Apresentação para décimo primeiro ano de 2012 3, aula 61-62
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Vizinha de mimAdjetivo/Nome
Avizinhou-se de mim verbo complemento oblíquo
Moras em Cabul?
complemento oblíquo
Que fazes em Cabul? *Moro.
Os estores da minha casa foram estragados pela ventania.
agente da passiva
[Ativa:] A ventania estragou os estores da minha casa.
Em Miranda do Douro come-se boa carne.
modificador
Que se faz em Miranda do Douro? Come-se boa carne.
O Salvador é o último português sem telemóvel.
predicativo do sujeito
Comi anteontem uma costeleta de gato excelente.
modificador
Que fizeste anteontem? Comi uma costeleta de gato excelente.
O Alípio foi ali e já vem.
complemento oblíquo
Que fez o Alípio ali? *Foi.
Iracema mentiu a Jesuíno.
complemento indireto
Iracema mentiu-lhe.
Na livraria vendem carapaus.
complemento direto
Na livraria vendem-nos.
vendem + os
vendem-nos
dão + a
dão-na
faz+os = fá-los
pus + o = pu-lo
cantar + as = cantá-las
Ontem passei por ela.
complemento oblíquo
*Que fizeste por ela? Passei.
Regressaste da Líbia.
complemento oblíquo
* Que fizeste da Líbia? Regressei.
O Ulisses põe o livro na estante.
complemento oblíquo
*Que faz o Ulisses na estante? Põe o livro.
Todas estas funções (complementos direto, indireto, oblíquo, agente da pas-siva, predicativos do sujeito e do comple-mento direto, modificador do grupo verbal) integram o Predicado.
Mais mecanismos para identificar outras funções sintáticas
– Sujeito / Predicado (mudar número do sujeito e ver se afeta flexão do verbo)
– Sujeito / Predicativo do sujeito (concordam)
– Complemento direto / Predicativo do complemento direto (concordam)
Verbos copulativos (os que pedem predicativo do sujeito)
Ser
Estar
Parecer
Ficar
Continuar
Permanecer
Tornar-se
Revelar-se
Sinto-o nos meus dedos,
Sinto-o nos meus pés,
o = complemento direto (cujo referente são os versos 4-7; trata-se, portanto de uma catáfora).
[eu] (subentendido) = sujeito
O amor anda à minha volta,à minha volta = complemento oblíquo
O Natal está à minha volta,à minha volta = predicativo do sujeito
E o sentimento cresce,
sentimento = sujeito
cresce = predicado
Está escrito no vento,
escrito no vento = predicativo do sujeito
está escrito no vento = predicado (nominal)
Está onde quer que vá.
Por isso, se gostam do Natal,
Deixem nevar.
do Natal = complemento oblíquo
O título da crónica {género jornalístico} de Ricardo Araújo Pereira, «Este país não é para corruptos», faz alusão a um filme, Este país não é para velhos. No entanto, o filme trata de um negócio que falha, enquanto que o suborno pensado por Domingos Névoa foi oferecido mesmo, ainda que se tenha depois concluído que não era passível de criminalização, tendo o arguido sido absolvido. Névoa não foi condenado porque, segundo o tribunal, o político
que recebera o dinheiro não era a pessoa indicada para resolver o subornador pretendia. Podemos dizer que Névoa, além de desonesto, foi incompetente, mas o que é certo é que foi isso que o ilibou.
Ricardo Araújo Pereira traça depois uma analogia entre o disposto nesta sentença e casos hipotéticos de crimes mais graves cujo autor tivesse errado, sem querer, no exato destinatário da malvadez. No último parágrafo, o cronista, pontuando o texto com figuras de estilo
que visam a caricatura — ironia («nobre título»); paradoxo/antítese («ilegalidade ilegal» que é legal; trocadilhos com lugares comuns («não é corrupto quem quer», «isto não é corrupção que se apresente») —, acaba por se centrar na crítica que sempre pretendeu valorizar e que nem se foca tanto na corrupção, mas antes no exagerado formalismo da administração da justiça ou na conceção caprichosa da legislação.
Quanto ao primeiro parágrafo, aproveita-se muito o conceito predicável do «Sermão de Santo António», «Vós sois o sal da terra». Como um dos elementos da metáfora, o sal, significa ‘conservação’, o autor experimenta trocá-lo por outros meios mais modernos de preservar os alimentos, a arca frigorífica ou a pasteurização, porque, conforme alega, atualmente já se sabe que o sal provoca hipertensão. Antes disso, considerara ser Portugal um país
em salmoura (‘água com muito sal’), por não se manifestar cá nenhum resquício de corrupção. É esta assunção (irónica, já se vê) que, mais do que a intertextualidade com o filme, vem justificar o título.
Este país não é para corruptos.
Portugal é um país em Salmoura.
Ora aqui está um lindo decassílabo que só por distração dos nossos poetas não integra um soneto que cante o nosso país como ele merece.
Vós sois o sal da terra.
Na altura de Cristo não era ainda conhecido o efeito de sal na hipertensão…
TPC — Continua a ler Os Maias.
(No CRE, segundo o que pesquisei no catálogo, há uns cinco exemplares
requisitáveis: a cota é 82P-3/QUE/MAI.)