Apostila Teorica Modulo - 2010

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CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOS CAMPOS GERAIS 2010 Teórica Profª Ângela de Góes Lara Cardozo Costa CESCAGE- CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DOS CAMPOS GERAIS

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Teórica Profª Ângela de Góes Lara Cardozo Costa

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Homeopatia

1. A AntiguidadeHipócrates foi quem descobriu os princípios da analogia e da similitude, porém esta noção de analogia existe desde os tempos mais remotos, como na civilização babilônica. Os magos da Babilônia aprofundaram-se através dos estudos astronômicos e concluíram que existe relações que ligam o homem ao mundo: existe uma analogia entre as manifestações humanas e as manifestações cósmicas e sua harmonização constitui a saúde.Estes conceitos de analogia também eram encontrados no Egito, nas Escolas Jônicas e Itálica, com Pitágoras e Empédocles, cujos ensinamentos abrem caminho a Hipócrates. Os princípios Hipocráticos - Quatro séculos a.C., a Grécia dominava o mundo antigo por sua cultura e sua glória. De Atenas surge Platão (429-347 a.C.) e nesta época vemos também Sócrates, Hipócrates e Platão, porém à prova, em seus famosos encontros, suas idéias e seus juízos.A medicina não pode escapar deste formidável movimento espiritual. Coube a Hipócrates, retomando as idéias médicas de sua época e conciliando-as com as concepções já antigas da Babilônia e do Egito, estabelecer os princípios imortais de seu método.Hipócrates (460-350 a.C.), liberta a medicina da casta sacerdotal, que escapa de seus neófilos, abandona os palácios e os templos para se espalhar para o mundo. É o primeiro clínico e o primeiro prático, no sentido atual de tais termos, sendo que seus gestos modificam profundamente a medicina, pois ela deixou de ser uma religião e uma magia: o estudo do homem torna-se seu verdadeiro objetivo.Por métodos empíricos (a ciência fundamenta-se de princípios e de seus resultados), Hipócrates levou sua observação e sua análise até a síntese da medicina, numa concepção original da unidade do homem.Essa unidade do homem é uma unidade vital, clínica e terapêutica:

a) Unidade vital: O doente inseparável de seu meio fisiológico e cósmico. Sofre influências metereológicas, climáticas, raciais, sociais, afetivas, que determinam reações variáveis segundo a idade e o valor do meio fisiológico. A moléstia não é um conjunto isolado que o doente suporta e sim uma afecção de toda substância do paciente.

b) Unidade clínica: Com efeito, a observação deve ser minuciosa: “procurar o que se pode ver, tocar e ouvir”. Em seguida, é preciso sempre proceder por comparações entre as diversas doenças e entre as diversas manifestações de uma doença, de acordo com o aspecto variável que ela adquirir em diferentes indivíduos.

c) Unidade terapêutica: Uma vez estabelecidos os prognósticos e o diagnóstico, as medidas de higiene, o regime e o tratamento decorrem das reações de cada doente.A terapêutica baseia-se sobre:

- A expectativa: natura medicatrix - a natureza é o médico das enfermidades;- A oposição: lei dos contrários, dirigido contra o agente causal;- O auxílio: lei dos semelhantes.

A cada doente deve-se ministrar uma terapêutica adequada às suas reações. Com efeito, escreve Hipócrates: “Os contrários são curados pelos contrários. A doença é produzida pelos semelhantes, e pelos semelhantes que fizeram com que fosse ela contraída, o doente passará da doença à saúde..., a febre é suprimida pelo que a produz e produzida pelo que a suprime”.Assim, de duas maneiras opostas, restabelece-se a saúde. A medicina é de medida inapreensível: aquele que compreende isso tem aí um ponto fixo e tem noção do limiar onde as realidades se tornam não-realidades, cujo conhecimento constitui a medida em medicina “.Hipócrates estabeleceu, através de milênios, uma síntese clínica e terapêutica que, ainda em nossos dias, auxilia a medicina. Salvo a lei dos contrários, que por longo tempo, a medicina reconheceu como única lei terapêutica, a tradição hipocrática contém, em germe, algumas vezes explícitos e formais, os princípios da homeopatia:o Unidade da doença, do doente e do remédio;o Observação da morfologia, das constituições, dos temperamentos e das reações individuais;

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o Individualização do doente que realiza a síntese clínica;o Lei dos semelhantes.O pensamento de Hipócrates renasce e resplandece com luzes mais intensas e mais autênticas, nos modernos trabalhos sobre a individualidade, sobre a pesquisa da personalidade e sobre a constituição patológica individual. A herança Hipocrática: Com a morte de Hipócrates, Aristóteles (384-322 a.C.), também médico, estabelece uma doutrina geral, fixa, fechada, onde cada ramo do saber possui seu lugar, primeira fase do determinismo que o mundo erudito respeitará durante mais de mil anos.No Ocidente, em Roma, onde a medicina é por muito tempo exercida pelos escravos, libertos ou estrangeiros, o hipocratismo brilha com Celso que publica sua obra sob o reinado de Tibério. As doenças devem ser classificadas, não pela sua origem, mas de acordo com os remédios que contribuem para curá-las.Galeno (138-201 a.C.), grego de Pérgamo, encerra a medicina, seis séculos depois de Hipócrates, no sistema de Aristóteles, rejeita a idéia de analogia e não conserva senão uma parte da tradição hipocrática. Os quatro temperamentos (ar, água, fogo e terra), conservados de Hipócrates são submetidos à lei dos contrários que deve reequilibrar a eventual discrasia. A lesão anatômica e sua causa determinam a terapêutica.Além disso, Galeno, monoteísta, estabelece sua doutrina apoiada sem restrições, ao mesmo tempo por judeus, árabes e por padres da igreja. Enfim a decadência romana e o prodigioso desenvolvimento do cristianismo dão à medicina um caráter cada vez mais dogmático.

No Oriente, Hipócrates acha-se menos desamparado. No século III a.C, Alexandria compila seus princípios. A Escola dos Empíricos fundada sobre a tradição, a observação e a analogia, orienta-se no sentido das pesquisas fisiológicas. Mas é, sobretudo na Síria e na Pérsia que sobrevive os ensinamentos hipocráticos, ao lado das teorias de Aristóteles. Os árabes asseguram a permanência e a coexistência das tradições hipocrática e galênica. Juntam ao estudo dos doentes, os estudos matemáticos, físicos e químicos; em terapêutica, utilizam plantas novas, minerais e metais.Suas pesquisas os levam a inventar o alambique e os impelem para a alquimia. Geber, no séc. VIII ocupava-se da química e da alquimia, como fez Razis no século IX e Serapião no Séc.X. Avicena (980-1037) faz reviver as teorias de Hipócrates; interessa-se pela cantárida, mostrando suas duas ações irritantes e diurética. Mais ainda que os clérigos do Ocidente, os árabes conservaram bem vivo, até a Idade Média, o pensamento Hipocrático.

2- A Idade Média:Durante os primeiros séculos da era cristã, a ciência encontra refúgio nos conventos e torna-se, pouco a pouco, privilégio da Igreja. Por outro lado, a Escola de Salerno é quase a única a escapar parcialmente da igreja; durante cinco séculos, do IX ao XIV, ela continuará impregnada da tradição hipocrática e árabe.Na Idade Média, os pesquisadores tentaram penetrar na intimidade das coisas. Alguns de origem árabe e outros de origem judaica estudam os fenômenos e, para reproduzi-los, utilizam-se da física e da química, desenvolvem a análise e realizam os primeiros esboços industriais, até o domínio farmacêutico. Outros prosseguem o estudo da essência das coisas, com a finalidade de utilizar o máximo de energia com o mínimo de volume.Assim por esse longo período, a idéia da analogia parece extinta. Mas os sábios se dedicam ao estudo da quintessência e das soluções medicamentosas: primeiro esboço dos remédios diluídos. Começam a pensar no estudo objetivo do homem e de suas reações.

3- O Renascimento:Em plena Renascença surge Paracelso (1493-1541). As grandes concepções neoplatônicas relegam ao esquecimento o sistema de Aristóteles. Ao lado deste movimento filosófico, a medicina abandona as construções de Galeno e volta-se, com Cornarius, às pesquisas hipocráticas. Mas devem-se principalmente a Paracelso, precursor da Homeopatia, a luta vigorosa e sistemática contra o absolutismo de Galeno e a volta aos princípios de Hipócrates.

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Paracelso não adere pura e simplesmente ao hipocratismo. Inimigo de sistemas apóia-se sobre a natureza, cuja explicação ele encontra na relação existente entre o Universo e o Homem. Baseado nesta relação, Paracelso fundamenta as teorias médicas que fazem reviver o hipocratismo, mas que ainda são muito audaciosas para a época, estando à medicina sempre em atraso com relação à evolução da ciência.Apresenta ele quatro grandes princípios que, complementado junto a obra de Hipócrates, atravessarão vitoriosamente os séculos para dar alma à medicina contemporânea e, em particular, à homeopatia:

a- Estudo da natureza: A medicina baseia-se no estudo da natureza, de suas leis físicas, metereológicas e biológicas. Os sinais da doença e os da cura encontram-se na natureza e no homem. É o primeiro esboço da doutrina, as assinaturas e o reaparecimento do princípio da analogia. Plínio defendia a doutrina dos sinais, as plantas tinham sinais parecidos com as doenças. Ex: digitalis (forma de coração) para doenças cardíacas; chifre de rinoceronte como afrodisíaco.

b- Individualização do doente: As doenças são extremamente variáveis e mutáveis, o que explica a transmutação das doenças e a idéia de metástase.

c- Individualização do remédio: Um remédio deve ser prescrito pela concordância entre suas características e as da doença, ou melhor, a forma que a doença adquire num determinado doente.

d- Lei da similitude: A toda característica, o médico pode, assim, adaptar o que lhe convém pela similitude: similia similibus curantur. O semelhante pertence ao semelhante.

Paracelso contribui poderosamente para a nova orientação da medicina, que se volta para as ciências exatas durante o século seguinte. Exerce uma influência tão grande na medicina numa época em que os gênios eram abundantes, foi também o grande defensor do hipocratismo e o precursor da Homeopatia.

4- O século XVII:As ciências tomam definitivamente impulso. Prudentemente, a medicina embrenha-se pelo mesmo caminho e submete-se ao controle experimental, precedendo, antes de mais nada, ao estudo da anatomia, anatomia patologia e de fisiologia.Ao mesmo tempo, alguns fiéis das tradições de Hipócrates e Paracelso, sustentados pela idéia fisiológica, prosseguem em seus esforços. Os princípios da similitude, bem como os da infinitesimalidade, são nitidamente retomados e defendidos por Crollius em sua obra: La Royale Chimie, que aparece em 1608.Pe. Kircher (1602-1680) publica em 1644: Lê Monde souterrain, obra contendo o livro dos venenos, onde estuda os venenos e os remédios, segundo um método que lança “a chave universal da simpatia e da antipatia”. Neste livro encontra-se, em suma a indicação de remédios minerais, vegetais e animais, bem como as idéias de antidotismo, de soro antivenenoso e as relações dos efeitos dos remédios extraídos das plantas sobre os venenos animais.Van Helmont (1577-1644), contemporâneo de Descartes, que após haver longamente estudado Dioscórides e Hipócrates, ataca o sistema de Galeno, apaixona-se pela química, constrói depois uma teoria fisiológica onde encontramos esse bosquejo interessante, no qual toda alteração do equilíbrio fisiológico (do regulador fisiológico) pode acarretar uma alteração orgânica secundária, o que significa que a alteração da função antecede a alteração do órgão. Este ponto de vista original para a época e que a ciência moderna verificou, é uma das idéias mais familiares aos homeopatas que, há muito fizeram dele uma das bases de sua clínica, após os trabalhos de Hahnemann.Sydenham (1624-1689), sempre acompanhando a tendência experimental da época, baseia-se na tradição hipocrática.A explicação físico-química da vida apareceu com Sthal (1660-1734), que conhece a lei da analogia e opõe-se à tendência mecanicista de sua época.Hoffmann (1660-1742), em sua obra encontra-se inúmeras sugestões interessantes. A força é propriedade inerente da matéria e a vida é apenas movimento. A medicina baseia-se no raciocínio e na experiência. Os fatos devem ser explicados pela anatomia, pela física e pela química. Sua fisiologia é alicerçada nas noções do “tônus” orgânico, excitado ou regulado por um fluxo nervoso. A modificação deste “tônus”, para mais ou para

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menos leva à doença. A terapêutica liga-se estreitamente à constituição do doente, e deve, conforme o caso excitar ou acalmar o “tônus”.

5- Samuel HahnemannChristian Friedrich Samuel Hahnemann nasceu em 11 de abril de 1755 em Meissen na Alemanha. Filho de casal de artesãos da porcelana o que lhe proporcionou gosto pela química.Aprendeu várias línguas e revelou ser um gênio precoce, pois aos quatorze anos já ministrava aulas de grego para sua turma. Recebeu ajuda de seu professor de línguas, Dr. Muller, pois como plebeu não podia freqüentar a biblioteca da escola, então pode intensificar assim seus estudos pesquisando na biblioteca de um príncipe da região muito amigo de seu professor.Conquistou espaço entre seus colegas de classe sendo escolhido orador da turma com seu discurso: “A curiosa construção da mão” que além de abordar os aspectos anatômicos destacou a importância espiritual da mão como canal terminal do corpo, prolongamento do pensamento e do ato. Finalizou seus estudos em Meissen aos vinte anos, dominando fluentemente vários idiomas, entre eles o francês, o italiano, o inglês, o espanhol, o latim, o grego, o árabe e o sírio.Em 1775, foi para Leipzig estudar medicina, ministrando aulas particulares de língua estrangeira e traduzindo obras científicas conseguia se sustentar. Partidário do Vitalismo acreditava na existência de um princípio vital que rege a vida.Foi para Viena continuar seus estudos; trabalhando no hospital escola conquistou a simpatia do diretor do hospital, Doutor Quarin, que o indicou ao governador na Transilvânia, barão Von Bruckenthal, para ser seu médico particular e diretor de uma das melhores bibliotecas científicas da Europa.Em 1779 recebeu o grau de doutor em medicina na Universidade de Erlangen com a tese intitulada “Considerações sobre as causas e o tratamento dos estados espasmódicos”. Neste mesmo ano foi eleito para a Academia de Ciências de Mongúcia, graças as suas pesquisas na área de química e medicina. Seu tratado de matéria médica, que versava sobre as propriedades medicinais das drogas, tornou-se o manual oficial da época. Além disso, foi o responsável pela sistematização da farmacopéia alemã.Hahnemann conhecia o método empírico-indutivo de Francis Bacon, o raciocínio analítico de René Descartes e, sobretudo a física de Isaac Newton, conhecimentos importantes para a consolidação da ciência moderna.Entre 1779 e 1787, residiu em várias cidades conquistando enorme reputação entre seus clientes como médico e farmacologista. Em Dessau, freqüentou a farmácia do boticário Haesseler onde conheceu aquela que se tornou sua primeira esposa, Johanna Henriette Leopoldine Küchler, que lhe deu 11 filhos. Hahnemann era contra a medicina da época, que se apoiava basicamente em sangrias, fórmulas complexas e medicamentos tóxicos para o tratamento das doenças. Abandonou a medicina em 1787 por julgá-la empírica demais e para poder sobreviver voltou a exercer as funções de tradutor passando por dificuldades financeiras.Em 1790 ao traduzir a Matéria Médica de Willian Cullen, não concordou com as idéias deste médico escocês a respeito da quina e seu efeito tônico sobre o estômago do paciente acometido de malária, então resolveu fazer experimentos ingerindo ele próprio, por vários dias certa quantidade de quina.Esta experiência resultou para Hahnemann no adágio hipocrático “similia similibus curantur”, ou seja, uma droga reconhecidamente eficiente no tratamento de malária era capaz de produzir sintomas semelhantes aos da malária num indivíduo sadio. Em seguida experimentou a quina em seus familiares e amigos, notando que o fenômeno se repetia. Passou a realizar experimentos com outras drogas, catalogando seus efeitos no organismo sadio.Seguindo as orientações de Haller, introduziu a pesquisa objetiva e sistemática aplicada à medicina, ao tomar como base fundamental para seus estudos a ação farmacológica das drogas sobre o homem sadio, para depois aplicá-las nos indivíduos doentes segundo o princípio da similitude.De 1790 a 1796, Hahnemann experimentou várias substâncias sempre em pessoas sadias, além de realizar extensa pesquisa na literatura médica sobre sinais e sintomas provocados por drogas tóxicas. Com a finalidade de diminuir os efeitos tóxicos e nocivos das drogas, adotou as doses infinitesimais (grandes diluições) para o tratamento de seus pacientes.

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Seus discípulos o ajudaram a realizar as experimentações e a catalogar, nos mínimos detalhes, o poder farmacodinâmico e curativo das drogas testadas. Com isso, em 1805 publicou a primeira matéria médica homeopática, com 27 substâncias ensaiadas. No mesmo ano editou o livro “Esculápio na balança”, criticando a medicina européia. Com essa obra, acusou a prática médica de ser ineficaz e enganosa, criando, com isso, numerosos inimigos.Em 1810, editou a primeira edição do “Organon da arte de curar”, no qual encontramos a doutrina homeopática e seus ensinamentos. Entre 1811 e 1826, publicaram os seis volumes da Matéria médica pura, com 1777 páginas e 64 medicamentos experimentados.A reputação da Homeopatia cresceu rapidamente graças aos bons resultados obtidos, atraindo a atenção de médicos e pacientes de vários países do continente europeu.Hahnemann conseguiu encontrar solução para a maioria das doenças tratadas por ele, mas encontrou dificuldades diante das doenças crônicas, que reapareciam freqüentemente com novos sintomas. Passou a pesquisar de forma exaustiva os casos crônicos reincidentes até encontrar a presença de um fator desencadeante desses processos denominado por ele de “miasma”. Assim em 1828, divulgou suas novas descobertas por meio da obra “As doenças crônicas”, livro composto por cinco volumes, versa sobre a causa das doenças crônicas, junto com o estudo de uma série de novos medicamentos para o tratamento dessas doenças.Hahnemann casou-se pela segunda vez aos oitenta anos com uma jovem francesa de nome Marie Melanie Derville, indo então viver em Paris, onde exerceu a medicina com muito sucesso. Morreu aos 88 anos, no dia dois de julho de 1843, cercado do mais nobre respeito e admiração pelo legado que deixou ao mundo científico: 21 livros e 25 traduções.Hoje a Homeopatia está muita bem representada na Alemanha, Argentina, Bélgica, Brasil, França, Índia e Inglaterra. No início do século XX existiam nos EUA mais de 8.000 médicos homeopatas, 28 hospitais e oito escolas médicas homeopáticas, além de vários cursos, periódicos, laboratórios farmacêuticos e fundações, todos envolvendo a homeopatia. Sofrendo pressões legais e financeiras, estas instituições foram obrigadas a encerrar suas atividades. Atualmente a Homeopatia americana está em processo de renascimento.

6- A Homeopatia no Brasil:Em 1840, a Homeopatia foi introduzida no Brasil pelo médico francês, natural de Lyon, Dr. Benoit Jules Mure, mais conhecido como Bento Mure. As tinturas e as substâncias utilizadas em Homeopatia vinham da Europa e os próprios médicos manipulavam-na devido à inexistência de farmácias especializadas.O número de homeopatas foi crescendo no Império e os farmacêuticos passaram a manifestar interesse pela doutrina, participando dos cursos organizados pelo Doutor Mure e pelo seu colega D. João Vicente Martins.Por volta de 1851, a Escola Homeopática do Brasil, sob forte pressão dos farmacêuticos, resolve aprovar a separação da prática médica da prática farmacêutica. Não existiam, até então leis que regulamentassem a farmácia homeopática no Brasil, facultando a manipulação de medicamentos homeopáticos aos próprios leigos. Somente em 1886, com o Decreto nº 9.554, surgiu uma lei que dava o direito de manipulação apenas aos farmacêuticos.A partir de 1965 surgiram leis específicas para a farmácia homeopática, até que, finalmente, pelos esforços de médicos e farmacêuticos, por meio do Decreto nº 78.841, foi aprovada a parte geral da 1ª edição da Farmacopéia homeopática brasileira. Em 1980, com a resolução nº 1.000/80, a Homeopatia foi reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina.No Congresso Brasileiro de Homeopatia, realizado em Gramado (RS) em 1988, foi aprovada uma moção que culminou com a publicação do Manual de Normas Técnicas para Farmácia Homeopática, editado pela Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas. Este Manual foi revisado três anos depois, contando com a colaboração de farmacêuticos de todo o Brasil, por meio de relatórios de grupos de estudos, trabalhos científicos, revisões bibliográficas e encontros regionais. Além do mais, sua terceira edição se completou em outubro de 2003.Em 19 de agosto de 1997, de acordo com a Portaria nº 1.180, foi aprovada a Parte I da 2ª edição de Farmacopéia homeopática brasileira.

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7- O que é HOMEOPATIA?Especialidade Médica e farmacêutica que consiste em ministrar ao doente, doses mínimas do medicamento para evitar a intoxicação e estimular a reação orgânica.A palavra Homeopatia vem do grego ómoios=semelhante e pathos=doente, designa o método terapêutico baseado na lei natural de cura similia similibus curantur, ou seja, o semelhante será curado pelo semelhante.A missão do clínico homeopata é prescrever substâncias que quando, utilizadas em pessoas sadias, produzam sintomas análogos aos da doença a ser combatida. Essas substâncias são transformadas em medicamentos homeopáticos pelo farmacêutico especialista em Homeopatia. Isto é realizado por meio de uma técnica especial, denominada dinamização, que permite diminuir os efeitos tóxicos da substância original e aumentar o seu potencial curativo.

