Apostila_Profissionais_2012 - Fundacentro
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APOSTILA DO CURSO SOBRE AVALIAO
DA EXPOSIO OCUPACIONAL DOS TRABALHADORES NO SETOR DE
FUNDIO E MEDIDAS DE CONTROLE Pblico-alvo: Profissionais da rea de Segurana e Sade no Trabalho preferencialmente que atuem nas empresas de fundies.
Docente(s): Joo Apolinrio da Silva, Engenheiro Qumico e de Seg. do Trabalho Lnio Srvio Amaral, Engenheiro de Minas e de Seg. Trabalho Norma C. do Amaral, Tecnloga em Gesto Ambiental e Tcnica de Seg. Trab.
Curitiba/PR
27, 28 e 29 de novembro de 2012
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01 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle
SUMRIO
AVALIAO QUALITATIVA DE RISCOS AMBIENTAIS
E PRIORIZAO DE AES........................................
02
EXPOSIO OCUPACIONAL AOS RISCOS FSICOS
EM FUNDIES..........................................................
48
EXPOSIO OCUPACIONAL AOS RISCOS QUMICOS
EM FUNDIES..........................................................
74
MEDIDAS DE CONTROLE........................................... 92
SITES IMPORTANTES................................................. 110
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Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle 02
AVALIAO QUALITATIVA DE RISCOS
AMBIENTAIS E PRIORIZAES DE AES
OBJETIVO: Apresentar e discutir estratgias e ferramentas
para o processo de avaliao de riscos em locais
de trabalho.
DOCENTE: NORMA CONCEIO DO AMARAL
Tecnloga em Gesto Ambiental
FUNDACENTRO - So Paulo
E-mail: [email protected]
Texto base: Gilmar da Cunha Trivelato Pesquisador da FUNDACENTRO/MG
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03 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle
SUMRIO
1 INTRODUO 04
1.1 Conceito de risco.................................................... 04
1.2 Princpios bsicos da avaliao de risco...................... 05
2 OBJETIVOS DO RECONHECIMENTO DE RISCOS................. 08
3 ALTERNATIVAS METODOLGICAS PARA AVALIAO
QUALITATIVA DE RISCOS E PRIORIZAO DE AES........
09
3.1 Estratgia proposta pela AIHA................................... 09
3.2 Estratgia proposta pela norma BS 8800.................... 12
4 PROPOSTA DE UMA ABORDAGEM DE AVALIAO
QUALITATIVA DE RISCOS PARA ADEQUAO NR 9 E NR 7
14
4.1 Exigncias legais e aspectos gerais da proposta........... 14
4.2 Principais etapas da proposta de reconhecimento e
avaliao qualitativa de riscos........................................
17
4.3 Operacionalizao da proposta.................................. 26
5 CONCLUSES.............................................................. 32
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS...................................... 33
ANEXO A Formulrio 1 Inspeo preliminar das condies de
trabalho..............................................................
34
ANEXO B Formulrio 2 Caracterizao bsica da unidade...... 37
ANEXO C Formulrio 3 Ficha de identificao e avaliao de riscos.................................................................
40
ANEXO D Formulrio 4 Proposta de soluo......................... 44
ANEXO E Identificao e avaliao de outras No-Conformidade
com as NRs.........................................................
46
Norma C. Amaral- Fundacentro/SP
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Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle 04 1. INTRODUO
1.1 Conceito de risco
Em ingls temos duas palavras - risk e hazard - que expressam conceitos diferentes mas que em portugus no encontramos termos equivalentes, sendo na maioria das vezes traduzidas como risco. Recentemente o termo hazard vem sendo traduzido em lnguas latinas como perigo, ou fator de risco ou mesmo situao de risco.
Na maioria dos textos tcnicos brasileiros na rea de segurana e sade no trabalho, assim como na legislao, o termo risco tem sido usado tanto no sentido de hazard como de risk, o que tem resultado atualmente numa enorme confuso conceitual. Na nossa abordagem utilizaremos a denominao fator de risco ou situao de risco com o mesmo sentido que dado na literatura inglesa ao termo hazard e risco quele dado ao termo risk.
Adotaremos a definio de RISCO como sendo a possibilidade de perda ou dano e a probabilidade de que tal perda ou dano ocorra (Covello e Merkhofer, 1993; BMA, 1987), ou ainda .
uma medida da probabilidade e magnitude de conseqncias adversas, incluindo agravos (leso), doena ou perda econmica( KOLLURO, 1996)
Por essa definio percebemos que o conceito de risco bi-dimensional e representa: (1) a possibilidade de um efeito adverso; (2) a incerteza da ocorrncia, distribuio no tempo ou magnitude do resultado adverso.
A possibilidade de um efeito adverso somente existir se algum estiver exposto a um fator de risco, perigo ou uma situao risco - que tenha o potencial de causar tal efeito.
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05 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controles
Adotaremos a definio de fator de risco como sendo uma condio ou um conjunto de circunstncias que tem o potencial de causar um efeito adverso (BMA,1987). Esse efeito adverso pode ser : mortes, leses, doenas ou danos propriedade ou ao meio ambiente. Um fator de risco pode ser uma condio necessria para a manifestao do dano (ex. poeira respirvel de slica para ocorrncia de silicose), ou apenas contribuir para que isso ocorra (ex. falta de treinamento).
Risco um conceito formal e no um observvel, enquanto fator de risco ou situao de risco um conceito concreto, e portanto observvel.
Os fatores de risco, quanto sua natureza, podem ser classificados como:
a) Ambiental
Fsico ( alguma forma de energia - ex.: rudo, vibrao, radiaes ionizantes ).
Qumico (substncias - ex.: poeiras, gases, nvoas, fumos, solues irritantes).
Biolgico (microorganismos patognicos ex.: fungos, bactrias, vrus, protozorios).
b) Situacional (instalaes, ferramentas, equipamentos, materiais e operaes)
c) Humano ou comportamental (ao ou omisso ex.: aes gerenciais)
1.2 Princpios bsicos da avaliao de riscos
A partir dos conceitos expostos podemos afirmar que reconhecer os riscos significa identificar no ambiente de trabalho fatores ou situaes com potencial de dano, isto , identificar a possibilidade de dano. Avaliar o risco qualitativamente significa estimar a probabilidade e a gravidade do dano, o nvel de risco e julgar se o nvel de risco tolervel, apontando as opes de controle ou a necessidade de avaliaes aprofundadas para melhor caracterizar o risco.
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Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controles 06
De outra forma podemos dizer que reconhecer e avaliar os riscos implica em responder s perguntas relacionadas abaixo.
RECONHECIMENTO DOS RISCOS
Que fator ou fatores de risco (agentes, situaes ou condies) esto presentes no ambiente de trabalho que apresentam o potencial de causar danos sade ou ameaar a integridade fsica dos trabalhadores? (IDENTIFICAO DOS FATORES DE RISCO)
Quais so os danos ou efeitos adversos potenciais? (DANOS POTENCIAIS)
Qual a populao exposta a esses fatores de risco? Quais so as condies de exposio? (CARACTERIZAO DAS EXPOSIES)
Que medidas de controle existem para reduzir a exposio ou a probabilidade da ocorrncia desses efeitos adversos? Essas medidas so adequadas?
(IDENTIFICAO DOS CONTROLES ATIVOS ou FATORES DE SEGURANA)
ESTIMATIVA E AVALIAO DOS RISCOS Qual a probabilidade de que os danos ou efeitos adversos se
materializem em um determinado perodo? Qual a magnitude ou gravidade do dano? Qual o nvel de risco? O risco aceitvel ou tolervel?
A estimativa do grau ou nvel de risco resultado da combinao da estimativa da probabilidade da ocorrncia dos danos e a da estimativa da gravidade dos mesmos.
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07 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controles
A estimativa de risco pode ser resumida na expresso:
Risco = Probabilidade X Gravidade do dano
O grau de risco pode ser estimado qualitativamente a partir da atribuio de ndices para a probabilidade de ocorrncia do acidente ou exposio e de ndices relacionados com a magnitude e intensidade dos danos potenciais sade humana.
No caso de acidentes de trabalho o ndice de probabilidade poder ser atribudo com base em julgamento profissional tendo-se em vista:
a) a freqncia de acidentes ocorridos na empresa com comunicao formal (emisso de CAT).
b) a freqncia de acidentes ou quase-acidentes ocorridos na empresa registrados formalmente ou no.
c) a freqncia de acidentes ocorridos em situaes anlogas registrados na literatura tcnica ou boletins estatsticos.
A probabilidade de ocorrncia de acidentes tambm poder ser estimada tendo-se em vista a medida preventiva existente e sua eficcia, avaliada pela sua adequao e manuteno em boas condies de funcionamento. Atribui-se um ndice menor para situaes de risco onde existirem medidas de controle adequadas e ndices altos quando as medidas preventivas estiverem ausentes ou reconhecidamente inadequadas.
No caso de doenas, a probabilidade pode ser estimada pelo grau de exposio (no sentido de dose). Quanto maior a exposio, maior a probabilidade de ocorrncia do efeito adverso sade. A exposio pode ser estimada levando-se em conta os seguintes fatores:
a) vias de exposio (no caso de agentes qumicos ou biolgicos): inalao, contato com a pele ou olhos e ingesto.
b) intensidade da exposio;
c) durao da exposio;
d) freqncia da exposio.
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Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controles 08
No caso de contaminantes ambientais (materiais ou energia) pode-se utilizar medies de carter exploratrio da emisso ou nvel de concentrao ou intensidade ambiental para uma estimativa qualitativa mais precisa.
Para a estimativa da exposio a contaminantes atmosfricos e ao rudo recomenda-se no levar em conta a utilizao de equipamentos de proteo individual (protetor respiratrio ou auricular), uma vez que so os ltimos recursos na hierarquia das medidas de controle que podem ser adotados.
O contato acidental de produtos qumicos com a pele e os olhos, ou ainda a ingesto, devem ser tratados em termos de probabilidade de ocorrncia desses eventos, isto , como acidentes ou exposies acidentais.
