve ser adicionada de modo que os filetes sejam inseridos, primeiramente, no meio, e pressionados em direção às pontas. Assim, a cola, pressionada no decorrer da inserção, vaza em direção aos angulo, onde a colagem é mais difícil. Com isso evita-se também a formação de “bolhas” no meio do canal.

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Apos a colagem e secagem, os filetes devem ser aparados com uma goiva. Aproveita-se para limpar o excesso de cola que vazou sobre a peça. Lembre-se que esse excesso é importante e reflete a qualidade da colagem.

7) Acabamento com raspadeira:

O acabamento começa com a raspadeira. As raspadeiras podem ser feitas com folhas de aço de diferentes grossuras e cortadas com formatos de acordo com a necessidade. As raspadeiras mais finas servem para deixar a superfície mais lisa, enquanto que as mais grossas servem para corrigir falhas na bombatura.

O trabalho de afiar as raspadeiras é importante para não deixar marcas na peça. Em caso da formação de “dentes”, aparecerão riscos ao longo da área trabalhada. <!--[if !vml]--><!--[endif]-->

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O sentido da raspadeira deve obedecer à condição das fibras e o tipo de madeira. Assim, o acero é mais fácil de ser trabalhado que o abete, por ser mais duro. Porém, suas fibras revezadas devem ser consideradas na hora de raspar.

Não se pode esquecer do limite marginal, marcado pelo sulco feito com a goiva

Durante o processo de acabamento com a raspadeira, devem-se corrigir as falhas da bombatura. Busca-se sempre ajustar a simetria e eliminar os “buracos” ou saliências. As curvas devem ser suaves, semelhantes nas diversas regiões da peça e entre tampo e fundo.

Para corrigir imperfeições de curvatura, pode-se valer de uma ferramenta adaptada. A um compasso insere-se, nas pontas uma superfície arredondada e um outra com um lápis, de modo a ficarem ambas num eixo transversal ao comprimento do compasso. Com isso, se desenha curvas de novel sobre a peça.

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8) Escavando tampo e fundo:

Uma vez pronta a bombatura, segue-se com a escavação da parte interna. Essa fase é importantíssima par o resultado sonoro do instrumento. Além disso, é um trabalho extremamente delicado, pois qualquer erro pode ser fatal. A espessura do tampo chega a ser tão fina que ele se torna quase transparente, quando se poe contra um foco de luz. É claro que o fato do abete ser composto por muita resina aumenta o grau de translucidez, mas mesmo assim a espessura pode, em certos casos, chegar a 1,5mm.

Num primeiro momento, se desenho as margens, e local de colagem dos reforços das laterais. Deve-se prever para essa margem a borda do tampo (que avança além da face), a espessura da face e da contraface, além de ter sempre em mente o sulco feito na bombatura, onde a espessura é a mais fina da peça.

Desenhada a margem, assinala-se as espessuras pretendidas para cada região da peça. Isso é importante pois a espessura não é homogênea, mas deve ser de alteração suave. A espessura deve ser sempre medida ao longo da escavação, com um espessimetro.

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O processo de escavação deve ser iniciado com auxilio de goivas e depois, com plaininhas de fundo convexo.

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Essa fase de esboço da escavação deve ser sempre controlada com o uso do espessimetro. Os pontos com a espessura desejada devem ser assinalados e não mais tocados. Lembre-se que a goiva faz um serviço mais pesado, por isso deve-se trabalhar com cautela.

O acabamento deve ser feito com as raspadeiras, de modo a ajustar as imperfeiçoes e deixar o fundo sem marcas ou buracos. O local onde será inserida a alma do violino deve ser um pouco mais grosso, no tampo e no fundo, por causa do peso das cordas sobre esta.

Os locais onde serão colados os reforços devem ser mantidos planos.

9) Preparação das laterais:

As faixas laterais têm largura de aproximadamente 30 mm, mas devem ser trabalhadas com uma margem de 5 mm.

Se não forem adquiridas semi-prontas, as faixas laterais devem ser cortadas com aproximadamente 1,5mm de grossura, de modo a ficarem com 1,2mm após passarem pelo rolo de lixa. Devem ser lixadas dos dois lados, de modo a ficarem com grossura homogênea e sem defeitos em ambos os lados. Se a madeira, no caso acero, for muito revezada e pouco densa, pode-se deixar um pouco mais grosso, até 1,3mm.

