Apostila_01- Introdução à Avaliação da Aptidão Física
Transcript of Apostila_01- Introdução à Avaliação da Aptidão Física
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
LEONARDO DE ARRUDA DELGADO
INTRODUÇÃO À AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA
São Luis
2004
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 2
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4 2 APTIDÃO: SIGNIFICADOS E APLICAÇÕES................................................... 6 3 CONCEITOS BÁSICOS................................................................................. 13
3.1 Testes ..................................................................................................... 13 3.2 Protocolos ............................................................................................... 14 3.3 Medidas .................................................................................................. 14 3.4 Análise .................................................................................................... 16 3.5 Avaliação ................................................................................................ 16
4 TIPOS DE AVALIAÇÕES............................................................................... 18 4.1 Avaliação diagnóstica ............................................................................. 18 4.2 Avaliação formativa................................................................................. 18 4.3 Avaliação somativa ................................................................................. 19
5 PRINCÍPIOS DAS MEDIDAS E AVALIAÇÕES.............................................. 20 6 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO......................................... 23
6.1 Técnicas de avaliação............................................................................. 23 6.1.1 Observação...................................................................................... 23
6.1.1.1 Anedotário ................................................................................ 24 6.1.1.2 Lista de checagem.................................................................... 25 6.1.1.3 Escala de classificação............................................................. 26
6.1.2 Inquirição ......................................................................................... 26 6.1.2.1 Questionário ............................................................................. 27 6.1.2.2 Entrevista.................................................................................. 28 6.1.2.3 Sociograma............................................................................... 28
6.1.3 Testagem......................................................................................... 29 7 PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO DA AVALIAÇÃO............................. 30
7.1 Fase de preparação ................................................................................ 31 7.1.1 Avaliar o que?.................................................................................. 31 7.1.2 Avaliar quem?.................................................................................. 33 7.1.3 Avaliar com o que? .......................................................................... 35 7.1.4 Para que avaliar? (objetivos) ........................................................... 37 7.1.5 Quando e onde avaliar?................................................................... 39 7.1.6 Como avaliar?.................................................................................. 41
7.1.6.1 Critérios para a seleção dos testes........................................... 41 7.1.6.2 Conhecimento do teste............................................................. 42 7.1.6.3 Precisão das medidas .............................................................. 42 7.1.6.4 Preparação das fichas de registro ............................................ 44
7.2 Fase de aplicação dos testes.................................................................. 44 7.2.1 Estruturação da avaliação funcional ................................................ 45
7.2.1.1 Avaliação médica...................................................................... 46 7.2.1.1.1. Exame médico ......................................................................... 46 7.2.1.1.2. Exames complementares......................................................... 47
7.2.2 Avaliação da aptidão física .............................................................. 48 7.3 Fase de análise....................................................................................... 49
8 AVALIAÇÃO DO RISCO CORONARIANO .................................................... 50
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 3
8.1 Fatores de risco ...................................................................................... 52 8.2 Fatores influenciáveis primários.............................................................. 54
8.2.1 Tabagismo ....................................................................................... 54 8.2.2 Hiperlipidemia .................................................................................. 56
8.2.2.1 Níveis de colesterol total........................................................... 56 8.2.2.2 Níveis de HDL........................................................................... 57 8.2.2.3 Níveis de LDL e triglicérides ..................................................... 58
8.2.3 Pressão arterial................................................................................ 58 8.2.4 Inatividade física .............................................................................. 62 8.2.5 Baixo condicionamento cardiorrespiratório ...................................... 63 8.2.6 Diabetes........................................................................................... 65
8.3 Fatores de risco influenciáveis secundários............................................ 67 8.3.1 Obesidade ....................................................................................... 67 8.3.2 Colesterol de baixíssima densidade (VLDL- Very LDL) ................... 70 8.3.3 Tensão e estresse ........................................................................... 71
8.4 Fatores não-influenciáveis ...................................................................... 71 8.4.1 Hereditariedade ............................................................................... 71 8.4.2 Idade................................................................................................ 72 8.4.3 Sexo................................................................................................. 72 8.4.4 Personalidade de risco .................................................................... 73 8.4.5 Raça ................................................................................................ 74
9 ANAMNESES................................................................................................. 76 9.1.1 Estimativa do risco cardíaco ............................................................ 78 9.1.2 Estimativa do nível de aptidão física................................................ 82
Anexo I: Questionário de Estresse ........................................................................ 83 Anexo II: Índice de Risco Cardíaco (RISKO)......................................................... 84 Anexo III: Avaliação dos Fatores de Risco Coronariano ....................................... 85 Anexo IV: Questionário PAR-Q ............................................................................. 86 Anexo V: Questionário Sobre o Estado de Saúde(QES)....................................... 87 Anexo VI: Avaliação do Nível de Atividade Física ................................................. 89 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 90
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 4
INTRODUÇÃO A AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA
1 INTRODUÇÃO
O objetivo do presente trabalho é discutir como um programa de
medidas e avaliação pode assumir um papel de capital importância no processo
de ensino aprendizagem, como e quando empregar técnicas e instrumentos para
medir e avaliar determinadas características ou habilidades com precisão,
resultando em um processo calcado em bases científicas, dando, desta forma,
origem a um trabalho mais credível.
Com o aumento de informação sobre atividade física, cada vez mais
pessoas descobrem que o exercício é um meio saudável, para ajudar a evitar
doenças hipocinéticas (coronarianas, hipertensão arterial, diabetes, osteoporose e
etc), se obter o máximo das capacidades mentais e se sentir bem, energético,
alegre e etc.
A Avaliação da Aptidão Física vem sendo amplamente estudada, tanto
para fornecer informações e/ou classificações e, como forma de desenvolver uma
melhor análise dos efeitos de treinamento com particular atenção ao crescimento
e desenvolvimento do ser humano através da determinação dos índices de
Aptidão Física Geral. Com a nossa pesquisa aplicada à avaliação da aptidão
física, procuramos selecionar dentre os inúmeros protocolos, testes e medidas,
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 5
aqueles que pelas suas características tivessem uma maior adequação às
condições de trabalho dos profissionais de educação física.
Para uma boa avaliação física temos de analisar muitas variáveis:
antropométricas; composição corporal; análise postural; avaliações metabólicas e
neuromusculares; avaliações nutricionais, psicológica e social. Estas duas últimas
são essenciais para que um programa de treinamento tenha pleno sucesso,
porque nos dão acesso aos hábitos e à personalidade da pessoa.
Uma avaliação bem feita é aquela em que utiliza critérios e protocolos
bem selecionados, fornecendo dados quantitativos e qualitativos que indique,
através de análises e comparações, a real situação em que se encontra o
avaliado. Em meio a tanto conhecimento técnico-científico, não se pode mais
permitir a utilização do protocolo do "achismo", ainda empregado por alguns
profissionais em suas avaliações. Só é possível fazer um programa de exercícios
com qualidade e segurança com uma avaliação física em que se utilize
metodologia, protocolos e critérios de avaliação adequados.
Além disso, as avaliações devem ser periódicas e sucessivas,
permitindo uma comparação para que possamos acompanhar o progresso do
avaliado com precisão, sabendo se houve evolução positiva ou negativa. Dessa
forma, é possível reciclar o programa de treinamento e estabelecer novas metas.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 6
2 APTIDÃO: SIGNIFICADOS E APLICAÇÕES
De acordo com FERNANDES FILHO (2003, p.231) desde o surgimento
dos conceitos de habilidade motora e de aptidão, nos anos 20, ênfases diversas
vêm sendo dadas ao assunto, conforme a visão de homem, de aptidão e do
próprio sentido que a educação física e o movimento vêm tendo ao longo dos
anos.
Na década de 40, a aptidão foi inicialmente qualificada como física, e
significativa tão somente à capacidade de se realizar esforços com um mínimo de
gasto de energia e de fadiga.
Nesta linha, a aptidão foi e é usada, tendo como meta a afirmação
política de nações e a supremacia de raças e ideologias, seja na área militar, seja
na esportiva.
Na área militar os testes de aptidão, sobretudo os cardiovasculares,
desenvolveram-se a partir da necessidade dos combatentes da Segunda Guerra
Mundial (1939-1945), onde os soldados deveriam estar preparados o combate e
na utilização da performance nos esportes de alto rendimento, como fator de
afirmação política das nações e visão de homem como ser dual: corpo e mente,
devendo as performances máximas, absolutas, deriva sobretudo de um
treinamento, com técnicas e táticas que lhes são impostam para um melhor
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 7
rendimento; é máquina de resultados, engrenagem substituível no mecanismo do
triunfo esportivo nacional.
Nos anos do pós 2a Guerra Mundial, sobretudo a partir da segunda
metade dos anos 50, a ênfase na aptidão física voltada para a saúde, numa
dimensão profilática de patologias classificadas como hipocinéticas, ganhou
incremento nos países do primeiro mundo, por questões meramente econômicas:
a hipocinesia, gerada pelos avanços da tecnologia e da maquinaria, gerou
prejuízos às nações desenvolvidas, que precisaram ser prevenidos e superados
pela atividade. Enfatizaram-se a aptidão física, mesmo entre não atletas, surgindo
diferentes movimentos em todo o mundo, que conduziriam a esta direção.
Entrou em jogo um novo fator: a busca da aptidão qualificada, física ou
fisiológica, e que ganhou terreno entre nós a partir de 1968 quando COOPER
publicou o livro “Aeróbics”, traduzido para o português com o título “Aptidão Física
em Qualquer Idade”, onde ele desafia as pessoas a tomarem conta de seus estilos
de vida para combater as doenças coronarianas, a obesidade e os estresses da
vida moderna.
Após a Copa do Mundo do México, em 1970, coincidindo com a
publicação por COOPER do livro “Capacidade Aeróbica” que deu origem a
impulso inicial ao movimento de aptidão física que se alastrou pelo mundo e a
difusão da palavra aeróbica, representada pela corrida de longa distância, que
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 8
geram marcações dos percursos em praias e parques, sobretudo nos grandes
centros.
Correr havia virado panacéia: era bom para tudo. Todos corriam mesmo
quem não podia, por contra-indicação médica, resultando deste hábito, em abusos
e mortes desnecessárias. A indispensável avaliação médica era esquecida em
troca de uma pretensa aptidão. Corriam o sedentário, o atleta e o doente. Era a
época do “mexa-se“, do “esporte para todos”, dos circuitos, das corridas de longa
distância e etc., explorados pelo regime político então vigente. A avaliação
concentrou-se no VO2Max, que passou a ser considerado índice mágico. Quanto
maior melhor, e para melhorá-lo, valia tudo em matéria de esforço, aeróbico e
anaeróbico.
Era a época do boom das Escolas de Educação Física, do crescimento
das academias, da ênfase, nas equipes, da figura do chamado “Preparador Físico
ou Instrutor de Condicionamento Físico”, que surgiu na seleção Brasileira de
Futebol em 1968, na Copa da Suécia, mas que, nos anos 70, foi assumida por
todas as equipes de futebol, e mesmo de outros esportes. O mercado de trabalho
do profissional de educação física atingiu até as clínicas, onde se fazia a
recuperação e a prevenção dos coronariopatas.
Em 1968, a então “Associação Americana para Saúde, Educação Física
e Recreação” (AAHPER), citada por BARROW E McGEE (1971,p.131) apud
FERNANDES FILHO (op. cit.,p.234), definiu a aptidão como total, afirmando que
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 9
“é a aptidão implica a habilidade de cada pessoa viver efetivamente em seu
ambiente” e esclarece: “Aptidão implica a habilidade de cada pessoa viver mais
efetivamente com o seu potencial”. Usava-se o conceito da totalidade do homem
que tinha, por sua vez, e em decorrência, uma aptidão também total.
COOPER publicaria ainda o livro “Saúde Total” em 1979,
acrescentando mais conhecimentos sobre a revolução da aptidão física. Ainda na
década de 70, aproveitando a popularização da atividade aeróbica, Jacki
Sorensen, numa tentativa de popularizar a dança, criou a Dança Aeróbica e foi
seguida por Jane Fonda, Phyllis Jacobson, Richard Simon com outros programas
de condicionamento físico.
No Brasil, esse movimento chegou no início da década de 80, com o
nome de “Ginástica Aeróbica”, e sua prática aumentou de maneira jamais vista em
qualquer atividade física. Centenas de academias foram abertas, e sua prática
atingiu principalmente a população jovem. Aparelhos de ginástica, antes restritos
aos clubes, passaram a ser produzido em séries, podendo ser comprados e
levados para casa. O agasalho de ginástica e o tênis, antes restritos aos atletas,
passaram a fazer parte da moda, subitamente se tornaram coisas de prestígio.
Como observamos em BARBANTI (1990, p. 5-14), na década de 80 os
conceitos de aptidão estão todos relacionados a questão física, no entanto,
iniciava-se um movimento de compreensão de homem como ser “uno”.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 10
Na década de 90, de acordo com FERNANDES FILHO (op.cit., p.235) o
movimento humano passa então a ser cada vez mais valorizado, de modo
pessoal, dele resultando as adaptações estruturais, mas também emocionais,
intelectuais e sociais, fatores de construção do “eu”. O mundo é encarado como o
ambiente que me cerca, e no qual vive o meu “eu”, em convívio com outros “eus”.
Gera-se, no mundo, uma cultura que a tudo influencia inclusive o próprio
movimento em suas diferentes expressões pessoais e sociais. Não há mais
espaços para limitações ou fracionamentos do homem apto.
BOUCHARD (1990), na linha da aptidão relacionada á saúde, nos
mostrou onde o bem-estar também se faz presente. Progressivamente, dá-se
importância a ludicidade, ao prazer, em substituição à exaustão, ao sofrimento. A
atividade física não existe para trazer sofrimento, mas para ser prazerosa e
fortalecer a saúde; a “aptidão para a saúde” dos canadenses (SHEPHARD,
BOUCHARD e outros) está intimamente ligada ao “bem estar”.
A Organização Mundial de saúde define “saúde” como ”estado de
completo bem estar bio-psico-social” (multidimensional, portanto). Saúde não é
higidez-ausência de doença, mas ultrapassa este conceito. O simples “prevenir
doenças”, como se posicionou durante algum tempo ser um objeto da atividade
física, fica aquém do estado de saúde. O movimento humano, hoje, é meio para
se atingir saúde e bem-estar, combatendo os efeitos do estresse da vida moderna
e suas repercussões patológicas no organismo, gerando o prazer de viver. É
recurso profilático e que deve ser bem usado.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 11
Talvez seja no ambiente educacional, não só no esportivo, sejam eles
recreativos ou profissionais, lúdicos ou competitivos, mas inclusive na educação
para a vida, na escolaridade, na educação, quando ela se fizer necessária, que os
reflexos da aptidão total sejam sentidos. O ser apto é o sujeito de sua existência
de si mesmo, em pleno gozo de sua liberdade responsável. Ora, educação é
“posicionamento diante da vida em que se está buscando o essencial em todas as
situações, de modo a que pela real capacidade de opção possa o sujeito
autodeterminar-se” como disse WEINECK (1994, p.54). Este conceito difere dos
modernos conceitos de aptidão? WEINECK (op.cit) disse mais: que a educação só
é justificável “como meio de levar o ser humano a melhor realizar-se como tal”. É
assim que o homem torna-se capaz de construir sua vida através do seu próprio
escalonamento de valores.
