ARTETERAPIA
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UNIVERSIDADE POTIGUAR - UNP
PR-REITORIA DE PESQUISA E PS-
GRADUAO LATO SENSO
CURSO DE ESPECIALIZAO EM ARTETERAPIA
ALQUIMY ART SO PAULO
MARIA DAS GRAAS SILVA MORAIS
ARTETERAPIA, AUTO-ESTIMA E O ENVELHECIMENTO.
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NATAL - RN
ABRIL/2006.
MARIA DAS GRAAS SILVA MORAIS
ARTETERAPIA, AUTO-ESTIMA E O ENVELHECIMENTO.
Monografia apresentada Universidade
Potiguar-UNP e Alquimy Art, como parte
dos requisitos para obteno do ttulo de
Especialista em Arteteterapia.
Orientadora: Profa.Maria dos Prazeres
Pereira da Silva.
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NATAL - RN
ABRIL/2006
Dedico este trabalho monogrfico ao grande mestre Senhor Jesus que me
ama como filha, pois est sempre comigo nas horas mais difceis da
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minha vida. A Deus, todo poderoso, todo meu amor, gratido e respeito.
Maria de Jesus da Silva, amiga, ouvinte e confidente em todos os
momentos de minha vida, quando eu mais preciso de dilogo e ajuda voc
que me escuta, me acolhe e colabora comigo. A voc minha querida irm
o respeito e gratido. A minhas trs filhas queridas e amadas: Maria
Conceio, Clarissa Maria e Ana Claudia, que souberam entender nas
horas de minha ausncia compreendendo com pacincia este momento,
como tambm colaboraram comigo em meus trabalhos acadmicos. A
vocs jias preciosas, o meu carinho, amor e afeto. A minha eterna me,
pela dedicao, esforos, incentivos e cuidados, que me deu para estudar
e crescer como cidad. minha saudosa me, Maria Conceio da Silva
(In Memorian).
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Hoje pergunte a si mesmo: como posso
servir? e como posso sorrir?
As respostas a essas perguntas permitiro
ajudar a servir a seus semelhantes com
amor, e auto- respeito.
Dalai Lama
AGRADECIMENTOS
Ao meu grande e poderoso Deus, cuja presena me propiciou momentos
inesquecveis, e v o seu poder maravilhoso no cantar dos pssaros, na flor que desabrocha, no
riacho que corre, no ser que nasce. Agradeo o dom maravilhoso de viver, pois ests sempre
renovando minhas foras para prosseguir na grande caminhada da vida.
Um agradecimento muito especial a minha querida irm, Maria de Jesus, pela
compreenso, colaborao e incentivo, porque se no fosse ela, eu no poderia ter continuado
meus estudos e ter concludo mais um curso. As minhas amadas e queridas filhas, pela
colaborao em meus trabalhos e pela compreenso. Por est muitas vezes longe delas para
estudar, e elas entenderem, agradeo de corao.
A grade mestra Dr. Cristina Dias Allessandrini, pela competncia, dedicao e
carinho nas suas aulas, sempre estimulando e orientando sobre as questes da arteterapia,
ensinando-me a despertar para um novo ser criativo, a ela minha admirao e gratido. A todos
os professores e mestres do Alquimy Art, por novos conhecimentos sob uma nova forma de olhar
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a vida e porque no dizer o mundo, o meu profundo agradecimento. A orientadora Maria dos
Prazeres por sua capacidade, alegria e tranqilidade nos encontros de orientao, a minha
gratido.
As colegas do curso, pelos bons momentos vividos no decorrer desta trajetria. O meu
respeito e reconhecimento a todos, aqueles e aquelas que colaboraram comigo direto ou
indiretamente a tornar realidade este to esperado resultado.
SUMRIO
1. INTRODUO ................................................................................................................ 16
2. A ARTETERAPIA:PROCESSOS CRIATIVOS E TERAPIAS EXPRESSIVAS .......... 20
3. APRENDIZAGEM E AUTO-ESTIMA ........................................................................... 24
3.1 A importncia da Auto-Estima ........................................................................................ 25
3.2 Os Seis Pilares ou Razes da Auto-Estima ....................................................................... 26
3.3 A imagem e o Relacionamento da Auto-Estima .............................................................. 28
4. A ARTETERAPIA, A AUTO-ESTIMA E O IDOSO ..................................................... 29
5. ENVELHECIMENTO E A MELHOR IDADE ............................................................... 33
5.1 O que Envelhece com Rapidez o Ser Humano ................................................................. 35
6. ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DO ENVELHECIMENTO ............................................ 37
7. BASES BIOLGICAS DO ENVELHECIMENTO ........................................................ 38
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8. PROGRAMAS PARA A TERCEIRA IDADE ................................................................ 45
9. EXPERINCIAS VIVENCIADAS ATRAVS DE RELATOS COM IDOSAS ........... 50
10. CONCLUSO .................................................................................................................. 51
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ..................................................................................... 54
ANEXOS .................................................................................................................................. 58
Anexo A .................................................................................................................................... 58
Anexo B ....................................................................................................................................64
RESUMO
Este trabalho monogrfico tem como objetivo evidenciar o papel da arteterapia na re-construo
da auto-estima do idoso.Pois quanto mais avanada a idade maior a dificuldade de mant-la. O
Fazer Arte, no critrio arteteraputico, viabiliza o reflexo das tendncias culturais e o processo
histrico do indivduo enquanto ser humano, e como membro de uma sociedade.O envelhecer
para alguns de nossos idosos, um grande transtorno, uma fase de desconforto corporal, fsico,
mental e emocional.No nosso pas na maioria das vezes sentir-se intil, estagnado, cheio de
impedimentos e constrangimentos.A partir dessa realidade, a sociedade tem caminhado a passos
lentos, com o objetivo de reverter tamanho desrespeito com aquele ou aquela que fez e continua
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fazendo histria.Recentemente tm surgido iniciativas para mudar essa realidade.Esse trabalho
vem mostrar como o idoso deve ser tratado e qual o seu verdadeiro papel, buscando-o,
submetendo-o, e transformando-o em ser ativo, e com vida, atravs do processo criativo, dado
pela possibilidade de realizar algo novo. A arteterapia atua como recursos multidisciplinares e
criativos, e refere-se ao processo pelos quais os problemas, conflitos e acontecimentos pessoais e
particulares, sejam entendidos a partir da compreenso dessa nova forma criada.O trabalho
arteteraputico desenvolvido com idosos (a), passa a ser troca de experincias de forma ldica,
com a finalidade de trabalhar suas emoes, desenvolvendo suas criatividades expressando seus
sentimentos e emoes de forma livremente, pois o envelhecimento um processo artstico,
transformador, ressignificante e natural, pois a auto-estima a confiana em nossa capacidade
para pensar e enfrentar os desafios da vida.
PALAVRAS CHAVE: Arteterapia, auto-estima e envelhecimento.
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ABSTRACT
This document monographic has as objective evidences the paper of the art therapy in the
reverse-construction of the senior's self-esteem. Because the more advanced the larger age is the
difficulty of maintaining her. "Doing Art", in the criterion arteterapeutic, it makes possible the
reflex of the cultural tendencies and the individual's historical process while human being, and as
member of a society. Aging for some of our seniors, it is a great upset, a phase of discomfort
corporal, physical, mental and our emotions .No country most of the time is to feel useless,
stagnated, full of impediments and to constrain. The to leave of that reality, the society has been
walking to slow steps, with the objective of reverting size disrespect with that or that that did and
it continues making history. Recently initiatives have been appearing to change that reality. That
work comes to show as the senior should be treated and which his/her true role, looking for
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him/it, submitting him/it, and transforming him/it in being active, and with life, through the
creative process, given by the possibility of accomplishing "something new". The art therapy
acts as resources multidisciplinary and creative, and he/she refers to the process for the which the
problems, conflicts and personal and private events, be understood starting from that new form
maid's understanding. The work arteteraputic developed with seniors (the), it passes the being
change of experiences of form ludic, with the purpose of working their emotions, developing
their creativities freely expressing their feelings and form emotions, because the aging is an
artistic process, transformer, ressignificant and natural, because the self-esteem is the trust in our
capacity to think and to face the challenges of the life.
KEY WORDS: Art therapy, self-esteem and aging.
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TRAJETRIA PESSOAL
Trajetria: Linhas percorridas por um corpo em movimento
(FERREIRA,1975).
Maria das Graas Silva Morais.
Nasci em Natal/RN, e fui morar no interior numa cidadezinha cujo nome Cear-Mirim.
Quando criana e jovem passei a maior parte de minha existncia morando ali, numa rua sem
pavimentao, simples e humilde, na cidade no existia energia eltrica. Morava com a minha
me, minha irm, minhas tias e um primo, filho adotivo de minha tia, pois o meu pai deixou-nos
logo cedo, fugindo de seus compromissos. E minha me, assumiu toda responsabilidade da
famlia. Foi uma infncia sem muitas novidades, poucas lembranas boas.
Mas, na minha infncia existe um sentimento que nunca esquecerei, lembro-me muito bem,
guardo at hoje na memria, histrias e contos. Como naquela poca no possuamos televiso,
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nossa diverso era escutar as histrias contadas por Domdom, uma senhora, contadora de
histrias, esperta, curiosa, franzina, morena clara, cabelos grisalhos e presos.
Este era o nome de uma saudosa senhora, onde eu e minha famlia morvamos prximo de sua
casa. No sabamos o seu nome, todos a chamavam de Domdom. No sei de onde ela arranjava
tantas histrias. Eu e a minha irm (Jesus), a famlia e demais coleguinhas daquela rua, como
tambm os vizinhos, aps o jantar, ouviam a contadora de histria que vinha at a nossa casa com
o seu cachimbo na boca, dando boas baforadas de caminho a fora.
Toda a crianada a esperava feliz para ouvir aquela senhora contadora de histrias, pois na poca,
para ns era um grande divertimento, portanto fazamos a festa.
