Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga · Apostila do curso Bonecas educativas...

18
Nina Veiga Bonecas educativas Waldorf Todos os direitos reservados. eduK.com.br Conforme a Lei 9.610/98, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia e expressa do autor (artigo 29). 1 Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga

Transcript of Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga · Apostila do curso Bonecas educativas...

Page 1: Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga · Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga . Nina Veiga ... a primeira série todos os alunos aprendem a tocar

Nina Veiga

Bonecas educativas Waldorf

Todos os direitos reservados. eduK.com.br

Conforme a Lei 9.610/98, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia e expressa do autor (artigo 29).

1

Apostila do curso

Bonecas educativas Waldorf Nina veiga

Page 2: Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga · Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga . Nina Veiga ... a primeira série todos os alunos aprendem a tocar

Nina Veiga

Bonecas educativas Waldorf

Todos os direitos reservados. eduK.com.br

Conforme a Lei 9.610/98, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia e expressa do autor (artigo 29).

2

A pedagogia Waldorf

Em nossa sociedade civilizada do século XXI, podemos afirmar que o ensino está em crise

no mundo inteiro. A Pedagogia Waldorf criada por Rudolf Steiner (1861-1925) e introduzida em 1919, em Stuttgart, Alemanha, [...] busca despertar uma nova consciência, trazendo uma proposta pedagógica que valoriza cada ser humano, para que ele possa desenvolver seus talentos, com postura ética e com vontade de agir no mundo, portanto, não para uma finalidade individualista e competitiva, mas para o bem comum e a cooperação social. Steiner dizia que para integrar o ser humano na sociedade de forma correta era necessário conhecer intimamente a natureza humana.

Esta pedagogia visa à formação de indivíduos práticos e conscientes, procurando

desenvolvê-los em harmonia, considerando todos os seus aspectos: cognitivos, emocionais e volitivos. Procura estabelecer uma relação sadia entre o indivíduo e seu ambiente, despertando suas qualidades e disposições inatas.

Os conhecimentos são meios de grande importância para a formação do ser humano e a

pedagogia Waldorf não se limita a um programa mínimo de matéria contido em livros e enciclopédias, mas leva a criança a relacionar-se com a vivência autêntica do mundo, através das diversas práticas artísticas que permeiam o ensino dentro da Pedagogia Waldorf. Esta vivência é uma das principais metas desta pedagogia, onde as artes plásticas, a música, a dramatização, a poética e os trabalhos manuais são atividades de fundamental importância.

Proporcionar ao jovem um contato com as atividades básicas primordiais da

humanidade, como, tecer, fiar, modelar, esculpir e pintar, faz com que ele, ao passar por este tipo de experiência, cultive o respeito aos trabalhos manuais, valorizando o ser humano que os executa.

Em relação à música, grande importância é dada ao canto e a música instrumental. Desde

a primeira série todos os alunos aprendem a tocar flauta doce. ‘Fazer música’ está inserido no contexto do ensino de todas as matérias de forma natural. Os alunos participam, conforme suas capacidades, de orquestras e corais da escola.

Além disso, as atividades artísticas têm um fim pedagógico imediato, que é trabalhar a

perseverança e o capricho, atuando sobre a vontade e o senso estético. Ao produzir uma obra através da repetição consciente, o aluno exercita sua vontade e o desejo de fazer o melhor.

O professor Waldorf deve ter, no caso ideal, as seguintes qualidades: um conhecimento

profundo do ser humano, amor como base do comportamento social em relação aos alunos e qualidades artísticas. Ele deixa, ao ministrar um conteúdo, sempre um pouco de mistério para instigar no aluno a curiosidade em aprender mais. Desta forma, a fantasia e a criatividade serão estimuladas. O verdadeiro professor Waldorf é aquele que está constantemente buscando o autoconhecimento e aprimoramento como ser humano.

Page 3: Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga · Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga . Nina Veiga ... a primeira série todos os alunos aprendem a tocar

Nina Veiga

Bonecas educativas Waldorf

Todos os direitos reservados. eduK.com.br

Conforme a Lei 9.610/98, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia e expressa do autor (artigo 29).

3

Para Rudolf Steiner somente através de uma pedagogia espiritualista seria possível mudar o quadro de declínio cultural em que a nossa sociedade se encontra atualmente. Dizia que somente a educação tratada como ARTE poderá levar a humanidade ao progresso.

Por Elizabeth Viero

Fonte: http://institutorudolfsteiner.org.br/?page_id=3373

Para saber mais acesse: www.federacaoescolaswaldorf.org.br www.sab.org.br/portal www.antroposofy.com.br

Page 4: Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga · Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga . Nina Veiga ... a primeira série todos os alunos aprendem a tocar

Nina Veiga

Bonecas educativas Waldorf

Todos os direitos reservados. eduK.com.br

Conforme a Lei 9.610/98, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia e expressa do autor (artigo 29).

4

Aliança Pela Infância Apresentação

Aliança pela Infância é um movimento mundial - Alliance for Childhood - uma rede que

atua facilitando a reflexão e a ação das pessoas que se preocupam com o cuidado e com a educação das crianças.

Nasceu em 1997 na Inglaterra a partir da preocupação de um grupo de pessoas com a situação da infância no mundo contemporâneo: a falta de espaços para brincar, o consumismo desenfreado, a pressão escolar precoce, entre outros desafios.

A rede existe no espírito de colaboração no qual todos os envolvidos podem encontrar um suporte mútuo para suas ações no mundo. Em torno da preocupação com a infância unem-se organizações, grupos, instituições, movimentos sociais, indivíduos e investimentos financeiros com o máximo de dedicação, comprometimento, eficiência e difusão.

Todas as pessoas e instituições ligadas à Aliança são parceiras com igualdade de direitos; cooperam entre si de forma espontânea e livre, ajudando-se mutuamente e reunindo-se em diversas atividades, com participação em ações locais, regionais, nacionais ou de maior amplitude.