Aptidão, bem-estar, saúde e educação não são “coisas” que se tem;
são “valores” que se vive, através de uma vida ativa, em seus múltiplos aspectos,
inclusive e a partir do motor. Sem a aptidão não existe mudança consciente do
sócio-econômico-cultural, pois o intelecto da pessoa não se modifica e os
problemas externos são assimilados passivamente por ela.
Ser apto é lutar pela qualidade de vida; melhorar as condições pessoais
e sociais; encontrar seu lugar na sociedade para o trabalho e qualidade de vida;
prevenir-se é lutar contra a doença hipocinética, mas é, acima de tudo, manter a
saúde, em seu contexto multifatorial; é gerar seres que ainda que portadores de
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 12
limitações (os que nós rotulamos como deficientes, em seus diversos tipos e
graus, fatores que, de algum modo, todos temos) sejam pessoas aptas, e
socialmente ativas no mundo do trabalho, combatendo-se a verdadeira deficiência
e a exclusão, sobretudo a social.
Quando se pensa e se acompanha a aquisição e a manutenção da
aptidão, com este enfoque atual, mais do que nunca se abre espaço e se encontra
valor para sua avaliação.
Se nos enfoques antigos, quando importava a performance, a aptidão
dita física, a avaliação já era importante para que o treinamento não se
transformasse em fator agressivo, com os aspectos hoje entendidos, quando ser
apto é, em última análise, ter boa qualidade de vida, avaliar para melhorar com
segurança, para manter ou mesmo para readquirir a aptidão, quando se perde por
doença ou outra causa, a avaliação e o acompanhamento adequado do processo
de sua recuperação tornam-se elementos fundamentais.
É nesse sentido, do movimento dosado com cuidado, como quem dosa
uma medicação, em seus múltiplos enfoques, que deve ser entendida hoje a
avaliação nas ciências do movimento, em seus contextos educacionais, neles
entendida a atividade física em seus múltiplos aspectos, a reeducação motora e a
saúde.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 13
3 CONCEITOS BÁSICOS
Definiremos a seguir alguns dos conceitos básicos, relacionados à
avaliação da aptidão física.
3.1 Testes
MARINS (1998, 19) define teste como: “...instrumento, procedimento ou
técnica usada para se obter uma informação”. Já CARNAVAL (1997, 11) diz que é
“...uma pergunta ou um trabalho específico utilizado para aferir um conhecimento
ou habilidade da pessoa que se mede...”.
Segundo o dicionário AURÉLIO, “teste é o conjunto de provas que se
aplicam a indivíduos para se apreciar o seu desenvolvimento mental, aptidão e
outras, provas que se executam para aferir a eficiência ou os outros efeitos de
determinadas substâncias”.
Um teste pode ser considerado como tentativa para determinar o grau
de certas qualidades ou condições que formam a base para a tomada de
decisões. Na realidade, na nossa vida diária nós estamos constantemente
testando ou coletando informações.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 14
FERNANDES (op.cit, p.25) complementa as definições a levar em conta
o fato que, para que haja um teste, há necessidade do questionamento. Qual é o
peso? Quanto tempo leva? Quantas são as repetições? Sem questionamento não
há o teste que é um instrumento, uma ferramenta, e implica em uma resposta
pessoal de quem esta sendo analisado ou avaliado.
3.2 Protocolos
Um protocolo, qualquer que seja, descreve uma rotina operacional a ser
cumprida e traz explicitamente uma questão, uma indagação básica. Quando se
descreve um protocolo de uma verificação ergométrica, quando se transmite a
técnica de HEATH-CARTER para determinar o somatotipo, e outro similar, atribui-
se erradamente a denominação de teste à descrição, esquecendo que ela sempre
termina em um questionamento. FERNANDES (op.cit, p.25).
3.3 Medidas
“...É o processo utilizado para coletar as informações obtidas pelo teste, atribuindo um valor numérico aos resultados...” (MARINS, op cit). “É uma técnica que fornece, através de processos precisos e objetivos, dados quantitativos que exprimem, em bases numéricas, as qualidades que se deseja medir. Ela proporciona dados crus”. CARNAVAL (op cit, p.12).
Medir significa determinar a quantidade, a extensão ou grau de alguma
coisa, tendo como base um sistema de unidades convencionais. O resultado de
uma medida se refere sempre ao aspecto quantitativo do fenômeno a ser descrito.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 15
FARINATTI & MONTEIRO (2000, p193) diz que quanto maior a
precisão da medida, maior será a segurança para sua aplicação. Daí a
necessidade de treinamento prévio do investigador no sentido de dominar bem a
sua técnica. Além disso, a padronização influencia diretamente nos resultados
obtidos, e medidas que não se apresentem de forma clara, não devem ser
utilizadas.
FERNANDES (op.cit., p.25) lembra que, há contudo, situações em que
a resposta não se pode ser plenamente quantificada e qualificada, mas julgada, a
partir de alguns parâmetros e categorias. Como quantificar motivação, atenção,
liderança, conceitos estéticos, emocionais, comportamentais, e outros elementos
deste tipo a resposta pode, contudo ser qualificada de forma gradativa: muito,
mediana, regular, pouco ou insuficiente, a partir de um dado de referência.
Sobre essa afirmação MATHEWS (1980), apud FARINATTI &
MONTEIRO (op. cit), enfatiza que medidas objetivas como força e velocidade são
simples e diretas, frequentemente produzindo resultados de mais confiança do
que aquelas que envolvem personalidade, inteligência e atitudes.
Finalizando este conceito gostaríamos de utilizar a reflexão de
FARINATTI & MONTEIRO (op. cit), ao ressaltar que para perfeita aplicação da
medida, deve-se conhecer a resposta para três questões básicas que são
apresentadas a seguir:
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 16
- O que medir?
- Por que medir?
- Como medir?
Somente a partir destes conhecimentos poderemos delimitar com
clareza a atuação e limitação das diversas formas de medida.
3.4 Análise
São técnicas que permite visualizar a realidade do trabalho que se
desenvolve, criando condições para que se entenda o grupo e situe-se um
indivíduo dentro deste grupo.
São exemplos de analises comparações entre as medidas de um
indivíduo com as medidas padrões e as medidas relativas dele com ele mesmo e
ocasiões diferentes.
3.5 Avaliação
“É um processo pelo qual, utilizamos as medidas, se pode subjetivamente e objetivamente, exprimir critérios. A avaliação julga o quanto foi eficiente o sistema de trabalho com um indivíduo ou com um grupo de indivíduos.”
(CARNAVAL, op.cit)
“Determina a importância ou valor da informação coletada. Deve refletir a filosofia, as metas e os objetivos do profissional, faz comparações com algum padrão.”
(MARINS, op.cit)
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 17
De modo geral, podemos dizer que avaliação é julgar ou fazer a
apreciação de alguém ou alguma coisa, tendo como base uma escala de valores.
Assim sendo, avaliar consiste na coleta de dados quantitativos e qualitativos e na
interpretação desses resultados com base em critérios previamente definidos,
fornecendo subsídios capazes de favorecer o desenvolvimento e a aplicação de
conhecimentos.
Para FARINATTI & MONTEIRO (op. cit, p.194) a avaliação abrange um
aspecto qualitativo, podendo tomar dimensões de grande ou pequena
complexidade em função de:
- Objetivos propostos;
- Condições de trabalho;
- Seleção dos procedimentos.
O investigador experiente deve avaliar um dado sob diversos prismas e
tentar detectar qual o caminho mais aconselhado a ser colocado em prática.
Podemos exemplificar uma avaliação quando dizemos a nota da prova
é regular em consideração a média das notas dos alunos de uma determinada
classe, ou que o percurso realizado pelo aluno, de acordo com o seu sexo e faixa
etária é classificado como bom.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 18
4 TIPOS DE AVALIAÇÕES
Dependendo do objetivo, o avaliador pode lançar mão de três tipos de
avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa.
4.1 Avaliação diagnóstica
Nada mais é do que uma análise dos pontos fortes e fracos do
indivíduo, ou da turma, em relação a uma determinada característica.
Esse tipo de avaliação, comumente efetuado no início do programa,
ajuda o profissional a calcular as necessidades dos indivíduos e, elaborar o seu
planejamento de atividades, tendo como base essas necessidades ou, então a
dividir a turma em grupos (homogêneos ou heterogêneos), visando facilitar o
processo de assimilação de tarefas propostas.
4.2 Avaliação formativa
Este tipo de avaliação informa sobre o progresso dos indivíduos, no
decorrer do processo ensino aprendizagem, dando informações tanto para os
indivíduos quanto para os profissionais, indicando aos profissionais se ele está
ensinando o conteúdo certo, da maneira certa, para as pessoas certas e no tempo
certo.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 19
A avaliação é realizada quase que diariamente, quando a performance
do indivíduo é obtida, avaliada e em seguida é feita uma retroalimentação,
apontando e corrigindo os pontos fracos até atingir os objetivos propostos.
4.3 Avaliação somativa
Refere-se aos instrumentos que pretendem avaliar o final de um
processo de aquisição de um conteúdo. É a soma de todas as avaliações
realizadas no fim de cada unidade do planejamento, com o objetivo de obter um
quadro geral da evolução do indivíduo.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 20
5 PRINCÍPIOS DAS MEDIDAS E AVALIAÇÕES
Para que um programa de medidas e avaliações tenha sucesso, deve-
se ter em mente certos princípios que são fundamentais durante o processo de
medidas e avaliações:
- A avaliação é um processo contínuo e sistemático. Portanto, ela
não pode ser esporádica, mas, ao contrário, deve ser constante e
planejada. Nessa perspectiva, a avaliação faz parte de um sistema
mais amplo que é o processo ensino aprendizagem, nele se
integrando.
- A avaliação é funcional, porque se realiza em função de objetivos,
ou seja, para se avaliar, efetivamente, todas as medidas devem ser
conduzidas com os objetivos do programa em mente.
- Devem ser conduzidos e supervisionados por profissionais
treinados. Não é qualquer pessoa que pode administrar
efetivamente um programa de medida e avaliação, as decisões
poderão afetar importantes aspectos da vida de um indivíduo.
- A avaliação é integral, pois, os resultados devem ser interpretados
em termos do indivíduo como um todo: social, mental, físico e
psicológico; Se um indivíduo sai-se mal num teste, o profissional
consciente irá verificar quais as razões que levaram a tal resultado
e, na medida do possível e se necessário, prover assistência
especial a pessoa. As razões de resultados "fracos" em um teste
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 21
físico podem ser várias; entretanto, se a razão for física, o bom
profissional deverá descobrir qual o ponto fraco do indivíduo e dirigir
um programa para que ele possa superar tal deficiência (Kirkendall
et ai, 1980).
- A avaliação é orientadora, pois não visa eliminar alunos, mas
orientar o seu processo de aprendizagem para que possam atingir
os objetivos propostos.
- Tudo que existe pode ser medido, em outras palavras, qualquer
assunto incluído em um programa de Educação Física deve ser
medido.
- Nenhum teste ou medida é perfeito; os profissionais, às vezes,
depositam tanta confiança nos testes e medidas que acabam
acreditando que eles são infalíveis. Deve-se usar sempre o melhor
teste possível, mas ter sempre em mente que podem existir erros.
- Não há teste que substitua o julgamento profissional, este talvez
seja o mais importante princípio da avaliação. Como problema de
fato, a avaliação é julgamento. Algumas vezes os profissionais
tentam substituir medidas objetivas por julgamentos, entretanto, as
primeiras não podem nunca tomar o lugar dos segundos. Se não
houvesse lugar para o julgamento em medidas e avaliação, então o
profissional poderia ser substituído por uma máquina ou por um
técnico. Por outro lado, julgamentos feitos sem dados substanciais
são sempre inaceitáveis. As medidas fornecem os dados que levam
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 22
o profissional a fazer um melhor julgamento ou tomar uma melhor
decisão
- Deve sempre existir a reavaliação para se observar o
desempenho. Se a habilidade inicial do indivíduo não for medida,
então não se terá conhecimento sobre o seu desempenho no
programa de Educação Física. Não é possível reconhecer as
necessidades do indivíduo sem se saber por onde começar, como,
também, não se pode determinar o que os indivíduos aprenderam
ou melhoraram, se não se souber em que nível eles estavam antes
de começar o programa. Se a habilidade dos indivíduos for medida
somente no fim da unidade, aula ou semestre, o teste só vai
informar onde eles estão naquele espaço de tempo, isto é, não irá
esclarecer nada sobre os efeitos que o programa exerceu nos
mesmos. Em outras palavras, se não forem medidos tanto o começo
como o final do programa, os métodos e materiais empregados
permanecerão desconhecidos, sem que possam ser avaliados.
- Usar os testes que mais válidos, fidedignos e objetivos e que se
aproximam da situação da atividade. Os testes devem refletir as
situações da atividade. Por exemplo, um jogador de futebol chuta a
gol, tendo por objetivo que a bola entre na meta. O teste deve ser
construído de tal maneira que, com um certo número de tentativas, o
indivíduo deva chutar a bola a uma determinada distância e atingir
um alvo.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 23
6 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
A Educação Física é uma disciplina que visa o desenvolvimento, ou
aperfeiçoamento, do indivíduo na sua totalidade, isto é, nos aspectos biológicos,
psíquicos e sociais.
Para determinar se os objetivos estão, ou não, sendo alcançados,
diferentes técnicas e instrumentos de avaliação devem ser empregados, para se
poder medir e avaliar o indivíduo como um todo. Assim, é conveniente conceituar
o que é técnica e o que é instrumento.
- Técnica: é o método usado para se obter as informações.
- Instrumento: é o recurso usado para se obterem as informações:
Basicamente há três técnicas para se obterem as informações:
observação, inquirição e testagem.
6.1 Técnicas de avaliação
6.1.1 Observação
Segundo o dicionário, observar é: olhar atentamente; examinar com
minúcias; espreitar; estudar; cumprir, respeitar as prescrições ou preceitos de;
obedecer a; praticar; usar; ponderar; notar.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 24
A observação é uma técnica que permite ao profissional conseguir
informações sobre atitudes, hábitos de estudo, ajustamento social, qualidade de
liderança e habilidades físicas, podendo ser empregada também, em menor
escala, para se obter informações acerca de habilidades cognitivas.
Quando do contato com os indivíduos, durante as sessões de
atividades físicas, tem-se uma excelente oportunidade para observar os
comportamentos que não são considerados como sendo normais; estes devem
ser registrados a fim de ser estudados e, se possível, solucionados.
Para se fazer uma análise objetiva, devem ser empregados
instrumentos adequados para registrar o que foi observado. Entre os instrumentos
de observação, os mais utilizados na Educação Física são: Anedotário, Lista de
checagem, Escala de classificação.
