Arquitetura de espaços corporativos: flexibilidade de uso ... · conceitos de arquitetura...
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Arquitetura de espaços corporativos: flexibilidade de uso, conforto e dinamismo Julho/2015
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ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 9ª Edição nº 010 Vol.01/2015 julho/2015
Arquitetura de espaços corporativos:
flexibilidade de uso, conforto e dinamismo
Ana Cristina Araújo Batista – email: [email protected]
Master em Arquitetura - Ipog – Instituto de Pós-graduação
João Pessoa – Paraíba – 9 de junho de 2014.
Resumo
Este artigo reúne de forma sistematizada, o referencial teórico sobre projeto arquitetônico de
espaços corporativos, considerando a humanização dentro das empresas. O objetivo geral é
estudar a importância dos espaços corporativos bem projetados de forma a garantir o bem-
estar dos funcionários e consequentemente aumentar a produtividade, a competitividade e o
lucro das empresas. Dentre os tópicos abordados temos: a evolução dos espaços corporativos,
chegando a flexibilidade, versatilidade e sustentabilidade, a humanização nas empresas, a
importância da Arquiterura na promoção do conforto, de maneira que esse bem-estar promova
lucratividade às emrpesas. Quanto à metodologia, respalda-se na revisão bibliográfica dos
conceitos de arquitetura corporativa existentes, expondo os pensamentos de abalizados
escritores que, em seus relatos, fizeram uso da temática pertinente e as investigações sobre a
formação do profissional e de seu processo projetual. O profissional que se dedica a projetar e
ambientar espaços para atender às necessidades de uma corporação deve conhecer a
complexidade do funcionamento de uma empresa, suas metas e objetivos, criar proposituras de
soluções que atendam às necessidades técnicas e de humanização, desenvolvendo ambientes
estimulantes. Dessa forma, valorizando o ser humano, por meio da construção de um ambiente
adequado, a Empresa terá um maior rendimento financeiro.
Palavras-chave: Arquitetura corporativa; Usuário; Humanização.
1. INTRODUÇÃO
As Empresas e consequentemente a Economia tem sido destaque no mundo Capitalista em que
vivemos, principalmente na tentativa de manter-se num mercado competitivo que tem como
grande objetivo o aumento da produtividade e consequentemente o lucro. As inovaçoes
tecnológicas passaram a ser prioritárias nesse processo e as evoluções nesse aspecto tem sido
perceptíveis. Portanto, uma vez que prevalecia a visão tecnicista, o ser humano começou a ficar
em segundo plano.
Entretanto, frente a implementação de novas máquinas, os profissionais passaram a ser
qualificados para um melhor desempenho das funções específicas, de forma a garantir a saúde
financeira das empresas. Porém, o contexto do subjetivismo não estava sendo contemplado na
análise do rendimento dos recursos humanos. Por fim, a introdução do conceito de
Humanização, foi encarada como um dos principais diferenciais competitivos de uma
organização, abordando a evolução da visão das organizações com relação ao indivíduo.
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As mudanças nas relações de trabalho, com o aumento da competição e a cobrança por
resultados, vêm provocando alterações nos escritórios. Num espaço corporativo, onde por
natureza há normalmente muita cobrança, muita pressão e em muitos casos, condições de
trabalho desfavoráveis, baixa remuneração e uma cultura organizacional centralizadora e
arcaica, predispõe a empresa a um fracasso financeiro (SANTOS, 2012).
Fatores determinantes na produtividade a exemplo de motivação, foco, saúde, boa relação
interpessoal, devem ser levados em consideracao, uma vez que as maiores empresas já
perceberam que a produtividade depende também do bem-estar do profissional no ambiente de
trabalho.
É inconcenbível que num espaço corporativo se analise apenas equipamentos, estrutura,
mobiliário. Da mesma forma que as máquinas precisam de um estudo para serem instaladas, de
uma manutenção frequente, de cuidado no seu manuseio, assim também é o homem. Não
adianta falar em produção se nao se remete à humanização. Nesse sentido, pensando no que
temos de mais produtivo e ao mesmo tempo de mais frágil, a Arquitetura vem se preocupando
com esse segmento, pensando na melhor maneira de proporcionar um ambiente flexivel,
dinâmico, confortável. A partir do momento que se preocupa com esses itens, gratindo o bem-
estar do profissional, a Empresa tende a atingir seu grande objetivo: o lucro e a manutenção da
competitividade no mercado.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. Evolução de espaços corporativos
Quando não se havia edificios especificos para abrigar os ecritorios, segundo a historia, os
edifícios publicos foram relacionados com espaço para administração, uma vez que os várias
atividades eram desenvolvidades nestes espaços. Os mercados surgem como um dos primeiros
espaços administrativos, já que nestes prédios eram realizadas no pavimento superior as
negociações e acertos entre mercadores e entre mercadores e cidadãos comuns. (Chávez 2002)
Novos conceitos e novas necessidades sugiram com a Revolução Industrial, fazendo com que
nas ultimas décadas do século XIX, surgisse a preocupação de um espaço que pudesse
acomodar os funcionários das empresas burocráticas de forma prática e funcional.