Esta ciência tem por fundamento quatro princípios básicos:

I-A lei dos semelhantesO princípio da similitude ou da analogia foi utilizado empiricamente na medicina desde os tempos mais remotos. Hahnemann teve como precursores vários médicos, em especial, Hipócrates e Paracelso, que por meio de suas obras difundiram a lei dos semelhantes, mas foi Hahnemann o descobridor do seu mecanismo de aplicação e de utilização científica na cura dos doentes.Se administrarmos uma substância em uma dose capaz de perturbar a homeostase orgânica, o organismo apresentará um grupo de sintomas relacionados à substância que está sendo testada. Deste modo devemos saber o conceito de Patogenesia que é o conjunto de sintomas e sinais, objetivos (físicos) e subjetivos (emocionais e mentais), que um organismo sadio apresenta ao experimentar determinada substância medicinal. E o medicamento prescrito ao doente na dose correta para o seu tratamento será para esse doente o seu simillimum, ou seja, o remédio que abrange a totalidade dos sintomas de um homem doente, ou seja, aquele medicamento cuja patogenesia melhor coincidir com os sintomas apresentados pelo doente.Para a Homeopatia, enfermidade é o resultado da reação insuficiente do organismo diante da doença, assim faz-se necessário estimular a reação orgânica para que esta possa sobrepujar a força da doença.

II - Experimentação no homem sadioPara a Homeopatia a única forma de conhecer de maneira confiável os efeitos farmacológicos de uma substância medicinal é experimentando-a no organismo humano sadio. Não são utilizados testes em animais, pois cada espécie possui uma reação própria, muito diferente da reação dos seres humanos, por serem distintas as suas constituições. Os animais não se expressam por palavras e os testes em doentes também não são tolerados, pois a mistura dos sintomas provocados pela droga teste impede uma avaliação correta do experimento.Experimentação no homem sadio, também chamada experimentação patogenética, homeopática ou pura, é o procedimento de testar substâncias medicinais em indivíduos sadios para elucidar os sintomas que irão refletir sua ação.As drogas devem ser testadas nas doses tóxicas, hipotóxicas e dinamizadas para que possam revelar todos os sintomas. Dessa forma os sintomas mentais, emocionais e físicos aparecem com maior riqueza de detalhes.As patogenesias são compiladas em livros denominados “Matérias médicas homeopáticas”. Para a elaboração dessas obras, além das patogenesias, são incluídos os sintomas extraídos dos livros de toxicologia e os sintomas que desapareceram depois que o medicamento produziu a cura.A experimentação no homem sadio é um método natural de investigar os efeitos que as drogas e os medicamentos produzem, para saber que enfermidade eles estão aptos a curar.

III - Doses mínimasCom a finalidade de diminuir os efeitos negativos da agravação dos sintomas, Hahnemann realizou uma série de experiências, chegando a resultados extremamente interessantes. A princípio empregou doses pequenas,

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diluindo os medicamentos em água ou álcool, de acordo com determinadas proporções. Entretanto, observou que se o medicamento não era forte o suficiente para produzir a agravação dos sintomas, não era capaz de promover satisfatoriamente a reação orgânica. Como os resultados não foram os esperados, continuou o experimento. Além de diluir os experimentos, passou a imprimir agitações violentas, chamadas por ele de sucussões. Hahnemann notou que, além da diminuição da agravação dos sintomas e dos efeitos tóxicos das altas doses, ocorria um aumento da reação orgânica, Certamente os conhecimentos que tinha de alquimia, da essência das substâncias, contribuíram muito para que chegasse a esses resultados. Todavia Hahnemann nunca forneceu os detalhes de como descobriu o processo da dinamização.A partir desse experimento, o criador da Homeopatia passou a utilizar diluições infinitesimais e potencializadas pelas fortes agitações que imprimia na manipulação dos medicamentos homeopáticos. Esse processo farmacotécnico, conhecido como dinamização, promove curas mais rápidas e suaves. A diluição do insumo ativo, sempre intercalado pelas sucussões, obedece a uma progressão geométrica, promovendo uma diminuição de sua concentração química e aumentando de sua ação dinâmica, que estimula a reação do organismo na direção da cura.

IV - Remédio únicoDurante a experimentação patogenética testa-se apenas uma droga por vez, obtendo por meio deste procedimento as características farmacodinâmicas da substância testada.O clínico homeopata procura, sempre que possível, individualizar o quadro sintomático do paciente para encontrar seu simillimum. Se ele utilizar em um mesmo paciente de uma só vez, mais de um medicamento, estes mobilizarão conjuntamente os mecanismos de defesa do organismo numa competição.O remédio único constitui um dos fundamentos mais importantes da Homeopatia sob o ponto de vista médico-científico e o mais difícil de ser realizado na prática, pois exige do clínico conhecimento bastante profundo da matéria médica homeopática.

8- Filosofia HomeopáticaVitalismo X OrganicismoO Vitalismo é uma doutrina filosófica, segundo a qual os seres vivos possuem uma força particular que os mantém atuantes, o princípio ou força vital, distinta das propriedades físico-químicas do corpo.Segundo o modelo filosófico homeopático, a condição do organismo depende apenas da saúde da vida que o anima. Assim conclui-se que a doença consiste em uma condição alterada originalmente apenas nas sensibilidades e funções vitais, independentemente de toda consideração química ou mecânica, ou seja, a origem primária das doenças está na perturbação da força vital.Sendo assim Força Vital mantém o organismo em harmonia. Sem ela o organismo não age, não sente e é responsável pela integração dos diversos níveis dinâmicos da realidade humana (físico, emocional e mental).Em contrapartida, encontramos o Organicismo (Concepção mecanicista, materialista, dinamista) onde a saúde depende das interações químicas e físicas dos órgãos, sistemas e tecidos do organismo.

9- Escolas Médicas HomeopáticasAlguns motivos como a complexidade da doença observada, a imprecisão dos sintomas, o desconhecimento dos princípios homeopáticos, o processo da industrialização do medicamento homeopático, a inexistência de patogenesias capazes de cobrir a totalidade dos sintomas observados no doente, a necessidade do estudo constante e a experiência clínica particular de alguns homeopatas fizeram com que fossem criadas diferentes escolas homeopáticas, cada uma prescrevendo a seu modo. As principais escolas homeopáticas são: o unicismo, o pluralismo, o complexismo e o organicismo.

I- Unicismo: O clínico prescreve um único medicamento, à maneira de Hahnemann, com base na totalidade dos sintomas do doente (o simillimum).

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Ex: Pulsatilla nigricans 6LMTomar uma colher (chá) de 2 em 2 horas.Obs: Existe uma variante do unicismo hahnemanniano. Trata-se do unicismo kentista de James Tyler Kent (1849-1916), médico norte-americano, responsável por realizar experiências com altíssimas potências, além do remédio único, utilizam uma única dose, geralmente em potências superiores a 1.000 FC (milésima potência preparada por aparelho de fluxo contínuo).Ex. de receita kentiana:Phosphorus 10.000 FC líquidaTomar todo o conteúdo do frasco, de uma só vez, em jejum.

II- Pluralismo: Também conhecido por Alternismo, o clínico prescreve dois ou mais medicamentos para serem administrados em horas distintas, alternadamente, com a finalidade de um complementar a ação do outro, atingindo assim a totalidade dos sintomas do paciente.

Ex: Barium carbonicum 6CH, 20ml, 1 frasco Phytolacca decandra 6CH, 20ml, 1 frascoPingar 5 gotas de cada medicamento, diretamente na boca, de 2 em 2 horas, alternando-os a cada tomada.

III- Complexismo: O clínico prescreve dois ou mais medicamentos para serem administrados simultaneamente ao paciente.

Ex: Hydrastis canadensis 6CH, 20ml, 1 frascoHepar sulphur 6CH, 20ml, 1 frascoKalium bichromicum 6CH, 20ml, 1 frascoPingar 5 gotas de cada um dos medicamentos, diretamente na boca, de 2 em 2 horas.

Outro exemplo:Eupotorium 5CHBryonia alba 6CH ãã...qsp...30mlAllium cepa 6CHTomar 5 gotas 4 vezes ao dia.

As formulações homeopatizadas da indústria fazem parte do complexismo com associações medicamentosas afins, ou seja, englobam um grande número de sintomas relacionados à certa doença. São os chamados complexos, compostos ou específicos homeopáticos. Essas formulações têm objetivo tratar enfermidades específicas (gripe, sinusite, cistite, abcessos, etc.), sem considerar a individualidade e a integridade orgânica. Os complexos homeopáticos industrializados recebem nome fantasia, devendo ser registrados no Ministério da Saúde.

IV- Organicismo: O clínico prescreve o medicamento visando aos órgãos doentes, considerando as queixas mais imediatas do paciente. Essa conduta, portanto acha-se bastante próxima da medicina alopática, que fragmenta o ser humano em órgãos e sistemas. Numa visão organicista o clínico se fixa apenas no problema local, não levando em conta os sintomas mentais, que podem estar relacionados com o problema.

Ex: Urtica urens 6CH, 20 ml, 1 frasco 5 gotas de hora em hora.

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Existem ainda na homeopatia, os profissionais ortodoxos, ou seja, os radicais que não admitem o emprego de outros recursos terapêuticos, além dos medicamentos homeopáticos, bem como os ecléticos, que os prescrevem combinados com outras práticas terapêuticas (acupuntura, medicamentos alopáticos e fitoterápicos, etc.).

A DOENÇADINAMISMO MÓRBIDO( RETIRADO DO LIVRO – Compêndio de Homeopatia-Mª Regina Galante Nassif)O indivíduo está aqui por alguma razão. Certamente deve cumprir uma tarefa, atingir determinada meta. Para isto conta com uma estrutura – o organismo que segue leis biológicas genéricas, mas as executa conforme potencialidades que são individuais, particulares de cada um.Imaginemos uma grande multidão, em qualquer rua movimentada de São Paulo, isolando-se um indivíduo qualquer. Vamos estudá-lo desde o seu nascimento até sua morte, saber da sua infância, de sua juventude até seu ocaso de existência.Compreender quantos sonhos acalentou e não realizou, quantos percalços e tropeços sofreu, enfim, que vivências experimentou, que frutos colheu, ao longo de sua trajetória de vida.Ao ser isolado, já é ímpar, no sentido psíquico e físico, desde o nascimento e, ao caminhar pela trajetória vital, irá reagindo aos diferentes estímulos que o cercam de modo individual e, muitas vezes, a reação é uma doença, ás vezes aguda outras vezes crônica; em algumas ocasiões, banal e, outras vezes fatal.Por que essa diversidade de reações?Será a doença uma necessidade biológica do organismo para proteger algo mais importante, mais transcedental?Será um tributo a ser pago por agressões às leis naturais? Ou será um mero capricho da natureza?A resposta a estas perguntas só pode ser inerente a cada um, portanto individual.Mas para facilitar o desenvolvimento do raciocínio, vamos examinar esse indivíduo que isolamos daquela multidão que se agita e corre tanto.Nasceu! Já está sujeito a uma série de intempéries de toda ordem, climáticas, psíquicas, traumáticas.Para alimentar-se, precisa chorar; para respirar, precisa fazer força...Enfim, precisa viver.Imaginemos que, aos dois anos, nasce o irmãozinho. Pronto, perdeu o trono. Decepção com os pais, ciúmes, até ódio...Com seis anos, nervoso, briguento, birrento. Vai ao pediatra, nada se acha. Um calmante.Aos 12 anos, outra decepção: fica reprovado. Amargura, tristeza, sentimento de culpa, por não estudar o necessário.Aos 16 anos, encontra sua namorada com um amigo...Decepção, raiva, tristeza.Qual sentimento será predominante? Que conseqüência trará para sua vida?Continuando a imaginar, é possível que aos 30 anos se case, tenha filhos e, de repente, a esposa pede a separação e some com os filhos.O que sentirá nosso escolhido? Raiva? Ódio? Indignação? Tristeza? Desânimo? Desejo de vingança? Como reagirá?

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Se o organismo está acoplado ao mundo interior de cada um, que alterações físicas ocorrerão com o esfacelamento da razão de viver?Muitas serão as conseqüências e, certamente, variáveis, em função da individualidade de cada um.Assim, em diferentes situações da vida, os quadros clínicos são verdadeiras fotografias que, colocadas na ordem cronológica, compõem um filme que representa a trajetória patológica decorrente da história da vida do indivíduo.Esse filme mostra que, semelhante ao riacho que corre para a foz, a patologia desemboca na lesão.Portanto, o aparecimento da lesão é a última fase do dinamismo mórbido, que foi posto em marcha muito antes, em quaisquer dos eventos anteriormente citados, no caso do nosso exemplo.Para cada evento, corresponde um quadro clínico, que será tratado com drogas que, várias vezes, deixam estigmas, conseqüências sérias e que se adicionam ao fluxo patológico já existente.Só com a eclosão da lesão, a Medicina pode fazer o diagnóstico preciso e estabelecer o tratamento.Bem diferente, a Homeopatia pode tratar o nosso paciente em fases pré-lesionais, quando ainda a célula está na fase de irritação ou mesmo disfunção.Porque, em qualquer fase de evolução, é possível achar os sintomas (Homeopáticos) mais representativos daquele paciente e tratá-lo independente da lesão.Ao passo que, numa visão puramente organicista, cada quadro clínico será tratado pelo especialista pertinente, com a perda da visão do TODO.Portanto, a doença é a conseqüência; a lesão é a última etapa do processo mórbido, que muitas vezes é uma sentença condenatória irreversível.Se esse doente, vítima da sentença aludida, fosse harmonizado com medicamentos energéticos no passado, hoje, certamente, estaria em melhor situação.O paciente deve ser visto como uma totalidade, sendo a doença algo vinculado ao seu contexto vital, expressando apenas sua desarmonia interna.A lesão, ponto final de sua dinâmica mórbida, está mostrando sua tendência patológica, estruturando, a nível físico, o desarranjo energético, que será sempre peculiar para cada um.

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CONCEITOS E DEFINIÇÕES:

a)-Droga: Matéria prima de origem mineral, vegetal, animal ou biológica constituída por um ou mais fármacos;

b)-Fármaco: Produto ou substância que, em contato ou introduzida em um sistema biológico, com finalidade terapêutica ou preventiva, modifica uma ou mais de suas funções;

c)-Medicamento homeopático: É toda apresentação farmacêutica destinada a ser ministrada segundo o princípio da similitude, com finalidade preventiva e terapêutica, obtida pelo método de diluições seguidas de sucussões e/ou triturações sucessivas;

d)-Sucussão: Consiste na agitação vigorosa e ritmada contra anteparo semirígido de fármacos sólidos e líquidos, solúveis e dissolvidos em insumo inerte adequado;

e)-Trituração: Consiste na redução de fármaco a partículas menores por ação mecânica, em gral de porcelana, com lactose como excipiente, visando solubilizar, diluir e dinamizar o mesmo;

f)-Dinamização: É a resultante de diluições seguidas de sucussões e/ou triturações sucessivas de fármaco, em insumo inerte adequado, com a finalidade de desenvolvimento do poder medicamentoso.

g)-Insumo ativo: Droga ou fármaco que se constitui no ponto de partida para a preparação de medicamento;

h)-Insumo inerte: Substância complementar de qualquer natureza, desprovida de propriedades farmacológicas ou terapêuticas e utilizada como veículo ou excipiente, bem como material de outra origem destinado ao acondicionamento de formas farmacêuticas;

i)-Ponto de partida: Tintura-mãe, droga ou fármaco utilizados como ponto inicial para obtenção das formas farmacêuticas derivadas; j)-Formas Farmacêuticas: São preparações resultantes da manipulação de insumos ativos e inertes, de acordo com as regras da farmacotécnica homeopática;

k)-Forma Farmacêutica Básica: Preparação que constitui o ponto inicial para obtenção das formas farmacêuticas derivadas: -Tintura-mãe: É a preparação líquida, resultante da ação dissolvente e/ou extrativa de um insumo inerte hidroalcoólico sobre uma determinada droga;

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l)-Formas Farmacêuticas Derivadas: São preparações oriundas da forma farmacêutica básica ou a própria droga, representando desconcentrações obtidas através de diluições seguidas de sucussões e/ou triturações sucessivas;

m)-Escalas: São as proporções (insumo ativo: insumo inerte) seguidas na preparação das diferentes diluições. As dinamizações são preparadas segundo as escalas: Centesimal, Decimal e Cinquenta milesimal. n)-Potência: É o poder medicamentoso da droga ou fármaco, desenvolvido através da dinamização.

Medicamento Homeopático

Origem do Medicamento Homeopático

Segundo a Farmacopéia Homeopática Brasileira II os medicamentos usados em homeopatia têm origem nos três reinos da natureza, nos produtos químico-farmacêuticos, substâncias e/ou materiais biológicos, patológicos ou não, assim como em outros agentes de diferente natureza.

Os fungos (reino fungi), as bactérias (reino monera) e os protozoários (reino protista) também representam importantes fontes de matérias-primas empregadas na preparação dos medicamentos homeopáticos e são classificados à parte, já que, segundo a moderna classificação dos seres vivos, não pertencem aos reinos animal e vegetal.

1- REINO VEGETAL:O reino vegetal é o que fornece o maior número de drogas para a preparação de medicamentos

homeopáticos. A planta poderá ser usada inteira, suas partes, seus produtos extrativos ou de transformação (sarcódios), bem como seus produtos patológicos (nosódios). Muitos confundem a Homeopatia com a Fitoterapia, pois ambas utilizam vegetais para o tratamento de seus pacientes. Todavia, enquanto a Homeopatia utiliza doses mínimas potencializadas prescrita de acordo com a lei

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“É toda apresentação farmacêutica destinada a ser ministrada segundo o princípio da similitude, com finalidades preventivas e terapêuticas, obtida pelo método de diluições seguidas de sucussões e/ou triturações sucessivas”.

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dos semelhantes, a Fitoterapia utiliza doses ponderáveis de acordo com a lei dos contrários. É comum encontrarmos extratos, tinturas, cápsulas e chás à base de plantas nas farmácias homeopáticas. Isto talvez contribua para gerar confusão nas pessoas leigas. Vale ressaltar que as partes vegetais utilizadas para a preparação de tinturas homeopáticas (tinturas-mães) e medicamentos homeopáticos nem sempre coincidem com as partes de uma mesma planta utilizada em Fitoterapia.

Veja a seguir alguns exemplos de medicamentos homeopáticos preparados a partir de vegetais. Plantas inteiras: Belladona, Drosera rotundifolia, Pulsatilla nigricans, Hypericum

perforatum; Suas partes: Allium cepa, Colchicum autumnale (bulbo); Ipecacuanha, Paeonia

officinalis, Lappa major (raiz); Sanguinaria canadensis, Podophyllum peltatum (rizoma); Coffea cruda, Nux vomica (sementes); Digitalis purpúrea, Tabacum (folhas); Sambucus nigra, Calendula officinalis (flores ou sumidades floridas); Agnus castus, Carduus marianus (frutos);

Outras partes: Lycopodium clavatum (esporos); Berberis vulgaris (casca da raiz); China officinalis (casca do caule); Hamamelis virginiana (mistura de casca do caule e folhas); Crocus sativus (estigmas); Thuya occidentalis (ramos); Ruta graveolens (parte aérea); Carbo vegetabilis (lenho);

Seus produtos extrativos ou de transformação: Terebinthina (óleo-resina); Colchicum (alcalóide); Opium (látex);

Seus produtos patológicos: Ustilago maidis (doença do milho provocado por um fungo); Secale cornutum (esporão de centeio).

A perfeita identificação do vegetal e da parte a ser utilizada, a observância da época da coleta e das condições ambientais, a necessária seleção e limpeza, dentre outros cuidados, são fatores importantes para a preparação de tinturas e medicamentos homeopáticos a partir de plantas. A identificação deve ser realizada por especialistas e confirmada macro e microscopicamente. Mediante suas monografias, as farmacopéias homeopáticas determinam as partes corretas a serem utilizadas, devendo ser as mesmas que foram experimentadas em homem sadio. Outras partes vegetais do mesmo vegetal poderão ser utilizadas, desde que proporcionem patogenesias iguais às partes originalmente experimentadas.

Os vegetais coletados de preferência na parte da manhã, em dias ensolarados, livres de orvalho. Eles nunca devem ser colhidos em dias de chuva ou vento. Se não forem utilizados imediatamente para a preparação das tinturas-mães, devem ser postos a secar a sombra em local ventilado e seco. Outra opção é conservar o vegetal em recipientes fechados após a adição de certa quantidade de álcool, que será deduzida na ocasião do cálculo do veículo extrator para a elaboração da tintura-mãe. As plantas frescas são preferíveis às dessecadas, pois o rendimento das drogas frescas quando dessecadas é, na média, inferior em 30% nos órgãos subterrâneos, 50% nas cascas e 15% nas folhas e demais partes aéreas.

Com exceção dos casos previstos nas respectivas monografias, a coleta em geral é realizada tendo em vista as seguintes condições:

As plantas inteiras são coletadas no período de floração. Elas incluem as partes aérea e subterrânea.

As folhas são coletadas imediatamente antes ou no início da floração, após o seu desenvolvimento completo. Elas são os órgãos laminares e verdes da planta.

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As flores e sumidades floridas são colhidas imediatamente antes do seu desabrochar. As flores representam os órgão da reprodução sexuada das plantas. As sumidades floridas representam um conjunto de flores dispostas em torno de um eixo comum.

Os frutos são recolhidos no início da maturação. Eles são o resultado do desenvolvimento do ovário da planta.

As sementes são retiradas na total maturidade. Elas provêm dos óvulos fecundados, estão situadas dentro dos frutos e contêm o embrião.

As raízes, os rizomas e os bulbos são coletados no início do inverno, quando os talos murcham, ou início da primavera. As raízes representam a parte principal subterrânea da planta. Rizomas são os caules subterrâneos radiciformes, que apresentam escamas e gemas. Bulbos são os caules subterrâneos ou aéreos caracterizados por grande gema terminal suculenta.

O lenho é obtido no início da primavera. Ele é a madeira, região central do caule. É o principal tecido de sustentação e condução das plantas.

As cascas são retiradas no período de desenvolvimento das folhas. A casca representa o invólucro externo do caule.

O caule é colhido entre o desenvolvimento das folhas e a floração. É a parte da planta que cresce perpendicularmente ao solo, com seus apêndices laterais (ramos e galhos), permitindo a comunicação entre as raízes e as folhas.

