Apresentação do sindasp aos secretários
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SISTEMA PENITENCIÁRIO: OS DESAFIOS DA GESTÃO GOVERNAMENTAL NAPERSPECTIVA DA CONSTRUÇÃO DE UM SISTEMA PENITENCIÁRIO FORTE,ESTRUTURADO E QUE CUMPRA O SEU PAPEL SOCIAL.
Sindicado dos Agentes e Servidores no Sistema Penitenciário do Estado de Pernambuco.
SINDASP
APRESENTAÇÃO EFETUADA PELA DIRETORIA DO SINDASP AOS
SECRETÁRIOS DA SDSDH e SERES (24 e 25/01/2011)
1. CONFIGURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PRISIONAL NO ESTADO DE PERNAMBUCO
Governo do Estado -
Executivo
SDSDH
SERES
O Sistema Penitenciário
Pernambucano está, atualmente,
organizado a partir dos seguintes
níveis administrativos:
a) Governo do Estado (Executivo) –
Nível Estratégico;
b) Secretaria de Desenvolvimento
Social e Direitos Humanos –
Nível Tático, e;
c) Secretaria Executiva de
Ressocialização – Nível
operacional
SINDASP
1. CONFIGURAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PRISIONAL NO ESTADO DE PERNAMBUCO
Governo (Executivo) / Nível Estratégico – Determina e planeja a política prisional do Estado, estabelecendo as diretrizes, objetivos e metas a serem atingidas no sistema Penitenciário.
SDSDH / Nível Tático – Distribui e controla as ações necessárias visando o cumprimento das diretrizes, objetivos e metas definidas pelo Executivo (Nível Estratégico).
SERES / Nível Operacional – Planeja e executa as ações a si distribuídas, visando garantir a consecução dos objetivos e metas estabelecidos em Nível estratégico, sob o controle do Nível Tático.
Por conseguinte, o
SINDASP entende que há 03
(três) respectivas esferas de
interlocução.
Estas esferas estão,
evidentemente, interligadas,
havendo diversos pontos de
interseção entre elas. No
entanto, a clareza no envio da
demanda compatível com o
nível administrativo pertinente
economizará o tempo de todos
e tenderá a ser mais agilmente
mediada, sendo seu resultado
(positivo ou negativo) mais
rapidamente conhecido; o que
possibilitará eficiência na
tomada de decisão da categoria
acerca da reação mais
compatível com as respostas
aos seus pleitos.
SINDASP
SINDASP
Em nível tático: propõe a mais
eficiente distribuição das ações; fiscaliza e
controla tal distribuição, sua efetividade, sua eficiência, etc.
Em nível estratégico: propõe a política e as diretrizes a partir da perspectiva e das
expectativas da praxe profissional; fiscaliza e controla o estabelecimento dos objetivos e
metas, a fim de adequar-lhes ou corrigir-lhes, de acordo com o interesse profissional e social.
Em nível operacional: participa, através de proposições diretas, do planejamento das ações operacionais, fiscaliza e controla a execução das ações,
a efetivação das diretrizes e a
consecução dos objetivos e das
metas.
2. O PAPEL DO SINDASP EM RELAÇÃO ÀS ESFERAS ADMINISTRATIVAS
GOVERNAMENTAIS
Há, então, para
cada nível administrativo
uma esfera de
interlocução do SINDASP
e, para cada uma dessas
esferas, um conjunto de
ações específicas a
serem desenvolvidas
pelo SINDASP.
Entretanto, no
rol dessas ações, existe
um conjunto comum às
três esferas: a
fiscalização e o controle.
SINDASP
2. O PAPEL DO SINDASP EM RELAÇÃO ÀS ESFERAS ADMINISTRATIVAS
GOVERNAMENTAIS
P
DC
APlan - Planejar
Do – Fazer /
executarcheck – Controlar
Act – Ação (corretiva)
FISCALIZAÇÃO E CONTROLE,
enquanto atribuições políticas do
SINDASP frente às esferas
administrativas do Sistema Penitenciário,
devem ser entendidos como
componentes de uma das etapas
fundamentais do desenvolvimento de
qualquer atividade gestora. É nessa
etapa (controle) que se averigua se o que
foi Planejado está sendo Executado de
acordo com o planejamento. Sem o
Controle, não serão possíveis Ações
Corretivas a fim de se restabelecer o
planejado ou, até, a indicação da
necessidade de um novo planejamento.