Minha me era costureira e minhas tias confeccionavam chapus de palha de carnaba e faziam
bonecas de pano tambm, toda aquela platia ouvia deliciosas histrias.
Eu ainda no estudava, as escolas eram muito poucas. Existiam mais as particulares (em casa),
quem sabia ler, escrever e fazer as quatro operaes j podia ensinar. A minha primeira
professora foi a minha me.
Dos cinco aos sete anos os sistemas verbais imaginrios se integram. Durante o perodo as operaes concretas de oito a doze anos, o imaginrio adquire uma qualidade
dinmica e acelerada. Neste estgio a criana pode manipular as imagens internamente
com expresses dela, atravs de meios concretos mais afetiva recomenda-se alguma
expresso at mesmo grfica. (SINGNER,1971).
Portanto, de acordo com essas relaes, retorno a contao de histria por Domdom.
As histrias eram contos de fadas imaginrias (de almas), e a nossa mente viajava, ficava no
pice, o desenvolvimento das expresses eram inmeras, eu e que, quantos ali se encontravam,
ficvamos to ligados no que aquela senhora passava-nos que, nem pestanejvamos, naquela
salinha de cho batido.
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Era um silncio total, crianas e adultos, todos sintonizados na vivncia daquele acontecimento
histrico, era a descrio verbal baseada na introspeco, parecia que todos absorviam o
momento, era o caminho percorrido pelo sujeito com bonitas histrias; a forma de expressar-se
em meio a histria nestes momentos, haviam gostosas risadas, era a reproduo atravs dos
gestos. E quando ela falava de almas, nossa! Eu ficava to encolhidinha no canto da parede
parecia que queria ultrapassar a mesma. Mas quando as histrias eram de Branca de Neve,
Gata Borralheira, Lobo-Homem e outras engraadas, a exploso de risos novamente tomava
conta da sala, luz de lampio de gs.
Contar histria uma arte, e ela, a arte, tem funo social e teraputica, desde o teatro grego, com nveis diversos de identificao, o pblico libera sentimentos e
emoes. (PONTY, 2003, p. 12).
Era o que acontecia comigo e aquele pblico que ouvia Domdom, contar suas travessas
histrias. L para as tantas, todos os que estavam presentes iam deixar a saudosa contadora de
histrias em sua casa, pois era perto da nossa. Era outro motivo de alegria, pois, eu, minha irm e
minhas colegas amos brincando no caminho e quando era noite de lua melhor ainda. Estas e
aquelas histrias se renovavam duas ou trs vezes por semana.
Tambm nas noites de lua, brincava de roda, amarelinha, corrida, anel e outras, em frente a
nossa casa. Era tudo muito legal, a inocncia da infncia reinava em cada uma de ns, no
existia tantas maldades como hoje.
Ao descrever tudo isto, parece que estou revivendo todos aqueles momentos agora.
O imaginrio mental, segundo (Piaget e Inhelder, 1971) :
Descrio verbal baseada na introspeco;
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Desenhos mentais, feitos pelo prprio sujeito;
A escolha do desenho (a histria) feito pelo sujeito;
Produes atravs dos gestos.
O imaginrio mental como algo ativo e imitao internalizada, eles postulam uma relao
prxima, entre a imagem mental, gestos imitatrios e imagem grfica.
As festas inesquecveis eram da: Padroeira da cidade, Nossa Senhora da Conceio, So
Pedro e So Joo, minha me tinha o capricho de fazer lindos vestidinhos para mim e minha
irm. Naquela poca as festas juninas, eram festejadas com bastante alegria e fogos de artifcio,
lindos bales multicoloridos, o cu era como na msica: ... pintadinho de bales.
Eu no me cansava de correr, aplaudir e criar canes com eles quando avistava no firmamento,
eu e a garotada fazamos aquela festa.
A grande contribuio de Freud filosofia da mente, est na compreenso de que o comportamento humano, no apenas uma estratgia para obter alimento, mas tambm
uma linguagem, que todo o movimento ao mesmo tempo com gestos.O fenmeno
visual de imagens seria, portanto um precursor obrigatrio da simbologia fontica verbal
e esse fenmeno visual subsistem nas profundidades do inconsciente de onde pode
emergir.
(R. PEREIRA,1976. p.21).
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Continuao da infncia, da adolescncia, e vida profissional.
Fui crescendo com vrios objetivos na minha vida, sempre trabalhei desde criana com a
minha famlia, com a vontade de transformar os smbolos em realidade, com a vontade de
crescer... possuir... era enorme, e me questionava: Como vou chegar l? Como fazer? O
tempo foi passando e este no espera por ningum e eu fui observando e me conscientizando
que s com o estudo que isto poderia acontecer para a concluso de meus objetivos.
No foi fcil, as barreiras, os grandes obstculos, tive que subir vrias ladeiras que foram as mais
diversas possveis, mas mesmo assim, nunca desisti de meus ideais, caa, me levantava, batia a
poeira e seguia.
Quando fui para a escola pblica j estava com dez anos de idade, na poca no existia a
exigncia de faixa etria.
Estudei o primeiro e segundo ano na Escola Estadual General Joo Varela, que ficava prximo a
minha casa. Em seguida cursei o terceiro e quarto ano no Colgio Santa gueda (colgio de
freiras) na mesma cidade, que bom estudar ali! Sentia-me muito bem e importante.
Continuei neste mesmo colgio e cursei o quinto e sexto ano, aps estes dois anos foi preciso me
transferir para cursar o stimo e oitavo ano na Escola Noturna Baro do Rio Branco, que a
noite passava a ser chamada: Normal Regional. Conclui minha primeira etapa hoje: (Ensino
Fundamental).Foi a que iniciei a vida de estgios.
Estagiei na mesma escola onde estudava no turno vespertino. A partir deste ltimo ano, o sol
passou a brilhar sobre mim. Concludo o Normal Regional, logo me submeti ao primeiro
concurso pblico em mil novecentos e setenta, para assumir a vaga de Regente do Ensino
Primrio. Fui classificada e iniciei a trabalhar em Extremoz numa Pr-escola, na Escola
Estadual Felipe Camaro, mas continuava morando em Cear-Mirim.
Sentia a necessidade de cursar o magistrio, pois na minha cidade no existia tal curso.
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No pensei duas vezes: Vim a Natal, fiz a minha matrcula na Escola Municipal Jos Ivo que
funcionava no turno noturno.
No foi to fcil, morava em Cear-Mirim, trabalhava em Extremoz e estudava em Natal.
Isto sem contar com a enorme dificuldade para ir e vir ao trabalho.
Chegava de Natal s 23:00h, tinha que estar pronta para apanhar o nibus s 3:00h da manh para
chegar ao trabalho (Extremoz) s 6:00h para uma nova jornada que iniciava s 7:00h da manh.
O tal nibus percorria todo vale at chegar no lugar desejado, fiquei nesta luta dois anos e seis
meses. Em mil novecentos e setenta e dois me mudei definitivamente para morar em Natal, a fim
de concluir o curso que havia comeado.
Comecei a trabalhar no Instituto Ary Parreiras onde tanto desejava e foi ali que fiquei trabalhando
durante treze anos.
Em mil novecentos e setenta e nove fiz um novo concurso pblico para professora municipal de
Natal, fui novamente classificada e imediatamente contratada. Em janeiro de mil novecentos e
oitenta, iniciei a trabalhar na Escola Municipal Monsenhor Jos Alves Landim tambm numa
Pr-escola, neste mesmo ano fui chamada para assumir uma vice-direo da Escola Municipal
Professor Herly Parente onde no futuro passei a ocupar o cargo de gestora da mesma, onde
administrei este estabelecimento por doze anos.
Casei-me neste mesmo ano, mil novecentos e oitenta, j no tinha me nem as tias, s contava
com a minha irm que at hoje a minha amiga leal.
Tenho trs filhas maravilhosas: Conceio, Clarissa e Ana Claudia, aps o nascimento das trs
voltei a estudar, pois a minha irm tomou conta das mesmas, porque eu trabalhava os dois
expedientes e estudava a noite. Assim, ela se comprometeu com esta tarefa.
Fiz vestibular para Teologia, classifiquei-me e comecei a estudar. O curso teve durao de
quatro anos com aulas dirias. Conclu o curso deTeologia e aps alguns anos, fiz vestibular
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novamente em dois mil, para o curso de Educao Artstica na UnP, pois o meu desejo era de
fazer este curso de artes, fui classificada e conclu o mesmo com muitas dificuldades, houve a
ruptura de tendo (trs ligamentos), no meu brao direito no ano de dois mil e trs j no momento
de realizar os trabalhos conclusivos do curso, passei por interveno cirrgica, pois no dava para
continuar do jeito que estava. Esta etapa foi muito difcil, concluir todo trabalho, projeto e
estgio, a fim de receber o to almejado certificado.
Com a graa de Deus, boa vontade e auto-estima, conclu tudo muito bem e ainda estava l no
baile de formatura danando a valsa.
Quando de repente apareceu a Dr. Professora Allessandrini. Veio Universidade falar sobre o
curso de Especializao em Arteterapia, eu no me encontrava na sala porque estava de licena
mdica, porm, as colegas me informaram e procurei novas informaes e novamente no pensei
outra vez, fui logo reservando a vaga para o novo curso, novos conhecimentos, novas
expectativas em arteterapia.
No incio achei tudo muito estranho e pensava: Desisto? Continuo? Estou gastando dinheiro em
vo? O que fazer Senhor? Pensei: eu nunca desisti daquilo que comeo, sempre quero ver o final,
ento este mais um... E graas a Deus, no desisti, hoje vejo como proveitoso estudar
arteterapia porque a primeira a ser beneficiada sou eu, depois so as outras pessoas, pude sentir
estes efeitos no estgio, alm de ser prazeroso, benfico, estou muito feliz com isto, conclu o
meu estgio no Educandrio Oswaldo Cruz, na Av. Hermes da Fonseca Natal/RN. Escolhi
como tema para o projeto: A arteterapia e a Aprendizagem Escolar, e para a monografia:
Arteterapia, Auto-estima e o Envelhecimento.