Segundo esta forma de atuação, a Aliança é uma rede onde cada pessoa procura, conforme seu âmbito de influência, fazer sua parte para ajudar na realização das metas compartilhadas.

Atualmente a Aliança pela Infância possui representação em mais de 20 países da Europa, Américas, África e Ásia.

Brincar

A criança pequena é impulsionada totalmente pela vontade. Ela nunca pára, está o tempo todo brincando, agindo, transformando. O ato de brincar fortalece a vontade, e são as brincadeiras saudáveis que nos capacitam, quando adultos, para uma atuação positiva no mundo.

De caráter universal, muitas brincadeiras são provenientes de antigas celebrações de rituais e eram, até o século XVIII, de um modo geral, praticadas entre adultos e crianças, coletivamente. Com o início do processo de industrialização e com o desenvolvimento tecnológico, muitas brincadeiras passaram por um processo de transformação e adaptação, adquirindo caráter infantil e adulto distintos.

Apesar desse processo, as brincadeiras continuam sendo transmitidas oralmente entre as gerações e constituem um patrimônio de valor inestimável na cultura popular de cada povo. As brincadeiras de rua, por exemplo, enquanto fenômeno sociocultural, são muito importantes no desenvolvimento da criança, pois possuem suas regras próprias que ensinam a criança a se relacionar com o outro, impõem limites, desenvolvem competências cognitivas, motoras e afetivas que permanecem presentes no decorrer da vida.

A experiência e a pesquisa indicam que o brincar criativo é que dá às crianças uma base sadia para o aprendizado posterior. É brincando que a criança descobre o mundo e vivencia suas leis. O brincar é, por assim dizer, a sua linguagem. Através do brincar, as crianças expressam seu ser

Page 5: Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga · Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga . Nina Veiga ... a primeira série todos os alunos aprendem a tocar

Nina Veiga

Bonecas educativas Waldorf

Todos os direitos reservados. eduK.com.br

Conforme a Lei 9.610/98, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia e expressa do autor (artigo 29).

5

integral, pondo corpo, mente, sentimentos e espírito em evidência. É necessário rever a educação na primeira infância, para se chegar a uma constituição sadia e a uma vida futura de pensamentos e atividades criativas, estimulando e valorizando as brincadeiras como linguagem expressiva das crianças.

Fonte: http://www.aliancapelainfancia.org.br/areas_atuacao_detalhe.php?id_area=5

Como participar

Existem várias formas de participar desta rede de ação e consciência em torno da infância.

A Aliança pela Infância busca reunir e acolher todos aqueles que sentem inquietude com relação aos problemas que afligem a infância, que reconhecem a importância da causa e do movimento e que compartilhem das ideias que norteiam as nossas ações. Enfim, esforça-se em integrar todos que desejam fazer parte da rede e contribuir de diferentes formas com as atividades desenvolvidas.

Para participar acesse: http://www.aliancapelainfancia.org.br

Instituto Alana

Apresentação O Instituto Alana é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que reúne os

projetos que escolhemos apostar na busca pela garantia de condições para a vivência plena da infância. Criado em 1994, o Instituto conta hoje com sete projetos próprios e quatro com parceiros – todos podem ser conhecidos abaixo – e é mantido pelos rendimentos de um fundo patrimonial desde 2013. Tem como missão “honrar a criança”.

Consumismo infantil

Ninguém nasce consumista. O consumismo é uma ideologia, um hábito mental forjado que se tornou uma das características culturais mais marcantes da sociedade atual. Não importa o gênero, a faixa etária, a nacionalidade, a crença ou o poder aquisitivo. Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir de modo inconsequente.

As crianças, que vivenciam uma fase de peculiar desenvolvimento e, portanto, mais vulneráveis que os adultos, não ficam fora dessa lógica e infelizmente sofrem cada vez mais cedo com as graves consequências relacionadas aos excessos do consumismo: obesidade infantil, erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar, banalização da agressividade e violência, entre outras. Nesse sentido, o consumismo infantil é uma questão urgente, de extrema importância e interesse geral.

De pais e educadores a agentes do mercado global, todos voltam os olhares para a infância − os primeiros preocupados com o futuro das crianças, já os últimos fazem crer que estão preocupados apenas com a ganância de seus negócios. Para o mercado, antes de tudo, a criança é um consumidor em formação, consumidor de hoje e do amanhã e uma poderosa

Page 6: Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga · Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga . Nina Veiga ... a primeira série todos os alunos aprendem a tocar

Nina Veiga

Bonecas educativas Waldorf

Todos os direitos reservados. eduK.com.br

Conforme a Lei 9.610/98, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia e expressa do autor (artigo 29).

6

influência nos processos de escolha de produtos ou serviços. As crianças brasileiras influenciam 80% das decisões de compra de uma família

(TNS/InterScience, outubro de 2003). Carros, roupas, alimentos, eletrodomésticos, quase tudo dentro de casa tem por trás o palpite de uma criança, salvo decisões relacionadas a planos de seguro, combustível e produtos de limpeza que têm pouca influência dos pequenos.

No Brasil, a publicidade na TV é a principal ferramenta do mercado para a persuasão do público infantil, que cada vez mais cedo é chamado a participar do universo adulto quando é diretamente exposto às complexidades das relações de consumo sem que esteja efetivamente preparado para isso.

As crianças são um alvo importante, não apenas porque escolhem o que seus pais compram e são tratadas como consumidores mirins, mas também porque impactadas desde muito jovens tendem a ser mais fiéis a marcas e ao próprio hábito consumista que lhes é praticamente imposto.

Nada, no meio publicitário, é deliberado sem um estudo detalhado. Em 2006, os investimentos publicitários destinados à categoria de produtos infantis foram de R$ 209 milhões (Ibope Monitor, 2005x2006, categorias infantis). No entanto, a publicidade não se dirige às crianças apenas para vender produtos infantis. Elas são assediadas pelo mercado como eficientes promotoras de vendas de produtos direcionados também aos adultos.

