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UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL UNISC

APOSTILA DE TEORIA DA COMUNICAO I

1 semestre / 2011

Prof. Dra. Ana Maria Strohschoen

SUMRIO

AULA 01 .................................................................................................................................... 2 Plano de Aula ............................................................................................................................. 2 AVALIAES DO SEMESTRE ............................................................................................. 2 INTRODUO .......................................................................................................................... 3 PERGUNTAS E RESPOSTAS MEIO BSICAS PARA APRENDER TEORIA ................... 4 AULAS 02, 03 e 04 .................................................................................................................... 6 SEMINRIO SOBRE EDUCAO ......................................................................................... 6 AULAS 05, 06, 07, 08, 09 e 10 ................................................................................................ 23 ESCOLA AMERICANA ......................................................................................................... 23 ESCOLA DE FRANKFURT ................................................................................................... 52 COMPARAO TEORIA TRADICIONAL x TEORIA CRTICA ...................................... 71 AULAS 14, 15, 16 e 17 ............................................................................................................ 75 TRABALHO FINAL................................................................................................................ 75

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AULA 01

Plano de Aula

AVALIAES DO SEMESTRE

Apresentao do tpico sobre educao. Textos: Alves e Strohschoen. Diviso dos artigos em grupos. (aulas n 3 e 4).

Prova Individual. (aula n 10).

NOTA 1: Apresentao do Seminrio em Educao. Prova individual sobre os dois textos Teoria ou Teorias (Reimo) e Telgrafo e Orquestra (Winkin) mais resumos da Apostila.

NOTA 2: Comentrio escrito. (aula n 13) Entregar uma argumentao escrita (a favor ou contra, com referncias de estudos, observao de um programa, de uma reportagem em especial, etc...)

NOTA 3: Trabalho final

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INTRODUO

Pensei em fazer uma apresentao desta disciplina. H uma seleo na escolha de alguns autores e textos. Quem sabe futuramente terei outros autores, textos, para a organizao deste material. Enfim, h uma organizao deste material para esta disciplina para responder a tais perguntas: 1. 2. 3. Por que estudamos comunicao? Como se estuda? Quem estuda? O qu?

Difcil responder estas perguntas, mas h um percurso a ser entendido. Primeiramente, alguns conceitos devem ser percebidos como parte desta trajetria dos estudos de comunicao. Conceitos como persuaso e ideologia, estudados principalmente por duas escolas: Americana e Europia. Nesta disciplina estudaremos a Escola Americana e Europia, no numa perspectiva de acumular informaes, mas de entendimento e anlise. Para isto no precisamos esgotar o que j se sabe sobre estas escolas, mas de elaboraes prprias (escritas, orais) a partir da leitura de alguns textos propostos. Da partimos, mas queremos chegar mais alm do repuxe das informaes. Buscamos trabalhar com estes autores, talvez despertar um gosto pelas idias-estudo em Comunicao Social. Estes textos e artigos selecionados vo nesta direo: so textos que no apenas dizem o que uma teoria, mas relacionam as idias, relacionam as escolas. So textos elaborados, construdos. Neste sentido, ns devemos buscar: trabalhar com textos (um texto retrabalhado, rabiscado, um pouco estudado) aqui que eu pretendo chegar: que voc entenda que o texto do autor em discusso o material para voc iniciar a sua obra, que ainda est por fazer. Esta uma tarefa inacabada e coloca a teoria numa situao de eterna desconfiana e sujeita a reformulaes. Mas para entender este abre e fecha de uma perspectiva para outra preciso entender o que realmente est se dizendo que no mais vlido. Meu objetivo buscar este dilogo com os textos, buscar (com gosto) ampliar uma viso inicial, percebendo o seu percurso inicial para o final (a sacada) que voc realizou, a sua elaborao de um aprendiz (que aparece num determinado momento: as provas, o trabalho final, as suas observaes em aula). Acredito que aprende-se com este contato duvidoso, mas com construes mais ou menos acabadas (ler, reler, anotar, rabiscar...) e por a que penso estar colaborando com o seu aprendizado: organizando este percurso dos estudos em comunicao social. Trabalhar a comunicao numa perspectiva cientfica um grande desafio: o seu

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compromisso como Aprendiz I adentrar a e ter certa competncia para comunicar estas perspectivas tericas. Espero que esta apostila te ajude no teu desempenho. Tenha um bom semestre! Atenciosamente, Ana Maria Strohschoen [email protected]

PERGUNTAS E RESPOSTAS MEIO BSICAS PARA APRENDER TEORIA

P: Quer dizer que vamos aprender aqui a fazer perguntas? R: Mais ou menos isto.

P: A gente aprende a fazer perguntas? R: Sim, tem at livros que j ensinam sobre isto. uma boa competncia, uma das mais difceis hoje.

P: Uma das condies necessrias para aprender teoria da comunicao fazer perguntas? R: , mas tambm saber sobre teorias sociolgicas e filosofia.

P: Isto envolve Marx, Weber, Escola de Frankfurt? R: Sim, so bsicos.

P: Isto envolve tambm Teoria do Conhecimento (Gnosiologia) e Epistemologia (Teoria da Cincia)? R: Sim.

P: H alguma rea da universidade hoje que no faa uso de pesquisa? R: No.

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P: At a comunicao? Por que, se tudo criatividade? R: H quem estuda estes processos em cada rea (PP, RP, Mdia, Jornal). Para ter validade preciso ser um trabalho cientfico.

P: Que formao e ousadia deve ter um professor para ensinar uma disciplina terica? R: Ter passado por pesquisa: mestrado e principalmente doutorado. H muita confuso com o uso de uma teoria. Normalmente se quer fazer uso de reviso bibliogrfica, conceitos e no teoria como realmente (ver texto Reimo).

P: O que isto: mestrado e doutorado? O meu advogado e meu mdico so doutores? R: No! Mestrado em mdia 2,5anos, pesquisa-dissertao hoje, antes de 1996 era tese. Doutorado em mdia 4 anos.

P: Onde se pesquisa? Como? Por que? Quando? R: Teoria indita, ningum pode ter feito isto antes. Inovador. No mestrado no precisa.

P: O que isto melhora a graduao? R: Abre caminhos para buscar bolsas de financiamento CNPQ, FAPERGS e na prpria UNISC (PUIC): formao de pesquisador. Um mercado disputadssimo hoje.

P: possvel aprender isto em aulas na graduao? R: Sem a prtica da pesquisa difcil, mas as aulas tericas podem pelo menos exercitar para a reflexo de um texto. Tudo em pesquisa comea com uma curiosidade em querer estudar o que no se sabe.

P: Mas como vou ter uma resposta j que no sei? R: Com uma pergunta ou mais, o resto decorre disto.

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AULAS 02, 03 e 04

SEMINRIO SOBRE EDUCAO

Textos de referncia:

A formao de um novo homem de comunicaoAna Maria Strohschoen

Os trs ltimos sculos tm sido caracterizados por grandes revolues tecnolgicas, cada uma delas desencadeando um processo de reajustes scio-econmicos e de mentalidades. Da conjuntura do sculo XVIII emerge a Revoluo Industrial na Inglaterra, e da associao cincia e tcnica, passo a passo, uma nova estrutura se instala. A grande revoluo do sculo XX comeara... Em quarenta anos a presena do computador alterou as relaes sociais, econmicas e polticas em todo o mundo. Os pases j alicerados em seu anterior desenvolvimento puderam dar um salto qualitativo que os colocaram na primazia absoluta da hierarquia mundial. Mesmo o Japo, embora retardatrio em conseqncia da Segunda Guerra, soube usar a nova tecnologia como o trampolim para a escalada rpida para o desenvolvimento. Hoje, banida a guerra fria poltico-ideolgica, uma nova guerra fria tecnolgica se instala entre os prprios pases do primeiro mundo e, sobretudo, entre os pases do Primeiro e os do Terceiro Mundo. A progresso na difuso e diversificao na indstria da eletrnica to rpida que em curto espao de tempo a gerao mais nova de computadores torna a anterior obsoleta. Chega-se mesmo a reter novos avanos para permitir a vendagem da produo ainda em fase de comercializao. Alterouse tambm a forma de produo. At meados do sculo, a "inveno" era industrial, dos cientistas e/ou tcnicos. Hoje h quase um anonimato na medida em que equipes e laboratrios de empresas coletivamente pesquisam para o futuro. Acredito que somente dentro deste quadro que poderemos refletir sobre as cincias, a tecnologia e a arte na formao profissional do comunicador. No adianta mais discutir em que semestre se inclui esta ou aquela disciplina, ou se deve ser acrescentada ao currculo uma nova disciplina profissionalizante ou humanstica, o que importa preparar este profissional para o prximo milnio, com o objetivo que ele seja, enquanto profissional do Terceiro Milnio, um estimulador e no um exterminador do futuro. Para tanto, em primeiro lugar necessrio mudar nosso comportamento perante os jovens. Se por outro lado, as informaes veiculadas pelos meios de comunicao so mosaicos impossveis de