Acho que um teste de pacincia que o Senhor Jesus faz comigo. O ano passado, dois mil e
cinco, passei por interveno cirrgica e neste ano, em dois mil e seis tambm est previsto a
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seguinte... Tudo isto no meio do calor dos trabalhos monogrficos, so coisas que no podem
esperar, pois a sade est em primeiro lugar.
Tudo bem, tudo isto passa, o meu objetivo maior trabalhar com aquelas pessoas que necessitam
de muita ajuda, principalmente os idosos e os doentes hospitalizados, pois eles esperam por mim
e pelos meus esforos.
Diante de tantas, para finalizar a minha trajetria de vida, com coisas boas e alegres j estou
matriculada no curso de canto coral da UFRN, para s assim, aprender melhor cantar e louvar o
Senhor, pois j fazemos este trabalho na igreja do meu bairro, eu e minhas trs filhas.
Confesso, estou realizada com o curso de arteterapia e com a ajuda de Deus e a minha auto-
estima estou bem, agradeo a Deus e a Dr. Professora Allessandrini por ter esta iniciativa de
trazer este curso para esta universidade.
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1. INTRODUO
Arteterapia o uso da arte com terapia para desenvolver e revelar o potencial de cada
um. Todos tm alguma maneira de exercitar a arte passando a se ocupar com a sua eficincia e
no com a deficincia que normalmente convive. Ela integra vrios conhecimentos como:
educao, sade e arte, promovendo assim a transformao na pessoa facilitando o processo de
criao e de exteriorizao de contedos intrnsecos. Promove a comunicao, aprendizagem,
mobilizao, expresso, organizao, relao e outros objetivos teraputicos importantes, no
sentindo de alcanar necessidades fsicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas.
Na arteterapia a arte no est presa a questes de ordem esttica, tcnica ou comercial,
ela simplesmente a manifestao do inconsciente, possibilitando ao terapeuta um conhecimento
do indivduo sem uso da palavra. As modalidades mais usadas so: desenho, pintura, modelagem,
recorte e colagem, gravura, construo, dramatizao, criao de personagens, uso da argila,
tabuleiro de areia, escrita criativa, msica, dana e contao de histrias. Ela possibilita esse
processo de individuao concretizando o auto-conhecimento e o desenvolvimento de potenciais
latentes. Assim a pessoa adquire liberdade e autoconfiana, tornando-se capaz de superar seus
prprios conflitos.
A arteterapia resgata o potencial criativo do homem, buscando a psique saudvel e
estimulando a autonomia e a transformao interna, para reestruturao do ser.
Partindo do princpio, de que muitas vezes no se consegue falar de conflitos
pessoais, a arteterapia possui recursos artsticos para que sejam projetados e analisados, todos
esses processos, obtendo uma melhor compreenso de si mesmo, e podendo ser trabalhado no
intuito de uma libertao emocional.
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atravs da expresso artstica que o homem consegue colocar seu verdadeiro self
da maneira mais pura e direta que possa existir.
De acordo com o pensamento Junguiano, devem-se observar os sonhos, pois so
criaes inconscientes que o consciente muitas vezes consegue captar, e que junto ao teraputa,
pode-se buscar sua significao.
Para Jung, a arte tem finalidade criativa, e a energia psquica consegue transforma-
se em imagens atravs dos smbolos, colocar seus contedos mais internos e profundos. A arte
desbloqueadora, aproxima a pessoa da sensao e da emoo, dando acesso aos contedos
internos no explicados pela linguagem verbal.
A arteterapia um processo teraputico desenvolvido no formato das oficinas
criativas, que valoriza o mtodo atravs das descobertas no cotidiano. paltada no uso do
processo criador de novas circunstncias. Alm de facilitar o processo em que a pessoa se
reconhece, abre tambm espaos com compreenso cada vez maiores, para uma leitura cultural
vivenciada com o mundo.
A velhice um processo dinmico de modificaes internas, fsicas e emocionais, e
em nossa cultura pouco feito em funo de promover o bem-estar e o equilbrio interno e
afetivo-emocional do idoso. O idoso protegido por um direito social expresso na Constituio
Federal atravs do Estatuto do Idoso, sancionado no dia 04 de janeiro de 1994.
Sendo assim, desenvolveu-se o conceito de estgios da velhice, sobre o
desenvolvimento do ser humano, com representao nos pontos crticos de mudana no ciclo
vital desde o nascimento at o bito. Como principal tarefa do idoso foi definida a integridade do
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ego versus a desesperana. A integridade do ego sugere uma aceitao do prprio estilo de vida,
significa tambm ter o controle da prpria vida, uma vida com dignidade. Quando isto no ocorre
pessoa idosa fica desesperanosa e insatisfeita com a prpria vida.
As mudanas psicolgicas tais como problemas ocorridos no processo de cognio - a
memria, ateno, concentrao, ocorrem no processo de envelhecimento, envolvem certas
dinmicas, deterioraes patolgicas. Est inaugurada uma vulnerabilidade, fragilidade,
debilitao do corpo, at ento inexistentes. H mudanas tambm no nvel scio-afetivo,
dificultando o relacionamento do idoso com as demais pessoas que lhes cercam principalmente
com os jovens. O seu ritmo interno no consegue acompanhar o ritmo externo das exigncias do
mundo atual, que requer bastante rapidez e lucidez.
O idoso possui menos jovialidade, porm um ser vivo, ativo que necessita realizar
atividades. Sendo assim, muitas pessoas idosas continuam a aprender e a participar de
experincias educacionais variadas. Temos como exemplo a UNATI (Universidade Aberta a
Terceira Idade), localizada nas dependncias da UNP (Universidade Potiguar), que desenvolve
atividades para os idosos. Na UNATI eles desfrutam de uma boa quantidade de cursos e
atividades possibilitando assim, motivao e velocidade de desempenho e estado fsico, so
fatores importantes que influenciam o aprendizado, mas salientamos que, esta oportunidade no
se estende a todos os idosos, devido a situao econmica, haja vista que os cursos no so
gratuitos.
Este trabalho pretende mostrar como a arteterapia pode ser um instrumento de ajuda e
alvio de sintomas vividos pelos idosos, envolvendo tambm a auto-estima, pois, na terceira
idade, que so sentidas muitas dificuldades vividas pelo ser humano, principalmente, a
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incapacidade. Com isso, procura-se enfatizar o carter de ajuda da arteterapia para as pessoas da
terceira idade.
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2. A ARTETERAPIA
A arteterapia vem colaborando com diversos profissionais da educao, da sade, nas
atividades de compreenso e elaborao de alguns dos contedos emocionais que, esto presentes
em todas as situaes da vida, ganhando contornos singulares na velhice. Para Andrade (2000), a
arteterapia oferece subsdios para que as pessoas desenvolvam, durante o processo, um olhar que
permita a adoo de vrias posturas e a ressignificao da vida dedicando-se construo de uma
existncia mais gratificante.
A expresso artstica, dentre outras possibilidades, pode levar o indivduo de
diferentes idades a se perceberem com mais propriedade no que diz respeito a si mesmo.
Portanto, a arte aparece como capacidade que tem o homem de por em prtica uma
idia, valendo-se da faculdade em dominar a matria, atividade que supe a criao de sensaes
ou de estado de esprito, em geral de carter esttico, mas carregados de vivncias ntimas e
profundas, podendo suscitar em outrem o desejo de renovar.
Segundo padres e critrios socialmente estabelecidos, aprender, desde muito cedo a
vontade de criar. Lentamente vamos nos afastando da criatividade, da sensibilidade, de acordo
com o nosso crescimento, aceitando e provando o que o outro fala e se esta fosse a condio
primeira para uma vida melhor, saudvel e criativa.
Segundo o mesmo autor citado, necessita-se fazer uma ampla pesquisa que resgate o
surgimento e a evoluo da arteterapia no Brasil e no mundo. Este mesmo autor explica que foi
no final do sculo XIX que surgiram as primeiras pesquisas relacionando arte e psiquiatria;
alguns profissionais como mdicos e advogados comearam a observar o comportamento de seus
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clientes com relao aos desenhos e pinturas que apresentavam. No incio do sculo XX, Freud
escreveu sobre artistas e suas obras, analisando-os luz da teoria psicanaltica. Na dcada de XX
Jung comeou a usar a arte como parte do tratamento, solicitando de seus clientes a representao
de seus sonhos e situaes conflitivas em forma de desenhos.
Para Andrade (2000), a arteterapia est se expandindo para alm do contexto
psiquitrico, fazendo-se presente em consultrios, hospitais, empresas, escolas e demais
organizaes.
De acordo com Allessandrini (2000), criatividade observar e reconhecer
absolutamente o sentido da vida. Em tempo de turbulncia como e o que vivemos hoje, natural
que o ato de criar seja objeto de estudo e destaque das cincias. Precisamos desfrutar sua
presena no cotidiano que nos convida a agir, cada momento, com alegria e entusiasmo, mas
tambm com pertinncia e competncia. O mundo em constantes mudanas convida o homem a
evocar seu potencial criativo em situaes pessoais e profissionais da vida. aprender a ser e a
sentir criativamente o caminho a seguir.
Assim sendo, as dimenses de tempo, de espaos, hoje, demandam uma agilizao
dos movimentos mentais para uma agilizao contnua de seus esquemas de compreenso e
elaborao de contedos os quais dinamizam as relaes entre o homem e todas as formas
criativas. Considera-se a capacidade criativa como competncia fundamentalmente a ser
desenvolvida e aprimorada, a cada momento de nossa vida.
Segundo a mesma autora, a criatividade bsica para uma sobrevivncia digna,
sustentvel e significativa nos desafios e desejos, submetendo o nosso ser interior reflexo
ampla para torn-los real.