Os vegetais silvestres são preferíveis aos cultivados. Estes podem sofrer alterações em suas características originais pelos meios artificiais de tratamento (inseticidas, adubos químicos, etc.). As condições climáticas, a altitude e a longitude também podem alterar a qualidade e a quantidade dos princípios ativos. Existem plantas que se aclimatam bem em regiões diferentes de seu hábitat. No sul de Minas Gerais se encontra a Arnica montana, planta nativa dos Alpes suíços. A Papaver somniferum, natural da Ásia, é cultivada em Petrópolis. Contudo, a partir desses municípios brasileiros, essas espécies vegetais são comercializadas apenas como ornamentais, pois não produzem os princípios ativos. Desse modo, a reprodução de suas patogenesias é prejudicada e, portanto, essas plantas não podem ser utilizadas em Homeopatia.

Para a preparação das tinturas homeopáticas, o vegetal passa por uma seleção rigorosa em que são retiradas as partes deterioradas e as contaminações grosseiras (penas, casca de ovos, insetos etc.). Em seguida a planta é levada em água corrente e, por último, em água destilada.

2- REINO MINERALAlém dos minerais obtidos em seu estado natural, consideramos como pertencentes ao reino

mineral os produtos extraídos, purificados e produzidos pelos laboratórios químico-farmacêuticos, bem como os preparados obtidos segundo fórmulas originais de Hahnemann. O reino mineral fornece uma grande variedade de substâncias para a preparação dos medicamentos homeopáticos, que podem ser simples, como o Aurum metallicum, o Chlorum e o Bromum ou compostos, como o Natrium chloratum, o Acidum phosphoricum e o Kalium bichromicum.

Depois do reino vegetal, o reino mineral é o que fornece o maior número de drogas experimentadas, sendo alguns medicamentos minerais bastante utilizados na clínica diária, tais como o Sulfur, o Phosphorus e o Causticum.

Os minerais naturais são assim chamados, pois são utilizados da forma em que são encontrados na natureza. Para que possam reproduzir fielmente as patogenesias, devem ser recolhidos

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de preferência no mesmo local, já que suas características químicas podem variar de um lugar para outro. Na impossibilidade da obtenção do mineral no seu lugar de origem, podemos lançar mão de drogas vindas de outros lugares, desde que apresentem composição uniforme e compatível com aquelas testadas no homem são. O Sulfur, utilizado em Homeopatia, é o enxofre proveniente de minas italianas situadas na Sicília; já o Graphites é obtido nas minas inglesas de Borrowdale, que contêm o menor teor de ferro; o Natrium chloratum ensaiado no homem sadio é o sal marinho, que apresenta em sua composição vários fármacos, além do cloreto de sódio; o Petroleum homeopático é o procedente da Áustria ou do México, pois ambos apresentam as mesmas características físicas e químicas.

As drogas de origem industrial são aquelas elaboradas pelos laboratórios químicos e farmacêuticos, tais como o Acidum phosphoricum, o Kalium sulphuricum e o Sulfanilamidum. Elas devem ser empregadas na forma mais pura possível e ser identificada pelos métodos comuns da química analítica. Nas drogas hidratadas devemos considerar o peso correspondente ao da mesma droga anidra, computando a água no peso do veículo a ser utilizado na ocasião da preparação do medicamento homeopático. No caso de substâncias com água de cristalização, calculamos a parte anidra usando a fórmula química, como, por exemplo, no sulfato de sódio pentaidratado, utilizado para preparar o medicamento homeopático Natrium sulfuricum, na falta da correspondente anidra: o Na2SO4 + 5H2O apresenta para cada 232g do sal, 142g de parte anidra e 90g de água de cristalização.

As preparações especiais são obtidas de acordo com as fórmulas e normas técnicas deixadas por Hahnemann, como Calcarea acetica, Hepar sulfur, Causticum e Mercurius solubilis. Elas constituem preparações complexas elaboradas a partir de substâncias naturais.

3- REINO ANIMAL:Não são tão numerosas quanto as matérias primas originárias dos reinos vegetal e mineral,

mas o reino animal fornece importantes drogas empregadas com freqüência em Homeopatia, como a Sepia officinalis e a Calcarea carbonica. À maneira dos vegetais, o animal pode ser utilizado inteiro, suas partes, seus produtos extrativos ou de transformação (sarcódios) ou ainda, os seus produtos patológicos (nosódios).

Apresentamos a seguir, alguns exemplos de medicamentos homeopáticos preparados a partir de animais:

Animais inteiros: Apis mellifica (abelha européia), Formica rufa (formiga ruiva), Cantharia vesicatoria (cantárida), Aranea diadema (aranha porta cruz).

Suas partes: Thyroidinum (glândula tireóide), Carbo animalis (couro de boi carbonizado), Hypophysinum (porção posterior da glândula hipófise).

Seus produtos extrativos ou de transformação: Lachesis muta (veneno da cobra surucucu), Calcarea carbonica (parte interna da concha da ostra), Crotalus horridus (veneno da cascavel norte-americana), Sepia succus (secreção da bolsa tintória da Sépia)

Seus produtos patológicos: Medorrhinum (pus blenorrágico); Psorinum (conteúdo seroso da vesícula escabiótica); Luesinum (raspado do cancro sifilítico); Diphterinum (membrana diftérica).

O exato conhecimento das espécies animais, das partes a serem utilizadas e das condições em que se encontram é de fundamental importância para a obtenção de medicamentos que correspondam aos critérios de qualidade. Um especialista deve ser o encarregado da classificação biológica dos animais, evitando desta forma a confusão das variedades. Além disso, ao tratar-se de órgãos e

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glândulas, é imprescindível a participação de um veterinário, para localizá-los e identificá-los. Mediante as monografias encontradas nas farmacopéias homeopáticas, são obtidas importantes informações sobre as partes a serem utilizadas, se o animal deve ser manipulado vivo, recentemente sacrificado ou morto, dessecado ou não. O animal deverá estar sadio, em completo desenvolvimento (adulto), e ser coletado na época em que apresenta maior atividade. No inverno o metabolismo animal diminui, produzindo menores quantidades de princípios ativos. Para a aquisição de material patológico, devemos ter o cuidado de usar materiais isentos de vestígios de outras doenças.

Existem empresas especializadas na comercialização de drogas animais que as fornecem desidratadas e prontas para a manipulação. Já as drogas animais frescas são preparadas nos laboratórios industriais por farmacêuticos homeopatas experientes. Assim como os vegetais, os animais sofrem influência do meio ambiente em que vivem, devendo, portanto, de preferência, ser coletados no seu estado selvagem.

4- REINO FUNGIOs fungos, cogumelos e leveduras são classificados por alguns biólogos como pertencentes ao

reino vegetal, sendo considerados vegetais inferiores. Aqui os agrupamos à parte, de acordo com a moderna classificação dos seres vivos, uma vez que os fungos são desprovidos de clorofila, de celulose e de tecidos verdadeiros.Dentre os fungos experimentados citamos o Agaricus muscarius (agárico mosqueado), o Lycoperdon bovista (bovista) e a Amanita phalloides (cálice da morte), cujas patogenesias são muito ricas.

5- REINO MONERAMais modernamente as bactérias e as cianobactérias estão agrupadas dentro do reino monera.

A principal característica dos moneras é serem constituídos por células que não apresentam núcleos organizados (células procariontes). Classificamos dentro deste reino tanto as bactérias quanto seus produtos fisiológicos (toxinas). Como exemplos de medicamentos homeopáticos preparados a partir de bactérias e suas toxinas (sarcódios), citamos o Streptococcinum (Streptococcus pyogenes), Colibacillinum (Escherichia coli) e Tuberculinum (tuberculina bruta de Koch). Cabe mencionar que as toxinas não podem ser consideradas nosódios, pois não são produzidas pelo organismo doente e sim pelas próprias bactérias.

6- REINO PROTISTAOs sistemas mais antigos de classificação consideram os protozoários como animais e as algas

como plantas. Entretanto, hoje os biólogos classificam-nos dentro do reino dos protistas por exibirem um nível de organização celular relativamente simples em relação aos vegetais e aos animais. Os protistas apresentam células com núcleos organizados (células eucariontes), porém elas não são especializadas como nos animais e vegetais. Citamos o Giardinum (Giardia lamblia) e o Fucus vesiculosus (Fucus vesiculosus) como exemplos de medicamentos preparados a partir de protozoários e de algas respectivamente.

Tintura-MãeO que é Tintura-mãe?

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O medicamento homeopático pode ser preparado a partir de drogas e de tinturas-homeopáticas conhecidas como tinturas-mãe. Segundo a Farmacopéia Homeopática Brasileira II, tintura-mãe é uma forma farmacêutica básica, pois se trata de preparação que constitui o ponto de partida para a manipulação das formas farmacêuticas derivadas.

Tintura-mãe é o resultado da ação extrativa e/ou dissolvente, por contato íntimo prolongado, de um insumo inerte hidroalcoólico ou hidroglicerinado sobre determinada droga vegetal ou animal, fresca ou dessecada, por meio de processos de maceração ou percolação.

Portanto, tintura-mãe, designada pelos símbolos TM ou Ø, é a preparação básica que dá origem, junto com inúmeras drogas, a todas as potências medicamentosas. A TM pode ser obtida a partir de vegetal fresco ou dessecado e de animal vivo, recém sacrificado ou dessecado.

1- Processos de obtenção de Tinturas-mães:Os principais processos de obtenção das tinturas-mães são a maceração, a percolação e a

expressão. Esses métodos de extração são utilizados de acordo com a natureza da droga empregada na preparação da TM. Assim por exemplo, não é conveniente utilizar pós muito finos ou grossos num processo de percolação, pois enquanto os finos podem favorecer a compactação da droga, dificultando a passagem do líquido, os grossos originam canais por onde os líquidos passam diretamente sem o esgotamento dos fármacos solúveis. Todavia com uma droga fresca, devidamente rasurada, conseguimos melhores resultados com o processo de maceração.

O método de expressão foi idealizado por Hahnemann, que o considera mais eficaz para a obtenção de tinturas-mães a partir de vegetais frescos (Organon § 267). Esse processo consiste, basicamente na redução do vegetal fresco em pedaços pequenos até formar uma pasta fina, envolvida depois em um pano de linho novo. Este tecido é prensado para obter o suco. Esse é imediatamente misturado com álcool e conservado em frasco âmbar por alguns dias, ao abrigo da luz e do calor, para afinal ser filtrado em papel de boa qualidade.

O método de maceração consiste em deixar a droga vegetal ou animal em contato com o veículo extrator adequado, com agitação, por certo tempo. Trata-se de um processo de extração, em que os principais fenômenos envolvidos são a difusão e a osmose. O insumo inerte atua sobre a superfície celular exercendo sua ação dissolvente até o estabelecimento de igualdade de concentração entre os líquidos intra e extracelulares. Por isso, tanto o volume do veículo extrator como a agitação são importantes na extração, pois, enquanto um maior volume de veículo extrator garante sua entrada para o interior da célula provocando o rompimento desta, a agitação proporciona uma melhor distribuição da droga, diminuindo a concentração ao redor das células, alterando o equilíbrio das concentrações.

A técnica da percolação depende essencialmente em fazer passar o insumo inerte através da droga já umedecida, contida em um recipiente adequado, onde o líquido é continuamente deslocado de cima para baixo, até que todos os fármacos solúveis sejam esgotados. Nesse processo duas forças estão envolvidas: a pressão hidrostática, que ocorre de cima para baixo, em função do peso do veículo extrator; e a força da capilaridade, que ocorre de baixo para cima. Para vencer a força da capilaridade são necessárias adições sucessivas de insumo inerte no percolador.

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Adota-se os métodos de maceração e percolação, pois o método de expressão não considera a quantidade de água que o vegetal fresco contém. Uma TM obtida pelo processo de expressão poderá proporcionar diferentes concentrações de fármacos, na dependência de a planta ter sido coletada nas épocas seca ou chuvosa, mesmo sendo da mesma espécie.

2- Preparação da TM a partir de vegetal frescoLogo após a colheita, o vegetal fresco deve ser encaminhado imediatamente ao laboratório,

onde se procede à seleção do vegetal, eliminando-se partes deterioradas e impurezas diversas (casca de ovo, penas de ave, insetos, crina de cavalo etc.). Em seguida, o vegetal é lavado com água corrente e enxaguado, por último, com água pura. O excesso de água deve ser eliminado utilizando-se uma peneira, por exemplo. Por fim, o vegetal é enxugado com um pano limpo e seco.

Com o intuito de uniformizar a preparação da TM, a primeira providência a ser tomada, após a limpeza do vegetal fresco, é calcular seu resíduo sólido (r. sol.). Esse procedimento é necessário para verificar quanto de parte seca tem a planta, uma vez que a quantidade de TM a ser obtida deverá corresponder a dez vezes o percentual de r. sol. encontrado. O teor desse resíduo pode ser obtido por aparelhos ou por meio de técnicas mais simples como a descrita a seguir:

-Pesar 100g do vegetal limpo e rasurá-lo em pequenos fragmentos. Colocar essa amostra em uma cápsula de porcelana previamente tarada, tomando o cuidado de evitar que os fragmentos fiquem sobrepostos. Levar a cápsula à estufa até que o vegetal elimine toda água e atinja peso constante. Esse peso final corresponderá ao r. sol. do vegetal disponível para a preparação da TM. Para as plantas que contêm resinas, materiais voláteis e óleos essenciais, a temperatura da estufa não deve exceder os 50ºC. Para as demais, a dessecação poderá ocorrer até 100ºC. A seguir, calcular a porcentagem do r. sol. na amostra e arredondar o número obtido igualando-o ao numeral inteiro mais próximo encontrado na Tabela a seguir ou daquele citado na monografia do vegetal. Se o r. sol. obtido for inferior a 20%, considerá-lo igual a 20%. Para obter a quantidade final da TM, multiplicar o peso total do r. sol. por 10. Portanto a relação droga/insumo inerte é de 1:10 (p/v), ou seja, 10%. A amostra do vegetal utilizada para calcular o r. sol. deverá ser descartada.

Exemplo:r. sol. encontrado = 25%vegetal fresco disponível = 1.000g25% de 1.000g = 250gPortanto, 250g do vegetal refere-se ao teor de r. sol. e 750g refere-se ao teor de água.Logo, a quantidade final de TM a obter será igual a 250g X 10 = 2.500g.

O insumo inerte utilizado como veículo extrator é uma mistura hidroalcoólica cujo teor vai depender do r. sol., salvo indicação especial na manografia do vegetal.

Tabela- Insumo inerte utilizado na preparação da TM a partir do vegetal fresco.Resíduo Sólido Teor Hidroalcoólico

Até 25% Usar álcool 90% (p/p)Entre 30 e 35% Usar álcool 80% (p/p)Entre 40 e 50% Usar álcool 70% (p/p)

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Em vegetais frescos não encontramos teores de r. sol. superiores a 50%. Tais teores são encontrados em vegetais dessecados que absorveram umidade do ar. Nesses casos, na maioria das vezes, os vegetais se deterioram. No entanto, teores de r. sol. inferiores a 25% são muito comuns.A partir do r. sol. tem-se a quantidade final de TM a obter e o teor hidroalcoólico do insumo inerte a ser utilizado. Falta calcular a quantidade de veículo extrator capaz de extrair o maior número possível de princípios ativos solúveis. Para tanto, basta subtrair da quantidade final de TM a quantidade de água do vegetal.

Exemplo:r. sol. encontrado = 30%vegetal fresco disponível = 800gSe r. sol. = 30%, o insumo inerte a ser utilizado será álcool 80% (p/p) conforme a Tabela.30% de 800g = 240g (r. sol. total do vegetal)800g – 240g = 560g (quantidade de água no vegetal)240g X 10 = 2.400g ( quantidade de TM a ser obtida)Logo, subtrair da quantidade final de TM a obter o teor de água que o vegetal contém, para chegarmos a quantidade de álcool 80% (p/p) que será utilizada na preparação da TM.2.400g de TM – 560g de água do vegetal = 1.840g de álcool 80%

O título hidroalcoólico da TM desse exemplo será diferente de 80%, pois a água contida no vegetal fresco diluirá o insumo inerte utilizado (álcool 80%). Para calcular o título hidroalcoóloco da TM, devemos lançar mão dos seguintes cálculos:

1.840g de álcool 80% contêm, teoricamente, em torno de 20% de água e 80% de álcool absoluto, ou seja, 368g de água e 1.472g de álcool absoluto.Portanto, basta aplicar uma simples regra de três para chegarmos ao título hidroalcoólico da TM a obter:2.400g 100%1.472g XX = 61,33%

Podemos ainda utilizar a seguinte fórmula:

Ci X Pi = Cf X Pf, onde:Ci = concentração inicialPi = peso inicialCf = concentração finalPf = peso final

80% X 1.840g = Cf X 2.400Cf = 61,33%A farmacopéia Homeopática dos Estados Unidos da América admite uma variação de até 15%, para mais ou para menos, nos teores etanólicos finais das TMs. No exemplo citado acima, segundo a farmacopéia americana, é tolerável uma variação de 51,86 a 70,45%.Para vegetais muito suculentos, com altos teores de água, o r. sol. é inferior a 20%. Nesses casos, para efeito de cálculo, considerar o r. sol. igual a 20%, pois do contrário iremos utilizar quantidades

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insuficientes de insumo inerte para extrair os princípios ativos e conservar a TM. Com o r. sol. igual a 20% conseguem-se bons resultados. Vale ressaltar que a Farmacopéia Homeopática Brasileira II orienta considerar igual a 25% os valores de r. sol. inferiores a 25%. Isso não só é desnecessário como acaba diluindo muito os princípios ativos contidos na TM.

Exemplo (considerar o r. sol. igual a 10%):r. sol. = 10%vegetal fresco disponível = 1.000g10% de 1.000g = 100g (r. sol. total do vegetal)1.000g – 100g = 900g (quantidade de água no vegetal)100g X 10 = 1.000g (quantidade de TM a ser obtida)Como o r. sol. é inferior a 25%, o insumo inerte a ser utilizado será álcool 90%.1.000g de TM – 900g de água do vegetal = 100g de álcool 90%.

Essa quantidade de álcool 90% (100g) é insuficiente para extrair os princípios ativos e conservar a TM. Então, é necessário considerar o r. sol. igual a 20%, mesmo que o valor obtido tenha sido 10%.Assim, considerando o r. sol. igual a 20%, apesar dos 10% encontrados, teremos:r. sol. = 20%vegetal fresco disponível = 1.000g20% de 1.000g = 200g (r. sol. total do vegetal)200g X 10 = 2.000g (quantidade de TM a ser obtida)Todavia, 90% do peso do vegetal é composto de água, pois na realidade, o seu r. sol. é 10%.Desse modo, temos: 1.000g – 100g = 900g ( quantidade de água no vegetal)2.000g de TM – 900g de água no vegetal = 1.100g de álcool 90%.1.100g de álcool 90% representam uma quantidade mais do que suficiente para promover a lise das células vegetais, liberando os princípios ativos e a água intercelular.

2.1- Processo de MaceraçãoTomar o vegetal fresco devidamente rasurado e misturá-lo com 85% do volume total do álcool cujo teor e quantidade foram previamente calculados. Deixar a mistura em recipiente de vidro ou de aço inoxidável, ao abrigo da luz, numa temperatura entre 16 e 22ºC. Agitar a mistura, no mínimo, três vezes ao dia, por vinte dias. Após, filtrar o macerado e guardar o filtrado. Prensar o resíduo, filtrar o líquido obtido por meio desse processo e juntar ao líquido anteriormente filtrado. Acrescentar ao resíduo de prensagem quantidade suficiente de insumo inerte, misturar bem, prensar novamente e filtrar. Repetir o processo até que se atinja a quantidade de dez vezes o r. sol. Deixar em repouso 48hs e filtrar em papel de filtro de boa qualidade.

3- Preparação da TM a partir de vegetal dessecadoA quantidade de água nos vegetais varia de acordo com o tecido, atingindo valores bastante elevados. As folhas, por exemplo, apresentam teores de água entre 60 e 90%; as flores e certos frutos, cerca de 90%; órgãos subterrâneos, de 70 a 85%. A presença de água, após a coleta do vegetal, impede a conservação dos fármacos, pois diversos microorganismos os decompõem rapidamente. Por isso, recomenda-se reduzir a quantidade de água para algo em torno de 5%, a fim de diminuir as reações enzimáticas. Desse modo, se a droga não for usada fresca, precisa-se proceder à dessecação logo após a sua limpeza.

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O processo de estabilização da droga, pela dessecação, pode ser feito expondo-a ao calor natural ou ao calor artificial. O calor, além de provocar a evaporação, permite destruir as enzimas e evitar a fermentação. Em locais secos e quentes promove-se a secagem à temperatura do ambiente, colocando a droga em camadas finas, sobre tabuleiros, à sombra, em lugar com boa circulação do ar. É necessário revolvê-la algumas vezes, até a completa dessecação. Todavia, nos países tropicais, de clima bastante úmido, usam-se secadores especiais, conhecidos por estufas de secagem, com ventilação forçada, para facilitar a evaporação da umidade e a escolha da temperatura de acordo com as características das drogas.Para conservar as drogas dessecadas deve-se evitar a ação da luz, da umidade, do calor, da poeira, de insetos e roedores. Com o tempo, o teor de princípios ativos tende a exaurir-se. Assim, as drogas devem ser renovadas a cada ano. Geralmente, essas drogas são acondicionadas em recipientes de madeira, em sacos de papel e em sacos plásticos, estes últimos para drogas aromáticas.Para a preparação da TM a partir de vegetal dessecado não é necessário calcular o r. sol., uma vez que a droga vegetal, se devidamente estabilizada e acondicionada, está praticamente isenta de umidade. Para obter dez partes da TM a partir de uma parte da droga, resultando numa proporção de 1:10, utilizar o insumo inerte indicado na monografia do vegetal, Assim, tem-se uma equivalência entre a TM preparada a partir de vegetal fresco e a preparada a partir de vegetal dessecado.

3.1- Processo de Maceração:Deixar o vegetal dessecado, convenientemente dividido, em maceração, com quantidade de veículo extrator calculado de maneira a obter uma TM a 10%, de título hidroalcoólico determinado na monografia, por vinte dias, em recipiente de vidro ou de aço inoxidável, ao abrigo da luz, numa temperatura entre 16 e 22ºC. Agitar a mistura, no mínimo, três vezes ao dia. Decantar e filtrar. Se o total de TM recolhida for inferior a dez vezes a quantidade de droga vegetal, acrescentar ao resíduo de prensagem quantidade suficiente de insumo inerte para atingir esse valor. Misturar os líquidos obtidos, deixar em repouso por 48hs e, em seguida, filtrar em papel de filtro de boa qualidade.