(ARAUJO;FARIAS).
Para atender a demanda e necessidade do pós-guerra, a escala de produção sofreu grandes
mudanças e, aliada ao surgimento da concorrência, apresentaram-se como fatores que
favoreceram o aparecimento de doutrinas voltadas para a racionalização e o aumento da
eficiência do trabalho. No final do século XIX e início do século XX surgiu a primeira teoria
administrativa científica do trabalho elaborada por Frederick W. Taylor, o taylorismo.
(ARAUJO;FARIAS).
Na década de 50, com a expansão das Empresas, da Economia e do mercado Capitalista,
arquitetos e designers começaram a se preocupar com a ergonomia e o conforto dos escritórios.
A partir da década de 60 perceberam a necessidade da criação de áreas de descanso, pensando
no bem-estar do funcionário. Os espaços móveis e as salas dos escritórios eram, e até hoje são
em algumas empresas, divididos hierarquicamente. Porém, na década de 70 esses postos foram
diminuindo e os funcionários, não mais estáticos, perceberam a necessidade de integração uns
com os outros (TORAL, 2012).
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A evolução dos escritórios também está associada o surgimento dos computadores mais
versáetis e, e como consequencia da introdução dessa tecnologia, houve uma diminuição do
número de funcionários e um aumento do período de trabalho. Esse cenário de sobrecarga fez
com que, na década de 80, começassem a surgir casos de LER (Lesão por Esforço Repetitivo),
levando as empresas a pensarem em áreas para o conforto e lazer de seus funcionários. Nesse
contexto, os móveis começaram a ser padronizados e a ergonomia começou a ser uma regra
(TORAL, 2012).
Ainda nos anos 80, as mudanças decorrentes da era da informação e da competência, fez com
que os novos modelos organizacionais não obedecessem a padrões, nem que fossem
predefinidos, mas que focassem nas prerrogativas contextuais e nas exigências do mercado,
tendo como foco o cliente, algo antes renegado ao segundo plano.
Na década de 90 os postos de trabalhos, que já estavam diminuindo, passaram a ser móveis. O
local de trabalho se tornou mais despojado e o móveis mais espaçosos. Da década de 2000 até
os dias de hoje, o escritório se tornou um espaço mais lúdico, prezando sempre pelo bem-estar
do funcionário (TORAL, 2012).
Os espaços corporativos também devem se adequar e estar sempre em evolução para que não
ocorram choques culturais e perda de produtividade. Diferente do cenário existente nas décadas
de 70 e 80 onde havia uma rígida divisão de espaços, destaques hierárquicos de acordo com o
tamanho da mesa e pouca integração entre colaboradores, os projetos de plantas livres e
espaços integrados passam a ser cada vez mais utilizados dentro das corporações (TORAL,
2012).
Desta forma percebe-se o quanto é importante estudar e entender a evolução dos espaços de
trabalho, constatando-se que a realidade de cada época é o que norteia as decisões e soluções
encontradas para desenvolver estes espaços. Percebe-se também o quanto a presença humana
ganhou destaque nesta evolução, sendo esta, um dos principais preocupações para o novo
método de trabalho.
A Arquitetura, como um reforço na implementação de mudanças que beneficie acima de tudo o
homem, vem incorporando esses conceitos na sua forma de fazer arte. Pensar no conforto de
quem produz, na máquina humana, é pensar que existe um subjetivismo que afeta todo um ser e
ter a garantia de que investir nos seu funcionários é ter a certeza do crescimento também da
Empresa, da competitividade e da manutencao no mercado econômico.
2.2 A Humanização nas empresas
A década de 70 foi um período marcado pela hierarquia, onde premiava-se o chefe
manipulador, que agia como soberano a tudo e a todos, imperando na gestão do medo.
Entretanto, na década de 80, com as inovações trazidas pela tecnologia da informação e pela
globalização, esse cenário foi se modificando. Neste contexto, liderar deixou de ser sinônimo
de dominar e passou a ser entendido como uma arte de convencer as pessoas a trabalharem
juntas por um objetivo comum (FERNANDA VELLOSO ALVES CAMPOS).
Surgem então, a partir da década de 90, diversos conceitos que tentam contribuir para o
entendimento dessa nova forma de gerir pessoas, dentre eles o conceito de Gestão do
Conhecimento (CAMPOS, 2013). De acordo com Morgan (1996) a natureza verdadeiramente
humana das organizações é a necessidade de construí-la em função das pessoas e não das
técnicas.
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Portanto, defini-se o conceito de humanização como sendo a valorização do ser humano, por
ele próprio ou pelas pessoas que estão em sua volta, de forma a promover o bem-estar e
desenvolvimento humano de todos os envolvidos nesse processo (ELMIS SANTOS, 2012).
