Apostila Metodo Grumbach STM 20-05-2012

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Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrônico, mecânico, fotográfico ou qualquer outro, sem a expressa autorização da Brainstorming Assessoria de Planejamento e Informática Ltda (Lei Nº 5.988, de 14/12/73). 1 CONSTRUINDO O FUTURO - O MÉTODO GRUMBACH DE GESTÃO ESTRATÉGICA O subtítulo desta apostila - O Método Grumbach de Gestão Estratégica leva o leitor a pensar na Gestão Estratégica como uma das formas que se tem de influenciar o que acontecerá amanhã, ou seja, chegar-se ao título da obra - Construindo o Futuro. Permita-nos fazer um paralelo entre a construção do futuro e a construção de um edifício. Antes de construir um edifício devemos visualizá-lo. Todo edifício, antes de existir fisicamente, deve ser visualizado na mente de um arquiteto. Depois, deve haver um estudo de viabilidade econômica (vantagens e desvantagens de sua construção). Em seguida, deve haver um plano detalhado para sua construção. O plano precisa ser executado, ou seja, o edifício precisa ser fisicamente construído, não basta ficar no papel. A construção do edifício, assim como a construção do futuro, necessita do trabalho de pessoas, corretamente lideradas, motivadas e com os recursos necessários para a obra. Há que se monitorar e, caso necessário, corrigir os rumos do projeto e, finalmente, não podemos esquecer que todo edifício necessita de manutenção. A construção do futuro segue passos similares à construção de um edifício, contudo, com um grau de sofisticação muito mais amplo, devido principalmente à incerteza. A incerteza não deve ser usada como desculpa para não se construir o futuro, muito pelo contrário, a incerteza é uma excelente fonte de oportunidades, em um futuro ainda inexplorado. A construção do futuro de qualquer organização passa necessariamente pela gestão, e em se tratando do futuro, pela gestão estratégica. Muito embora não exista um conceito único para o termo “ gestão estratégicae estes tenham evoluído substancialmente nos últimos tempos, é possível identificar algumas características universalmente aceitas.

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Guia de utilização método Grumbach

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  • Proibida a reproduo total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrnico, mecnico, fotogrfico ou qualquer outro, sem a expressa autorizao da Brainstorming Assessoria de Planejamento e Informtica Ltda (Lei N 5.988, de 14/12/73).

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    CONSTRUINDO O FUTURO - O MTODO GRUMBACH DE GESTO

    ESTRATGICA

    O subttulo desta apostila - O Mtodo Grumbach de Gesto Estratgica leva

    o leitor a pensar na Gesto Estratgica como uma das formas que se tem de

    influenciar o que acontecer amanh, ou seja, chegar-se ao ttulo da obra -

    Construindo o Futuro.

    Permita-nos fazer um paralelo entre a construo do futuro e a construo de

    um edifcio. Antes de construir um edifcio devemos visualiz-lo. Todo edifcio,

    antes de existir fisicamente, deve ser visualizado na mente de um arquiteto.

    Depois, deve haver um estudo de viabilidade econmica (vantagens e

    desvantagens de sua construo). Em seguida, deve haver um plano

    detalhado para sua construo. O plano precisa ser executado, ou seja, o

    edifcio precisa ser fisicamente construdo, no basta ficar no papel. A

    construo do edifcio, assim como a construo do futuro, necessita do

    trabalho de pessoas, corretamente lideradas, motivadas e com os recursos

    necessrios para a obra. H que se monitorar e, caso necessrio, corrigir os

    rumos do projeto e, finalmente, no podemos esquecer que todo edifcio

    necessita de manuteno.

    A construo do futuro segue passos similares construo de um edifcio,

    contudo, com um grau de sofisticao muito mais amplo, devido principalmente

    incerteza.

    A incerteza no deve ser usada como desculpa para no se construir o futuro,

    muito pelo contrrio, a incerteza uma excelente fonte de oportunidades, em

    um futuro ainda inexplorado. A construo do futuro de qualquer organizao

    passa necessariamente pela gesto, e em se tratando do futuro, pela gesto

    estratgica.

    Muito embora no exista um conceito nico para o termo gesto estratgica e

    estes tenham evoludo substancialmente nos ltimos tempos, possvel

    identificar algumas caractersticas universalmente aceitas.

  • Proibida a reproduo total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrnico, mecnico, fotogrfico ou qualquer outro, sem a expressa autorizao da Brainstorming Assessoria de Planejamento e Informtica Ltda (Lei N 5.988, de 14/12/73).

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    A Gesto Estratgica de empresas (em lngua inglesa: strategic enterprise

    management SEM) um termo que se refere s tcnicas de gesto,

    avaliao e ao conjunto de ferramentas respectivas (como um software, p.ex.)

    concebidas para ajudar empresas e instituies nas tomadas de decises

    estratgicas de alto nvel.

    A gesto estratgica inclui a tomada de deciso sobre a execuo de um

    conjunto de iniciativas (tarefas, aes, etc.) visando otimizao da aplicao

    dos recursos disponibilizados pela organizao, para a execuo de

    processos, a fim de que sejam atingidos objetivos de mdio e longo prazo.

    A definio acima est baseada na sintaxe do termo Gesto Estratgica, que

    a juno dos dois termos base: Gesto e Estratgia. A gesto um conceito

    relativamente recente. Trata-se de uma estrapolao do conceito de qualidade

    total proposto por Deming, o ciclo PDCA; Planejar (Plan), Executar (Do),

    Monitoramento (Check), Atuar (Act). O propsito do PDCA, no modelo de

    Deming, a reduo das variabilidades de processos, ou seja, fazer com que

    os processos sejam sempre executados da mesma maneira, sem variaes.

    Os conceitos de Deming podem ser extrapolados para o conceito de gesto

    estratgica. Neste aspecto podemos ver a gesto estratgica como um

    processo contnuo de reduo de variabilidade no sentido de se atingir os

    objetivos desejados. A gesto estratgica, portanto, um processo.

    A gesto, sendo um processo que segue o ciclo PDCA, deve comear com um

    planejamento (P=Planejar). Se incluirmos o termo estratgico, estamos falando

    em comear pelo Planejamento Estratgico.

    Alguns autores consideram que o planejamento estratgico deve abranger as

    fases de concepo estratgica; anlise do ambiente ou gesto do

    conhecimento estratgico; formulao estratgica; implementao estratgica

    e controle estratgico. Contudo, consideramos que o planejamento estratgico

    abrange apenas as fases de concepo estratgica; anlise do ambiente ou

    gesto do conhecimento estratgico e formulao estratgica, ou seja, trata-se

    somente da primeira fase do processo de gesto estratgica.

    Neste ponto importante definir o que chamamos de planejamento estratgico.

    A expresso tem se tornado um termo genrico, para definir qualquer tipo de

    http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_inglesahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Softwarehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Empresa
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    ao planejada. Fala-se em planejamento estratgico para o prximo ano, ou

    em planejamento estratgico para lanar um novo produto. Realmente

    necessrio um planejamento para definir as aes que sero executadas no

    prximo ano, e nenhuma organizao deve lanar um novo produto sem um

    planejamento. Contudo, em ambos os caso, estes planejamentos no so

    estratgicos. Em nosso ponto de vista, o lanamento de um novo produto pode

    ser estratgico, contudo o planejamento de seu lanamento operacional, e

    no estratgico.

    Surge, ento, uma pergunta: O que estratgico?