Para estimar a gravidade do dano pode-se atribuir um ndice relacionado com o potencial do agente causar danos sade ou com a magnitude e intensidade das conseqncias do acidente. Efeitos leves e reversveis recebem ndices baixos e efeitos srios irreversveis ou fatais recebem ndices altos.
A avaliao final do risco (grau de risco) significa chegar a um ndice que represente tanto a probabilidade como a gravidade do dano. Implica tambm em julgar se o risco estimado tolervel ou no. Tolervel nesse contexto significa que o risco foi reduzido ao nvel mais baixo razoavelmente praticvel (BS 8800).
2. OBJETIVOS DO RECONHECIMENTO DE RISCOS
O reconhecimento e avaliao qualitativa dos riscos dever atender no mnimo aos seguintes objetivos:
fornecer elementos para elaborao de um programa de preveno no caso o PPRA, priorizando situaes onde so necessrias avaliaes aprofundadas (ex. quantificao das exposies) e a adoo de medidas de controle.
fornecer dados para a elaborao do Programa de Controle Mdico de Sade Ocupacional (PCMSO), e neste caso deve-se elaborar uma matriz das funes (ou grupos homogneos de riscos) X fatores de risco.
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09 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controles
O levantamento pode ter fins mais especficos, como por exemplo, definir a estratgia de avaliao da exposio a um determinado fator de risco.
3. ALTERNATIVAS METODOLGICAS PARA AVALIAO
QUALITATIVA DE RISCOS E PRIORIZAO DE AES
Existem vrias propostas metodolgicas para se efetuar o reconhecimento de riscos, seguida de avaliao preliminar de carter qualitativo. Destacamos duas abordagens que consideramos representativas.
3.1. Estratgia proposta pela AIHA
A American Industrial Hygiene Association (AIHA, 1991) prope uma estratgia que constitui o paradigma dominante em Higiene Ocupacional de estratgia para a avaliao das exposies a agentes estressores ambientais, principalmente para fins de se verificar a conformidade com padres tcnicos ou legais. O esquema bsico dessa estratgia est representado no diagrama da figura 1.
O esquema bsico proposto pela AHIA pressupe uma caracterizao bsica: do ambiente e processo de trabalho, dos agentes estressores e da fora de trabalho. A partir dessa caracterizao busca-se definir grupos homogneos de risco (em funo dos objetivos da avaliao a ser feita e caractersticas do ambiente e processo de trabalho), seguida de uma avaliao qualitativa para fins de se priorizar quais exposies sero monitoradas.
A avaliao qualitativa feita atravs da atribuio de ndices de uma escala de 0 a 4 para estimar a exposio (ver tabela 1) e ndices tambm de uma escala de 0 a 4 para estimar os efeitos dos agentes estressores (tabela 2). A prioridade de avaliao estabelecida a partir da combinao dos dois ndices, por julgamento profissional utilizando-se do grfico apresentado na figura 2.
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Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle 10
A prioridade estabelecida por esta metodologia representa na prtica uma avaliao do risco. Pode ser utilizada tambm para priorizao de adoo de medidas de controle quando elas no existem ou so reconhecidamente inadequadas. Na realidade, nessa abordagem da AIHA est pressuposto que no ambiente ou processo de trabalho j existe algum tipo de controle ativo, e a finalidade bsica da avaliao da exposio verificar se esse controle eficaz, comparando-se os valores obtidos com os limites de exposio estabelecidos tcnica ou legalmente.
Incio
CaracterizaoBsica
AvaliaoQualitativado Risco ePriorizao
Monitorizaoda
Exposio
Interpretao eTomada de
deciso
Necessi-ta
maisdados
Recomenda-es e
relatrios
Modificacontroles e
procedimentos
ReavaliaoInaceitvel
Aceitvel
Figura 1 - Esquema bsico para estratgia de avaliao de exposio proposto pela
AIHA
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11 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle
Tabela 1 - Gradao qualitativa da exposio
Categoria Descrio 0 No h exposio Nenhum contato com o agente ou contato
improvvel.
1 Exposio a nveis
baixos Contatos infreqentes com o agente.
2
Exposio moderada
Contato freqente com o agente a baixas
concentraes ou infreqentes a altas
concentraes.
3 Exposio elevada
Contato freqente com o agente a altas
concentraes.
4 Exposio
elevadssima
Contato freqente com o agente a concentraes
elevadssimas.
Tabela 2.- Gradao qualitativa dos efeitos
Categoria Descrio
0 Efeitos reversveis de pouca importncia ou no so
conhecidos ou apenas suspeitos.
1 Efeitos reversveis preocupantes.
2 Efeitos reversveis severos e preocupantes.
3 Efeitos irreversveis preocupantes
4 Ameaa vida ou doena/leso incapacitante.
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Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle 12
ndi
ce d
o ef
eito
Baixo(1)
0 1 2 3 4
4
3
2
1
0
ndice da probabilidade ou exposio
Esquema Qualitativo de Graduao de Risco
Muito alto(4)
Alto(3)
Moderado(2)
Trivial(0)
Figura 2
3.2. Estratgia proposta pela norma BS 8800
A norma britnica - BS 8800 SISTEMAS DE GESTO EM SEGURANA E SADE OCUPACIONAL, cogitada para se transformar na ISO 18000, prope as seguintes etapas para o processo de avaliao de riscos:
Classificar as atividades de trabalho
Identificar os fatores de risco ou perigos
Determinar os riscos
Decidir se os riscos so tolerveis
Preparar plano de ao para controle dos riscos (se necessrio)
Analisar criticamente a adequao do plano de ao
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13 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle
Para realizar o levantamento sugere a utilizao de um formulrio contendo os seguintes itens:
Atividade de trabalho
Perigos ou fatores de risco
Controles ativos
Pessoal sujeito a riscos (expostos)
Probabilidade de dano
Gravidade de dano
Nveis de risco
Ao a ser tomada aps a avaliao
Detalhes administrativos (ex. Nome do avaliador, data, etc.)
A estimativa do risco determinada a partir das estimativas da gravidade potencial do dano (GD) e da probabilidade de que o dano ocorra (PO), de acordo com a Tabela 3. A partir dessas categorias de riscos as aes so priorizadas.
Tabela 3 - Estimativa dos nveis dos riscos segundo a BS 8800
Levemente prejudicial
Prejudicial Extremamente prejudicial
Altamente
improvvel
RISCO TRIVIAL
RISCO TOLERVEL
RISCO MODERADO
Improvvel
RISCO TOLERVEL
RISCO MODERADO
RISCO SUBSTANCIAL
Provvel
RISCO
MODERADO RISCO
SUBSTANCIAL RISCO
INTOLERVEL
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Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle 14
Todo o processo de avaliao qualitativo, sem a utilizao de instrumental, a no ser um bom par de olhos e habilidade de conversar com pessoas. Somente nos casos de situaes de risco moderado ou substancial podero ser necessrias avaliaes quantitativas das exposies a agentes ambientais para melhor estimativa do risco.
4. PROPOSTA DE UMA ABORDAGEM DE AVALIAO QUALITATIVA
DE RISCO PARA ADEQUAO NR 9 E NR 7.
4.1. Exigncias legais e aspectos gerais da proposta
De acordo com a NR 9 o reconhecimento de risco dever abranger os seguintes itens:
A sua identificao.
A determinao e localizao das possveis fontes geradoras.
Identificao das possveis trajetrias e dos meios de propagao
dos agentes no ambiente de trabalho.
Identificao das funes e do nmero de trabalhadores expostos;
A caracterizao das atividades e do tipo de exposio.
A obteno de dados existentes na empresa, indicativos do possvel
comprometimento da sade decorrente do trabalho.
Os possveis danos sade relacionados aos riscos identificados,
disponveis na literatura tcnica.
A descrio das medidas de controle j existentes.
No entanto, isto no significa que do ponto de vista metodolgico o reconhecimento de riscos deva ser realizado na ordem em que esto enumerados. necessrio definir um mtodo para obter os dados acima e sistematiz-los adequadamente.
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15 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle
Alm disso, se o levantamento incluir aspectos de segurana e fatores
ergonmicos, os itens relacionados na NR 9 no necessariamente se
aplicam a todos as situaes de risco.
Sugerimos que o processo de avaliao de riscos no se limite
aos riscos relacionados com a exposio a agentes qumicos,
fsicos e biolgicos como prev a NR 09. No contexto do
processo global de avaliao de riscos em uma empresa,
recomendvel a utilizao dos mesmos procedimentos e
critrios para avaliar riscos, a totalidade de situaes de risco
e priorizar aes.
Tomando por base as propostas j mencionadas, e as consideraes
acima, propomos uma abordagem metodolgica para avaliao de riscos e
priorizao de aes, que pode atender s exigncias da NR 9 e ser
adequada nossa realidade, considerando as poucas empresas
prestadoras de servios na rea de sade e segurana do trabalho, a falta
de laboratrios com metodologias analticas adequadas e o elevado custo
desses servios, para se estimar quantitativamente os riscos.
O esquema geral adotado semelhante ao proposto pela AIHA e est
representado na figura 3.
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Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle 16
Incio
AvaliaoQualitativado Risco ePriorizao
Monitorizaoda
Exposio
Interpretao eTomada de
deciso
Necessi-ta
maisdados
Recomenda-es e
relatrios
Modificacontroles e
procedimentos
Reavaliao
Caracterizao Bsica
Implantao de medidasde controle
Inaceitvel
Aceitvel
Risco grave e bvio
Figura 3 - O esquema indica as outras etapas alm do reconhecimento e avaliao
qualitativa de riscos.
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17 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle
4.2. Principais etapas da proposta de reconhecimento e avaliao qualitativa de riscos
As etapas bsicas de nossa proposta so:
A - Caracterizao geral da empresa e conhecimento de seu funcionamento:
Identificao, instalaes fsicas, plantas ou layout de equipamentos, atividades, nmero de funcionrios, funes existentes, operaes, processos, ciclo ou fluxograma produtivo, organizao e aes da empresa na rea.
B - Levantamento de dados preliminares sobre sade e segurana que auxiliem na identificao e avaliao dos riscos:
- treinamentos realizados e periodicidade.
- dados disponveis na literatura sobre os riscos relativos aos processos existentes.
