Apostila Modernismo I

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Aula 05 Autores: > Principal figura teórica do movimento; > Temas: - O progresso de São Paulo; - Família burguesa paulistana; - Nacionalismo Crítico; - Antropofagia. Poesia: > Paulicéia Desvairada (Prefácio Interessantíssimo) > Losango Cáqui > Clã do Jabuti > Lira Paulistana Ode ao Burguês Eu insulto o burguês! O burguês níquel, O burguês-burguês! A digestão bem feita de São Paulo! O homem curva! O homem-nádegas! O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, É sempre um cauteloso pouco-a-pouco! (...)

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Aula 05

Autores:

> Principal figura teórica do movimento;

> Temas:

- O progresso de São Paulo;

- Família burguesa paulistana;

- Nacionalismo Crítico;

- Antropofagia.

Poesia:

> Paulicéia Desvairada – (Prefácio Interessantíssimo)

> Losango Cáqui

> Clã do Jabuti

> Lira Paulistana

Ode ao Burguês

Eu insulto o burguês! O burguês níquel,

O burguês-burguês!

A digestão bem feita de São Paulo!

O homem curva! O homem-nádegas!

O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,

É sempre um cauteloso pouco-a-pouco! (...)

Romance:

Amar, Verbo Intransitivo

- Fräulein Elza é contratada oficialmente para ensinar alemão e piano aos filhos do casal Souza Costa. Sua função de fato, no entanto, era fazer a iniciação sexual d Carlinhos, filho adolescente do casal.

- Crítica aos valores da família burguesa paulistana.

Rapsódia:

Macunaíma - “O herói sem nenhum caráter.”

- Mistura contos populares, anedotas, narrativas míticas, lendárias e folclóricas

- Narrado em 3ª pessoa

- Tempo / Espaço: Míticos

- Humor, ironia

- Intertextualidade

- Síntese cultural brasileira

- Anti-herói, malandro

> Irrequieto e ousado;

> Ligado aos movimentos Pau-Brasil e Antropofagia;

> Renovação da Linguagem Literária: fragmentação, paródias, neologismos, subversão sintática, etc.

Poesia:

Pau-Brasil (poesia de exportação)

> História e Cultura Brasileira (tema)

- visão crítica e irônica

> Técnicas de Vanguarda (linguagem)

- paródias, deboche, fragmentação

O Capoeira

- Qué apanhá sordado?

- O quê?

- Qué apanhá?

Pernas e cabeças na calçada.

Canto de Regresso à Pátria

Minha terra tem palmares

Onde gorjeia o mar

Os passarinhos daqui

Não cantam como os de lá

Romance:

> Memórias Sentimentais de João Miramar

> Serafim Ponte Grande

Exercícios

01. Música de Manivela é tipicamente modernista por

(A) reelaborar, com linguagem direta, um elemento da vida urbana moderna.

(B) unir o arcaico e o moderno, o rural com traços coloniais e o urbano voltado para o futuro e a velocidade.

(C) citar a retórica bacharelesca e pomposa para criticá-la logo a seguir.

(D) retomar a tradição cultural do negro e do índio para questionar os valores patriarcais.

(E) denunciar a exploração capitalista e seus efeitos sobre a saúde dos trabalhadores.

Instrução: para responder à questão 02, leia os textos a seguir.

I

Pedro apenas trabalhou.

Ganhou mais, foi subindinho,

Um pão de terra comprou.

Um pão apenas, três quartos

E cozinha num subúrbio

Que tudo dificultou.

II

A cidade progredia

Em roda de minha casa

Que os anos não trazem mais

Debaixo da bananeira

Sem nenhum laranjais.

02. Tanto no texto I, de Mário de Andrade, quanto no texto II, de Oswald de Andrade, encontram-se exemplos de uma das propostas dos modernistas de 1922. Assinale a alternativa em que essa proposta se explicita.

(A) Os nossos poetas de hoje, possuindo um sentimento igual, e às vezes superior ao dos poetas antigos, sobre eles excedem pelo cuidado que dão à pureza da linguagem e pela habilidade com que variam e aperfeiçoam a métrica.

(B) A língua sem arcaísmos. Sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros.

(C) Os tempos em que vivemos são outros, tempos de técnica e comunicação maciça, tempos em que outra é a percepção da

realidade (...); logo, tempos em que já não faria sentido o uso da unidade de verso linear, nem o da frase.

(D) A literatura exaltou até hoje a imobilidade pensativa, o êxtase, o sono. Nós queremos exaltar o movimento agressivo, a insônia febril, o passo de corrida, o salto mortal, o bofetão e o soco.

(E) O filho dos trópicos deve escrever numa linguagem propriamente sua, lânguida como ele, quente como o sol que a abrasa, grande e misteriosa como as suas matas seculares.