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Em seguida, prende-se as folhas de madeira na mesa com fita de duplo adesivo, de modo a deixar uma face totalmente exposta para o trabalho. Segue-se, então, com a raspagem, usando-se uma raspadeira mais dura, bem reta e muito bem afiada. A raspadeira deve ser passada na diagonal em relação ao comprimento da faixa.

Feito um lado, deixando a faixa com 1,1mm, inverte-se o lado e faz-se o mesmo, até chegar a 1 mm, e não menos.

10) Curvando as laterais:

Segue-se com a seleção das faixas laterais. Interessa, nesse momento, a simetria de ambos as laterais do violino e a continuidade do desenho ao longo da mesma lateral. Assim, toda a venatura e inclinação desta devem ser continuas, invertendo nas extremidades superior e inferior, onde se vê a simetria.

Depois, corta-se as faixas nos comprimentos desejados, deixando margem para trabalhar.

Para se curvar a madeira, primeiro banha-se um pouco em água, com pano encharcado. Toca-se a resistência quente com a madeira e pressiona-se lentamente, de acordo com a curva desejada. A resistencia deve estar aquecida em torno de 150°C.

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As formas das laterais curvadas devem coincidir com a forma do violino. Deve-se sempre controlar a curva, de modo que não restem ondulações, pois estas dificilmente serão corrigidas depois.

Se for utilizada a forma externa, pode-se prender o pedaço curvado na forma e passar a resistência por dentro, corrigindo as ondulações.

O excesso de comprimento será corrigido depois que todos os lados forem curvados.

Ao se curvar os “Cs”, estes devem ser cortados no comprimento, com pouca margem, de modo que se possa obter uma curvatura precisa nos locais de contato com as outras faixas.

11) Montagem das laterais e reforços.

Monta-se todas as laterais curvadas na forma e procede-se com os ajustes dos contatos.

Em primeiro lugar, ajusta-se os “Cs”. O comprimento deve ser cortado em esquadro preciso, de modo a considerar o chanfro de contato. O chanfro pode ser feito com formão e corrigido com limas. Contudo, deve-se controlar sempre o encaixe, que deve ser preciso e toda a superfície do chanfro deve tocar a outra faixa. Atenção ao comprimento do “C”, pois é muito fácil diminuí-lo demais e perder os contatos nas pontas.

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Antes de acertar os pontos de contato das extremidades superior e inferior, se faz os reforços.

Começa-se pelas pontas dos “C”. Estes devem ser feitos em blocos de madeira leve e macia, fácil de cortar com formão e goivas. O corte é feito com transferência do desenho do encaixe e ajuste com goiva e, eventualmente, lumas curvas. Todas as superfícies devem ter contato e as pontas das faixas não podem se afastar quando se pressiona o reforço.

Feitos os reforços das pontas dos “Cs”, faz-se os das extremidades superior e inferior.

Porém, primeiro, deve-se fixar os já ajustados com grampos, pois é hora de cortar as faixas das extremidades. A Faixa do “C” deve estar precisamente encaixada. Também as outras quatro faixas devem tocar a forma e todos os pontos. Para isso, usa-se molas ao longo da forma.

Corta-se a primeira faixa da extremidade inferior, precisamente no centro. Este centro deve estar indicado na forma. Este corte deve ser preciso, em 90° e no esquadro.

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A faixa oposta deve ser cortada precisamente, também, no esquadro, mas de modo chanfrado, com a parte mais longa para dentro da caixa. Isso porque, quando for pressionada, a faixa esteja sempre em contato com a faixa oposta. Por isso deve ser ligeiramente mais comprida (0,5mm).

A extremidade superior não precisa ter um contato perfeito, pois será feito o encaixe do braço nesse ponto.

Ajusta-se precisamente os reforços, de modo a tocarem completamente as superfícies das faixas.

Prende-se tudo com grampos, conferindo todos os pontos, antes de colar.

É fundamental colocar uma tira de papel revestido com plástico nos pontos onde a cola pode vazar, ou seja, em todos os contatos entre as faixas laterais, evitando que a lateral cole na forma.

12) Colagem das laterais:

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A Colagem é feita com cola animal, quente. Os locais de colagem, devidamente ajustados, recebem cola abundante. Começa-se por um canto do “C”, segue-se pelo outro mais próximo e da-se a volta inteira pelos reforços. Interessa que cada grampo retirado, antes da colagem, deve ser rapidamente recolocado, antes de passar para o próximo reforço.