Porém, sabe-se que na sociedade atual, em que presenciamos o avanço tecnológico avassalador,
torna-se desafiador mantermos nossa real identidade de seres humanos.
É inegável que, com o passar do tempo, acompanhamos a evolução da visão das organizações
quanto ao seu capital mais importante - o capital humano. Investir em humanização certamente
é aumentar a produtividade e competitividade, contribuindo para o crescimento, a lucratividade
e a saúde financeira não só para a instituição corporativa, mas também para seus colaboradores.
Porém, o problema para muitos gestores é a percepção da necessidade urgente de incorporar a
humanização na política de gestão da empresa e, para alguns mais flexíveis às mudanças, o
problema maior é como colocar em prática esse conceito, apesar de serem muitas as estratégias
de humanização possíveis de serem aplicadas no espaço corporativo (SANTOS, 2012).
Portanto, cabe aos profissionais atuantes em desenvolvimento humano, treinamento, recursos
humanos, gestores e executivos, ficarem atentos a melhores oportunidades, situações e
momentos não para propor um programa de humanização no ambiente corporativo, mas sim de
construir, de forma participativa, uma nova cultura efetiva, sólida, flexível e um padrão de
excelência em humanização, onde se estabeleça na equipe uma relação de confiança, respeito,
harmonia e resgate da pessoa humana (SANTOS, 2012).
Talvez seja no adjetivo, qualidade, onde a humanização tenha mais peso. Num mercado onde a
tecnologia é praticamente igual para todos, o grande diferencial torna-se as pessoas que
representa o capital mais rico das organizações. Portanto, uma vez satisfeitos com sua situação
profissional, aumentam os indicadores de resultado, de satisfação e diminuem os indicadores de
absenteísmo e turn over. Os processos coorporativos que englobam experiências, habilidades e
conhecimentos, entendidos e mensurados nas organizações só reafirmam a importância do
individuo nas organizações e possibilita considerá-los o elo entre conhecimento e a
estratégia (CAMPOS, 2013)
Durante muitos anos, o indivíduo era inserido na organização e pressionado para que
incorporasse a identidade da empresa, muitas vezes perdendo sua própria identificação. É
importante promover, valorizar e desenvolver a força de trabalho não somente para gerar
lucros, mas para gerar oportunidades e antever as ameaças. As avaliações de desempenho
contribuem cada vez mais na identificação das potencialidades bem como nas necessidades
de desenvolvimento técnico e comportamental para que a relação entre a humanização e o lucro
seja sempre positiva. O fato é que, atualmente, o mundo corporativo entende que, quem quiser
manter-se no mercado com diferencial, deve ter especial atenção ao seu quadro de funcionários.
2.3 A utilização da Arquitetura em Espaços Corporativos
A crescente mudança no sistema organizacional das empresas, em busca de mais
competitividade, mais resultados e mais adequação aos constantes avanços, resultado de um
mundo cada vez mais veloz e mutável, vem transofrmando o jeito que as empresas percebem e
visualizam seus ambientes de trabalho. Passa-se a buscar melhorias e oferecer mais qualidade e
bem-estar aos funcionários, com projetos de arquitetura e interiores cada vez mais planejados e
estando de acordo com a imagem institucional da empreasa.
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Fatores como o crescimento das empresas existentes, o surgimento de novas corporações,
trabalhar em duas realidades, a física e a virtual, além do grande desafio de conciliar três
gerações (baby boomers, X e Y) trabalhando juntas, exigiu novas soluções, no que se refere ao
planejamento de locais de trabalho de escritório. Muitas pessoas, de várias gerações e com
perfis bem diferentes, empregam uma nova dimensão de como se deve pensar o ambiente de
trabalho. Isso representou uma grande mudança no uso do espaço. (ANDRADE, 2013).
Por trás de todo esforço arquitetônico digno de ser considerado um símbolo, existe a intenção
de se construir formas que dêem ao homem a sensação do prazer de viver (GARCIA, 2013). O
mundo atual nos leva a passar muitas horas do nosso dia no ambiente de trabalho, por isso estes
espaços devem ser estimulantes e agradáveis e a arquitetura corporativa, usando soluções
criativas, tem como princípio criar esta atmosfera nos espaços corporativos.
O que antes era resultado de uma produção industrial, com conceitos pradronizados, sem
identidade e sem personalidade, hoje apresenta-se com um espaço multifacetado, dinâmico e
cheio de diretrizes projetuais que permitem acolher todas as culturas e diferenças.
Um novo ordenamento na estrutura das empresas busca viabilizar estratégias diante das mais
diversas Arquiteturas Organizacionais, as quais devem projetar um espaço de modo a satisfazer
necessidades e aspirações humanas. A concepção Arquitetônica de que trata a nova estrutura
organizacional, não é um modelo ou vários modelos pré-definidos, é um projeto flexível, um
incentivo ao planejamento, a busca de orientações e questionamentos pertinentes a determinado
perfil organizacional (BEZERRA, 2012).