O Ibope Mídia, que anualmente divulga os dados de investimento publicitário no Brasil, constatou que foram movimentados cerca de R$ 112 bilhões em 2013 com publicidade. A televisão permanece a principal mídia utilizada pela publicidade, representando 70% do investimento. Ao cruzar essa informação com o fato de a criança brasileira passar em média cinco horas, 22 minutos e 11 segundos por dia assistindo à programação televisiva (Painel Nacional de Televisores, Ibope 2012) é possível imaginar o impacto da publicidade na infância.

Apesar de toda essa força, a publicidade veiculada na televisão é apenas um dos fatores que contribuem para o consumismo infantil. A TNS, instituto de pesquisa que atua em mais de 70 países, divulgou dados em setembro de 2007 que evidenciaram outros fatores que influenciam as crianças brasileiras nas práticas de consumo. Elas sentem-se mais atraídas por produtos e serviços que sejam associados a personagens famosos, brindes, jogos e embalagens chamativas. A opinião dos amigos também foi identificada como uma forte influência.

No âmbito da alimentação, a publicidade é um fator que estimula a disseminação da maior epidemia infantil da história: a obesidade. A pesquisa Targeting Children With Treats (Alvejando crianças com guloseimas, em livre tradução do inglês), de 2013, aponta que as crianças que já têm sobrepeso aumentam em 134% o consumo de alimentos com altos teores de sódio, gorduras trans e saturadas e açúcar, quando expostas à publicidade destes produtos.

O consumismo está relacionado à ideia de devorar, destruir e extinguir. Se agora, tragédias naturais, como queimadas, furacões, inundações gigantescas, enchentes e períodos prolongados de seca, são muito mais comuns e frequentes, é porque a exploração irresponsável do meio ambiente prevaleceu ao longo de décadas.

Concentrar todos os esforços no consumo é contribuir, dia após dia, para o desequilíbrio global. O consumismo infantil, portanto, é um problema que não está ligado apenas à educação escolar e doméstica. Embora a questão seja tratada quase sempre como algo relacionado à esfera familiar, crianças que aprendem a consumir de forma inconsequente e desenvolvem critérios e valores distorcidos são de fato um problema de ordem ética, econômica e social.

O Projeto Criança e Consumo, do Instituto Alana, combate qualquer tipo de comunicação mercadológica dirigida às crianças por entender que os danos causados pela lógica insustentável do consumo irracional podem ser minorados e evitados, se efetivamente a infância for preservada em sua essência como o tempo indispensável e fundamental para a formação da cidadania. Indivíduos conscientes e responsáveis são a base de uma sociedade

Page 7: Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga · Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga . Nina Veiga ... a primeira série todos os alunos aprendem a tocar

Nina Veiga

Bonecas educativas Waldorf

Todos os direitos reservados. eduK.com.br

Conforme a Lei 9.610/98, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia e expressa do autor (artigo 29).

7

mais justa e fraterna, que tenha a qualidade de vida não apenas como um conceito a ser perseguido, mas uma prática a ser vivida.

Fonte: http://criancaeconsumo.org.br/consumismo-infantil/ Denuncie

Você pode ajudar o Instituto Alana denunciando publicidades voltadas para crianças no endereço: http://criancaeconsumo.org.br/denuncie/

Publicações, filmes e projetos

Documentários

Criança a alma do negócio, 2008. Muito além do peso, 2012. Tarja branca – a revolução que faltava, 2014.

Projetos Território do brincar: www.territoriodobrincar.com.br Criança e consumo: www.criancaeconsumo.org.br Publicações* Por que o consumismo faz mal para as crianças? - Projeto Criança e Consumo Por que a publicidade faz mal para as crianças - Projeto Criança e Consumo Infância & Consumo: Estudos no Campo da Comunicação - ANDI - Instituto Alana Infância & Consumo: Estudos no Campo da Comunicação - ANDI - Instituto Alana Crianças do Consumo: A infância roubada - Susan Linn Criança e Consumo Entrevistas vol. 1: Sustentabilidade - Projeto Criança e Consumo - Instituto Alana Criança e Consumo Entrevistas vol. 3: Transtornos Alimentares e Obesidade Infantil - Projeto Criança e Consumo - Instituto Alana Criança e Consumo Entrevistas vol. 5: A Importância do Brincar - Projeto Criança e Consumo - Instituto Alana Criança e Consumo Entrevistas vol. 7: Estresse Familiar - Projeto Criança e Consumo - Instituto Alana Publicidade de Alimentos e Crianças - Regulação no Brasil e no Mundo O que fazer para proteger nossas crianças do consumismo - Projeto Criança e Consumo Parecer - Professor Virgílio Afonso da Silva Honrar a Criança: Como transformar este mundo - Raffi Cavoukian e Sharna Olfman

Publicidade Infantil é ilegal - Projeto Criança e Consumo Criança e Consumo Entrevistas vol. 2: Erotização Precoce e Exploração Sexual Infantil - Projeto Criança e Consumo - Instituto Alana

Criança e Consumo Entrevistas vol. 4: Juventude e Bebidas Alcoólicas - Projeto Criança e Consumo - Instituto Alana

Criança e Consumo Entrevistas vol. 6: Violência - Projeto Criança e Consumo - Instituto Alana

Page 8: Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga · Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga . Nina Veiga ... a primeira série todos os alunos aprendem a tocar

Nina Veiga

Bonecas educativas Waldorf

Todos os direitos reservados. eduK.com.br

Conforme a Lei 9.610/98, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia e expressa do autor (artigo 29).

8

Consumismo infantil: na contramão da sustentabilidade - Instituto Alana e Ministério do Meio Ambiente

*OBS: Todas as publicações podem ser encontradas na página: http://criancaeconsumo.org.br/publicacoes/

Roteiro geral para uma estética da vida-viva

Para novo de pensar escola acesse e conheça: http://www.projetoancora.org.br/ http://www.escolacomasas.com/ http://www.escolaconvexo.com.br/ http://anathomaz.blogspot.com.br/ http://amorimlima.org.br/ http://www.piracanga.com.br/br/comunidade-inkiri/escola-livre/escola-livre-inkiri.html Documentário: Quando sinto que já sei, 2014

Page 9: Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga · Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga . Nina Veiga ... a primeira série todos os alunos aprendem a tocar

Nina Veiga

Bonecas educativas Waldorf

Todos os direitos reservados. eduK.com.br

Conforme a Lei 9.610/98, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia e expressa do autor (artigo 29).