    Para responder a esta pergunta vamos nos deter um pouco mais na anlise do

    termo estratgia.

    Os conceitos de estratgia certamente nasceram nas campanhas militares. Os

    grandes comandantes e suas estratgias aparecem em passagens bblicas,

    textos gregos, romanos, e chineses, entre outros. A origem da palavra est na

    Grcia Antiga, e surgiu com uma conotao militar, a arte do general, ou a

    arte de conduzir exrcito (strategos), sendo que naquele contexto tinha uma

    viso descritiva, como uma arte.

    O estratego seria aquele que conduz o exrcito, o empurra adiante. O termo

    mais moderno estrategista seria aquele que pensa, que lidera. E a

    estratgia seria o caminho, uma direo geral a ser seguida.

    Neste contexto, a estratgia um conjunto de decises, tomadas no presente,

    sobre um futuro que desejado. O termo estratgico est muito ligado

    incerteza. Quanto maior a incerteza, maior o contedo estratgico.

    As bases conceituais de estratgia militar ocidental foram estabelecidas no

    sculo XIX por Antoine Henri-Jomini e Carl von Clausewitz. Os dois autores,

    cada qual com vises ora alinhadas, ora discordantes, analisaram as

    estratgias utilizadas nas chamadas guerras Napolenicas. Jomini, mais

    prescritivo e Clausewitz mais descritivo, analisam os sucessos e fracassos

    alcanados pelos governos e suas foras militares no final do sculo XVIII e

    incio do sculo XIX. A Europa, nesse perodo, era um continente fragmentado,

    com diversos estados influentes e exrcitos poderosos, que hora eram aliados,

    hora inimigos, dependendo das circunstncias, nem sempre muito claras.

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    Importante ressaltar que na viso de Clausewitz no h vitria na estratgia. O

    sucesso da estratgia a preparao favorvel da vitria ttica. De forma

    semelhante, no h vitria na construo de um plano estratgico, a vitria

    advm de sua correta execuo, e seu impacto sobre os objetivos da

    organizao.

    A aplicao de estratgia no ambiente empresarial ocorreu na segunda metade

    do sculo XX, com a reproduo de um ambiente semelhante ao vivenciado

    por Clausewitz e Jomini, desta feita na rea empresarial.

    O ambiente empresarial fragmentado, com disputa de mercados por grandes

    corporaes permitiu transpor para o mundo dos negcios os conceitos e

    terminologia propostos por Jomini e Clausewitz.

    Nesta poca surgiu o termo Planejamento Estratgico aplicado atividade

    empresarial, proposto por Igor Ansoff no livro Corporate Strategy e, desde

    ento, o tema vem sendo explorado de forma crescente tanto no campo

    acadmico como no empresarial.

    Outra transposio importante, de estratgia militar para o campo empresarial,

    ocorreu no final da dcada de 1970 quando grandes corporaes,

    universidades e pesquisadores, tanto nos EUA quanto na Europa, tentaram

    encontrar uma explicao para a expanso da economia Asitica e o sucesso

    de suas empresas. Vem da o grande sucesso de Sun Tzu e o livro A Arte da

    Guerra, principalmente na rea de inteligncia estratgica.

    interessante notar que tanto Clausewitz como Sun Tzu relacionam a

    estratgia com o processo de tomada de deciso. Deciso esta que deve gerar

    os resultados futuros desejados.

    Segundo Clausewitz (1832, apud GHYCZY at. all, 2002), no h vitria na

    estratgia. O sucesso estratgico, por um lado, a preparao favorvel

    vitria ttica. Por outro lado, o sucesso estratgico est no uso da vitria

    duramente conquistada.

    A estratgia em si no produz resultados se no atinge objetivos. O que produz

    resultados a aplicao da estratgia, o emprego ttico dos meios. A

    estratgia deve orientar o emprego dos meios, ou seja, a tomada de deciso

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    de como empreg-los. O emprego dos meios gera resultados, que levam aos

    objetivos.

    Essa deve ser a tnica do planejamento estratgico. a execuo do plano

    estratgico que leva aos objetivos.

    O planejamento considerado mais estratgico quanto mais extenso no tempo

    for seu efeito e mais difcil de ser revertido. Ele de longo prazo e tende a

    afetar as atividades da organizao como um todo.

    Alm disso, Chiavenato (2004) ainda acrescenta que o planejamento

    estratgico envolve toda a empresa (ou instituio), abrangendo todos os seus

    recursos e reas de atividade.

    O planejamento estratgico, com base nos conceitos anteriores, deve ser

    entendido como a anlise dos resultados que sero obtidos no futuro com base

    nas decises tomadas no presente, com o propsito de alcanar objetivos

    previamente estabelecidos.

    Contudo, para que os objetivos sejam alcanados, seja na guerra ou no campo

    empresarial, o plano, derivado do planejamento estratgico, tem que ser

    executado.

    Consideramos que um planejamento estratgico para ser executado deve ter

    alguns elementos chaves: um conjunto de objetivos, um conjunto de iniciativas

    (aes, tarefas, etc.) e um conjunto de futuros alternativos.

    A tomada de deciso, no contexto estratgico, passa necessariamente pela

    priorizao do conjunto de iniciativas, para que sejam atingidos objetivos

    especficos, dentro de um horizonte temporal pr-definido, com base em

    futuros alternativos previamente avaliados.

    Por outro lado, quando falamos em estratgia devemos sempre falar em

    opes. Um plano estratgico que no permite escolhas uma imposio.

    Estratgias devem, sempre, permitir escolhas.

    O mtodo Grumbach tem foco no planejamento de longo prazo. Desta forma, o

    plano estratgico deve ser dinmico, no podendo ser somente um documento.

    O decisor estratgico quem deve definir as estratgias e as prioridades da

    sua administrao. As estratgias e as prioridades podem ser alteradas com as

    mudanas de decisor. O plano deve ser atualizado sempre que necessrio. O

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    plano deve ser suficientemente flexvel para permitir que um novo comandante

    faa pequenas alteraes e defina sua estratgia. Em geral os grandes

    objetivos no mudam, bem como a maioria das iniciativas estratgicas, tendo

    em vista que foram definidas depois de um diagnstico detalhado. Contudo, as

    estratgias e, principalmente, a priorizao na execuo das iniciativas

    estratgicas so prerrogativas do decisor estratgico. Um plano estratgico

    com horizonte de 10 anos, que no permita que um novo decisor faa

    alteraes corre o srio rico de ser engavetado.

    Outro aspecto fundamental de um planejamento estratgico que este no

    pode ser genrico. No existe planejamento estratgico genrico! O

    planejamento estratgico deve ser construdo para uma determinada

    organizao, seja ela pblica, privada, ou at mesmo um sistema difuso,

    contudo deve ser individualizado e perfeitamente delimitado.

    Por fim, o planejamento estratgico no pode prescindir de uma visualizao

    do futuro, mais precisamente, da visualizao de futuros alternativos.

    Um dos produtos do processo de planejamento estratgico o que chamamos

    de Plano Estratgico. Muito embora seja um documento que indica os

    caminhos a seguir, o plano no pode ser esttico. Em nossa concepo, o

    plano estratgico um documento dinmico, que pode e deve ser atualizado,

    tendo por base todo o processo de gesto estratgica.

    A visualizao do futuro, ou dos futuros, uma questo muito interessante na

    concepo do plano estratgico. De fato, a nica certeza que temos sobre o

    futuro que ele no esttico. O futuro est em constante mutao. O futuro

    continuamente alterado pelo presente.