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serem logicamente racionalizados, por outro lado, o uso dos computadores no cotidiano induz o jovem a outro tipo de raciocnio, que temos de respeitar. No adianta lamentar que entre um canto de Machado de Assis ou uma tragdia de Shakespeare, o jovem prefira um show de rock ou a Frmula 1. Outro dia, algum estava lembrando uma pesquisa realizada entre os profissionais do jornalismo sobre os seus cursos, e o resultado foi que os formados com menos de cinco anos achavam que tiveram pouca tecnologia, os de at dez anos, que o curso podia ter sido equilibrado entre as disciplinas tcnicas e humansticas, e os de mais de quinze anos lamentaram no terem tido mais disciplinas humansticas, como diziam os antigos, preciso dar tempo ao tempo. A velha dicotomia entre humanismo e tcnica se transfigura hoje na problemtica do porvir da humanidade em parceria com a mquina. O humanismo iluminista e enciclopedista deve ser revisto para um enfoque diferente no qual o homem no mais est s e no centro do mundo, mas como um ser michelangesco, contempla o mundo por ser recriado, com suas grandezas e mazelas. , portanto, para seu universo que penso na formao do futuro profissional de comunicao. necessrio dar-lhe uma habilitao para o mercado, sem dvida, mas no padro nico. preciso deixar-lhe a opo dos caminhos da sua prpria sensibilidade. Aqueles que quiserem se moldar ao perfil exigido pelas empresas que assim o faam. Mas preciso deixar o espao para os criadores. Sobre estes recai tripla responsabilidade. A primeira, a de assumir a sua formao de cientista, buscando na interdisciplinariedade do conhecimento humano os elementos para a compreenso da sociedade, no sentido de inici-la no seu uso das novas tecnologias. Segunda, a de explorar at a exausto todo o potencial tecnolgico disposio da importao das novas tecnologias e lutar por conexes que permitam criar produtos estratgicos para o desenvolvimento. Ainda h um outro componente: a presena da arte na formao do comunicador. A arte, imbricada na nova perspectiva, tem de desempenhar papel fundamental. Somente ela provoca emoes visuais e sensoriais capazes de desencadear melhor compreenso do passado e, sobretudo do presente. O comunicador trabalhar melhor a esttica do seu prprio momento histrico, com ou sem auras, conforme Walter Benjamin. O que estou propondo a formao de um novo homem de comunicao. No mais a fabricao seriada de robs do jornalismo, das relaes pblicas, da publicidade e propaganda, etc., mas de um homem soberano, consciente, capaz de criar, dominar e instrumentalizar a mquina. Para mim este o desafio da modernidade ou da ps-modernidade, se quiserem.

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916/12/2003 - 03h12

Folha Online http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u687.shtml

Sobre os perigos da leituraRUBEM ALVES colunista da Folha de S.Paulo

Nos tempos em que eu era professor da Unicamp, fui designado presidente da comisso encarregada da seleo dos candidatos ao doutoramento, o que um sofrimento. Dizer "esse entra, esse no entra" uma responsabilidade dolorida da qual no se sai sem sentimentos de culpa. Como, em 20 minutos de conversa, decidir sobre a vida de uma pessoa amedrontada? Mas no havia alternativas. Essa era a regra. Os candidatos amontoavam-se no corredor recordando o que haviam lido da imensa lista de livros cuja leitura era exigida. A tive uma idia que julguei brilhante. Combinei com os meus colegas que faramos a todos os candidatos uma nica pergunta, a mesma pergunta. Assim, quando o candidato entrava trmulo e se esforando por parecer confiante, eu lhe fazia a pergunta, a mais deliciosa de todas: "Fale-nos sobre aquilo que voc gostaria de falar!". Pois claro! No nos interessvamos por aquilo que ele havia memorizado dos livros. Muitos idiotas tm boa memria. Interessvamo-nos por aquilo que ele pensava. O candidato poderia falar sobre o que quisesse, desde que fosse aquilo sobre o que gostaria de falar. Procurvamos as idias que corriam no seu sangue! A reao dos candidatos, no entanto, no foi a esperada. Aconteceu o oposto: pnico. Foi como se esse campo, aquilo sobre que eles gostariam de falar, lhes fosse totalmente desconhecido, um vazio imenso. Papaguear os pensamentos dos outros, tudo bem. Para isso, eles haviam sido treinados durante toda a sua carreira escolar, a partir da infncia. Mas falar sobre os prprios pensamentos ah, isso no lhes tinha sido ensinado! Na verdade, nunca lhes havia passado pela cabea que algum pudesse se interessar por aquilo que estavam pensando. Nunca lhes havia passado pela cabea que os seus pensamentos pudessem ser importantes. Uma candidata teve um surto e comeou a papaguear compulsivamente a teoria de um autor marxista. Acho que ela pensou que aquela pergunta no era para valer. No era possvel que estivssemos falando a srio. Deveria ser uma dessas "pegadinhas" sdicas cujo objetivo confundir o candidato. Por vias das dvidas, ela optou pelo caminho tradicional e tratou de demonstrar que havia lido a

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bibliografia. A eu a interrompi e lhe disse: "Eu j li esse livro. Eu sei o que est escrito nele. E voc est repetindo direitinho. Mas ns no queremos ouvir o que j sabemos. Queremos ouvir o que no sabemos. Queremos que voc nos conte o que voc est pensando, os pensamentos que a ocupam...". Ela no conseguiu. O excesso de leitura a havia feito esquecer e desaprender a arte de pensar. Parece que esse processo de destruio do pensamento individual consequncia natural das nossas prticas educativas. Quanto mais se obrigado a ler, menos se pensa. Schopenhauer tomou conscincia disso e o disse de maneira muito simples em alguns textos sobre livros e leitura. O que se toma por bvio e evidente que o pensamento est diretamente ligado ao nmero de livros lidos. Tanto assim que se criaram tcnicas de leitura dinmica que permitem ler "Grande Serto: Veredas" em pouco mais de trs horas. Ler dinamicamente, como se sabe, essencial para se preparar para o vestibular e para fazer os clssicos "fichamentos" exigidos pelos professores. Schopenhauer pensa o contrrio: " por isso que, no que se refere a nossas leituras, a arte de no ler sumamente importante". Isso contraria tudo o que se tem como verdadeiro, e preciso seguir o seu pensamento. Diz ele: "Quando lemos, outra pessoa pensa por ns: s repetimos o seu processo mental". Quanto a isso, no h dvidas: se pensamos os nossos pensamentos enquanto lemos, na verdade no lemos. Nossa ateno no est no texto. Ele continua: "Durante a leitura, nossa cabea apenas o campo de batalha de pensamentos alheios. Quando esses, finalmente, se retiram, o que resta? Da se segue que aquele que l muito e quase o dia inteiro perde, paulatinamente, a capacidade de pensar por conta prpria. Esse, no entanto, o caso de muitos eruditos: leram at ficar estpidos. Porque a leitura contnua, retomada a todo instante, paralisa o esprito ainda mais que um trabalho manual contnuo". Nietzsche pensava o mesmo e chegou a afirmar que, nos seus dias, os eruditos s faziam uma coisa: passar as pginas dos livros. E com isso haviam perdido a capacidade de pensar por si mesmos. "Se no esto virando as pginas de um livro, eles no conseguem pensar. Sempre que se dizem pensando, eles esto, na realidade, simplesmente respondendo a um estmulo o pensamento que leram... Na verdade eles no pensam; eles reagem. (...) Vi isso com meus prprios olhos: pessoas bem-dotadas que, aos 30 anos, haviam se arruinado de tanto ler. De manh cedo, quando o dia nasce, quando tudo est nascendo, ler um livro simplesmente algo depravado..." E, no entanto, eu me daria por feliz se as nossas escolas ensinassem uma nica coisa: o prazer de ler! Sobre isso falaremos...Rubem Alves, 70, escritor e educador, autor de "Conversas sobre a Educao" (Verus), "Quando Eu Era Menino" (Papirus) e "Livro sem Fim" (Loyola), entre outros. Site: www.rubemalves.com.br