6.1.1.1 Anedotário
É uma breve descrição daquilo que ocorreu durante um certo tempo.
Estas anotações podem formar a base e/ou prover o profissional de um
instrumento de consulta para entender e/ou ajudar os indivíduos cujos
comportamentos estão fora dos padrões considerados como sendo normais.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 25
Exemplo de Registro Anedotário:
21/03/95 — Hoje começou nossa unidade em ginástica. Pedro, que está além do
seu peso ideal, foi ridicularizado pelos demais elementos da equipe por não
conseguir fazer puxadas na barra. Logo após este episódio pediu para ser
dispensado porque estava se sentido enjoado.
25/04/95 — Pela segunda vez Pedro pediu para ser dispensado, desta vez com
uma nota de pedido de dispensa. Durante uma conversa admitiu sentir-se
embaraçado por causa dos fracassos sucessivos diante da equipe. Ele se
prontificou a fazer um regime.
6.1.1.2 Lista de checagem
Consta, em geral, de uma série de comportamentos relacionados na
ordem em que se espera que ocorram. O profissional marca, com um sinal
convencionado, os comportamentos, à medida que vão ocorrendo. A lista de
checagem pode ser construída em folhas individuais ou constituir um quadro para
a equipe (Quadro 1.1).
Comportamento/aluno Obedece regras
Acata as decisões dos
árbitros
Não discute com os
companheiros
Não discute com os
adversários Cláudio X X X X Carlos X X Pedro X X X Arnaldo X X
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 26
6.1.1.3 Escala de classificação
Constitui-se de uma série de características, seguidas de um contínuo,
que descreve a maneira pela qual cada uma delas se manifesta.
Exemplo de escala de classificação
Participação dos alunos nas aulas:
Nenhuma ( ) Pouca ( ) Razoável ( ) Boa ( ) Ótima ( )
O avaliador deve ter cuidado, ao preparar a escala de classificação,
para que os termos usados realmente representem os diferentes pontos do
contínuo da característica em questão.
6.1.2 Inquirição
Segundo o dicionário, inquirir é: procurar informações sobre; indagar;
investigar; pesquisar sobre; fazer perguntas a.
Esta técnica é bastante utilizada na obtenção das seguintes
informações:
a) Opinião do indivíduo sobre determinada atividade;
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 27
b) Quem o indivíduo admira; e
c) Interesse do indivíduo.
Muitas informações sobre o domínio afetivo podem ser obtidas,
rapidamente, através de uma inquirição sistemática. Entre os instrumentos de
inquirição podem ser citados: Questionário, Entrevista e Sociograma.
6.1.2.1 Questionário
Constitui-se de uma lista de perguntas feitas por escrito, onde o
respondente é solicitado a dar uma resposta. É mais utilizado para se obter
informações sobre as opiniões e as atitudes dos respondentes.
Não deve ser confundido com o conjunto de perguntas pertencentes ao
conteúdo de diferentes disciplinas. Este tipo de instrumento pertence à testagem.
Os questionários têm aplicações e obedecem a técnicas específicas de
construção de acordo com a sua finalidade.
Há dois tipos principais de questionário: Inventário e Escala de atitudes.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 28
- Inventário: é um instrumento que se constitui de uma série de
informações; é pedido ao respondente que assinale aquelas com as
quais concorda.
- Escala de atitudes: é um misto de características do inventário e da
escala de classificação; é solicitado ao respondente sua atitude em
relação a determinada afirmação, assinalando sua resposta dentro
de uma escala em um contínuo.
6.1.2.2 Entrevista
Podem ser divididas em dois tipos: Formais e Informais.
- Formais: seguem um plano preestabelecido, em que o entrevistador
segue um roteiro de perguntas anteriormente formuladas.
- Informais: são mais livres; nelas o entrevistador vai formulando as
perguntas de acordo com o desenrolar da entrevista.
6.1.2.3 Sociograma
É um instrumento usado para revelar características sociais do
indivíduo perante o grupo, diferenciando os populares e os rejeitados pela equipe.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 29
6.1.3 Testagem
Segundo o dicionário, teste é: conjunto de provas que se aplicam a
indivíduos para se apreciar o seu desenvolvimento mental, aptidão e outras;
provas que se executam para aferir a eficiência ou os efeitos de determinadas
substâncias.
Um teste pode ser considerado como tentativa para determinar o grau
de certas qualidades ou condições que formam a base para a tomada de
decisões. Na realidade, na nossa vida diária nós estamos constantemente
testando ou coletando informações. De uma maneira geral os testes podem ser
divididos em dois tipos: Testes de escolaridade (não serão tratados aqui por não
constituírem o propósito deste estudo) e Testes padronizados.
Geralmente os testes padronizados são organizados em baterias de
testes e comercialmente distribuídos. Para a escolha e aplicação dos testes há
necessidade de pessoal especializado no campo (psicólogos, orientadores
educacionais, profissionais de Educação Física). Dentre os testes padronizados
encontram-se os de inteligência, os vocacionais, os de personalidade e os de
aptidão, onde estão incluídos os antropométricos, os físicos e motores e os
cardiorrespiratórios.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 30
7 PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO DA AVALIAÇÃO
A construção de um programa de avaliação pressupõe que se tenha
definido, a priori, alguns parâmetros básicos. Definir o plano de avaliação, sua
filosofia, seus princípios, sua estrutura e sua finalidade, deve anteceder, sempre,
qualquer elaboração programática.
Para que um programa de avaliação funcione adequadamente e
forneça, a quem o utiliza, informes verdadeiros e consistentes, capazes de
produzir dados utilizáveis, sobretudo quando se lida com a área do movimento
humano em toda a sua potencialidade atualmente explorada, é indispensável que
haja uma administração adequada do processo. O êxito depende de uma série de
diferentes e cuidadosas atitudes, nas quais, havendo falha em um segmento, o
todo fica comprometido, e que podem ser grupados em três momentos
interdependentes e seqüenciais: Fase de preparação, Fase de aplicação dos
testes e Fase de análise.
Sendo a avaliação um processo que pressupõe a aplicação de testes, a
coleta dos resultados e o seu tratamento e interpretação analítica, em etapas
periódicas, é necessária uma absoluta segurança de atuação durante todo o
processo, mantendo-se rígidas diretrizes, passíveis de serem expressão fiel dos
indicadores que nortearão a interpretação dos resultados, para que possam
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 31
orientar o processo de utilização, seja num contexto formativo-educativo, seja num
de manutenção ou de recuperação ou de reeducação.
7.1 Fase de preparação
Geralmente os testes padronizados são organizados em baterias e
comercialmente distribuídos. Há perguntas que não podem deixar de ser
respondidas: Avaliar o que? Quem avaliar? Com que avaliar? Para que? Quando
e onde avaliar? Como? e submetê-los à aprovação segundo determinado critério.
7.1.1 Avaliar o que?
Dentre as variáveis de condicionamento que podem ser treinadas na
escola e/ou academias, podemos citar:
• Variáveis Médicas
- Histórico médico
- Pressão arterial, freqüência cardíaca, temperatura;
- Níveis de lipídios sanguíneos, glicose e etc
• Variáveis Cineatropométricas
- Composição corporal
- Somatotipo
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 32
- Proporcionalidade
- Estado nutricional
- Crescimento e desenvolvimento
• Variáveis Metabólicas (cardiopulmonares)
- Sistema energético aeróbico
- Sistema energético anaeróbico alático
- Sietama energético anaeróbico lático
• Variáveis Neuromusculares
- Força
- Potência
- Resistência muscular localizada e flexibilidade
• Variáveis Psicomotrizes
- Velocidade
- Coordenação
- Ritmo
- Agilidade
- Equilíbrio
- Descontração
• Variáveis Técnicas
- Biomecânica do movimento
- Eficiência técnica
• Variáveis Psíquicas
- Ansiedade
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 33
- Motivação
- Inteligência
- Personalidade
7.1.2 Avaliar quem?
Na área da ciência da motricidade humana o quem sempre será um
homem que, pela sua situação atual, pode revelar diversas condições que, para o
êxito do trabalho, devem ser consideradas. Há questões, nitidamente pessoais,
que devem ser respondidas: se há atividade prévia ao teste que possa alterar a
fisiologia normal; uso de medicamentos, álcool, fumo o outras drogas; hora e tipo
da última alimentação; horas de sono normal e imediatamente anteriores ao teste,
e outras.
É fundamental, de início, saber se:
- Esse homem apresenta ou não algum desvio da normalidade, capaz
de interferir no seu agir, seja em que área este agir se posicione/
- Estamos diante de uma pessoa de vida ativa habitual?
- De um sedentário?
- De um paciente em recuperação de uma patologia?
- De um portador de algum tipo de limite: sensorial, comportamental,
motor, social, intelectual, cultural, ou de outro tipo?
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 34
Com o objetivo de direcionar um trabalho mais coerente, GOMES
(1995, p.6), realizou a seguinte analise do perfil do perfil das pessoas que
praticam atividade física.
Quanto aos motivos que o levaram a procurar a atividade física, o autor
cita os seguintes:
- Social: muitos alunos inicialmente procuram a atividade,
principalmente em academias, com a expectativa de um “saudável
convívio social”.
- Moda: esta na moda ter corpos malhados e com o mínimo possível
de gordura.
- Estético: é a busca incessante pelo corpo perfeito, valendo de tudo
desde silicone, lipoaspiração, dietas malucas e que podem levar a
estados patológicos como anorexia, câncer e etc.
- Lazer: muitas pessoas procuram a atividade física como um meio
de ocupar o seu tempo livre de maneira a lhe proporcionar o tão
almejado prazer.
- Clínicos: normalmente indicados pelos profissionais de saúde,
enquadram-se aqui os portadores de vícios posturais e
necessidades especiais e de reabilitação, cardíacos, hipertensos,
diabéticos, obesos e etc.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 35
- Preparação física: visando a melhora da condição física, neste
grupo podemos definir dois trabalhos distintos a preparação física
desportiva e o condicionamento físico para sedentários.
Quanto ao estado inicial de condicionamento físico, analisando o
comportamento de indivíduos que nunca ou há muito tempo não praticam
atividade física periodicamente, observamos que alguns deles, às vezes, podem
apresentar um bom nível de aptidão inicial devido a sua carga genética. Portanto,
para melhor compreensão, apresentaremos alguns aspectos que de alguma
maneira, identificam um baixo nível de aptidão:
- Baixa capacidade aeróbica (VO2MAX);
- Força reduzida;
- Amplitude articular reduzida (flexibilidade);
- Baixo nível de coordenação.
7.1.3 Avaliar com o que?
Muitos são os fatores que irão interferir para realização de uma boa
avaliação e o primeiro passo é fazer uma boa medida. VICTOR MATSUDO (1999)
no CD-ROM Testes em ciências do esporte, lembrar alguns aspectos que
ajudarão bastante nesse sentido. Segundo ele, para analisarmos o nível de
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 36
aptidão física precisamos medir o maior número de suas variáveis, dentro de uma
filosofia de trabalho que use:
- Material não sofisticado
- Técnicas não complexas
- Métodos que possam ser aplicados a grandes grupos
Entre os principais equipamentos utilizados na avaliação podemos citar:
Esfignomanômetro e Estetoscópio, Balança, Estadiômetro, Fita Métrica,
Paquímetro e Compasso de Dobras Cutâneas, Colchonete, Banco de Wells,
Cronômetro, Freqüencímetro, Ergômetro (Campo, Banco, Bicicleta Ergométrica e
Esteira Rolante), nos parece suficiente para uma avaliação funcional em uma
academia, sabendo que se pode ainda utilizar outros instrumentos como a
Maquina de Lactato, Bio-impedância e etc..
Os instrumentos de medida deverão merecer especial atenção quanto:
- Aquisição: devemos selecionar aquele equipamento que mais se
ajuste às condições reais de trabalho.
- Manipulação: procuraremos conhecer o uso adequado do
equipamento antes de iniciarmos a operação dos testes
propriamente ditos, fato que dará melhor qualidade de medida e um
menor tempo de execução.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 37
- Calibração: todo instrumento de medida deverá ter sua calibração
conferida antes do inicio dos testes. Lembre-se que uma simples
balança mal calibrada poderá por todo seu trabalho por terra.
- Conservação: os equipamentos sempre significam um investimento
financeiro e prolongar sua vida média de uso é um hábito que o
avaliador deve cultivar. Assim, devemos ter atenção com: limpeza
adequada; o uso somente por pessoa habilitada ou sob supervisão;
manutenção em local seguro, com boas condições de ventilação.
7.1.4 Para que avaliar? (objetivos)
Dentre os diversos tipos objetivos da avaliação da aptidão física,
podemos citar:
- Obter informações quanto ao estado inicial do indivíduo ao iniciar um
programa de treinamento e ou condicionamento;
- Determinar e acompanha o progresso do indivíduo;
- Classificar e selecionar os indivíduos;
- Impedir que a atividade física seja um fator de agressão;
- Motivar no sentido de melhorar sua performance;
- Manter padrões de performances e servir como feedback durante o
processo de treinamento;
- Experiência indivíduo/profissional e diretrizes para pesquisa;
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 38
WEINECK (1999, p.44) distingue duas formas de avaliação: uma
imediata e outra não-imediata. Segundo ele, a avaliação imediata examina os
efeitos imediatos após cada sessão de treinamento. A avaliação não-imediata
estuda os efeitos de um conjunto de sessões de treinamento, de um período de
treinamento e seus efeitos globais.
A correlação entre avaliação imediata (ou seja, de minúcias de uma
sessão de treinamento) e a avaliação não-imediata (ou seja, de efeitos globais) é
de grande importância, porque os efeitos de sessões isoladas não são tão
observáveis como o são após algum tempo de treinamento.
Os procedimentos de treinamento adotados são descritos
objetivamente na documentação de treinamento (Carl em Rothig 1992). A
avaliação imediata e a não-imediata do treinamento permitem esclarecer as
seguintes questões:
- Se os objetivos de uma sessão (ou bloco de sessões) de
treinamento foram atingidos;
- Se os objetivos correspondem ao potencial para desempenho do
grupo ao qual se refere;
- Se as condições locais foram utilizadas adequadamente para o
treinamento;
- Se os exercícios foram adequadamente escolhidos;
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 39
- Se a abrangência e intensidade dos estímulos foram avaliadas
corretamente;
- Se o programa e o período planejados para o treinamento foram
respeitados;
- Se os métodos e o programa de uma sessão (ou bloco de sessões)
de treinamento correspondem ao objetivo preestabelecido
(adequação ao objetivo geral do treinamento);
- Se a relação entre o estímulo e a recuperação foi adequadamente
avaliada.
7.1.5 Quando e onde avaliar?
Este aspecto relaciona-se à questão espaço-temporal como:
- Quais as condições que serão encontradas no local da avaliação?
- De que instalações e equipamentos se dispõem?
- Adequam-se à realidade de nosso avaliado?
- Quando será efetuada: dia, hora?