    A ferramenta que utilizamos para a visualizao de futuros alternativos, de

    mdio e longo prazo, chamada de cenrios prospectivos.

    Cenrios prospectivos so combinaes de variveis que descrevem diversos

    futuros possveis e suas ligaes com o presente. Os cenrios prospectivos

    partem do presente e abrem um cone de futuros possveis.

    No devemos confundir cenrios prospectivos com previso de futuro. A

    tentativa de prever o futuro algo to antigo como a prpria humanidade. Est

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    basicamente relacionada com o instinto de sobrevivncia, pois a previso do

    futuro aumenta a chance de sobrevivncia.

    A previso do futuro, contudo, uma grande falcia, pois como enfatizado

    anteriormente, o futuro est em constante mutao.

    Seguindo esta linha de raciocnio, fcil perceber que uma possvel previso

    do futuro leva a decises, no presente, que podem alterar o futuro, e desta

    forma negar a prpria previso.

    Podemos supor, por exemplo, que seja possvel prever um grande terremoto,

    com centenas de milhares de mortos. Caso esta previso ocorra com

    antecipao suficiente, digamos 3 dias, ser possvel tomar medidas e evitar as

    mortes. Neste caso a previso de uma catstrofe evita a prpria catstrofe e,

    por conseguinte, anula a prpria previso (das mortes, no do terremoto).

    Se o futuro no pode ser previsto, ao menos pode ser monitorado. Esta

    afirmao, muito embora possa parecer inconsistente, est perfeitamente de

    acordo com a modelagem de cenrios utilizada pelo Mtodo Grumbach.

    Mais uma vez importante ressaltar que cenrios prospectivos no so

    previses de futuro, so ferramentas para auxiliar no processo de tomada de

    deciso.

    O conceito de cenrios como uma proposta de mudana na sociedade no

    novo. Podemos rastrear o conceito no dilogo A Repblica (Politia), escrito

    por Plato no sculo IV a.c., no qual descrita uma repblica idealizada

    (cenrio ideal).

    O emprego sistemtico de tcnicas de cenrios prospectivos teve grande

    impulso na segunda metade do sculo XX, tomando caminhos diferentes nos

    Estados Unidos e na Europa. A tradio Europia continha elementos

    democrticos e uma ambio de mudanas radicais na sociedade. Nos

    Estados Unidos, por outro lado, a tradio de previso na rea tecnolgica,

    iniciada na Segunda Guerra Mundial, prosseguiu no ps-guerra, como um

    mecanismo de apoio formulao de estratgias blicas. A questo central era

    a complexidade dos novos sistemas de armas, o longo tempo necessrio para

    o seu desenvolvimento, a incerteza quanto sua eficcia e quanto ao real

    inimigo a ser combatido.

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    A utilizao de cenrios prospectivos foi incorporada ao ambiente empresarial

    com a divulgao dos trabalhos de Pierre Wack, da Shell International

    Petroleum Company. O estudo, conduzido por Wack, em 1967, concluiu que o

    crescimento contnuo do setor petrolfero no iria alm de 1985, e que

    aspectos polticos passariam a ter considervel influncia nos preos. O

    estudo, de certa forma, antecipou a criao da OPEP (Organizao dos Pases

    Produtores de Petrleo), e a enorme flutuao dos preos do petrleo na crise

    de 1973.

    De posse deste estudo a Shell adaptou suas refinarias para processar petrleo

    pesado e diversificou suas fontes de petrleo cru. O resultado foi que na

    chamada primeira crise do petrleo, iniciada em 1973, a Shell estava muito

    melhor preparada do que as demais empresas do setor e pode aproveitar a

    vantagem que possua.

    Os cenrios prospectivos, em nossa metodologia, so utilizados de forma

    prtica dentro do conceito de tomada de decises, com foco em dois tipos de

    postura estratgica: pr-ativas e pr-ativas.

    A postura pr-ativa est relacionada preparao da instituio para futuro. A

    postura proativa est relacionada construo de alternativos.

    O Mtodo Grumbach considera que o planejamento estratgico deve

    necessariamente incluir a anlise de cenrios prospectivos, e a definio de

    futuros alternativos. Em nossa opinio, a no avaliao do futuro em um

    planejamento estratgico, equivale a dirigir um excelente carro, com o pra-

    brisas tapado, olhando apenas para os controles internos do carro

    (temperatura, combustvel, etc.) e para o retrovisor, acreditando que as curvas

    que iro surgir frente, sero similares s curvas que ficaram para traz.

    Cenrios estratgicos esto intrinsecamente relacionados a atores. Excluindo

    aspectos naturais, so os atores (indivduos, organizaes, pases, etc.) e suas

    estratgias, que configuram os cenrios. O Mtodo Grumbach considera que

    qualquer anlise de cenrios alternativos passa, necessariamente, por uma

    avaliao de interaes estratgicas dos atores chaves.

    Interaes estratgicas ocorrem quando diversos atores tm influncia sobre o

    resultado de algum processo, sendo que nenhum deles tem controle total sobre

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    os eventos, o que faz com que o processo esteja parcialmente dentro da esfera

    de atuao de cada um.

    Um caso particular de interaes estratgicas, aplicado na tomada de deciso

    sobre futuros alternativos, chamado de dilemas sociais.

    Os dilemas sociais estudam as situaes em que a racionalidade individual

    conduz a uma irracionalidade coletiva. Nessas situaes, cada indivduo

    recebe uma recompensa maior por no cooperar com os demais; contudo, se

    todos os indivduos fizerem a mesma escolha, o resultado ser pior do que

    aquele que seria obtido por cooperao coletiva. Segundo Kollock (1998),

    muitos dos problemas mais desafiadores enfrentados, desde relacionamentos

    interpessoais at conflitos internacionais, so enquadrados nesta categoria.

    Uma das modelagens matemticas dos dilemas sociais mais utilizadas a

    chamada teoria dos jogos.

    A teoria dos jogos foi proposta por Jonh von Neumann em 1928. Desde essa

    poca tem sido constantemente aprimorada e desenvolvida, tendo resultado

    em diversos prmios Nobel.

    No Mtodo Grumbach utilizamos alguns princpios da teoria dos jogos para

    modelar a forma de agir dos atores chaves. uma proposta pragmtica onde

    visualizamos o futuro como um ponto de equilbrio de Nash, e no com um

    timo de Pareto. O timo de Pareto estabelece que, em um grupo de atores, o

    equilbrio ocorre quando cada um busca o melhor para si, sem prejudicar os

    demais. O chamado equilbrio de Nash estabelece que este equilbrio

    ocorrer quando cada ator buscar uma estratgia que seja a melhor resposta

    possvel s estratgias dos demais jogadores, e isso verdade para todos os

    jogadores.

    Esta abordagem importante, pois definimos este ponto como o zero para todo

    o processo de construo do futuro. a definio do futuro como um ponto de

    equilbrio de Nash que nos permite caminhar para a construo de um futuro

    melhor com base em parceiras estratgicas.

    O planejamento estratgico, muito embora seja de mdio e longo prazo, deve

    comear com um diagnstico do presente, pois, como salientamos, o modelo

    de cenrios adotado pelo Mtodo Grumbach considera que o futuro derivado

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    do presente. Mais ainda, o presente o nico ponto conhecido do cone do

    futuro.

    O planejamento estratgico, conforme enfatizado, no pode ser genrico. Todo

    planejamento deve ser feito para o que chamamos de sistema, seja uma

    empresa privada ou rgo pblico.