3.2- Processo de Percolação:Deixar a droga vegetal reduzida a pó moderadamente grosso ou semi-fino (tamis 40 ou 60) em um recipiente bem vedado com uma quantidade de veículo extrator correspondente a 20% do peso da droga, por quatro horas, a fim de promover a fragilização da membrana celular. Utilizar o veículo extrator indicado na monografia do vegetal. Colocar sobre a placa base do percolador uma folha de papel de filtro para evitar que o pó entupa a torneira. Transferir o pó umedecido para o percolador, aplicando pressão igual sobre toda a camada da droga, a fim de evitar que uma parte fique mais compactada que a outra, o que poderia fazer o líquido escoar pela parte mais livre. Pelo mesmo motivo, a droga deve ficar homogeneamente distribuída. A torneira deve permanecer aberta para evitar a formação de vácuo, o que impediria a saída do líquido. Adicionar volume suficiente de insumo inerte para obtenção da quantidade previamente calculada de TM. Para evitar a formação de cavidades na droga, pode-se colocar sobre o pó uma folha de papel de filtro no local onde o insumo inerte irá cair. À medida que o veículo extrator for escoando, deve-se evitar o seu desaparecimento na superfície do papel de filtro antes da nova adição, impedindo com isso, a inclusão de ar na droga, o que dificultaria o processo de extração de fármacos. Fechar a torneira do percolador e mantê-la assim 24 horas, pois isso fará com que ocorra o equilíbrio de concentração. Percolar, regulando a torneira de tal forma que, para cada 100g da droga utilizada no processo, escoem 8 gotas por minuto. A abertura da torneira fará o líquido escoar, o que provoca desequilíbrio, fazendo com que a difusão ocorra sempre no sentido do pó para o solvente. Prensar o resíduo e misturar o líquido assim obtido com o

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líquido resultante do processo (percolado). Acrescentar quantidade suficiente de insumo inerte para completar o volume. Cessar o processo quando o percolado atingir dez partes da droga. Deixar em repouso por 24 horas e, em seguida, filtrar em papel de filtro de boa qualidade.

4- Preparação da TM a partir de animal vivo, recém sacrificado ou dessecado:A TM de origem animal é preparada a partir de animal vivo, recém sacrificado ou dessecado, podendo ser utilizado inteiro, suas partes ou secreções, de acordo com a respectiva monografia. O processo empregado é a maceração, em que se utiliza uma mistura hidroalcoólica ou hidroglicerinada como insumo inerte. A Farmacopéia Homeopática Brasileira II recomenda os seguintes insumos inertes: etanol 65 a 70%, mistura em partes iguais de glicerina e água, ou aquele indicado na respectiva monografia. Cita ainda uma mistura de etanol, água e glicerina na proporção 1:1:1.Enquanto a relação droga/insumo inerte nas tinturas-mães vegetais é de 1:10 (10%), nas tinturas-mães animais, essa relação é de 1:20 (5%). Para as drogas animais frescas, não calculamos o r. sol., ou seja, tinturas-mães obtidas a partir de animais vivos, recém-sacrificados ou dessecados são preparadas do mesmo modo.Para órgãos e glândulas de animais superiores, tais como o fígado, a tireóide e a hipófise, entre outros exemplos, responsáveis pelos medicamentos Hepatina, Thyroidinum e Hypophysinum, respectivamente, são utilizadas misturas de água e glicerina. Nesses casos evita-se o álcool, pois este altera os componentes orgânicos. Órgãos e glândulas provenientes de animais sadios e devidamente selecionados são logo encaminhados para o laboratório industrial farmacêutico homeopático, local de preparação das tinturas-mães. Para seu transporte são utilizados recipientes esterilizados e mantidos em temperatura inferior a 8ºC. Em uma sala estéril, são retirados os tecidos estranhos, descartados os órgãos e as glândulas doentes e elaboradas as tinturas-mães. Medicamentos preparados a partir de órgãos ou glândulas são conhecidos por opoterápicos ou organoterápicos.Para a elaboração de Tinturas-mães obtidas a partir de insetos, como a TM de Apis mellifica (abelhas intairas vivas colocadas em maceração) e a TM de Cantharis vesicatoria (cantárida inteira, dessecada), são utilizadas misturas hidroalcoólicas.

4.1- Processo de Maceração:Manter uma parte da droga animal devidamente fragmentada ou não, conforme sua monografia, em contato com vinte partes de insumo inerte indicado na monografia, por vinte dias, agitando o recipiente, no mínimo, três vezes ao dia. Essa maceração deverá ser realizada num ambiente refrigerado e protegida da luz. Filtrar sem promover a prensagem ou a expressão do resíduo. Se a quantidade de TM final não atingir vinte vezes o peso da droga animal, acrescentar ao resíduo do macerado quantidade suficiente do veículo extrator. Manter o líquido obtido em repouso 48 horas. Filtrar em papel de filtro de boa qualidade.

5- Acondicionamento e conservação da TMAs tinturas-mães devem ser conservadas em frasco de vidro âmbar, bem fechados, ao abrigo da luz e calor. Enquanto as tinturas-mães hidroalcoólicas precisam ficar armazenadas em locais cuja temperatura se situa entre 16 e 22ºC, as tinturas-mães hidroglicerinadas devem ficar estocadas em ambientes refrigerados com prazo de validade inferior a seis meses. O acondicionamento da TM em frasco plástico é impróprio, pois este altera sua qualidade, conforme as condições de estocagem e a natureza do recipiente e da própria TM.

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O prazo de validade da TM vai depender fundamentalmente das condições de estocagem e da natureza da TM (fenólica, resinosa, alcalóidica, tânica etc.). Durante a armazenagem as tinturas-mães poderão sofrer alterações de várias ordens, como oxidações, precipitações, hidrólises e reações com os componentes cedidos pelos recipientes que as acondicionam. Entre as oxidações encontram-se as que ocorrem nos taninos (os anidridos tânicos são transformados em flabafenos), na clorofila, nas flavonas, no etanol (o próprio álcool da TM vai-se oxidando e formando ácido acético e aldeído acético) etc. Entre as precipitações são comuns as das resinas, mucilagens, tanatos de alcalóides, silicatos, amidos e sais de cálcio e potássio. Entre as hidrólises podem-se citar as modificações que ocorrem com muitos alcalóides (aconitina, lobelina, atropina etc.), com os heterósidos cardiotônicos, encontrados, por exemplo, na Digitalis purpúrea L., no Straphanthus hispidus DC. E na Scilla marítima L., com os flavonóides etc. A perda de álcool por evaporação é muito comum em tinturas-mães mal acondicionadas.As tinturas-mães, à medida que envelhecem, perdem suas propriedades farmacológicas, num tempo maior ou menor conforme as condições de armazenamento e de acondicionamento. Desse modo, o farmacêutico homeopata deverá proceder à renovação das tinturas-mães dentro de um prazo de acordo com a instabilidade que apresentam. Em geral, os laboratórios farmacêuticos industriais homeopáticos costumam dar cinco anos de validade para as tinturas-mães. Aconselha-se proceder ao controle de qualidade da TM hidroalcoólica ao fim de um ano. Todavia, se surgir uma eventual turvação, precipitação ou mudança de caracteres organolépticos, a TM deverá ser descartada.

NOMENCLATURA, SINONÍMIA, ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

1)- NOMENCLATURAPara a Nomenclatura temos o seguinte:Hahnemann adotou o latim para a designação dos medicamentos homeopáticos por sua imutabilidade em qualquer lugar ou época. O latim também é usado na nomenclatura científica.O conhecimento da nomenclatura dos medicamentos homeopáticos pelos clínicos e farmacêuticos é fundamental para se atingir o objetivo de fornecer ao paciente a substância de que ele precisa. O uso do nome completo do medicamento evita erros e garante ao consumidor seu direito pelas informações corretas sobre o medicamento. A correta identificação da droga com seus nomes homeopáticos, científicos, sinonímias e abreviaturas recomendadas são obtidas nas monografias dos medicamentos presentes nas farmacopéias oficializadas e demais livros de reconhecido valor pelo uso tradicional da comunidade homeopática.Para a designação dos medicamentos homeopáticos poderão ser utilizados Nomes Científicos, de acordo com as regras dos códigos internacionais de nomenclatura botânica, zoológica, biológica, química e farmacêutica, assim como Nomes Homeopáticos consagrados pelo uso e os existentes em Farmacopéias, Códices, Matérias Médicas e obras científicas reconhecidas pela homeopatia.

DEFINIÇÕES1 Nome homeopático: Nome mantido em farmacopéias, livros de matéria médica e em obras reconhecidas pela comunidade ligada à homeopatia. A característica deste nome é sua relativa imutabilidade, pois é o mais tradicionalmente usado, podendo ser escrito com todas as letras em caracteres maiúsculos.2 Nome científico: Nome que segue as regras dos códigos internacionais da nomenclatura botânica, zoológica e química, devendo ser usado em trabalhos científicos homeopáticos, para identificação dos medicamentos, podendo ser usados também, como sinônimos homeopáticos.

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Nas nomenclaturas botânicas, zoológicas e biológicas, o gênero escreve-se com a primeira letra maiúscula e a espécie com letras minúsculas.Exemplos: - Apis mellifica - Bryonia alba - Chelidonium majus - Conium maculatum

- Digitalis purpurea- Lycopodium clavatum

Em relação aos nomes homeopáticos consagrados homeopaticamente pelo uso, é facultado usar somente o nome da espécie omitindo-se o do gênero.Exemplos: -Belladona, em vez de Atropa belladona -Colocynthis, em vez de Citrullus colocynthis -Dulcamara, em vez de Solanum dulcamara

- Millefolium, em vez de Achilea millefolium - Nux vomica, em vez de Strychnos nux vomica

Em relação à espécie pouco usada deve-se citar o nome por completo.Exemplos: -Aconitum ferox, a fim de distinguí-la de Aconitum napellus -Clematis erecta, a fim de distinguí-la de Clematis vitalba -Crotalus horridus, a fim de distinguí-la de Crotalus terrificus

- Dioscorea petrea, a fim de distinguí-la de Dioscorea villosa - Eupatorium purpureum, a fim de distinguí-la de Eupatorium perfoliatum - Lobelia inflata, a fim de distinguí-la de Lobelia purpurea

Em relação a designação de medicamentos de origem química são permitidas, além do nome científico oficial, também aquelas designações consagradas pelo uso na homeopatia. Exemplos:

Designação atual Designação antigaBarium BarytaCalcium CalcareaKalium KaliNatrium Natrum

Magnesium MagnésiaSulfur Sulphur

Em relação aos medicamentos químicos, ácidos e sais, de natureza orgânica ou inorgânica, é permitida, além da designação química oficial, aquela consagrada pelo uso homeopático, escrevendo-se, de preferência em primeiro lugar, o nome do elemento ou do íon de valência positiva e, em segundo lugar, o de valência negativa.Exemplos: -Acidum aceticum ou Acetic acidum -Acidum benzoicum ou Benzoic acidum -Acidum muriaticum ou Muriatis acidum

- Acidum lacticum ou Lactis acidum - Acidum nitricum ou Nitri acidum

- Acidum sulfuricum ou Sulphuris acidum

2)- NOMES ABREVIADOS

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O emprego do nome abreviado do medicamento pode dar lugar à confusão na inteligibilidade do receituário e na sua correta interpretação. O uso de abreviaturas arbitrárias é proibido pela legislação farmacêutica brasileira.Exemplos de notações que podem gerar confusão: Arsenic.sulf. -Arsenicum sulfuratum flavum = Arsenic.sulf.flav.= Sulfeto de arsênio = As2S3. -Arsenicum sulfuratum rubrum = Arsenic.sulf.rub. = Bissulfeto de arsênio = As2S2.

Aur. chlor.- Aurum chloratum = Aur. chlorat.= AuHCl4.4H2O- Aurum chloratum natronatum = Aur. Chlorat natron. = NaAuCl4.2H2O

Kali chlor.- Kalium chloratum = Kali chloratii = Clorato de potássio = KClO3

- Kalium chloricum = Kali chloric. = Cloreto de potássio= KCl

Antim.ars.- Antimonium arsenicosum = Antim. arsenic. = Sb2O5.As2O3

- Antomonium arsenicum = antim. arsenicum = Sb3AsO3

Exemplos de notações corretas: -Aconitum napellus ou Aconitum- Acon. ou Aconit. -Atropa belladona ou Belladona- Bell. ou Bellad. -Mercurius solubilis- Merc.sol. ou Mercur.sol. -Solanum dulcamara ou Dulcamara- Dulc. ou Dulcam.

É permitido substituir cada três zeros (000) pelo algarismo romano M.Ex. Nux vomica 1000 FC ou Nux vomica 1M FC Nux vomica 10 000 FC ou Nux vomica 10M FC Nux vomica 100 000 FC ou Nux vomica 100M FC Nux vomica 1 000 000 FC ou Nux vomica 1MM FC

3)- ABREVIATURAS E SÍMBOLOS Comprimido= compr. Diluição= dil. Dinamização= din.

Escala centesimal preparada segundo o método hahnemanniano= CH Escala cinquenta milesimal= LM Escala decimal de Hering preparada segundo o método hahnemanniano= DH Forma farmacêutica básica, Tintura-mãe= Tint.mãe, TM, Farmacopéia Homeopática Brasileira= Farm.Hom.Bras. Glóbulo= glob. Método de fluxo contínuo= FC Método Korsakoviano= K Microglóbulo= mcglob. Partes iguais= ana= ãã Quantidade suficiente= q.s. Quantidade suficiente para= q.s.p. Resíduo seco tintura-mãe= r.s. Resíduo sólido de vegetal fresco= r.sol.

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Solução= sol. Tablete= tab. Título etanólico da tintura-mãe= tit.et. Trituração= trit.

4)- SINONÍMIA:O emprego de sinônimos deve restringir-se aos constantes em obras científicas consagradas na Farmácia e Medicina. Medicamentos apresentados com denominação de sinônimos arbitrários, não constantes em tais obras, são considerados medicamentos secretos. O uso de código, sigla, números e nome arbitrário é proibido tanto pela legislação farmacêutica em geral como pela referente à homeopatia.Exemplos: Apisinum= Apis virus Arsenicum album= Metallum album Blatta orientalis= Periplaneta orientalis Bryonia alba= Vitis alba Calcarea carbonica= Calcarea ostrearum, Calcarea osthreica Chamomilla= Matricaria Glonoinum= Trinitrinum Graphites= Carbo mineralis Hydrastis canadensis= Warneria canadensis Ipeca ou Radix= Cephaelis ipecacuanha Lycopodium= Muscus clavatus Mercurius sulf.ruber= Cinnabaris Nux vomica= Colubrina Pulsatilla= Anemone pratensis Rhus toxicodendron = Vitis canadensis

Secale cornutum = Claviceps purpurea Sterculia acuminata = Kola, Cola Sulphur = Flavum depuratum Thuya occidentales = Arbor vitae

5- FORMA FARMACÊUTICA BÁSICA Abreviatura: Tint.mãe Símbolo: TM ou Droga: vegetal ou animal 6- FORMA FARMACÊUTICA DERIVADA6.1 MÉTODO HAHNEMANNIANO a) Escala centesimal : CH b) Escala decimal: D ou DH c) Escala cinqüenta milesimal: LM

6.2 MÉTODO KORSAKOVIANO: K6.3 MÉTODO DO FLUXO CONTÍNUO: FC6.4 PREPARAÇÕES INERTES a) Serão identificados através do nome do medicamento segundo a regra de nomenclatura, acrescido do número 0 (zero), de uma barra (/) e do volume a ser dispensado. Ex. Lycopodium clavatum 30CH 0/20ml (para líquido) Lycopodium clavatum 30CH 0/15g (para glóbulos, tabletes e comprimidos) Lycopodium clavatum 30CH 0/1 (para papel)

b) Quando a prescrição for de medicamento e placebo, seguir o exemplo abaixo:

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Ex. Lycopodium clavatum 30CH 1/30 papéis Lycopodium clavatum 30CH 1,5,10/30 papéis

Por convenção: Os números que antecedem a barra indicam as preparações que receberão insumo ativo. O número indicado após a barra indica o número de papéis. Os papéis deverão ser rotulados segundo as orientações constantes na rotulagem e numerados

seqüencialmente.

7- BIOTERÁPICOS a) Os bioterápicos de estoque serão identificados segundo a regra de nomenclatura. b) Quando o material fornecido pelo paciente tratar-se de um alergeno (chocolate, substância química, poeira doméstica), o nome do medicamento deverá ter a expressão Heteroisoterápico, seguida da identificação do ponto de partida empregado na preparação. Deverá também seguir a regra geral de nomenclatura quanto a potência, escala e método. Ex: Heteroisoterápico de poeira domiciliar 12CH c) Quando o material é fornecido pelo paciente (sangue, urina, fezes, etc.) o nome do medicamento deverá ser precedido da expressão Auto-isoterápico seguida da identificação do ponto de partida empregado na preparação. Deverá também seguir a regra geral de nomenclatura quanto potência, escala e método. Ex.: Auto-isoterápico de sangue 30CH.

PREPARAÇÃO DAS FORMAS FARMACÊUTICAS DERIVADAS

1- MÉTODO HAHNEMANNIANO a) – Drogas solúveis:- Ponto de Partida:Forma Farmacêutica Básica (tintura-mãe), dinamização anterior ou droga solúvel em insumo inerte hidroalcoólico a 20%, no mínimo, sendo obedecidas às escalas centesimal e decimal, respectivamente.- Insumo Inerte: etanol em diferentes graduações, Nas três primeiras dinamizações, para a escala centesimal e nas seis primeiras para a escala decimal, será empregado etanol com mesmo título etanólico da tintura-mãe. No caso específico de drogas de origem mineral ou químico-farmacêutica será empregado etanol no mesmo título etanólico de seus dissolventes iniciais.Nas preparações intermediárias, assim como para as de estoque, será empregado etanol 70% (p/p). Para a dispensação, quer na escala centesimal, quer na escala decimal, será utilizado etanol 30%(p/p).- Número de Frascos: tantos quantos forem as dinamizações a serem preparadas.- Volume: o líquido a ser dinamizado deverá ocupar 2/3 da capacidade do frasco utilizado na preparação.- Número de Sucussões: 100- Processo: diluição e sucussão. Manual ou mecânico.

Processo Manual: a sucussão será executada através de movimento contínuo e ritmado, no sentido vertical, com o antebraço, de modo que produza choque do fundo do frasco contra um anteparo semi-rígido.

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Processo Mecânico: a sucussão será feita em máquina que mantenha as características do processo manual.

- Técnica:01. Dispor sobre a bancada tantos frascos quantos forem necessários para atingir a dinamização desejada;02. Colocar em cada frasco volume de insumo inerte na proporção indicada, respectivamente nas escalas centesimal e decimal;03. Acrescentar no 1º frasco uma parte do ponto de partida e sucussionar 100 vezes. Obtém-se assim 1 CH ou 1 DH;04. Transferir para o 2º frasco 1 parte da 1CH ou 1DH e sucussioanr 100 vezes. Obtém-se assim a 2CH ou 2DH;05. Transferir para o 3º frasco 1 parte da 2CH ou 2DH e sucussionar 100 vezes. Obtém-se assim a 3CH ou 3DH.06. Proceder de forma idêntica para as preparações subseqüentes até atingir a dinamização desejada.- Conservação:Recipiente de vidro âmbar, bem fechado, protegido do calor e da luz direta.- Prazo de Validade:A ser determinado caso a caso.

b)- Drogas Insolúveis: -Ponto de Partida: drogas insolúveis, quando sua solubilidade for inferior a 10% no insumo inerte líquido, e qualquer droga na preparação de LM. -Insumo Inerte: Lactose para a fase sólida e etanol, em diferentes graduações, para a fase líquida. -Processo: Trituração para a fase sólida, diluição e sucussão para a fase líquida. Manual ou mecânica. -Técnica: 01- Dividir a quantidade total de lactose a ser utilizada, em 3 partes iguais. Uma terça parte de lactose será colocada em gral de porcelana e triturada para tapar os poros do gral. 02- Sobre este terço de lactose, coloca-se 1 parte da droga a ser triturada. 03- Homogeneizar o medicamento e o pó com uma espátula de porcelana ou inox. 04- Triturar vigorosamente durante 6minutos. 05- Raspar o triturado do gral e do pistilo durante 4 minutos, homogeneizando-o. 06- Triturar vigorosamente, durante 6 minutos, sem acréscimo de lactose. 07- Raspar o triturado durante 4 minutos. 08- Acrescentar a segunda terça parte de lactose. 09- Triturar vigorosamente durante 6 minutos. 10- Raspar o triturado durante 4 minutos. 11- Triturar vigorosamente, durante 6 minutos, sem acréscimo de lactose. 12- Raspar o triturado durante 4 minutos. 13- Acrescentar o último terço de lactose. 14- Triturar vigorosamente durante 6 minutos. 15- Raspar o triturado durante 4 minutos. 16- Triturar vigorosamente durante 6 minutos. 17- Raspar o triturado durante 4 minutos. 18- Este triturado será acondicionado num frasco bem fechado e protegido da luz solar direta, recebendo o nome da substância medicinal e a designação de primeiro triturado 1/10 ou 1/100. Ex.: Petroleum 1D ou 1CH.

19- Para obtenção do segundo triturado 1/100 ou 1/10.000, tomar como droga 1 parte do primeiro triturado e como veículo 9 ou 99 partes de lactose, (escala decimal ou centesimal) e repete-se o procedimento anterior (itens de 3 a 17).