- Quanto tempo encontra-se disponível para um procedimento de
avaliação?
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 40
Condições adequadas para avaliação física:
- Dimensão: mínima 20m² e máxima 48 m², com decoração discreta
e existência de um telefone e de uma pia.
- Luz: de boa qualidade.
- Som: o mínimo possível
- Temperatura: 21 a 24° C
- Condições climáticas: a umidade relativa do ar, com valores
oscilando entre 40 e 60%.
- Condições do solo: é importante que o piso seja firme,
antiderrapante, sem desníveis ou imperfeições.
- Segurança: o procedimento de segurança habitual inclui a presença
de pelo menos dois avaliadores, sendo, preferencialmente, um deles
médico e de equipamentos de emergência que deveram estar
guardados em local discreto, para não assustar o avaliado. Dentre
os equipamentos médicos podemos citar: luvas, gaze, algodão e
materiais convencionais para curativos, soluções glicosadas,
soluções de eletrólitos, analgésicos, antitérmicos e etc.
- Trânsito de pessoal: é importante que durante a avaliação evitar o
transito de pessoas no local.
Alguns testes, como o cicloergométrico em bicicleta eletromagnética,
exigirão a presença de rede elétrica. Por outro lado, quando possível a medida de
pressão atmosférica e umidade relativa do ar é uma prática recomendável.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 41
7.1.6 Como avaliar?
Geralmente os testes padronizados são organizados em baterias e
comercialmente distribuídos. Para a seleção dos testes, deve-se submetê-los à
aprovação segundo determinado critério.
7.1.6.1 Critérios para a seleção dos testes
Esta é uma das mais importantes fases do programa de medidas e
avaliações. Para que se possa fazer uma seleção adequada dos testes que irão
medir o que se quer eles meçam, alguns pontos importantes devem ser levados
em consideração:
• Validade: quão bem um teste mede o que se quer medir. Diz-se que
um teste é válido quando o mesmo mede o objetivo proposto.
• Confiabilidade ou Fidedignidade: grau de consistência dos
resultados de um teste em diferentes testagens, utilizando-se
sempre os mesmos sujeitos. Está ligada à consistência da medição.
Em outras palavras podemos dizer que ao realizarmos uma
determinada medida (por exemplo: dobra cutânea), em determinado
indivíduo, devemos esperar que minutos depois, ao repetir a mesma
medida, sobre as mesmas condições, está apresente resultado
idêntico.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 42
• Objetividade: grau de concordância dos resultados de um teste
entre os testadores. Depende da técnica e habilidade dos
avaliadores para reproduzirem resultados idênticos. As direções e
procedimentos devem ser padronizados e rigorosamente seguidos
para que não haja interferência nos resultados obtidos.
SAFRIT (1981) apud MARINS (op cit., 28) sugere a seguinte tabela:
Tabela 1 Tabela de validade, fidedignidade e objetividade.
Aceitabilidade Validade Fidedignidade Objetividade Excelente 0,80-1,00 0,90-1,00 0,95-1,00
Bom 0,70-0,79 0,80-0,89 0,85-0,94 Regular 0,50-0,69 0,60-0,79 0,70-0,84 Fraco 0,00-0,49 0,00-0,59 0,00-0,69.
7.1.6.2 Conhecimento do teste
Os testadores devem ter perfeito conhecimento da técnica e do
procedimento de aplicação do teste. Para isto é necessário que o teste seja
entendido também por quem a ele se submete.
7.1.6.3 Precisão das medidas
A precisão das medidas depende, em primeiro lugar, da exatidão dos
instrumentos. Quanto mais refinado ele for melhor será o resultado da medida.
Existem dois tipos de erros comuns: Erro de Medida e Erro Sistemático.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 43
Erro de Medida: nos erros de medidas encontram-se inseridos:
- Erro de Equipamentos: quando o equipamento não é aferido
previamente; por exemplo balança não tarada, cronômetro não
zerado, treina defeituosa e etc.
- Erro do Medidor: quando o medidor erra ao fazer uma leitura do
cronômetro, na contagem do número de vezes de execução, na
leitura da trena, na leitura do instrumento pela colocação incorreta
perante o aparelho e outros.
- Erro Administrativo: quando existe algo errado na administração
do teste; por exemplo, bola fora dos padrões normais de medidas,
aquecimento prévio para a execução do teste, quando não esteja
contido nas normas do teste, uma bateria que deveria ser aplicada
em dois dias e o foi em apenas um dia e outros.
Erro Sistemático: como erro sistemático pode-se citar as diferenças
biológicas; por exemplo, se a medida da estrutura de um indivíduo for realizada
nas primeiras horas da manhã, ter-se-á uma medida, se for realizada à tarde
haverá uma diferença na medição do mesmo indivíduo, devida a influencia da
força da gravidade sobre o corpo, principalmente nos espaços intervertebrais;
onde existe uma diminuição, ocasionando a diferença de estatura obtida nas duas
medidas.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 44
7.1.6.4 Preparação das fichas de registro
Procurar ter nas fichas todas as informações necessárias à
identificação do indivíduo, (nome, sexo, idade,...) assim como dados a respeito do
teste.
7.2 Fase de aplicação dos testes
De acordo com FERNANDES FILHO (2003, p.255) o trabalho bem
planejado é expectativa de acertos e de êxito de aplicação. Tudo estando
previamente estruturado deve a execução acontecer com um mínimo de
problemas, pois sempre é possível a falha de algum equipamento, a interferência
de fatores externos como o clima.
Existem alguns aspectos que irão influenciar a aplicação do teste e que
precisam merecer nossa atenção, tais como:
1) Quanto ao número de avaliados, pois alguns testes como na maioria
deste manual são estritamente individuais, enquanto outros podem
ser coletivos.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 45
2) Quanto ao número de avaliadores, da mesma forma, a maioria dos
testes aqui descritos exige apenas um avaliador, mas há ocasiões
que mais de um avaliador é necessário.
3) Quanto à demonstração: que poderá ser útil e em muitos casos
imprescindível para um perfeito entendimento do teste.
4) Quanto à duração: que poderá estar dentro dos limites da aula, do
período de treinamento ou de fadiga.
5) Quanto à coleta dos dados: que deverá ser feita em folha de
protocolo adequada e por anotador competente.
6) Quanto à ordem: que procurará ser em uma bateria de testes a mais
"fisiológica" possível, colocando no princípio os testes que exijam
condições próximas às de repouso e deixando para o final os testes
que envolvam esforço máximo.
7.2.1 Estruturação da avaliação funcional
O modelo sistêmico em Avaliação Funcional tem como primeiro passo
seu propósito. Ele é o aspecto fundamental do sistema, pois fixa suas expectativas
e a partir dele é desenvolvido e avaliado. No propósito estão incluídos os objetivos
de testes e a determinação das normas a serem utilizadas para sua interpretação.
Vários autores concordam que a Avaliação Funcional é composta pela
Avaliação Médica e pela Avaliação da Aptidão Física. De acordo com POLLOCK
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 46
(1993, p.240-233) os procedimentos de avaliação necessários para que os
indivíduos integrantes de um programa de atividades físicas possam dele
participar com segurança, envolvem geralmente sua história clinica, a analise dos
fatores de risco para o desenvolvimento de Doenças Arterial Coronária (DAC),
além de uma avaliação do condicionamento físico do indivíduo em questão. A
avaliação do condicionamento ou da aptidão física envolve as seguintes áreas:
Cardiorrespiratória (capacidade funcional), composição corporal, flexibilidade,
endurance e força muscular.
7.2.1.1 Avaliação médica
A Avaliação Médica deve ser realizada por um médico, se possível com
formação em Medicina do Esporte. Um exame clínico consta, basicamente, de
duas partes. Na primeira é realizado o exame médico, e na segunda, serão ser
solicitados alguns exames complementares. A ACSM recomenda a realização de
uma rotina mínima de exames físicos e laboratoriais como parte integrante da
avaliação médica.
7.2.1.1.1. Exame médico
Nesta etapa, deverá ser realizado um exame sumário abrangendo
aspectos cardiovasculares, pulmonares e ortopédicos, incluindo-se ai os seguintes
tópicos: freqüência e regularidade de pulso; pressão arterial deitado, sentado e de
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 47
pé; ausculta pulmonar com atenção especial para a uniformidade dos sons
respiratórios em todas as áreas (ausência de estertores, roncos e sibilos);
palpação do impulso cardíaco apical; ausculta cardíaca com atenção especial para
os sopros, galopes, cliques e atritos; palpação e ausculta das artérias carótidas,
abdominais e femorais; palpação e inspeção dos membros inferiores para
verificação de edema e de pulsos arteriais; ausência ou presença de xantomas ou
xantelasmas; problemas ortopédicos.
7.2.1.1.2. Exames complementares
Feito em consultório ou laboratório, dependendo do exame. Serve para
confirmar ou controlar com mais precisão o perfil patológico do avaliado. Em geral,
enquadram-se os exames:
- Dentário: semestralmente ou anualmente uma visita ao dentista
para tratamento ou para evitar futuros problemas nos dentes que
poderão vir a afetar a saúde;
- Otorrinolaringológico: para evitar focos nas amídalas, carne
esponjosa obstruindo o nariz ou desvio no septo.
- Radiológico: serve para assegurar ao médico a integridade do
coração, pulmões e vísceras, além de controle pela comparação dos
exames posteriores com o inicial.
- Oftalmológico: tem por finalidade verificar a visão.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 48
- Sangue: constitui-se num exame importantíssimo, pois verifica a
quantidade de hemácias ou glóbulos vermelhos, leucócitos ou
glóbulos braços, taxa de colesterol, glicose e etc.
- Urina: verificam os elementos anormais, microscopia da
sedimentação, densidade e reação;
- Fezes: verificação da existência ou não de parasitas intestinais,
ainda que na sua forma ovular.
7.2.2 Avaliação da aptidão física
As avaliações mais utilizadas para determinação do estado inicial e de
desenvolvimento das componentes da aptidão física relacionada com a saúde
são:
- Anamnese: entrevista inicial onde se visa recolher todas as
informações sobre o aluno. O formulário da anamnese deve incluir
um registro da história pessoal e familiar de coronariopatias e dos
fatores de risco associados, a medicação e o tratamento a que está
submetido, os hábitos alimentares e uma análise da dieta, história
de tabagismo e os padrões atuais de atividade física. Além disso,
quaisquer outros problemas clínicos pertinentes ou incapacidades
físicas devem ser registrados.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 49
- Análise postural: que consiste em avaliar e registrar, se possível
através de fotografias, os desvios posturais ou atitudes erradas dos
alunos.
- Medidas antropométricas: são as medidas de altura, peso,
diâmetros, circunferências e dobras cutâneas.
- Avaliação da composição corporal: onde são determinados os
percentuais e peso de gordura, massa corporal total e magra, peso
ideal teórico, peso residual, peso ósseo e peso muscular. Além da
somatotipologia.
- Avaliação das capacidades neuromusculares: flexibilidade, força
e RML.
- Avaliação das Capacidades Metabólicas: resistência aeróbica e
anaeróbica.
7.3 Fase de análise
As principais tarefas desta fase são:
- Comparar os resultados com classificações e padrões;
- Comparar os resultados com resultados anteriores do próprio aluno;
- Interpretar o resultado e estabelecer um diagnóstico;
- Utilização dos resultados;
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 50
8 AVALIAÇÃO DO RISCO CORONARIANO
As doenças cardiovasculares estão em primeiro lugar entre as causas
de morte no Brasil, vitimam 300.000 brasileiros ao ano são 820 óbitos por dia 34
por hora um evento fatal a cada dois minutos. São a principal causa de gastos em
assistência médica (16,22% do total), implicando 10,74 milhões de dias de
internação pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Dentro do grupo das doenças circulatórias, o infarto do miocárdio e as
doenças cérebro-vasculares (AVCs) são aquelas com maiores índices de
mortalidade. Além disso, muitos que sobrevivem com esses problemas têm
grandes limitações em suas vidas. Dentro do termo genérico - Doenças
Cardiovasculares, estão as coronariopatias, a hipertensão, os acidentes
vasculares cerebrais (AVCs), a insuficiência cardíaca, as valvulopatias e a
cardiopatia reumática.
As coronariopatias quase sempre são resultantes de arterioclerose, de
que resulta uma estenose das artérias coronarianas, ou seja, das artérias que
irrigam o músculo cardíaco (ou miocário).
A hipertensão é a forma de doença cardiovascular mais prevalente. A
hipertensão nada mais é do que uma condição na qual a tensão arterial encontra-
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 51
se cronicamente elevada, acima daqueles níveis considerados desejáveis ou
saudáveis para a idade e o tamanho da pessoa.
Nos países desenvolvidos, os índices de mortalidade em função das
doenças cardiovasculares só começaram a cair depois que a população começou
a se conscientizar da importância de certas medidas preventivas, o que se
traduziu na mudança de hábitos de vida.
A epidemiologia é o ramo da medicina que estuda as relações entre os
vários fatores que determinam as freqüências e a distribuição de uma doença. No
que diz respeito à coronariopatia e á hipertensão, a epidemiologia tem tentado
identificar aqueles fatores que estão associados a estas condições. Quando
presentes estes fatores, colocam aquele indivíduo específico sob um maior risco
para o desenvolvimento prematuro ou precoce e para a subseqüente
manifestação da doença.
O fato das doenças cárdio-circulatórias degenerativas, alcançarem
proporções epidêmicas na maioria das sociedades tecnologicamente avançadas
fizeram que os órgãos responsáveis pela saúde pública investissem em
pesquisas, no sentido de identificar quais seriam os fatores, ou atitudes do meio
ambiente e características corporais, que poderiam agir sobre o organismo,
tornando-o doente.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 52
Esses fatores denominados de risco estão altamente relacionados ao
desenvolvimento prematuro de doenças cardiovasculares, podendo os mesmos,
serem então classificados e modificados ou não, segundo a possibilidade de
intervenção preventiva, maior ou menor conforme sua importância.
8.1 Fatores de risco
PY (1998, p36) define fatores de risco, como parâmetros ambientais,
circunstanciais, constitucionais e genéticos que quando identificados indicam
maior suscetibilidade do indivíduo a desenvolver doença cardiovascular. Dados
epidemiológicos apresentados em trabalhos científicos e de pesquisa em todo o
mundo revelam maior incidência das doenças do sistema cardiovascular quando
um ou mais fatores de risco estão presentes.
Atualmente, os fatores de risco para a doença coronariana são
classificados em duas categorias, a saber: fatores de risco primário e fatores de
risco secundários, ou de contribuição.
- Fator de risco primário: é o fator que sozinho pode causar dano ao
órgão correspondente, ou seja, são aquelas características que
estão altamente associadas a um problema de saúde específico,
independentemente de outras variáveis.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 53
- Fator de risco secundário: estão altamente associados ao
problema de saúde somente quando outros fatores de risco estão
presentes, ou seja, corresponde ao que o fator em combinação com
outro pode causar de doença ao órgão.