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26/08/2003 - 02h41

Folha Online http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u525.shtml

Inteis e perniciososRUBEM ALVES colunista da Folha de S.Paulo Resumindo: os vestibulares so, em primeiro lugar, inteis. Um leitor, assustado com minha sugesto inslita de que os vestibulares sejam substitudos por um sorteio, enviou-me um e-mail em que me acusava de estar trocando um critrio baseado na competncia critrio racional, portanto por um critrio baseado na sorte, coisa irracional. Mas eu pergunto a voc que conseguiu sobreviver cmara de torturas: o vestibular os tornou competentes em qu? Marcelo Zocchio

Competncia tem a ver com a capacidade de resolver problemas reais, situaes tais como elas aparecem na vida. Em que o preparo para os vestibulares o tornou competente? Eu me arrisco a dizer que a nica competncia que o preparo para os vestibulares desenvolve ... a efmera capacidade de passar nos vestibulares... Efmera, que dura apenas um dia. Tanto esforo, tanto sofrimento, para nada. Pois, como j demonstramos, essa capacidade logo desaparece no buraco negro do esquecimento. A memria uma funo da vida, do corpo. E o corpo no bobo. Aquilo que no instrumental para a vida logo esquecido. Pense na memria como um escorredor de macarro. Um escorredor de macarro uma bacia cheia de furos. A gente pe o macarro na gua fervente para amolecer. Amolecido o macarro, preciso livrar-se da gua. Jogam-se, ento, macarro e gua no escorredor de macarro. A gua escorre pelos buracos, e o macarro fica. A memria assim: ela se livra do que no tem serventia por meio do esquecimento. E o que que tem serventia? Duas coisas, apenas. Primeiro, coisas que so teis, conhecimentos-ferramentas, conhecimentos que nos ajudam a entender e a fazer coisas. (Note, por favor, que a utilidade varivel. Para os esquims, conhecimento instrumental a arte de fazer iglus. Mas esse conhecimento intil para bedunos no deserto. Para eles, o instrumental fazer tendas. Conhecimentos que so teis para as crianas das praias de Alagoas so totalmente inteis para as crianas que vivem nas montanhas de Minas. Da o absurdo dos programas que ensinam as mesmas ferramentas, como os nossos.)

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A outra coisa que tem serventia so os prazeres. Prazeres no so ferramentas. No tm uma funo prtica. Mas do alegria. Do sentido vida. O corpo no se esquece dos prazeres. Educar, assim, tem a ver com as duas caixas que o corpo carrega: a caixa das ferramentas e a caixa dos brinquedos. Na caixa das ferramentas, esto os conhecimentos que so meios para viver. Na caixa dos brinquedos, os conhecimentos que nos do razes para viver. E eu pergunto: que ferramentas o preparo para os vestibulares lhe deu? Que prazeres? Ao final, o escorredor de macarro fica vazio no havia macarro, s havia gua. Mas, alm de serem inteis, os vestibulares so perniciosos, por deformar a nossa capacidade de pensar. Eu lhe pergunto: o que mais importante: saber as respostas ou saber fazer as perguntas? Se voc me disser que o mais importante saber as respostas, eu lhe digo: voc j est obsoleto ou est a caminho da obsolescncia. Porque uma das caractersticas do nosso momento histrico o carter efmero das respostas. Quem sabe as respostas logo fica sabendo nada. Pensar no saber as respostas. Pensar saber fazer perguntas. Sobre esse assunto, aconselho a leitura do prefcio "Crtica da Razo Pura", de Kant, em que ele diz precisamente isso que o conhecimento se inicia com as perguntas que fazemos natureza. Mas essas perguntas surgem quando ns, contemplando a natureza, nos sentimos provocados por seus assombros. O incio do pensamento se encontra nos olhos que tm a capacidade de se assombrarem com o que vem. Mas precisamente isso, os olhos assombrados, que o preparo para os vestibulares destri. Vestibulares so cega-olhos... Schopenhauer tem um curto e delicioso texto sobre livros e leitura em que ele diz o seguinte: "Quando lemos, outra pessoa pensa por ns: s repetimos o seu processo mental". Segue-se que "aquele que l muito ou quase o dia inteiro (...) perde paulatinamente a capacidade de pensar por conta prpria" o que o caso de muito eruditos, que "leram at ficar estpidos". Coisa semelhante acontece com aqueles que se preparam para os vestibulares: de tanto serem treinados para dar as respostas certas, acabam por perder a capacidade de fazer perguntas, a essncia do pensamento inteligente. O preparo para os vestibulares, assim, um processo estupidificador, um mecanismo pernicioso para a inteligncia. Acrescente-se a isso o fato de que, devido fria da competio, os candidatos, no seu preparo, so forados a abandonar tudo aquilo que tem a ver com a "caixa dos brinquedos", o que provoca um embrutecimento da sua sensibilidade. O maior benefcio da abolio dos vestibulares seria este: as escolas estariam finalmente livres dessa guilhotina horrenda no horizonte e poderiam se dedicar tarefa de educar, de desenvolver a arte de pensar, que nada tem a ver com o preparo para os vestibulares.Rubem Alves, 69, psicanalista e educador. Sobre suas idias sobre os exames vestibulares, recomenda o livro que escreveu para crianas "No Pas dos Dedos Gordos" (Edies Loyola). Site: www.rubemalves.com.br

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P A

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I

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F

OLuis Fernando Verssimo

Certos insetos se comunicam quimicamente. Secretam substncias que dizem aos outros o que eles querem transmitir, que tanto pode ser a localizao de uma lagartixa morta quanto siga-me ou eu te amo. sabida a importncia do cheiro na comunicao entre animais. As baleias cantam, os gorilas batem no peito e at os economistas desenvolveram um cdigo ainda no decifrado para falar um com o outro. Descontando-se este ltimo caso, o que todas estas formas de linguagem tm em comum que no so ensinadas na escola. As formigas j nascem com seus cheiros naturais, e nenhum deles se preocupa com a tcnica ou a filosofia do seu mtodo de comunicao. O homem no tem esta facilidade. Precisa aprender a se comunicar. E todo formando em comunicao est, na verdade, recebendo a mais alta compensao que a sociedade pode dar por esta falha gentica da nossa espcie. Um profissional de comunicao um especialista em formas no naturais de entendimento. A humanidade no foi programada para se entender por secrees e odores dependendo, claro, da turma com que voc anda e por isto precisa fazer do entendimento um aprendizado constante, um ofcio e um compromisso. A comunicao isto, um compromisso com o entendimento, com a superao da nossa dificuldade em agir como espcie. E quem se dedica a esta especializao tambm precisa decidir como vai exerce-la. Lida com outra coisa que no aflige o bicho: a tica. No bicho, biologia destino. No homem, escolha destino, mesmo que seja a escolha dos outros sobre como ns vamos viver. Nada, acredite, est nos genes ou nas estrelas. Voc tem o poder da escolha, que no fundo a sua suprema compensao por no ser um inseto.

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Material de apoio:

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EXPERINCIA

Num processo de seleo da Volkswagen, os candidatos deveriam responder a seguinte pergunta:

-Voc tem experincia?