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20- Este triturado será acondicionado num frasco bem fechado e protegido da luz solar direta, recebendo o nome da substância medicinal e a designação de segundo triturado 1/100 ou 1/10.000. Ex.: Petroleum 2D ou 2CH. 21- Para obtenção do terceiro triturado 1/1000 ou 1/1.000.000 tomar como droga 1 parte do segundo triturado e como veículo 9 ou 99 partes de lactose (escala decimal ou centesimal) e repetir o procedimento anterior (itens 3 a 17). 22- Este triturado será acondicionado num frasco bem fechado e protegido da luz solar direta, recebendo o nome da substância medicinal e a designação de terceiro triturado 1/1.000 ou 1/1.000.000. Ex.: Petroleum 3D ou 3CH. 23- No caso de trituração na escala decimal (D), para obtenção das triturações subseqüentes, repetir o procedimento anterior até obtenção da sexta trituração decimal (itens 3 a 17). 24- Para solubilizar a terceira trituração CH ou a sexta trituração D, dissolver 1 parte da trituração em 80 partes de água destilada. Completar com 20 partes de álcool 96% (v/v) e sucussionar 100x, obtendo assim a 4CH ou 7D em álcool a 20% (v/v). A preparação com este grau de dinamização não será estocada. As demais dinamizações serão preparadas em solução hidroalcoólica a 70% para estocar e solução hidroalcoólica 30% para dispensar.

- Conservação: Recipiente de vidro âmbar, bem fechado, protegido do calor, umidade e luz direta.- Prazo de Validade: A ser determinado caso a caso.

c- Escala Cinquenta Milesimal (segundo FHB)- Ponto de partida:

Droga vegetal ou animal, no estado fresco, sempre que possível. Excepcionalmente, poderá ser utilizada a tintura-mãe, tendo sua força medicamentosa corrigida. Ex:

uma TM a 10% tem uma força medicamentosa de 1/10, ou seja, 1 parte da droga está contida em 10 partes da TM. Para a 1ª trituração centesimal, colocar 10 partes da TM mais 100 partes de lactose.

As substâncias insolúveis serão trituradas. As substâncias líquidas serão diluídas na proporção de 1 gota para 6,3g de lactose.

A farmácia deverá obter um padrão interno para a gota correspondente ao seu instrumento de medida, calibrando sua cânula. Uma vez obtida essa padronização o número de gotas pode ser convertido em volume ou peso, para facilitar o processo.- Insumo inerte:

Lactose fase sólida. Água purificada. Etanol a 96% (v/v).

- Número de frascos:Dois frascos para cada etapa de dinamização.- Volume: Fase líquida - volume do líquido a ser sucussionado deve ocupar no mínimo a ½ e no máximo 2/3 da capacidade do frasco utilizado para a preparação.

- Número de sucussões:100 sucussões.- Método:

Na fase sólida: diluição seguida de trituração. Na fase líquida: diluição seguida de sucussão. Solubilização do micro-glóbulo. Impregnação dos micro-glóbulos.

- Técnica:

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- Primeira Etapa: trituração da droga até 3CH trit. conforme técnica de trituração. Observação: Caso a substância seja TM, fazer a correção da força medicamentosa e evaporar em temperatura inferior a 50ºC. Se a substância a ser triturada for líquida, usar uma gota da substância (§270 da 6ª edição do Organon).

- Segunda Etapa: dissolução do 3º triturado (1/1.000.000). 63mg do 3º triturado, 1/1.000.000, são dissolvidos em quinhentas gotas, medidas com cânula

padronizada, de uma mistura de 1 parte de álcool 96% (V/V) e 4 partes de água destilada.

- Terceira Etapa: preparação do 1º grau de potência LM (1LM) Colocar uma gota da solução anterior em frasco de capacidade adequada. Acrescentar cem gotas de álcool 96% (V/V). Aplicar 100 sucussões. O frasco para potencialização será preenchido com 2/3 de seu volume. O

produto desta operação corresponde ao medicamento no 1º grau de dinamização. Umedecer, com I gota do 1º grau de dinamização, 500 microglóbulos ( 100 microglóbulos devem

corresponder a 63 mg). Separá-los, rapidamente, sobre papel de filtro e deixar secar à temperatura ambiente. Este é o

medicamento na 1LM.

- Quarta Etapa: preparação do 2º grau de potência de LM (2 LM) Dissolver um microglóbulo da 1LM em uma gota de água destilada; Acrescentar cem gotas de álcool 96% (V/V); Aplicar 100 sucussões. O frasco para potencialização será preenchido com 2/3 do seu volume. Este

é o medicamento no 2º grau de dinamização; Umedecer, com I gota de 2º grau de dinamização, 500 microglóbulos ( 100 microglóbulos

correspondem a 63 mg). Separá-los, rapidamente, sobre papel de filtro, deixar secar à temperatura ambiente. Este é o

medicamento na 2LM.

- Quinta Etapa: preparação dos demais graus de potência LM. Dissolver um microglóbulo da LM imediatamente anterior, em I gota de água destilada. Acrescentar cem gotas de álcool 96% (V/V); Aplicar 100 sucussões. O frasco para potencialização será preenchido com 2/3 do seu volume. Esse será o medicamento no grau de dinamização imediatamente superior. Umedecer, com I gota desta preparação, 500 microglóbulos (100 microglóbulos correspondem a 63mg). Separá-los rapidamente, sobre papel de filtro, deixar secar à temperatura ambiente. Este será o medicamento na LM correspondente.

- Conservação: Recipiente de vidro âmbar, bem fechado, protegido do calor, umidade e da luz direta.- Prazo de Validade: A ser determinado caso a caso.

2) MÉTODO KORSAKOVIANOa) Segundo a Farmacopéia Homeopática Brasileira:- Ponto de Partida: medicamento na 30CH em etanol 70% (p/p);- Insumo Inerte: etanol 70% (p/p) nas preparações intermediárias e etanol 30% (p/p) na dispensação;- Número de Frascos: frasco único;- Volume: o líquido a ser dinamizado deverá ocupar 2/3 da capacidade do frasco utilizado na preparação;

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- Escala: não definida;- Número de Sucussões: 100;- Processo: diluição e sucussão. Manual ou mecânico;- Técnica: colocar num frasco quantidade suficiente de medicamento na 30CH de modo que ocupe 2/3 de sua respectiva capacidade. Emborcar o frasco, deixando o líquido escorrer livremente por cinco segundos. Adicionar o insumo inerte na quantidade previamente estabelecida e sucussionar ‘a 31K. Repetir este procedimento para obter as dinamizações subseqüentes;

A dispensação do medicamento preparado segundo método Korsakoviano deve se dar a partir da 31K até 100.000K, como limite máximo.

É vedada a estocagem de medicamentos preparados por este método.- Conservação: Recipiente de vidro âmbar, bem fechado, protegido do calor e da luz direta.- Prazo de Validade: A ser determinado caso a caso.b) Segundo a Manual de Normas Técnicas: - Número de Frascos: Um frasco para todas as etapas de dinamização.- Ponto de Partida: Medicamento na potência 30CH.- Insumo inerte: Solução hidroalcoólica 70% (v/v).-Volume: O volume da diluição a ser sucussionada deverá ocupar no mínimo a ½ e no máximo 2/3 da capacidade do frasco de dinamização.-Número de sucussões: 100 sucussões para cada etapa de dinamização.- Técnica:

Tarar o frasco que será utilizado durante o processo de dinamização. Colocar nesse frasco a potência 30CH do medicamento a ser dinamizado. Escoar o conteúdo para o recipiente onde será desprezado. Desemborcar o frasco. Pesar. Calcular a quantidade de insumo ativo que ficou retida nas paredes. Adicionar insumo inerte em peso, ou o equivalente em volume, suficiente para completar 100 partes à

parte que ficou retida nas paredes internas e de modo que o volume total ocupe no máximo 2/3 da capacidade do frasco.

Sucussionar 100 vezes. O produto obtido recebe o nome de 31K. Escoar o conteúdo para o recipiente onde será desprezado. O produto do escoamento pode ser feito em

outro frasco caso se deseje guardar a potência obtida antes de continuar o processo. Calcular a quantidade de insumo ativo que ficou retida nas paredes. Deve restar 1% do peso

adicionado anteriormente de insumo inerte. Adicionar insumo inerte em peso, ou o equivalente em volume, suficiente para completar 100 partes à

parte que ficou retida nas paredes internas do frasco. Sucussionar 100 vezes. O produto obtido recebe o nome de 32K. Repetir o processo até obter-se a potência desejada. Validar o processo para adequação do frasco, Tempo de escoamento e volume/peso de insumo inerte a

ser adicionado em cada etapa da dinamização.- Conservação:Guardar em frasco bem fechado, ao abrigo da luz e devidamente rotulado com o nome completo do medicamento e o grau de potência da dinamização korsakoviana.

3) MÉTODO DO FLUXO CONTÍNUO (Manual de Normas Técnicas)

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CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA:

O Equipamento de Fluxo Contínuo usado hoje no BrasilMesmo que haja consenso que a dinamização seja composta por diluição e agitação, muitas variáveis formas inseridas ao longo da história, desde o momento em que alguns autores decidiram utilizar “máquinas de dinamizar”. Considerando que o processo manual é trabalhoso, e que a homeopatia surgiu durante a Revolução Industrial, muitos quiseram verificar até onde persistia a ação das dinamizações. Em conseqüência, criaram máquinas que tentavam reproduzir o que Hahnemann havia determinado. É muito interessante conhecer as diversas propostas. Ainda que, a princípio, todas tenham levado ao preparo de soluções ativas, algumas máquinas enfatizam as diluições, sendo a agitação realizada apenas com o movimento da água; outras promoviam uma grande agitação, sem diluição, e outros métodos, ainda, realizavam propriamente diluições e agitações. Ainda assim, mesmo considerando o método hahnemanniano de frascos múltiplos, pode-se questionar sua exatidão quanto à proporção da diluição. Pensando na agitação, esta pode ser mecânica ou manual. Haverá uma amplitude, velocidade, parada do movimento contra um anteparo e força corretas a serem aplicadas ao frasco para que o movimento efetivamente gere uma dinamização? Esta dinamização pode ter uma qualidade “melhor ou pior””? São perguntas para as quais ainda não se tem respostas. Conhecer as experiências do passado com freqüência trás melhor compreensão do presente e mais opções para o futuro.Das diversas técnicas que foram desenvolvidas, hoje tem-se no Brasil o uso do equipamento conhecido por “turbo dinamizados de Loch”, com sua técnica de utilização formatada por Arturo Mendez. Os modelos existentes são todos adaptações conceituais de um equipamento produzido pelo antigo laboratório francês LHF (Laboratoire Homeopatique de France), antes de sua incorporação pelo atual Laboratório Boiron. Arturo Mendez, farmacêutico argentino, construiu um dinamizador semelhante, e passou a produzir altas potências, requisitadas na época, tanto em seu país, como por brasileiros que estavam sendo formados e influenciados por professores argentinos, especialmente nos estados do sul e do sudeste brasileiro. Farmacêuticos brasileiros compravam estas matrizes em Buenos Aires, ou o próprio equipamento para produzí-las. Ou Mendez trazia quando vinha ministrar aulas na escola de Curitiba. Em um de seus cursos, uma farmacêutica brasileira sugeriu-lhe uma modificação para reduzir o volume de água purificada utilizado, assim como o tempo de dinamização. Mendez aproveitou esta idéia e apresentou a “técnica da micro-gota” no Congresso da Liga Médica Homeopática Internacional, realizado no Rio de Janeiro em 1986.A aceitação das convenções propostas nessa época permitiram que clínicos homeopatas passassem a ter mais liberdade de prescrever e farmacêuticos brasileiros a dispensar, dinamizações em altíssimas potências, obtidas em equipamentos que começaram a ser produzidos no país. Há praticamente 30 anos, homeopatas prescrevem estas potências, e pacientes vêm sendo tratados através de dinamizações produzidas desta maneira, com sucesso terapêutico, segundo relatos, corroborados pela própria Associação Médica Homeopática Brasileira- AMHB. Só há dinamização de potências FC porque há prescrições por parte dos homeopatas.O Manual de Normas Técnicas em sua 3ªed. Enfatiza que as dinamizações produzidas pelo equipamento conhecido por Fluxo Contínuo não são iguais às dinamizações hahnemannianas. Convenciona ainda que a diluição é realizada em função do volume de insumo ativo adicionado. E propõe às associações médicas, veterinárias e odontológicas homeopáticas que considerem imprescindível a realização de pesquisas clínicas que verifiquem a importância da manutenção da prescrição e dispensação das altíssimas potências preparadas através do equipamento de Fluxo Contínuo.É importante ter em mente que a busca para melhor compreensão da diluição pode levar ao aperfeiçoamento do equipamento do fluxo contínuo. Este aperfeiçoamento é dever de todos farmacêuticos, hoemopatas em geral, e das associações. Não se pode abandonar um procedimento que produz dinamizações que estão espalhadas pelo país todo, e tem sido utilizada há anos. Antes aprofundar o conhecimento sobre este método, trará ganhos para a terapêutica homeopática. Se ainda existem falhas ou discordâncias no texto aprovado para o Manual, são questões inerentes ao processo democrático que permite um amadurecimento e consolidação do conhecimento, que se traduz pela rápida adesão da classe ao texto proposto, além de criar fortes incentivos para que a discussão continue e mantenha vivo o Manual.

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Fundamentos do método:Por este método são obtidos medicamentos em altas diluições. O preparo exige um aparelho de Fluxo Contínuo para sua execução. O método segue o princípio do frasco único, utilizando uma câmara de diluição com alimentação de insumo inerte em fluxo contínuo e constante, e simultânea agitação promovida por uma palheta que gira em torno de seu próprio eixo.Trata-se de um método para o preparo do medicamento homeopático cujas peculiaridades não permitem estabelecer igualdades com os métodos hahnemanniano na escala decimal, centesimal e cinqüenta-milesimal assim como o korsakoviano.

Técnica1ª EtapaPara obtenção de potências até 50.000FC:Convenções adotadas:

As trocas de potência ocorrem a cada 100 rotações da palheta. O volume de insumo ativo de partida corresponde à proporção de 1:100 do volume da câmara. O insumo inerte de diluição é a água purificada. A troca de potência ocorre após a passagem de 100 vezes o volume de insumo ativo inicial. A menor potência de insumo ativo utilizada como ponto de partida é o medicamento na potência

30CH. Os pontos de parada intermediárias sugeridas são: 200, 500, 1.000, 5.000, 10.000 e a partir desta de

10.000 em 10.000 até 50.000. A interrupção deve ocorrer sempre em duas potências anteriores às acima sugeridas ou das potências que se quer obter.

Todo conteúdo é retirado da câmara para que sejam feitas a seguir, duas dinamizações hahnemannianas em solução hidroalcoólica a 70%(V/V), para incorporação ao estoque.

Descrição da Técnica: Determinar o volume da câmara. Tomar o insumo ativo na proporção de 1% do volume da câmara.Preencher o volume determinado da

câmara, com água purificada. Os itens anteriores podem ser substituídos pela diluição de 1% do insumo ativo em insumo inerte

seguido de homogeneização e transferido para a câmara de dinamização. Determinar o número de dinamizações.

Nd= (Pf – Pp) – 2**deve-se parar duas potências anteriores a que se deseja obter

Onde:Nd= Número de dinamizaçõesPf= Potência finalPp= Potência de partida

Determinar o volume de água purificada.Vap = (Viai x 100) x Nd

Onde:

Vap = Volume de água purificada

Viai = Volume de insumo ativo inicial

Nd = Número de dinamizações

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Determinar o tempo de preparoT = (Nd x 100)/ número de rotações do motor por minuto

Onde:

T = Tempo em minutos

Nd = Número de dinamizações

Acionar simultaneamente motor, entrada de água e cronômetro. Desligar simultaneamente, ao final do tempo: motor e entrada de água. Retirar todo o conteúdo da câmara e proceder a duas dinamizações segundo o método hahnemanniano

na escala centesimal em solução hidroalcoólica a 70% (V/V). O processo se reinicia a partir dos pontos de paradas intermediárias sugeridas na convenção ou da

potência mais próxima da que se quer obter, diluindo-se a potência de partida na proporção de 1% do volume da câmara.

Exemplo:Arnica montana 5.000FC, partindo da matriz de Arnica Montana 30CH, preparada em aparelho de 3600 RPM e câmara de 2ml.

Volume de insumo ativo utilizado em cada etapa: 0,02ml

Ponto de partida Ponto de parada Nº de dinamizações

Vol. de água purif. Tempo

30CH 200FC 168 336 4min40seg200FC 500FC 298 596 8min17seg500FC 1.000FC 498 996 13min50seg

1.000FC 5.000FC 3.998 7.996 1h51min3seg

2ª EtapaPara obtenção de potências acima de 50.000FC:Utiliza-se o mesmo processo anterior mudando a potencia do motor e o volume de insumo ativo de partida que corresponde a 0,05% do volume da câmara.

Exemplo:Arnica montana 100.000FC, partindo da matriz de Arnica Montana 50.000FC, preparada em aparelho de 15.000 RPM e câmara de 2ml.

Volume de insumo ativo utilizado em cada etapa: 0,001ml.Ponto de partida Ponto de parada Nº de

dinamizaçõesVol. de água purif. Tempo

50.000FC 60.000FC 9.998 999,8 1h11min4seg60.000FC 70.000FC 9.998 999,8 1h11min4seg70.000FC 80.000FC 9.998 999,8 1h11min4seg80.000FC 90.000FC 9.998 999,8 1h11min4seg90.000FC 100.000FC 9.998 999,8 1h11min4seg

Adequação do aparelho:

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Utilizar um aparelho com velocidade adequada ao número de potências que se pretende produzir. Aparelhos com maior velocidade podem imprimir maior erro na obtenção de potências menores assim como os de menor velocidade poderão imprimir maior erro na produção das altíssimas potências.Limpeza do aparelho:Todas as partes do aparelho que entrarem em contato com a preparação em produção deverão ser limpas e inativadas de acordo com os critérios para limpeza e inativação estabelecidos pelo MNT- 3ªed. A câmara de dinamização deve ser trocada a cada ponto de parada por uma câmara limpa e inativada de acordo com os critérios de limpeza e inativação estabelecidos pelo MNT- 3ªed. As demais partes do aparelho devem ser limpas de acordo com a orientação do fabricante.

Conservação:Guardar em frasco bem fechado, ao abrigo da luz e devidamente rotulado com o nome completo do medicamento e o grau de potência da dinamização em Fluxo Contínuo.

BIOTERÁPICOS1) Definição:

São produtos não quimicamente definidos (secreções, excreções patológicas ou não, certos produtos de origem microbiana, alergenos) que servem de matéria-prima para as preparações bioterápicas de uso homeopático.

2) Classificação:2.1- Bioterápicos de estoqueSão obtidos previamente a partir de secreções, excreções patológicas ou não, produtos de origem microbiana, soros e vacinas.

a) Bioterápicos “Codex”: são obtidos a partir de soros, vacinas, toxinas ou anatoxinas, inscritos na Farmacopéia Francesa e preparados por laboratórios especializados.

Aviaria (Tuberculina aviaria)= produto obtido a partir de culturas de Mycobacterium tuberculosis var. avium, sem adição de antissépticos.

Diphtericum= soro anti-deftérico proveniente de animais imunizados com toxina ou com anatoxina diftérica elaborada por Corynebacterium diphteriae.

Diphterotoxinum= toxina deftérica diluída, obtida do líquido de cultura do bacilo diftérico recentemente preparado e filtrado em filtro de porcelana, com solução isotônica de cloreto de sódio.

D.T. T.A.B.= vacina mista anti-diftérica, anti-tetânica, anti-tifoparatifoídica A e B, constituída por mistura em proporções adequadas de anatoxinas diftérica e tetânica e de vacina antitifoparatifoídica A e B.

Gonotoxinum= vacina anti-gonocócica constituída por uma suspensão de bactérias provenientes de culturas de gonococos mortos por aquecimento, em solução isotônica de cloreto de sódio.

Influenzinum= obtido a partir de vacina anti-gripal do Instituto Pasteur. Soro anti-colibacilar= soro anto-colibacilar de origem caprina. Soro de Yersin= soro anti-peste proveniente de animais imunizados com Bacillus pestis lisados ou não. Staphylotoxinum= preparado a partir de anatoxina estafilocócica descrita no Codex. Tuberculinum (TK)= tuberculina bruta obtida a partir de culturas de espécies de Mycobacterium

tuberculosis, de origem humana e bovina. Tuberculinum residuum (TR)= obtido a partir de uma solução glicerinada contendo as frações

insolúveis em água do bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis). V. A. B. (BCG)= vacina constituída por uma suspensão de bactérias vivas provenientes de sub-culturas

de espécie artificialmente atenuada, descrita por Calmette et Guérin.

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Vaccinotoxinum= vacina antivariólica preparada a partir de fragmentos epidérmicos recolhidos por raspagem de uma erupção cutânea de varíola, em uma novilha inoculada após cinco dias com o vírus da varíola.

b) Bioterápicos simples: obtidos a partir de “vacinas de estoque”, constituídas por culturas microbianas puras, lisadas e atenuadas em condições determinadas.

Colibacillinum= lisado obtido a partir de culturas de três cepas de Escherichia coli, sem adição de antissépticos.

Eberthinum= lisado a partir de culturas de Salmonella typhi, sem adição de antissépticos. Enterococcinum= lisado obtido a partir de culturas de Streptococcus faecalis, sem adição de

antisséptico. Paratyphoidinum B= lisado de culturas de Salmonella paratyphi B sem adição de antissépticos. Staphylococcinum= lisado obtido de culturas de Staphylococcus aureus, sem adição de antissépticos. Streptococcinum= lisado obtido de culturas de Streptococcus pyogenes atenuados, sem adição de

antissépticos.

c) Bioterápicos complexos: são definidos pelo seu modo de obtenção (secreções ou excreções patológicas) ou seu modo de preparação.

Anthracinum= preparado a partir de um lisado de fígado de coelho infectado por carbúnculo (Bacillus anthracis).

Luesinum (Syphilinum)= lisado de serosidades treponêmicas de cancros sifilíticos, preparados sem adição de antissépticos.

Medorrhinum= lisado de secreções uretrais blenorrágicas colhidas antes de tratamento por antibióticos ou sulfamidas.

Morbilinum= lisado de exsudatos bucofaríngeos de doentes com sarampo, colhidos antes de qualquer tratamento.

Pertussinum= lisado de expectoração de doentes com coqueluche, colhidas antes de qualquer tratamento.