Após a colagem, que é feita com pincel, espera-se um dia até o momento de plainar a lateral.

A plainagem é feita com plaina comum, bem afiada e com pouca lamina, podendo-se intercalar entre a de médio e a de grande porte, dependendo do ponto a ser plainado.

Deve-se controlar, no entanto, a largura das faixas, que devem ser mantidas em 30 mm.

A plaina deve seguir as linhas das curvas laterais, começando-se, sempre, pelos cantos dos “Cs”, para que esses não se rompam.

13) Contrafaixa

Em seguida, prepara-se as contrafaixas, que são reforços internos às faixas laterais, que acompanham as curvas destas. Por está razão, devem ser curvadas a quente, como as laterais.

As contrafaixas são tiras de madeira macia e leve, com 1 cm de largura por 1,5 mm, aproximadamente, de grossura.

São coladas com cola branca mesmo e pressionadas por molas de aço.

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Após serem coladas, tira-se o excesso, planando-se como se fez com as laterais coladas. Por dentro, o excesso é tirado com faca e o acabamento é feito com a raspadeira.

Segue-se cortando os reforços no comprimento, fazendo com que acompanhem as curvas das laterais. Aproveita-se para ajustar os reforços das extremidades.

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Uma vez acertados os reforços e contra-faixas, a lateral pode ser removida da forma, para proceder-se com a colagem dos tampo e fundo.

14) Colagem do fundo:

Prende-se o fundo à lateral com auxilio de molas de arame duro, ou grampos especializados. A vantagem das molas é que se pode colar sem retirar todas elas, de modo que o controle do tamanho da borda seja mais fácil, pois é mais visível.

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Uma vez presa a lateral, sempre com calços para não marcar fundo e faixas, tira-se as molas no local de colagem e passa-se a cola nas superfícies de contato com auxilio de uma espátula fina. A cola usada é de origem animal e deve estar bem liquida, para poder ser bem espalhada.

Depois de passada a cola, recoloca-se as molas e limpa-se a parte externa com pincel seco e, em seguida, uma estopa com água quente.

Prossegue-se com a volta toda, atentando-se para os locais onde estão os reforços, em que a cola deve ser mais abundante e mais bem espalhada. Os reforços sugam a cola, por estarem cortados de “topo” na superfície de colagem, por isso a cola deve ser abundante.

Espera-se ao menos um dia até que a cola se seque.

15) Colagem do tampo:

Depois de colado o fundo, retira-se as molas e cola-se a etiqueta - com cola branca. Em seguida, recoloca-se as molas, desta vez prendendo o tampo. Atenção para as distancias da borda, que devem está homogêneas, e a centralização.

Prossegue-se do mesmo modo que a colagem do fundo.

16) Braço:

O Braço é retirado de um bloco de madeira e deve ser, primeiramente, cortado de perfil. Para isso, utiliza-se um bom modelo com um desenho preciso. O desenho deve ser feito em ambos os lados.

Corta-se o perfil na serra de fita e faz-se a furaçao das cravelhas. Porém, essa furaçao deve ser precisa, de modo que os furos se encontrem no meio, vindo de ambos os lados. De outro modo, ficara difícil alinhar as cravelhas na hora de ajustá-las.

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Em seguida, ajusta-se precisamente o perfil, seguindo o desenho de ambos os lados. Esse ajuste do dorso do braço é feito com plaininhas, grosas e limas largas. Pode-se utilizar, também, uma lixa grossa colada numa régua de madeira.

O próximo passo é desenhar o dorso da voluta e a superfície de colagem da escala. Para tanto, se risca o meio do dorso bruto e se usa um modelo preciso e centralizado para desenhar o dorso da voluta. Esse modelo pode ser feito em plástico transparente e flexível.

A escala será colada a partir do capo traste, que devera estar bem marcado, com largura de 24 mm e devera tem aprox. 33 mm numa distancia de 13 mm do capo traste. Porém, deve-se trabalhar com margem de 1 ou 2 mm.

O “cocho” ou ganasce devera ser desenhado, também, com auxilio de um modelo. Lembre-se que a largura da ganasce e do dorso da voluta não são iguais. Isso pode atrapalhar na hora de cortar.