    Desta forma, o planejamento deve ser iniciado pela identificao do sistema.

    bem verdade que no incio de um processo de planejamento estratgico,

    muitas vezes existem mais lacunas do que definies, contudo importante

    registrar, mesmo que de forma provisria, a misso e a estrutura

    organizacional do sistema.

    O passo seguinte dever ser um diagnstico detalhado da situao presente. O

    diagnstico, com a avaliao dos pontos fortes e fracos do sistema, com suas

    respectivas causas e consequncias, e as oportunidades e ameaas do

    ambiente, ser a origem das medidas reativas, bem como a origem dos

    cenrios prospectivos.

    Conforme foi salientado anteriormente, ao iniciar um planejamento estratgico,

    devemos pensar, sempre, em sua execuo.

    No Mtodo Grumbach, o planejamento estratgico, em seus aspectos tcnicos,

    uma construo coletiva. importante que todos, dentro da organizao,

    possam opinar na construo dos aspectos tcnicos do planejamento,

    deixando, obviamente, espao para incluso dos aspectos poltico-

    estratgicos, que so fundamentais em todo processo decisrio.

    O balanceamento dos aspectos tcnicos e polticos sero abordados na

    definio do cenrio alvo e da priorizao por multicritrio.

    A construo de um plano estratgico participativo visa, entre outros aspectos,

    a reduo de resistncias. As resistncias internas, muitas vezes, esto entre

    os principais obstculos a serem enfrentados na execuo do plano, quer seja

    por uma dificuldade de entendimento, quer seja por discordncias quanto sua

    priorizao, execuo, ou seus propsitos. Para minimizar as resistncias

    internas execuo do plano estratgico, uma primeira medida deve ser

    adotada na fase de planejamento. Como comentado anteriormente, o plano

    estratgico deve ser participativo, permitindo que todos na organizao

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    possam contribuir em sua formulao. A participao de todos, na fase do

    diagnstico e em sua avaliao , a nosso ver, uma das peas chaves para

    garantir a execuo do plano.

    Outro aspecto importante para garantir a execuo conseguir que toda a

    organizao entenda o plano. Cada elemento organizacional deve visualizar a

    sua contribuio na execuo do plano e no atingimento dos objetivos

    estratgicos.

    A principal ferramenta utilizada para esta finalidade o chamado Mapa

    Estratgico. Os mapas estratgicos procuram representar as relaes de

    causas e consequncia que existem entre objetivos estratgicos definidos no

    planejamento. Os mapas foram propostos por Kaplan e Norton, dentro da

    metodologia chamada de Balanced Scorecard (BSC).

    Segundo os autores, o BSC basicamente um mecanismo para a

    implementao da estratgia, no para sua formulao.

    Contudo, definida a Estratgia, o BSC uma valiosa ferramenta para a

    traduo da estratgia em objetivos, medidas e metas especficas.

    importante ressaltar que as iniciativas estratgicas so obtidas a partir do

    diagnstico do presente e da anlise prospectiva, em uma estrutura prpria,

    onde so definidas para corrigir causas e mitigar ou aproveitar consequncias.

    Esta no a estrutura proposta pelo BSC. Existe a necessidade de que haja

    um alinhamento de estruturas. A estrutura do diagnstico deve ser

    transformada em uma estrutura tpica de um plano estratgico (Figura 1), e

    posteriormente alinhada com a estrutura tpica do BSC (figura 2), que

    chamamos de alinhamento estratgico.

    O propsito do alinhamento estratgico efetuar uma correlao entre a

    execuo das iniciativas estratgicas e a melhoria dos processos. Entendemos

    que o que gera resultados para uma organizao so os processos que ela

    executa.

    Desta forma, para atingir ou melhorar resultados, devemos criar ou melhorar

    processos. desta forma que entendemos as iniciativas estratgicas contidas

    no Plano Estratgico. Iniciativas estratgicas criam ou melhoram processos.

  • Proibida a reproduo total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrnico, mecnico, fotogrfico ou qualquer outro, sem a expressa autorizao da Brainstorming Assessoria de Planejamento e Informtica Ltda (Lei N 5.988, de 14/12/73).

    12

    FIGURA 1 ESTRUTURA DO DIAGNSTICO X PLANO ESTRATGICO

    FIGURA 2 ALINHAMENTO ESTRATGICO

    Estrutura do Diagnstico Estrutura do Plano Estratgico

    Perspectiva

    Objetivo

    Estratgia

    Iniciativa Estratgica

    Item

    Parmetro de Anlise

    Anlise

    Causas / Consequncias

    Medidas Medidas

    Estrutura do Plano Estratgico

    Alinhamento Estratgico

    Perspectiva

    Objetivo

    Estratgia

    Iniciativa Estratgica

    Estrutura do BSC

    Perspectiva

    Objetivo

    Indicador

    Iniciativa Estratgica

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    13

    O alinhamento estratgico consiste em sinalizar quais processos sero criados,

    ou melhorados, pela execuo de cada iniciativa estratgica. Contudo, para

    melhorar qualquer coisa necessrio, primeiro, medir. A mensurao de

    processo efetuada por meio de indicadores.

    Indicadores so fundamentais para que seja possvel efetuar o alinhamento

    estratgico. No h como melhorar um processo sem medi-lo, com j era

    postulado no sculo XIX, pelo fsico escocs Lorde Kelvin (William Thompson,

    1824-1907) que afirmava: o que no se pode mensurar, no se pode

    controlar.

    Voltando ainda ao aspecto de execuo do plano, o segundo aspecto

    importante, na neutralizao das resistncias, a priorizao das iniciativas

    estratgicas. As iniciativas estratgicas so definidas na fase de planejamento

    estratgico, contudo, sempre existir um dilema entre a execuo das

    iniciativas de resultados de curto prazo e as de resultados de mdio e longo

    prazo.

    O dilema existe, quer seja na iniciativa privada, quer seja no setor pblico, com

    um forte apelo para o atendimento das demandas de curto prazo. No setor

    privado o gestor deve avaliar os resultados de curto prazo, e as demandas dos

    acionistas. No setor pblico, em geral, os gestores devem atender os anseios

    da sociedade, sem o que correm o risco de no serem eleitos para um prximo

    mandato.

    Para tentar minimizar este dilema, no Mtodo Grumbach, priorizamos as

    solues, evitando a priorizao dos problemas. Ocorre que muitas vezes as

    iniciativas no so provenientes de problemas, e sim de oportunidades, e em

    muitos casos, o aproveitamento de uma oportunidade, pode ser a melhor forma

    para neutralizar um problema.

    A priorizao na execuo do plano estratgico deve ser pautada em aspectos

    tcnicos e polticos, sempre com foco nas solues e no nos problemas.

    O Mtodo Grumbach utiliza a tcnica de priorizao por multicritrio, pelo

    modelo aditivo linear. O modelo conjuga os aspectos tcnicos e polticos na

    priorizao e na execuo do plano estratgico, o que reduz o apelo pelos

    resultados imediatos e por decises personalistas.

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    14

    A priorizao das iniciativas estratgicas importante para que se possa seguir

    em frente e definir o oramento que ser alocado para a execuo da

    estratgia. O oramento deve garantir os recursos necessrios para a

    execuo das iniciativas estratgicas, e, por conseguinte, do prprio plano.

    o oramento que garante a execuo do plano.