- acidentes e doenas ocupacionais registrados na empresa. - levantamentos anteriores realizados. - dados sobre a percepo de riscos dos trabalhadores. - aes da fiscalizao. - aes existentes na rea de SST e avaliao da cultura da empresa nessa rea.
C. Definio de uma estratgia para avaliao dos riscos
Com base nos dados obtidos nas etapas A e B , define-se a estratgia mais adequada para o reconhecimento de riscos. Permite tambm estabelecer quais os setores devero ser investigados com maior profundidade e detalhamento, e quais setores envolvem riscos triviais ou tolerveis que podero ser considerados apenas se houver demanda concreta.
Dependendo da dimenso da empresa e da complexidade dos processos e operaes, do arranjo fsico e da organizao do trabalho, define-se as unidades de anlise que podem ser: processos, operaes, setores ou postos de trabalho onde os funcionrios esto aproximadamente expostos s mesmas situaes de risco.
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Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle 18
Tais unidades de anlise no se equivalem necessariamente ao conceito de grupo homogneo de risco adotado pela AIHA. Trata-se de unidades de anlise que facilitem o gerenciamento posterior dos riscos e a atribuio de responsabilidades pelas aes a serem definidas.
Na maioria dos casos as unidades de anlise mais recomendveis so setores que renem trabalhadores com atividades semelhantes ou correlatas e que tenham um nico responsvel na gerncia. Atividades que no so executadas em setores ou postos fixos podem constituir uma unidade de anlise (ex. manuteno no setor produtivo)
D. Caracterizao dos riscos por unidade de anlise (ex. setor ou posto de trabalho)
Para cada unidade deve-se buscar a: (anexo C)
Caracterizao do ambiente e processo de trabalho, isto , a descrio fsica do posto ou setor e das atividades, tarefas, materiais usados, equipamentos existentes no local, bem como as condies ambientais gerais e instalaes.
Caracterizao da fora de trabalho - enumerao e descrio de funes, organizao do trabalho, horrio e jornada.
Outras observaes relevantes para avaliao dos riscos ou aes preventivas.
E. Identificao e avaliao qualitativa dos riscos para cada atividade/tarefa ou aspecto considerado da unidade de anlise (setor, rea, posto de trabalho, funo, etc.)
A identificao e avaliao qualitativa dever apontar para cada item (tarefa, atividade, ou aspecto do presente no posto de trabalho/setor- anexo D)
As situaes de risco (agentes ou fatores de risco, com identificao das fontes, trajetrias de propagao de agentes, condies de exposio).
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19 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle
Medidas de controle existentes e o grau de adequao ou eficcia
das mesmas (controles ativos).
As conseqncias ou efeitos adversos potenciais para cada fator
de risco (danos).
Populao exposta (funo e nmero de expostos).
A avaliao qualitativa dever indicar:
Categoria ou ndice que corresponda gravidade do efeito.
Categoria ou ndice de probabilidade do acidente ocorrer ou a gradao da exposio ao fator de risco (intensidade, durao e freqncia).
O nvel do risco.
Pode-se utilizar tanto os critrios estabelecidos pela norma BS 8800 como uma adaptao dos critrios propostos pela AIHA para priorizar a avaliao da exposio (no caso para estimar o nvel de risco).
Se a opo for pelos critrios semelhantes aos usados pela AIHA, atribui-se ndices de 0 a 4 para a exposio (tabela 1) ou probabilidade de ocorrncia do dano (tabela 4 e 5), ndices 0 a 4 para a gravidade do dano no caso de acidentes (tabela 6)ou efeito sade (tabela 2 , da proposta da AIHA) .
A diferena da proposta da AIHA que podemos acrescentar outros critrios mais especficos para estimar os efeitos de ao local de produtos qumicos por contato e efeitos de carcinogenicidade, mutagenicidade e toxicidade para a reproduo (tabela 7 e 8)
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Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle 20
Tabela 4 - Categorias de probabilidade de ocorrncia de acidentes
NDICE CATEGORIA DESCRIO
0 Insignificante Provavelmente no ocorrer.
1 Baixa possvel que ocorra a longo prazo.
2 Mdia possvel que ocorra a mdio prazo.
3 Alta Provavelmente ir ocorrer a mdio
prazo.
4 Muito alta Provavelmente ir ocorrer em um
curto espao de tempo.
Tabela 5 - Categorias de probabilidade de ocorrncia de acidentes em funo da eficincia das medidas preventivas
NDICE CATEGORIA
PROBABILIDADE
DESCRIO DA CONDIO DAS MEDIDAS
PREVENTIVAS
0 Insignificante Muito boa.
1 Baixa Boa
2 Mdia Apresenta pequenos desvios.
3 Alta Apresenta desvios ou problemas
4 Muito alta
Medidas preventivas inadequadas ou
inexistentes
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21 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle
Tabela 6 - Categorias relacionadas s conseqncias do acidente
NDICE OU
GRAU
CATEGORIA CONSEQNCIA
DESCRIO
0 Inexistente O fato ocorrido no implicar em nenhum dano ou efeito adverso.
1 Desprezvel ou Insignificante
Provavelmente no afetar a segurana e a sade das pessoas, resultando em menos de um dia de trabalho perdido, entretanto uma no-conformidade com um critrio especfico.
2 Marginal ou Moderado
Pode causar uma leso ou doena ocupacional de efeitos reversveis de pouca importncia, resultando na perda de dias de trabalho ou danos propriedade irrelevantes.
3 Crtico Pode causar leses severas, doenas ocupacionais severas ou danos significativos propriedade.
4 Catastrfico Pode causar mortes ou perda das instalaes.
Tabela 7 - Categorias de danos potenciais sade para agentes que atuam preponderantemente por contato
NDICE CATEGORIA
DESCRIO
0 Mnimo No irritante de peles, olhos e mucosas.
1 Leve Levemente irritante para peles, olhos e mucosas. Vapores e fumos irritantes em contato com a pele, olhos e membranas mucosas.
2 Moderado Irritante para membranas mucosas, olhos, pele e sistema respiratrio superior.
3 Srio Altamente irritante para membranas mucosas, olhos, pele, sistema respiratrio e digestivo.
4 Severo Efeito custico e corrosivo severo sobre a pele, mucosa e olhos.
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Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle 22
Tabela 8 - Categorias de danos potenciais sade para agentes carcinognicos, teratognicos e mutagnicos
NDICE CATEGORIA DESCRIO 0 Mnimo O agente no considerado um xenobitico. 1 Leve Sem evidncia de carcinogenicidade,
teratogenicidade ou mutagenicidade. 2 Moderado Carcinognico, teratognico ou mutagnico
confirmado somente para animais. 3 Srio Suspeito de ser carcinognico, teratognico ou
mutagnico para seres humanos. 4 Severo Carcinognico, teratognico ou mutagnico
confirmado para seres humanos.
Dada a dificuldade para um profissional no-mdico de classificar em categorias os danos sade, uma outra possibilidade para atribuir um ndice ao potencial de dano sade de agentes qumicos utilizar o limite de exposio ocupacional (TLVs ) de acordo com a tabela 9, adaptada da ACGIH (1992).
Tabela 9 - Categorias de danos potenciais sade
Dano TLVs Limites de exposio propostos pela ACGIH
Potencial Gases e Vapores Ppm
Particulados (nvoa/poeira)
mg/m3
4 Severo 0-10 0-0,1
3 Srio 11-100 0,11-1,0
2 Moderado 101-500 1,1-10
1 Leve acima de 500 acima de 10 Para a finalidade de se atribuir os ndices acima recomenda-se utilizar os valores de limites de exposio ocupacional propostos pela ACGIH atualizados, que so publicados anualmente (ACGIH, 1998)
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23 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle
F. Caracterizao de agentes e fatores de riscos
Simultaneamente etapa anterior, feita a caracterizao para cada agente ou fator de risco considerado relevante (e registrada parte, como apoio), que inclui a relao dos perigos potenciais e dos padres recomendados cientificamente ou estabelecidos na legislao. Esta caracterizao pode auxiliar no processo de comunicao de riscos ou servir de apoio para atividades posteriores de reavaliao dos riscos.
G. Estimativa do nvel de risco
A estimativa do risco feita a partir dos ndices de probabilidade ou exposio e de efeitos ou danos potenciais consultando-se o grfico da figura 2 proposto pela AIHA. conveniente ressaltar que h mais de uma possibilidade de grau de risco para o mesmo conjunto de ndices. H uma margem, portanto para o julgamento profissional atribuir um valor maior ou menor de acordo com outros dados disponveis ou mesmo subjetivos.
Os riscos esto classificados em cinco categorias, em funo do grau atribudo:
Tabela 10 - Categorias de risco
AIHA BS8800
0 Insignificante
ou trivial Trivial
1 Baixo Tolervel
2 Moderado Moderado
3 Alto ou srio Substancial
4 Muito alto ou
Crtico Intolervel
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Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle 24
A tabela 11 apresenta uma interpretao qualitativa do significado dos nveis ou categorias de riscos.
Tabela 11 - Interpretao do grau de risco:
GRAU DE RISCO
SIGNIFICADO
0
Fatores do ambiente ou elementos materiais que no constituem nenhum incmodo ou risco para a sade ou integridade fsica.
1
Fatores do ambiente ou elementos materiais que constituem um incmodo sem ser uma fonte de risco para a sade ou integridade fsica.
2
Fatores do ambiente ou elementos materiais que constituem um incmodo podendo ser de baixo risco para a sade ou integridade fsica.
3
Fatores do ambiente ou elementos materiais que constituem um risco para a sade e integridade fsica do trabalhador, cujos valores ou importncias esto notavelmente prximos dos limites regulamentares.
4
Fatores do ambiente ou elementos materiais que constituem um risco para a sade e integridade fsica do trabalhador, com uma probabilidade de acidente ou doena elevada.
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25 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle
H. Priorizaes de aes
Tabela 12 Critrios para priorizao de aes (avaliaes quantitativas e medidas de controle)
GRAU DE AVALIAO QUANTITATIVA MEDIDA DE PREVENO E
CONTROLE RISCO NECESSIDADE PRIORIDADE NECESSIDADE PRIORIDADE
0 Insignificante
No necessria
-
No necessria.