9

Um novo modo de fazer economia:

Economia Associativa - Uma Introdução ao Preço Verdadeiro

Por Meg Freeling Traduzido e revisado em parceria por Julia Barany e Álvaro Musa

Sempre gostei de madeira bonita e, sendo professora, presto atenção em brinquedos de

madeira que possam interessar a uma criança, que ofereçam uma oportunidade para fazer algo acontecer, propiciem uma experiência intrigante e deliciosa, e inspirem novos pensamentos e possibilidades. Recentemente encontrei um brinquedo que era novidade para mim no catálogo da Lehman’s, Loja de Utilidades Domésticas – um barco de brinquedo movido a balão.

A Loja Lehman’s construiu sua reputação fornecendo utensílios de alta qualidade, como ferramentas não elétricas, lâmpadas, aparelhos e uma ampla variedade de utensílios domésticos numa região de Ohio conhecida como “Terra Amish”. Eles também procuram oferecer às comunidades amish e mennonita um ponto de venda para suas respeitadíssimas ferramentas e artesanato. Pessoas vêm de milhas de distância para fazer compras na Lehman’s – ou compram por meio do catálogo da Lehman’s.

Eu tenho usado as duas maneiras. No catálogo, duas versões de um barco de brinquedo movido a balão são oferecidas ao cliente. Um é feito na China, o outro pelo povo amish nos Estados Unidos. O brinquedo chinês é vendido por US$ 6 e o amish, por US$ 11. Fiquei intrigada e queria saber o que havia por trás desta justaposição. Ao pesquisar o caso, descobri o blog do diretor Galen Lehman, “A Lehman’s deveria comprar da China?”, que esclareceu um pouco a perspectiva deles. Lehman escreveu: “Uma grande luta para mim é o que fazer quanto à mercadoria feita na China. Na Lehman’s, praticamos uma política simples: Nós não substituímos um fornecedor americano por um fornecedor chinês. Mas o que começou como um simples conceito acabou não sendo tão simples.” Ele identifica três problemas: “O que faremos quando as pessoas acusarem a Lehman’s de cobrar um preço alto por oferecer produtos feitos por americanos?”

2. “Deveríamos proteger os produtores americanos mesmo quando consideramos seu produto ser de baixa qualidade?”

3. O que deveríamos fazer quando determinados itens que oferecemos simplesmente não são mais produzidos nos Estados Unidos? “Segmentos inteiros da economia americana foram dizimados por importados. Em muitas linhas de produtos simplesmente não há um único fabricante americano (que conheçamos). Às vezes oferecemos duas versões do mesmo item, um chinês e outro americano. Por exemplo, oferecemos dois barcos de brinquedo movidos a balão, um é feito por um artesão amish local e outro feito na China. Quando oferecemos tanto a versão americana quanto a importada de um item, a versão feita nos Estados Unidos costuma vender melhor. Isso é fato mesmo quando a versão americana é mais cara.”

A descrição de Galen Lehman dos barcos de brinquedo movidos a balão é um bom exemplo do dilema que compradores e comerciantes enfrentam. Duas versões de essencialmente o mesmo barco de brinquedo, uma produzida por um operário de fábrica na China e outra produzida por um artesão amish nos Estados Unidos, são vendidas por preços bem disparatados. De ambos os lados, um sentimento de injustiça poderia surgir nessa situação. Priorizar os artesãos locais e a alta qualidade de seu trabalho tem sido um princípio de negócios muito admirado na Loja de Utilidades Lehman, e funcionou bem por mais de duas gerações. No entanto, como Galen Lehman diz, deixou de ser tão simples. E concluo que agora precisamos de um conjunto ampliado de diretrizes mais penetrantes, conscientes e humanas para viver num

Page 10: Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga · Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga . Nina Veiga ... a primeira série todos os alunos aprendem a tocar

Nina Veiga

Bonecas educativas Waldorf

Todos os direitos reservados. eduK.com.br

Conforme a Lei 9.610/98, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia e expressa do autor (artigo 29).

10

mundo que já é de fato uma economia só. Uma dessas diretrizes poderia bem ser o entendimento e a prática do que é chamado de “preço verdadeiro.” Atualmente procuro pagar um preço verdadeiro pelo que compro, sempre que possível. Começo por uma conversa sincera: “Você está recebendo o que precisa para continuar no negócio e alimentar sua família?” Porém pode haver um longo caminho à frente antes que eu consiga alcançar plenamente o meu objetivo. A divisão de trabalho se tornou tão fragmentada que é difícil seguir o percurso desde o projeto do produto, produção, distribuição e a venda final, no caso de produtos feitos de matéria prima natural. No caso de “produtos” baseados em ideias, criatividade e engenhosidade, a divisão de trabalho expande-se em outra direção, na qual intangíveis em forma de serviços são valorizados e pagos. Para chegar ao preço verdadeiro nos dois âmbitos é preciso constante visão, objetividade, respeito mútuo e cooperação. Talvez precisemos de “associações de preço verdadeiro” por meio das quais essas questões possam ser tratadas de uma maneira humana.

Faço parte de um grupo de economistas que está pesquisando o papel importante que o preço verdadeiro pode desempenhar no reequilíbrio da economia, para que as necessidades de cada um sejam satisfeitas por meio de transações entre seres humanos, tanto no nível micro quanto no macro. Se todos tivessem a vontade de pagar um preço verdadeiro (frequentemente em forte contraste com o preço mais baixo) pelo que eles adquiriram, ou bens ou serviços, acredito que grande parte da atual agitação política a respeito de uma ampla variedade de injustiças se extinguiria, ou pelo menos diminuiria consideravelmente. Mediante uma renda verdadeira, as necessidades dos indivíduos seriam satisfeitas dentro da própria economia. Na verdade, numa transação genuína, ambas as partes obtêm de fato um excedente acima e além do que foi pedido. (Numa economia saudável e viva, este excedente se torna bem comum, pertencente a todos.) O que será preciso para colocar em prática o preço verdadeiro? Simplesmente são necessários indivíduos que identifiquem as transações nas quais eles podem pagar um preço verdadeiro a outro ser humano e depois levem isso a termo.