Neste sentido, o SINDASP
exerce, de fato, o imprescindível papel de
“auditoria externa” (controle externo) em
todas as fases de desdobramento de
todos os níveis administrativos do
Sistema Penitenciário.SINDASP
3. UM BREVE RELATO SOBRE A ATUAL CONJUNTURA
Governo do Estado -
Executivo
SDSDH
SERES
Nos últimos quatro anos o Sistema
Penitenciário foi, de fato, “desadministrado”.
Em nível estratégico,
estabeleceram-se diretrizes e objetivos que
nunca foram efetivados: por este motivo,
também, nunca foram substantivados em
metas (vide o PESP/2007 – “Pacto Pela
Vida” e seu programa para o Sistema
Penitenciário, jamais materializado);
Em nível tático, a consistente
influência política, somando-se à ausência do
estabelecimento de claras e objetivas
ferramentas de controle (como, por exemplo,
Índices de Desempenho), produziu a quase
que completa alienação da SDSDH em
relação ao Sistema Penitenciário;
E, finalmente, em nível
operacional, sem diretrizes e objetivos
efetivos, sem metas definidas e sem nenhum
controle institucional, este apenas poderia
produzir a aludida “desadministração”.
SINDASP
4. ALGUNS PROBLEMAS ADVINDOS DA “DESADMINISTRAÇÃO” DO SISTEMA
PENITENCIÁRIO
•Ausência de políticas de Recursos Humanos:
contemporaneamente, é ponto pacífico entre os teóricos
da administração que o maior capital das organizações é
o capital humano. Paradoxalmente, assistimos a 04
(quatro) anos de gestão sem qualquer política de RH. Os
setores “responsáveis” pelo RH referente aos Agentes e
Servidores no Sistema Penitenciário limitaram-se,
apenas e simplesmente, a “arquivar” documentação.
Não temos RHs, temos “arquivos de documentação
pessoal”. O resultado: salário incompatível com o nível
escolar e com a função exercida pelos Agentes
Penitenciários; ausência de pessoal na atividade meio –
demandando a utilização de mão-de-obra carcerária;
ausência de treinamentos, aperfeiçoamentos e
requalificações (formação continuada); evasão funcional
– demandando grande perda de capital intelectual;
invasão funcional (por servidores de outras instituições),
entre outros;
•Ausência de investimento técnico-tecnológico: apenas
para citar um exemplo, enquanto outros órgãos públicos
de menor grau de risco têm um sistema de identificação
de visitantes totalmente informatizado (caso do Tribunal
de Contas, Prefeitura do Recife, entre outros), ainda
praticamos uma identificação completamente
rudimentar dos visitantes das unidades Prisionais;SINDASP
4. ALGUNS PROBLEMAS ADVINDOS DA “DESADMINISTRAÇÃO” DO SISTEMA
PENITENCIÁRIO
•Ausência de sinergia entre as unidades operativas:
de fato, o Sistema Penitenciário tem sido “sistema”
apenas na denominação; nas Unidades Prisionais,
por falta de normatização geral e de ferramentas de
controle e padronização das ações, é visível a
adoção de “práticas domésticas”, isto é, válidas
apenas numa unidade específica e, às vezes,
diferentes até entre os “plantões” dessa mesma
unidade. A ausência de um planejamento geral das
ações, bem como do posterior controle na
implementação dessas, e também a falta de uma
cultura de registro de soluções encontradas, culmina
na aludida falta de sinergia entre as unidades, que,
por vezes, praticam até “culturas” prisionais
diferentes... O mais GRAVE, entretanto, é que
técnicas e recursos são desperdiçados ou
subvalorizados devido a esta ausência de sinergia;
• Irracionalização logística: não há, efetivamente,
uma gestão logística no Sistema Penitenciário.