Os ambientes de uma empresa precisam ser idealizados por um projeto de Arquitetura
Corporativa que dialogue com o planejamento do negócio, ou seja, que esteja preparado para
auxiliá-lo na conquista de seus objetivos. Nesse sentido, todos os detalhes são importantes. Para
que sejam eficientes elas precisam ser amparadas não só por uma infraestrutura moderna e
segura, mobiliário ergonômico e funcional, equipamentos de ponta e iluminação e acústica
adequadas, devem também proporcionar agilidade aos processos, praticidade na comunicação e
maior produtividade, assim como refletir a imagem da marca, a identidade corporativa única
que deve estar refletida nas formas, cores, ambientação e até no estilo de se trabalhar.
O arquiteto corporativo deve fazer uso de pesquisa etnográfica para entender como a empresa
funciona, qual a sua dinâmica e seus planos para o futuro, na tentativa de atingir resultados
precisos. O arquiteto assume um novo papel: mais do que projetar, tem a função de parceiro
estratégico, de enxergar que a tecnologia traz mudanças e saber articular sustentabilidade,
inovação, engajamento, estímulos à liderança, retenção de talentos, disseminação da marca
corporativa e valorização do portfólio imobiliário. É necessário projetar customizando as
soluções para cada perfil de cliente, sempre apoiando a cultura e as metas da empresa (ATHIÉ,
2013).
A competição de mercado tem estimulado, cada vez mais, as empresas de diferentes portes na
busca por soluções inteligentes que lhe garantam solidez e excelência diante do seu setor de
atuação e de seus concorrentes. Dentre os desafios enfrentados por essas companhias, estão a
reorganização de pessoal e reestruturação tecnológica dentro do ambiente corporativo
(MACHADO, 2013).
Com relação aos recursos humanos, é preciso conhecer as pessoas que vão ocupar os espaços e
suas necessidades individuais e coletivas, o trabalho a ser realizado, o fluxo da informação,
a cultura da empresa e onde ela quer chegar (ANA MELLO). Deve-se levar em consideração o
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perfil dos profissionais da empresa, em sua maioria jovens, nascidos na geração tecnológica,
habituados a realizar multitarefa e com facilidade para se adaptar a diferentes situações. Muitas
vezes, são propostos postos individuais de trabalho, no qual cada pessoa personaliza seu espaço
e eles devem ser concebidos de maneira a atender atividades diferenciadas: para trabalhos que
exigem concentração, postos individuais; para reuniões internas com poucos participantes, salas
pequenas e mais informais; para apresentações para clientes, salas formais; para descontrair,
salas de descompressão, e assim por diante.
Os breakout points ou espaços de descompressão foram criados para oferecer um “refúgio”
dentro das corporações. Estes espaços de convívio que integram cafeterias, bibliotecas, salas de
jogos e outras atividades de relaxamento ganham cada vez mais popularidade nas empresas. É
um espaço centralizado de forma a se tornar acessível e visível a todos, abrigando múltiplas
funções: copa para café, com espaço para bancadas e mesas para relaxar; biblioteca; exposição
de objetos das empresas clientes; espaço com sofá para jogar videogame; e até uma lojinha
onde os funcionários podem adquirir os produtos da empresa. Além disso, tem sido proposta a
criação de banheiros com chuveiros e bicicletários para incentivar a prática de exercícios
físicos. Nessa perspectiva, a preocupação com o bem-estar físico e emocional do funcionário é
o ponto de partida. Ao buscar no planejamento dos ambientes a funcionalidade e adequação
para a agilidade e eficiência dos trabalhos, o partido arquitetônico tem se tornado um grande
aliado para as empresas alcançarem suas metas e estratégias.
A agitação cotidiana e as exigências do mundo corporativo vêm fazendo com que as pessoas
passem mais tempo em seus locais de trabalho do que em suas próprias casas. Por esses
motivos, os projetos corporativos começam a prever áreas especiais para convivência, pesquisa,
pequenas refeições e cuidados com a saúde (ISABEL).
A integração tem sido uma tendência por se aumentar o índice de compartilhamento dos
espaços, tornando o ambiente físico mais enxuto e adaptando-se facilmente às diferentes
demandas. Por esse motivo, escritórios abertos, sem paredes ou divisórias tem ampla aceitação
pois, além de dar a impressão de que os espaços são mais amplos, essa configuração de layout
traz mais agilidade na comunicação e maior interatividade entre os setores da empresa. Mesas
lineares com vários postos de trabalho, um ao lado do outro, têm sido bastante utilizadas. O
caminho é a utilização de ambientes mais clean, formas retas e limpas, unindo a
funcionalidade, estética e qualidade.
Para desenvolver projetos inovadores e criativos, nada melhor do que estar em um ambiente
físico que te inspira e proporciona uma experiência diferenciada em trabalhar, aprender,
conhecer pessoas e projetos que podem trazer novos olhares e experiências e até mesmo novos
clientes ou fornecedores.