Então a minha pergunta atual: Qual é o preço verdadeiro para cada um dos barcos de brinquedo movidos a balão no catálogo da Loja Lehman’s? E é claro, a pergunta relacionada: Como se investiga para descobrir as variáveis que precisam ser consideradas para encontrar este preço verdadeiro em cada caso? E finalmente, o que estou disposta a pagar pelo barco de brinquedo movido a balão, à luz do que é descoberto?

Uma descrição do preço verdadeiro e uma fórmula para se chegar ao preço verdadeiro numa troca foram apresentados por um pesquisador e estudioso austríaco no início do século XX, Rudolf Steiner, como tema central nas suas catorze palestras sobre economia em 19222. Ele disse:

“Um ‘preço verdadeiro’ é obtido quando uma pessoa recebe, como contra-valor pelo produto que fez, o suficiente para que ela possa satisfazer o total de suas necessidades, incluindo é claro as necessidades de seus dependentes, até que ela novamente tenha concluído um produto semelhante.”

Steiner, Rudolf, Economics: The World as One Economy, New Economy Publications (www.cfae.biz) Alemão 1922; Inglês 1993. Fórmula do Preço Verdadeiro, pág. 83.; em português: Steiner, Rudolf,

Economia Viva, Editora Antropsófica, 1996, pag.4

No meu entender, isso significa que eu pago um preço verdadeiro quando o produtor da minha compra recebe o suficiente para continuar no negócio e satisfazer todas as necessidades de sua casa durante seu próximo ciclo produtivo.

Isto traz vários conceitos que refrescam o pensamento tradicional:

Page 11: Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga · Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga . Nina Veiga ... a primeira série todos os alunos aprendem a tocar

Nina Veiga

Bonecas educativas Waldorf

Todos os direitos reservados. eduK.com.br

Conforme a Lei 9.610/98, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia e expressa do autor (artigo 29).

11

1. O preço verdadeiro não se baseia no que custou (passado) produzir o item adquirido no presente, mas nas condições econômicas futuras que influenciarão todos os custos e contingências enquanto o próximo produto igual é feito.

2. O preço verdadeiro é dado em termos do ser humano individual que produz/fornece o que está sendo adquirido, e as perguntas chaves incluem:

a) Este preço lhe permite satisfazer as necessidades suas e de sua casa? e b) Este preço lhe permite continuar no negócio? 3. O preço verdadeiro é um respeitador de todas as pessoas. Isto quer dizer que, se existe

um preço verdadeiro a ser pago, o operário de fábrica chinês deve satisfazer as necessidades de sua casa e continuar no negócio tanto quanto o artesão amish nos Estados Unidos – e todas as outras pessoas ao longo do caminho que viabilizaram a chegada desse produto a seu destino final – isto é, à pessoa que o compra. Nessa maneira de pensar, cada transação de cada indivíduo é uma instância concreta do seu relacionamento com o resto do mundo, pois isso é, de fato, como acontece (conscientemente ou não) o efeito desse fluxo de dinheiro ou capital.

4. O preço verdadeiro depende dos consumidores que tomam a iniciativa de garantir que os produtores recebam o que precisam; e igualmente depende dos produtores que fazem sua análise de custo e relatórios financeiros genuínos, transparentes e disponíveis. (O preço verdadeiro depende de ambas as partes fazerem sua contabilidade e balancetestransparentes uns aos outros.).

Mesmo que isso seja difícil de alcançar, e mesmo que, para quase todos, eleve o nível em termos da maneira que fazemos negócios uns com os outros hoje em dia, na medida em que pagar preços verdadeiros se torne norma, nessa medida, muitas questões relacionadas à “seguridade social” desaparecerão.

É claro que há implicações mais amplas ainda ao percebermos que o preço verdadeiro se aplica a todas as situações humanas nas quais se pode perguntar: “Quem deve o que a quem?” (especialmente depois de uma guerra; a fórmula do preço verdadeiro de Steiner foi publicada pouco depois da Primeira Grande Guerra.).

Quando a economia (eu quero dizer economia mundial, da qual todos nós somos uma parte local e integrada) for capaz de se libertar e equilibrar seus constantes fluxos de maneira justa, será em grande parte porque teremos alcançado um “ponto de mutação” de pessoas suficientes optando por ser consumidores desejosos de pagar o preço verdadeiro ao produtor, no sentido descrito por Rudolf Steiner. Estaremos fazendo para o outro o que até agora estivemos batalhando, com sucesso ou não, a fazer somente para nós mesmos. Se não fizermos mais que refinar as nossas necessidades e expandir nossa capacidade até abarcar as necessidades dos outros em nossos orçamentos, participaremos com a nossa estatura espiritual e moral, ou seja, com os nossos eus econômicos “verdadeiros”, criando o ponto de mutação que pode nos levar a todos para a direção certa. Assim volto à minha pergunta: Qual é o preço verdadeiro de cada um dos barcos de brinquedo movidos a balão no catálogo da Loja Lehman’s? E a pergunta relacionada: Como se investiga para descobrir as variáveis que precisam ser consideradas para encontrar o preço verdadeiro em cada caso (para o artesão amish e para o operário de fábrica chinês)? Depois, à luz desses fatos, o que estou disposta a pagar pelo barco de brinquedo movido a balão?