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Uma vez desenhado, corta-se no comprimento, na serra de fita, até o começo da voluta.

O próximo passo é retirar o excesso de madeira e preparar para esculpir a voluta, ou riccio. Para isso, usa-se uma morsa giratoria apropriada.

17)Voluta:

O primeiro passo para se fazer a voluta é fazer um bom desenho. O “caracol” deve ser proporcionado e suave. Para isso, se ajusta o quanto for necessário o desenho antes de se começar a cortar, atentando à simetria das volutas. Cada luthier acaba tendo uma voluta própria, de acordo com suas aptidões, gosto e capacidade.

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Em seguida, começa-se a tirar o excesso de madeira, com um serrote leve, manual.

Passa-se, então, ao trabalho com as goivas, de modo a entacar para acertar as curvas. A profundidade da goiva deve estar de acordo com a curva, não devendo ser igual ou mais fechada que a curva da voluta a ser cortada. As goivas devem ser muito bem afiadas e o corte deve ser preciso, ligeiramente aberto em relação ao fundo da voluta. Isto é, deve-se evitar que a goiva corte para dentro da curva, quando se entaca. O melhor e corrigir pequenas imperfeições e o angulo da parte entacada com uma lima fina e plana.

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Uma vez entacado e esboçada a profundidade, passa-se a fazer o sulco da voluta. Este deve ser suave, começando leve após a última cravelha e atingindo maior profundidade no “olho”, centro da voluta.

O sulco pode ser limpo e corrigido com raspadeiras com diferentes curvas, de acordo com a profundidade do sulco.

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A base onde está sendo feito o sulco deve estar limitada na borda externa, cuja altura varia de acordo com a proximidade do centro. Pode-se usar um modelo para controlar a altura das paredes da voluta. O importante é que seja proporcionada, ou seja, a altura dos olhos não pode ser muito maior a altura no nível intermediário que, por sua vez, equivale à metade da largura da parte mais estreita do riccio, localizada na extremidade superior do braço. Essas alturas devem ser controladas preferencialmente olhando-se a voluta de frente, verificando-se a simetria dos dois lados, de modo que o “cocho” ou ganasce fique na altura dos olhos.

A melhor maneira de controlar as curvas e alturas da voluta é fazendo o chanfro, removendo os cantos. Isso permite verificar as falhas do sulco e as irregularidades no desenho. O chanfro deve ser feito com limas chatas e finas, mantendo-se sua largura por toda a borda.

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Feita a voluta, acerta-se as laterais do “cocho”, com formão, lima e raspadeira, de acordo com os desenhos do dorso e do “cocho” (faces inferior e superior), e começa-se a esculpir os sulcos do dorso.

18) Dorso:

Antes de se começas a sulcar o dorso do riccio, esboça-se a curva da parte final deste dorso, seguindo o desenho do modelo, que deve ser bem simétrico. O esboço pode ser feito com grosas, facas e limas.

Em seguida, começa-se a sulcar, com goivas cuja profundidade e largura acompanhem a largura do dorso. Porém, o grau da curva, correspondente ao número da goiva, é sempre o mesmo, de modo que o sulco seja homogêneo e as variações suaves.

As goivas devem cortar as fibras, ou seja, atacar no sentido das fibras, e não contra, para não quebra-las.

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Feitos os sulcos, que devem respeitar a linha central do dorso e os chanfros, externamente, prossegue-se com as raspadeiras, que devem ter diferentes curvas, de acordo com o ponto a ser raspado.

Em seguida, acerta-se a curva do braço, no ponto final do dorso, deixando esboçada a curva da região da “pegada”, onde se apoiara a mão do musico.

Page 28: [Articolo LIUTERIA] VIOLINO (in Portoghese)

O sulco, na outra extremidade, deve entrar até onde se chega com as goivas. Em seguida, utiliza-se faca bem afiadas para se aprofundar ainda mais e corrigir as curvas.

O acabamento da voluta, neste ponto é feito com limas finas e curvas, acertando-se o ponto de encontro entre a voluta e a ganasce.

19) Cocho ou ganasce:

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Para se escavar o cocho, que é o espaço na parte superior do braço onde serão presas as cordas, e onde passarão as cravelhas, primeiro deve-se ajustar as laterais. Isso se faz com um modelo, a partir do qual se faz o desenho. O ajuste pode ser feito com formões e acabado com limas e raspadeiras.