Com essa nova postura, a arquitetura, bem como a decoração corporativa ganham destaques e
os projetos passam a ser pensados especialmente para aliar e oferecer beleza, funcionalidade e
conforto, além de promover um marketing espontâneo sobre a saúde e a capacidade de
atualização da empresa diante das tendências do mercado, com constatação da elevação de
produtividade. Tem ainda a capacidade de refletir a imagem da empresa, as características de
cultura do lugar onde está localizado, as estratégias de gestão da empresa, o tipo de segmento
onde ela atua e sua origens (CARLA MACHADO, 2013).
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2.3.1 Flexibilidade de uso
Atualmente, as atividades em escritório se restringem cada vez mais ao trabalho de base
intelectual. Ademais a tecnologia da informação disponível fez que com não houvesse mais a
dependência do espaço físico para o desenvolvimento das funções, proporcionando uma
mudança na dinâmica do trabalho, bem diferente do que se pensava com relação ao seu
ambiente físico (ANDRADE, 2013)
As empresas ampliam ou reduzem os postos de acordo com as suas necessidades momentâneas,
sendo que as rápidas transformações tecnológicas também exigem flexibilidade e agilidade na
hora de fazer mudanças na estrutura física. Dessa forma, o mobiliário deve permitir a alteração
de layout sem maiores transtornos e novas obras (LUA NITSCHE). Essa maior flexibilidade foi
propiciada também pelo fim da hierarquização dos postos de trabalho, assim como pela
exigência cada vez mais constante da integração dos trabalhadores na realização de um trabalho
em equipe.
Espaços mais versáteis são gerados a partir das decisões arquitetônicas tomadas no
desenvolvimento do projeto, preocupando-se com as futuras adaptações, sem gerar grandes
danos e transtornos a empresa, bem como com as necessidades individuais dos funcionários,
gerando espaços flexíveis onde seja possível a integração ao mesmo tempo em que proporciona
a privacidade do profissional, dando-lhe total liberdade, facilitando o desempenho das
atividades. Conceitos como estes geram ambientes de trabalhos dinâmicos.
Para inovar, é necessário que as pessoas e as empresas evoluam e se adaptem às mudanças
advindas da tecnologia associada à unidade coletiva das ideias e do conhecimento. Só assim o
profissional poderá trabalhar onde desejar, com mais satisfação, produtividade e menor custo
de operação. A ideia é proporcionar maior qualidade de vida, despertar talentos e melhorar a
performance considerando a diversidade e as tendências globalizadas, sem perder o foco da
redução de custos no curto prazo. Para tanto, é preciso analisar as diversas alternativas de
otimização dos espaços em uso.
Logo, somando a reorganização do layout do escritório, com a incorporação e adequação de
estações de trabalho mais ergonômicas e funcionais, forma-se um conjunto de transformações
fundamentais que garanta a qualidade e a eficiência na arquitetura corporativa contemporânea.
Portanto, flexibilidade de uso, associado ao conforto ambiental e a ergonomia são alguns dos
fatores decisivos que geram espaços corporativos agradáveis e estimulantes.
2.3.2 Conforto ambiental O conforto ambiental compreende os estudos da temperatura, da iluminação, da acústica e das
condições energéticas. Excesso ou carência de luz, calor e ventilação e a interferência de ruídos
externos e internos podem causar desconforto e diminuir a produtividade do funcionário. No
entanto, a resposta a esses estímulos é única e, por isso, o conforto ambiental deve ser estudado
de maneira abrangente.
Vislumbra-se, na área das pesquisas em conforto ambiental, a plena visualização dos conceitos
e das sensações dos aspectos de conforto térmico, acústico, lumínico e funcional-ergométrico
(KOWLATOWSKI ET AL., 1998).
Muitos problemas de interiores acontecem devido a elaboração de projeto arquitetônico dentro
de espaços corporativos que não leva em consideração o objetivo primordial da empresa nem a
valorização do funcionário. No entanto, a Arquitetura deve atuar de forma a entender que o
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controle apropriado da incidência solar, da ventilação natural, da umidade e do resfriamento do
ar traz benefícios sobre o rendimento do funcionário e gera ambientes eficientes, sustentáveis e
econômicos.
As medidas para garantir o bem-estar variam de acordo com cada espaço: os ruídos do
ambiente podem ser minimizados com a setorização das atividades, evitando possíveis
conflitos, e com o confinamento de áreas que exigem sigilo e privacidade, além dos forros
acústicos e as divisórias tratadas especialmente, por exemplo.