    O oramento deve garantir os recursos necessrios para a execuo das

    iniciativas estratgicas. Contudo, para que sejam executadas, preconizamos

    que as iniciativas estratgicas devam possuir pelo menos cinco atributos: uma

    descrio clara, um perodo definido para incio, uma durao prevista, um

    responsvel por sua execuo e uma previso de recursos.

    A Gesto Estratgica tem foco de mdio e longo prazo, contudo, sua execuo

    de curto prazo, mais precisamente passo a passo.

    Desta forma, as iniciativas estratgicas devem ser distribudas ao longo do

    tempo, pois, em geral as organizaes no dispem de recursos (financeiros,

    material, pessoal, etc) para executar todas as iniciativas ao mesmo tempo. Na

    rea pblica, onde a maioria dos recursos est na categoria de gastos, o

    oramento um dos principais limitantes na execuo do plano estratgico.

    O oramento deve ser analisado em dois momentos distintos: na proposta

    oramentria e na execuo oramentria.

    O plano estratgico deve ser a origem da proposta oramentria, e no o

    oposto. A proposta oramentria deve ser definida com base nas iniciativas

    previstas para serem executadas em um determinado perodo.

    A definio do plano oramentrio com base no plano estratgico parece ser

    bvia, contudo, muitas organizaes definem o que fazer em um determinado

    ano com base no oramento disponvel. Algo do tipo: como vamos gastar o

    oramento?

    bem verdade que, em geral, no existem recursos suficientes para

    implementar todas as iniciativas estratgicas ao mesmo tempo. Contudo,

    importante relembrar que o planejamento estratgico de longo prazo. O

    planejamento oramentrio, portanto, refere-se a sequenciar a execuo da

    estratgia dentro dos oramentos. No caso de rgos pblicos, estamos

    falando dos Planos Plurianuais (PPA) e das Leis Oramentrias Anuais (LOA).

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    15

    A definio do ano base em que ser executada cada iniciativa deve seguir a

    priorizao definida anteriormente.

    Na fase da execuo oramentria, de forma semelhante, caso a verba no

    seja suficiente, as iniciativas a serem cortadas e/ou postergadas, devero ter

    por base a priorizao, desta feita em ordem inversa.

    A existncia de um conjunto de iniciativas, ranqueadas por um critrio de

    priorizao, que incluam aspectos tcnicos e polticos, facilita no somente a

    definio da proposta oramentria, bem como a sua execuo. O processo de

    deciso evita possveis resistncias dos que se sentirem preteridos em suas

    demandas. A incluso ou retirada de iniciativas, para serem executadas em um

    determinado ano, passam a ter critrios e prioridades transparentes e

    previamente definidas.

    A fase seguinte, de extrema importncia, o monitoramento da execuo do

    plano estratgico e dos resultados obtidos e, por conseguinte, da prpria

    estratgia.

    Do ponto de vista de Gesto Estratgica, devemos monitorar os aspectos de

    economicidade (obteno e uso de recursos com o menor nus possvel,

    dentro dos requisitos e da quantidade exigida pelo input), eficincia (relao

    entre os produtos/servios gerados (outputs) com os insumos utilizados),

    eficcia (quantidade e qualidade de produtos e servios entregues ao usurio),

    efetividade (impactos gerados pelos produtos/servios, processos ou projetos)

    e os cenrios prospectivos, em que esto inseridos os quatro primeiros. Com

    relao aos dois ltimos aspectos (efetividade e cenrios), devemos monitorar

    tambm os atores, pois excluindo os aspectos naturais (chuvas, terremotos,

    etc.) so as aes dos atores que direcionam os acontecimentos.

    O monitoramento de efetividade, ou resultados, no setor pblico mais difcil

    de ser implementado do que no setor privado. No setor corporativo os

    resultados so muito mais tangveis, e em geral referem-se a lucros, valor das

    aes e participao no mercado, dentre outros.

    No setor pblico os indicadores de resultado, na maioria dos casos, so mais

    intangveis. No fcil medir, por exemplo, sensao de segurana ou

    saneamento bsico de qualidade.

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    16

    O monitoramento dos cenrios prospectivos outro fator crtico de sucesso.

    No basta que os quatro primeiros indicadores estejam excelentes para

    garantir o sucesso e a perenidade, a mdio e longo prazo, das organizaes.

    No mdio e longo prazo mudanas na tecnologia, nos aspectos scios

    econmicos e ambientais, dentre outros, podem ser decisivos no sucesso ou

    fracasso de uma organizao. Um exemplo simples desse conceito ocorreu

    com as mquinas de escrever. No Sculo XX existiam excelentes empresas,

    fabricando excelentes mquinas de escrever, com qualidade, com processos

    otimizados, com custos compatveis, com excelentes revendas e atendimento

    ps venda. Essas empresas eram lucrativas. Hoje, ou mudaram de ramo ou

    no existem mais. O que mudou foi a tecnologia. Hoje usamos computadores e

    impressoras. E amanh?

    Portanto, no basta ser econmico, eficiente, eficaz, efetivo. Esses aspectos

    so necessrios, porm no so suficientes.

    Para o monitoramento de indicadores de efetividade e de cenrios prospectivos

    utilizamos tcnicas de Inteligncia Estratgica.

    A inteligncia estratgica tem como propsito o acompanhamento das variveis

    e dos atores que impactam nos cenrios e nos objetivos de resultado. A

    inteligncia estratgica tem como foco antecipar mudanas, possibilitando

    decises tempestivas e pr-ativas para neutralizar as ameaas e potencializar

    as oportunidades para a organizao.

    No Mtodo Grumbach a Inteligncia Estratgica monitora o que chamamos de

    variveis estratgicas, sejam indicadores ou sinalizadores. Indicadores esto

    relacionados ao presente, ao passo que sinalizadores esto relacionados ao

    futuro.

    O propsito da inteligncia estratgica a implementao e a gesto de um

    sistema de alerta antecipativo, com a finalidade de subsidiar o processo de

    tomada de decises estratgicas.

    Finalmente, completando o ciclo do PDCA, devemos efetuar revises

    peridicas de todo o processo de gesto. Em nossa metodologia preconizamos

    revises peridicas, chamadas de Reunio de Avaliao da Estratgia (RAE),

    e/ou reviso inopinadas, fruto de mudanas bruscas no ambiente externo.

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    A inteligncia estratgica e as revises peridicas devem ser vistas como

    atividades transversais ao processo de gesto estratgica, e esto presente

    em todas as fases do processo de gesto.

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    ESTRUTURA DO MTODO A gesto estratgica, conforme pontuamos na introduo, deve seguir um

    processo de melhoria contnua, figura 3.

    FIGURA 3 - GESTO ESTRATGICA

    Nossa experincia mostra que o segredo do sucesso e, tambm, a principal

    dificuldade encontrada na Gesto Estratgica, est justamente na execuo do

    Plano Estratgico (seta explicitada na figura 3).

    O principal obstculo encontrado na execuo aparece na forma de

    resistncias internas e externas, com nfase para a primeira. Em geral, sempre

    haver algum tipo de resistncia quando o plano propuser mudanas de cultura

    organizacional e/ou alteraes na estrutura de poder.

    A mitigao de resistncias internas deve ser considerada desde o incio do

    processo de implantao da gesto estratgica, como fator crtico de sucesso e

    tratada como tal.

    Dentro de nossa metodologia, a mitigao de resistncias tratada ao longo

    de todo o processo, com nfase para:

    Incluir, sempre, a comunicao interna e externa desde o incio. Criar

    uma identidade visual e uma frase de efeito para a gesto estratgica.