A resposta à última pergunta, por ora, é que estou comprando dois barcos de brinquedo movidos a balão pelos preços de catálogo, um da China e outro dos amish americanos, na esperança de que apareçam novas informações financeiras e, nesse caso, estou disposta a pagar uma soma adicional para um ou para ambos os indivíduos, até onde eu possa bancar isso. Embora ainda assim reste uma longa história, o outro lado da moeda: Como garantir que teremos suficiente renda para pagar preços verdadeiros?

Page 12: Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga · Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga . Nina Veiga ... a primeira série todos os alunos aprendem a tocar

Nina Veiga

Bonecas educativas Waldorf

Todos os direitos reservados. eduK.com.br

Conforme a Lei 9.610/98, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia e expressa do autor (artigo 29).

12

Meg Freeling, Sound Learning, Columbus, Ohio USA - 29 de setembro, 2013

http://feasp.files.wordpress.com/2014/02/prec3a7o-verdadeiro-em-barcos-de-brinquedo-por-meg-freling.pdf

Economia solidária

A Economia Solidária pode ser definida em três dimensões: Economicamente, é um jeito de fazer a atividade econômica de produção, oferta de

serviços, comercialização, finanças ou consumo baseado na democracia e na cooperação, o que chamamos de autogestão: ou seja, na Economia Solidária não existe patrão nem empregados, pois todos os/as integrantes do empreendimento (associação, cooperativa ou grupo) são ao mesmo tempo trabalhadores e donos.

Culturalmente, é também um jeito de estar no mundo e de consumir (em casa, em eventos ou no trabalho) produtos locais, saudáveis, da Economia Solidária, que não afetem o meio-ambiente, que não tenham transgênicos e nem beneficiem grandes empresas. Neste aspecto, também simbólico e de valores, estamos falando de mudar o paradigma da competição para o da cooperação de da inteligência coletiva, livre e partilhada.

Politicamente, é um movimento social, que luta pela mudança da sociedade, por uma forma diferente de desenvolvimento, que não seja baseado nas grandes empresas nem nos latifúndios com seus proprietários e acionistas, mas sim um desenvolvimento para as pessoas e construída pela população a partir dos valores da solidariedade, da democracia, da cooperação, da preservação ambiental e dos direitos humanos.

A economia solidária é praticada por milhões de trabalhadoras e trabalhadores de todos os extratos, incluindo a população mais excluída e vulnerável, organizados de forma coletiva gerindo seu próprio trabalho, lutando pela sua emancipação em milhares de empreendimentos econômicos solidários e garantindo, assim, a reprodução ampliada da vida nos setores populares.

São iniciativas de projetos produtivos coletivos, cooperativas populares, cooperativas de coleta e reciclagem de materiais recicláveis, redes de produção, comercialização e consumo, instituições financeiras voltadas para empreendimentos populares solidários, empresas autogestionárias, cooperativas de agricultura familiar e agroecologia, cooperativas de prestação de serviços, entre outras, que dinamizam as economias locais, garantem trabalho digno e renda às famílias envolvidas, além de promover a preservação ambiental.

Além disso, a economia solidária se expressa em organização e conscientização sobre o consumo responsável, fortalecendo relações entre campo e cidade, entre produtores e consumidores, e permitindo uma ação mais crítica e pró-ativa dos consumidores sobre qualidade de vida, de alimentação e interesse sobre os rumos do desenvolvimento relacionados à atividade econômica.

Fonte: http://cirandas.net/fbes/o-que-e-economia-solidaria

Para saber mais acesse: http://www.ipoema.org.br/ipoema/home/conceitos/permacultura/ http://cirandas.net/ http://www.fbes.org.br/ http://comprodequemfaz.com.br/ Video: A história das coisas, 2009 http://www.youtube.com/watch?v=7qFiGMSnNjw

Page 13: Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga · Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga . Nina Veiga ... a primeira série todos os alunos aprendem a tocar

Nina Veiga

Bonecas educativas Waldorf

Todos os direitos reservados. eduK.com.br

Conforme a Lei 9.610/98, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia e expressa do autor (artigo 29).

13

Para um novo modo de encarar a maternidade: http://umavezmamifera.wordpress.com/ http://aervilhacorderosa.com/ http://www.cientistaqueviroumae.com.br/ http://mamatraca.com.br/

Impressões de uma mãe sobre o brincar livre:

“Menos brinquedo, mais brincadeira” por Renata Penna

https://www.facebook.com/rezica?fref=ts

Recentemente, ficamos fora de casa por três meses, por conta de uma obra que

precisamos fazer aqui. Por causa da sujeira e poeira da reforma, tiramos de casa a maioria das nossas coisas – e entre elas, todos os brinquedos das meninas, que foram ensacados e guardados na casa da minha sogra.

Pois bem. Voltamos para casa, e como estávamos cheios de bagunças mais urgentes para organizar, os brinquedos foram sendo esquecidos, dia após dia, semana após semana. Hoje, três meses depois de termos voltado para casa, a maioria deles continua lá, entulhada na edícula da casa da avó, esperando que tenhamos disposição e paciência para separá-los, organizá-los e trazê-los de volta.

Temos vivido, portanto, em uma casa praticamente esvaziada de brinquedos ‘formais’. Entre o que temos aqui, alguns jogos de tabuleiro que as meninas ganharam de aniversário, uma ou outra boneca, os bichos de pelúcia com os quais elas dormem, um jogo de panelinhas e coisas de cozinha, as bicicletas das mais velhas e o triciclo da mais nova, gizes de cera e cadernos para desenhar, alguns livros e gibis – e só.

E ainda assim elas brincam, e como brincam! Sem a facilidade dos brinquedos prontos a direcionar as brincadeiras, elas fazem de tudo o que encontram pela casa matéria prima para a fantasia e a criatividade. E inventam histórias mirabolantes, situações inimagináveis, brincadeiras inacreditáveis!

Dia destes, Ana Luz enfiou uma cesta na cabeça, auto intitulou-se ‘Perseu’. Rapidamente, Estrela comprou a ideia, prendendo uma colher de pau na lateral do shorts, para fazer as vezes de espada. Chiara não ficou para trás: enfiou duas galochas recém-adquiridas nos pés, e se disse soldado.