Na relação do ser humano com ambientes construídos, vários são os fatores a serem observados
e levados em consideração na hora de desenvolver projetos corporativos, que além de atender
as necessidades da empresa, deve, principalmente, preocupar-se com o ser humano que
desfrutará do espaço construído e ali passará grande parte do seu dia. O ambiente construído
não se restringe apenas às relações entre suas medidas e seus materiais. Como ele não vale por
si próprio, seu valor ou significado surge em função das relações que estabelece com o entorno
e com seus habitantes. (RHEINGANTZ, 2001)
Um fator importante para a preocupação com o conforto em ambientes de trabalho é a
interferência que as condições destes espaços, influenciam nas funções biológicas dos seres
humanas, bem como no emocional e no físico. Portanto é de fundamental importância se ter
espaço confortáveis e bem projetados para o desenvolvimento das atividades. O planejamento
físico aliado a padrões que compreendam as necessidades dos usuários, no âmbito do conforto
ambiental, estruturas e formas estéticas, são padrões a serem alcançados, condicionando o uso
agradável do seu espaço. (FONSECA, 2012)
No que diz respeito ao fator ergonômico do conforto, muito tem se falado sobre o sua
importância no âmbito empresarial e a necessidade de implanta-la de maneira adequada para o
bem estar dos usuários. O Ergodesign versa sobre a funcionalidade dos espaços e suas
dimensões, adequando o ambiente as necessidades das pessoas. Os profissionais desta área
buscam ações que permitam adaptar as condições do trabalho, das máquinas e equipamentos às
características psicofisiológicas das pessoas, proporcionando o máximo de conforto, segurança
e desempenho. Cada vez mais se busca atender as necessidades do usuário no desenvolvimento
de um projeto, seja ele um produto, um ambiente, um serviço. (QUARESMA, 2001)
Sendo, portanto, a ergonomia um requisito indispensável para o mobiliário corporativo,
refletindo diretamente no conforto dos usuários.
2.3.3 A importância da iluminação em espaços corporativos
A iluminação é importante por despertar as sensações e as percepções humanas. As maiores
empresas já perceberam que a produtividade depende também do bem-estar do funcionário no
ambiente de trabalho, o que inclui um espaço com iluminação adequada. Estima-se que, hoje, a
iluminação represente algo em torno de 1% do custo de implantação de um escritório. Em se
tratando de bem-estar dos funcionários que gera um aumento de produtividade pela maior
satisfação e conforto, esse item deve ser considerado na elaboração dos projetos arquitetônicos.
O conhecimento sobre as relações entre iluminação, homem e arquitetura é fundamental para
compreender porque a luz influencia diretamente no conforto. Em relação ao desempenho
humano, há três rotas principais de análise: através do sistema visual, do perceptivo e do
circadiano. Os dois primeiros demonstram como iluminar para obter conforto visual e estimular
apercepção. (Martau,2013)
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A Arquitetura tem que lançar mão dos avanços da indústria nesse setor. Nos últimos tempos, a
revisão da norma europeia EN 12.464 (Iluminação em ambientes de trabalho) deixou de focar
apenas a manutenção da acuidade visual para considerar também os aspectos de conforto
visual, principalmente para tarefas no período noturno. A principal necessidade é iluminar com
eficiência, sem criar ofuscamentos ou sombras que dificultem a execução das tarefas e, ainda,
tirar partido da luz como meio de integrar ambientes e valorizar a Arquitetura. Um bom projeto
luminotécnico para um espaço corporativo, precisa levar em conta itens como a uniformidade
de iluminação, evitando pontos escuros ou superiluminados; nível de iluminamento,
obedecendo a padrões, funções e normas; rendimento de luminárias, reatores e lâmpadas, além
de manutenção e depreciação (JULIANA NAKAMURA, 2007).
Duas tendências, em especial, impulsionam o desenvolvimento de soluções para esse mercado
e adicionam complexidade ao trabalho dos projetistas. A primeira é a necessidade de
customização da iluminação em função da estação de trabalho, pois ainda há dificuldade de
compreender como o ser humano interage com a luz artificial, mas se sabe que as pessoas
manifestam reações fisiológicas diferentes diante de uma mesma fonte de luz. O
desenvolvimento de dimerizadores inteligentes e de controles individuais de luminárias, por
exemplo, responde à proposta da iluminação personalizada. A outra premissa dos novos tempos
é a conservação de energia. Vários países já regulamentam ações para racionalizar o consumo
energético, o que levará, em breve, aos projetos se pautarem por um limite máximo de watt por
metro quadrado, o que demandará do projetista muito trabalho, criatividade e conhecimento das
tecnologias (NAKAMURA, 2007).
A indústria no Brasil trabalha no desenvolvimento de lâmpadas e equipamentos mais eficientes.
A utilização de fontes de luz eletrônicas, os LEDs, por exemplo, amplia o conceito de
iluminação, traz novas aplicações e miniaturiza os equipamentos. A tendência de
miniaturização pode ser percebida também nas linhas de lâmpadas halógenas, que usam menor
quantidade de energia graças à tecnologia de filmes refletores de infravermelho (IRC). Outro
avanço é o desenvolvimento de lâmpadas de descarga com as características fotométricas da
AR 111, que permitem ampliar o uso de fontes de luz com emissão menos quente e com vida
útil maior.