- Fatores de risco não influenciáveis: nos fatores de risco não
influenciáveis, trata-se de fatores endógenos, a cuja influência todo
homem está exposto. Entretanto, sua influência, no conjunto, é
menor que a influenciável ou evitável (AHLHEIM 1980, 434, apud
WEINECK, 1991, p.382).
- Fatores de risco influenciáveis: do ponto de vista preventivo, os
fatores de risco influenciáveis tem maior significado que os não
influenciáveis, pois eles abrangem às pessoas possibilidades de
influência.
De acordo com HOWLEY & FRANKS (2000, p. 20-21) uma nova
revisão sobre os fatores de risco, concluíram que a inatividade física e a diabetes,
que eram fatores de risco secundários, e o condicionamento cardiorrespiratório
que nem estava listado sob nenhuma categoria de risco, são agora classificados
como fatores de risco primários.
Outros acreditam, com base em algumas evidências, que a obesidade,
uma dieta alta em gordura ou o fibrinogênio alto são fatores de risco primário, e
não secundários. Logo a tabela de fatores de risco primários e secundários de
doenças cardíacas sofreu modificações.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 54
Tabela 2 Fatores de risco
Fatores de Risco Não Influenciáveis Influenciáveis
Histórico familiar Idade avançada Sexo masculino Personalidade de risco Raça
Fatores de Risco Primário Fumo (Tabagismo) Colesterol total alto Colesterol de baixa densidade (LDL) alto Colesterol de alta densidade (HDL) baixo Hipertensão (pressão arterial alta) Inatividade física Condicionamento cardiorrespiratório baixo Diabetes
Fatores Secundários Obesidade Colesterol de muito baixa densidade (VLDL) alto Incapacidade de lidar com o estresse e tensão Dieta alta em gordura Fibrinogênio alto
8.2 Fatores influenciáveis primários
8.2.1 Tabagismo
O resultado de mais de 100.000 pesquisas científicas sobre as
conseqüências negativas do fumo sobre o organismo humano é resumido em uma
única frase pelo OMS:
“Através de nenhuma outra medida isolada puderam ser salvas mais vidas humanas e evitadas mais doenças do que pelo não-fumar”.
O fumo crônico de cigarros é hoje o fator de risco de longe mais
importante para a formação de doenças cárdio-circulatórias degenerativas.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 55
O tabagismo pode ser um dos melhores prognósticos de coronariopatia
e o risco está relacionado diretamente ao número de cigarros fumados. A
probabilidade de morte por doenças cardíacas nos fumantes é quase duas vezes
maior que nos não fumantes.
As doenças cardio-circulatórias degenerativas incidem cerca de 4 vezes
mais freqüentemente nos fumantes que nos não fumantes. O risco de sofrer
infarto é 7 vezes maior nos jovens fumantes, quando comparados com pessoas da
mesma idade.
A mortalidade nos fumantes com menos de 10 cigarros por dia é cerca
de 26% maior que a mortalidade média estatística; nos fumantes com 10-19
cigarros por dia, 116%; e os fumantes com mais de 40 cigarros por dia, cerca de
142%.
Em primeiro lugar das causas de morte através de tabagismo, estão as
doenças do coração (84%), dos quais 77% somente de doenças dos vasos
arteriais cerebrais (10%), aneurisma da aorta (4%) e outras doenças circulatórias
(2%).
Ao parar de fumar, o risco de coronariopatia costuma igualar-se ao dos
não fumantes. O tabagismo pode aumentar o risco de cardiopatia através de seu
efeito sobre as lipoproteínas séricas; os indivíduos que fumam apresentam níveis
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 56
mais baixos de colesterol HDL, em comparação com os não-fumantes. A boa
notícia é que, ao parar de fumar, o HDL pode retornar aos níveis normais.
8.2.2 Hiperlipidemia
Um maior nível de lipídeos no sangue recebe a designação de
hiperlipidemia ou dislipidemias. Há uma relação direta entre dislipidemias e
aterosclerose, especialmente com relação a níveis elevados de colesterol total,
triglicérides, LDL ou valores reduzidos de HDL.
O Conselho Brasileiro de Dislipidemias recomenda que todos os adultos
com idade superior a 20 anos conheçam seu perfil lipídico (colesterol total,
triglicérides, HDL e LDL). Obtendo-se um perfil desejável e na ausência de outros
fatores de risco, as determinações laboratoriais devem ser repetidas a cada cinco
anos.
8.2.2.1 Níveis de colesterol total
Um valor do colesterol de 230 mg/dl aumenta o risco de ataque
cardíaco para aproximadamente duas vezes aquele de uma pessoa com 180
mg/dl, enquanto um valor de 300 mg/dl aumenta o risco quatro vezes.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 57
A tabela abaixo apresenta os níveis desejáveis de colesterol total
(mg/dl) e níveis acima dos quais os adultos devem receber tratamento, de acordo
com a National Institutes of Consensus to Prevent Heart Development Conference
Statement, 1985, apud McARDLE (1992, 460).
Tabela 3 Níveis de Colesterol sanguíneo Total e sua Classificação. Fonte SCOTT GRUNDY, 1989, apud DOMINGUES FILHO, 2002, 104.
Tabela Referente aos Níveis de Colesterol Sanguíneo Total e sua Classificação
Desejável
Limítrofe Alto
< 200 mg/dl
200-239 mg/dl >240 mg/dl
Tabela 4 Níveis de Colesterol Total e Risco Coronariano. Fonte: National Institutes of Consensus to Prevent Heart Development Conference Statement, 1985, apud McARDLE (1992, 460)
Idade Objetivo Risco moderado Alto risco 20-29 < 180 mg/dl 200-220 mg/dl >220 mg/dl 30-39 < 200 mg/dl 200-240 mg/dl > 240 mg/dl > 40 < 200 mg/dl 240-260 mg/dl > 260 mg/dl
8.2.2.2 Níveis de HDL
WEINECK (1991, p.390) apresenta uma tabela com os valores de
colesterol HDL em homens e mulheres com relação ao risco coronariano. Tabela 5
Níveis de HDL para homens e mulheres.
Tabela 5 Níveis de HDL para homens e mulheres
Fração de colesterol Prognóstico favorável (mg/dl)
Risco padrão (mg/dl) Indicador de risco (mg/dl)
Homens > 55 35-55 < 35 Mulheres > 65 45-65 < 45
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 58
8.2.2.3 Níveis de LDL e triglicérides
Em relação aos níveis de triglicérides e LDL, vale:
- LDL abaixo de 150 mg/dl só necessita de tratamento quando
simultaneamente a taxa de triglicérides estiver acima de 200 mg/dl
(MAHR 1980, 405, apud WEINECKop. cit, 390);
- Quando a parcela de LDL é de 150-180 mg/dl, outros fatores de
risco, que estejam atuando, bem como o nível HDL baixo, decide-se
sobre possível tratamento medicamentosos;
- Uma taxa de LDL acima de 180 mg/dl necessita de tratamento,
também quando há uma taxa alta de HDL (SEIDEL 1983, 28).
Tabela 6 Níveis de LDL e Triglicerideos
Níveis LDL Triglicérides (mg/dl) Valores idéias Valores limites Valores de intervenção
<150 150-180
>180
<100 150-200
>200
8.2.3 Pressão arterial
A pressão arterial é a pressão que o sangue bombeado pelo coração
exercer dentro do sistema arterial durante um ciclo cardíaco. WEINECK (1991, 94)
define a PA como a força motriz da circulação do sangue, provocada pelo
bombeamento do coração que oscila entre pressão sanguínea sistólica (16 kPA =
120 mmHg) e diastólica (10 kPa = 80 mmHg).
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 59
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (O.M.S.), hipertensão
arterial é definida como sendo uma pressão sanguínea sistólica elevada, igual ou
superior à 160mm de Hg e uma pressão sanguínea diastólica igual ou superiora
95mm de Hg, estando o indivíduo em repouso físico e mental.
O Instituto para o Desenvolvimento da Saúde Universidade de São
Paulo, no seu Manual de Condutas Médicas (2002, p.276), revisou esse critérios
e, estabeleceu que o limite arbitrário adotado operacionalmente é que um
indivíduo adulto é considerado hipertenso quando os níveis da pressão arterial são
iguais ou maiores do que 140/90mmHg. A tabela abaixo apresenta a classificação
dos níveis da pressão arterial para pessoas adultas.
Tabela 7 Classificação da pressão arterial em repouso em maiores de 18 anos.
Variação da PA mmHg Categorias Pressão Sistólica (PAS)
<130 130-139 140-159 160-179
>179
Normal Normal Limítrofe
Hipertensão Leve (Estágio 1) Hipertensão Moderada (Estágio 2)
Hipertensão Grave (Estágio 3) Pressão Diastólica (PAD)
<85 85-89 90-99
100-109 >109
Normal Normal Limítrofe
Hipertensão Leve (Estágio 1) Hipertensão Moderada (Estágio 2)
Hipertensão Grave
Obs: em recentes congressos a recomendação de pressão normal que antes era
120/80 mmHg, hoje é de 110/70 mmHg.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 60
Procedimentos para mensuração da PA em repouso
A mensuração da PA na artéria braquial pode ser feita de maneira
simples, seguindo as seguintes etapas:
- Certifique-se que o avaliado não está com bexiga cheia, não
praticou exercício físico, não ingeriu bebidas alcoólicas, alimentos
ou café e nem mesmo fumou 30 minutos antes da medida;
- Deixe o avaliado descansar 5 a 10 minutos em ambiente calmo, com
temperatura agradável;
- Localizar artéria braquial por palpação;
- Colocar manguito adequando ao tamanho do braço, firmemente, 2-3
cm acima da fossa antecubital, centralizando a bolsa de borracha
sobre a artéria braquial. A largura da bolsa de borracha do manguito
deve corresponder a 40% da circunferência do braço e seu
comprimento, envolver pelo menos 80% do braço.
- Manter o braço na altura do coração;
- Posicionar os olhos no mesmo nível da coluna de mercúrio ou do
mostrador do manômetro aneróide;
- Palpar o pulso radial, inflar o manguito até seu, para estimar o nível
da pressão sistólica, desinflar rapidamente e aguardar 15-30
segundos antes de inflar novamente.
- Colocar o estetoscópio nos ouvidos com curvatura voltada para
frente;
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 61
- Posicionar campânula do estetoscópio sobre artéria braquial, na
fossa antecubital, evitando compressão excessiva;
- Solicitar ao avaliado para não falar durante a medida;
- Inflar rapidamente, 10-10 mmHg por segundo, até o nível estimado
da pressão sistólica;
- Desinflar lentamente 2-4 mmHg por segundo;
- Determinar pressão sistólica no aparecimento do primeiro som
(Fase I de Korotkoff), que se intensifica com aumento da deflação;
- Determinar pressão diastólica no despareciemtno do som (fase V de
Korotkoff). Auscultar 20-30mmHg abaixo do último som para
confirmar seu desaparecimento e proceder à deflação rápida e
completa. Quando os sons persistirem até o zero, determinar a
diastólica no abafamento dos sons (Fase IV de Korotkoff);
- Registrar os valores da pressão realmente obtidos na escala do
manômetro, que varia de 2 em 2 mmHg, evitando arredondar para
valores terminados em zero ou cinco.
- Esperar um a dois minutos antes de realizar nova medida;
- O avaliado deve ser informado sobre os valores da pressão e
possível necessidade de acompanhamento.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 62
8.2.4 Inatividade física
O risco relativo a DCC fatal entre os sedentários é cerca de duas vezes
maior que para os indivíduos mais ativos. Tanto para homens como para
mulheres, a manutenção da aptidão física por toda a vida também proporciona
uma proteção significativa em termos tanto dos fatores de risco quanto da
ocorrência de doença real.
Numerosos estudos têm demonstrado que pessoas mais ativas
apresentam um risco menor de doenças cardíacas que indivíduos sedentários;
entretanto, antigamente, a inatividade física era considerada menos importante
que o controle de colesterol sérico, a pressão arterial e o tabagismo.
Estudos recentes indicam que a atividade física (com o gasto de 2.000
kcal por semana em exercícios) e os altos níveis de condicionamento
cardiorrespiratório (como agüentar por bastante tempo um teste de esteira) são os
principais fatores relacionados à prevenção de doenças cardíacas e á mortalidade
por qualquer causa. A inatividade física e os baixos níveis de condicionamento
merecem ser incluídos com a mesma ênfase nos fatores de risco primários
tradicionais.
A atividade física contribui para a manutenção da força muscular, da
estrutura e função das articulações e para o desenvolvimento ósseo adequado na
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 63
infância e na juventude, o que lhe confere um papel importante na prevenção e no
controle de problemas articulares e de desenvolvimento de osteoporose.
Adicionalmente as possibilidades de manter uma vida autônoma e independente.
Há evidências que o exercício regular esteja relacionado à redução do
risco de desenvolvimento Doenças Cardíacas, resultando em uma melhora nos
níveis de colesterol sérico, na pressão arterial, na tolerância à glicose, no
fibrinogênio e na gordura corporal. Além de influenciar em outros fatores como:
Ansiedade, dor nas costas, câncer, doenças pulmonares crônicas, depressão,
diabetes, hipertensão, obesidade, osteoporose, acidentes vasculares cerebrais
(AVCs) e etc.
8.2.5 Baixo condicionamento cardiorrespiratório
A introdução usual do condicionamento cardiorrespiratório (CCR), como
fator primário, em termos de Doenças Crônicas Degenerativas, ocorreu devido ao
consenso geral entre as investigações mais recentes que preceitua uma relação
constante emerge entre um estilo de vida sedentário e uma maior probabilidade de
cardiopatia.
Existe um consenso entre os autores FOX (1979 & 1991), WEINECK
(1986, 1991 & 1999), McARDLE (1991), GOMES (1995), LEITE (1996) &
MONTEIRO (2000 & 2001), no sentido de se atribuir ao VO2 Máx a função de
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 64
medida mais representativa da aptidão cardiorrespiratória, pois, em geral, ele
resume o que ocorre no sistema de transporte de oxigênio, podendo também ser
chamado de potência aeróbica máxima.
A medida do VO2Máx expressa as adaptações do treinamento e as
potencialidades genéticas através dos diversos fatores relacionados com o
sistema cardiovascular e com a musculatura esquelética, por isso que é aceito
como um dos principais indicadores de saúde cardiorrespiratória.
De uma maneira geral a classificação da Aptidão Física
Cardiorrespiratória deve ser especifica em função do sexo, idade e população
avaliada. Citaremos como referência duas classificações a proposta da American
Heart Association (1980) que foi estabelecida a partir de indivíduos sadios não
atleta e pode ser utilizada como meio de acompanhamento da aptidão
cardiorrespiratória, e a de Cooper (1982), segundo GOMES (1995, 64).