-
1 Baixo
Necessria para comprovar a eficcia
das medidas de controle
BAIXA
Manter medidas
existentes.
BAIXA
2 Moderado
Necessria para avaliar a eficcia das medidas
de controle
MDIA
Necessria.
MDIA
3 Alto ou srio
Necessria para estimar exposio e verificar necessidade de novas medidas de controle. No necessria para decidir a adoo de medidas de controle
ALTA
-
Necessria
ALTA
4 Muito alto ou
crtico
Necessria para registrar a exposio
excessiva. No necessria para decidir a adoo de medidas de controle
ALTA
-
Necessria, com adoo de
alguma medida em carter imediato
ALTA
com ao imediata
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Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle 26
Para cada situao deve ser indicado a ao necessria de avaliao quantitativa ou implantao, manuteno ou melhoria de medidas de controle.
I- Identificao e a avaliao de outras no-conformidades com as Normas Regulamentadoras
Identificar outros aspectos legais que possam constituir passivo para a empresa, que devem ser considerados na elaborao do plano de ao e fazer a recomendao pertinente. recomendvel a utilizao de listas de verificao para a realizao desse levantamento. (anexo F)
4.3. Operacionalizao da proposta
Os seguintes aspectos devem ser considerados antes do incio do processo de avaliao de riscos e podem interferir significativamente nos resultados:
Quem executar a avaliao de riscos? (equipe ou profissional da empresa , ou profissional externo contratado )
Os executantes da avaliao de riscos possuem a formao adequada para essa tarefa?
Os procedimentos e critrios esto claramente definidos e compreendidos pelos executantes?
Como se dar a participao dos trabalhadores no processo?
Qual o grau de liberdade para se efetuar o levantamento e disponibilidade de tempo?
Qual a dimenso da empresa e complexidade do processo?
Que aes j existem na empresa? H levantamentos anteriores realizados?
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27 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle
Qual a cultura dominante na empresa em matria de gesto de segurana e sade ocupacional?
Os procedimentos bsicos so:
A. Coleta inicial de informaes
Solicitar empresa a disponibilizao de informaes sobre: (entre outras)
Atividades desenvolvidas na empresa - principais e auxiliares;
Plantas da empresa.
Fluxogramas do processo.
Lista de matrias primas e auxiliares, produtos intermedirios e
finais. Se possvel onde so usados e a taxa de consumo.
Fichas de Segurana de Produtos Qumicos; (quando disponveis)
Mquinas e equipamentos existentes.
Estatsticas de acidentes e doenas ocupacionais registrados;
Mapas de riscos elaborados pela CIPA.
Registros dos agentes de fiscalizao.
Relatrios tcnicos de levantamentos de riscos realizados.
Listagem dos funcionrios por funo e setor de atividade.
Se o profissional for externo, por ocasio da coleta das informaes acima, recomenda-se fazer uma visita geral para conhecimento das instalaes da empresa (viso panormica).
B. Pesquisa bibliogrfica
Se o processo no for familiar ao tcnico, este deve estudar
teoricamente o processo recorrendo a enciclopdias tcnicas.
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Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle 28
Levantamento, na literatura tcnica de SST, de informaes sobre
os fatores de riscos potenciais relacionados ao processo ou local de
trabalho (existem livros que relatam os riscos para cada tipo de
processo, ex. Burgess, 1995; Cralley, Enciclopdia da OIT, ou em
peridicos tcnicos).
Conhecimentos disponveis na literatura sobre os efeitos nocivos dos agentes e fatores identificados.
Conhecimentos disponveis na literatura sobre as propriedades fsico-qumicas e toxicolgicas de agentes qumicos.
C. Entrevistas com diretores, gerentes ou encarregados tcnicos e do setor de pessoal
Num primeiro momento deve-se buscar sensibilizar e esclarecer a direo da empresa e todos os envolvidos para o trabalho a ser realizado, explicando as etapas.
Durante as entrevistas levantar dados para caracterizar o processo de trabalho, definir o fluxograma das operaes do ciclo produtivo, identificar as atividades auxiliares, localizar fisicamente todas as atividades e identificar os responsveis.
Com o responsvel pelo setor de pessoal ou recursos humanos obter informaes sobre a organizao geral do trabalho. Com os gerentes e supervisores obter informaes sobre o processo produtivo.
D. Definio da abordagem a ser adotada nas visitas s reas e anlise dos riscos
Com base nos dados obtidos nas etapas A, B e C definir as unidades de anlise de riscos - postos de trabalho, setores, reas, funo ou grupo de funes, operaes ou tarefas - que sejam mais adequadas para cada caso, bem como uma abordagem para realizar as visitas ou inspees.
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29 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle
H trs possibilidades de abordagem para as inspees nos locais de trabalho:
Abordagem geogrfica, isto , seguir atravs das instalaes rea por rea, setor por setor, examinando todos os aspectos ali presentes.
Abordagem por assunto, que pode ser um setor, um posto de trabalho, uma operao, uma funo ou mesmo uma tarefa especfica.
Seguir o processo, isto , seguir o fluxo da linha de produo.
Pode-se ainda recorrer a uma combinao das trs abordagens, o que em termos prticos o que ocorre freqentemente.
E. Inspees nos locais de trabalho
Coletar todos os dados, observando ou entrevistando pessoas, em particular trabalhadores, para fazer a caracterizao do ambiente e processo de trabalho, da fora de trabalho, identificao e avaliao de todos os fatores de risco presentes.
Para o levantamento em campo recomenda-se utilizar, como apoio, listas de verificaes.
Durante as inspees recomenda-se observar e registrar os seguintes aspectos relativos variabilidade do processo:
Ritmo de produo. Freqncia e durao de processos de trabalhos cclicos. Condies anormais de operaes.
Em relao aos funcionrios, recomenda-se obter e registrar dados sobre:
Atividades efetivamente executadas. Queixas e sintomas que possam ser atribudos s exposies. Percepo de riscos dos trabalhadores. Hbitos de higiene pessoal, prticas de limpeza. Revezamento ou rodzio entre os trabalhadores. Mobilidade dos trabalhadores em relao aos setores e postos de
trabalho. Uso de equipamentos de proteo individual. Hbitos pessoais: tabagismo, alcoolismo, uso de drogas, etc.
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Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle 30
Este levantamento poder incluir outros fatores de risco que no sejam os ambientais. recomendvel tambm que o levantamento inclua a identificao de no-conformidades com todas as normas regulamentadoras na rea de Sade e Segurana do Trabalho.
F. Organizar e sistematizar os dados
Para cada posto de trabalho - ou outra unidade de anlise - sistematizar os dados para caracterizar os riscos, fazer a avaliao qualitativa de acordo com os procedimentos e critrios propostos e descritos no item 4.2.
O formulrio que propomos para reconhecimento e avaliao qualitativa dos riscos contm os seguintes campos:
Operao, tarefa ou item analisado (neste caso pode ser um aspecto fsico do ambiente, ex. piso, equipamento, instalao).
Situao de risco - identificao dos agentes e fatores de risco e as condies de exposio. O agente tem que ser claramente identificado (ex. nvoa de cido crmico, gs amnia, radiao infravermelha) e no apontado de forma genrica (ex. produtos qumicos).
Controles ativos - indicao das medidas de controle existentes - de engenharia ou coletivas, de carter administrativo ou uso de EPIs, bem como uma considerao sobre a eficincia dos mesmos.
Danos (conseqncias ou efeitos)- natureza do dano que potencialmente pode ocorrer (quando for vrios, indicar apenas os mais significativos ou graves).
Populao exposta (pessoal sujeito a riscos, quer seja diretamente ou indiretamente) - indicar a funo e o nmero de expostos
Estimativa da probabilidade e gravidade do dano indicar categorias ou ndices de expressem a probabilidade da ocorrncia do evento perigoso ou o nvel de exposio e a gravidade do dano ( numa escala de 0 a 4).
Estimativa do risco (Gradao ou Nveis de Risco).
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31 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle
Aps a avaliao, fazer a identificao das necessidades de avaliaes quantitativas e medidas de controle a serem mantidas ou implantadas, indicando as prioridades. Recomenda-se tambm fazer indicao, do ponto de vista estritamente tcnico, dos prazos necessrios para realizar as avaliaes quantitativas ou implantao das medidas de controle.
Recomenda-se a validao consensual com o pessoal envolvido nas atividades avaliadas.
G. Elaborar relatrio e apresentar empresa (e ao mdico coordenador do PCMSO, se ele no participou diretamente do processo).
Os itens mnimos que devero constar de um bom relatrio so:
Introduo - com indicao do escopo e objetivos do levantamento realizado.
Caracterizao geral da empresa (identificao, endereo, principais atividades, organograma).
Caracterizao do processo de produo, instalaes/arranjo fsico e processo de trabalho.
Metodologia empregada estratgia, recursos e critrios utilizados na identificao e avaliao dos riscos. Importante destacar os dados j disponveis
Resultados apresentao dos dados de identificao e avaliao de riscos por unidade de anlise (caracterizao dos riscos), bem como a identificao de no-conformidade com outras normas regulamentadoras. Os resultados podem ser resumidos em uma nica tabela, desatacando-se os principais problemas.
Propostas de solues - identificao de necessidades de avaliaes quantitativas e medidas de controle (a serem introduzidas, mantidas ou melhoradas). Pode-se elaborar para cada problema identificado propostas de aes (ver sugesto de formulrio no anexo E).
Concluses gerais. Referncias bibliogrficas. Anexos, que podero incluir: planta com layout de equipamentos,
fluxogramas do processo produtivo, relao de material prima ou produtos perigosos; informaes detalhadas sobre os agentes e fatores de risco, etc.
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Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle 32
5. CONCLUSES
As metodologias apresentadas, mostram claramente que o processo de
reconhecimento de riscos, descrito na NR 9, no pode se limitar
simplesmente identificao dos agentes ou fatores de risco e outros
itens l relacionados. Deve ser um processo completo que envolva as
seguintes aes:
- Avaliao preliminar dos riscos identificados, de carter
qualitativo, para fins de priorizao de aes.
- Implantao de medidas de controle.