Um dos grandes problemas ainda é que a tecnologia mais avançada de iluminação, por ser
desenvolvida geralmente no exterior, nas matrizes dos grandes fabricantes, demora para ser
inserida mercado nacional e, quando chega, os altos preços, em virtude das altas taxas
alfandegárias, são obstáculos à especificação. Considerando que a sua utilização gera um
menor gasto, muitas vezes esse alto investimento acaba compensando. Ademais, seria
importante que houvesse subsídios governamentais para soluções que causem menos impacto
ao meio ambiente (NAKAMURA, 2007)
O terceiro sistema, o circadiano, influencia física e psicologicamente o ser humano. É baseado
nos ritmos químicos, biológicos, ou mudanças no comportamento que se repetem diariamente.
A forma que o ser humano é exposto à iluminação artificial interfere como o organismo recebe
e se comporta a esta exposição. Muitas vezes, o uso errado da iluminação artificial ocasiona
danos ao bem estar dos funcionários, prejudicando a realização das atividades laboral.
É essencial, no desenvolvimento de projetos luminotécnicos, aliar estética, níveis de
iluminação, consumo de energia, aos efeitos dos produtos de iluminação no ser humano. Bem
como ajustar as situações de uso local e do usuário, aplicando a iluminação de forma coerente,
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equilibrada e adequada ao organismo dos seres humanos e ao meio ambiente. Com isso
contribuir, consequentemente, com a qualidade de vida do homem. (NAKAYAMA, 2012)
2.4 Versatilidade
Ao projetar um ambiente corporativo, se por um lado é importante promover a integração, por
outro, deve-se levar em conta o indivíduo e as possíveis interferências externas, preservando a
sua privacidade. O objetivo é criar um espaço bem planejado que facilite o desempenho das
atividades, trazendo mais produtividade e, consequentemente, preservando a auto-estima das
pessoas.
O diagnóstico realizado com cada funcionário e com a equipe tem levado a novas
interpretações dos espaços. Projetos corporativos começam a prever áreas especiais para
convivência, pesquisa, pequenas refeições e até para cuidados com a saúde. É preciso conhecer
as pessoas que vão ocupá-lo e suas necessidades individuais e coletivas, o trabalho a ser
realizado, o fluxo da informação, a cultura e o objetivo da empresa. Não se deve esquecer da
identidade corporativa que precisa estar intrínseca à estética do projeto.
Atualmente, o ambiente de trabalho é um reflexo da filosofia e da imagem da corporação,
mostrando a importância de cada colaborador e do próprio cliente em sua cadeia produtiva. É
notório que a arquitetura corporativa influi diretamente sobre os resultados operacionais e
financeiros e, dessa forma, crescem os projetos facilmente reversíveis que permitem
reorganizar os ambientes com maior flexibilidade e rapidez para atender as necessidades das
empresas e das equipes de modo mais eficiente e produtivo.
O mobiliário corporativo ganha maior importância dentro deste cenário e passou a ser tratado
como uma célula mais orgânica a ser incorporado no planejamento de cada corporação,
tornando-se parte, inclusive, da identidade cultural e visual das empresas. Porém, esse elemento
passa a ter um menor destaque, quando observa-se que a maior evidência, hoje, deve ser dada,
acima de tudo, ao ser humano e suas necessidades, o seu conforto e seu bem-estar.
Os locais físicos passaram a ser uma ferramenta da empresa para reter talentos e desenvolver o
orgulho nas pessoas de irem trabalhar naquele determinado lugar. A criação desses ambientes é
também para se exporem ao mercado como uma companhia criativa e aberta as transformações
e tendências, uma vez que o principal objetivo da empresa é oferecer o máximo de benefícios
para seus funcionários, e com isso extrair a maior produtividade possível. A tendência nos
escritórios é possuir ambientes compostos por um mix de espaços, que as pessoas usem de
acordo com suas necessidades. O ideal é que sejam ambientes integrados pois o trabalho
individual não precisa ser realizado no escritório mas, cada vez mais, as atividades de escritório
passam a ser interativas (CARLA MACHADO, 2013).
2.5 Sustentabilidade
A sociedade ao longo dos anos vem sendo chamada a tomar consciência dos problemas
ambientais em relação a sua degradação como consequência do processo de desenvolvimento e
essa temática tem sido amplamente abordada. Foi a partir do agravamento do impacto ao meio
ambiente, junto com a reflexão sistemática sobre a influência da ação humana e seus impactos,
que se forjou o novo conceito de desenvolvimento sustentável (COSTA, SCOCUGLIA, 2008).
A sustentabilidade refere-se a capacidade das sociedades garantir a sua sobrevivência de forma
autônoma, gerando riquezas e bem-estar a partir de seus próprios recursos e potencialidades,
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mas resguardando os recursos e o patrimônio natural dos diferentes povos e países. As
principais dimensões da sustentabilidade envolvem o ambiental, o social, o econômico, o
político e o cultural, todas elas indissociáveis. Vale ressaltar que a ideia da sustentabilidade não
é estática, mas dinâmica, ou seja, descobertas e inovações de processos podem trazer novas
questões à discussão e assim mudar estratégias e princípios (SERRADOR, 2008).