Psorinum= lisado de serosidade de lesões de sarna, colhida de doentes sem tratamento prévio. Pyrogenium= lisado de produtos de decomposição provenientes de autólise de carne de boi, porco ou

placenta humana. Oscilococcinum= auto-lisado filtrado de fígado e coração de pato (Anas barbarie). Oscilococcinum

200K é especialidade farmacêutica do Laboratório Boiron- França.

d) Bioterápicos preparados a partir de microorganismos vivos: são preparados com microorganismos vivos, na escala decimal, usando como diluente o cloreto de sódio 0,9%.

e) Bioterápicos ingleses: Nosódios intestinais de Bach-Paterson Bacilo de Morgan (Proteus morgani)= Bacilo gram negativo, móvel, anaeróbico facultativo, isolado de

material fecal de crianças com diarréia estival (sazonal). Dysentery-Co (B. dysenteriae ou Shigella dysenteriae)= Bacilo gram negativo, imóvel, anaeróbico

facultativo, agente de disenteria bacilar à qual só o homem e o macaco são sensíveis. Bacilo de Gaertner (Salmonella enteritidis)= é um soro tipo de salmonela, freqüente nos animais, que

provoca intoxicações alimentares no homem. B. mutabile (Bacillus mutabilis)= corresponde ao Bacillo-coli-mutabile tido como colibacilo lactose

positivo. B. faecalis= corresponde ao Bacillus faecalis alcaligenes. Coccal-Co= não tem correspondência na nomenclatura bacteriológica. Bacillus nº7= (B. asiaticus; B. cloacae; B. freundi)= não tem correspondência na nomenclatura

bacteriológica. O B. coacae é o Aerobacter cloacae, cujos caracteres se assemelham ao Aerobacter aerogenes, isolado do solo, água e de materiais fecais do homem e animais.

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Sycotic-Co ou Sycoccus (Streptococcus faecalis)= estreptococo ovóide, alongado, anaeróbico facultativo, não hemolítico, isolado de materiais fecais do homem e de animais.

Bacillus nº10= não tem correspondência na nomenclatura bacteriológica. B. Morgan-Gaertner= não tem correspondência na nomenclatura bacteriológica.

2.2- IsoterápicosSão preparados a partir de substâncias exógenas (alergenos, toxinas ou medicamentos) ou endógenas. a) Auto-isoterápicos: São preparados a partir de excreções ou secreções obtidas do próprio paciente (sangue, urina, escamas, fezes, etc.) e só a ele destinado.

b) Hetero-isoterápicos: Estão nesta categoria todos os alergenos, polens, poeiras, pêlos, solventes, medicamentos alopáticos, alimentos, que de alguma forma sensibilizam o paciente.

3) Requisitos mínimos para a preparação de bioterápicos:3.1) Preparação de bioterápicos de estoque: conforme monografia.3.2) Preparação de isoterápicosa- Local de coleta- A coleta deve ser feita pelo próprio médico, ou em laboratório de análises clínicas ou ainda na farmácia desde que esta possua sala especialmente destinada para coleta de material seguindo normas de segurança para realizá-las.b- Natureza do material, recipientes para coleta e veículos ou excipientes- Observar quadro.c- Acessórios- devem ser descartáveis.d- Técnicas de preparação- Utilizar a técnica mais adequada às características do material coletado. Podem ser usadas as técnicas descritas nos livros clássicos de farmacotécnica homeopática ou as descritas a seguir.

Natureza do Material Recipiente para Coleta Veículo ou ExcipienteAlergenos Frasco esterilizado ou Placa de

PetriSolução glicerinadaÁgua destiladaSolução hidroalcoólica

Cálculo renal e biliar Frasco esterilizado LactoseCulturas microbianas Tubo de ensaio ou

Placa de PetriSolução fisiológica,Solução glicerinada Solução lactosada a 1% ouSolução hidroalcoólica

Escamas (pele e unha) Frasco esterilizado LactoseEscarro Coletor universal ou

Frasco esterilizadoLactose,Solução glicerinada ouSolução hidroalcoólica

Fezes Coletor universal ouFrasco esterilizado

Solução glicerinada,Água destilada, Lactose,Solução fisiológica ouSolução hidro-alcoólica

Fragmentos de órgãos e tecidos Frasco esterilizado Solução glicerinada,Lactose,Solução lactosada a 1% ouSolução hidroalcoólica

Poeira ambiental Frasco esterilizado LactosePus Swab ou

Frasco esterilizadoLactose,Solução glicerinada ouSolução hidroalcoólica

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Saliva Frasco esterilizado Água destilada,Solução glicerinada,Solução lactosada a 1% ouSolução hidroalcoólica

Sangue total e soro Frasco esterilizado sem anticoagulante

Água destilada,Solução glicerinada,Solução lactosada a 1% ouSolução hidroalcoólica

Secreções Swab ou Frasco esterilizado

Água glicerinada,Lactose ouSolução hidroalcoólica

Nota: os veículos ou excipientes sugeridos devem ser usados até preparação da 3CH. Para as demais dinamizações usar como veículo álcool 70%(v/v)

Técnica 1- Ponto de partida: suspensão de cepas bacterianas puras em 10 ml de glicerina diluída estéril com turvação

padronizada correspondente ao grau 3 da escala Mac Farland. Insumo inerte: glicerina diluída estéril para as 3 primeiras dinamizações e solução hidroalcoólica 70%

(v/v) para as dinamizações subseqüentes. Escala: decimal ou centesimal. Método: Hahnemanniano.

Técnica 2- Ponto de partida: secreções, excreções patológicas ou não, culturas bacterianas puras e alergenos solúveis. Insumo Inerte: Solução hidroalcoólica 70% (v/v). Escala: decimal ou centesimal. Método: Hahnemanniano. Descrição

o Técnica 2a.: quando o material coletado for suficiente para preparar uma suspensão a 10% em solução hidroalcoólica 70%(v/v).

1- Deixar em maceração por 12 horas.2- Colocar num frasco, 1 parte desta suspensão para 9 ou 99 (escala decimal ou centesimal) partes de

solução hidroalcoólica 70%(v/v) e aplicar 100 sucussões. Obtém-se assim a 1D ou 1CH.3- Colocar, num segundo frasco, 1 parte da 1D ou 1CH para 9 ou 99 partes de solução hidroalcoólica

70% (v/v) e aplicar 100 sucussões. Obtém-se assim a 2D ou 2CH.4- Colocar, num terceiro frasco, 1 parte da 2D ou 2CH para 9 ou 99 partes de solução hidroalcoólica

70% (v/v) e aplicar 100 sucussões. Obtém-se assim a 3D ou 3CH.5- Proceder de modo semelhante para as preparações subseqüentes.

o Técnica 2b.: quando o material coletado não for suficiente para preparar uma suspensão a 10% em solução hidroalcoólica 70%(v/v).

1- Preparar uma suspensão com a quantidade de material disponível e deixar em maceração por 12 horas, em solução hidroalcoólica 70% (v/v).2- Colocar num frasco, 1 parte desta suspensão para 9 ou 99 (escala decimal ou centesimal) partes de solução hidroalcoólica 70%(v/v) e aplicar 100 sucussões. Obtém-se assim a 1D ou 1CH.3- Colocar, num segundo frasco, 1 parte da 1D ou 1CH para 9 ou 99 partes de solução hidroalcoólica 70% (v/v) e aplicar 100 sucussões. Obtém-se assim a 2D ou 2CH.4-Colocar, num terceiro frasco, 1 parte da 2D ou 2CH para 9 ou 99 partes de solução hidroalcoólica 70% (v/v) e aplicar 100 sucussões. Obtém-se assim a 3D ou 3CH.5- Proceder de modo semelhante para as preparações subseqüentes.

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Técnica 3- Ponto de partida: material insolúvel (escamas. Pêlos, cálculos renais e biliares, etc.) Insumo Inerte: lactose Escalas: decimal ou centesimal Método: seguir o procedimento da trituração

e- Descarte e reutilização de material- Material descartável: deixar imerso em hipoclorito de sódio por 2 horas.- Material reutilizável:

Deixar imerso em hipoclorito de sódio por 2 horas; Lavar com água corrente e água purificada; Esterilizar por calor seco a 180ºC por 30 minutos ou 140ºC por 1 hora ou por calor úmido, a 120ºC, 1

atm, por 30 minutos.

f- Aviamento: O médico deverá remeter à farmácia uma indicação em separado da prescrição e uma descrição da

natureza do material a manipular, a qual ficará arquivada. Devem ser obedecidas as demais exigências do receituário médico.

A preparação deverá atender aos requisitos de esterilidade, obedecida a legislação pertinente. Os materiais biológicos de patologias de notificação compulsória têm sua manipulação legalmente

proibida.

VEÍCULOS E EXCIPIENTES UTILIZADOS EM HOMEOPATIA

Também chamados de insumos inertes, são substâncias e produtos utilizados em Homeopatia para realizar as diluições, incorporar as dinamizações e extrair os princípios ativos das drogas na elaboração das tinturas homeopáticas. Eles são muito importantes, uma vez que chegam a fazer parte integral do medicamento homeopático, daí a necessidade de atenderem as condições de pureza exigidas pelas farmacopéias. Os veículos e excipientes utilizados em homeopatia são a água, o álcool etílico, a glicerina, a lactose e a sacarose, bem como os glóbulos, microglóbulos, comprimidos e tabletes inertes. A Farmacopéia Homeopática Brasileira, segunda edição, considera ainda para as formas farmacêuticas homeopáticas de uso externo como insumos inertes, o algodão e a gaze, para os apósitos medicinais; as bases para os linimentos, pomadas, cremes, géis, géis-creme e supositórios; e amidos, carbonatos, e estearatos e outros, para os pós medicinais.

1.1) ÁGUAA água utilizada em homeopatia é a água pura obtida por meio de destilação, bi-destilação, deionização com filtração esterilizante ou por osmose reversa. Ela deve apresentar-se límpida, incolor, inodora e isenta de impurezas como amônia, cálcio, metais pesados, sulfatos e cloretos. A destilação é o processo mais recomendado para as farmácias homeopáticas, pois obtemos água teoricamente estéril a baixo custo. É conveniente acoplar um filtro de carvão ativo, ou de outro material, antes da entrada de água no destilador para elevar a vida útil deste aparelho. O destilador deve ser limpo periodicamente. O processo de deionização exige

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manutenção dispendiosa e periódica, sendo mais adequado às indústrias farmacêuticas homeopáticas, pois fornecem maior quantidade de água. Além do mais, o acúmulo de material orgânico nas resinas do deionizador permite a rápida proliferação de microorganismos. A título de curiosidade histórica, Hahnemann empregava água da chuva ou da neve derretida para preparação dos medicamentos homeopáticos. Hoje não devemos utilizá-las pelo auto índice de poluentes encontrados na atmosfera.

Recomendações gerais:a) O sistema utilizado na obtenção da água purificada deve ser mantido em boas condições de uso, devem existir procedimentos escritos para sua realização e os devidos registros.b) Os equipamentos devem possuir procedimentos escritos de limpeza e os registros que comprovem sua realização.c) A água purificada deve atender aos requisitos de qualidade físico-química, assim como aos requisitos de qualidade microbiológica de acordo com a legislação vigente.

Embalagem e armazenamento: Em embalagens de polietileno, vidro âmbar ou com proteção contra a luz, que não tenham sido utilizadas para outros fins. Os recipientes devem ser previamente tratados a fim de evitar contaminação microbiológica da água purificada a ser acondicionada.Armazenar em local protegido de luz e calor por no máximo 24 horas após a sua preparação.

1.2) APÓSITOSSão substratos adequados impregnados com solução medicamentosa e usados externamente. São usados o algodão, gaze e outros.

1.3) BASE PARA CREMESSão preparações emulsionadas constituídas por uma fase aquosa, uma oleosa e um agente emulsivo. Quando apropriado são utilizados matérias primas auto-emulsionáveis.

1.4) COMPRIMIDOS INERTESSão preparações contendo lactose, de consistência sólida, obtidos por compactação ou moldagem. O processo de compactação, requer equipamentos capazes de exercer grande pressão para agregar material na forma de pó ou grânulo, farmacotécnicos. Normalmente necessitam de adjuvantes farmacotécnicos adequados (excipientes) para atender especificações físicas de peso, altura, diâmetro, resistência mecânica, desintegração, uniformidade e dissolução tais como: Diluentes do conteúdo do fármaco: dão o volume necessário à forma farmacêutica; Aglutinantes: promovem a agregação das partículas, possibilitando a preparação do granulado e a

manutenção da integridade do comprimido. Agentes desintegrantes: promovem a desestruturação dos comprimidos em partículas menores após a

administração. Antiaderentes, deslizantes, lubrificantes: impedem que o material fique aderido nas matrizes e punções

reduzindo as forças de coesão ou de adesão das partículas facilitando o fluxo dos pós ou dos grânulos.Para a preparação de comprimidos de uso em homeopatia, esses excipientes devem ser utilizados com cautela, quando necessário, na menor quantidade possível.Corantes, flavorizantes e revestimentos não são utilizados na preparação dos comprimidos utilizados em homeopatia.O processo de moldagem é realizado manual ou mecanicamente em equipamentos apropriados. Depois de retirados dos moldes os comprimidos são colocados para secar.

Embalagem e armazenamento:Em recipientes limpos e hermeticamente fechados, longe do calor, umidade, poeira e odores fortes.

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1.5) ETANOL E SUAS DILUIÇÕESO álcool etílico, no mínimo 95,1% (V/V) e no máximo 96,9% (V/V) de C2H5OH. Poderá ser proveniente da cana de açúcar ou de cereais, desde que atenda aos requisitos de qualidade. Serão empregadas soluções hidroalcoólicas em diversas graduações. Na preparação das formas farmacêuticas líquidas é lícito adotar o critério ponderal (p/p), ou volumétrico (V/V), ou ainda (V/p) ou ainda (p/V), contanto que se conserve o mesmo critério para toda a operação.O alcoômetro de Gay-Lussac deverá ser utilizado na conferência do teor alcoólico das soluções preparadas, observando-se a correção necessária em função da temperatura. Este álcool não se presta ao uso homeopático. Hahnemann utilizava álcool de uva, apresentando o álcool de cereais e o de cana de açúcar, características quase idênticas, podendo também ser utilizado.Empregamos o álcool nas mais diversas graduações para a elaboração das tinturas e dinamizações homeopáticas. Álcool 20%: é empregado na passagem da forma sólida (trituração) para a forma líquida. Álcool 30%: é utilizado na dispensação de medicamentos homeopáticos administrados sob a forma de

gotas. Álcool 70%: é empregado nas dinamizações intermediárias. Álcool igual ou superior a 70%: é utilizado na preparação de dinamizações que irão impregnar a lactose, os

glóbulos, os comprimidos e os tabletes, bem como na moldagem de tabletes. Álcool 96%: é empregado na dinamização de medicamentos preparados na escala LM (proporção 1/50.

000). Diferentes diluições alcoólicas: são utilizadas na elaboração das tinturas homeopáticas e na diluição de

drogas solúveis, nas três primeiras dinamizações preparadas na proporção 1/100 (centesimais) ou nas seis primeiras dinamizações preparadas na proporção 1/10 (decimais).

A fórmula a seguir apresentada ajuda a calcular a quantidade de álcool a diluir com água, segundo o critério ponderal:

Ci X Pi = Cf X Pf, onde:Ci= Concentração inicial

Pi= Peso inicialCf= Concentração final

Pf= Peso final

Para obter 1000g de álcool 70% a partir do álcool etílico 96%, por exemplo, tomando por base esta fórmula, teremos:96% X Pi = 70% X 1000gPi= 70.000 = 729,17g de álcool 96% 96%1000g - 729,17g de álcool 96% = 270,83g de água pura729,17g de álcool 96% + 270,83g de água pura = 1000g de álcool 70%

Para facilitar o cálculo da relação entre o álcool etílico 96% e a água pura, segue-se à tabela, consultando-a sempre antes de iniciar a preparação das diferentes diluições hidroalcoólicas. Os cálculos foram elaborados para 1000g de álcool.

Etanol a 96% (g) Água (g) Título (%) Peso Final (g)937,503 62,497 90% 1.000833,336 166,664 80% 1.000729,169 270,831 70% 1.000625,002 374,998 60% 1.000520,835 479,165 50% 1.000416,668 583,332 40% 1.000312,501 687,499 30% 1.000

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208,334 791,666 20% 1.000104,167 895,833 10% 1.000

Tabela: Diluições de etanol a 96%

Recomendações gerais:a) Filtrar em papel analítico antes de utilizar.b) Purificar por destilação somente quando houver sistema de segurança que garanta a realização do processo.

Embalagem e armazenamento:Em embalagens de polietileno que não tenham sido utilizadas para outros fins, ou em frascos de vidro âmbar, hermeticamente fechados.

1.6) GÉISSão dispersões coloidais, de aspecto homogêneo, predominantemente hidrofílicas.

1.7) GÉIS-CREMESão preparações emulsivas cuja viscosidade é dada, principalmente, por polímeros hidrodispersíveis.

1.8) GLICERINAA glicerina utilizada em Homeopatia é a glicerina bidestilada obtida em alambiques de vidro para evitar a presença de metais. Seus principais contaminantes são a acroleína, compostos amoniacais, glicose, sulfatos, cloretos, metais pesados, ácidos graxos, ésteres. Ela deve apresentar-se clara, incolor, na consistência de xarope, com odor característico e sabor doce, seguido de sensação de calor. Deve ser acondicionada em recipientes bem fechados (vidro ou plástico), pois é higroscópica. Empregamos a glicerina nas tinturas homeopáticas preparadas a partir de órgão e glândulas de animais superiores, nas três primeiras dinamizações preparadas na proporção 1/100 (centesimais) e nas seis primeiras dinamizações preparadas na proporção 1/10 (decimais), a partir destas tinturas-mães, e na preparação de certos bioterápicos. Ela é utilizada misturada com água na proporção 1:1, com água e álcool na proporção 1:1: 1 ou em outras proporções de acordo com as monografias citadas nas farmacopéias homeopáticas.

Recomendações gerais:É permitida a utilização da glicerina anidra (C3H8O3) ou bidestilada (4% - 16% de água), de alto grau de pureza, desde que devidamente identificada.

Embalagem e armazenamento:Deve ser armazenada em recipientes limpos e hermeticamente fechados e conservada longe da umidade, poeira e odores fortes.

1.9) GLÓBULOS INERTESGlóbulos inertes são pequenas esferas compostas de sacarose ou mistura de sacarose e pequena quantidade de lactose. São obtidos industrialmente a partir de grânulos de açúcar mediante drageamentos múltiplos. Apresenta-se com pesos medianos de 30mg (nº3). 50mg (nº5) e 70mg (nº7), na forma de grãos esféricos, homogêneos e regulares, brancos, praticamente inodoros e de sabor doce. Embalagem e armazenamento:Devem ser acondicionados em recipientes limpos e hermeticamente fechados. Armazenar longe de calor e umidade, livre de poeira e de odores fortes.

1.10) LACTOSE

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A lactose utilizada em Homeopatia é obtida a partir do leite de vaca; é precipitada após a concentração do soro do leite à pressão reduzida e separada por centrifugação e recristalização. Ela deve ser utilizada pura, livre de impurezas como o amido, a sacarose e a glicose. Sua purificação consome 4 litros de álcool etílico para cada 1000g. Deve apresentar-se na forma de pó cristalino branco, massa branca, branca cremosa, inodora, com leve sabor doce, e ser acondicionada em recipientes bem fechados, pois absorve odores rapidamente. A lactose é utilizada nas dinamizações feitas a partir de substâncias insolúveis (trituração) e na confecção de comprimidos, tabletes e glóbulos inertes. Pode ainda ser impregnada com dinamizações liquidas, para obtenção da forma farmacêutica sólida de uso interno chamada “pós”.

1.11) LINIMENTOSSão preparações farmacêuticas líquidas ou semi-líquidas que contêm em sua composição insumos ativos dissolvidos em óleos, soluções hidroalcoólicas ou emulsões. São usados soluções hidroalcoólicas, óleos e bases emulsionáveis.

1.12) MICROGLÓBULOS INERTESMicroglóbulos inertes são pequeníssimas esferas compostas de sacarose e amido obtidos industrialmente pelo processo de fabricação semelhante aos glóbulos. Eles são comercializados na padronização de 63mg para cada cem microglóbulos. Apresentam-se da forma de grãos esféricos, homogêneos e regulares, brancos, praticamente inodoros e de sabor doce. Devem ser acondicionados em recipientes bem fechados (frascos de vidro âmbar, por exemplo). Os microglóbulos são utilizados na preparação de medicamentos na escala cinqüenta milesimal.

1.13) ÓVULOSSão preparações farmacêuticas com formato adequado para administração vaginal. São usados gelatina glicerinada, polióis e outros.

1.14) POMADASSão preparações monofásicas de caráter oleoso ou hidrofílico. São usados substâncias graxas, alginatos, derivados de celulose, polímeros carboxivinílicos e outros.

1.15) PÓS-MEDICINAIS DE USO TÓPICOSão preparações resultantes da incorporação de insumo ativo ao insumo inerte, adequadamente pulverizado.

1.16) SUPOSITÓRIOS RETAISSão preparações farmacêuticas com formato adequado para administração retal. São usados manteiga de cacau, polióis e outros adjuvantes necessários para obtenção da forma farmacêutica.

1.17) TABLETES INERTESOs tabletes utilizados em Homeopatia são pequenos discos obtidos por moldagem da lactose em tableteiro e secos em temperatura inferior a 50ºC. Eles apresentam-se na forma discóide, não tão homogêneos e regulares quanto os comprimidos, com peso compreendido entre 100 e 300mg, brancos, inodoros e de sabor levemente adocicado. Os tabletes inertes são impregnados com dinamizações líquidas, para obtenção da forma farmacêutica sólida chamada “tabletes”.Preparo do tablete inertePreparar os tabletes inertes, por moldagem da lactose, em tableteiro, dando o ponto de moldagem com quantidade suficiente de solução hidroalcoólica a 70% (V/V), procedendo a extrusão e secagem em temperatura inferior a 50ºC.Embalagem e armazenamento: Em recipientes limpos e hermeticamente fechados, longe do calor, umidade, poeira e odores fortes.