- Avaliao da eficincia das medidas de controle.
A metodologia proposta, adaptada de outras existentes, pode constituir
uma ferramenta til no processo da Gesto da Segurana e da Sade do
Trabalho, tendo como objetivo a implantao de medidas de controle
(preveno).
O processo de simplificar o reconhecimento de riscos e partir direto para a
quantificao, visando, sobretudo a caracterizao do processo de
insalubridade, no recomendado.
A avaliao preliminar completa, priorizando-se aes em funo do risco,
evita gastos excessivos ou desnecessrios com avaliaes quantitativas ou
exames clnicos.
Um risco no identificado, no ser avaliado e nem controlado, ele
somente aparecer quando ocorrerem doenas ou mortes.
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33 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle
6. REFERNCIAS BIBLIOGRAFICAS
[1] ACGIH, American Conference of Governmental Industrial Hygienists , Industrial Ventilation, A Manual of Recommended Practice, 21st ed., Committee on Industrial Ventilation, American Conference of Governmental Industrial Hygienists, Cincinnati, USA (1992).
[2] ACGIH, American Conference of Governmental Industrial Hygienists , TLVs and BEIs - Threshold Limit Values for Chemical Substances and Physical Agents, Biological Exposure Indices, American Conference of Governmental Industrial Hygienists, Cincinnati, USA (1996).
[7] AIHA, American Industrial Hygiene Association , A Strategy for Occupational Exposure Assessment, editado por Neil C. Hawkins et al., American Industrial Hygiene Association, Akron, USA (1991).
[8] BMA, British Medical Association, The Nature of Risk, cap. 2, The British Medical Association Guide - Living with Risk, John Willey & Sons, Chichester, UK (1987).
[9] BSI, British Standard Institute, BS 8800: Guide to Occupational Health and Safety Management Systems , London, UK (1996). [10] Burgess, W. A., Recognition of Health Hazards in Industry - A Review of Materials and Processes, 2nd ed., John Wiley & Sons, New York, USA (1995).
[11] Covello, V. T. e M. W. Merkhofer, Risk Assessment Methods - Approaches for Assessing Health and Environmental Risks. Plenun Press, New York, USA (1993).
[12].Ministre du Travail, de lEmploi et de la Formation Professionelle, Guide dEvaluation des Risques Professionnels, Imprimerie Nationale, Paris, Frana.
[13] Menard, L. et al, Stratgie dEvaluation Exploratoire dun Milieu de Travail, srie Mthode de Laboratoires - tude Technique, Institut de Recherche en Sant et en Scurit du Travail du Qubec, Qubec, Canad (1987).
[14] Trivelato, Gilmar da Cunha Apostila de Textos de Curso sobre PPRA Programa de Preveno de Riscos Ambientais, FUNDACENTRO, Centro Regional de Minas Gerais (1999).
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Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle 34
ANEXO A
FORMULARIO 1 - INSPEO PRELIMINAR DAS CONDIES DE TRABALHO
Setor de Trabalho: Unidade: Responsvel:
Existe alguma situao ou condio entre as abaixo relacionadas que possa resultar em acidentes ou ser prejudicial?
Assinale com "X" uma das seguintes opes:
1. No: As situaes existentes no constituem problemas, ou constituem apenas situaes envolvendo riscos genricos no criados pelas atividades de trabalho ou riscos triviais (os possveis danos so leves e a probabilidade de que ocorram baixa).
2. Sim: As situaes existentes constituem riscos significativos (riscos especificados e no triviais), que exigem a adoo de medidas corretivas ou preventivas, ou necessria uma investigao mais aprofundada para avaliar a extenso do problema.
Aspectos considerados No Sim Locais de Trabalho: instalaes, arranjos fsicos, organizao e limpeza
Operao de mquinas e equipamentos no protegidos adequadamente
Operao de mquinas, instalaes ou manuseio de objetos com superfcies perigosas (quinas, cantos, lminas, etc.)
Operao de ferramentas inadequadas ou defeituosas Possibilidade de contato com elementos muito quentes ou frios que resultem em queimaduras.
Sistemas de armazenamento so inadequados ou inseguros Gases comprimidos e cilindros de gases
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35 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle
Aspectos considerados No Sim Instalaes eltricas e equipamentos eltricos danificados com possibilidade de choques.
Instalaes ou equipamentos sob tenso, sujeito a risco de contato durante o trabalho.
Perigo de incndio ou exploso (fontes de ignio prximas a materiais inflamveis ou combustveis, formao de atmosferas explosivas, material explosivo, etc.)
Manuseio e armazenamento de produtos qumicos perigosos(corrosivos, inflamveis, explosivos, oxidantes, instveis, etc.)
Contaminantes qumicos no ar gerados pelas atividades de trabalho: gases e vapores, poeiras fumos, nvoa e odores desagradveis.
Manuseio de material biolgico com possibilidade de contato direto com materiais infectados ou como contaminante atmosfrico.
Contaminantes biolgicos dispersos no ar (ex. Atividades que formam nvoa de material potencialmente infectados, microorganismos dispersos no ar).
Rudo ambiental inadequado para a realizao de tarefas que exigem ateno.
Rudo extremamente altos que podem resultar em perdas auditivas e outros danos.
Clima e ventilao; temperatura ambiente, umidade, correntes de ar e condicionamento de ar inadequados.
Calor excessivo: temperaturas extremamente altas ou fontes de calor radiante.
Ambiente frio: trabalho em lugares com temperaturas extremamente baixas.
Iluminao inadequada resultando em ofuscamento, reflexos incmodos, sombras e contrastes excessivos.
Vibraes nas mos e brao transmitida por mquinas e equipamentos.
Vibraes de corpo inteiro (trabalho sentado).
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Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle 36
Aspectos considerados No Sim
Radiaes ionizantes: presena de raio X ou radioatividade
(proteo inadequada)
Radiao ultravioleta
Radiao infravermelho
Raios laser: possibilidade de contato
Microondas
Radiao ultra-snica (ex. trabalho banhos de limpeza com
irradiao)
Fontes de campos eletromagnticos
Carga fsica: esforo fsico, posturas inadequadas,
movimentos repetitivos, etc.
Carga de trabalho mental (exigncias excessivas)
Organizao insatisfatria de horrios ou turnos de trabalhos
Fatores de organizao do trabalho causadores de estresse
fsico ou psquico
Funcionrios desinformados dos riscos no trabalho
Funcionrios desinformados sobre as medidas de proteo
Medidas em situao de emergncia inexistentes,
inadequadas ou precrias
Concluso:
Data____/____/____ Responsvel tcnico: Assinatura do responsvel tcnico
________________________________________________
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37 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle
ANEXO B
FORMULRIO 2: CARACTERIZAO BSICA DA UNIDADE
POSTO DE TRABALHO OU SETOR (OU OUTRA UNIDADE DE ANLISE):
CARACTERIZAO DO AMBIENTE E PROCESSO DE TRABALHO
CARACTERIZAO DA FORA DE TRABALHO FUNES ORGANIZAO DO TRABALHO E DESCRIO DE TAREFAS OU ATIVIDADES HORRIO E JORNADA DE TRABALHO: OBSERVAES GERAIS RECONHECIMENTO E AVALIAO QUALITATIVA DE RISCOS - VER FICHA N AGENTES E FATORES DE RISCO RELEVANTES -. CARACTERIZAO DOS AGENTES E FATORES DE RISCO - VER ANEXO .....
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Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle 38
RELAO DE FUNCIONRIOS DO SETOR (FORMULRIO OPCIONAL) Nome Funo Horrio de
trabalho Data de incio
1. 2.
Orientaes para o preenchimento do formulrio 2:
Unidade:
Indicar o nome do setor, rea ou posto de trabalho:
Caractersticas do ambiente e do processo de trabalho
a) Descrever de forma resumida o local de trabalho: localizao, instalaes gerais, ventilao, iluminao, rea e arranjo fsico (anexar layout se for relevante).
b) Descrever as atividades e procedimentos de trabalho, tanto as principais como auxiliares (como limpeza e manuteno). Se for conveniente, anexar fluxograma do processo ou fazer referncia a procedimentos ou fazer referncia a procedimentos escritos (ex. Procedimentos do Sistema de Qualidade). Destacar tambm os aspectos relativos variabilidade do processo: ritmo de produo; freqncia de durao de processos de trabalho cclicos; condies anormais de operaes.
c) Relacionar os equipamentos (apenas aqueles relevantes do ponto de vista de anlise de risco, isto , que podem constituir fontes de perigo) e medidas gerais de proteo coletiva (ex. capelas)
d) Anexar relao produtos de qumicos usados usadas no processo, incluindo as preparaes feitas a partir deles e os resduos gerados contendo produtos qumicos (indicar quantidade aproximada e forma de descarte).
e) Se for o caso, anexar relao dos principais materiais biolgicos manipulados no setor, indicando os provveis agentes infecciosos.
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39 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle
Caractersticas da fora de trabalho a) Funes, jornadas e horrios de trabalho:
Relacionar:
As funes existentes no setor como so denominados nos registros de trabalho (ex. carteira profissional) e colocar entre parnteses a denominao da funo real exercida pelo funcionrio no setor, se houver uma discrepncia entre a denominao formal e a atividade efetiva
Nmeros de pessoas em cada funo.
As jornadas de trabalho (ex. 6 ou 8 horas).
Anexar a relao dos nomes de todos os funcionrios, e respectivas funes e data de incio das atividades no setor
b) Organizao do trabalho e descrio das atividades por funo.
Descrio de forma sucinta, de como as tarefas se distribuem entre o pessoal do setor e quais so as atividades reais tpicas de cada funo, com estimativa da durao e freqncia
Destacar se h revezamento ou rodzio de pessoal na execuo das atividades e mobilidade dos trabalhadores em relao ao posto de trabalho e outros setores.
c) Observao gerais.
Registrar, dentre outras e se for relevante as seguintes observaes:
Queixas e sintomas apresentados pelo pessoal do setor que possam ser atribudos s exposies.
Percepo dos riscos dos funcionrios.
Hbitos de higiene pessoal prticas de limpeza.