Em seguida, se risca o limite interno das paredes do cocho, que tem grossura de, aproximadamente, 5 mm. O limite inferior do cocho ou ganasce dista 6 mm da linha do início da escala. Isto significa que o capo traste tera em torno de 6 mm de grossura.

O limite superior deve se feito de acordo com o que se consegue alcançar e trabalhar com certo conforto os formões. Este limite pode ser feito depois que for feita a escavação, de modo deixar a parede o mais lisa possível.

A escavação é feita com formão pequeno (5 mm está bom) e bem afiado. Trabalha-se sempre com uma margem de 1 ou 2 mm do risco, pois os veios do acero são imprevisíveis e podem quebrar, avançando o risco. Começa-se escavando no sentido escala-voluta, aproveitando o sentido das fibras do braço. Conforme se vai escavando, aproveita-se para acertar internamente as paredes, atentando para não entrar com o formão.

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O ajuste das paredes internas deve ser feito com formao mais largo, mas é muito fácil entacar “para dentro”, isto é, entrar com o formão num angulo menor do que 90° em relação ao plano da escala, o que faz com que as paredes fiquem muito finas quando vão se aprofundando. Na verdade, é bom que elas sejam ligeiramente mais grossas na parte inferior, em relação à borda superior, para que fiquem mais fortes nos furos das cravelhas e previnam rachaduras nesses pontos.

O fundo do cocho deve ser feito com 1 ou 2 mm mais profundos do que os furos das cravelhas. Deve-se estar extremamente atento para não vazar para os sulcos do dorso. Por outro lado, um cocho muito raso trava as cordas e impede que a cravelha gire com suavidade.

O chanfro nas paredes internas do cocho pode ser feito ou não, de acordo com o gosto do luthier ou cliente. No entanto, interessa que as grossuras das paredes sejam bem homogêneas ao longo do cocho e simetricamente.

O limite superior pode ser ajustado depois de atingida a profundidade desejada. Para isso, utiliza-se um calço de cortiça ou espuma resistente, para evitar que se marque a voluta com o formão.

20) Curvatura do braço:

O arredondamento do braço deve primeiramente ser esboçado com facas, formões e grosas. As curvas das extremidades devem ser suaves, mas “decididas”, ou seja, mantendo o grau da curva precisamente, se “vacilar” no meio, ou imperfeições. O semi-circulo do perfil do cravelhal deve ter um angulo interno maior do que 90°.

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A região da “pegada”, onde se apóia a mão, deve ser bastante direito, não podendo apresentar concavidades ou calombos. A secção transversal da curva do braço deve formar um semi-circulo perfeito, podendo, inclusive, ser ligeiramente ogival. O que deve ser evitado é uma escala mais estreita do que o braço, ou exageradamente mais larga.

Em todo caso, as curvas do braço acabam sendo feitas muito de acordo com a experiência, caráter e gosto do luthier.

Depois de esboçada, começa-se o acabamento com limas, passando para a raspadeira. Utiliza-se uma rapadeira longa e estreita, de modo que seja possível curva-la, acompanhando um pouco a curva do braço. Assim, corrige-se defeitos da curvatura no comprimento.

Ao final, basta uma lixa fina, se a raspadeira deixar alguma marca.

O ajuste do “salto”, onde se encaixara o braço na caixa harmônica, deve ser apenas esboçado, pois o acabamento propriamente é feito depois de colado.

21) Colagem do braço:

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O processo é longo e deve ser feito com calma e atenção, dado o número de variáveis a serem consideradas.

Em primeiro lugar, plaina-se a superfície “de topo” do braço, na região da colagem.

Em seguida, traça-se o meio, em esquadro, desta superfície plainada, de modo a dividi-la simetricamente em duas.

Com auxilio de um compasso centrado na divisão feita anteriormente, marcar um diâmetro de 33 mm na parte superior desta superfície, onde será colada a escala, e 24 mm na inferior, a, aproximadamente, 35 mm de distancia da parte superior. O comprimento deste “salto” deve ser de aproximadamente 40 mm, de modo a trabalhar-se com folga.

Em seguida, traça-se o trapézio nesta superfície, utilizando as distancias descritas acima como limites. As laterais do “salto” devem ser plainadas até o limite determinado pelo trapézio desenhado.