Numa outra ocasião, resolveram brincar de restaurante. Nem da panelinha de brinquedo precisaram – um pote de sorvete serviu maravilhosamente, e recheado de gizes de cera coloridos, foi parar dentro do forninho elétrico (que obviamente, estava desligado, informação que elas se encarregaram de confirmar antes, porque já conhecem os riscos), para logo ser servido à mesa, como uma refinada refeição, acompanhado de um refrescante copo de papel picado.

Num outro dia, foram os balanços que temos no quintal os responsáveis por despertar a criatividade do triozinho: com alguns lençóis e toalhas enrolados em suas correntes, o quintal virou um acampamento indígena. Até Tulipa, a cachorra, teve seu papel na brincadeira – embora o que lhe coubesse fosse abocanhar as pontas das ‘cabanas’ obstinadamente, até derrubá-las e obrigar as ‘indiazinhas’ a recomeçar a história toda.

Page 14: Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga · Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga . Nina Veiga ... a primeira série todos os alunos aprendem a tocar

Nina Veiga

Bonecas educativas Waldorf

Todos os direitos reservados. eduK.com.br

Conforme a Lei 9.610/98, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia e expressa do autor (artigo 29).

14

Um fato: crianças não precisam de brinquedos para se divertir, muito menos para que se sintam felizes. Isso não significa que precisamos abolir todo e qualquer brinquedo, confiscar presentes, proibir terminantemente qualquer tipo de presente. Significa apenas que devemos lembrar a todo momento que a peça mais importante da brincadeira está sempre ali: é a criança, com sua alegria pura, com sua ingenuidade, com sua mente fantasiosa e criativa. O brinquedo pode ser ferramenta para despertar esta fantasia e esta criatividade – mas não precisa ser. Sem ele, a magia também acontece, muitas vezes até mais intensamente.

Aqui, tenho pensado muito no destino que daremos a todos aqueles brinquedos que estão, até hoje, ensacados e esquecidos na casa da avó. Não vou dar cabo de todos, mas certamente passarão por uma triagem bem rigorosa, deixando aqueles ‘de estimação’, especiais por este ou aquele motivo, e os restantes, direto para doação. Despertar a fantasia de outras crianças, pelo mundo afora.

Nossas filhas nunca tiveram os armários abarrotados de brinquedos, até porque raramente compramos. Nossos familiares também não têm o hábito de enchê-las de presentes (e nesse ponto temos sorte!), por isso o excesso de brinquedos não é nem nunca foi um problema por aqui.

Mesmo assim, nesse dia das crianças por aqui estaremos pensando menos em presentes, e mais em coisas para se fazer junto, e para que elas façam entre si, ou mesmo sozinhas, botando a criatividade para funcionar. Menos gasto, menos entulho em casa, menos coisas inúteis para se guardar, menos lixo num futuro próximo. E mais afeto, mais presença, mais troca. Sem dúvida, uma equação bem bacana para este doze de outubro.

Fonte:http://vilamamifera.com/mamiferas/menos-brinquedo-e-mais-brincadeira/

Page 15: Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga · Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga . Nina Veiga ... a primeira série todos os alunos aprendem a tocar

Nina Veiga

Bonecas educativas Waldorf

Todos os direitos reservados. eduK.com.br

Conforme a Lei 9.610/98, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia e expressa do autor (artigo 29).

15

A Boneca Waldorf A Boneca inspirada na Pedagogia Waldorf

Para a Pedagogia Waldorf a boneca 1 tem uma importância e intimidade no brincar

infantil que não ocorre com os outros brinquedos. Independentemente da idade ou do gênero, a boneca é para a criança um companheiro, um amigo muito próximo de seu coração. Acompanha a criança em todos os seus caminhos, na cama, no brincar, no consolo de suas tristezas e nas suas alegrias. Podemos chamar de “pedagógica” a boneca construída observando alguns parâmetros: material natural, proporções e forma correspondentes às humanas saudáveis, fisionomia sem caricaturas ou expressões fixas, confecção manual. Além disso, seu manuseio deve possibilitar o livre brincar, a fantasia e a expressão da criança. Toda criança deve ter "a sua boneca" ou boneco principal. Essa boneca deve ser um espelho da criança, onde se reflete sua anatomia e suas características étnicas. Se a criança for morena ou loira, a boneca também o será, quando negra ou parda, a boneca deve ser da mesma cor. Além disso, toda criança deve brincar com "bonecas amigas" de várias etnias. É de grande importância para a criança aprender a amar e a conviver com todas as matizes da diversidade humana e, para isso, os bonecas são excelentes professores. A boneca étnica negra e parda

O papel da boneca étnica, negra e parda, é de grande importância para a valorização da

auto-estima e do reconhecimento da identidade afro-brasileira das crianças, tanto na família e na sociedade quanto na escola. A criança negra ou parda deve ter "a sua boneca" como seu espelho, onde se reflete sua anatomia e suas características étnicas. Ela também deve ter bonecas de etnias diferentes da sua para aprender a amar e a conviver com as diferenças. Através da identificação étnica com a boneca, a criança pode fortalecer sua identidade, aprender a valorizar a si e aos seus semelhantes e reconhecer, para toda a vida, suas raízes, livre de preconceitos ou estereótipos. Para os educadores, a boneca étnica também é um importante instrumento de vivência em sala de aula. As várias etnias reunidas no brincar pedagógico em sala de aula têm o poder de promover a interação social, a tolerância e o respeito pelas diferenças. Crianças que, no brincar livre, têm a oportunidade de aprender a conviver com a diversidade social tornam-se adultos mais preparados para a vida em sociedade. Bonecos Waldorf meninos

O brincar com bonecas tem uma importância especial para os meninos. Todo menino deve ter "o seu boneco" que o acompanhe em todos os seus momentos, no brincar, no consolo de suas tristezas e nas suas alegrias. O menino não estabelece esse relacionamento com uma bola ou um carrinho. Além disso, quando o pai presenteia o filho com um boneco, colabora para a quebra de estereótipos que podem atrapalhar a criança em suas relações sociais e familiares quando adulto. Ao brincar com seu de boneco, o menino amplia sua possibilidade de se tornar um ser humano mais completo e amoroso. Por que as bonecas são confeccionadas com material natural?