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Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle 40
ANEXO C
FORMULRIO 3 - FICHA DE IDENTIFICAO E AVALIAO DE RISCOS
POSTO DE TRABALHO/SETOR/REA AVALIADA: DATA AVALIAO: AVALIADOR(ES):
ATIVIDADE
DE
TRABALHO
PERIGO(S)
OU
FATOR(ES)
DE RISCO
DANO
CONTROLES
ATIVOS
PESSOAL
SUJEITO AO
RISCO
PD
GD
NVEIS
DE
RISCO
AO
NECESS-
RIA
PO = PROBABILIDADE DE OCORRNCIA GD = GRAVIDADE DO DANO
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41 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle
CONTINUAO DO FORMULRIO 3 ANEXO C
(preenchimento dos campos)
Atividade ou aspecto
Nomear a atividade - etapa de um processo, operao, tarefa - que apresente riscos significativos ou outros aspectos do ambiente de trabalho que possam afetar o conjunto de atividade - instalaes, clima, organizao do trabalho por exemplo - que possam contribuir ou criar riscos ou situaes de desconforto significativo.
Exemplos: Recebimentos de amostras, fracionamento e preparao de amostras, ou piso, ordem e limpeza do setor como um todo, iluminao geral
Situaes de Risco (Perigo/ Fator de risco, etc.)
Relacionar para cada atividade ou aspectos considerado os agentes/fontes geradoras, condies ou conjunto de circunstncias com o potencial de causar danos pessoais, materiais e ao meio - ambiente.
A identificao dos perigosos ou fatores de risco no pode ser genrica, como por exemplo: poeiras, vapores de solventes, mas sim especifica; poeira de algodo; vapor de tolueno.
Exemplos: Parte de mquina em movimento sem proteo: trabalho em lugares elevados com possibilidade de quedas, Rudo intenso e contnuo provavelmente superior a 85 dBA gerado pela perfuratriz em funcionamento, bactria (especificar se possvel) potencialmente presente no sangue ou sangue potencialmente infectado com...; Acetona inalao de vapores e contato direto com a pele/ respingos nos olhos; Esforos repetitivos das mos/braos; Gasolina (material facilmente inflamvel): lquido em galo e vapores que se espalham pelo ambiente.
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Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle 42
Dano potencial
Indicar tipo de leso, doena, desconforto e danos materiais ou ambientais que potencialmente podem ocorrer. Se para um mesmo agente ou fator de risco existem vrios danos possveis, indicar apenas aqueles considerados crticos ou significativos (em geral de maior gravidade)
GD - Gravidade do dano
Atribuir um ndice numa escala de 1 a 4, onde 1 significa um dano leve e 4 significa dano severo, extremamente prejudicial resultando em morte ou incapacidade fsica e mental irreversvel.
Consultar tabelas especficas dependendo potencial de dano do agente ou da natureza do dano melhor estimativa da gravidade.
Medidas de controle (fatores de segurana)
Listar as medidas de controle existentes (controle ativos) quer sejam medidas de engenharia, prticas de trabalho, administrativas ou equipamento de proteo individual. Indicar as condies de uso e manuteno dos equipamentos de proteo coletiva e individual e consideraes sobre a eficincia dos mesmos.
Tambm devem ser listados certos aspectos como prticas de trabalho e fatores ligados organizao do trabalho que foram implantados visando outros objetivos, mas que contribuem para a reduo do nvel de risco.
Indicar tambm a ausncia ou inadequao de medidas de controle que so exigidas por fora de normas legais (no opcionais).
Exposio
Indicar das pessoas sujeitas aos riscos funes e nmeros de trabalhadores expostos: e tipo de exposio intensidade/ concentrao/carga; durao (incidental ou de pico, curta, jornada parcial e toda a jornada) e freqente (rara, infreqente, freqente)
Ex.: ajudante geral (6): inalao de altas concentraes, de curta durao em toda a jornada.
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43 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle
Probabilidade de ocorrncia
Atribuir um ndice numa escala de 1 a 4, onde 1 significa que o dano altamente improvvel e 4 significa que a ocorrncia do dano altamente provvel ou quase certa.
Utilizar tabelas especficas para melhor estimativa da probabilidade de ocorrncia do dano.
Nvel de risco
Determinar indicar o nvel de risco- trivial, tolervel, moderado, substancial ou intolervel a partir das estimativas da gravidade do dano e probabilidade de sua ocorrncia, utilizando matriz especfica.
Ao necessria ou recomendada
Indicar se so necessrias avaliaes adicionais e aprofundadas Avaliaes quantitativas da exposio ou contaminao geral (fatores ambientais); anlise ergonmica do posto de trabalho ou anlise de risco utilizao tcnicas mais sofisticadas (ex. inspeo de caldeiras, HAZOP),ou se necessrio manter, melhorar ou implantar algum tipo de medida de controle (especificar genericamente).
Exemplo: Manter os controles existentes. Melhor as condies e taxa de uso dos EPIs. Adotar prticas de trabalho mais seguras, instalar sistemas de ventilao local exaustora.
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Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle 44
ANEXO D
FORMULRIO 4 - PROPOSTA DE SOLUO
Descrio do problema
PROPOSTA DE INTERVENO que aes? onde devem
ser aplicadas? Prazo Respon
svel
Medidas
Tcnicas
de Controle
Adminis-trativas
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45 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle
CONTINUAO DO ANEXO D
PROPOSTA DE INTERVENO
que aes? onde devem
ser aplicadas?
Prazo Respon
svel
Vigilncia da sade
Formao e
informao
Avaliao detalhada
Investigao
Acompanhamento
Controle peridico
Outras
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Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle 46
ANEXO E
IDENTIFICAO E AVALIAO DE OUTRAS NO-CONFORMIDADE COM AS NRS
CONTEDO VERIFICAES CONSEQNCIAS AO
RECOMENDADA
PRIORI-
DADE
Informaes sobre os riscos e avaliaes
(NR1)
Os riscos so comunicados aos funcionrios do
setor produtivo de maneira informal. H necessidade de
melhoria desse processo
A no
conscientizao dos
riscos pode levar os
funcionrios ao uso
inadequado ou no
utilizao dos
equipamentos de
proteo disponveis
Melhorar a forma
de comunicar os
riscos aos
funcionrios, em
particular aqueles
relativos ao
manuseio de
produtos
qumicos
perigosos
Alta
Equipamentos de proteo individual
(EPIs)
A empresa mantm o fornecimento e distribuio de
equipamentos para todos os
funcionrios do setor produtivo, mas sem norma
explcita obrigando a utilizao desses equipamentos e
treinamento sobre o manuseio e uso
adequado. No usado com regularidade as
luvas e culos de proteo para manuseio de
produtos qumicos
No utilizao dos
EPIs pelos
funcionrios
Acidentes tpicos
e multas Alta
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47 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle
CONTINUAO DO ANEXO E
CONTEDO VERIFICAES CONSEQNCIAS AO
RECOMENDADA PRIORI-
DADE Instalaes e servios em eletricidade
(NR10)
A empresa deve ter disponvel laudo
tcnico das instalaes eltricas
Multas
Providenciar laudo com profissional competente
Mdia
Vasos sob presso (NR13)
A empresa no dispe da
documentao devidamente
atualizada relativas ao recipiente de ar
comprimido (compressor):
Livro de Registro de Segurana (item 13.6.4 e
alnea b da NR13) Relatrios de
inspeo dos recipientes de ar
comprimido (compressores
item 10.13.8 NR13)
Multas Acidentes devido a
ruptura do vaso
Providenciar laudo com profissional competente
Mdia
Condies sanitrias e de
conforto
A empresa dispe de instalaes
sanitrias, vestirios, refeitos, mantidos em condies precrias,
no estando adequados ao que o recomendando na
legislao
Desconforto para os funcionrios
Multas
Melhorar as condies existentes
Alta
Norma C. do Amaral - Fundacentro/SP
-
Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle 48
EXPOSIO OCUPACIONAL AOS RISCOS
FSICOS EM FUNDIES
OBJETIVO: Apresentar critrios e procedimentos para a avaliao
da exposio ocupacional dos trabalhadores ao riscos
fsicos, que impliquem riscos sade.
DOCENTE: LNIO SRVIO AMARAL
Engenheiro de Minas e de Seg. do Trabalho
FUNDACENTRO Minas Gerais
E-mail: [email protected]
-
49 Curso de Riscos Ocupacionais em Fundio e Medidas de Controle
SUMRIO
1 AGENTES FSICOS INTRODUO...................................... 50
1.1 Agentes fsicos Rudo................................................. 50
1.2 Agentes fsicos Calor.................................................. 50
1.3 Agentes fsicos Radiaes no-ionizantes.................. 52
2 RISCOS SADE DEVIDO AOS PRINCIPAIS AGENTES
FSICOS............................................................................
53
3 AVALIAO AMBIENTAL..................................................... 58
3.1 Estratgia de amostragem............................................ 59
4 AVALIAO DE RUDO POR MEIO DE AUDIODOSIMETRIA... 59
5 AVALIAO SOBRECARGA TRMICA CALOR..................... 62
6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.......................................... 71
QUADRO 2 DA NR 15 - ANEXO 3 Limites de tolerncia para exposio ao calor, com perodo de descanso em outro local............
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QUADRO 3 DA NR 15 - ANEXO 3 Taxa de metabolismo por tipo de atividade..............................................................................
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1 AGENTES FSICOS INTRODUO
1.1 Agentes fsicos Rudo
Do ponto de vista da higiene ocupacional o rudo o fenmeno fsico vibratrio com caractersticas indefinidas de variaes de presso (no caso, ar) em funo da freqncia, isto , para uma dada freqncia podem existir, em forma aleatria atravs do tempo, variaes de diferentes presses.
O agente fsico, de um modo geral, se constitui em um dos maiores riscos potenciais para a sade dos trabalhadores tanto nas instalaes industriais como em outras atividades laborais.
Do ponto de vista da fsica, rudo , por definio, a variao de presso sonora sob a forma de ondas mecnicas, que representam oscilaes dos sistemas de materiais elsticos.