Tabela 7 Nível de Aptidão Física do American Heart Association para Homens e Mulheres em VO2MÁx em ml(kg.min)-1. Fonte: A.C.S.M, 1980
Mulheres em ml/Kg.min F. Etária Muito Fraca Fraca Regular Boa Excelente
20-29 < 24 24-30 31-37 38-48 >48 30-39 < 20 20-27 28-33 34-44 >44 40-49 < 17 17-23 24-30 31-41 >41 50-59 < 15 15-20 21-27 28-37 >37 60-69 < 13 13-17 18-23 24-34 >34
Homens em ml/Kg.min F. Etária Muito Fraca Fraca Regular Boa Excelente
20-29 < 25 25-33 34-42 43-52 >52 30-39 < 23 23-30 31-38 39-48 >48 40-49 < 20 20-26 27-35 36-44 >44 50-59 < 18 18-24 25-33 34-42 >42 60-69 < 16 16-22 23-30 31-40 >40
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 65
Tabela 8 Classificação da Aptidão Cardiorrespiratória de Cooper para Homens e Mulheres VO2max ml(kg.min)-1.Fonte: COOPER, 1982
Homens F. Etária Muito Fraca Fraca Regular Boa Excelente Superior
13-19 < 35 35,1-38,3 38,4-45,1 45,2-50,9 51,0-55,9 >56,0 20-29 < 33 33,1-36,4 36,5-42,4 42,5-46,4 46,5-52,4 >52,5 30-39 <31,5 31,6-35,4 35,5-40,9 41,0-44,9 45,0-49,4 >49,5 40-49 < 30,2 30,3-33,5 33,6-38,9 39,0-43,7 43,8-48,0 >48,1 50-59 < 26,1 26,2-30,9 31,0-35,7 35,8-40,9 41,0-45,3 >45,4 > 60 20,5 20,6-26,0 26,1-32,2 32,3-36,4 36,5-44,2 >44,3
Mulheres F. Etária Muito Fraca Fraca Regular Boa Excelente Superior
13-19 <25 25,1-30,9 31,0-34,9 35,0-38,9 39,0-41,9 >42,0 20-29 <23,6 23,7-28,9 29,0-32,9 33,0-36,9 37,0-40,9 >41,0 30-39 <22,8 22,9-26,9 27,0-31,4 31,5-35,6 35,7-40,0 >40,1 40-49 <21,0 21,1-24,4 24,5-28,9 29,0-32,8 32,9-36,9 >37,0 50-59 <20,2 20,3-22,7 22,8-26,9 27,0-31,4 31,5-35,7 >35,8 > 60 <17,5 17,6-20,1 20,2-24,4 24,5-30,2 30,3-31,4 >31,5
8.2.6 Diabetes
A Diabete também foi removido da lista de fatores secundários para a
lista de fatores primários. A Diabetes Mellitus é uma patologia que se caracteriza
pelo comprometimento da produção de insulina pelo pâncreas e/ou pela
diminuição do número ou da afinidade dos receptores de insulina, causando o
aumento dos níveis de glicose sanguínea, mesmo a pessoa estando em jejum.
CARNAVAL (1995, p.118)
WEINECK (op.cit., 394) diz que a Diabets Mellitus, também conhecida
como doença do açúcar, existe, quando a taxa de açúcar no sangue está
constantemente elevada. As taxas de açúcar no sangue, em jejum, abaixo de
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 66
120mg% são consideradas normais; as taxas que ultrapassam 140 mg% devem
ser classificadas como diabéticos, segundo a recomendação da OMS.
Tabela 8 Tabela de valores de referência para glicemia, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, 1996.
Classificação Glicose Normal Até 100 mg/dl Elevado 100 - 139 mg/dl Diabetes Maior de 140 mg/dl
Pode ter como causas vários fatores tais como a hereditariedade, a
obesidade, a inatividade física, o estresse, a alimentação inadequada, a gravidez,
o envelhecimento e etc. está estreitamente correlacionada com um grande número
de fatores de risco, como por exemplo, a pressão sanguínea alta, a hiperlipidemia
e a hiperiuricemia.
A Diabetes age sobre os vasos sanguíneos de forma semelhante à
hipertonia, ou seja, a longo prazo e de forma difusa. Como mecanismos
patológicos, discutem-se a taxa de insulina, compensatória aumentada, que deve
perturbar determinados mecanismos reguladores (lipoproteinlipase), que deve
cuidar da mobilização e transporte das gorduras: a gordura excedente, então,
penetra na parede do vaso, levando ao aparecimento de focos ateromatosos.
Além do maior risco do diabético em relação ao aparecimento de
doenças coronarianas, a freqüência de doenças como apoplexia e angiopatia
também é maior, chegando a ser 2-3 vezes maior que nas pessoas normais,
assim como a freqüência da gangrena (necrose de tecidos), que é 10 vezes maior.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 67
Existem dois tipos de diabetes Mellitus:
- Tipo 1: também conhecida como diabetes juvenil (classificação da
O.M.S.), ou insulino-dependente, caracterizada pela redução ou pela
não produção de insulina pelo pâncreas. Ocorre normalmente até os
24 anos e, também é, normalmente hereditária.
- Tipo 2: também conhecida como diabete adulta (classificação da
O.M.S.), ou não -insulino- dependente, caracterizada pela diminuição
do número ou da afinidade dos receptores de insulina das células,
proporcionando uma resistência à ação da insulina. Ocorre
normalmente após os 24 anos e é associada à obesidade que pode
ser a responsável pela insuficiência insulínica.
8.3 Fatores de risco influenciáveis secundários
8.3.1 Obesidade
De acordo com POLLOCK (1993,47) "excesso de peso" é definido
como aquela condição onde o peso do indivíduo excede ao da média da
população, determinada segundo o sexo, a altura e o tipo de compleição física.
WEINECK (op.cit., 393) diz que partindo do peso chamado "Peso
Normal", ele é calculado a partir da altura e equivale à altura menos 100, o
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 68
excesso de peso é caracterizado como um aumento de 10 a 20% em relação ao
peso normal estabelecido. RAMOS (1999, 92) complementa este dois autores ao
diz que o excesso de peso é uma classificação muito ampla, uma vez que o
componente responsável pelo peso elevado pode ser: massa corporal magra,
quantidade de gordura corporal e a associação dos dois fatores, anteriormente
citados.
RAMOS (op.cit,93) define obesidade como uma taxa elevada de
gordura corporal, onde nesse quadro se encaixam homens que possuam no
mínimo 20% e mulheres com, no mínimo, 30% ou mais de gordura corporal.
Os valores para gordura corporal estimada, como recomendada por
LOHMAN (1992), apud HEYWARD (2000, p. 5), são apresentados na tabela 9. A
média de %GC é de 15% para Homens e 23% para Mulheres. O padrão de
obesidade que coloca o indivíduo em risco de doenças é acima de 25% para
Homens e 32% para Mulheres. Os níveis mínimos saudáveis de %GC são
estimados em 5 a 8% para homens e 8 a 12% para Mulheres.
Tabela 9 Valores para gordura corporal estimada. Dados de LOHMAN (1992, 80), apud HEYWARD (2000, p.5)
CLASSIFICAÇÃO HOMENS MULHERES Risco < 4% < 8% Abaixo da Média 5 a 8% 9 a 14% Na Média 9 a 16% 15 a 22% Acima da Média 17 a 24% 23 a 29% Risco > 25% > 30%
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 69
De acordo com Programa Saúde da Família, com grande grau de
aproximação, é possível, somente com medidas de peso e altura, chegar a um
diagnóstico adequado da adiposidade. Utilizando-se para isso índice de Massa
Corporal (IMC) ou índice de Quetelet IMC (kg/m2) = PC (em kg)/ AL2 (em m). Para
calcular o IMC, o peso do corpo deve ser medido em quilogramas e a altura
convertida de centímetros em metros (cm/100).
Este índice constitui uma alternativa bastante valida, pois se uma
população apresenta valores elevados de IMC podemos afirmar que isso ocorre
em função do excesso de componente gordura corporal, já que na maioria das
pessoas que apresentam excesso de massa isso não ocorre por excesso de
massa magra.
Tabela 10 Classificação do sobrepeso e obesidade pelo IMC, adaptado de Whro (1997), apud Costas 2001, p.40)
Classificação de Obesidade IMC(kg/m²) Baixo Peso < 18,5 Normal 18,5-24,9 Sobrepeso 25,0-29,9
I 30,0-34,9 Obesidade II 35,0-39,9 Obesidade Mórbida III > ou = 40,0
Outra medida que pode ser utilizada é a relação da cintura para o
quadril (RCQ) é fortemente associada à gordura visceral e parece ser um índice
aceitável de gordura intra-abdominal. A RCQ é simplesmente calculada dividindo a
circunferência da cintura (medida em cm) pela do quadril (medida em cm), quanto
à classificação dos valores podemos utilizar a tabela 11.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 70
Tabela 11 Normas para a proporção entre Circunferência da Cintura e do Quadril (RCQ) para Homens e Mulheres. Fonte: HEYWARD & STOLARCYK (op.cit, 91)
Risco Estimado Sexo
Idade Baixo Moderado Alto Muito Alto
20-29 <0,83 0,83-0,88 0,89-0,94 >0,94
30-39 <0,84 0,84-0,91 0,92-0,96 >0,96
40-49 <0,88 0,88-0,95 0,96-1,00 >1,00
50-59 <0,90 0,90-0,96 0,97-1,02 >1,02 Homens
60-69 <0,91 0,91-0,98 0,99-1,03 >1,03
20-29 <0,71 0,71-0,77 0,78-0,82 >0,82
30-39 <0,72 0,72-0,78 0,79-0,84 >0,84
40-49 <0,73 0,73-0,79 0,80-0,87 >0,87
50-59 <0,74 0,74-0,81 0,82-0,88 >0,88 Mulheres
60-69 <0,75 0,76-0,83 0,84-0,90 >0,90
A perda de peso e a subseqüente redução na quantidade de gorduras,
independentemente de ter sido obtida através da dieta ou do exercício, em geral
normalizam os níveis de colesterol e de triglicerídeos e exercem um efeito
benéfico sobre a pressão arterial e os diabetes com início na vida adulta.
8.3.2 Colesterol de baixíssima densidade (VLDL- Very LDL)
O papel da VLDL não esta muito claro até, agora, mas é crítica a
situação, que a VLDL pode ser transformada em LDL no plasma e, por fim,
transporta para o tecido adiposo os triglicérides sintetizados do açúcar.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 71
8.3.3 Tensão e estresse
Várias pesquisas vastamente divulgadas no meio científico vêm
evidenciando o estresse como o mal do século, pois, em condições de estresse
elevado, o mecanismo de defesa do corpo entra em ação: aumenta a freqüência
cardíaca, eleva a pressão arterial, os músculos ficam tensos e o resultado pode ter
uma doença cardíaca. Calcule o seu nível de estresse utilizando a anamnese do
anexo I p. 84.
8.4 Fatores não-influenciáveis
8.4.1 Hereditariedade
A hereditariedade parece desempenhar algum papel no risco de ataque
cardíaco. Por exemplo, as pessoas que sofrem um ataque cardíaco,
particularmente em idade jovem, contam uma história familial de ataques
cardíacos na juventude.
Pela mesma razão, os que não sofrem de ataques cardíacos em geral
pertencem a famílias nas quais esses ataques só ocorrem raramente. Até hoje
este fator de risco só foi pesquisado cientificamente num âmbito muito restrito e
também é muito difícil ser pesquisado. Assim, por exemplo, é muito difícil
comprovar, o quanto às conseqüências da disposição familiar realmente se
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 72
baseiam influências genéticas e não são decorrentes de hábitos de vida e
alimentação dentro da família.
Como doenças hereditárias, estão às formas primárias das doenças
metabólicas diabetes, hiperlipidemias e gota. Uma relação maior existe entre
pressão sanguínea alta e excesso de peso, que também podem depender de
transmissão hereditária.
8.4.2 Idade
A idade é um dos possíveis fatores que podem deixar a disposição para
uma determinada doença metabólica manifestar-se. Em geral, quanto mais
avançada for a idade, maior será o risco de ataque cardíaco, as pessoas com
menos de 40 anos, por exemplo, sofrem com menos freqüência de hipertonia e
diabetes que as pessoas com mais de 40 anos.
8.4.3 Sexo
A incidência de coronariopatia é maior em homens jovens do que em
mulheres jovens. Por exemplo, a taxa de mortalidade em homens brancos entre
35 e 44 anos de idade é seis vezes maior que a de mulheres braças da mesma
idade. Entretanto, com o avançar da idade, a incidência de coronariopatia passa a
ser praticamente a mesma em homens e mulheres.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 73
Do ponto de vista fisiológico, a menor taxa de morte devido à doença
cardíaca entre mulheres jovens parece está relacionada com o hormônio sexual
feminino, o estrógeno. Por qualquer razão, esse hormônio, tem um papel de
protetor contra a coronariopatia. Por exemplo, a administração de estrogênio em
homens que já tiveram um ataque cardíaco reduz o número de ataques
subseqüentes. Após a menopausa, o nível de estrogênio cai drasticamente e,
portanto, explica o risco comparável de doenças cardíaca coronariana na mulher e
do homem mais idosos.
8.4.4 Personalidade de risco
Na década de 70, vários pesquisadores começaram a acreditar que
uma das causas mais importantes do aparecimento prematuro das doenças
coronarianas era um tipo de comportamento específico que foi designado
comportamento Tipo A.
Segundo os defensores dessa teoria, na ausência do padrão do
Comportamento Tipo A, a doença coronariana nunca ocorre antes de 70 anos de
idade, mesmo com uma alimentação inadequada rica em gorduras, ou com o
fumo, assim como com a falta de exercícios. Com esse padrão de comportamento
presente a doença pode parecer facilmente aos 30 ou 40 anos.
O padrão de Comportamento Tipo A é um complexo de traços da
personalidade, que inclui um impulso competitivo excessivo; agressividade.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 74
Impaciência e um devastador sentido de urgência de tempo. Os indivíduos que
ilustram esse padrão parecem estar comprometidos com uma luta crônica,
incessante e freqüentemente infrutífera, contra si mesmo, com os outros, e com as
circunstâncias e algumas vezes com a própria vida.
Por outro lado, existe o padrão de Comportamento Tipo B, que é
exatamente o oposto do Tipo A. Esse tipo, ao contrário do Tipo A, é raramente
atormentado por desejos de obter cada vez mais, ou de participar coisas no menor
tempo possível. Ele pode ter as mesmas ambições do Tipo A, mas seu caráter é
tal que pondera, dá confiança e segurança, ao invés de incitá-lo, irritá-lo e
enfurecê-lo como no Tipo A.
As pessoas do Padrão de Comportamento Tipo A são mais propensas
a exibir os fatores de riscos das doenças coronarianas ou seja, maior nível de
coleterol, triglicerídeos, traços precursores da diabetes, fumam mais, exercitam-se
menos (porque eles não têm tempo!!!), comem mais alimentos ricos em colesterol,
e também têm pressão mais elevada e por fim vivem estressadas.