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De acordo com Andrade (2000), na histria da humanidade conhecido o valor das
mais variadas expresses artsticas. A arte tem uma funo simblica, criando substituto da
vida, sem nunca ser descrio do real. Permite ao homem expressar e perceber significados
atribudos vida, na constante busca de equilbrio, com o meio circundante, havendo uma
profunda relao com o meio exterior e interior. A arte revela o homem no mundo.
Na maioria das vezes exerce uma funo inteligente de aproximar-se do mistrio e ser
veculo dele, em outras ocasies como uma realidade com o poder de criticidade de aspectos com
grande variedade na vida. Por meio dela, o homem pode unir o seu eu limitado e individual a
uma existncia coletiva possibilitando apoderar-se das experincias do outro, essa revelao tem
como responsvel a arte. Ela originada da magia, da religio e da cincia, que esto integrados
no mesmo contexto cultural e artstico. Com o desenvolvimento da civilizao ocidental vo se
diferenciando em campos especficos do conhecimento.
Alm da funo social, a arte tem funo teraputica, desde o teatro grego, com nveis
diversos de identificaes, tambm em uma participao de um espetculo artstico, o indivduo
pode se beneficiar teraputicamente do mesmo. A arte existe para o homem conhecer e
transformar o mundo situa-se tanto quanto a envolve em seu inerente fator de energia.
Percebe-se que o simples ato de riscar no papel tem um sentido, e descobre em meus desenhos, algumas verdades que o meu pensamento discursivo tinha sido incapaz de
captar. Era como se fosse tecendo para mim, em fios, muitos fios a prpria trama do
simblico.
(PEREIRA, 1976, p.9).
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Esta pesquisa mostra o conjunto de diversas maneiras e psicoterapia de se utilizar recursos
de artes plsticas e outras expresses tais como: movimento dana, expresses corporais diversas,
dramatizaes, escritas, entre outros recursos. necessrio diferenciar tambm os diversos usos
conceituais que determinam tcnicas e teorias, das tcnicas das terapias que usam recursos
artsticos com fins teraputicos, desde a terapia ocupacional, onde a maioria delas originou-se, at
mesmo de sofisticadas aplicaes em diagnsticos em arteterapia e terapias expressivas e arte-
educadoras.
A expressividade ou arte possa a ser um instrumento tcnico conceptual de um
mtodo de trabalho ao combinar ou fazer arte e expressar-se o uso de materiais plsticos e outras
formas de expresso a um objetivo educacional ou teraputico. Para Andrade (2000), as artes
terapias e as terapias expressivas procuram juntar essas duas atividades, ou seja, o fazer arte
enquanto expresso humana e o fazer terapia. Pressupe que a expresso artstica revela a
interioridade do homem, a fala do mundo de ser viso de cada um do seu mundo. Este ato revela
um suposto sentido e, com teoria e mtodo em arteterapia e terapia expressiva se apodera deste
ato diferentemente. Por intermdio desse fazer arte, expressa-se o terapeuta e pode estabelecer
um contato com o cliente possibilitando a este ltimo, o auto-conhecimento a resoluo de
conflitos pessoais de relacionamento e desenvolvimento geral.
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3. APRENDIZAGEM E AUTO-ESTIMA
Para se trabalhar a auto-estima, necessrio falar um pouco sobre criar e aprender.
Criar: dar existncia, gerar, formar. Aprender: pressupe mudana, abstrao.
(ALLLESSANDRINI, 1994).
Ento, quando a aprendizagem ocorre, h modificao na estrutura interna do
indivduo, a se efetiva a condio do novo presente no fazer de fato. Aprende-se quando
adquirimos conhecimento. A aprendizagem ocorre em um sistema de fases inter-relacionadas
que impe um processo complexo. Na maioria das vezes, no possvel observ-la enquanto se
processa, mas apenas quando ela j se concretizou. A aprendizagem um processo oculto que
ocorre dentro do indivduo. O homem abstrai a partir do seu prprio fazer, a incorpora novos
conceitos e pode retrat-las. A conduta cognitiva do ser humano diante de uma situao nova,
organizada no tempo, e no espao pode permitir que seu procedimento seja antecipado em busca
de seu objetivo.
Por isto, a auto-estima de acordo com Souza (2003) apud Miceli (2003), a vivncia
de sentirmos e sermos apropriados vida, estando de bem com ela, o nosso senso de dignidade
pessoal, originando-se das idias, sensaes e experincias que reunimos a respeito de ns
mesmos durante a vida. O autoconceito se desenvolve desde muito cedo na relao entre o
indivduo e os outros
A teoria de Piaget segundo Wadsworth (2002) ao mesmo tempo compreensiva e til
a todos. Ela oferece uma forma alternativa de se compreender o comportamento e o
desenvolvimento humano, para aqueles interessados em educao e psicologia. Sem auto-estima,
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dificilmente as pessoas enfrentaro seus aspectos mais desfavorveis e as eventuais
manifestaes externas. A pessoa com auto-conceito positivo parece mais afetiva, tem facilidade
em fazer amizade, tem senso de humor, participa de discusses e projetos, sabe melhor lidar com
o erro, sente prazer por contribuir e mais feliz, confiante, alegre e ativa, um ser positivo.
A auto-estima tem dois componentes: o sentimento de competncia pessoal e o sentimento de valor pessoal. Ou: a auto-estima a soma de auto-confiana, com auto-
respeito. Ela reflete o julgamento implcito da nossa capacidade de lidar com os desafios
da vida e o direito de ser feliz.
(BRANDEN, 1997, p.43).
3.1 A IMPORTNCIA DA AUTO-ESTIMA
A auto-estima est presente em tudo que fazemos, da entrevista ao emprego, ao desconto
em uma loja, de uma conquista amorosa aceitao de novos desafios. Num mundo competitivo
em que vivemos tem enorme valor de sobrevivncia, sendo uma necessidade humana, essencial
para o desenvolvimento psicolgico adequado. , ao mesmo tempo ingrediente fundamental do
sucesso e, quando inadequada, componente de praticamente todos os quadros psicopatolgicos.
Da depresso ao uso de droga, da anorexia e bulimia obesidade, da timidez ao medo do sucesso,
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do fracasso dos relacionamentos ao insucesso acadmico e profissional. Dizemos que a auto-
estima adequada funciona como o sistema imunolgico da mente.
Quanto maior a nossa auto-estima mais bem equipados estaremos para lidar com os desafios e dificuldades da vida: quanto mais flexveis formos mais resistiremos presso
de sucumbir os desesperos e derrotas que a vida nos impe.
(BRANDEN, 1997, p.11).
3.2 OS SEIS PILLARES OU RAZES DA AUTO-ESTIMA
A auto-estima dividida em seis pilares ou razes segundo Branden (1997):
1. A prtica de viver conscientemente seria o primeiro pilar da auto-estima. Dessa forma temos
que observar a rea em que nossa vida funciona com menos transtornos, alguns tendo mais
conscincia de suas necessidades bsicas priorizando a necessidade que deve estar em funo da
posio que nos encontramos, nossas evolues globais e tambm dos nossos objetivos
circunstanciais.
2. A prtica da auto-aceitao o segundo pilar da auto-estima, porque ela a pr-condio para
mudanas, crescimento e evoluo lutando contra os bloqueios. A aceitao do eu como ele ,
evitar que nos comportemos como se estivssemos sendo julgados, assim sendo, no estaremos
sempre na defensiva e conseguiremos ouvir crticas ou idias diferentes sem nos tornarmos hostis
ou competitivos.
3. A prtica da responsabilidade o terceiro pilar da auto-estima, ns mesmos somos
responsveis e cumpridores por nossos atos e aes, no devemos esperar que o outro faa
alguma coisa por ns, cumprimento do dever e responsabilidade de cada indivduo.
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4. A prtica da auto-afirmao o quarto pilar da auto-estima, afirmar a si mesmo quer dizer ser
autntico nas relaes interpessoais, respeitar os prprios valores e os dos outros, estar disposto
a defender a si mesmo e suas idias de forma apropriada e circunstancial.
5. A prtica de vivenciar intencionalmente ou subjetivamente o quinto pilar da auto-estima; o
cumprimento da responsabilidade tomando as iniciativas para atingir os objetivos em que
vivemos tambm intencionalmente ou subjetivamente.
6. A prtica da integridade pessoal o sexto pilar da auto-estima, como viver com preciso com
nossos conhecimentos, palavras e atos, falar a verdade, honrar os compromissos tratar outras
pessoas de forma justa e benevolente.
Quando nos comportamos de forma conflitante, como julgamento apropriado,
perdemos o respeito por ns mesmos, tramos nossos valores, nossa mente e a auto-estima
inevitavelmente prejudicada. Se a quebra da integridade fere a auto-estima, s a mesma prtica
da integridade poder cur-la.
O homem cria, no apenas porque quer, ou porque gosta, e sim porque precisa; ele s pode crescer, enquanto ser humano, coerente, ordenando, dando forma, criando. Ele (o
homem), ser um ser consciente e sensvel em qualquer contexto cultural.
(ALLESANDRINI, 2004, p.10 - 11).
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3.3 A IMAGEM E O RELACIONAMENTO DA AUTO-ESTIMA
Segundo Adler (2005), a percepo de si mesmo dentro do agir um aspecto relevante
que distingue a criatividade humana. Portanto, precisa-se da auto-estima para fortalecer,
energizar, inspirar e motivar a buscar resultados, proporcionando prazer, satisfaes decorrentes
de realizaes e conquistas.
Observa-se hoje mais do que nunca. Tal necessidade psicolgica tambm se tornou
uma necessidade econmica, um requisito para a adaptao em um mundo cada vez mais
complexo, desafiador e competitivo. Quando positiva, a auto-estima funciona como se fosse o
sistema imunolgico da conscincia, fornecendo resistncias, foras e capacidade de regenerao.
Ao contrrio, quando esta negativa, a resistncia diante da vida e de suas
adversidades diminui. Neste caso, o sujeito se v em deteriorizao frente aos obstculos e
frustraes que poderia superar, caso tivesse uma percepo mais clara dele mesmo.