Essas oscilaes com a massa de ar podem constituir-se em estmulos para o nosso organismo e que poder causar um efeito at mesmo desagradvel. Elas podem ser descritas como variaes da presso atmosfrica, originando vibraes ou turbulncias. Em resumo, define-se como som qualquer conjunto de vibraes ou ondas mecnicas que podem ser ouvidas.
Rudo est presente em diversas atividades. O rudo excessivo pode provocar alm de surdez profissional condutiva ou neurosensorial, outros efeitos chamados no-auditivos, que deixaro a pessoa nervosa, irritada, sofrendo de insnia, tendo como consequncia dificuldades de comunicao e de socializao.
1.2 Agentes fsicos Calor
A pessoa que trabalha em ambientes onde a temperatura muito alta poder sofrer de fadiga, ocorrendo falhas na percepo e no raciocnio e srias perturbaes psicolgicas que podem produzir esgotamento fsico e prostraes. H, portanto, a necessidade de se conhecer como se processa a interao trmica do organismo humano com o meio ambiente, conhecer seus efeitos e determinar como quantificar e controlar essa interao.
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Na medida em que h um aumento de calor ambiental, ocorre uma reao no organismo humano no sentido de promover um aumento da perda de calor. Inicialmente ocorrem reaes fisiolgicas para promover a perda de calor, mas essas reaes, por sua vez, provocam outras alteraes que, somadas, resultam num distrbio fisiolgico.
Reaes do organismo Exposio do Calor
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Os principais mecanismos de defesa do organismo humano, quando submetido ao calor intenso, so a vasodilatao perifrica e a sudorese.
Vasodilatao perifrica
Quando a quantidade de calor que o corpo perde por conduo-conveco ou radiao menor que o calor ganho, a primeira ao corretiva que se processa no organismo a vasodilatao perifrica, que implica um maior fluxo de sangue na superfcie do corpo e um aumento da temperatura da pele. Essas alteraes resultam em um aumento da quantidade de calor perdido ou em uma reduo de calor ganho.
O fluxo de sangue no organismo humano transporta calor do ncleo do corpo para a sua superfcie, onde ocorrem as trocas trmicas.
Sudorese
Outro mecanismo de defesa do organismo a sudorese. O nmero de glndulas sudorparas ativadas diretamente proporcional ao desequilbrio trmico existente.
A quantidade de suor produzido pode, em curtos perodos, atingir at dois litros por hora, embora, em um perodo de vrias horas, no exceda a um litro por hora. Pela sudorese no ritmo de um litro por hora, um homem pode, teoricamente, perder 600 Kcal/hora para o meio ambiente.
1.3 Agentes fsicos Radiaes No-Ionizantes
Radiaes no-ionizantes, como o nome diz, so as que no produzem ionizaes, no possuem energia suficiente para produzir emisso de tomos ou de molculas, ou seja, so ondas eletromagnticas cuja energia insuficiente para ionizar a matria incidente.
A figura a seguir mostra o espectro eletromagntico colocado em ordem crescente de energia, isto , em ordem crescente de freqncia (f) e decrescente de comprimento de onda (), na qual aparecem todas as radiaes no-ionizantes, desde a radiofreqncia at a radiao ultravioleta e uma parte das radiaes ionizantes.
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Espectro eletromagntico
2 RISCOS A SADE DEVIDO AOS PRINCIPAIS AGENTES FSICOS ENCONTRADOS EM FUNDIES
Esta apostila traz apenas um resumo dos efeitos devido aos agentes citados. Maior nmero de informaes podem ser encontradas em literatura especializada.
Rudo
O rudo intenso pode causar perda de audio, modificar funes cardiovasculares, endcrinas, neurolgicas, e outras. Alm da possibilidade de perda temporria ou permanente da audio, pode causar dificuldades de comunicao, representando perigos de acidente.
O rudo provoca dois tipos de efeitos: auditivos e no-auditivos.
Os efeitos auditivos so muito conhecidos e podem ser classificados em:
Deslocamento temporrio do limiar auditivo.
Surdez profissional (condutiva ou neurossensorial).
O ouvido est dividido em trs partes, a saber:
ouvido externo, composto pela orelha e o canal auditivo;
ouvido mdio, composto por tmpano e trs pequenos;
ouvido interno, esse possui a forma de um caracol e no seu interior tem clulas muito pequenas. Estas so to pequenas e delicadas que rudos fortes podem destru-las.
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As clulas do ouvido interno, uma vez destrudas, no so mais recuperadas. Desta forma devemos ter um cuidado muito especial na proteo dos ouvidos. A figura abaixo ilustra esta diviso. Essa situao diferente da surdez ocasionada, em que h uma obstruo no uma destruio das clulas. Como exemplo, tem-se o resfriado, em que o ouvido volta s condies normais aps a melhora. Uma vez que essa obstruo, momentnea, deu-se no ouvido mdio, impede o som de chegar ao ouvido interno.
O deslocamento temporrio do limiar auditivo, ou seja, a surdez temporria devido fadiga auditiva ocorre aps uma exposio prolongada a nveis altos de rudo, mas que se recupera no decorrer do tempo de descanso.
O deslocamento permanente do limiar auditivo, tambm chamado de surdez profissional, pode ser de origem condutiva (ruptura de tmpano, ossculos ou outra estrutura de conduo) ou neurossensorial, quando ocorre a destruio dos rgos ciliados de Corti. A perda condutiva mostra um audiograma com perdas similares em todas as freqncias, enquanto a perda neurossensorial apresenta, nesse teste, a chamada gota acstica, que representa uma perda da capacidade auditiva muito grande, em torno da freqncia de 4.000 Hz (Hertz).
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Os efeitos no-auditivos so os fisiolgicos e os psicolgicos, que se traduzem por: dor de cabea, irritabilidade, vertigens, cansao excessivo, insnia, dor no corao e zumbido na orelha. Esses efeitos foram pesquisados em inqurito de queixas dos trabalhadores expostos a nveis de 100 dB(A).
O rudo intenso altera a condutividade eltrica do crebro, provocando queda na atividade motora, reduzindo, dessa forma, a capacidade de ateno e concentrao com a conseqente queda da produtividade.
Calor
O calor radiante e de conveco gerado na fundio durante a fuso e vazamento de metal, cria um ambiente quente para estas e outras operaes da fundio. O aquecimento dos moldes e machos so fontes adicionais de calor. Os trabalhadores dos fornos ou os que retiram a escria ou ainda aqueles que trabalham com ferro fundido, incluindo os forneiros e os vazadores, sofrem exposies mais severas. Metal Fundido e superfcies quentes que existem em operaes na fundio, criam um potencial de risco aos trabalhadores que podem acidentalmente entrar em contato com objetos quentes.
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Alm dos riscos de queimaduras diretas pelos objetos quentes, o calor ambiental aumenta a freqncia de acidentes em geral.
Durante as duas primeiras semanas de exposio ao calor, a maior parte dos trabalhadores saudveis devem se aclimatizar ao trabalho, entretanto, a aclimatizao pode ser perdida rapidamente. Uma significativa reduo da aclimatizao ao calor pode ocorrer durante as frias ou alguns dias em ambiente frio.
Os efeitos sade da exposio aguda ao calor variam desde uma erupo de pele e cibra dos msculos abdominais, ou das extremidades, at uma exausto devido ao calor, choque trmico e morte. A exposio crnica ao calor excessivo pode provocar sintomas comportamentais como: irritabilidade, perda de concentrao, aumento de ansiedade, distrbios digestivos e cardiovasculares.
Se o aumento do fluxo de sangue na pele e a produo de suor forem insuficientes para promover a perda adequada de calor, ou se esses mecanismos deixarem de funcionar apropriadamente, uma fadiga fisiolgica poder ocorrer.
Exausto do calor.
Desidratao.
Cibra do calor.
Choque trmico.
Exausto do calor
decorrente de uma insuficincia do suprimento de sangue do crtex cerebral (invlucro do crebro), resultante da dilatao dos vasos sanguneos em resposta ao calor. Uma baixa presso arterial o evento crtico resultante, devido, em parte, a uma inadequada sada do sangue do corao e, em parte, a uma vasodilatao que abrange uma extensa rea do corpo.
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Desidratao
Em seu estgio inicial, a desidratao atua, principalmente, reduzindo o volume de sangue e promovendo a exausto do calor. Mas em casos extremos produz distrbios na funo celular, provocando at a deteriorao do organismo.
Ineficincia muscular, reduo da secreo (especialmente das glndulas salivares), perda de apetite, dificuldade de engolir, acmulo de cido nos tecidos ocorrero com elevada incidncia. Uremia temporria, febre e morte tambm podem acontecer.
Cibra do calor
Ocorrem espasmos musculares seguidos de uma reduo do cloreto de sdio no sangue, atingindo concentraes inferiores a um certo nvel crtico. O alto ndice de perda desse cloreto facilitada pela intensa sudorese e falta de aclimatizao.
Choque trmico
Ocorre quando a temperatura do ncleo do corpo tal que pe em risco algum tecido vital que permanece em contnuo funcionamento. Deve-se a um distrbio no mecanismo termorregulador, que fica impossibilitado de manter um adequado equilbrio entre o indivduo e o meio.
Sintomas e efeitos do calor no organismo
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Outros efeitos podero ocorrer, como:
Desidratao: caso no ocorra a reposio hdrica.
Queimaduras: erupo da pele, queda de rendimento no trabalho, aumento do nmero de acidentes e aumento da suscetibilidade a outras doenas.
Radiaes
As Radiaes Infravermelhas (I.V) e Ultravioletas (U.V) possuem riscos potenciais sade, especialmente pele e aos olhos. Essas radiaes podem causar inflamaes de crnea e conjuntiva, catarata e queimaduras de pele em geral. Outros problemas relacionados com a radiao U.V incluem interaes sinergticas com produtos qumicos fototxicos e aumento da susceptibilidade certas doenas de pele, incluindo um possvel cncer de pele.
Radiao I.V do metal fundido pode produzir queimadura de pele e pode contribuir para uma hipertermia. Embora no haja evidncia de que a radiao I.V sozinha provoque cncer, ela pode estar envolvida na carcinognese induzida por outros agentes.