A redao abaixo foi desenvolvida por um dos candidatos. Ele foi aprovado e seu texto est fazendo sucesso, e ele com certeza ser sempre lembrado por sua criatividade, sua poesia, e acima de tudo por sua alma.

REDAO VENCEDORA:

J fiz cosquinha na minha irm s pra ela parar de chorar, j me queimei brincando com vela. Eu j fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto, j conversei com o espelho, e at j brinquei de ser bruxo. J quis ser astronauta, violonista, mgico, caador e trapezista. J me escondi atrs da cortina e esqueci os ps pra fora. J passei trote por telefone. J tomei banho de chuva e acabei me viciando. J roubei beijo. J confundi sentimentos. Peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido. J raspei o fundo da panela de arroz carreteiro, j me cortei fazendo a barba apressado, j chorei ouvindo msica no nibus. J tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas so as mais difceis de se esquecer. J subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas, j subi em rvore pra roubar fruta, j ca da escada de bunda. J fiz juras eternas, j escrevi no muro da escola, j chorei sentado no cho do banheiro, j fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante. J corri pra no deixar algum chorando, j fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma s. J vi pr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, j me joguei na piscina sem vontade de voltar, j bebi usque at sentir dormentes os meus lbios, j olhei a cidade de cima e mesmo assim no encontrei meu lugar. J senti medo do escuro, j tremi de nervoso, j quase morri de amor, mas renasci novamente

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pra ver o sorriso de algum especial. J acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar. J apostei em correr descalo na rua, j gritei de felicidade, j roubei rosas num enorme jardim. J me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um "para sempre" pela metade. J deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol, j chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida mesmo um ir e vir sem razo. Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoo, guardados num ba, chamado corao. E agora um formulrio me interroga, me encosta na parede e grita: "Qual sua experincia?". Essa pergunta ecoa no meu crebro: experincia... experincia... Ser que ser "plantador de sorrisos" uma boa experincia? No!!! Talvez eles no saibam ainda colher sonhos! Agora gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta pergunta: Experincia? Quem a tem, se a todo momento tudo se renova? Se verdade o texto acima eu no sei, s sei que se for, esta a grande prova que as oportunidades vm e vo e a gente vive reclamando onde esto, mas na verdade ns s vezes no a enxergamos e em outras no sabemos aproveit-las, e sempre ao nos depararmos com histrias assim pensamos: -Se eu tivesse enxergado ou tivesse agido melhor tudo poderia ser diferente! Mas por favor, esquea o passado, olhe para as oportunidades que viro, boa sorte.

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Em cima destes textos, o aluno em grupo escolhe um destes temas para apresent-lo de forma oral. O grupo ter duas aulas para planej-lo. Na primeira deve entregar um resumo com as principais idias do autor. O autor deve aparecer, enfim, esclarecer tudo sobre o texto. No segundo momento, a segunda aula do planejamento, o aluno far elaboraes suas e de grupo em cima do que leu. Pode relacionar com outros textos, outros materiais como msicas, filmes, fotografias, enfim, tudo o que o autor tem como assunto relacionar com outros materiais. Aqui entra as suas elaboraes. Ento a apresentao do seminrio consta de duas partes, que devem ter um certo equilbrio. 1 parte: aparecer o autor, duas ou mais citaes como ele escreveu e justificar por que so importantes. 2 parte: aparecer as falas do grupo, as elaboraes em cima de exemplos que relacionaram, enfim, as relaes. No deve esta parte apenas aparecer sem ter o comentrio do grupo, no apenas uso de imagem e som para ilustrar e com isso o grupo se eximir de falar. No precisa ser entregue material escrito para a professora, mas o roteiro da apresentao deve ser feito durante o planejamento. O grupo deve estar com o planejamento devidamente feito para a apresentao e tambm para ganhar os pontos do planejamento. A nota dividida em duas partes: do planejamento e da apresentao. Este seminrio faz parte da Nota 1.

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De acordo com os fragmentos retirados do texto O Telgrafo e a Orquestra, podemos perceber uma cronologia do significado da comunicao antes de ser uma cincia. O primeiro fragmento mostra a comunicao como partilha (p.22):

ARISTTELES: a retrica =

a) o locutor b) discurso c) ouvinte

No segundo fragmento do texto, a comunicao assume um sentido de transmisso (p.22):

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A-

B = XObjetivo: Persuaso

A comunica alguma coisa B com efeito ou resultado X.

O significado atual de Comunicao est representado no terceiro fragmento do texto (p.22):

LASWELL: acrescentou o Como e Para qu. Procurou amenizar a influncia da teoria mecanicista. Da Psicologia Clssica (Skinner, Parlov: Behaviorismo), queria colocar a existncia de variveis contextuais. Estmulo Resposta

E

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AULAS 05, 06, 07, 08, 09 e 10

ESCOLA AMERICANA

Textos de referncia:

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EXERCCIOS SOBRE O TEXTO TELGRAFO OU ORQUESTRA

Nome:

Data:

1. Encontre trs palavras-chave que so importantes para o entendimento do texto. 1 _______________________________________ 2 _______________________________________ 3 _______________________________________

2. Busque uma citao para uma idia central do autor, bem importante para a compreenso do texto.

3. Busque uma citao que no to importante para o texto, mas ajudou na sua compreenso.

4. Faa um comentrio sobre a sua leitura: a) voc leu o texto uma vez b) voc leu o texto mais de uma vez e fez anotaes c) voc no leu d) voc comeou, parou e falou s que chato e) voc comeou, parou, comeou, parou...

5. No incio do texto o autor: a) trabalha o conceito de comunicao b) d o desfecho c) discute os autores da sociologia crtica d) abre para as reflexes filosficas da teoria e) discute a dialtica

6. O texto destaca com mais nfase: a) a teoria matemtica da comunicao b) os avanos do capitalismo c) os abusos da teoria crtica e) considera desnecessria teoria

matemtica da comunicao

7. O autor defende mais a idia de comunicao como: a) Telgrafo b) orquestra c) sinais eltricos Justifique sua resposta. d) ondas magnticas e) teoria isolada do contexto cultural

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8. Dentre os conceitos de teoria trazidos pelo autor quais deles ele tende mais a defender? a) cartesiano b) idealismo c) funcionalismo d) interao e) marxismo ortodoxo

9. Como voc pode fazer parte desta rea da comunicao? Assinale os itens e comente aquele que mais teria interesse. a) viajar para o prximo Intercom b) fazer parte de um projeto de pesquisa como bolsista c) ler mais sobre pesquisa em comunicao d) participar de encontros de pesquisa e) quero aprender a pesquisar, mas no sei por onde comeo

10. A comunicao como rea cientfica : a) uma monografia b) um artigo num jornal c) uma reportagem d) uma campanha e) um programa de TV

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EXERCCIOS SOBRE O TEXTO TEORIA OU TEORIAS

Nome:

Data:

1. Encontre trs palavras-chave que so importantes para o entendimento do texto. 1 _______________________________________ 2 _______________________________________ 3 _______________________________________

2. Busque uma citao que sirva para uma idia geral da autora.

3. Busque uma citao que sirva para uma idia especfica.

4. Assinale a alternativa que mais combina com sua leitura do texto: a) voc leu o texto uma vez b) voc leu o texto mais de uma vez e fez anotaes c) voc no leu d) voc comeou, parou e falou s que chato e) voc comeou, parou, comeou, parou...

5. No incio do texto a autora: a) trabalha o conceito de comunicao b) d o desfecho c) resgata a origem da palavra d) aproxima o leitor com as teorias da comunicao e) discute a dialtica

6. O texto destaca com mais nfase: a) a teoria matemtica da comunicao b) os avanos do capitalismo d) ela considera tudo teoria da comunicao e) os abusos da teoria crtica

c) resgata duas abordagens em teoria da comunicao sobre o que entende como teoria

7. Qual a importncia do ltimo pargrafo? a) fechar a idia para teorias da comunicao b) defende apenas uma abordagem c) no claro, no respondeu d) no d uma resposta para a questo e) funcionalista

8. Dentre os conceitos de teoria trazidos pela autora quais deles ela tende mais a defender?

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a) cartesiano b) idealismo c) funcionalismo

d) dialtico e) marxismo ortodoxo

9. A partir do exerccio que ela fez com a idia de conceitos o que voc comea a pensar sobre o que uma teoria da comunicao?