De acordo com Id.Ibid, quanto mais alta for auto-estima, mais aberta, honesta e
adequada ser nossa comunicao, porque acreditamos e valorizamos nossas opinies. A clareza
apreciada e no temida. Entretanto, quanto mais baixa for auto-estima, mais nebulosa, evasiva
e imprpria ser a comunicao, devido incerteza quanto aos prprios pensamentos,
sentimentos e ansiedade diante da reao do outro. Quem tem auto-estima elevada est mais
predisposto, a estabelecer relacionamentos saudveis de modo que o alimento, no o intoxique.
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4. A ARTETERAPIA, A AUTO-ESTIMA E O IDOSO
Segundo Novaes (2004), um dos fatores que favorece nossa existncia pode ser a
participao na produo e re-constituio da conscincia. Um deles o auto-respeito, que
significa ter certeza de nossos valores, como uma atitude afirmativa diante de nossos direitos de
viver e ser feliz, a sensao de conforto ao reafirmar de maneira apropriada os nossos
pensamentos, as nossas vontades, as necessidades, o sentimento de que a alegria o direito
natural de todos por termos sido criados e existirmos no mundo. A continuidade na fase da vida
em que conquistamos a concretizao do raciocnio abstrato, fazendo associaes de
representaes inacessveis.
A insero de idosos em grupos de arteterapia cria e oportuniza o relacionamento e
desenvolve atitudes que propicia o resgate de sua auto-estima, da descoberta de potencialidades
ocultas, da liberao da emoo, objetivando sua valorizao perante si mesmo, aos olhos da
sociedade e da famlia como um ser produtivo e cidado (a), pois, a prtica da arteterapia oferece
condies teraputicas deixando reconstruir seus equilbrios emocionais, tentando reencontrar sua
prpria expresso lingstica ao liberar as emoes e sentimentos. Portanto, o objetivo da
arteterapia restabelecer, melhorar, equilibrar e qualificar o sistema de vida de cada indivduo.
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Segundo o pensamento de Beauvoir (1978), para a melhor idade o processo
teraputico, visa mudanas psquicas e comportamentais, colaborando com aqueles que no
tiveram a oportunidade de se prepararem para enfrentar esta fase da vida.
A auto-estima e o prazer de viver a convivncia social so resultados pretendidos com os
recursos expressivos como: a modelagem (no barro, massinhas), a pintura, o desenho, a msica, a
dana entre outros recursos que podero restabelecer e fortalecer a mente do idoso (a) e continuar
a ser um bom produtor de seus prprios esforos e trabalhos.
A problemtica do idoso na conjuntura social atualmente muito discutida e
problematizada por conta de vrios fatores, principalmente o econmico.
Os pases desenvolvidos e em desenvolvimento tiveram um considervel aumento da
populao idosa, isto porque, houve a diminuio nos ndices de mortalidade e como tambm a
reduo das taxas de natalidade.
No Brasil a situao a mesma. A grande parte dessa populao possui uma qualidade
de vida porque houve nas suas vidas a aposentadoria, se afastaram do convvio social, no se
integrando em grupos de sua referncia, os familiares na maioria das vezes usam da negligncia
para com eles ou elas no dando a ateno necessria, e no utilizam atividades que venham
motiv-los, que os estimulem, dessa forma, o funcionamento fsico e mental. Na maioria das vezes
ou sempre, o idoso torna-se intil, ocioso, melanclico, baixa a auto-estima, desenvolvendo vrias
patologias que vo progressivamente limitando e debilitando o seu desempenho fsico e psquico
restringindo sua autonomia e seus nveis de conscincia, e aos poucos acelerando o bito.
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Segundo Novaes (2004), desta forma acontece o grave problema social pelos altos
custos designados ateno mdico-hospitalar. As famlias mais abastadas, ou idosos com a renda
prpria, podem encontrar o lugar para deixar seu idoso ou morar com conforto e at luxo, algumas
vezes, mas com a mesma apatia, tristeza e incoerncia dos asilos, abrigos ou instituies. A
barreira que as instituies em geral colocam entre o internado e o mundo externo,assinala a
primeira mutilao do eu.
De acordo com Smeltzer e Bare (2002, p. 101), a excluso do processo produtivo leva
a uma marginalizao maior na velhice, mais da metade dos idosos chegam a bito antes de
completar um ano de admisso, nos asilos. O destino destes sobreviventes pode ser resumido em
poucas palavras num grande nmero de casos: abandono, segregao, decadncia, demncia e
morte.
De acordo com Beauvoir (1978), nestas instituies o regulamento muito severo e
possuem rgidas rotinas, deve-se levantar e deitar-se muito cedo. Cortado de todo seu passado e do
seu ambiente, vestindo muitas vezes uniformes que no so do seu agrado, o idoso se sente
despersonalizado, reduzido at a um nmero. As visitas so raras e em alguns casos no
acontecem nunca.
Dessa forma o grupo economicamente inativo detm a perda de seus direitos sociais.
Em todo mundo, esta situao tem inspirado medidas e aes sociais que visam melhorar a vida
desses idosos. A melhor idade transforma-se em fonte de pesquisas, como tambm so exploradas
por agncias de viagens, companhias de turismo, clnicas mdicas, centros de beleza, entre outros.
Em nosso pas, esses empreendimentos iniciais, so acessveis a menor parte da
populao, com poder aquisitivo melhorado financeiramente, enquanto a maioria dos idosos
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continua abandonada nos asilos ou mesmo em casa, sem nenhuma dessas assistncias, pois no
interior dos asilos aceleram-se todos os processos patolgicos a que est sujeita a velhice. O idoso
por morar com a famlia no significa que est bem acolhido, na maioria das vezes convivem com
a famlia e vivem abandonados, por falta de ateno, carinho e compreenso.
Estudos comprovaram que em simples atividades de lazer e recreao com baixo custo,
a realizao dessas atividades permite ao idoso uma melhora bem significativa em seus quadros
clnicos, desta forma prevenindo o desenvolvimento de outras patologias mais graves, elevando a
afetividade com sua prpria existncia e aumentando a expectativa de vida.
A arte, como instrumento facilitador e mediador atravs da arteterapia direcionam e
sensibilizam principalmente a um resultado satisfatrio nas expresses, emoes e sentimentos
como tambm o crescimento da auto-valorizao, auto-respeito do eu, atravs do
reconhecimento externo do seu potencial criativo. sbia e seguramente uma das tcnicas mais
ricas e eficazes entre as atividades ldicas, possibilitando a concentrao da conscincia em
atividades que lhes venham dar prazer.
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5. ENVELHECIMENTO E A MELHOR IDADE
Para Novaes (2004, p.24), Envelhecer no seguir um caminho j traado, mas pelo
contrrio, constru-lo permanentemente.De acordo com a revista poca (2004, n 340-25/11),
segundo pesquisas, 30% da populao mundial, ter de vez em quando, algum tipo de transtorno
mental. Estes transtornos ligados famlia da ansiedade ou da depresso, onde os mais comuns
so: fobias 24%, depresso 17%, distinia 6%, ansiedade generalizada 5% , promovem em parte
dos pacientes distrbios simultneos, com o avano da idade. Observase a leve diminuio do
volume de determinadas estruturas enceflicas causando transtornos obsessivos compulsivos e
depressivos. Estas alteraes no crebro provocam o mal de Alzheimer.
Em 1950, eram cerca de 204 milhes de idosos no mundo e, j em 1998, quase cinco
dcadas, esse contingente alcanava 579 milhes de pessoas, um crescimento de quase 8 milhes
de idosos por ano. De acordo com as projees estatsticas, em 2050, a populao de idosos ser
de 1,9 bilho de pessoas, montante equivalente populao infantil de 0 a 14 anos de idade, ou
um quinto da populao mundial. Uma das explicaes o aumento desde 1950, de 19 anos na
esperana de vida ao nascer em todo o mundo. Os nmeros mostram que, atualmente, uma em
cada dez pessoas tem 60 anos de idade ou mais, e, para cinco em todo o mundo.
O rpido crescimento da populao de idosos no Brasil causa um, grande impacto em
toda sociedade, principalmente nos sistemas de sade. Os sistemas de sade, no se encontram
estruturados para a atender demanda pelo envelhecimento populacional: taxas de internao
bem mais elevadas, comparadas a outro grupo etrio.
O avano da cincia conseguiu identificar o funcionamento cerebral nos transtornos,
mas nada dizem sobre as causas para estabelec-las precisando investigar a hereditariedade e os
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eventos da vida de cada individuo. Portanto, a importncia de integrar a gentica, a psiquiatria e o
estudo dos fatores psicossociais com psiclogos e mdicos, tentam encontrar o caminho para o
equilbrio mental combinando terapias e medicamentos: a nova era, prova a tal plula da
felicidade, hoje uma utopia, como tambm o tratamento psicanaltico que caro, demorado e
no oferece garantia de cura.
Portanto, a parceria cada vez mais estreita entre psiquiatria e psicologia. Juntas
oferecem vitalidade, fora para equilibrar-se num mundo to desequilibrado.
Ento, para trabalharmos o oposto da depresso, no encontramos a felicidade e sim,
maneiras de proporcionar a nossa clientela a vitalidade, atravs da arteterapia, o princpio do
prazer, de estar vivo e viver o momento com dignidade, manter a cabea ativa e turbinar a sade,
cultivar a auto-estima e saber como enfrentar os problemas do dia-a-dia.
Manter a longevidade funcional que nada mais , que a manuteno na velhice da
capacidade de realizar as tarefas dos dias que se seguem sem precisar de tanta ajuda. Desta forma,
o indivduo pode se considerar saudvel mesmo com as patologias crnicas.
O diferencial est no grau de independncia, desfrutado por ele. Nenhuma patologia
crnica influenciou tanto a mortalidade como a perda de funes (mentais ou fsicas).