Tais medidas devem ser transferidas para a caixa harmônica, tomando-se por linha central a ligação entre as juntas do tampo e do fundo, se estas estiverem bem centradas. Senão, deve-se encontrar o centro da caixa harmônica medindo-a. Não esquecer que o plano do braço onde será colada a escala não ficara na mesma altura do tampo, mas uns 6 mm mais alto.

Feito esse desenho na caixa harmônica, começa-se a escavá-lo até 10 mm de profundidade, porém medidos do bordo do tampo, e não da faixa lateral.

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Essa escavação deve ser feita controladamente, sempre se verificando com o encaixe do braço, de modo que este entre sempre certa pressão.

Faltando aproximadamente 1 mm para que a parte inferior do salto, já cortada e devidamente aplainada, toque o avanço do fundo, ou a noceta, verifica-se o alinhamento do braço.

O alinhamento é fundamental que seja medido nesse momento, pois durante a colagem não devera haver o que corrigir. Além disso, uma vez bem encaixado e sob certa pressão, antes da colagem, ele deve permanecer fixo e alinhado. Para o alinhamento, deve-se considerar ao longo do comprimento, ou seja, em relação à linha longitudinal do instrumento; a inclinação do plano da escala, em relação à caixa harmônica e, por fim, a inclinação lateral, transversal, olhando-se o plano da escala a partir do end pin, ou pino do cordal, tendo este como referencia.

Considerações:

- a inclinaçao do braço longitudinalmente, no violino moderno, é em torno de 87° em relação à superficie de topo, plainada, na extremidade inferior do braço. A variação dessa inclinação é sutil, mas o importante é que a linha imaginaria prolongamento da

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escala no comprimento, diste 27 mm de altura do ponto diapasão, onde será apoiado o cavalete.

- todo o processo de alinhamento deve ser feito com a escala provisoriamente colada, com algumas gotas pequenas de cola branca, de modo que se possa retirar depois. A escala colada permite melhor visualização das variáveis envolvidas no alinhamento.

Após feito o alinhamento, ajusta-se precisamente a superfície inferior do “salto”, que será colada no avanço de madeira do fundo. Testa-se o encaixe mais uma vez e prossegue-se com a colagem.

A colagem deve ser feita com cola animal quente, passada abundantemente em todas as superfícies de contato. Em seguida, encaixa-se bem braço e faz-se pressão com auxilio de molas ou grampos.

22) Noceta ou acabamento do “salto”:

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Uma vez colado o braço, faz-se a noceta. Em primeiro lugar, traça-se uma semi-circunferencia de 12 mm sobre o avanço de madeira do fundo, centrada exatamente na junta, de modo a delimitar o acabamento do “salto” do braço.

Em seguida, com facas, formões e raspadeiras, segue-se com o acabamento.

Após feito o “salto” em semi-circunferencia, faz-se um chanfro ou borda, de acordo com a borda do fundo.

23) cravelhas:

As cravelhas devem ser, primeiramente, apontadas, com auxilio de um apontador especial para cravelhas, dotado de furos de varias medidas, sempre cônicos. As quatro cravelhas devem ser apontadas igualmente.

A partir dos furos feitos no cravelhal, com auxilio de um alargador cônico de cravelhas apropriado para violinos, abrir os furos controladamente. O controle é feito testando-as as cravelhas já apontadas, de modo restem cerca de 14 mm até o limite da “borboleta”, ou seja, deve haver 14 mm entre o primeiro anel da cravelha e o furo de inserção. Essa margem confere conforto no momento da afinação.

As pontas em excesso das cravelhas devem ser cortadas. O acabamento pode ser feito plano ou arredondado.

O mais importante do processo de alargamento dos furos é que as cravelhas fiquem alinhadas. Para isso, deve-se testar uma a uma, sempre mantendo as outras no lugar e observando em diversos ângulos, corrigindo o que for necessário, durante o alargamento. Atenção para não alargar demais, pois é um trabalho de muita precisão e paciência.

24) Cavalete, ponte ou ponticello:

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Peça fundamental, o cavalete pode ser comprado semi-pronto ou feito da madeira bruta. Os comprados são confeccionados em acero escolhido e vem com espessura maior que a necessária, para que o luthier possa ajustar de acordo com a necessidade.