10. Como voc pode fazer parte desta rea da comunicao? Assinale um destes itens e comente aquele que mais teria interesse. a) viajar para o prximo Intercom b) fazer parte de um projeto de pesquisa como bolsista c) ler mais sobre pesquisa em comunicao d) participar de encontros de pesquisa e) quero aprender a pesquisar, mas no sei por onde comeo

11. A comunicao como rea cientfica : a) uma monografia b) um artigo num jornal c) uma reportagem d) uma campanha e) um programa de TV

12. Complete uma coluna com a outra: ( ( 1. Escola de Frankfurt ) Adorno, Horkheimer, Marcuse, Habermas ) Parsons, Lazarfeld, Berlo

( ) Apresenta elementos do processo de comunicao: Fonte, canal, mensagem, feedback

2. Escola Americana

( ( (

) Laswell ) Indstria cultural ) Teoria crtica

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Considero o 1 texto com informaes mais detalhadas sobre a Escola Americana, dando uma cronologia sobre conceitos e autores e o que estudaram nesta abordagem. Interessante perceber que o autor no se concentra apenas na crtica a esta abordagem, mostrando a sua base terica. Ento fica a pergunta: Comunicao Telgrafo ou Orquestra? Por qu? No 2 texto j acontece uma crtica explcita Escola Americana, colocando sob discusso se ou no uma teoria. O que teoria para a autora? Qual sua melhor teoria? Vamos ento buscar responder a estas perguntas lendo os textos e principalmente debatendo seu contedo. Parece que os autores querem dizer algo a mais do que at ento se pensa na abordagem funcionalista da comunicao. No to simples isto. No d para passar apenas o que Escola Americana sem levar em conta sua dimenso terica e ao mesmo tempo perceber seus limites. Para melhor entender temos um resumo e outras referncias de seus principais autores.

ESCOLA AMERICANA // TEORIA TRADICIONAL

Quadro comparativo a partir de Winkin e Reimo: Semelhanas Diferenas

Winkin / Reimo: ambos discutem a Reimo chama a Escola Americana de Escola Americana. Teoria Tradicional e no considera como uma teoria consistente e sim fragmentada (especializada, baseada na oposio teoria crtica). Ambos discutem a partir da explanao de Reimo faz uma oposio entre teoria e conceitos e Teorias da Comunicao. teoria, trazendo esta distino para a comunicao entre Teoria Tradicional e Teoria Crtica. Enfatizam a importncia de entender os Winkin chama ateno no final para a conceitos e as implicaes decorrentes de importncia da Escola Americana e seus seu uso. primeiros estudos.

Discutem a comunicao como rea Winkin s fala dos conceitos da Escola cientfica (Winkin tem mais certeza quanto Americana, trabalha este conceito. Em a Escola Americana, no desqualifica Reimo este contedo da TT no

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como teoria e cincia).

aparece ou o que aparece insuficiente para da fazer um julgamento sobre esta abordagem. Temos que ler em Winkin, portanto, mais detalhes sobre o que a Escola Americana. Winkin no trabalha com conceitos da Sociologia e da Filosofia. Reimo utiliza a sociologia crtica, fala do conceito de teoria a partir das concepes de idealismo e dialtica.

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EVOLUO HISTRICA DA COMUNICAO

1. ARISTTELES: a retrica =

a) o locutor b) discurso c) ouvinte

AX.

B = X

A comunica alguma coisa B com efeito ou resultado

-

Objetivo: Persuaso

2. LASWELL: acrescentou o Como e Para qu. Procurou amenizar a influncia da teoria mecanicista. Da Psicologia Clssica (Skinner, Parlov: Behaviorismo), queria colocar a existncia de variveis contextuais. Estmulo Resposta

E

R

DEFINIO CLSSICA: processo de transmisso de mensagens de fontes a receptores atravs do intercmbio de smbolos (pertencentes a cdigos compartilhados por ambos). Por meio de canais transportadores de sinais.

ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO MODELO:

Traduz os objetivos da fonte 1. FONTE / CODIFICADOR : envia, inicia o processo Tem sempre um objetivo: afetar o receptor 2. MENSAGEM 3. CANAL 4. DECODIFICADOR 5. RECEPTOR 6. FEEDBACK

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BERELSON e STEINER; transmisso e influncia

OSGOOD: influncia

NIXON: as intenes do comunicador e as condies sob as quais a mensagem recebida.

SHANNON e WEAVER: fontes e receptores. Surgiram com a teoria matemtica da comunicao composta de cinco partes:

1. A fonte de informao, que produz as mensagens que vo ser comunicadas ao terminal receptor.

2. O transmissor que opera sobre a mensagem, produzindo sinais susceptveis de transmisso pelo canal.

3. O canal apenas o meio utilizado para transmitir o sinal do transmissor ao receptor.

4. O receptor realiza a operao inversa em relao ao transmissor, reconstruindo a mensagem a partir do sinal.

5. O destinatrio a pessoa a quem se dirige a mensagem.

SHRAMM: codificador e decodificador.

BERLO: comunicao como processo!

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FASES HISTRICAS DOS ESTUDOS EM COMUNICAO

FASE DOS SOFISTAS: sc. III a/C, Grcia

Estudos da comunicao interpessoal com o objetivo da persuaso, em recintos oficiais ou praas. Sofistas = pessoas que enganam pelas palavras, que conquistam e submetem os homens atravs da mente. Aristteles foi quem conseguiu melhores estudos, analisando o fenmeno da comunicao interpessoal. FASE DOS ENCICLOPEDISTAS: sc. XVIII, filsofos franceses

A cincia da comunicao aparece como um campo definido dentro do conhecimento humano. Ampliam os estudos de comunicao interpessoal e iniciam os estudos da comunicao coletiva = mensagens literrias

FASE DOS FILSOFOS SOCIAIS: sc. XIX

Estudos da comunicao coletiva: jornais, panfletos, revistas FASE DOS CIENTISTAS SOCIAIS 1930: GALLUP, inventou este mtodo para medir o interesse do leitor. Pblico heterogneo, annimo, disperso. Fase mais importante: conjunto de teorias e tcnicas sobre o processo de comunicao. FASE DA PESQUISA INTEGRADA

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PRINCIPAIS AUTORES E ESCOLAS

FUNCIONALISMO

Principais autores: Robert Merton, Paul Lazarfeld, Talcott Parsons, Harold Laswell, Kurt Lewin e Carl Horland...

Mtodo: Positivismo

Tcnica: investigao emprica

Objeto de estudo: a mensagem na comunicao de massa

EUA (dcada de 30)

A Teoria Funcionalista herdeira do Positivismo: rigor cientfico

Augusto Comte

-

Exclua as explicaes metafsicas e teolgicas.

-

Estabelece uma analogia entre o corpo social e o biolgico.

Em comunicao:

O objeto de estudo a mensagem. Pesquisas empricas na dcada de 30, nos EUA.

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Paradigma de Laswell explica o processo de comunicao.

-

Quem? (Emissor)

-

Diz o qu? (Mensagem)

-

Em que canal? (Meio)

-

Para quem? (Receptor)

-

Com que efeito? (Feedback) Sociedade como um organismo sinais eltricos.

-

-

Influncia dos meios no comportamento das massas.

Paradigma de Lazarfeld: contextualiza o processo de comunicao: ele se d numa sociedade de massas, capitalista e liberal: leis de mercado. Limitao dos meios: a forma da Opinio Pblica.

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AULAS 11, 12 e 13

ESCOLA DE FRANKFURT

Esta uma abordagem mais sofisticada e com conceitos que so at hoje caros comunicao como: Alienao! Cultura de massa! Crtica aos meios de comunicao! A cultura como esttica! O marxismo estudando a comunicao. Como estudou? Quais os conceitos? O que atacavam? Quando? Histrico da Escola. Autores como Adorno, Horkheimer, Habermas... O que isto tem a ver com a Ditadura Militar? O que os adeptos desta escola defendiam? Por qu?