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2) RECIPIENTES E ACESSÓRIOSOs recipientes e acessórios utilizados na preparação, estocagem e dispensação dos medicamentos homeopáticos deverão ser de material que não exerça qualquer influência sobre as drogas, veículos ou excipientes e vice-versa, ou seja, o material utilizado na preparação e acondicionamento dos medicamentos homeopáticos não pode alterar-se nem modificar as atividades medicamentosas. Esse raciocínio também vale para os frascos usados no acondicionamento de tinturas homeopáticas. Estas devem ser acondicionadas em frascos de vidro. Com raras exceções são utilizados frascos plásticos. Os frascos plásticos proporcionam várias alterações, de acordo com a sua natureza (polietileno, polietileno-dióxido de titânio etc.), das condições de estocagem e da natureza da tintura-mãe (resinosa, alcalóidica, fenólica, aromática, tânica, etc.).Segundo a Farmacopéia Homepática Brasileira II, para a preparação e estocagem de medicamentos e tinturas homeopáticas são utilizados frascos de vidro âmbar classe hidrolítica I, II, III e NP (ver tabela).Para a dispensação de medicamentos, além dos vidros citados, poderão ser empregados ainda frascos plásticos de cor branco leitosa de polietileno de alta densidade, polipropileno e policarbonato. Estes frascos plásticos, de preferência de boca larga, assim como aqueles vidros, também de boca larga, poderão ser utilizados na estocagem de triturações e na dispensação de formas farmacêuticas homeopáticas sólidas (glóbulos, comprimidos, tabletes). Os pós são dispensados em papel impermeável, tipo “pérola branca”.Os acessórios são parte integrante dos recipientes, em muitos casos, entrando em contato com os medicamentos. As tampas, os batoques e os gotejadores (batoque conta-gotas) devem ser de polietileno ou polipropileno. As cânulas devem ser de vidro, polietileno de alta densidade, polipropileno ou policarbonato e os bulbos devem ser de látex, silicone atóxico ou polietileno, sendo vedado o uso de bulbos de borracha que soltem resíduos no medicamento. Apesar de as ponteiras descartáveis não serem consideradas parte integrante dos recipientes, elas entram em contato com as dinamizações e tinturas na preparação dos medicamentos homeopáticos. Desse modo, elas deverão ser de polietileno de alta densidade, polipropileno ou policarbonato.

Tabela: Classe hidrolítica para vidros segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

ClasseHidrolítica

Características dos Vidros

I Vidro não alcalino, neutro, destinado a embalar medicamentos para aplicações intravasculares e uso parenteral.

II Vidro alcalino tipo III, sofre tratamento interno, tornando-se semineutro, utilizado para embalar produtos de uso parenteral (líquidos principalmente) que não devem ter alterado seu pH.

III Vidro alcalino, em geral utilizado para preparações parenterais, exceto quando ensaios de estabilidade adequados não recomendam sua utilização.

NP Vidro não parenteral, alcalino, para embalagens de produtos para uso oral ou tópico.

A lavagem, a secagem e a esterilização dos recipientes e acessórios utilizados para acondicionar os medicamentos e as tinturas homeopáticos devem ser realizadas com muito rigor, pois a contaminação microbiológica e a presença de resíduos químicos e energéticos podem inviabilizar a qualidade desses produtos.Tanto os vidros virgens quanto os usados devem ser lavados com água corrente abundante e, logo a seguir, enxaguados com água pura, no mínimo duas vezes, para retirar as impurezas que a água corrente contém. Deixe-os escorrendo por alguns minutos e, em seguida esterilize-os em autoclave numa temperatura de 120ºC, 1 atm, por 30 minutos ou em estufa de secagem numa temperatura de 180ºC por 30 minutos ou 140ºC por 60 minutos. Cabe mencionar que as altas temperaturas utilizadas após a lavagem dos recipientes e acessórios usados, além de esterilizá-los, inativam energias remanescentes das dinamizações. Recomendamos que os vidros usados para tinturas sejam descartados ou reutilizados somente se forem acondicionar a mesma tintura.Os frascos plásticos e acessórios virgens têm de ser lavados com água corrente abundante e, logo a seguir, enxaguados com água pura, no mínimo duas vezes. Deixá-los imerso em álcool 70% por duas horas com exceção dos bulbos. Estes devem apenas ser enxaguados em álcool 70%, após a lavagem e o enxágüe com água corrente e pura, respectivamente.

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Os materiais usados de polietileno de alta densidade, polipropileno e policarbonato têm de ser lavados com água corrente e enxaguados, a seguir, com água pura, no mínimo duas vezes. Esterilizá-los em autoclave numa temperatura de 120ºC, 1 atm, por 30 minutos. Esses materiais não suportam a esterilização realizada em estufa de ar seco. Os materiais de polipropileno de baixa densidade e os bulbos devem ser descartados, pois não resistem a autoclavagem (calor úmido) e à esterilização em estufa (calor seco).

3) DISPENSAÇÃO DOS MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS:Segundo a Manual de Normas Técnicas

3.1) FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDOSContextualização históricaNa dispensação do medicamento homeopático, em qualquer uma de suas formas farmacêuticas (glóbulos, tabletes, pós, gotas, dose única, etc.), é fundamental saber a quantidade de medicamento homeopático a ser administrada ao paciente através de um insumo inerte (glóbulos de sacarose, tabletes de lactose, pós de lactose, solução hidroalcoólica, água, etc.) em uma determinada unidade de tempo. Este conhecimento define a quantidade exata de medicamento homeopático que deverá ser incorporado ao insumo inerte.Na homeopatia, pela impossibilidade de quantificar o insumo ativo, a definição da quantidade de medicamento homeopático a ser incorporada ao insumo inerte vem da observação das respostas clínicas dos pacientes aos medicamentos. Portanto, é importante que o clínico conheça a farmacotécnica de preparo dos medicamentos homeopáticos.A opinião de diversos autores na clínica homeopática quanto à quantidade de medicamento homeopático a ser administrado é contraditória. Para alguns, a correta escolha do medicamento, potência e, às vezes, o método, é suficiente para obtenção do melhor resultado. Para outros, no entanto, a quantidade de medicamento a ser administrada ao paciente é tão importante quanto a correta escolha do medicamento, da potência e do método. Clínicos que consideram relevante a definição da quantidade de medicamento homeopático a ser ingerida pelo paciente, muitas vezes, não fazem a conversão adequada de uma forma farmacêutica para outra (por exemplo, número de glóbulos para número de gotas), o que sugere haver um equívoco na avaliação da resposta clínica do paciente em relação à quantidade de medicamento homeopático a ser prescrita.Para padronizar as técnicas de preparo do medicamento homeopático, para que em qualquer lugar onde uma receita seja aviada, aconteça da mesma maneira, garantindo que o resultado obtido seja aquele esperado pelo prescritor e também, que diante desta padronização, os mesmos podem estabelecer uma correta relação entre a quantidade de medicamento homeopático e a resposta dos pacientes e fazer uso da conversão entre formas farmacêuticas de acordo com as suas experiências clínicas.

3.1.1 Gotas: Preparações hidroalcoólicas, contendo medicamento dinamizado a ser administrado sob a forma de gotas.a) Veículo: Solução hidroalcoólica de 30% a 70% (v/v) de acordo com a graduação alcoólica exigida pela preparação ou indicada na prescrição.

b) Volume dispensado: Obedecerá à recomendação médica. Caso omissa, será dispensado o volume padronizado da farmácia.

c) Métodos: Medicamentos preparados segundo método hahnemanniano ( na escala decimal e centesimal), korsakoviano e fluxo contínuo (DH, CH, K e FC).

Exemplo de preparação líquida sob a forma de gotas:Com um insumo ativo:Aconitum nap. 6CH - 20ml.

Retirar do estoque 0,20ml da matriz Aconitum napellus 5CH; Adicionar solução hidroalcoólica a 30% (V/V) qsp 20ml em frasco com capacidade para 30ml; Sucussionar 100 vezes;

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Transferir para o frasco de dispensação.

Com mais de um insumo ativo:Belladona 6CHPhytolacca decandra 6CH ãã qsp 20ml

Retirar do estoque 0,10ml da matriz de Belladona 5CH; Adicionar solução hidroalcoólica a 30% (V/V) qsp 10ml em frasco com capacidade para 15ml; Sucussionar 100 vezes; Reservar; Retirar do estoque 0,10ml da matriz de Phytolacca decandra 5CH; Adicionar solução hidroalcoólica a 30% (V/V) qsp 10ml em frasco com capacidade para 15ml; Sucussionar 100 vezes; Misturar as preparações reservadas; Homogeneizar; Transferir para o frasco de dispensação.

Medicamentos preparados segundo método hahnemanniano da 6ª edição do Organon- Cinqüenta-milesimal (LM)Dissolução:

Dissolver 1 microglóbulo do insumo ativo na potência prescrita com 1 gota de água purificada; Acrescentar o veículo de dispensação em quantidade suficiente para o volume prescrito. Quando a

prescrição não informar o volume a ser dispensado, dispensar 20ml em frasco de 30ml; O volume da preparação deverá ocupar no mínimo ½ e no máximo 2/3 da capacidade do frasco de

dispensação.

Exemplos:Aurum 5LM – 1 vidro

Retirar do estoque 1 microglóbulo de Aurum metallicum 5LM; Dissolver em 1 gota de água purificada; Após dissolução, completar o volume para 20ml com veículo de dispensação; Homogeneizar; Dispensar em frasco de 30ml.

Pulsatilla nigricans 2LM 150ml Retirar do estoque 1 microglóbulo de Pulsatilla nigricans 2LM; Dissolver em 1 gota de água purificada; Após dissolução, completar o volume para 150ml com veículo de dispensação; Homogeneizar; Dispensar em frasco de 200ml.

-Conservação: Frasco âmbar bem fechado, protegido do calor, da luz direta e fontes de radiação;-Prazo de validade: A ser determinado caso a caso.

3.1.2 Dose única líquidaPreparações aquosas ou hidroalcoólicas, contendo medicamento dinamizado, a ser administrado de uma só vez.a) Veículo: Água purificada ou solução hidroalcoólica até 5% (V/V);b) Quantidade: Quando não especificada na receita, serão dispensadas quatro gotas do medicamento

dinamizado em 2ml de água destilada ou água alcoolizada até 5%;c) Método de preparo:Diluição:

O insumo ativo será a matriz do medicamento na potência solicitada;

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Diluir o insumo ativo em veículo de dispensação da proporção de 2 gotas para cada 1ml.Exemplo:Nux vomica 200CH DU líquida

Retirar do estoque a matriz de Nux vomica 200CH; Diluir 4 gotas da matriz em 2 ml de água purificada; Homogeneizar.

d) Prazo de validade: A ser determinado caso a caso.Preparações em água purificada ou em baixa graduação alcoólica têm validade menor que aquelas preparadas em solução hidroalcoólica igual ou maior que 30% (V/V).Conservação: Frasco âmbar bem fechado, protegido do calor, da luz direta e fontes de radiação;

3.1.3) Formulações magistrais:Diluição:

O insumo ativo será a matriz do medicamento na potência prescrita; A prescrição deve indicar o grau de diluição do insumo ativo no veículo de dispensação.

Por convenção: Quando o veículo de dispensação não estiver especificado na prescrição, este será a água purificada. O

veículo de dispensação deve estar adequado à posologia e ao tempo de uso do medicamento com relação à validade;

Nas formulações, os números escritos em algarismos romanos indicam número de gotas de insumo ativo e os escritos em algarismos arábicos indicam o volume de veículo de dispensação;

Quando a formulação indicar duas seqüências de algarismos romanos antes dos algarismos arábicos interpretar como: número de gotas de insumo ativo, número de gotas de álcool 96% (V/V) e volume de insumo inerte, respectivamente.

Lycopodium clavatum 30CH...XX/30 álcool 30% Retirar do estoque 20 gotas da matriz de Lycopodium clavatum 30CH; Completar com 30ml de solução hidroalcoólica a 30% (V/V); Homogeneizar; Dispensar em frasco com capacidade para 30ml.

Outro exemplo:Nux vomica 30CH X/X/20

Retirar do estoque 10 gotas da matriz de Nux vomica 30CH; Adicionar 10 gotas de álcool 96% (V/V); Completar com 20ml de água purificada; Homogeneizar.

Lycopodium clavatum 30CH 1% 30ml álcool a 30% Retirar do estoque 0,3ml da matriz Lycopodium clav. 30CH; Completar para 30ml de solução hidroalcoólica a 30%; Homogeneizar.

Com mais de um insumo ativo:Aconitum nap. 3CHFerrum phosph. 5CH ãã qsp 1% 30ml álcool 30%

Retirar 0,3ml da mistura em partes iguais das matrizes de Aconitum napellus 3CH e de Ferrum phosph. 5CH;

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Completar o volume para 30ml com solução hidroalcoólica a 30% (V/V); Homogeneizar.

3.2) FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS

3.2.1 Glóbulos: Pequenas esferas brancas ligeiramente porosas e de sabor adocicado que se destina a veicular a forma farmacêutica derivada.a) Insumo inerte: Constituídos de sacarose e lactose, podendo pesar 30mg (nº3), 50mg (nº5) e 70mg (nº7).b) Método: Impregnação:Consiste em impregnar os glóbulos inertes com insumo ativo na potência prescrita em quantidade suficiente para impregnar homogeneamente todos os glóbulos.A proporção entre insumo ativo e insumo inerte deverá estar na faixa de 2% a 5% (V/p).A quantidade de insumo ativo será definida de acordo com a capacidade de absorção dos glóbulos e determinada pelo controle de qualidade.Sugere-se determinar a quantidade de insumo ativo a ser utilizada na impregnação dos glóbulos sempre que ocorrer a alteração:

De fornecedor; De lote; Das condições de temperatura e umidade do local de manipulação; Da técnica.

A quantidade de insumo ativo empregado não deverá solubilizar, deformar ou grumar os glóbulos. Os glóbulos deverão estar secos para serem dispensados.Quando houver necessidade de secagem em estufa:

Secar em temperatura inferior a 40ºC; Secar os medicamentos individualmente; Validar o processo para garantir que não haja contaminação cruzada.

Simples impregnação:Todos os glóbulos são impregnados com o insumo ativo em uma única etapa;

Tríplice impregnaçãoOs glóbulos são impregnados com o insumo ativo dividido em três etapas.

Dividir em três partes iguais a quantidade de insumo ativo; Impregnar os glóbulos inertes com uma parte de insumo ativo, homogeneizar e secar; Adicionar a segunda parte de insumo ativo, homogeneizar e secar; Adicionar a última parte do insumo ativo, homogeneizar e secar.

3.2.2-Tabletes: São preparados por moldagem da lactose em tableteiro, sem adição de coadjuvantes.a) Insumo inerte: Constituídos de lactose com peso variando entre 100 e 200mg.b) Preparação:

Quando o insumo ativo for líquidoImpregnar os tabletes inertes com 15% (v/p) de medicamento ou moldar os tabletes, usando 15% (v/p) de medicamento líquido e, quando necessário, usar quantidade suficiente de veículo alcoólico a 70% (v/v), para dar o ponto de moldagem.Ex: Medicamento líquido...............................15% Lactose.....................................................100g Álcool a 70% (v/v)....................................qs

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Quando o insumo ativo for sólidoMisturar 15% do medicamento triturado com 85% de lactose e dar o ponto de moldagem com álcool a 70% (v/v).

Ex: Medicamento triturado..............................15% Lactose.............................................................85% Álcool a 70% (v/v).........................................qs 3.2.3- Comprimidos: Preparados por compressão de lactose ou mistura de lactose e sacarose.a) Insumo inerte: Mistura de lactose e sacarose e coadjuvante apropriado com peso que pode variar entre

100 e 300mg.b) Preparação: Comprimir ou impregnar os comprimidos inertes com 15% (v/p) de medicamentos.

3.2.4- Pós Quando o insumo ativo for líquido

Impregnar a lactose com 15% (v/p) de medicamento e dividir em porções de 500mg.

Quando o insumo ativo for sólidoMisturar 15% (p/p) do medicamento triturado com 85% (p/p) de lactose e repartir em porções de 500mg.Ex: Medicamento triturado..............................15%

Lactose.............................................................85%

3.2.5- Dose única sólida Quando não especificada na receita, será aviada:

glóbulo: 5 glóbulos tablete: 1 tablete comprimido: 1 comprimido pó: 1 papel com 500mg de pó ou 1 cápsula gelatinosa incolor nº0, contendo 500mg de pó.

Nota: a secagem de medicamentos sólidos deve ser individual, em temperatura inferior a 50% ou temperatura ambiente.

3.3 PLACEBOS3.3.1- LíquidoSerá uma solução hidro-alcoólica de 30% a 70% (v/v).

3.3.2- SólidoDeverá ser impregnado com solução hidro-alcoólica superior ou igual a 70% (v/v).

3.4 FORMAS FARMACÊUTICAS LÍQUIDAS DE USO EXTERNO3.4.1- LinimentosInsumo ativo- TM ou MatrizInsumo inerte: Solução hidroalcoólica, óleos e bases emulsionáveis não tóxicas;Técnica de preparo: Incorporar o ativo na proporção de 10% (V/V) em relação ao insumo inerte.Validade: A ser determinado caso a caso.

3.4.2- GliceróleosInsumo ativo- TM ou MatrizInsumo inerte: Solução glicerinada contendo 50% de glicerina e 50% de água purificada;Técnica de preparo: Incorporar o ativo na proporção de 10% (V/V) em relação ao insumo inerte.Validade: A ser determinado caso a caso.

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3.4.3- Pseudo-hidrolatosInsumo ativo- TM ou MatrizInsumo inerte: Solução glicerinada contendo 5% de glicerina e 95% de solução hidroalcoólica a 10% (V/V);Técnica de preparo: Incorporar o ativo na proporção de 10% (V/V) em relação ao insumo inerte.Validade: A ser determinado caso a caso.

3.4.4- Solução oftálmicaInsumo ativo- TM ou MatrizInsumo inerte: Soro fisiológico;Técnica de preparo: Incorporar o ativo na proporção de 1% (V/V) em relação ao insumo inerte.Esta preparação deverá atender aos requisitos de: pH, tonicidade, presença de conservantes, esterilidade, transparência e isenção de partículas. Para tanto, são indicados os tampões, isotonizantes e conservantes preconizados pela literatura pertinente.Validade: A ser determinado caso a caso.

3.4.5- Solução otológicaInsumo ativo- TM ou MatrizInsumo inerte: Água, soluções hidroalcoólicas, hidroglicerinadas, glicólicas, óleos e outros;Técnica de preparo: Incorporar o ativo na proporção de 10% (V/V) em relação ao insumo inerte.Validade: A ser determinado caso a caso.

3.4.6- Solução nasalInsumo ativo- TM ou MatrizInsumo inerte: Água, soluções hidroalcoólicas, hidroglicerinadas, glicólicas e outros;Técnica de preparo: Incorporar o ativo na proporção de 5% (V/V) em relação ao insumo inerte.Esta preparação deve atender aos requisitos de: pH, tonicidade. Para tanto são indicados os tampões e isotonizantes preconizados pela literatura pertinente.Na preparação de soluções nasais fica proibido o uso de substâncias ou concentrações que alterem o funcionamento normal do movimento ciliar.Validade: A ser determinado caso a caso.

3.5- FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS e SEMI-SÓLIDAS DE USO EXTERNO3.5.1- CremesInsumo ativo: TM ou MatrizInsumo inerte: Bases emulsionáveis e auto-emulsionáveis;Técnica de preparo: Incorporar o ativo na proporção de 10% (V/p) em relação ao insumo inerte e homogeneizar.Validade: A ser determinado caso a caso.

3.5.2- GéisInsumo ativo: TM ou MatrizInsumo inerte: Alginatos, derivados da celulose, polímeros carbovinílicos e outros;Técnica de preparo: Incorporar o ativo na proporção de 10% (V/p) em relação ao insumo inerte e homogeneizar.Validade: A ser determinado caso a caso.

3.5.3- PomadasInsumo ativo: TM ou Matriz

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Insumo inerte: Substâncias graxas (vaselina e lanolina), alginatos, derivados de celulose, polímeros carbovinílicos e outros;Técnica de preparo: Incorporar o ativo na proporção de 10% (V/p) em relação ao insumo inerte e homogeneizar.Validade: A ser determinado caso a caso.

3.5.4- ÓvulosInsumo ativo: TM ou MatrizInsumo inerte: Gelatina glicerinada, manteiga de cacau ou glicerídeos de ácidos graxos e polióis;Técnica de preparo: Incorporar o ativo na proporção de 10% (V/p) em relação ao insumo inerte ehomogeneizar.Validade: A ser determinado caso a caso.

3.5.5- Pós medicinaisInsumo ativo: TM ou MatrizInsumo inerte: Amidos, carbonatos, estearatos, óxidos, silicatos e outros;Técnica de preparo: Incorporar o ativo na proporção de 10% (V/p) em relação ao insumo inerte e homogeneizar.Validade: A ser determinado caso a caso.

2.3.6- SabonetesInsumo ativo: TM ou MatrizInsumo inerte: Bases glicerinadas para sabonetes sólidos ou bases para sabonetes líquidos compostas de detergentes, estabilizantes de espuma, corretivos de pH, espessantes, ceras e água purificada;Técnica de preparo: Incorporar o ativo na proporção de 2 a 5% (V/p) em relação ao insumo inerte e homogeneizar.Validade: A ser determinado caso a caso.

3.5.7- ShampoosInsumo ativo: TM ou MatrizInsumo inerte: Bases para shampoos, compostas de lauril éter sulfatos, amidas, anfóteros, corretivos de pH, espessantes, ceras e água purificada;Técnica de preparo: Incorporar o ativo na proporção de 2 a 5% (V/p) em relação ao insumo inerte e homogeneizar.Validade: A ser determinado caso a caso.

3.5.8- SupositóriosInsumo ativo: TM ou MatrizInsumo inerte: Manteiga de cacau, glicerídeos de ácidos graxos e polióis;Técnica de preparo: Incorporar o ativo na proporção de 10% (V/p) em relação ao insumo inerte e homogeneizar.Validade: A ser determinado caso a caso.

TÓPICOS APLICÁVEIS PARA INSTALAÇÃO DE FARMÁCIA HOMEOPÁTICA:

LOCAL, INSTALAÇÃO E PESSOAL

1- Características do local

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Ambiente seco, ventilado, isolado, livre de poeira e outros contaminantes. Deve ser isento de odores fortes, radiações, raios X, ultravioleta, infra-vermelho,etc.