    Criar uma pgina especfica com informaes e um e-mail para dvidas.

    Expedir regularmente um informativo sobre o andamento da gesto

    estratgica.

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    19

    Estimular a participao e envolver a maior nmero possvel de

    colaboradores tanto no diagnstico, quanto na proposio de medidas.

    Efetuar uma anlise dos processos de forma ampla, em que todos

    possam analisar pelo menos o seu processo, os antecessores e os

    posteriores.

    Priorizar a execuo das inciativas estratgicas e a alocao dos

    recursos oramentrios de forma transparente.

    importante que todos os colaboradores sejam partcipes no processo, e

    consigam visualizar sua participao na construo do plano estratgico.

    A participao e o envolvimento dos colaboradores que gera sinergia e

    fornece o respaldo e a legitimidade necessria para a execuo do plano.

    O Mtodo, como um todo, possui diversos blocos, que podem ser visualizados

    no diagrama resumido da figura 4.

    FIGURA 4 MTODO GRUMBACH DIAGRAMA DE BLOCOS

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    O mtodo, como um todo, est alicerado no conceito de construo de

    inteligncia. A construo da inteligncia pode ser esquematizada como uma

    pirmide em que a base constituda por fatos que ocorreram ou esto

    ocorrendo. O primeiro passo consiste em selecionar e filtrar os fatos de

    interesse, que se constituem em dados. O passo seguinte consiste na

    estruturao desses dados (figura 5).

    FIGURA 5 PIRAMIDE DO CONHECIMENTO

    A estruturao dos dados, que gera o que chamamos de informao, um

    passo crucial na obteno da inteligncia organizacional. A inteligncia

    organizacional o ltimo degrau da pirmide, e basicamente consiste na

    utilizao do conhecimento para a tomada das decises de nvel estratgico.

    Nossa experincia indica que a chave para a construo da inteligncia

    organizacional e da prpria estratgia da instituio est na correta

    estruturao dos dados. muito difcil obter informao, conhecimento e

    inteligncia com dados no estruturados.

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    Contudo, existem diversas formas de estruturao possvel. Dependendo do

    propsito, devemos alterar a estrutura para viabilizar a construo dos

    patamares seguintes da pirmide. O leitor poder verificar, ao longo desse

    livro, que preconizamos a utilizao de diversas estruturas de anlise, cada

    qual adequada a um dos blocos, como faces de um mesmo slido.

    A metodologia segue passo a passo o processo de gesto estratgica, assim

    constitudo:

    Implantao do Processo de Gesto Estratgica:

    Nossa experincia mostra que a implantao de um processo de gesto

    estratgia depende no somente de conhecimento e trabalhos, mas tambm

    de amadurecimento de toda a equipe. Em geral uma tarefa para cerca de 10

    meses, dependendo da amplitude da instituio. Para iniciar o processo dever

    ser montada uma estrutura, composta basicamente de dois grupos, de um

    grupo de controle e um comit de planejamento, sendo que o grupo de controle

    faz parte do comit.

    Conforme foi enfatizado na introduo, a gesto estratgica um processo que

    deve ser inicializado pelo planejamento estratgico. Desta forma,

    fundamental que a estrutura montada para o planejamento estratgico seja o

    embrio da estrutura de gesto.

    Identificao do Sistema

    Mencionamos anteriormente que o plano estratgico no pode ser genrico.

    De forma anloga, a gesto estratgica tambm deve estar voltada para um

    sistema perfeitamente definido.

    A identificao do sistema deve ser mais abrangente do que o conceito de

    sistema e volume de controle da fsica. Estamos falando em identificar uma

    instituio em seu sentido amplo. A instituio no precisa ser fsica, podendo

    ser um conceito difuso do tipo Gesto Estratgica para o desenvolvimento

    sustentvel de uma regio. Mesmo assim possvel e necessrio identificar o

    sistema.

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    Conforme enfatizado na introduo, a identificao do sistema de grande

    importncia, pois no existe gesto estratgica genrica. O processo de gesto

    estratgica deve atender a um sistema, mesmo que difuso. Para que se inicie o

    processo de gesto, o primeiro passo saber para quem.

    Diagnstico Estratgico

    O diagnstico estratgico uma das fases que consideramos das mais

    importantes. O diagnstico est na base da pirmide da inteligncia. Um

    diagnstico superficial derruba toda a construo do conhecimento

    organizacional.

    O diagnstico deve ser participativo. Todos na organizao devem contribuir

    com o diagnstico. Nossa experincia tem nos mostrado que uma grande

    parcela do conhecimento organizacional est nas pontas.

    Anlise Reativa

    Conforme foi enfatizado, o Planejamento Estratgico, no Mtodo Grumbach,

    no prioriza problemas, mas sim as solues. A identificao dos pontos fracos

    e ameaas importante para que possam ser sugeridas medidas de correo

    ou mitigao. O foco do planejamento deve ser justamente nas medidas, e no

    nos problemas.

    A proposio de solues, na forma de medidas, novamente um processo de

    construo coletiva de conhecimento, em que todos na organizao devem ser

    solicitados a participar.

    Anlise Prospectiva

    A anlise prospectiva se refere a um olhar para o futuro, no como fonte de

    problemas, mas como fonte de solues. Pretendemos descrever, de forma

    sucinta, o modelo de construo de cenrios prospectivos probabilsticos pelo

    Mtodo Grumbach, e a aplicao dos conceitos de Teoria dos Jogos a este

    conjunto de cenrios.

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    A anlise prospectiva tem como propsito a identificao de diversos futuros

    possveis (cenrios prospectivos), dentro de um horizonte temporal especfico,

    com o propsito de definir estratgias capazes de: preparar a instituio para o

    enfrentamento (ou aproveitamento) dos acontecimentos fora de sua

    competncia, e/ou alterar, em favor da organizao, as probabilidades de

    ocorrncia dos eventos abrangidos parcialmente por sua esfera de

    competncia (parcerias estratgicas).

    O resultado final de uma anlise prospectiva, de forma semelhante ao

    resultado de um diagnstico, a proposio de solues, na forma de

    medidas, desta feita, com foco no futuro.

    Formulao da Estratgia

    Estratgia, conforme foi visto anteriormente refere-se a decises. As decises,

    de uma forma muito bsica, referem-se consolidao e implementao das

    medidas levantadas na fase anterior.

    A deciso, em questo, refere-se implementao das medidas certas, na

    hora certa, e na sequncia correta.

    Para isso precisamos mudar a estrutura de anlise, definir objetivos e

    indicadores, analisar as relaes de causalidade, consolidar as medidas,

    alinh-las com os indicadores e, principalmente, priorizar a execuo.

    Feito isso, a instituio tem basicamente montada a sua Estratgia, ou seja, os

    caminhos que dever trilhar para cumprir sua misso e atingir sua viso.

    Planejamento Oramentrio

    Pretendemos descrever como o planejamento estratgico deve orientar o

    planejamento oramentrio. Em se tratando de rgos pblicos, a base de toda

    a estratgia a perspectiva financeira (planejamento e execuo

    oramentria). Contudo, no o oramento que deve direcionar a estratgia, e

    sim a estratgia que deve direcionar o oramento.

    O planejamento oramentrio refere-se ao sequenciamento da execuo da

    estratgia dentro dos oramentos anuais e plurianuais. No caso de rgos

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    pblicos so as Leis Oramentrias Anuais (LOA) e os Planos Plurianuais

    (PPA).