Livro de referncia: A Escola de Frankfurt: ontem e hoje, Barbara Freitag.

Apresentamos um resumo do contedo e depois um exerccio.

A ESCOLA (CRTICA) DE FRANKFURT (1923....?)

INTRODUO E HISTRICO

RECONHECIMENTO DA IDEOLOGIA REPRESSIVA NO MARXISMO ORTODOXO. (Insuficiente para explicar a evoluo social)

CRTICA DO POSITIVISMO.

REFLEXO SOBRE A TEORIA E A PRTICA.

DISCUSSO SOBRE A RACIONALIDADE.

DEFESA DA RAZO (VERNUNFF). Nosso princpio bsico: pessimismo terico e o otimismo prtico. (Horkheimer, 1970)

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PRIMEIRO MOMENTO: TEORIA TRADICIONAL X TEORIA CRTICA MEMBROS MAIS DESTACADOS DA ESCOLA: MAX HORKHEIMER (Filsofo, socilogo e psiclogo social) = nasceu em Stuttzart, em 14/02/1895 e faleceu em Nuremberg, em 07/07/1973 THEODOR ADORNO (Fissofo, socilogo e musiclogo) = nasceu em Frankfurt, em 11/09/1903 e faleceu na Sua, em 06/08/1969 HERBERT MARCUSE (Filsofo) = nasceu em Berlim, em 19/07/1898 e faleceu em Munique, em 30/07/1979 JRGEN HABERMAS (Dsseldorf, 18/06/1929)

PERODO DE EMIGRAO PARA OS EUA (1933-1950)

IMPACTO DA CORRENTE POSITIVISTA;

TENTATIVA DE SALVAR A DIALTICA.

DUAS OBRAS QUE MARCARAM ESTE PERODO:

PERSONALIDADE AUTORITRIA (1950)

DIALTICA DO ESCLARECIMENTO (1947)

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PERSONALIDADE AUTORITRIA: Interao entre a dinmica psquica do indivduo x condies sociais e polticas da sociedade.

Indivduo padronizado, rgido, submisso.

Cristalizao do autoritarismo x indivduo autnomo, crtico.

Famlia patriarcal. Pai mais Poderoso.

A DIALTICA DO ESCLARECIMENTO (Escrita juntamente com Adorno, em 1947) Origem e natureza da razo instrumental (crtica ao positivismo);

Atitude crtica diante a evoluo da cultura nas modernas sociedades de massa. razo kantiana, asfixiada pelas relaes capitalistas;

Abandono do paradigma do materialismo histrico, buscando um novo caminho que se afasta do positivismo e neopositivismo. DIALTICO X POSITIVISTA

RAZO EMANCIPATRIA OPRESSORA

RAZO

LGICA FORMAL

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-

A aplicao da teoria ao material no apenas um processo intracientfico, mas tambm social (TC)

-

A vida da sociedade um resultado da totalidade do trabalho Div. Do trabalho no autnoma, nem independente, assim tambm como a cincia no . (TC)

-

As relaes emergem do modo de produo, no so eternas, nem naturais. (TC)

TERICO TRADICIONAL: SUJEITO X OBJETO Defende o princpio da identidade.

(EXTERNO) Realidade social dada, aceita.

-

Conceitos universais (lgica formal) y Concepo cartesiana Processo de instrumentalizao Morte ao mito (razo dominar a natureza) Desencantar o mundo (o que real a razo) x = teoria prtica represso do homem

-

TAREFA DO TERICO TRADICIONAL:

Prever para prover utilitarismo (Bacon) resultados NEUTRALIDADE CIENTFICA. RELAO ENTRE SER E CONSCINCIA.

Para o TC = o trabalho que faz a conscincia, no existe a priori, o mundo vem antes que o sujeito (viso materialista). Para a TT = esta conscincia vem a priori, vem independente do mundo (viso idealista do mundo, primeiro as ideias).

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- RAZO INSTRUMENTAL: mascara a realidade opressora, gera uma relao de conflitos.

LGICA FORMAL

APLICAO DA TCNICA

Atitude passiva diante do conhecimento, reduz o impacto prtico do conhecimento para a tecnologia ou tcnica, priva a razo histrica. para Hegel e Horkheimer a razo a realidade, no est apenas no pensamento.

- POSITIVISMO LGICO : predomnio da cincia ordem lgica coerente c/ leis. WEBER: DICOTOMIA ENTRE FATO / VALOR.

A cincia como uma certa escolha de meios a maneira mais eficiente de realizar um fim.

-

IMPOSSVEL RACIONALIZAR VALORES.

-

TC: defender a razo conciliar o conhecimento com a transformao do estimular a realizao e liberdade.

mundo

- TEORIA CRTICA : captar a realidade em sua totalidade (sujeito x objeto)

DIALTICA

Conhecimento ( dialtico)

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- MARXISMO POSITIVISTA : rompimento epistemolgico

Os adeptos da escola de Frankfurt criticaram o Marxismo ortodoxo, na viso deles este marxismo reduz a participao individual.

Criticaram a reduo do pensamento a um aparato lgico, no querem a razo instrumental. Buscam a cincia para a emancipao e questionar a realidade.

INDSTRIA CULTURAL

CRIADA POR ADORNO E HORKHEIMER (1947)

FASE MONOPOLISTA DO CAPITALISMO (BASES PRONTAS)

LGICA DA PRODUO E DISTRIBUIO COMO AS DEMAIS

MERCADORIAS: PADRO + LAZER

IDEOLOGIA PASSA A SER PRODUZIDA INDUSTRIALMENTE NOS MOLDES DA PRODUO MATERIAL.

O CAPITALISMO SAI DA FBRICA E INVADE O LAR.

PUBLICIDADE : ABREVIA O TEMPO DE CIRCULAO DO CAPITAL.

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A contestao absorvida e se torna consumo, onde os artistas so moldados pelos fs, onde o revolucionrio acaba sendo forado a abraar os interesses dos conservadores, onde a nica sada para o gnio o suicdio simblico ou afetivo. (Estado de Minas, 24/05/91)

A comunicao um compromisso com o entendimento, com a superao de nossa dificuldade em agir em espcie. (L. F. V.)

Nada, acredite, est nos genes, ou nas estrelas. Voc tem o poder de escolha, que no fundo a sua suprema compensao por ser um inseto. (L. F. V.)

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SEGUNDO MOMENTO: (1961) POPPER Positivismo crtica erro A dialtica no aceita o presente como est. O Positivismo aceita a diviso do trabalho. Viso micro Viso macro Cincia neutra objetiva - No contradio - Razo instrumental - Leis absolutas - Dimenso terica X X ADORNO (Frankfurt) Dialtica crtica - Resultados questionados - Desconfiana - Princpio da negatividade - Leis relativas

- Dimenso prtica.

TERCEIRO MOMENTO: LUHMAN Teoria Sistmica Sociedade um organismo vivo - Integrao sistmica (automtica) Racionalidade comunicativa (Razo subjetiva) lgica: razo instrumental Discurso questionar os pressupostos - Viso interna + viso externa = integrao social Dilogo (linguagem) X X HABERMAS (Frankfurt) Teoria da Sociedade

A VOLTA PARA FRANKFURT (1950) A dialtica negativa no aceita o presente como est, o esforo permanente de superar o cotidiano (Adorno)

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EXERCCIOS SOBRE ESCOLA DE FRANKFURT

Nome:

Data:

1. A atividade do terico exprime o sujeito concreto que no s d forma teoria, mas ao mundo real Tomar posio na vida social, influenciar conscientemente se torna uma tarefa da cincia. Este pensamento refere-se : a) Horkheimer b) Aristteles c) Lalande d) Marx e) Nenhum deles

2. Assinale a alternativa incorreta: a) A teoria tradicional contemplativa e picota, isola os fenmenos; b) A teoria crtica contra a atomizao das disciplinas; c) A teoria crtica tem carter auto-reflexivo e auto-questionador; d) Kant publicou em 1937 a Teoria Tradicional e Teoria Critica; e) A teoria tradicional tem como base filosfica o positivismo.