2- Laboratório de manipulaçãoa) Ventilação:

-Natural: Através de janelas adequadas ao tamanho do laboratório com telas protetoras.-Artificial: Com uso de ar-condicionado. Recomenda-se fazer a manutenção do filtro mensalmente.

b) Hidráulica: a água para uso geral deverá ser filtrada quando a qualidade desta exigir. c) Iluminação:

- Natural: Desde que a luz solar não insida diretamente sobre o local de manipulação ou sobre o estoque de medicamentos.- Artificial: Com lâmpadas incandescentes ou fluorescentes.

d) Ocupação interna: Os móveis e bancadas deverão ser de material impermeável ou impermeabilizado.

e) Limpeza: - Pisos e paredes: Usar produtos que não deixem resíduos ou possuam odores fortes.- Bancadas: Usar etanol 70% (v/v).

3- Equipamentos e utensíliosa) Características: os equipamentos e utensílios para preparação de medicamentos devem

reunir as seguintes condições:- não ceder material de sua composição;- ser de fácil limpeza;- ser esterilizáveis e resistentes a temperatura de 180ºC, por 30min., ou 140ºC por 1hora (calor seco) ou 120ºC, 1 atm, por 30min. (calor úmido).

b) Equipamentos mínimos:- balança de precisão com no mínimo 2 casas decimais;- estufa de secagem e esterilização;- destilador;- alcoômetro de Gay-Lussac.

c) Equipamentos opcionais: dinamizador de Fluxo Contínuo; sucussionador (braço mecânico); micropipeta e repipetador automático; estufa para secagem de medicamentos; tamiz; tableteiro; desumidificador de ar; encapsuladora; deionizador.

d) Utensílios: frascos de vidro para misturas hidroalcoólicas; espátulas de porcelana e aço inox; gral ou almofariz com pistilo, ambos de porcelana; papel de filtro; funil de vidro; pipetas de vidro; cálice de vidro; cânulas de vidro, polipropileno ou polietileno de alta densidade; frascos de vidro de diversos volumes; conta-gotas.

4- Estoque mínimo

a) PolicrestosAconitum napellus, Arnica montana, Arsenicum album, Belladona, Bryonia alba, Calcium ostrearum, Carbo vegetabilis, Chamomilla, China officinalis, Dulcamara, Hepar sulphur, Hyoscyamus niger, Ipecacuanha,

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Lachesis muta, Lycopodium clavatum, Mercurius solubilis, Nux vomica, Phosphorus, Pulsatilla nigricans, Rhus toxicodendron, Sepia succus, Silicea, Sulphur e Veratrum album.

b) Semi-policrestosAcidum nitricum, Aesculus hippocastanum, Aloe socotrina, Antimonium crudum, Antimonium tartaricum, Apis mellifica, Argentum nitricum, Aurum metallicum, Barium carbonicum, Calcium fluoratum, Calcium phosphoricum, Causticum, Chelidonium majus, Colocynthis, Ferrum metallicum, Ferrum phosphoricum, Gelsemium, Graphites, Ignatia amara, Iodum, Kalium bichromicum, Kalium carbonicum, Kalium phosphoricum, Luesinum, Magnesium phosphoricum, Medorrhinum, Natrium carbonicum, Natrium muriaticum, Natrium sulphuricum, Opium 12CH, Platinum, Psorinum, Staphysagria, Thuya occidentalis e Tuberculinum.

5- Pessoala-Todos os técnicos devem receber treinamento prévio;b-As pessoas devem estar devidamente higienizadas e não odorizadas;c-Devem usar jalecos, toucas (os cabelos devem estar presos), máscaras (durante todo o processo da manipulação), luvas (para trituração, na preparação de tabletes e na retirada de material esterilizado);d-Não poderão comer no laboratório de manipulação e fumar em qualquer dependência da farmácia.

QUESTÕES PARA RESPONDER

1-Assinale a alternativa CORRETA. As matérias primas de origem vegetal devem ser coletadas, de preferência, no seu habitat natural, obedecendo às seguintes condições gerais:

(a) Plantas inteiras: após a floração e durante a frutificação; (b) Raízes de plantas anuais e perenes: após completar o ciclo vegetativo; (c) Folhas: durante o crescimento do vegetal e após a floração; (d) Flores e sumidades floridas: após o total desabrochar;(e) Caule e ramos: após o desenvolvimento das folhas e antes da floração;

2-Assinale a alternativa CORRETA quanto à origem dos medicamentos homeopáticos:

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a) Os vegetais podem ser utilizados frescos ou secos empregando-se os mesmos somente em sua totalidade; b) Os minerais são utilizados somente em seu estado natural; c) Os animais podem ser utilizados inteiros, vivos, recentemente sacrificados, dessecados ou em partes; d) Os produtos biológicos, patológicos ou não, provém somente de organismos vivos; e) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

3-Com relação à preparação da TM de origem animal responda aos seguintes itens de acordo com a Farmacopéia Homeopática Brasileira, 2 ed., 1997: Qual é a droga utilizada?Qual é o insumo inerte utilizado?Qual é a relação droga/insumo inerte?Qual o processo utilizado?Descreva a técnica de preparação:

4-Referente ao preparo de Tintura-Mãe partindo de matéria-prima de origem vegetal no estado fresco, com resíduo sólido de 40%, é CORRETO afirmar respectivamente, o volume a ser obtido, o teor alcoólico do veículo extrator e o método de extração. Considerando 2Kg de planta fresca.

(a) 8000ml, 80% (V/V), percolação;(b) 4000ml, 70% (V/V), maceração, (c) 8000ml, 80% (V/V), maceração e/ou percolação;(d) 8000ml, 70% (V/V), maceração;(e) 4000ml, 70% (V/V), percolação.

5- Com base nos conhecimentos necessários à preparação da Forma Farmacêutica Básica, utilizando as drogas Apis mellifica (no estado fresco) e Nux vomica (no estado seco), preencha o quadro abaixo:

Apis mellifica Nux vomica

Parte empregadaInsumo inerteRelação droga:insumo inerteEspecifique e descreva o processo

6- A Farmacopéia Homeopática Brasileira, 2 ed. (1997) recomenda que as drogas de origem vegetal utilizadas em homeopatia devem ser coletadas em épocas e em condições adequadas para o preparo das TM. Descreva estas condições para os itens abaixo: a) Plantas inteiras:

b) Folhas:

c) Flores e sumidades floridas:

d) Frutos e sementes:

e) Brotos:

7- Com base nos conhecimentos necessários à preparação da Forma Farmacêutica Básica, utilizando as drogas Apis mellifica (no estado fresco) e Lycopodium clavatum (no estado seco), preencha o quadro abaixo:

Apis mellifica Lycopodium clavatum

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Parte empregada

Insumo inerte

Relação droga:insumo inerte

Especifique e descreva o processo de obtenção

8- O emprego de sinônimos referentes à nomenclatura dos medicamentos homeopáticos deve restringir-se aos constantes em obras consagradas pela literatura científica. Cite o sinônimo de cada um dos seguintes medicamentos.Graphites:Arnica Montana:Blatta orientalis:Mercurius vivus:Glonoinum:Ignatia amara:Rhus toxicodendron:Luesinum:Nux vomica:Hydrastis canadensis: 9- De acordo com a Farmacopéia Homeopática Brasileira 2 ed., 1997, prepare o seguinte medicamento:Calcarea phosphorica 3DH 10 papéisPartindo do mineral e descrevendo detalhadamente todo o processo.

10- Descreva a técnica para a preparação e dispensação do seguinte medicamento:Calcarea carbônica 2LM gotas 20mlConsidere que no estoque da farmácia encontra-se disponível:Calcarea carbônica 3CH trit.

11- De acordo com a FHB 2ªed, 1997, no preparo de medicamento homeopático para estoque, pelo método Hahnemanniano, utilizando as escalas centesimal e decimal para drogas solúveis, responda os itens abaixo:

a) Ponto de partida: b) Insumo inerte: c) Número de frascos: d) Relação entre o volume do dinamizado e a capacidade do frasco: e) Número de sucussões:

12-Descreva a técnica de preparação das seguintes prescrições médicas, segundo a F.H.B. 2ª ed, 1997, partindo do medicamento na dinamização prescrita:Lycopodium clavatum 1M FC - 1, 5,1 0/10 papéis.R:

13-Segundo a F.H.B 2ª ed. 1997, descreva a técnica de preparação do primeiro triturado pelo método Hahnemanniano e escala cinqüenta milesimal partindo de 10 ml de TM de origem vegetal:

14- A Farmacopéia Homeopática Brasileira, 2 ed. (1997), normatizam o preparo do medicamento homeopático pelo Método Korsakoviano, conforme os itens:

I- Ponto de Partida: 30CH;II- Número de Frascos: frasco único;

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III-Escala: Centesimal;IV-Número de sucussões: 200;V- Volume: de ½ a 2/3 do frasco utilizado;VI-Veículo: etanol de 30 a 70%.

(a) Somente os itens I e II estão corretos;(b) Somente os itens I, II e III estão corretos;(c) Somente os itens I, II e VI estão corretos;(d) Somente os itens I, II, III, IV e V estão corretos;(e) Todos os itens estão corretos.

15- Descreva a técnica para preparação e dispensação do seguinte medicamento: Ferrum metallicum 2LM gotas 20ml:Considere que no estoque da farmácia encontra-se disponível: Ferrum metallicum 3CH trit.

16- Tendo como ponto de partida uma droga solúvel, prepare as matrizes para estoque utilizando o método Hahnemanniano e escalas Centesimal e Decimal até a 3ª dinamização:

a) Centesimal:b) Decimal:

17- A droga mineral Aurum metallicum é utilizada na prescrição homeopática desde a época de Hahnemann:Partindo da droga mineral, descreva a técnica empregada para a preparação da primeira dinamização Centesimal Hahnemanniana:

18- Termos técnicos são usados no dia a dia da Farmácia Homeopática, sendo fundamentais para a compreensão das normas técnicas utilizadas na manipulação do medicamento homeopático. Conceitue e exemplifique:Ref.: FHB 2 ed., 1997.

a) Escala:b) Método:c) Dinamização:d) Ponto de Partida:e) Formas Farmacêuticas Derivadas:

19- A Farmacopéia Homeopática Brasileira, 2 ed. (1997) preconiza que no preparo de formas farmacêuticas derivadas pelo método Hahnemanniano para a escala centesimal e decimal é CORRETO afirmar:I Drogas solúveis: o ponto de partida será a forma farmacêutica básica, dinamização anterior ou droga

solúvel em insumo hidroalcoólico a 10%, no mínimo;II Drogas insolúveis: quando sua solubilidade for inferior a 10% no insumo inerte líquido, e qualquer

droga na preparação da cinquenta milesimal;III O volume do líquido a ser dinamizado deverá ocupar de 1/2 a 2/3 da capacidade do frasco utilizado

na preparação;IV No preparo de medicamentos provenientes de drogas insolúveis o insumo inerte será lactose para a

fase sólida e etanol 70% (p/p) para as demais dinamizações;V O processo para drogas solúveis será diluição e sucussão manual ou mecânica;VI O processo para drogas insolúveis será trituração para a fase sólida e diluição e sucussão, manual ou

mecânica, para a fase líquida.

(a) Somente os itens II e III estão corretos;(b) Somente os itens I, III, IV, V e VI estão corretos;(c) Somente os itens I, II, III e VI estão corretos;(d) Somente os itens II, V e VI estão corretos;(e) Todos os itens estão corretos.

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20- Descreva detalhadamente a preparação e o aviamento da seguinte prescrição: Nux vomica 2LM 20mL (gotas)

Tomar 1 gota 1 x ao dia

Supondo que no estoque da farmácia está disponível:Nux vomica 3CH trit.

21- Analise a prescrição que se segue e responda os itens abaixo:Rhus toxicodendron 200CH 1,5,10/15 papéisTomar 1 dose a noite ao deitar de 2 em 2 dias

a) Descreva detalhadamente a preparação desta prescrição, tendo disponível no estoque:Rhus toxicodendron 200CH (estoque)

b) Como deve ser a identificação das doses deste medicamento?c) Como o paciente deve ser orientado para o uso correto deste medicamento?

22- Você recebeu a prescrição abaixo:Lycopodium clavatum 1M FC 1/30 papéisPara aviar esta prescrição você dispõe na farmácia da matriz

Lycopodium clavatum 500FCEm estoque de um aparelho de Fluxo Contínuo de 3600 rpm, com câmara de 2ml.a) Qual o tempo gasto pelo aparelho para o preparo da potência desejada:

b) Qual o volume de insumo inerte a ser usado no aparelho de FC:

c) Em que potência deve ocorrer a parada do aparelho:

d) Descreva o procedimento para obter a matriz desejada, a partir da parada do aparelho:

e) Descreva a manipulação do medicamento a ser dispensado:

23- De acordo com a Farmacopéia Homeopática Brasileira 2 ed., 1997, prepare o seguinte medicamento:Calcarea phosphorica 3DH 10 papéisPartindo do mineral e descrevendo detalhadamente todo o processo.

24- Conceitue as seguintes formas farmacêuticas sólidas:Ref.: Farmacopéia Homeopática Brasileira, 2 ed., 1997a) comprimidos:

b) glóbulos:

c) pós:

d) tabletes:

25- Segundo a Farmacopéia Homeopática Brasileira 2 ed., 1997, a Forma Farmacêutica Tablete pode ser preparada através de dois métodos: impregnação e moldagem. A IMPREGNAÇÃO pode ser empregada quando se necessita produzir um medicamento cujo princípio ativo é solúvel e neste caso empregamos o tablete inerte. A MOLDAGEM é empregada nos casos em que o princípio ativo é insolúvel.Descreva a técnica de preparação de 15g do medicamento Ferrum metallicum 3DH, em tabletes considerando que se dispõe desta matriz em estoque:

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26- Descreva a preparação do medicamento homeopático abaixo na forma farmacêutica de GLÓBULOS conforme a Farmacopéia Homeopática Brasileira, 2 ed., 1997:

Passiflora incarnata 5CHCactus grandiflorus 5CH ãã qsp 30gCrataegus oxyacantha 5CHConsiderando que temos em estoque os seguintes pontos de partida:Passiflora incarnata TM com título etanólico 60% (V/V);Cactus grandiflorus 5CH com título etanólico 70% (V/V);Crataegus oxyacantha 5CH com título etanólico 70% (V/V).

27- Descreva a técnica para a preparação e dispensação do seguinte medicamento:Ref.: Farmacopéia Homeopática Brasileira, 2 ed., 1997

Calcarea carbônica 2LM gotas 20mlConsidere que no estoque da farmácia encontra-se disponível:Calcarea carbônica 3CH trit.

28-No que se refere a dispensação de medicamentos homeopáticos na forma líquida, assinale a alternativa CORRETA:

(a) O veículo utilizado no preparo do medicamento em gotas é solução hidroalcoólica de 30% a 70% (V/V); (b) Somente poderá ser dispensado a 1%; (c) Somente poderá ser dispensado a 100%; (d) Na cinqüenta milesimal o volume dispensado deve ocupar 1/3 da capacidade total do frasco; (e) Quando não especificado na receita, serão dispensadas 2 gotas do medicamento dinamizado em 1 ml. de água

destilada, para a dose única líquida.

29- Quais as características dos recipientes utilizados no acondicionamento do medicamento homeopático para:a) Preparação e estocagem de medicamentos:b) Dispensação de medicamentos:

30- Descreva a técnica de preparação das seguintes prescrições médicas, segundo a F.H.B. 2ª ed, 1997, partindo dos medicamentos nas dinamizações prescritas:a) Ferrum metallicum 3DH- 10 papéis

b)Lycopodium clavatum 1M FC- 1,5,1 0/10 papéis

31- Descreva a técnica de preparação da seguinte prescrição:Sépia succus 6CH- 30g- glóbulos;Tomar 5 glóbulos três vezes ao dia.Partindo do medicamento de estoque: Sépia succus 6CH (álcool 70%).

32- Descreva a técnica para preparação e dispensação do seguinte medicamento: Ferrum metallicum 2LM gotas 20ml:Considere que no estoque da farmácia encontra-se disponível: Ferrum metallicum 3CH trit.

33- Descreva a preparação de POMADAS, segundo:Use como exemplo a Arnica montana.

34- Usando como exemplo Hydrastis canadensis, descreva a preparação da forma farmacêutica líquida, de uso externo para uso nasal:

35- As formas farmacêuticas de uso externo são um dos instrumentos que o prescritor utiliza no intuito de aliviar os sintomas do paciente, então preencha o quadro abaixo:

Insumo ativo Concentração de Insumo

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AtivoPreparação nasal

Supositório retal

Óvulo vaginal

Pomada

36- Com relação à farmácia homeopática no que se refere ao local, instalação e pessoal, assinale (V) verdadeiro ou F(falso): ( ) Nas bancadas e paredes devem-se usar para a limpeza produtos inodoros, água e sabão neutro e álcool 70%.( ) São considerados equipamentos mínimos: destilador, alcoômetro de Gay-Lussac, balança analítica, estufa de secagem e esterilização.( ) São considerados equipamentos opcionais: dinamizador de Fluxo Contínuo, micropipeta e repipetador automático, desumidificador de ar, encapsuladora, tableteiro e deionizador.( ) Os utensílios e equipamentos para a preparação de medicamentos devem reunir as seguintes condições: ser de fácil limpeza, não ceder material de sua composição, ser esterilizáveis à temperatura de 180ºC por 30 minutos ou 140ºC por 1 hora ou autoclavado a 120ºC, 1 atm. Por 30 minutos.( ) Os móveis e bancadas deverão ser permeáveis e de fácil limpeza.

37- Em relação à farmácia homeopática no que se refere ao local, instalação e pessoal assinale a alternativa CORRETA:(a) Os utensílios e equipamentos para preparação de medicamentos devem reunir as seguintes

condições: ser de fácil limpeza, não ceder materiais de sua composição, ser esterilizável à temperatura de 180ºC por 30 min. ou 140ºC por 1 hora ou autoclavado a 120ºC, 1 atm por 30 min.;

(b) O ambiente deve ser seco, ventilado e odorizado;(c) Os móveis e bancadas devem ser permeáveis e de fácil limpeza;(d) A ventilação pode ser natural através de janelas com telas protetoras, ou artificiais com uso de

ventiladores e ar condicionado;(e) Todas as alternativas estão corretas.

38- O Manual de Normas Técnicas, 3 ed., 2003, recomenda como estoque mínimo para uma farmácia homeopática os medicamentos policrestos e semi-policrestos. Na lista abaixo assinale (V) verdadeiro para os medicamentos considerados policrestos e (F) falso para os que não o são: ( ) Carbo vegetabilis ( ) Hydrastis canadensis( ) Acidum sulphuricum ( ) Lobelia inflata( ) Dulcamara ( ) Sulphur( ) Hyoscyamus niger ( ) Mercurius sublimatum corrosivus( ) Apsinum ( ) Aconitum napellus( ) Mercurius solubilis ( ) Bryonia alba( ) Aurum muriaticum ( ) Sambucus nigra( ) Cantharis vesicatoria ( ) Phosphorus( ) Glonoinum ( ) Zincum metallicum( ) Veratrum album

39- Referente às instalações da farmácia homeopática, assinale a alternativa CORRETA:(a) A ventilação pode ser natural através de janelas com telas protetoras, ou artificial com uso de ar condicionado; (b) O ambiente deve ser seco, ventilado e odorizado; (c) Os móveis e bancadas devem ser de material poroso ou permeabilizado;(d) A limpeza dos utensílios e equipamentos deve ser com etanol a 70% e hipoclorito de sódio; (e) A iluminação não pode ser natural.

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40- De acordo com o Manual de Normas Técnicas, 3 ed., 2003, os Bioterápicos de Estoque são obtidos previamente a partir de secreções, excreções patológicas ou não, produtos de origem microbiana, soros e vacinas. Cite a origem dos Bioterápicos abaixo relacionados:Aviaria:Influenzinum:Tuberculinum:Colibacilinum:Luesinum:Psorinum:Pyrogenium:Medorrhinum:Oscilococcinum:Pertussinum:

41-De acordo com o Manual de Normas Técnicas, os bioterápicos de estoque são obtidos previamente a partir de secreções, excreções patológicas ou não, produtos de origem microbiana, soros e vacinas. Cite a nomenclatura dos bioterápicos abaixo descritos:Descrição do Bioterápico Nomenclaturaa) Bioterápico obtido a partir de vacina antigripal do Instituto Pasteurb) Tuberculina bruta obtida de culturas de espécies de Mycobacterium tuberculosis, de origem humana e bovinac) Lisado obtido a partir de culturas de 3 cepas de Escherichia coli sem adição de antissépticosd) Obtido a partir de uma solução glicerinada contendo frações insolúveis em água do bacilo de Koche) Lisado obtido de exsudatos bucofaríngeos de doentes com sarampo, coletados antes de qualquer tratamentof) Lisado obtido de culturas de Streptococcus faecalis, sem adição de antissépticosg) Lisado obtido de produtos de decomposição provenientes de autólise de carne de boi, porco e placenta humanah)Lisado obtido de serosidade de lesões de sarna, coletadas de doentes sem tratamento prévioi) Lisado obtido de culturas de Streptococcus pyogenes atenuados, sem adição de antissépticosj) Lisado obtido de expectorações de doentes com coqueluche, coletados antes de qualquer tratamento

42- Na Farmacopéia Homeopática Brasileira, 2 ed.,(1997), no capítulo de Bioterápicos (XIII) encontra-se uma tabela de orientações com os insumos inertes, utilizados nas preparações de acordo com a natureza do material. Assinale a alternativa CORRETA:

I- Cálculo biliar: lactose;II- Poeira ambiental: solução glicerinada;III-Sangue total: água destilada ou solução de cloreto de sódio 0,9%;IV-Saliva: lactose;V- Urina: água destilada, solução glicerinada, solução lactosada 1% ou solução hidroalcoólica;VI-Escarro: água destilada.

(a) Somente os itens I e III estão corretos;(b) Somente os itens I, II e III estão corretos;(c) Somente os itens I, III e VI estão corretos;(d) Somente os itens I, III e V estão corretos;(e) Todos os itens estão corretos.

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