O desengrosso é feito com uma plaina pequena, bem afiada, com pouca lamina e usada na diagonal, para não quebrar os recortes e adornos.

Uma vez encontrada a grossura desejada, parte-se para o ajuste dos pezinhos. Isso é necessário para que o cavalete fique bem estável sobre o tampo e para se ajustar a sua inclinação.

Esse ajuste é feito com auxilio de um “carrinho”, preso ao cavalete, que permite um deslizamento ao longo do comprimento do tampo. Sobre o tampo é preso um pedaço de lixa, de modo a acompanhar a sua bombatura. Desliza-se o cavalete, no angulo desejado, sobre o tampo com a lixa até que os pezinhos gastos toquem totalmente a superfície do tampo.

O angulo do cavalete deve ser feito de modo que fique a 90° em relação ao tampo no lado voltado para o cordal. O outro lado é o que será mais inclinado. Essa inclinação é

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feita de modo a distribuir equivalentemente os ângulos das cordas nos pontos de apoio sobre o cavalete, em ambos os lados (da escala e do cordal).

A altura do cavalete é ajustada de acordo com o gosto e conforto do musico, mas varia de acordo com o diâmetro e a tensão da corda.

25) Capotrasto inferior e end pin:

Normalmente se faz o capotrasto inferior de ébano. Contudo, interessa que seja em madeira bem dura, pois sobre ele será apoiado o nylon que prende o cordal. Isso significa uma tensão igual à somatória de todas as cordas.

A peça de madeira tem comprimento de 33 mm, sendo 8 mm, de cada lado, destinados ao rebaixo, que chega à zero de altura em relação à borda do tampo. A linha de apoio do nylon tem altura de aproximadamente 7 mm, podendo variar em 1 mm.

Sob o capotrasto inferior, na metade da largura da faixa lateral, bem na junção entre as duas partes, insere-se o end pin, que é o pino onde será preso o nylon que sustenta a tensão das cordas. O pino é comprado pronto em muitos modelos.

O furo deve ser feito com uma broca de diâmetro ligeiramente menor do que o diâmetro da ponta do pino, pois a cavilha do pino é um tronco de cone. O furo deve ser feito atravessando todo o reforço, de modo a permitir que se veja o interior da caixa harmônica. Isso será importante para se ajustar a alma.

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Feito o furo, deve-se ajusta-lo à medida da cavilha, com auxilio do alargador utilizado para as cravelhas. O pino deve entrar justo, mas jamais será colado.

26) Alma:

A alma do violino é um cilindro de madeira, geralmente feito em abete muito seco e com fibras regularmente orientadas. O diametro da alma do violino é de 6 mm.

A alma vai presa, sem ser colada, mas apenas apoiada, sob o ponticello, distante aproximadamente 5 mm do pé deste localizado no lado onde está apoiada a corda mi, mais aguda.

Ela deve ser inserida pelo “f”, antes de serem adicionadas as cordas. É feito assim por causa da tensão destas quando colocadas e afinadas, que terminara por firmar a alma entre o tampo e o fundo. A alma tem, além da função acústica, função estrutural, servindo de resistência à pressão das cordas sobre o cavalete.

Como função acústica, a alma permite que a vibração produzida no tampo, quando há o ataque das cordas com o arco, seja transmitida ao fundo de maneira mais eficiente, amplificando o som resultante. Além disso, a posição da alma no interior do instrumento permite variações de timbres e melhora o som de uma ou outra corda.

Em primeiro lugar, mede-se a distancia entre o tampo e o fundo, nos pontos de apoio da alma, com uma ferramenta própria para esse serviço.

Em seguida, corta-se o pedaço de abete, já torneado e com 8 mm de diâmetro, no comprimento medido anteriormente, com alguns milímetros de margem.

O angulo é acertado usando-se um gabarito. Esse gabarito consiste num pedaço de madeira dura em forma de cunha, cujo angulo é semelhante ao angulo da parte interior, escavada, do tampo e fundo. O gabarito possui um furo de 8 mm, onde a alma entra de maneira.

Inseri-se a alma neste furo, de modo que o excesso de material que ultrapassa a superfície do gabarito é cortado com formão ou plaininha e, em seguida, lixado. As

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faces resultantes devem ser em angulo, de modo a se acomodarem na cavidade do tampo e fundo.