3. Os cinco mbitos compreendidos por Laswell so: a) Fonte, canal, emissor, receptor, audincia; b) Quem, diz o que, o meio, para quem, com que efeito; c) Comunicador, canal, feedback, processo, audincia; d) A informao, o receptor, o feedback, o comunicador, a mensagem; e) Emissor, mensagem, receptor, audincia, tecnologia;

4. O esquema de Laswell apresenta dois problemas: a) muito complexo e terico; b) subjetivo e filosfico; c) incoerente com a teoria tradicional e com a teoria critica; d) unidirecional e omite as intenes do emissor; e) adepto da teoria da informao e teoria matemtica da comunicao.

5. Como antdoto ao risco da instrumentalizao da pesquisa se impe: a) A teoria tradicional; b) A pesquisa interdisciplinar; c) A pesquisa operacional; d) A pesquisa pragmatista; e) A teoria matemtica da comunicao.

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6. Assinale a alternativa incorreta: a) A tarefa da teoria delimitar o objeto do conhecimento; b) A delimitao de um objeto um problema terico e no um registro da prtica; c) O isolamento entre uma teoria e prtica existe s quando a teoria falsa; d) A prtica sem sistematizao um saber transfervel; e) A comunicao pode ser tratada pelas mais variadas disciplinas graas ao simples fato de que a sociedade um vasto processo comunicacional.

7. Assinale a alternativa correta: a) Do sculo XIX para c, a comunicao no problema; b) A sociedade moderna no provoca a abstrao do sujeito, por isso, h mais identidade; c) A modernidade criou uma subjetividade distanciada, separou os indivduos do seu papel; d) O simulacro da comunicao no converte em verdade, por isso o jornalista busca espetculos; e) Nas sociedades pr-modernas, as identidades eram individuais, havia pouca representao coletiva. 8. A produo cria o consumidor, a produo produz no s o objeto para o sujeito, mas tambm um sujeito para o objeto. Marx ao afirmar esta frase queria dizer que: a) A cultura de massa depende das indstrias e da tecnologia; b) A cultura de massa a reao do consumidor; c) A cultura de massa cria tipo de linguagem diferente: o videoclip; d) A cultura de massa produto dos burgueses; e) A cultura de massa produto de uma dialtica produo/consumo.

9. As principais caractersticas da cultura de massa so: a) Existncia mitos, trabalho assalariado, interesse alm das culturas locais; b) Trabalho assalariado, preocupao com o lazer, aumento da solidariedade; c) Possui organizao social, costumes e tradio; d) Vida tradicional e rural; e) Por linhas coletivas: responde s necessidades coletivas.

10. O termo cultura de massa surge com: a) A Escola de Frankfurt; b) Morin; c) Marx; d) Durante um congresso nos EUA, em 1970; e) Gabriel Cohn.

11. So caractersticas da Escola de Frankfurt, exceto: a) A discusso sobre a racionalidade, princpio da contradio;

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b) Negao da prtica, a cincia neutra; c) Critica ao positivismo, leis relativas; d) Reflexo sobre teoria e a prtica; e) Desconfiana, princpio da negatividade.

12. Terico que discute a racionalidade comunicativa : a) Adorno; b) Habermas; c) Popper; d) Horkheimer; e) Luhman.

13. As principais leis da dialtica so: a) A no-aceitao do presente, princpio da negao; b) A no-contradio e as leis absolutas; c) A dimenso terica e a neutralidade; d) O positivismo e a objetividade; e) A razo instrumental e a viso micro da sociedade.

14. Duas obras marcaram Horkheimer em 1947 e 1950: a) A cultura de massa no sculo XX e a dimenso social da sociedade de massas; b) O capital e o manifesto comunista; c) Diagnstico do nosso tempo, dialtica do esclarecimento; d) A cultura de massa no sculo XX e personalidade autoritria; e) Personalidade autoritria e dialtica do esclarecimento.

15. Em Personalidade Autoritria, o autor discute: a) A decadncia do autoritarismo; b) A famlia matriarcal; c) O indivduo livre, autnomo; d) A interao entre a dinmica do indivduo e as condies polticas e sociais da sociedade; e) Indivduo saudvel no perodo da 2 Guerra devido ao Pai Poderoso. 16. Em A dialtica do esclarecimento, o autor discute: a) A emergente razo kantiana e a busca do paradigma do materialismo histrico; b) Crtica dialtica; c) Atitude pacfica diante da evoluo da cultura nas modernas sociedades de massa; d) A origem e a natureza da razo instrumental; e) A aceitao do positivismo e neopositivismo.

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17. No so caractersticas da Teoria Critica: a) A vida da sociedade um resultado da totalidade do trabalho; b) As relaes emergem do modo de produo, no so eternas, nem naturais; c) A aplicao da teoria ao material no apenas um processo intracientfico, mas tambm social; d) O terico utiliza a dialtica, a razo emancipatria; e) O terico critico parte da concepo cartesiana.

18. A teoria tradicional tem como caractersticas: a) O positivismo, a neutralidade cientfica, a mudana; b) O processo de instrumentalizao, a lgica dialtica; c) A realidade social, os conceitos universais; d) A lgica formal, a realidade a razo; e) A defesa do princpio da identidade, o que real o sujeito histrico.

19. Adorno, Horkheimer, Marcuse fazem parte da teoria: a) Positivista; b) Critica; c) Neoliberal; d) Kantiana; e) Metafsica.

20. Laswell : a) Holistico; b) Marxista; c) Funcionalista; d) Metafsico; e) Nada disso.

21. Relacione uma coluna com a outra: ( ( ) A Comunicao como ideologia ) Meios de Comunicao so neutros, passar ( 1 ) Escola Americana ( 2 ) Escola Frankfurt

uma mensagem clara a principal preocupao ( ) Comunicao utiliza persuaso, o emissor

busca atingir seus objetivos ( ) O comunicador tem o privilgio de iniciar o

processo e o controla. ( ) A Comunicao est na sociedade e no apenas nos meios

22. Crie em dupla um dilogo com dois personagens falando um com o outro. O personagem A um dialtico e o outro um positivista. Escolha, por exemplo, temas como: Juventude e Consumo ou Jovem e o Amor.

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COMPARAO TEORIA TRADICIONAL x TEORIA CRTICA

Teoria Tradicional (Escola Americana):

* Idealistas.

* Tem suas razes no pensamento platnico e se caracteriza pela pura contemplao desinteressada com a realidade, operando a partir de princpios gerais. Deste modo, a verdade adota uma forma de adequao com as coisas e tem a dimenso pesquisa instrumental e positivista (segmenta/pesquisa que visa s resultados).

* A Teoria funcionalista herdeira do positivismo, que conferiu rigor ao mtodo cientfico. O positivismo comeou a atribuir valores humanos s explicaes metafsicas e teolgicas, ou seja, abandonou a busca pela explicao de fenmenos externos; como a criao do homem, por exemplo, para buscar coisas mais prticas e presentes na vida do homem, estabelece uma analogia entre o corpo social e biolgico.

* A Teoria tradicional tem como objeto de estudo a mensagem na comunicao de massa, utilizando a investigao emprica como tcnica.

* isola os fenmenos estudados, criando disciplinas e especializaes e assim no apreende o carter histrico dos mesmos. Ela automatiza as disciplinas em setores, utiliza tcnicas de pesquisa parciais e o estudo emprico.

* Autores: Robert Merton, Paul Lazarsfeld, Talcott Parsons, Harold Lasswell, Kurt Lewin, Carl Horland.

* Contexto: a cultura de massa se estabeleceu a partir de 1930 nos EUA, na sociedade Americana ps-guerra, quando as massas urbanas populares e do campo tem acesso novos padres de vida (consumo, lazer). O termo Cultura de massa surge com a Escola Americana.

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Teoria Crtica (Escola de Frankfurt):

* Materialistas. Defendem a razo. * Contexto: este movimento iniciou-se em 1924 e recebeu o nome de Instituto de Pesquisa Social, na Alemanha. Nasceu com inspirao marxista. No entanto, adotou uma postura crtica ao marxismo, no levando em conta as idias como: infra-estrutura econmica e classes sociais.