Recursos logísticos (quando) são distribuídos (o são)
em função da influência política do gerente da
unidade com relação ao gestor do sistema. Deste
modo, equipamentos, consumíveis, veículos, entre
outros, são, comumente, subutilizados, mal-
utilizados ou até, não-utilizados;
SINDASP
5. MAIORES DESAFIOS DA ATUAL GESTÃO DO SISTEMA PENITENCIÁRIO
O QUÊ? COMO? QUANDO? POR QUÊ?
Restabelecer a auto-
estima e a motivação do
profissional de
Segurança
Penitenciária.
A) Fazendo gestões para que o executivo
corrija a distorção salarial em vigor; B)
Criando um programa permanente de
formação continuada; C) Implantando
um sistema de meritocracia para o
preenchimento de funções estratégicas.
A) Imediato;
B) Até 03 meses;
C) Até 03 meses.
Para restabelecer o clima
organizacional de proficiência,
fundamentado na satisfação dos
colaboradores e, assim, garantir a
permanência do capital intelectual do
Sistema Penitenciário.
Elaborar
democraticamente o
Planejamento
estratégico da
Administração Prisional.
Convocando todos os atores (parceiros,
colaboradores, usuários, etc.) do
Sistema Penitenciário para a elaboração
coletiva do Planejamento Estratégico da
Administração Prisional.
Convocação da Plenária
– Imediato;
Finalização do
Planejamento - 02
meses;
Para dar transparência à gestão; para
captar “know-how”, expertise e boas
sugestões oriundas de todos os setores
sociais que se relacionam com o
Sistema Prisional.
Implantar política de
Recursos Humanos
A) Redimensionando os setores “RH”; B)
Estabelecendo o modelo de gestão de
“RH” com: diretrizes, objetivos e metas
compatíveis com o estímulo e a
valorização dos Talentos Humanos no
Sistema Penitenciário;
A) Até 30 dias;
B) Até 02 meses.
Para transformar os “RHs” em
verdadeiros setores de incentivo ao
desenvolvimento pessoal e
profissional, promovendo um ambiente
de crescimento individual e
organizacional.
Estabelecer um “Plano
de Ação” visando a
atualização técnico-
tecnológica
Delegando aos setores competentes a
responsabilidade de propor a
atualização técnico-tecnológica de todos
os processos pertinentes ao Sistema
Prisional.
Delegação : Imediato;
Projeto de Atualização –
Até 03 meses.
Para modernizar os recursos técnico-
tecnológicos do Sistema Prisional,
tornando-o mais eficiente e ágil.
Fomentar o processo de
sinergia entre as
unidades operativas.
A) Reformulando os principais setores
responsáveis pela interação entre as
unidades operativas (SSPEN e RH); B)
Exigindo desse Plano de Ação detalhado
a fim de estabelecer a aludida sinergia
entre as unidades operativas.
A) Até 30 dias;
B) Até 02 meses.
Para evitar a proliferação de diversas
culturas prisionais, para padronizar as
ações no Sistema Penitenciário, para
racionalizar recursos e unificar a
política prisional.
Estabelecer um “Plano
de Ação” visando
racionalizar a operação
logística.
Delegando aos setores competentes a
responsabilidade de propor uma solução
efetiva e eficiente para o apoio logístico
no Sistema Penitenciário.
Delegação : Imediato;
Plano de Ação – Até 15
dias.
Para estabelecer uma linearidade na
disposição e uso dos recursos
materiais do Sistema Penitenciário.
SINDASP
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como pudemos constatar, são
grandes e urgentes os desafios postos à
gestão do Sistema Penitenciário. Sem o
estabelecimento de parcerias estratégicas,
o trabalho em questão se afigura quase
impossível.
É a partir deste entendimento
que os Agentes e Servidores no Sistema
Penitenciário, através do SINDASP, se
apresentam como PARCEIROS para a
construção de um sistema penitenciário
forte, estruturado e que cumpra o seu
papel social; que valorize as pessoas,
dinamize os processos e racionalize os
recursos; com responsabilidade social, na
perspectiva da construção de um
Pernambuco mais justo e humano.
SINDASP