1 Baseado no livro “Minha Querida Boneca”, de Karin Evelin Scheven.São Paulo: FEWB, 2006.

Page 16: Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga · Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga . Nina Veiga ... a primeira série todos os alunos aprendem a tocar

Nina Veiga

Bonecas educativas Waldorf

Todos os direitos reservados. eduK.com.br

Conforme a Lei 9.610/98, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia e expressa do autor (artigo 29).

16

Os materiais naturais que constituem os brinquedos pedagógicos inspirados na

Pedagogia Waldorf oferecem para a criança uma vivência tátil muito rica. Esses elementos possibilitam o encontro da criança com as leis naturais contidas no material. O contato da criança com materiais vivos ajuda no desenvolvimento do sentido do tato, importante base para o desenvolvimento saudável da percepção do eu no mundo.

O rosto

O rosto não será muito definido, pois um rosto totalmente estruturado estabelece uma impressão fixa na criança. Os olhos e a boca são apenas sugeridos, deixando livre a fantasia, para que possa chorar ou rir, dependendo do estado anímico da criança. Toda boneca é tanto melhor quanto mais indefinida seja sua expressão.

Recomendação bibliográfica: Brincadeiras criativas para o seu filho -Christopher Clouder e Janini Nicol, Publifolha, São Paulo, 2009. Minha querida boneca - Karin Evelyn Scheven. São Paulo: FEWB, 2006.

Page 17: Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga · Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga . Nina Veiga ... a primeira série todos os alunos aprendem a tocar

Nina Veiga

Bonecas educativas Waldorf

Todos os direitos reservados. eduK.com.br

Conforme a Lei 9.610/98, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia e expressa do autor (artigo 29).

17

É brincando que reencantaremos o mundo

Em tempos passados brincar era natural para a criança. Elas brincavam o quanto queriam, das mais diversas maneiras, com espontaneidade, graça e criatividade, reinventando antigas tradições. Ninguém precisava dizer que brincar era importante para elas. Hoje em dia, em nossa cultura predominantemente técnica e tecnológica, a criança está perdendo a sua capacidade original de brincar. Muitas delas não têm oportunidade de conviver com a natureza e, ao contrário, começam muito cedo a assistir à televisão e a “brincar” com o computador. Por meio do brincar, a criança explora o mundo com todos os seus sentidos e desenvolve as primeiras noções de espaço, tempo, textura, temperatura, forma e consistência. Mais tarde, as brincadeiras mais complexas promoverão as primeiras noções para a vida social. Os recentes estudos neurofisiológicos mostram que a formação do cérebro e a ampliação do número de sinapses (conexões nervosas) são estimuladas pelo processo natural de brincar. Essas experiências ocorrem quando as crianças lidam com diferentes objetos, deixando-os cair, jogando ao longe, ouvindo o som que surge ao serem batidos no chão e repetindo incansavelmente a mesma seqüência de movimentos. Uma atitude muito saudável é a participação ativa do adulto, proporcionando às crianças objetos com diferentes texturas e formas, abaixando-se e devolvendo os objetos, “entrando” realmente na brincadeira. Por estar profundamente ligada ao mundo espiritual, a criança tem grande afinidade com os ritmos e formas cósmicas, e as bolas, os balões, as bolhas de sabão, os piões, as cordas, o balanço são os representantes desses ritmos e formas na terra. Elas também se sentem fascinadas pelos quatro elementos – terra, água, ar e calor – e querem ter experiências diversas com cada um deles. Os adultos podem estar orientando e direcionando essa aproximação, garantindo proteção e evitando acidentes. De grande importância são as múltiplas vivências com plantas e animais, que ajudam as crianças a conquistar intimidade com a natureza. Fonte: Aliança pela Infância - www.aliancapelainfancia.org.br

Lista de materiais:

40 X 90 cm de tecido meia malha 30 fios penteada puro algodão para o corpo

Algodão linha Bella Pingouin para fazer sapatinhos

Lã de carneiro para enchimento 150 g

Lã penteada 120 g

Lãs naturais para cabelo 80 g

Agulhas de costura número 6 e 7

Linha de costura à máquina na cor da pele

Fio de overloque branco ou cru para amarrar a cabeça

Alicate de bijuteria – ponta redonda

Fita métrica

40 X 90 cm tecido tricoline de algodão em cor para a roupa

Page 18: Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga · Apostila do curso Bonecas educativas Waldorf Nina veiga . Nina Veiga ... a primeira série todos os alunos aprendem a tocar

Nina Veiga

Bonecas educativas Waldorf

Todos os direitos reservados. eduK.com.br

Conforme a Lei 9.610/98, é proibida a reprodução total e parcial ou divulgação comercial sem a autorização prévia e expressa do autor (artigo 29).

18

25 X 25 cm de malha ribana para calcinha

Linha de costura à máquina na cor predominante da roupa

Fitas para enfeitar o cabelo

Linha forte de poliamida Settanyl – Setta número 60 na cor da pele

2,9 m linha para amarração cordonê encerado Setta

Linha forte de poliamida Settanyl – Setta número 60 na cor do cabelo

Pauzinho de bambu para ajudar encher pernas e braços

Régua

Para acabamento dos olhos vermelha, marrom, preta ou azul. Linha Rubi para Crochê e

Bordar nº 5

Agulha de croché número 4,5

Agulha de tapeçaria número 14

Fornecedores de materiais Lã de enchimento, lã penteada e lã para cabelo (lã não sintética): Ateliê Henriqueta Achutti: https://www.facebook.com/henriqueta.achutti Bicho sem Vergonha: http://www.sbvitamonte.com.br/pt-br/ Fazenda Caixa d'água: http://caixadagua.com/ Fiolã: http://www.fiola.com.br/ Feltran: http://feltran.com.br/