    Execuo da Estratgia

    A execuo da estratgia deve comear com o desdobramento em planos

    setoriais uma parte fundamental para garantir a execuo da estratgia. Um

    plano estratgico corporativo envolve toda a instituio, deve ser patrocinado e

    estar associado ao decisor estratgico. Contudo, em geral, no o decisor

    estratgico que ir execut-lo.

    O plano estratgico dever ser desdobrado por diversos rgos executores,

    dentro da organizao, que chamamos de unidades gestoras.

    Cada unidade gestora, tambm, deve efetuar o seu planejamento ttico, com

    base no planejamento estratgico corporativo.

    O plano setorial de cada unidade gestora compreende a juno das iniciativas

    advindas de seu plano ttico com as iniciativas estratgicas corporativas que

    lhe so afetas.

    Conforme pontuado, com raras excees, as iniciativas estratgicas so

    projetos. No Mtodo Grumbach, adotamos a metodologia de gesto de

    projetos, preconizado pelo Project Management Institute (PMI), incorporando,

    tambm, uma avaliao da execuo de mdio e longo prazo. De forma geral,

    preconizamos a execuo e o monitoramento com base em uma avaliao

    estratgica, e nos ndices de prazos e custos, referentes a cada iniciativa.

    A execuo da estratgia envolve, tambm, o monitoramento dos indicadores

    de processos.

    Inteligncia Estratgica

    A inteligncia estratgica uma atividade transversal a todo o processo de

    gesto estratgica. O foco da inteligncia estratgica o ambiente externo

    instituio, e no deve ser confundida com espionagem. No Mtodo Grumbach,

    a inteligncia estratgica deve monitorar os indicadores de resultado, os

    cenrios prospectivos, bem como as estratgias dos atores que impactam

    nesses indicadores e nos cenrios.

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    Reviso

    A reviso outra atividade transversal a todo o processo de gesto estratgica.

    Em nossa metodologia, preconizamos revises peridicas, chamadas de

    Reunies de Avaliao da Estratgia (RAE), e/ou revises inopinadas, fruto de

    mudanas bruscas no ambiente externo.

    Assessoria de Estratgia

    de fundamental importncia que a gesto estratgica seja suportada por uma

    estrutura base. Esta estrutura deve ser derivada da unidade que fez a

    implantao do mtodo, principalmente com os integrantes do grupo de

    controle.

    BRAINSTORMINGWEB

    O mtodo Grumbach est informatizado no Software BrainstormingWeb. O

    Brainstormingweb uma sute de aplicativos, desenvolvidos pela Brainstorming

    Consultoria, com a finalidade de prover a seus usurios todo o ferramental

    tecnolgico, para realizarem um Planejamento Estratgico e uma Gesto

    Estratgica eficientes.

    O BrainstormingWeb composto dos seguintes softwares modulares

    (mdulos):

    Administrativo Gerenciamento do Sistema

    PumaWeb Sistema de Planejamento e Cenrios Prospectivos

    CenrioWeb Cenrios Prospectivos

    JaguarWeb Sistema de Apoio Deciso

    LinceWeb Sistema de Apoio Deciso

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    FIGURA 6 MDULOS BRAINSTORMINGWEB

    A plataforma singular em sua concepo e funcionalidade.

    A plataforma foi desenvolvida em linguagem Java, e possui todos os recursos

    da Internet. Tanto os softwares, quanto o banco de dados, ficam hospedados

    em um servidor, podendo ser conectados internet ou intranet, sendo que o

    acesso se d por meio de um navegador a uma pgina especfica.

    As senhas de acesso ao sistema so configuradas em camadas, da seguinte

    forma:

    A primeira camada diz respeito unidade gestora. Cada usurio somente

    poder ter acesso aos dados correspondentes unidade gestora a qual foi

    cadastrado, e s unidades subordinadas. Ex: um usurio cadastrado no

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    27

    nvel corporativo ter acesso a todas as unidades, ao passo que um usurio

    cadastrado em um determinado departamento somente ter acesso ao seu

    departamento e unidades subordinadas.

    A segunda camada diz respeito aos direitos de cada perfil de usurio. O

    administrador deve definir o que cada perfil de usurio pode fazer em cada

    tela. As opes so: Incluir; Alterar; Excluir; Visualizar e Validar.

    A terceira camada diz respeito aos objetos que sero visualizados por cada

    usurio em cada tela. O administrador deve especificar, para cada usurio,

    quais objetos podero ser visualizados em cada tela. Os objetos que podem

    ser especificados so: Objetivos; Indicadores; Iniciativas Estratgicas;

    Eventos e Sinalizadores.

    A primeira e a terceira camadas dizem respeito ao usurio, sendo que a

    segunda diz respeito ao perfil de utilizao das telas.

    A plataforma foi construda com metodologia de rea de trabalho. Os mdulos

    podem ser acessados clicando os cones que aparecem na rea de trabalho.

    Por padro, sempre aparecem os cones dos 4 mdulos. O sistema permite,

    tambm, que sejam criados atalhos na rea de trabalho para acessar

    diretamente qualquer uma das telas e objetos de qualquer um dos mdulos.

    O sistema est projetado para trabalhar, processar e analisar grande

    quantidade de dados, mantendo os links entre eles, o que permite total

    rastreabilidade dos dados lanados.

    Um dos grandes diferenciais do sistema permitir a estruturao dos dados.

    Em geral as telas possuem dois campos. Um campo esquerda para a

    estruturao dos dados, e um campo direita para insero de dados e/ou

    para a obteno dos resultados. A estrutura varia em funo do tipo de anlise

    que se deseja (diagnstico; concepo da estratgia; execuo da estratgia;

    monitoramento; oramento; plano setorial, etc.).

    Outra singularidade importante a estruturao por elementos organizacionais.

    Esta funcionalidade permite a gesto estratgica do elemento corporativo e de

    outros elementos a ele subordinados, em uma nica plataforma. Desta forma,

    com uma nica licena, possvel efetuar a gesto estratgica do elemento

  • Proibida a reproduo total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrnico, mecnico, fotogrfico ou qualquer outro, sem a expressa autorizao da Brainstorming Assessoria de Planejamento e Informtica Ltda (Lei N 5.988, de 14/12/73).

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    organizacional corporativo e demais elementos a ele subordinados, mesmo

    que estejam localizados em diversas regies.

    O sistema, em sua fase de diagnstico (Mdulo Puma) foi desenvolvido para

    permitir a participao de todos os colaboradores da instituio. A construo

    colaborativa e participativa de um grande nmero de colaboradores, nesta

    fase, fundamental para garantir profundidade de anlise e representatividade

    e respaldo para o desenvolvimento do processo de gesto estratgica.

    O software permite o acesso simultneo, por meio de senhas, dos

    colaboradores da organizao (sem limite quanto ao nmero de colaboradores

    cadastrados), que podem apontar os indicadores de processos e recursos,

    variveis externas e atores, bem como apontar os pontos fortes e

    oportunidades, pontos fracos e ameaas. Permite tambm, em uma fase

    posterior, que os colaboradores possam propor medidas para fazer face aos

    pontos levantados.