8.4.5 Raça
Existem povos e raças, nas quais as doenças coronarianas quase não
acontecem, no Oriente quase não ocorrem casos de arteriosclerose, entre os
índios Navajo e africanos, as doenças coronarianas e os infartos do coração são
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 75
raros. Estas particularidades, no entanto, provavelmente se baseiam na ausência
de determinados fatores de risco como tabagismo, excesso ou carência alimentar,
falta de movimento e etc., e não em uma diferença racial ou genética.
Entretanto, também existem diferenças que repousam puramente na
raça, ou seja, quando pessoas de duas raças vivem sob as mesmas condições de
vida: desta forma, os de raça negra apresentam taxas de colesterina e triglicérides
significativamente mais baixa que os representantes da raça branca; a menor taxa
de gordura também não aumenta com aumento da idade.
Em se tratando de hipertensão, para os adultos nos Estados Unidos,
cerca de 20% de homens e mulheres brancos são hipertensos, enquanto cerca de
30% de homens e mulheres negros são hipertensos, logo, a população negra
apresenta um risco substancialmente mais elevado do que a população branca,
embora não seja este o caso em relação à coronariopatia.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 76
9 ANAMNESES
A palavra anamnese vem do grego e significa recordar. Esta
recordação é verbalizada através de dados que são referidos pelo avaliado como
respostas formuladas pelo avaliador.
A anamnese ocorre na forma de entrevista e representa um importante
elemento na etapa de coleta de dados (Diagnose). Seu direcionamento deve ser
voltado para diagnosticar alguns dos principais aspectos que poderão selecionar
os alunos, no sentido de ajudar a prescrever o programa de atividades físicas ideal
para um público específico.
FARINATTI & MONTEIRO (2000, p.201) ressaltam que um dos
ingredientes mais importantes da anamnese é o bom relacionamento entre o
avaliador e o avaliado. A narrativa do avaliado precisa ser atentada e
especialmente ouvida, devendo o avaliador despertar a confiança de seu
entrevistado através da atenção e interesse pelos dados relatados.
O profissional que conduz a anamnese deve ser suficientemente
treinando para, frente à ansiedade, limitação de memória, inibição e
particularidade sócio-culturais do avaliado, fornecer condições de relato correto de
dados através de conduta mais ou menos informal.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 77
Em uma anamnese enfocam-se itens tais como: Histórico familiar sobre
doenças coronarianas; tratamento e medicamento em usos; hábitos alimentares;
tabagismo e atividade física, entre outros.
Para conduzir uma anamnese voltada para a investigação dos aspectos
relevantes à prática de atividade física, propomos as seguintes etapas:
1- Coletar dados de identificação: como nome, idade, profissão, data de
nascimento, telefone, endereço e etc.
2- Objetivos do entrevistado: conhecer os objetivos que levam o aluno a
procurar a praticar atividade física.
3- Atividade física: esta parte é dedicada à investigação do passado e
presente de atividades físicas do avaliado, bem como de suas
atividades preferidas.
4- Dados clínicos relevantes à prática de atividade física: a) Fatores de
risco para doenças coronarianas; b) Medicamentos em uso: c)
Problemas ósteo-mio-articular; d) quaisquer outras características
descritas pelo médico que se façam necessárias.
5- Quais os hábitos do aluno: tais como horas de sono, se é fumante,
tipo de alimentação, e etc.
6- Considerações finais: este tópico pode ser dividido em duas partes.
Inicialmente, o avaliador poderá anotar os dados referentes à
disponibilidade de dias e horários para a prática de atividades físicas.
Por fim, poderá ser incorporado à anamnese qualquer relato não-
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 78
abordado anteriormente que seja importante para a elaboração do
programa de atividades físicas. Geralmente, o avaliador pergunta ao
entrevistado se existe algum aspecto não indagado que ele julgue
relevante relatar.
Os dados obtidos na anamnese irão influenciar na escolha ou
reestruturação dos testes físicos, bem como encaminhamento do avaliado para
realização de exames complementares.
Desta forma, acredita-se que se possa desenvolver uma espécie de
triagem, procurando detectar aquelas pessoas que possam apresentar uma
elevada probabilidade de desenvolvimento de algum risco de cardiopatia, e
aquelas pessoas que, a princípio, estariam fora da faixa de risco, possuindo
parâmetros para a partir daí estabelecer o tipo de avaliação a ser feita, bem como
a atividade física adequada para cada indivíduo.
9.1.1 Estimativa do risco cardíaco
Já foram feitas muitas tentativas de quantificar a suscetibilidade
individual para coronariopatia; isso resultou na elaboração de inventários de risco
coronariano, denominados comumente “estimativas dos riscos”. A maioria dos
inventários dos riscos atribui valores diferentes aos diferentes aspectos do estilo
de vida de uma pessoa. Habitualmente, as atribuições desses valores são
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 79
bastantes arbitrárias e não se baseiam em pesquisas conclusiva que tivesse
demonstrado um risco real relacionado quantitativamente a determinado traço do
estilo de vida. Assim sendo, esses inventários dos riscos devem ser usados e
interpretados com cautela, só devendo ser utilizados como um critério geral.
Entre os principais testes que podem ser utilizados para nos fornecer
uma estimativa do risco, citaremos: O Questionário RISKO do Michigan Heart
Association, o Questionário de Prontidão Física (Physical Activity Readiness
Questionnarie) ou “PAR-Q” e o Questionário Sobre o Estado de Saúde de
HOWLEY & FRANKS (2000,38-41).
A Associação Americana de Cardiologia publicou um teste semelhante
a um jogo, denominado RISKO, que pode ser usado para estimar seu risco de
coronariopatia. O Questionário RISKO do Michigan Heart Association, nada mais
é que uma anamnese, contendo 8 fatores de risco coronariano, onde cada fator
possui uma resposta e cada resposta possui um valor numérico, essa anamnese
visa quantificar o risco coronariano, mediante o somatório dos fatores de risco e
sua posterior classificação de acordo com a tabela de risco relativo (ver anexo II).
Atualmente este questionário sofreu algumas modificações devido à mudança dos
pesos atribuídos a fatores de risco (ver anexo III)
De acordo com autores como MONTEIRO (2001, p.23) e POLLOCK
(1992), o PAR-Q possui uma sensibilidade de 100% para detecção de contra-
indicações médicas ao exercício e uma especificidade de 80%. No Canadá, o
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 80
PAR-Q tem sido recomendado como padrão mínimo de triagem pré-atividade
antes do inicio de programas de atividade física leve e moderada. Nas últimas
duas décadas, o PAR-Q foi administrado com sucesso em diversos países, e mais
de um milhão de pessoas foram submetidos a atividades físicas após triagem feita
pelo questionário, sem nenhum problema cardiovascular sério relatado.
Em 1992, o PAR-Q sofreu modificações visando melhorar a sua
validade. Após a realização de estudos comparativos entre o questionário original
e o revisado, o PAR-Q revisado passou a ser adotado como um screening para
avaliação de candidatos à prática regular de atividade física, visto sua maior
sensibilidade e especificidade (ver anexo IV).
Pode-se dizer que o questionário PAR-Q avalia três principais
parâmetros, a saber:
a) Cardiovascular (perguntas 1, 2, 3 e 6);
b) Óseto-mio-articular (pergunta 5);
c) Outros problemas, onde geralmente estão inseridos os problemas de
ordem metabólica e/ou pulmonares (pergunta 4 e 7)
A avaliação das respostas ao questionário é realizada da seguinte
forma:
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 81
a) PAR-Q Positivo: uma ou mais respostas positivas. Nesse caso, o
avaliado deve consultar um médico antes de aderir a um programa
regular de atividades físicas;
b) PAR-Q Negativo: todas as perguntas negativas. O avaliado tem
uma razoável garantia de apresentar condições adequadas para a
participação em um programa regular de atividades físicas.
O questionário sobre o estado de saúde apresentado por HOWLEY &
FRANKS (2000,38-41)(ver anexo V) que fornece informações sobre: problemas
médicos diagnosticados; características que aumentam o risco de problemas de
saúde; sinais ou sintomas indicativos de problemas de saúde; comportamento de
estilo de vida relacionados à saúde boa ou ruim.
O questionário é dividido em quatro partes, a primeira parte fornece
informações pessoais e de emergência prontamente disponíveis no caso de
precisar chamar o médico ou a família.
A segunda parte inclui seu histórico clinico e de sua família. Essa
informação auxiliará o coordenador do programa de condicionamento a decidir
sobre os programas de condicionamento educacionais e de atividade física
apropriados.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 82
A terceira parte trata de comportamentos conhecidos por estarem
relacionados à segurança e à saúde. Você poderá ajudar o participante a
modificar esses comportamentos para um estilo de vida mais saudável.
A quarta parte enforca atitudes relacionadas à saúde que estão
associadas à vida saudável. Perguntas individuais e partes de perguntas que
estão codificadas para auxiliar o professor a utilizarem as informações. A chave
para os códigos estão incluídos no final do QES.
9.1.2 Estimativa do nível de aptidão física
É um índice proposto por SHARKEY, destinada a avaliar e classificar a
categoria de Aptidão Física. Para isso é utilizado um questionário onde são
analisados três componentes da atividade física: Intensidade, Freqüência e
Duração (ver anexo VI).
A classificação do nível de aptidão física baseia-se no seguinte:
- Sedentário: não realizou nenhuma atividade física por pelo menos
10 minutos contínuos durante a semana.
- Insuficientemente ativo: realiza atividade física por pelo menos 10
minutos por semana, porém insuficiente para ser classificado como
ativo.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 83
Anexo I: Questionário de Estresse
Assinale a freqüência com que você vivenciou nos últimos dois meses cada um dos itens abaixo: Você sente dores de cabeça freqüentemente? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Você tem tido problemas de insônia? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Você como em excesso? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Sente dor na parte inferior das costas (região lombar)? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Problemas com úlcera ou gástrico? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Problemas como nervosismo? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Pesadelos? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Problemas com pressão arterial? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Mãos e pés frios e suados? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Ingestão de álcool ou remédios sem receita médica? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Palpitações cardíacas (taquicardia)? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Falta de apetite? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Dificuldades sexuais? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Preocupações excessivas? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Náuseas, vômitos? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Irritabilidade? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Perda do apetite ou diarréia? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Dores nos músculos do pescoço e ombros? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Períodos de depressão? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Pequenos acidentes? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2 Sentimento de raiva? ( ) Não - 0 ( ) Ocasionalmente - 1 ( ) Freqüentemente -2
Pontuação: Sem estresse – Menos de 4 pontos Estresse Moderado – de 4 a 20 pontos Estresse intenso – de 20 a 30 pontos Estresse muito intenso – Acima de 30 pontos
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 84
Anexo II: Índice de Risco Cardíaco (RISKO)
1 Idade ( ) 10 a 20 anos (1) ( ) 21 a 30 anos (2) ( ) 31 a 40 anos (3) ( ) 41 a 50 anos (4) ( ) 51 a 60 anos (6) ( ) 61 a 70 anos (8) 2 Hereditariedade ( ) Nenhuma história conhecida (1) ( ) 1 parente com mais de 60 anos com doença cardiovascular (2) ( ) 2 parente com mais de 60 anos com doenças cardiovasculares (3) ( ) 1 parente com menos de 60 anos com doença cardiovascular (4) ( ) 2 parentes com menos de 60 anos com doença cardiovascular (6) ( ) 3 parentes com menos de 60 anos com doença cardiovascular (8) 3 Peso ( ) mais de 2,3 kg baixo do peso padronizado (0) ( ) –2,3 a+2,3 kg do peso padronizado (1) ( ) Excesso de peso de 2,5 a 9 kg (2) ( ) Excesso de peso de 9,1 a 15,8 kg (3) ( ) Excesso de peso de 16,2 a 22,6 kg (5) ( ) Excesso de peso de 23 a 29,5 kg (7) 4 Fumo ( ) Não-fumante (0) ( ) Charuto e/ou cachimbo (1) ( ) 10 cigarros ou menos por dia (2) ( ) 20 cigarros por dia (4) ( ) 30 cigarros por dia (6) ( ) 40 cigarros ou mais por dia (10) 5 Exercício ( ) Esforço ocupacional e recreativo intenso (1) ( ) Esforço ocupacional e recreativo moderado (2) ( ) Trabalho sedentário e esforço recreativo intenso (3) ( ) Trabalho sedentário e esforço recreativo moderado (5) ( ) Trabalho sedentário e esforço recreativo leve (6) ( ) Ausência completa de qualquer exercício (8) 6 Colesterol ou % de gordura na dieta ( ) Colesterol total de 180 mg% ausência de gorduras animais ou sólidas na dieta(1) ( ) Colesterol de 181-205 mg 10% de gordura animal ou sólida na dieta (2) ( ) Colesterol de 206-230 mg% 20% de gordura animal ou sólida na dieta (3) ( ) Colesterol de 231-255 mg% 30% de gordura animal ou sólida na dieta (4) ( ) Colesterol de 256-280 mg% 40% de gordura animal ou sólida na dieta (5) ( ) Colesterol de 281-330 mg% 50% de gordura animal ou sólida na dieta (7) 7 Pressão arterial ( ) Limite superior de 100 (1) ( ) Limite superior de 120 (2) ( ) Limite superior de 140 (3) ( ) Limite superior de 160 (4) ( ) Limite superior de 180 (6) ( ) Limite superior de 200 (8) 8 Sexo ( ) Mulher com menos de 40 (1) ( ) Mulher com 40-50 (2)