Com a revoluo da melhor idade, os idosos esto vivendo mais, ampliando a sua vida
social, amorosa (namoro), trabalhos, divertimentos (danas, cinemas e o ldico) como tambm o
consumo.
Sendo assim, calcula-se que por volta de 2050, pela primeira vez na histria da
humanidade, o nmero de idosos no planeta ser igual ao de crianas, por isto, necessrio que
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haja, um ajuste na sociedade a essa nova situao: o surgimento da quarta idade com pessoas
acima dos oitenta anos. Para Fabietti, a velhice deveria ser o momento da vida em que o indivduo
estaria com a mente e o corao mais aberto sociedade em geral. Contudo, a condio da
velhice, implica em conhecer, analisar a circunstncia em que se encontra o velho na sociedade.
Termos como: velhice, idoso e terceira idade foram atribudos com o intuito de modificar os
meios de atendimento e reconhecimento pessoa idosa.
Atravs da arteterapia, podemos criar mecanismos para tornar essa opo mais
dinmica, auxiliando a dieta e a atividade fsica, ajudando a manter o estmulo intelectual, seja por
meio da leitura, cantos e contos e, outros recursos que venham a subsidiar estes indivduos. Os
aprendizados atravs de coisas novas, atividades criativas so gratificantes para a mente e alma,
muito importante para preservar a sade cerebral.
5.1 O QUE ENVELHECE COM RAPIDEZ O SER HUMANO
O tipo de vida que a vida lhe imprime mente negativa, deprimida, triste, doentia,
ressentida, infeliz, desgastada, tensa, preocupada, amedrontada, injusta, decepcionada, angustiada,
perturbada e alterada. Sabemos que a harmonia do corpo altera o funcionamento, a cada
procedimento negativo, fustiga algum dos rgos.
A funo biolgica geral no organismo, a necessidade de preveno para viver bem, as
situaes mentais negativas geram tenses, hipertenses, se muito repetitivas abatem as energias,
gerando estresse e exausto, deixando que o organismo entre em desgastes. O resultado ser dos
piores, o esgotamento fsico e a insuficincia imunolgica abrem caminhos para as patologias e
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enfermidades, este o seguimento do envelhecimento. Poucas so as pessoas que entende o meio
do rejuvenescimento, pois preciso descarregar esse fardo.
As modalidades de cada dia libertam-se do passado atravs do perdo, que no
coisa muito fcil. Segundo o Dr. Benie Siegel, o riso e a alegria levam o crebro a liberar
endorfina, que alivia as dores profundas e causam bem-estar, as quais aes so fortes perenes de
energia que rejuvenesce. Mente Positiva e harmonizada gera energia vital. Segundo o general
Mac Arthur: No por termos vivido um certo nmero de anos que envelhecemos...
Envelhecemos porque desistimos dos nossos ideais.(Revista Veja: 2005- pg. 12). A ausncia do
sentimento de potencia, a ausncia do sentimento de auto-estima.
Com a auto-estima elevada, mais provvel que consigamos persistir diante das
dificuldades. Com a auto-estima baixa mais provvel que desistamos ou faamos o que tem que
ser feito, sem dar de fato o melhor de ns. As pesquisas mostram que os indivduos com auto-
estima alta persistem nas tarefas em tempo significativamente maior do que os indivduos com
auto-estima baixa.
No Brasil, onde poucas alternativas de apoio formal so oferecidas, o amparo dado
pela famlia de fundamental importncia. Dados do IBGE (2000) mostram que a maioria dos
idosos permanecem em domiclios. Os servios institucionais so responsveis por 10% desta
populao. Os domiclios no Brasil, sendo hoje 54,1%. O fato de no Brasil a famlia ser a grande
responsvel pelos cuidados do idoso o domiciliado deve-se a uma srie de fatores, como a tradio
cultural de manter o idoso em casa. De acordo com o Estatuto do Idoso: Art.37 (da habitao).
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6. ASPECTOS PSICOSSOCIAIS DO ENVELHECIMENTO
Segundo as autoras Smeltzer e Bare (2002), psicologicamente, o envelhecimento bem
sucedido reflete-se na capacidade da pessoa idosa em adaptar-se s perdas fsicas, sociais,
emocionais e de conseguir contentamento, serenidade e satisfaes na vida.
Como as mudanas nos padres de vida so inevitveis ao longo da existncia pessoa
idosa necessita das habilidades de flexibilidade e enfrentamento quando se encontra com estresses
e mudanas. Uma auto-imagem positiva estimula a aceitao do risco e a participao em novas e
desconhecidas satisfaes. Embora, as atitudes em relao s pessoas idosas sejam diferentes nas
sub-culturas tnicas, o tema sutil do idosismo, prejuzo ou descriminao das pessoas idosas -
predomina em nossa sociedade.
Freqentemente, baseiam-se em esteretipos, crenas reducionistas, quase sempre
inverdicas, que reforam a imagem negativa da pessoa idosa para a sociedade. As pessoas idosas
constituem um grupo bastante heterogneo, embora os esteretipos negativos sejam atribudos a
todos os integrantes.
O medo do envelhecimento e a incapacidade de muitos de se confrontarem com o seu
prprio processo de envelhecimento podem deflagrar as crenas idosistas. A aposentadoria e a
no percepo da no-produtividade tambm so responsveis por sentimentos negativos. Se os
idosos forem tratados com dignidade e encorajados a manter sua autonomia, a qualidade de suas
vidas ir melhorar.
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7. BASES BIOLGICAS DO ENVELHECIMENTO
Para este item as palavras-chave so: demncia, memria, transtornos cognitivos,
medicina familiar e cuidadores. Um fato de grande importncia na epidemiologia da populao
idosa a presena de incapacidades funcionais. Considerando-se um alto ndice de doenas
crnicasdegenerativas neste seguimento populacional 85% dos idosos apresentaram pelo menos
uma doena crnica. Para analisar melhor o estado de sade do idoso, preciso esquecer um
pouco o conceito de estado de sade ou ausncia de doenas, assim utiliza-se capacidade
funcional como parmetro.
A rea de sade, e a capacidade funcional do idoso so os principais indicativos da
qualidade de vida do mesmo. Aps os 64 anos de idade a prevalncia cerca de 5% a 10%, e a
incidncia anual de cerca de 1 a 2 anos aps os 75 anos de idade para 15% a 20% e 2% a 4%
respectivamente. De acordo com a literatura, a prevalncia das demncias muda a 1,4% dos
indivduos entre 65 a 69 anos para 20,8% daqueles entre 85 a 89 anos, chegando a alcanar
aproximadamente 38,6% daqueles entre 90 a 95 anos.
A demncia um smbolo, ou seja, um grupo de sinais e sintomas que formam um
conjunto e que podem ser causados por uma srie de doenas subjacentes relacionadas perda
neuronais e danos estrutura cerebral. O padro central da demncia o prejuzo da memria.
Alm disso, a sndrome demencial inclui um dos seguintes prejuzos cognitivos como: Afazia
(que o prejuzo na linguagem secundaria a ruptura da funo cerebral). Apraxia (consiste nas
incapacidades de realizar atividades motoras complexas, apesar da atividade motora intacta).
Agonosia (so falhas em reconhecer ou identificar objetos apesar de funes sensoriais
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intactas, perturbaes nas funes de execuo como planejamentos, organizaes seqenciais e
abstrao).
De acordo com Forlenza e Caramelli (2002) apud Smeltzer e Bare (2002), a
ocorrncia de transtornos demenciais aumenta exponencialmente com a idade dobrando
aproximadamente a cada 5,1 anos a partir dos 60 anos de idade, uns desses prejuzos cognitivos
geram prejuzos significativos tambm no funcionamento (das capacidades funcionais e sociais, o
que representam um declnio significativo em relao a um nvel anteriormente superior de seus
funcionamentos vitais). Afirmam tambm, que o desempenho nas atividades da vida diria
amplamente aceito e reconhecido, permite aos profissionais uma vivncia mais precisa quanto
gravidade das patologias e suas seguintes seqelas. Os vrios tipos de demncias surgem com
ocorrncia destacada entre as doenas crnico-degenerativas, devido principalmente ao seu alto
grau de comprometimento com a incapacidade funcional.
Segundo Groisman (2002) apud Reunio da Associao Brasileira de Antropologia
(1998) a pessoa por se tornar progressivamente dependente, os transtornos demenciais podem
provocar grande sofrimento tanto para os pacientes quanto para seus familiares que so obrigados
a se organizarem para viabilizarem os cuidados pessoa que adoece e torna-se dependente.
Na maioria dos idosos a ausncia da auto-estima j se tornou normal, pois traz alguns
transtornos no sentido de que gera a necessidade para eleger outras pessoas para cuidarem desses
pacientes. O valor da auto-estima no est apenas no fato de permitir que vivamos melhores
respondendo aos desafios e oportunidades de forma mais apropriada. Muitas vezes a famlia o
prprio cuidador, em outros casos contrata-se um profissional para realizar a tarefa de cuidar.
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De acordo com Hoffmann (2006), em conscincia e envelhecimento: todo organismo
multicelular possui um tempo limitado de vida e sofre mudanas fisiolgicas com o passar do
tempo. A vida de um organismo multicelular costuma ser dividido em trs fases:
1.A fase de crescimento e desenvolvimento;
2. A fase produtiva;
3. A fase da sinescncia ou envelhecimento.
Durante a primeira fase, ocorre o desenvolvimento e crescimento dos rgos
especializados, o organismo cresce e adquire habilidades funcionais que tornam hbitos a
produzir.
A segunda fase caracterizada pela capacidade de reproduo do individuo que garante a
sobrevivncia, perpetuao e evoluo da espcie.