03. Entre os muitos textos conhecidos do poeta modernista Oswald de Andrade, selecionamos os que seguem.

Vicio na Fala

Para dizerem milho dizem mio

Para melhor dizem mio

Para pior pio

Para telha teia

Para telhado teiado

E vão fazendo telhados

As Meninas da Gare

Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis

Com cabelos mui pretos pelas espáduas

E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas

Que de nós as muito olharmos

Não tínhamos nenhuma vergonha

(ANDRADE, Oswald de. Poesias Reunidas, RJ: Civilização Brasileira, 1978)

Com relação a eles, é correto afirmar que

(A) Em ambos, é estabelecida uma intertextualidade com a carta de Pero Vaz de Caminha, com o propósito de desconstruí-la, a partir da confrontação de duas realidades brasileiras que, embora distantes no tempo, permanecem similares em sua quintessência.

(B) Nos dois poemas, percebemos referência do autor a uma realidade que até então (Semana de Arte Moderna) não era retratada pela literatura brasileira, o que o colocou em rota de colisão com o movimento literário do qual participava.

(C) A oposição “melhor/mio”, no primeiro poema, conota a forte estratificação social vigente na realidade brasileira da época, reforçada pelo tom depreciativo da poesia de Oswald ao falar popular brasileiro.

(D) O último verso do primeiro poema pode referir-se tanto às ocupações operárias da camada da população que se vale da linguagem não-padrão quanto ao distanciamento social entre os estratos populacionais, agravando a diferença no modo de falar.

(E) A referência à ausência de vergonha, confessada pelo eu-lírico, remete a uma conhecida passagem da carta de Pero Vaz de Caminha, com o firme propósito de satirizar as mazelas sociais brasileiras, conforme o preconizado pelo Manifesto Antropofágico.

04. Assinale a alternativa incorreta.

(A) Oswald de Andrade, autor do Manifesto Antropófago, de 1928, compôs também o Manifesto Pau-Brasil, que discute concepções sobre a linguagem poética, a modernização e a cor local.

(B) Mário de Andrade dedicou-se à renovação da ficção e da poesia, escrevendo também manifestos, prefácios e livros sobre o Brasil, a respeito dos mais variados assuntos.

(C) As propostas do Modernismo, receptivas às diferentes linguagens artísticas, pretendem discutir os padrões estéticos e culturais brasileiros.

(D) O Modernismo, embora aberto à linguagem coloquial, não se opôs aos padrões poéticos e narrativos já consagrados desde o Romantismo.

(E) Os poetas das diferentes tendências do Modernismo contribuíram para a inovação formal e temática da poesia brasileira, que posteriormente se aproximou da canção popular.

Textos para a questão 05:

Texto I

O Canto do Guerreiro

Aqui na floresta

Dos ventos batida,

Façanhas de bravos

Não geram escravos,

Que estimem a vida

Sem guerra e lidar.

- Ouvi-me, Guerreiros.

- Ouvi meu cantar.

Valente na guerra

Quem há, como eu sou?

Quem vibra o tacape

Com mais valentia?

Quem golpes daria

Fatais, como eu dou?

- Guerreiros, ouvi-me;

- Quem há, como eu sou?

(Gonçalves Dias)

Texto II

Macunaíma (Epílogo)

Acabou-se a história e morreu a vitória.

Não havia mais ninguém lá. Dera tangolo-mangolo na tribo Tapanhumas e os filhos dela se acabaram de um em um. Não havia mais ninguém lá. Aqueles lugares aqueles campos furos puxadouros arrastadouros meios-barrancos, aqueles matos misteriosos, tudo era a solidão do deserto... Um silêncio imenso dormia a beira-rio do Uraricoera.

Nenhum conhecido sobre a terra não sabia nem falar na falta da tribo nem contar aqueles casos tão pançudos. Quem que podia saber do herói? (Mário de Andrade)

05. A leitura comparativa dos dois textos acima indica que

(A) ambos têm como tema a figura do indígena brasileiro apresentada de forma realista e heroica, como símbolo máximo do nacionalismo romântico.

(B) a abordagem da temática adotada no texto escrito em versos é discriminatória em relação aos povos indígenas do Brasil.

(C) as perguntas “- Quem há, como eu sou?” (1º texto) e “Quem podia saber do herói?” (2º texto) expressam diferentes visões da realidade indígena brasileira.

(D) o texto romântico, assim como o modernista, aborda o extermínio dos povos indígenas como resultado do processo de colonização no Brasil.

(E) os versos em primeira pessoa revelam que os indígenas podiam expressar-se poeticamente, mas foram silenciados pela colonização, como demonstra a presença do narrador, segundo o texto.

Gabarito

1 – A 2 – B 3 – D 4 – D 5 – C