Coloca-se a alma com auxilio de ferramenta apropriada, em forma de “S“. Em seguida, ajusta-se o angulo de inclinação da alma de modo que ela fique reta no interior do instrumento. Esse ajuste é feito delicadamente com a mesma ferramenta que serve para inserir a alma, com toques delicados, mas secos. A observação do interior é feita olhando-se pelo furo do end pin,

Após montado o violino, a alma pode ter sua posição alterada, de modo a melhorar o som do instrumento.

27) Acabamento:

O processo de acabamento do violino é um tanto longo em relação ao tempo empregado pela sua construção, dado o período de secagem do verniz, antes do polimento de cada demão. Além disso, são inúmeras as formas de se dar acabamento. Está é apenas uma delas, sugerida, dada à simplicidade.

Começa-se com uma raspadeira leve nas laterais, de modo a corrigir as imperfeições do acero depois de aquecido e curvado.

Em seguida, pode-se usar uma lixa fina, tipo grana 180, para retirar eventuais marcas de trabalho.

Passa-se então para lixas mais finas, sempre d’água, umedecendo a madeira com um pano ligeiramente úmido e deixando secar antes bem antes de lixar. Isso permite que as madeira se “arrepie” e facilite o uso da lixa.

Uma vez lixado e bastante liso, começa-se com o verniz. Há muitas receitas de verniz e modos de aplicá-lo. Aqui, será abordado o uso do verniz a óleo, cuja secagem é

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relativamente rápida e permite um bom polimento, além de ser fácil de ser aplicado no pincel.

A primeira demão é feita no tampo, sem pigmento, pois o abete mancha-se muito facilmente com os pigmentos e essa primeira demão o protege disso.

Em seguida, aplica-se uma segunda demão em todo o violino, com pigmentos amarelados, para se igualar a tonalidade das madeiras.

As demãos sucessivas vão sendo aplicadas com adição de pigmentos vermelhos, marrons, pretos ou azuis, de modo a se obter a coloração desejada.

O que importa é o modo como se aplica o pincel. No fundo, o pincel deve ser passado transversalmente ao sentido das fibras, pois a ondulação das veias é transversal. Assim, eventuais marcas das pinceladas ficam camufladas.

O mesmo princípio se aplica para o tampo, quando as pinceladas serão dadas longitudinalmente.

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As laterais, no entanto, devem ser envernizadas longitudinalmente.

A voluta poderá dar um pouco mais de trabalho, por ser esculpida. Porém, se a pincelada for suave e cuidadosa, sem excesso de verniz e seguindo o desenho do “caracol”, não será um grande problema.

Entre uma demão e outra, segue-se com uma lixagem fina, com uma lixa de grana tipo 1000 ou mais fina.

Após as varias demãos até atingir a tonalidade desejada, da-se uma última demão geral, sem pigmento. Assim o ato do polimento não removera tão facilmente o verniz pigmentado.

Depois disso, procede-se com o polimento, que pode ser feito com goma-laca e boneca, politriz, cera, etc.

Terminado o processo de envernizar, pinta-se as faces interiores do “F”, de modo a não aparecer a madeira naquele ponto.

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A parte dorsal do braço, onde se da a “pegada”, não deve receber o mesmo verniz e pigmentos. Ao final, passa-se um verniz mais leve, com um tom ligeiramente amarelado, e da-se polimento com a goma-laca.

28) Montagem:

O ultimo passo é montar o violino. Para isso, cola-se em definitivo a escala, no seu local exato. Em seguida, prende-se as cordas no cordal e cravelhas, insere-se o cavalete e faz-se o ajuste da altura das cordas.

Uma vez montado, o violino está pronto para execução.

29) Conclusão:

Esses passos descritos são uma das muitas maneiras de se produzir um violino. Algumas passagens são diferentes da escola tradicional de Cremona e pouco comuns entre os luthier.

Outros pontos foram omitidos, não por serem “segredo” da profissão, mas para poupar o leitor de detalhes excessivos em partes menos importantes.

Além disso, devemos considerar a liberdade com que o luthier desenvolve seu trabalho. Não se pode ficar preso a esse método descrito.

Em casos em que as ferramentas especificas não existem no mercado, o luthier deve saber improvisar. Por isso, vale a pena o luthier estudar e praticar outras atividades

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artesanais, como serralheria, marcenaria, desenho, física, etc. A formação do luthier deve ser muito abrangente.