A terceira fase, a sinescncia caracterizada pelo declnio da capacidade funcional do
organismo. O envelhecimento causado por alteraes moleculares e celulares, que resultam em
perdas funcionais progressivas dos rgos e do organismo como um todo. Esse declnio se torna
perceptvel ao final da fase produtiva, embora as perdas funcionais do organismo comecem a
ocorrer muito antes. J a partir dos 30 anos, o sistema respiratrio e o tecido muscular comeam a
decair funcionalmente. A maturidade reprodutiva e as chances de sobrevivncia do individuo
comeam a diminuir. Nas mulheres o inicio da sinescncia determinado pelo final da fase
reprodutiva, marcada pela menopausa, por volta dos 45 anos. Isto , se no ocorrer o processo
precocemente.
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A velocidade de declnio das funes fisiolgica exponencial, isto , a ocorrncia de
perdas funcionais acelerada com o aumento da idade. Num espao de 10 anos, ocorrem maiores
perdas funcionais entre os 60 e 70 anos do que entre 50 e 60 anos. Quando a homeostase
perdida, a adaptabilidade do individuo ao estresse interno e externo decresce a susceptibilidade as
doenas aumentam. O bito acontece em algum momento da sinescncia, quando o organismo
no consegue mais restabelecer o equilbrio funcional. Fatores inerentes ao processo do
envelhecimento determinam um limite na durao da vida do individuo ou das espcies animais.
A cincia que estuda o envelhecimento, sob seus mltiplos aspectos chamada gerontologia
(geron = velho).
preciso investir na promoo da sade pblica, para prevenir a morte prematura e
aumentar a expectativa mdia de vida da populao, para os patamares dos pases desenvolvidos,
que propiciam condies de vida saudvel e qualitativa para a populao idosa que cresce
progressivamente.
Segundo Hoffman (2006), foi com a descoberta dos antibiticos, e outros avanos das
cincias da sade, os pases desenvolvidos conseguiram retardar o processo do envelhecimento e
aumentar a expectativa mdia de vida humana ao nascer, no sculo passado.
Ao vencer as causas da morte prematura, a expectativa mdia de vida da populao
americana passou de 47 anos ao inicio do sculo para cerca de 77 anos ao seu final (75 para os
homens e 80 para as mulheres). Mesmo com todas as melhorias das condies de vida
conquistadas, a expectativa mdia de vida ao nascer no dever passar de 90 anos no futuro.
Hoje, colocam-se vrias questes para pesquisa biomdica no meramente conseguir adiar o
envelhecimento e sim, aumentar o tempo de vida com qualidade.
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As mudanas funcionais que ocorrem com o avano da idade so atribudas a vrios
fatores, como defeitos genticos, fatores ambientais, surgimento de doenas e expresses de
genes do envelhecimento, ou gerontogenes.
Mesmo que seja uma fase previsvel da vida, o processo de envelhecimento no
geneticamente programado, como se acreditava antigamente. No existem genes que determinam
como e quando envelhecer. Existem genes variantes cuja expresso favorece a longevidade ou
reduz a durao da vida. Estudos genticos de pessoas centenrias tem contribudo para a
identificao de genes variantes, alelos de genes normais, que podem estar associados com a
longevidade. Por outro lado, genes variantes que comprometem o processo de desenvolvimento e
de reproduo do individuo, tende a ser eliminados, como ocorre no caso da doena gentica
humana do envelhecimento precoce.
Diversas foram s teorias para explicar o processo de envelhecimento: A mais ampla e
abrangente, aceita cientificamente na atualidade, a teoria do envelhecimento pelos radicais
livres1, proposta pelo pesquisador Denham Harman (1954) apud Hoffman (2006) o qual
descobriu a toxidade do oxignio. O envelhecimento e as doenas degenerativas a ele associadas
resultam de alteraes moleculares e leses celulares desencadeadas por estes radicais livres.
Os radicais livres esto envolvidos praticamente em todas as doenas tpicas da idade como a
arteriosclerose, doenas coronrias, a catarata, o cncer, a hipertenso, as doenas
neurodegenerativas e outras.
1 Produtos de reaes metablicas, txicas ao organismo humano. Acredita-se que estes radicais so responsveis
pelo envelhecimento.
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Segundo Lesnikov e Pierpolie (1991) apud Hoffman (2006), tomaram dois grupos de
ratos que sofreram transplante da glndula pineal, de maneira cruzada: ratos jovens receberam
glndula de ratos idosos e os ratos idosos receberam transplante da glndula pineal de ratos
jovens (1993).
Os resultados foram surpreendentes e houve um grande impacto na comunidade
cientfica. Os ratos idosos que haviam recebido a glndula pineal de animais jovens
rejuvenesceram e sobreviveram quase 50% a mais do que o esperado em condies normais.
Enquanto os animais jovens que tinham sido transplantados com a glndula pineal de idosos
viveram apenas 2/3 do tempo normal de suas vidas.
A melatonina desempenha um papel muito importante no fortalecimento do sistema
imunolgico em humanos. Muitos problemas de doenas comuns aos idosos so decorrentes da
perda da capacidade do sistema imunolgico de reagir a agresses, com o passar da idade.
De acordo com Maestroni e Conti (1993) apud Hoffman (2006) a melatonina na
estimulao do sistema imunolgico de animais ou seres humanos mostra seus benefcios na
defesa corporal contra microorganismos invasores, bem como estresse emocional e fsico,
incluindo-se o causador do cncer. Abaixo localizao da glndula pineal no crebro.
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Os aspectos psicossociais e biolgicos do envelhecimento so fatores inevitveis, na
vida humana, como j havia sido falado neste captulo, a arteterapia uma colaboradora neste
aspecto.
De acordo com Freud, o mesmo relata que freqentemente a experimentao dos
sonhos em imagens visuais, sentimentos e pensamentos, o indivduo sente dificuldade de traduzir
as imagens em palavras e seria mais fcil traduz-las em desenhos.
Ento, o recurso da arte aplicado psicopatologia teve seu incio quando Jung passou a
trabalhar com o fazer artstico, em forma de atividade criativa e integradora da personalidade. A
arte uma expresso mais pura que h para a demonstrao do inconsciente de cada pessoa. a
liberdade de expresso, sensibilidade, criatividade, vida. (JUNG, 1920).
a utilizao dos pincis, cores, papis, argila, cola e outros recursos artsticos que
cada pessoa vai associando s expresses do verdadeiro self. Nesta trajetria artstica no h
preocupao com a esttica, e sim com o contedo pessoal implcito e explcito como resultado
final. E ao envelhecer com um pensamento crtico, saudvel muito importante nesta construo
biolgica e psicossociais do homem.
A arteterapia o uso da arte com terapia para desenvolver e revelar o potencial de cada
pessoa. Dessa forma h um melhor relacionamento com a mudana de idade, facilitando o
processo de criao e de exteriorizao dos contedos intrnsecos. Promove ento, a comunicao,
aprendizagem, mobilizao, expresso, organizao e relao com os elementos teraputicos
importantes, no sentido de alcanar e restituir necessidades fsicas, emocionais, mentais, sociais e
cognitivas. (NAGEM, 2004).
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8. PROGRAMAS PARA A TERCEIRA IDADE
De acordo com Lima (2006), algumas instituies so voltadas para a terceira-idade, com
isto, a contribuio para a compreenso das representaes da velhice e do envelhecimento que
organizam a transformao da velhice em uma questo pblica e a socializao da gesto da
experincia de envelhecer. Parte-se do pressuposto de que a terceira-idade expressa uma nova
sensibilidade em relao velhice que vem se transformando em reflexos e tambm sintomas das
formas de sociabilidade que se desenvolvem contemporaneamente.
Essa sensibilidade vivida atravs de um cdigo: de comportamento, de expresses
corporais e, sobretudo de expresses de subjetividade, atravs das experincias individuais de
envelhecimento e podem ser partilhadas e negociadas, em um contexto marcado pelo declnio dos
modelos tradicionais de gerir a experincia de envelhecer e pelo surgimento de um discurso
cientfico sobre velhice e envelhecimento. Nos ltimos anos, tem ocorrido um aumento de
incentivo do nmero e da variedade de iniciativas voltadas para pessoas idosas. Vem crescendo
tambm em todo pas as discusses em torno dos direitos deste grupo etrios, em especial
relacionados aposentadoria e sua qualidade de vida.
O Brasil, tradicionalmente identificado como um pas de jovens, que d pouca
ateno aos seus idosos, a velhice vem se tornando, de forma particular, uma questo de ordem
pblica, no mais restrita esfera privada e da famlia. Frente ao Estado e sociedade, que no
podem mais ignor-lo, o idoso se tornou ator na cena poltica e social redefinindo imagens
estereotipadas, nas quais a velhice aparece associada solido, doena, viuvez, e morte... enfatiza
esta fase da vida com uma condio desfavorvel e at indesejada. No entanto, vem sendo
divulgado pela mdia um nmero cada vez maior de matrias sobre pessoas idosas que de alguma
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forma estariam agindo como no-velhos. So pessoas de idade avanada praticando esportes,
ginstica, danando e se divertindo, em atividades que demonstram uma vitalidade e uma alegria
normalmente identificada apenas com juventude.
O aumento da participao social dos idosos e o surgimento de novas representaes
sobre a velhice e o envelhecimento no podem ser explicados unicamente pelo envelhecimento
da populao, so reflexes de mudanas que implicam redefinies das formas de deteriorizao
da vida, das categorias etrias que recortam a organizao da sociedade e a reviso das formas
tradicionais de gerir a experincia de envelhecimento. Este um processo de politizao, com
caractersticas prprias das sociedades contemporneas, est alcanando velhice dimenso
pblica, tornando mais evidentes os mecanismos e os agentes de sua construo social, bem
como explicitando o papel desempenhado por cada um deles: o Estado, atravs de polticas
sociais, o saber cientifico institucionalizando as pessoas idosas.
A terceira idade expressa uma situao, pois uma sensibilidade em relao velhice
que vem se transformando, como reflexo e formas de sociabilidade que se desenvolvem
contemporaneamente nos grandes centros urbanos, onde se encontra programas para a terceira-
idade, um espao propicio a sua realizao. A Universidade Aberta Terceira Idade - UNATI
responsvel pelas programaes e divertimentos para idosos, especialmente os que pagam para se
divertirem ou fazerem algo. O aumento da visibilidade e a importncia da velhice a que se assiste
hoje tm como um de seus principais aspectos o surgimento de um de seus discursos cientficos.