* Posicionou-se contra a atomizao das disciplinas em setores, as meras tcnicas de pesquisas parciais, o mero empirismo sem conceitualizao que no abrangem a compreenso da sociedade como um todo. A TC no trabalha em vista de um sistema fixo, mas compreende a si mesma como uma tentativa de aplicar o saber acumulado pelas teorias tradicionais. Interdisciplinariedade. Indstria cultural e cultura de massa.

*Busca unir a teoria e a prtica. Crtica ao positivismo, leis relativas. A pesquisa social levada a efeito pela TC, prope-se como teoria da sociedade entendida como um todo, da a polmica contra as disciplinas setoriais.

* Crtica dialtica da economia poltica (sociedade como resultante histrica da diviso de classes) o ponto de partida da TC a anlise do sistema da economia de mercado (desemprego, crises econmicas, condio global das massas).

* Contra o positivismo (s tem validade as verdades baseadas na experincia e na observao base no empirismo clssico). Positivismo: sistema filosfico de Auguste Comte que se baseia nos fatos e experincia, repudiando tudo que Metafsico (transcendente, muito abstrato, parte da filosofia que estuda a essncia das coisas , abstrao) e sobrenatural, modo de encarar a vida unicamente pelo lado poltico.

* Max Horkheimer, Theodor Adorno, Herbert Marcuse, Jrgen Hebermas. Horkheimer diz que: filosofia e religio, teologia e revoluo devem ser coadjuvantes.

* Crtica ao carter cientificista da cincia, ou seja, crtica base de dados empricos e a administrao destes dados para explicar os fenmenos sociais (crtica ao funcionalismo).

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Avaliao 2: Em uma folha digitada vai argumentar a favor ou contra a cultura de massa, ou seja, a massificao da cultura. Sua resposta ser lida com direito a rebat-la (pela professora ou outros colegas). No basta apenas dizer se contra ou a favor, mas elaborar seu discurso em favor da sua defesa ou ataque. Utilizar exemplos, voc deve convencer com a exposio de idias e atravs do debate, no bastando apenas a sua opinio. Deve ter uma boa justificativa. Voc tambm pode simular com um colega um dilogo como se um fosse crtico e outro funcionalista. Nota 2: 10,0 (5,0 da argumentao escrita) (5,0 da apresentao oral)

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AULAS 14, 15, 16 e 17

TRABALHO FINAL Ufa! J estamos quase no final. Agora escolher um tema e fazer uma reviso bibliogrfica. O tema deve ser de preferncia da rea de comunicao, algo que j goste um pouco e queria saber mais sobre: rdio, TV, cinema, relaes pblicas, publicidade, mdia, enfim, tem vrias coisas a serem lidas e voc escrever sobre isto. Principalmente quero que voc elabore tambm junto com a leitura suas questes (perguntas, comparaes com outro livro da rea, o que so diferentes, iguais). No cpia do autor, mas deve aparecer que o texto do autor (citaes, pginas de onde retira seu texto). S escrevemos sem dizer de que o autor quando o texto s nosso. Mas quase sempre tem o autor, de onde tiramos os conceitos pois ainda voc no pode criar conceitos. Quem cria os conceitos so os tericos que trabalham em cima de um estudo cientfico, esto fazendo a sua pesquisa para este fim. Voc ter uma capa, sumrio e o corpo do trabalho. No mximo 15 pginas. Num captulo pode falar dos conceitos e dos autores que trabalham este tema. No outro pode fazer as suas consideraes em cima do que leu. E no final coloque as referncias bibliogrficas. Voc ter que escrever o que os autores consultados nos livros da biblioteca j escreveram sobre seu tema escolhido. O tema de sua escolha na rea da comunicao. O principal objetivo voc querer conhecer atravs do que j foi pesquisado por outros professores da comunicao. Deve ser um livro cientfico. No basta voc ter o tema escrito por outros autores, mas este enfoque deve ser cientfico (conceitos, elaborao, evidncias). Em algumas publicaes voc perceber que so apenas relatos de profissionais, so importantes, mas no podem servir como base cientfica.

Estrutura do Trabalho: - Deve seguir as normas da apresentao de trabalhos cientficos conforme consta no livro de normas da Unisc; - Capa; - Corpo do trabalho (o contedo pesquisado), destacar ali o que os autores escreveram, citar o nome, colocar as partes do contedo, organizar em ttulos e subttulos (1 Sobre o conceito de

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Marketing; 1.1 Marketing esportivo, etc...) Esta parte do trabalho deve ter mais ou menos 10 pginas; - Uma reflexo sua aps a leitura. Aqui voc deve colocar com as tuas palavras como foi ter lido o autor. O que considerou pertinente, por que, o que agregou no seu conhecimento inicial sobre o tema (o antes e o depois). Esta parte do trabalho deve ter de 3 a 4 pginas; - Referncias bibliogrficas: nome dos livros e consultas de acordo com as normas da ABNT; - No mximo 15 pginas.

Voc ter duas propostas para realizar o trabalho final. Abaixo descrevo melhor as duas propostas.

1 Proposta: Reviso Bibliogrfica (s com os autores)

Escolher um tema na rea de Comunicao e buscar autores que pesquisaram o tema. No manual. Colocar estes autores utilizando as citaes (pgina, ano da obra). Na reviso bibliogrfica, os autores devem ser o ponto a ser colocado, o que eles discutem e como elaboram seus textos. Aqui o importante conhecer os autores e como escrever o que eles escrevem de forma correta e dentro das normas cientficas. Tambm aproximar o aluno das normas cientficas da UNISC. O trabalho segue uma padronizao na elaborao: paginao, capa, sumrio, captulos e referencias bibliogrficas. Deve ter dois captulos: um mais geral e outro mais especfico. Ex: Marketing e Marketing Esportivo ou TV Brasileira e TV Digital. Depois de elaborar os captulos deve aparecer em duas pginas o seu comentrio, perguntas sobre o que leu, o que aprendeu e acrescentou na sua compreenso inicial. Ficando assim: capa; sumrio; justificativa (por que da escolha do assunto); introduo; captulos (1 mais geral e o 2 mais especfico) com os autores, citaes, contedo dos autores; e por ltimo comentrio seu e referncias bibliogrficas. Esta parte escrita deve ser entregue na data prevista. Parte da nota desta avaliao porm ser dada pelo acompanhamento da elaborao dos captulos: 1 verificao - o mais geral, trazer os livros; 2 verificao trazer os captulos mais especficos e a estrutura quase pronta.

* Sem este acompanhamento no ser aceito o trabalho escrito final. *

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2 Proposta: Ler, observar , perguntar

1. Escolher um tema na Comunicao e colocar os autores. 2. Escolher uma realidade da Comunicao para observar por uma semana. Pode ser uma telenovela, um telejornal, site, programa de TV, rdio, filme... Por exemplo: rdios na web: o que ? 3. Colocar uma justificativa do porque escolheu este material para observar, o que te chamou inicialmente a ateno. 4 Descrever este material: o que voc observou (o observador/objeto aparece de forma mais explicita v o que no via apenas como usurio. O que acontece, como. 5 Fazer perguntas sobre o que observou e buscar relacionar com os autores perguntas e questes que podem te levar pesquisa (num outro momento quem sabe a monografia ou outro trabalho). Tambm consta a apresentao e o acompanhamento. O aluno dever apresentar o trabalho escrito conforme a sequncia colocada acima. Ficando assim: capa; sumrio; justificativa (por que da escolha do assunto); introduo; captulos com os autores, citaes, contedo dos autores; observaes do programa escolhido sobre a realidade (a observao detalhada), as perguntas com relaes com os autores (incio de elaboraes prprias ) e por ltimo as referncias bibliogrficas. Tempo de 10 minutos. Deve trazer o power point com as principais partes do trabalho escrito. A apresentao ser por sorteio, mas todos devem trazer a apresentao.

* No ser aceito apenas a entrega sem passar pelo acompanhamento.*

Nota 3: 10,0

Nota Final: Nota 1 + Nota 2 + Nota 3