3. AVALIAO AMBIENTAL
A avaliao ambiental um diagnstico da situao produzida por um ou vrios agentes ambientais. Para o caso dos agentes fsicos, esse diagnstico baseado na anlise e interpretao dos dados obtidos atravs da observao do ambiente de trabalho, de entrevista com os trabalhadores, de levantamento da literatura tcnico-cientfica, de medies ambientais e comparaes com os critrios legais vigentes.
Os dados obtidos durante a avaliao ambiental podem ser usados para localizar e avaliar fontes geradoras de agentes fsicos, prticas de trabalho inadequadas e para subsidiar o projeto de engenharia das medidas de controle destinado melhoria das condies de trabalho.
A confiabilidade dos resultados depende da adequao de todos os procedimentos utilizados nas medies e na interpretao dos resultados, e para isso so aplicados procedimentos, mtodos e normas baseados em recomendaes internacionalmente reconhecidas.
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3.1 - Estratgia de amostragem
A estratgia de amostragem consiste de um planejamento cuidadoso que tem por objetivo medir a exposio real e potencial do trabalhador aos agentes fsicos presentes em seu local de trabalho.
Esse planejamento envolve decises do que medir, onde medir, quanto tempo medir, quantas medies, que trabalhadores e operaes avaliar, entre outras. So considerados, tambm, quantidade e tipo de equipamentos de medies.
Para uma avaliao ambiental na empresa pode-se basear nas orientaes gerais de amostragem recomendadas pelo Occupational Exposure Sampling Strategy Manual do NIOSH. (Leidel,1977)
Conforme as caractersticas da empresa, tais como: layout, nmero de trabalhadores, nmero de operaes e atividades, pode-se optar pelo Grupo de Exposio Similar (GES).
Segundo a Portaria 14, do Ministrio do Trabalho, de 20/12/95 Instruo Normativa 001, GES corresponde a um grupo de trabalhadores que experimentam exposio semelhante, de forma que o resultado fornecido pela avaliao da exposio de qualquer trabalhador desse grupo seja representativo da exposio dos demais trabalhadores.
4 - AVALIAO DE RUDO POR MEIO DE AUDIODOSIMETRIA
4.1 Definies
Ciclo de Exposio: conjunto de situaes acsticas, ao qual submetido o trabalhador, em seqncia definida, visto que se repete de forma contnua no decorrer da jornada de trabalho.
Nvel Equivalente - NE: o nvel ponderado sobre o perodo de medio, que pode ser considerado como o nvel de presso sonora contnuo, em regime permanente, que representaria a mesma energia acstica total que o rudo real / flutuante no mesmo perodo de tempo.
Critrio considerado: trata-se da determinao da dose de rudo recebida pela pessoa exposta, e da verificao da adequao da exposio frente a este parmetro.
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4.2 Instrumental necessrio
* Audiodosmetro * Calibrador compatvel * Planilhas Campo/relatrio - prancheta * Baterias * Calculadora
4.3 Procedimento
* verificar integridade eletromecnica do aparelho * verificar carga das baterias * calibrar antes e aferir aps a medio * verificar contato bateria/dosmetro
4.4 Abordagem do ambiente de trabalho
A caracterizao se far basicamente de maneira individual, PARA CADA FUNO, a partir da determinao dos ciclos de exposio ao rudo.
IMPORTANTE: Havendo uma mesma funo com trabalhadores exercendo atividades diferentes e/ou em locais diferentes e/ou operando equipamentos diferentes, deve ser realizado o monitoramento de cada um desses casos. Nesses casos, uma dosimetria de um no representa a exposio de outro e uma dosimetria no pode ser somada a do outro.
4.5 Medies
I - Condies de rotina de trabalho (incluindo o rudo de fundo, caso existente)
II - Condies operacionais normais do processo
III - Condies usuais de exposio
IV - Casos especiais de operao e/ou exposio podem e devem ser monitorados para fins de controle e apreciao da exposio. Entretanto esses dados no devem representar a exposio usual do trabalhador.
V - Microfone situado 150 50 mm do ouvido, do lado onde for detectado maior nvel de presso sonora, utilizando para tanto, um medidor instantneo.
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4.6 Tempo de medies com o dosmetro
A amostragem deve cobrir toda a jornada de trabalho ou pores menores, desde que representativa, ou seja, cerca de dois teros da jornada.
Em situaes especiais (aqueles que andam por todo o processo produtivo para exercer sua atividade funes como, por exemplo, mecnico de manuteno, eletricista, etc.) ser necessrio realizar mais de uma dosimetria ao longo da semana/ms, efetuando-se a soma dos resultados. Apenas dessa forma a dosimetria ser representativa da exposio dessa funo ver exerccio a seguir. EXERCCIOS DE DOSIMETRIA
1) A audiodosimetria de um soldador resultou nos seguintes dados: D = 180% - Tempo de medio = 6 horas - Jornada de Trabalho=8 horas. Atividades: Soldagem eltrica na oficina de manuteno. Calcule o LEQ e a Dose da jornada de trabalho. Comentar se o L.T. foi ultrapassado.
4.7 Invalidao das medies
Aferio da calibrao variando fora da faixa tolerada (> 0,5 dB).
Carga da bateria abaixo do mnimo (< 95%).
Trabalhador sair da rotina.
Situao de operao especial.
Condio de exposio diferente da usual.
4.8 Interpretao dos resultados
DOSE = 1,0 (100%) / 8 horas 85 dB(A)
N.P.S. > 115 dB (A) = risco grave e iminente, no importando o valor da dose.
Dose > 1,0 (>100%) = indica que o L.T. foi excedido.
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4.9 Limites de tolerncia
Os limites de tolerncia foram estabelecidos atravs da Portaria n 3214 de 08 de junho de 1978 do Ministrio do Trabalho em sua Norma Regulamentadora no. 15.
Nvel de ao
Na NR-9 - Programa de Preveno de Riscos Ambientais, considera-se nvel de ao o valor acima do qual devem ser iniciadas aes preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que as exposies a agentes ambientais ultrapassem os limites de exposio (*1).
As aes devem incluir o monitoramento peridico da exposio, a informao aos trabalhadores e o controle mdico.
Para a exposio ocupacional ao rudo, o nvel de ao equivale dose diria igual a 50%.
(*1) O termo limite de exposio refere-se, de forma genrica, aos valores de limites de tolerncia previstos.
4.10 Planilhas de campo e de relatrio
Devero ser individuais, por funo avaliada, onde deve constar no mnimo:
Setor/diviso, funo, atividade de trabalho, local/locais de trabalho, jornada diria de trabalho, data de avaliao, resultado da avaliao LEQ/DOSE, observaes sobre o processo de trabalho/mquinas e equipamentos visando a implantao/utilizao de proteo coletiva e individual, nome do trabalhador e horrios de almoo e sada.
5 - AVALIAO SOBRECARGA TRMICA - CALOR
Na avaliao do calor, devem-se levar em considerao todos os parmetros que influem na sobrecarga trmica a que esto submetidos os trabalhadores.
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Para tanto, necessrio quantificar cada um destes parmetros e consider-los de forma adequada, obtendo, assim, resultados finais que expressem as condies reais de exposio.
Como sabido, existem cinco fatores que devem ser considerados na avaliao do calor:
Temperatura do ar. Umidade relativa do ar. Velocidade do ar. Calor radiante. Tipo de atividade exercida pelo trabalhador.
Combinando estes fatores adequadamente, determinam-se os ndices de conforto trmico e de sobrecarga trmica para cada local de trabalho.
5.1 Tcnicas de medio
Os quatro primeiros so fatores ambientais e podem ser quantificados atravs de aparelhagem especial, mas a quantificao do calor produzido pela atividade fsica do trabalhador bastante complexa e, portanto, na prtica, apenas estimada atravs de tabelas ou grficos.
Temperatura do ar
Deve ser medida com termmetro de mercrio comum, mas de funcionamento confivel, permitindo leituras at 1/10 de grau Celsius. A leitura feita quando o termmetro est estabilizado.
Umidade do ar
Na medio deste parmetro, utiliza-se o aparelho denominado psicrmetro, que basicamente constitudo de dois termmetros idnticos colocados paralelamente. Um deles possui o seu bulbo revestido de tecido que deve ser umedecido com gua destilada durante a medio. Aps a estabilizao, faremos duas leituras: a temperatura de bulbo seco e a temperatura de bulbo mido.
A temperatura de bulbo seco, nada mais do que a temperatura do ar e, portanto, esta ltima pode ser obtida diretamente no psicrmetro.
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A circulao de ar pelos bulbos do termmetro fator importante e deve ser observada. Da no observncia deste detalhe resulta uma leitura incorreta, pois logo que o psicrmetro exposto ao calor, vapores de gua destilada so emitidos do bulbo mido para o ambiente, mantendo-se em equilbrio com a umidade do mesmo. Se no h movimentao adequada do ar, ocorre uma rpida saturao de vapor em torno do bulbo, invalidando a leitura.
Os valores obtidos nos dois termmetros so colocados no grfico denominado carta psicromtrica, obtendo-se, desta forma, a umidade relativa do ar.
Velocidade do ar
A medio da velocidade do ar feita com aparelhos denominados anemmetros. Existe uma variedade muito grande de anemmetros, porm, os mais indicados para o levantamento de calor so anemmetros bastante sensveis a pequenos fluxos de ar, que podem fazer leituras contnuas da movimentao de ar no direcional.
Calor radiante
Este parmetro medido indiretamente atravs de um aparelho denominado termmetro de globo. composto de uma esfera oca de cobre com aproximadamente 15 cm de dimetro de 1 mm de espessura, pintada externamente de preto- fosco; e um termmetro cujo bulbo deve localizar-se no centro da esfera. Este aparelho deve ser montado no local da medio sem contato direto com o suporte, a fim de evitar perda de calor por conduo. A leitura obtida denominada temperatura de globo. A leitura correta obtida aps 30 minutos de estabilizao do aparelho
Termmetro de globo
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5.2 Tipo de atividade exercida pelo trabalhador
A quantidade de calor produzida pelo organismo proporcional ao esforo fsico despendido pelo trabalhador. Devido grande dificuldade em efetuar sua avaliao, este parmetro deve ser estimado atravs de tabelas que estabelecem