A Arquitetura Sustentável envolve quatro dimensões que constituem o desenvolvimento
sustentável, tendo como resultado da ação a criação de um ambiente que seja ecologicamente
correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito (BRUNO, 2011).
Nela ainda estão presentes as premissas básicas de conforto ambiental ao considerar aspectos
como insolação, ventos dominantes, características do entorno e uso da edificação, antes
mesmo de definir espessura das paredes, dimensão das aberturas ou materiais que serão
empregados. A arquitetura sustentável utiliza algumas medidas essenciais dentro de sua área
para reduzir o impacto ambiental e proporcionar conforto ambiental, seja térmico, luminoso
e/ou acústico ao ser humano, além de propiciar um mundo menos poluído para as futuras
gerações (COSTA, SCOCUGLIA, 2008).
Portanto, a Arquitetura, em sua essência, tem o papel de manter e gerar o bem-estar da
sociedade, promovendo meios de garantir a satisfação dos aspectos sociais, culturais e
econômicos e ela deve não só minimizar os impactos gerados ao Meio Ambiente, mas,
especialmente, integrá-la aos ciclos naturais da biosfera de forma a criar efeitos positivos,
sendo um agente renovador, reparador e restaurador (COSTA, SCOCUGLIA, 2008).
Muito mais que uma “moda” nas empresas, a Sustentabilidade é uma necessidade urgente em
nossa sociedade e em todo o mundo. Pensar e trabalhar com recursos renováveis, a preservação
do meio ambiente, soluções ecologicamente corretas e uma série de outros fatores que
visam manter o equilíbrio ambiental e o saudável desenvolvimento das ações humanas, passou
a ser o foco de muitas marcas que verdadeiramente compreenderam a importância
da responsabilidade ecológica, energética e social. Os consumidores também estão mais atentos
a essas questões, exigindo das companhias uma atuação coerente e genuinamente engajada com
a causa. Já não basta mais desenvolver um produto inovador, antes, é fundamental pensar nos
processos e materiais utilizados para viabilizá-lo, assim como nos impactos que ele pode causar
em longo prazo. Adaptar processos e articular novos recursos para contemplar a tão
falada Sustentabilidade, sem dúvida alguma, não é uma tarefa fácil. É preciso uma mudança
não só de atitude, como também a adaptação de toda a cultura organizacional, além de
investimentos consistente em pesquisas, infraestrutura, tecnologia e métodos de gestão.
3. Metodologia
Trata-se de uma revisão bibliográfica, reunindo o material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos de revistas e/ou periódicos e através de bases de
dados eletrônicos, que abordam o tema em questão. Desta maneira, coletou-se e selecionou-se
material escrito por profissionais que versaram sobre assuntos pertinentes aos temas centrais de
análise, a exemplo da evolução dos espaços corporativos, humanização, a importância da
Arquitetura nos espaços corporativos.
Apresenta uma abordagem humanista por preocupar-se com o bem-estar dos funcionários que
estão envolvidos diretamente com a produção da Empresa e é do tipo exploratória pois visa
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito.
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Classifica-se ainda como descritiva, porque observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou
fenômenos da própria realidade, sem manipulá-los.
4. Conclusão
A busca por melhores resultados e os desafios do mundo dos negócios fazem parte dos
objetivos das organizações. Entretanto, o indivíduo passa a ganhar destaque nesse cenário, não
só como partícipe, mas como ser atuante, integral e necessário. Este indivíduo é aceito e quisto
pela organização, que acolhe e respeita sua condição humana e a subjetividade que o
acompanha. Afinal, é ele a pessoa capaz de atender e interagir de forma humanizada com os
clientes internos e externos das organizações. Humanizar as relações é atuar nesta aproximação,
sem desacreditar na tecnologia. Capacitar e possibilitar que este grande patrimônio possa
contribuir com o que tem melhor, atuando em equipes de grande desempenho, gerando lucros e
aumentando receitas tem sido o grande diferencial competitivo das organizações.
A Arquitetura Corporativa tem um importante e fundamental papel na obtenção dos resultados
gerais das empresas. Cabe ao profissional da arquitetura conceber um projeto dinâmico,
pensando no hoje e prevendo prospecções futuras, que atenda as necessidades da corporação,
ao mesmo tempo em que cria um espaço estimulante, confortável, voltado e desenvolvido para
o bem estar dos funcionários. A boa relação entre empresa, ser humano, espaço laboral é uma
fator decisivo no alcance se resultado satisfatórios para manter a corporação competitiva no
mercado.
Conclui-se que o projeto arquitetônico corporativo deve aliar a imagem institucional da
empresa a fatores como humanização, bem estar, conforto, gerando ambientes esteticamente
agradáveis, fisicamente estimulantes e dinâmicos, auxiliando no desempenho da atividade
laboral e sendo visto como um importante diferencial competitivo.
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