6-11 Ris12-17 Ris18-24 Ris25-34 Ris32-40 Ris41-62 Per
( ) Mulher com mais de 50 (3) ( ) Homem (5) ( ) Homem atarracado (6) ( ) Homem careca e atarracado (7) Nota:________________
Se sua nota for:co bem baixo da média co abaixo da média co na média geral co moderado co no nível perigoso igo urgente. Consulte seu médico
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 85
Anexo III: Avaliação dos Fatores de Risco Coronariano
1 Histórico Familiar de Doenças Cardíacas ( ) Normal (0) ( ) 1 acima de 50 anos (2) ( ) 1 abaixo de 50 anos (3) 2 Eletrocardiograma de Repouso ( ) Negativo (0) ( ) Duvidoso (1) ( ) Positivo (3) 3 Eletrocardiograma em Exercício ( ) Negativo (0) ( ) Duvidoso (4) ( ) Positivo (8) 4 Fumo - cigarros /dia ( ) Nenhum (0) ( ) 1-10 cigarros (2) ( ) 11 a 30 (3) ( ) 31 ou + (4) 5 Excesso de Peso Corporal ( ) Normal (0) ( ) 10 – 15% (2) ( ) > 15% (4) 6 Prática de Atividade Física ( ) Regular (0) ( ) Infrequente (2) ( ) Nenhuma (4) 7 Nível de Colesterol Total ( ) 200 (0) ( ) 201-230 (1) ( ) 231-245 (2) ( ) 246-275 (3) ( ) > 276 (4) 8 Nível de Triglicérides ( ) 80 (0) ( ) 81-115 (1) ( ) 116-150 (2) ( ) 151-250 (3) ( ) > 251 (4) 9 Nível de Glicose Sanguínea ( ) <98 (0) ( ) 99-104 (1) ( ) 105-110 (2) ( ) 111-118 (3) ( ) > 119 (4) 10 Nível de Stress ( ) Normal (0) ( ) Muito Leve (1) ( ) Moderado (2) ( ) Alto (3) ( ) Muito Alto (4) 11 Pressão Arterial ( ) 120/80 (0) ( ) 121-130/81-86 (1) ( ) 131-140/87-96 (2) ( ) +140/+97 (3) Se sua nota for:
0-4 Risco coronariano muito baixo 5-14 Risco coronariano baixo 15-24 Risco coronariano moderado 25-34 Risco coronariano alto 35-45 Risco coronariano muito alto
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 86
Anexo IV: Questionário PAR-Q
1 Alguma vez um médico lhe disse que você possui um problema do coração e recomendou que só fizesse atividade física sob supervisão médica? ( ) Sim ( ) Não 2 Você sente dor no peito causada pela prática de atividade física? ( ) Sim ( ) Não 3 Você sentiu dor no peito no ultimo mês ? ( ) Sim ( ) Não 4 Você tende a perde a consciência ou cair, como resultado de tonteira? ( ) Sim ( ) Não 5 você tem algum problema ósseo ou muscular que poderia ser agravado com a prática de atividade física? ( ) Sim ( ) Não 6 Algum médico já recomendou o uso de medicamento para a sua pressão arterail ou condição física? ( ) Sim ( ) Não 7 Você tem consciência, através da sua própria experiência ou aconselhamento médico, de alguma outra razão física que impeça sua prática de atividade física sem supervisão médica? ( ) Sim ( ) Não Se Você Respondeu
- Sim, para uma ou mais perguntas: você deve procurar um médico recentemente, consulte seu médico por telefone ou pessoalmente antes de aumentar sua atividade física e/ou fazer uma avaliação de condicionamento. Diga a seu médico a que perguntas você respondeu sim no PAR-Q ou apresente sua cópia do PAR-Q
- Não, para todas as perguntas: se você respondeu o PAR-Q precisamente, você possui razoável garantia de sua adaptação para um programa de exercícios progressivos e uma avaliação de condicionamento.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 87
Anexo V: Questionário Sobre o Estado de Saúde(QES)
Instruções: complete cada questão com informações precisas. Toda informação fornecida é confidencial se você optar por submeter esse formulário à analise de seu instrutor de condicionamento. Parte1: Informações sobre o individuo RG_________________ Data:_________Telefone:____________/____________ Nome Completo:_________________________________ Apelido:____________ Endereço para Correspondência:_______________________________________ ______________________________e-Mail:______________________________ Nome do seu médico:____________________________Fone:_______________ Pessoa para contato de emergência:________________Fone:_______________ Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Data de nascimento:_____/____/_____ N° de horas trabalhadas por semana: ( ) Menos de 20 ( ) 20 a 40 ( ) 41 a 60 ( ) Mais de 60 Mais de 25% do tempo despendido no trabalho ( ) Sentado na cadeira ( ) Carregando peso ( ) Em Pé ( ) Caminhando ( ) Dirigindo Parte 2: História Médica Indique aquele(s) que tenham falecido de ataque cardíaco antes dos 50 anos ( ) pai ( ) mãe ( ) irmão ( ) irmã ( ) avô/avó Data/ano do último exame médico:__________ Último teste de condicionamento:___________ Indique as operações que você tenha feito: ( ) Coluna ( ) Coração ( ) Articulações ( ) Hérnia ( ) Rim ( ) Pescoço ( ) Pulmão ( ) Olhos ( ) Outras:________________________________ Indique o(s) problema (s) abaixo para o(s) qual você tenha sido diagnosticado ou tratado por um médico ou profissional da saúde: ( ) Alcoolismo ( ) Problema renal ( ) Enfisema ( ) Anemia ( ) Dor no pescoço ( ) Dor nas costas ( ) Visão ( ) Flebite ( ) Artrite reumatóide( ) Cardiopatia ( ) Câncer ( ) Tireóide ( ) Hipoglicemia ( ) Concussão ( ) Defeito Congênito ( ) Sangramento ( ) Diabete ( ) Anemia falciforme ( ) Doença Mental ( ) Epilepsia ( ) Asma ( ) Obesidade ( ) Gota ( ) Audição ( ) Bronquite ( ) AVC ( ) Hipertensão ( ) Cirrose ( ) Úlcera ( ) Hiperlipidemia ( ) Outros:_______________________ Indique qualquer medicamento tomado nos últimos 6 meses: ( ) Anticoagulante ( ) p/ Epilepsia ( ) Nitroglicemia ( ) p/ Diabete ( ) p/ Coração ( ) p/ estômago ( ) p/ Pressão ( ) Diurético ( ) Insulina ( ) Outros:__________________________ Qualquer um destes sintomas que ocorrem freqüentemente é a base para atenção médica. Indique a freqüência que você tem cada um: Tosse com sangue ( )Nunca ( )Raramente ( )Ás Vezes ( )Com certa freqüência ( )Muito freqüentemente Dor abdominal ( )Nunca ( )Raramente ( )Ás Vezes ( )Com certa freqüência ( )Muito freqüentemente Dor na região lombar
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 88
( )Nunca ( )Raramente ( )Ás Vezes ( )Com certa freqüência ( )Muito freqüentemente Dor no braço ou no ombro ( )Nunca ( )Raramente ( )Ás Vezes ( )Com certa freqüência ( )Muito freqüentemente Articulações inchadas ( )Nunca ( )Raramente ( )Ás Vezes ( )Com certa freqüência ( )Muito freqüentemente Sentir se fraco ( )Nunca ( )Raramente ( )Ás Vezes ( )Com certa freqüência ( )Muito freqüentemente Tontura ( )Nunca ( )Raramente ( )Ás Vezes ( )Com certa freqüência ( )Muito freqüentemente Falta de ar com esforço leve ( )Nunca ( )Raramente ( )Ás Vezes ( )Com certa freqüência ( )Muito freqüentemente Palpitação ou batimento cardíaco acelerado ( )Nunca ( )Raramente ( )Ás Vezes ( )Com certa freqüência ( )Muito freqüentemente Fadiga incomum com atividade normal ( )Nunca ( )Raramente ( )Ás Vezes ( )Com certa freqüência ( )Muito freqüentemente Parte 3: Comportamento relacionado à saúde Você fuma atualmente? ( ) Sim ( ) Não Se você é fumante, indique a quantidade de cigarros que você fuma por dia? ( ) 40 ou mais ( ) 20-39 ( ) 10-19 ( ) 1-9 Você se exercita regularmente? ( ) Sim ( ) Não Quantos dias por semana você acumula 30 minutos de atividade moderada ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 quantos dias por semana você normalmente despende pelo menos 20 minutos com exercício vigoroso? ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 Você pode caminhar 6,4 km rapidamente sem fadiga? ( ) Sim ( ) Não Você pode caminhar continuamente 4,8 km em um ritmo moderado sem desconforto? ( ) Sim ( ) Não Peso Atual_______ kg Há um ano:________kg Com 21 anos:_______kg Parte4: Atitude relacionada à saúde Estas são características que têm sido associadas ao comportamento propenso à coronariopatia. Indique a que corresponde a como você se sente: Sou um indivíduo impaciente, pontual ao extremo e difícil de conduzir ( ) Discordo totalmente ( ) Discordo moderadamente ( ) Discordo ligeiramente ( ) Concordo ligeiramente ( ) Concordo modernamente ( ) Concordo totalmente liste tudo que ainda não foi incluído neste questionário que lhe possa causar problemas em um teste ou programa de condicionamento ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 89
Anexo VI: Avaliação do Nível de Atividade Física
INTENSIDADE ( ) Muito Leve (1) ( ) Leve (2) ( ) Discreta Respiração e Freqüência Cardíaca (3) ( ) Moderada Respiração e Freqüência Cardíaca (4) ( ) Intensa respiração e Freqüência Cardíaca (5)
FREQÜÊNCIA ( ) Nenhuma ou raramente (1) ( ) Algumas vezes por Mês (2) ( ) De uma a duas vezes por semana (3) ( ) De 3 a 5 vezes por semana (4) ( ) Diariamente ou quase diariamente (5)
DURAÇÃO ( ) Menos de 10 minutos (1) ( ) De 10 a 20 minutos (2) ( ) De 20 a 30 minutos (3) ( ) Acima de 30 minutos (4) CLASSIFICAÇÃO
Pontuação Categoria Avaliação 1 a 20 Muito Pobre Sedentário 21 a 40 Pobre Insuficiente 41 a 60 Razoável Aceitável - deve melhorar61 a 80 Médio Aceitável 81-100 Ótimo Estilo de Vida Muito Ativo
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 90
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, Cláudio Gil Soares de. Manual de teste de esforço. 2 ed. Rio de Janeiro: Ao livro Técnico, 1984. BATISTA, Asdrúbal Ferreira. Atletas: resistência específica para corredores de 5.000 metros. Capinas, SP: Editora da UNICAMP, 1992. BARBANTI, Valdir J. Aptidão física: um convite à saúde. São Paulo: Manole, 1990. BRASIL. Instituto para o Desenvolvimento da Saúde Universidade de São Paulo. Ministério da saúde. Manual de condutas médicas. Brasília, 2002. CARNAVAL, Paulo E. & RODRIGUES, Paulo Eduardo. Musculação teoria e prática. Rio de Janeiro: Sprint, 1992. CARNAVAL, Paulo Eduardo. Medidas e avaliações: em ciências do esporte. 2 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1997. COOPER, K. Correlation between field and treadmill testing as a means for assessing maximal oxygen intake. Jama, 1968. COSTA, Roberto Fernandes da. “Valores Referenciais de Somatórias de Dobras Cutâneas em Moradores da Cidade de Santos – Sp, De 20 a 69 Anos de Idade”. Tese de Livre Docência, 2001. COSTA, Roberto Fernandes da. CD-ROM Avaliação da Composição Corporal. São Paulo: Phote e Editora, 1999. DANTAS, Estélio H.M. A prática da preparação física. 4 ed. Rio de Janeiro: Shape, 1998. DOMINGUES FILHO, Luiz Antônio. Manual do Personal Trainer Brasileiro. 2 ed.São Paulo: Ícone Editora, 2002. FARINATTI, Paulo de Tarso Veras. Crianças e atividade física. Rio de janeiro: Sprint, 1995. FARINATTI, Paulo de Tarso V. & MONTEIRO, Walace David. Fisiologia e avaliação funcional. 4 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2000. FARIA Jr, Alfredo Gomes. Introdução a didática de educação física. 2 ed. Rio de Janeiro: Fórum, 1974. FERNANDES Fo, J. Avaliação física. Ribeirão Preto: Vermelinho. 98 p., 1998.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 91
FERNADES FILHO, José. A prática da avaliação física: testes, medidas e avaliação física em escolares, atletas e academias de ginástica. 2 ed. Rio de janeiro: Shape, 2003. FOX, Edward, BOWERS, Ricard, FOSS, Merle. Bases fisiológicas de educação física e dos desportos. 4 ed. Rio de Janeiro:Guanabara-Koogan, 1991. FRANCIS, Glenn. O diário de exercícios. Rio de Janeiro: Elo ed., 1988. GAYA, Adroaldo Cezar Araújo, LUCENA, Bugre Ubirajara Morimon & REEBERG, Wilson. Bases e métodos do treinamento físico desportivo. Porto Alegre: Sulina, 1979. GUEDES, D. P. e GUEDES, J. E. R. P. Crescimento, composição Corporal e desempenhos motores de crianças e adolescentes. São Paulo: CLR, Baliero, 1997. GOMES, Antônio Carlos & FILHO, Ney Pereira de Araújo. Cross training: uma abordagem metodológica. Londrinas: APEF, 1992. GOMES & TUBINO. Metodologia científica do treinamento desportivo. São Paulo: IBASA, 1980. HEYWARD, Vivian H. & STOLARCZYK, Lisa M. Avaliação da composição corporal aplicada. São Paulo; Manole, 2000. HOWLEY, Edward T & FRANKS, B. Don. Manual do instrutor de condicionamento físico para saúde. 3 ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. KLAFS, Carl E & LION, M Joan. A mulher atleta: guia de condicionamento e treinamento físico. 2 ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1981. LAMARE, Rinaldo de. Manual de alimentação escolar. Rio de janeiro: VIP, 1968. LEITE, Paulo Fernando. Fisiologia do exercício: ergometria e condicionamento físico cardiologia desportiva. 3 ed. São Paulo: Robe, 1993. LEITE, Paulo Fernando. Exercício, envelhecimento e promoção de saúde. Belo Horizonte: HEALTH, 1996. LIMA, Jorge Roberto Perrout de. Freqüência cardíaca em cargas crescentes de trabalho: ajuste sigmóide, ponto de inflexão e limiar de variabilidade da freqüência cardíaca. São Paulo. Tese (doutorado)-Escola de Educação Física e Esportes da Universidade de São Paulo, 1997. xxii, 129p. MACHADO, David C. Natação teoria e prática. 2° ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1998.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações
Leonardo de Arruda Delgado 92
MAGLISCHO, Ernest. Nadando ainda mais rápido. São Paulo: Manole, 1999. MARCONDES, Ayrton César. Programas de saúde. São Paulo: Atual, 1983. MARINS, João Carlos B. & GIANNICHI, Ronaldo Sérgio. Avaliação e prescrição de atividade física: Guia prático. 2 ed. Rio de Janeiro: Shape, 1998. MATSUDO, Victor K.R. CR-ROM Testes em ciências do esporte. Rio de Janeiro: fga multimídia, 1999. MATVEEV, Lev Pavilovh. Preparação Desportiva. 1 ed. Londrina: Centro de Informações Desportivas, 1996. McARDLE, Willian D., KATCH, Frank I. & KATCH, Victor L. Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. 3 ed. Rio de janeiro: Guanabara Koogan, 1992. MONTEIRO, Walace D. Personal training: Manual para avaliação e prescrição de condicionamento físico. 3 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2001. PY, Luiz Alberto. A linguagem da saúde: entenda os aspectos físicos, emocionais e espirituais que afetam a sua vida. Rio de Janeiro: Campus, 1998. RAMOS, Alexandre Trindade. Atividade física: gestantes, terceira idade, crianças e obesos. 2 ed.Rio de Janeiro: Sprint, 1999. ROCHA, P. Sérgio. Treinamento desportivo. vol1 Brasília: Mec Escola de Educação Física do Exercito, 1978, p. 81-101. SANTOS, Miguel Ângelo Alves dos. Manual de ginástica de academia. Rio de Janeiro: Sprint, 1994. WEINECK, Jürgen. Biologia do esporte. São Paulo: Manole, 1991. WEINECK, Jürgen. Treinamento ideal: Instruções técnicas sobre o desempenho fisiológico, incluindo considerações específicas de treinamento infantil e juvenil. 9 ed. São Paulo: Manole, 1999.