    As informaes geradas, que chegam rapidamente casa dos milhares, so

    rapidamente processadas em telas de consolidao desenvolvidas

    especificamente para esta finalidade. Estas telas, diferentemente das telas

    normais, apresentam os dois campos, da direita e da esquerda, com as

    estruturas de dados. As telas permitem que os dados sejam analisados,

    avaliados, validados, rejeitados no campo da direita, e organizados,

    estruturados e agrupados no campo da esquerda. As telas agilizam todo o

    processo de anlise, contudo preservam todos os links das estruturas, o que

    ser fundamental para garantir a rastreabilidade e as justificativas dos projetos

    e programas que sero objeto do plano estratgico e da gesto estratgica

    O mdulo Cenrio, tambm, singular em sua concepo e funcionalidades, e

    totalmente integrado aos mdulos Puma e lince.

    O mdulo de cenrios um mdulo de consulta Delphi e simulao

    matemtica. Este mdulo permite a gerao de cenrios com o emprego de

    simulao Monte Carlo, com as informaes obtidas em uma consulta Delphi,

    agregada tcnica de Impactos Cruzados.

  • Proibida a reproduo total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrnico, mecnico, fotogrfico ou qualquer outro, sem a expressa autorizao da Brainstorming Assessoria de Planejamento e Informtica Ltda (Lei N 5.988, de 14/12/73).

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    A ferramenta de consulta DelphiWeb, permite a realizao de uma consulta

    Delphi via internet, com a participao de um grande nmero de peritos, que

    podem estar dispersos geograficamente.

    O processamento das informaes bem como o incio das diversas rodadas de

    consulta efetuado, de forma automtica pelo controlador da consulta,

    inclusive com o envio de e-mails automticos para os peritos.

    Os algoritmos utilizados, tanto de consistncia dos impactos cruzados, como

    da simulao Monte Carlo, foram validados em tese de doutorado em Pesquisa

    Operacional da COPPE/UFRJ.

    O modulo permite, ainda, a seleo de ocorrncias condicionais de eventos,

    com o propsito de definir linhas de ao para a obteno de cenrio alvo

    (normativo), bem como a avaliao de sua probabilidade de ocorrncia. A

    simulao de linhas de ao submetida ao decisor estratgico para que

    possa orientar e definir o foco estratgico na construo do futuro da

    organizao.

    O mdulo Jaguar foi concebido com foco na execuo da estratgia, e vai

    muito alm dos softwares tradicionais de Balanced Scorecard (BSC). O mdulo

    integra o monitoramento de processo atravs de seus indicadores, com o

    monitoramento dos projetos e programas a eles associados. O monitoramento

    de processos segue todos os passos preconizados pela metodologia do BSC,

    ao passo que o monitoramento de projetos e programas segue padres

    preconizados no Project Management Body of Knowledge - PMBOK.

    Desta forma, o mdulo permite a construo de rvores de indicadores

    (analticos e sintticos) para cada um dos objetivos definidos na concepo da

    estratgica. Esta funcionalidade permite o desdobramento da estratgia por

    todos os elementos organizacionais, sendo que a cada um ser alocado um

    peso compatvel com sua contribuio para a obteno dos resultados da

    instituio.

    A definio dos indicadores permite, ainda, que estes sejam individualizados.

    Cada indicador analtico pode ser configurado com metas individuais de curto,

    mdio e longo prazo. Com esta funcionalidade possvel monitorar e integrar

  • Proibida a reproduo total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrnico, mecnico, fotogrfico ou qualquer outro, sem a expressa autorizao da Brainstorming Assessoria de Planejamento e Informtica Ltda (Lei N 5.988, de 14/12/73).

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    elementos organizacionais dspares em tamanho e/ou localizao geogrfica,

    em uma mesma estrutura de monitoramento.

    O mdulo possui, ainda, telas para o alinhamento estratgico, permitindo

    que sejam associadas a cada indicador de processo, uma ou mais iniciativas

    estratgicas (em geral um projeto ou programa), que tem como propsito

    melhorar os indicadores do referido processo. Esta funcionalidade permite o

    acompanhamento da execuo dos projetos e a verificao do seu impacto nos

    indicadores de processos da instituio. Permite tambm identificar qualquer

    discrepncia entre eles, tais como projetos que no melhoram processos.

    O mdulo possui uma ferramenta de priorizao de projetos ou programas,

    pela tcnica de anlise por multicritrio (modelo aditivo linear). Esta ferramenta

    totalmente integrada, permitindo ranquear todas as inciativas (projetos e

    programas) em uma combinao de aspectos tcnicos e polticos, o que

    garante transparncia na priorizao de projetos.

    O mdulo Jaguar permite, ainda, efetuar um Alinhamento Oramentrio

    Estratgico, em que cada iniciativa estratgica (programa ou projeto) ser

    alocada a um determinado item do oramento, dentro do horizonte temporal do

    plano. No caso de rgo pblico o mdulo permite que seja efetuado todo o

    planejamento dos PPAs e LOAs, com base no planejamento estratgico, bem

    como acompanhar sua execuo.

    O monitoramento de projetos utiliza a metodologia de anlise por valor

    agregado, preconizada no PMBOK, permitindo o acompanhamento pelo ndice

    de desempenho de custos e pelo ndice de desempenho de prazos, contudo

    agrega um terceiro ndice, o status estratgico. O status estratgico est

    relacionado ao perodo em que a iniciativa deve ter incio (em geral os perodos

    so anuais). Este status fundamental para instituies pblicas em que

    diversos projetos definidos nos PPAs esto previstos nas LOAs especficas e

    necessariamente devero ser iniciados no ano previsto.

    O mdulo permite, ainda, a definio dos planos setoriais. Os planos setoriais

    agregam as iniciativas estratgicas corporativas (programas e projetos) cuja

    execuo compete quele setor, com suas inciativas estratgicas ou

    operacionais especficas do referido setor. Esta funcionalidade importante,

  • Proibida a reproduo total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrnico, mecnico, fotogrfico ou qualquer outro, sem a expressa autorizao da Brainstorming Assessoria de Planejamento e Informtica Ltda (Lei N 5.988, de 14/12/73).

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    pois como o software e a base de dados so nicos, muito embora o plano seja

    executado por um determinado setor, poder se acompanhado pela assessoria

    estratgica corporativa.

    O mdulo Lince um mdulo de inteligncia estratgica. O Lince permite a

    anlise, avaliao e acompanhamento dos indicadores dos objetivos de

    resultado da instituio (perspectiva financeira para instituies privadas e

    perspectiva da sociedade para instituies pblicas), dos cenrios prospectivos

    e dos atores relevantes.

    O mdulo emprega princpios de teoria dos jogos para modelar a forma de agir

    dos atores face aos cenrios. Com relao aos objetivos de resultados, efetua

    anlises pela tcnica de grupos por grupos de interesses.

    Por estar totalmente integrado aos mdulos Cenrio e Puma, permite avaliar as

    linhas de ao definidas no Cenrio e gerar subsdios para a definio dos

    projetos e programas de alianas estratgicas que sero definidas no Puma.

    A fase do ciclo de inteligncia estratgica, no que se refere coleta e anlise

    de dados est estruturada no conceito de sinalizadores, onde alm de dados

    mensurados, podem ser analisados sequncias, tendncias e vieses. O

    propsito da inteligncia estratgica e do prprio mdulo criar um sistema de

    alerta antecipativo com a finalidade de subsidiar a tomada de decises

    estratgica da instituio.

  • Proibida a reproduo total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio eletrnico, mecnico, fotogrfico ou qualquer outro, sem a expressa autorizao da Brainstorming Assessoria de Planejamento e Informtica Ltda (Lei N 5.988, de 14/12/73).

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