Sobre o envelhecimento, em nome do qual aparecem experts que se apresentam como
agentes legtimos para falar da velhice, em seus aspectos individuais, sociais e polticos.
importante salientar que pessoas com auto-estima elevada esto mais atentas a oportunidades.
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Aceitam o risco de enfrentar situaes novas e no vem como ameaas, mas como desafios.
(TOMMASO, 2005 p.6).
De acordo com Salete (2002), auto-estima. So perspectivas aos sinais internos de
intuio e de criatividade, acreditam neles, ao contrario de pessoas com baixa auto-estima, que por
se julgarem incapazes, bloqueiam estes sinais.
O comportamento social positivamente influenciado pela auto-estima adequada, pois
a pessoa no sente no outro ameaa. Emite sinais de empatia, respeito e aceitao. Desenvolve
maior cortesia na razo direta em que no teme a presena do outro. Quando falamos de auto-
estima, falamos tambm em auto-confiana em nossos valores, crenas e regras interiorizadas, em
nosso referencial interno.
Princpios Gerais que Sustentam a Auto-Estima:
Tenho direito de viver sou muito valiosos para mim mesmo.
Tenho direito de honrar minhas necessidades e vontades de consider-las importantes.
No estou nesse mundo para corresponder s expectativas alheias: minha vida pertence
a mim.
Aceito que isto igualmente verdadeiro para os demais seres homens. Cada pessoa
dono de sua prpria vida. Ningum veio a este mundo para corresponder as minhas
expectativas.
No me vejo como propriedade de mais ningum, e no vejo ningum como
propriedade minha.
Sou capaz de ser amada. Sou admirvel.
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Em geral, serei amada e respeitada por aqueles que amo e respeito.
Minha conduta com os outros deve ser gentil e correta, e a dos outros comigo, tambm.
Mereo ser tratado por todos com delicadeza e respeito.
Se me tratam de modo indelicado e desrespeitoso, um reflexo deles e no meu. S
ser um reflexo meu se eu aceitar como certa essa forma de me tratar.
Se algum de quem gosto no corresponder aos meus sentimentos, pode ser
decepcionante e at doloroso, mas isso no reflete ao meu valor pessoal.
Nenhum individuo, ou grupo, tem o poder de determinar como vou pensar e sentir a
respeito de mim mesmo. Confio no que penso. Vejo o que vejo. Sei o que sei.
Sou mais bem vindo quando sei que verdade do que quando quero estar certo em
determinado momento dos fatos.
Se eu for perseverante, conseguirei entender o que preciso que eu entenda.
Tenho competncia para lidar com os desafios bsicos da vida.
Mereo a fidelidade.
Sou capaz de cometer erros, essa uma maneira de aprender. Os erros no so motivos
para a auto-condenao.
De acordo com Allessandrini (1999), os processos criativos so processos construtivos globais,
envolvem a personalidade toda o modo da pessoa diferenciar-se dentro de si, de ordenar e
relacionar-se com os outros. Saber comunicar-se com o outro e criar estrutura quando se
comunicar, integrar significados e transmit-lo.
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Ao entender e ver o outro, ao criar, procuramos atingir uma realidade mais profunda do
conhecimento das coisas e seres, ganhamos um sentimento de estruturao interior maior.
Sentimos que ns estamos desenvolvendo algo de assistencial para o ser. Desta maneira de acordo
com Ostrower:
Torna-se to importante, para o individuo que consegue fazer uso desses princpios ou para qualquer pessoa sensvel, saber dos tratamentos comportamentais com
seres criativos, no sentido de crescimento interior que tambm em ns se realiza quando
podemos acompanhar a realizao do outro ser.
(OSTROWER, 1978. 142)
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9. EXPERINCIAS VIVENCIADAS ATRAVS DE RELATOS COM IDOSAS.
Na oportunidade foi possvel vivenciar com as idosas (relatos em anexo), diferentes
fatores de oficinas criativas. As observaes so as seguintes:
Idosa de 77 anos: independente de cuidados, vive em sua prpria casa sozinha.
Idosa de 82 anos: dependente de cuidados, mora com uma acompanhante que no de sua
famlia.
Idosa de 91 anos: dependente de cuidados, porm reside com seus familiares.
A idosa de 77 anos e a de 85 anos esto lcidas, sendo que esta ltima se encontra em
estgio de vida bastante debilitado; maiores informaes em anexo, no relato III.
Atravs de seus relatos pude aprender a lio do prazer de viver, isto , a
responsabilidade que cada uma deseja ter e que no momento no podem realizar devido a
limitaes.
Sendo assim, se estas idosas tivessem a oportunidade de terem sesses de terapia ou
arteterapia, sem dvidas elas teriam uma melhor qualidade de vida. Falta algo, um instrumento
que as ajude em suas caminhadas de vida.
A arteterapia pode curar algumas patologias. O idoso no deve e no pode ficar
totalmente dependente de outras pessoas, h a necessidade de autonomia, como por exemplo: se
vestir, se alimentar sozinho entre outros processos do cotidiano. necessrio haver algo que os
faa sentir melhor, e uma das alternativas a arteterapia.
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10. CONCLUSO
Partindo do princpio de colaborar e participar na atuao do mais importante que foi
realizar esta pesquisa cujo tema: Arteterapia, Auto-estima e Envelhecimento, foi possvel ter um
contato atravs de entrevistas e oficinas criativas, e perceber que a sociedade ainda se encontra
adormecida, no sentido de colaborar melhor com idosos. Como facilitadora do auto-
conhecimento, a arteterapia faz com que o individuo, materialize conflitos, nas diversas
modalidades da expresso artstica, livrando-se do que oprime e perturba a mente, permitindo que
se desenvolva uma maior aceitao de si mesmo, uma auto-responsabilidade como tambm, auto-
confiana numa afirmao, num viver intencional e ntegro.
Trazendo assim, a conscincia de limitaes e possibilidades, a arteterapia desenvolve,
conceitos positivos numa valorizao pessoal que de suma importncia para o desenvolvimento
e aprimoramento do comportamento humano. Se todos os idosos tivessem a oportunidade de
vivenciar estas prticas teraputicas, suas vidas com certeza seriam vividas com mais dignidade e
intensidade. Porm, as modificaes internas, fsicas, emocionais e financeiras ocorridas no
processo do envelhecimento, fazem com que o idoso sinta-se em sua totalidade, rejeitado e at
mesmo desprezado(a) e abandonado(a) pela famlia. Isso pode ser observado nitidamente quando
deixado em instituies, asilos ou outros. Muitas vezes so internados nestes lugares sem a
mnima ateno da famlia, estes quando a fazem atravs de visitas, que geralmente ocorrem
uma vez por ms ou nunca acontecem.
Um dos maiores desrespeitos a sociedade principalmente a de aposentados, o retorno
de pagamentos previdncia social. Quinze milhes de aposentados recebem um salrio mnimo,
embora tenham contribudo durante toda a vida, de acordo com as exigncias salariais.
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Geralmente so aposentados com um salrio que vai de um a dez salrios. Dia 24 de janeiro o
dia nacional do aposentado, e podemos ver atravs da TV a demora para se votar um salrio
mnimo de trezentos e cinqenta reais. No se vota em pagar mais, porque assim sendo, causar
prejuzos ao pas.
Os servios emergenciais so de pssimas qualidades e quase que no so oferecidos,
precisando o cidado (a) s vezes comprar um lugar para ficar nas filas, o que pode se observar
atravs dos meios de comunicao.
O estatuto do idoso foi muito bem elaborado e recheado de direitos, s que no Brasil
esses direitos e as leis no condizem com a realidade do idoso, no dado atendimento e apoio
aqueles(a) que tiveram ou tem a prioridade de envelhecer. O estatuto nos fala das Disposies
Preliminares no Art.2, pargrafos VII e VIII, onde os direitos dos idosos como servio de sade,
assistncia social e local, capacitao e reciclagens dos recursos humanos nas reas de geriatria e
gerontologia e na prestao de servios aos idosos so prioridades. Se estes idosos no tiverem
como se manterem, estes servios no tm maior funcionamento legal para lhes beneficiarem.
Ainda nas Disposies Preliminares no art.7 os Conselhos Nacionais, Federal, Estadual e
Municipal do idoso previsto na Lei n8.842, de 04 de janeiro de 1994, zelaro pelo cumprimento
dos direitos do idoso definidos nesta lei.
Dos Direitos Fundamentais, captulo I que fala dos Direitos vida, nos art.8 e 9 onde
diz que o envelhecimento um direito personalssimo, que as polticas sociais pblicas permitam
um envelhecimento saudvel e com dignidade. Diante de tudo isso sabemos que no dessa forma
que funcionam os seus direitos como pelo menos os servios de sade e outros, pois so
precarssimos.
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Finalmente, importante que a pesquisa sobre o tema acima citado, no tenha seu fim
com este trabalho. interessante que cada vez mais pessoas aprimorem este assunto para que
todos os idosos de nosso pas tenham seus direitos preservados e respeitados, e tambm que
tenham a oportunidade de se beneficiarem com tcnicas teraputicas como o caso da arteterapia.
Cabe a ns arteteraputas, construir e tematizar nossas aprendizagens, estimando o papel dos
valores humanos no aprender melhor.
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ANEXOS
ANEXO A RELATOS DE EXPERINCIAS VIVENCIADAS
RELATO I
Entrevista realizada em dezembro de 2005. Local: Areia Preta Natal/RN.
Entrevistada: M.L, 91 anos, idosa que reside com a famlia.
M.L uma idosa de 91 anos de idade, mas encontra-se em um estgio de demncia
bem acentuado. Ela no conseguiu lembrar o dia e o ms em que nasceu, lembrou-se apenas do
ano e um dos filhos que se encontrava prximo a ela no dia da entrevis