Apostila Desenho primeiraparte UFGD · representação gráfica, como é o caso da NBR 5984 –...

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS Engenharia Agrícola DESENHO TÉCNICO GENERALIDADES Prof. Dr. Rodrigo Couto Santos DOURADOS - MS 2018

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DESENHO TÉCNICO GENERALIDADES

Prof. Dr. Rodrigo Couto Santos

DOURADOS - MS 2018

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CAPÍTULO I

1. DESENHO TÉCNICO: MATERIAIS E ACESSÓRIOS

1.1. Introdução

Desenho técnico é uma ferramenta de extrema importância utilizado por

desenhistas, arquitetos e engenheiros. Nas construções tecnológicas, as idéias e dados se

registram em uma linguagem gráfica, através da qual se descreve minuciosamente cada

operação e guarda-se um registro completo da estrutura, para reprodução ou mesmo

reparos futuros.

Utilizando-se de um conjunto constituído por linhas, números, símbolos e

indicações escritas normalizadas internacionalmente, o desenho técnico é definido como

linguagem gráfica universal da engenharia e da arquitetura.

Assim como a linguagem verbal escrita exige alfabetização, a execução e a

interpretação da linguagem gráfica do desenho técnico exige treinamento específico,

porque são utilizadas figuras planas (bidimensionais) para representar formas espaciais.

Ao ensinar executar ou mesmo interpretar projetos, o Desenho Técnico pode

ser considerado uma das principais disciplinas de um curso para a formação de técnicos.

Todo engenheiro, administrador rural ou profissional tecnológico deve saber executar e

ler desenhos.

Conhecendo-se a metodologia utilizada para elaboração do desenho

bidimensional é possível entender e conceber mentalmente a forma espacial

representada em uma figura plana.

Na prática pode-se dizer que, para interpretar um desenho técnico, é necessário

enxergar o que não é visível e a capacidade de entender uma forma espacial a partir de

uma figura plana é chamada visão espacial. A habilidade de percepção das formas

espaciais a partir das figuras planas pode ser desenvolvida a partir de exercícios

progressivos e sistematizados.

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ORIGEM DO DESENHO TÉCNICO

A representação de objetos tridimensionais em superfícies bidimensionais

evoluiu gradualmente através dos tempos. Conforme histórico feito por HOELSCHER,

SPRINGER E DOBROVOLNY (1978) um dos exemplos mais antigos do uso de planta

e elevação está incluído no álbum de desenhos na Livraria do Vaticano desenhado por

Giuliano de Sangalo no ano de 1490.

No século XVII, por patriotismo e visando facilitar as construções

extraordinária habilidade como desenhista, criou, utilizando projeções ortogonais, um

sistema com correspondência biunívoca entre os elementos do plano e do espaço.

O sistema criado por Gaspar Monge, publicado em 1795 com o título

“Geometrie Descriptive” é a base da linguagem utilizada pelo Desenho Técnico.

No século XIX, com a explosão mundial do desenvolvimento industrial, foi

necessário normalizar a forma de utilização da Geometria Descritiva para transformá-la

numa linguagem gráfica que, a nível internacional, simplificasse a comunicação e

viabilizasse o intercâmbio de informações tecnológicas.

Desta forma, a Comissão Técnica TC 10 da International Organization for

Standardization – ISO normalizou a forma de utilização da Geometria Descritiva como

linguagem gráfica da engenharia e da arquitetura, chamando-a de Desenho Técnico. O

domínio desta linguagem também passou a ser importante para profissionais que

ocupam cargos de direção e liderança, visto que sua correta interpretação é o mínimo

que se espera das pessoas que exercem estas funções.

Nos dias de hoje a expressão “desenho técnico” representa todos os tipos de

desenhos utilizados pela engenharia incorporando também os desenhos não-projetivos

(gráficos, diagramas, fluxogramas etc.).

Todo o processo de desenvolvimento e criação dentro da engenharia está

intimamente ligado à expressão gráfica. O desenho técnico é uma ferramenta que pode

ser utilizada não só para apresentar resultados como também para soluções gráficas que

podem substituir cálculos complicados.

Apesar da evolução tecnológica e dos meios disponíveis pela computação

gráfica, o ensino de Desenho Técnico ainda é imprescindível na formação de qualquer

modalidade de engenharia ou tecnológica, pois, além do aspecto da linguagem gráfica

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que permite que as idéias concebidas por alguém sejam executadas por terceiros, o

desenho técnico desenvolve o raciocínio, o senso de rigor geométrico, o espírito de

iniciativa e de organização.

Assim, o aprendizado ou o exercício de qualquer modalidade de engenharia e

profissão que culmina em cargos de lideranças tecnológicas irá depender, de uma forma

ou de outra, do desenho técnico.

TIPOS DE DESENHO TÉCNICO

O desenho técnico é dividido em dois grandes grupos:

• Desenho projetivo – são os desenhos resultantes de projeções do objeto em um ou

mais planos de projeção e correspondem às vistas ortográficas e às perspectivas.

• Desenho não-projetivo – na maioria dos casos corresponde a desenhos resultantes

dos cálculos algébricos e compreendem os desenhos de gráficos, diagramas etc..

Os desenhos projetivos compreendem a maior parte dos desenhos feitos nas

indústrias e alguns exemplos de utilização são:

• Projeto e fabricação de máquinas, equipamentos e de estruturas nas

indústrias de processo e de manufatura (indústrias mecânicas, aeroespaciais, químicas,

farmacêuticas, petroquímicas, alimentícias, etc.).

• Projeto e construção de edificações com todos os seus detalhamentos

elétricos, hidráulicos, elevadores etc..

• Projeto e construção de rodovias e ferrovias mostrando detalhes de corte,

aterro, drenagem, pontes, viadutos etc..

• Projeto e montagem de unidades de processos, tubulações industriais,

sistemas de tratamento e distribuição de água, sistema de coleta e tratamento de

resíduos.

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• Representação de relevos topográficos e cartas náuticas.

• Desenvolvimento de produtos industriais.

• Projeto e construção de móveis e utilitários domésticos.

• Promoção de vendas com apresentação de ilustrações sobre o produto.

Pelos exemplos apresentados pode-se concluir que o desenho projetivo é

utilizado em todas as modalidades da engenharia e pela arquitetura. Como resultado das

especificidades das diferentes modalidades de engenharia, o desenho projetivo aparece

com vários nomes que correspondem a alguma utilização específica:

• Desenho Mecânico

• Desenho de Máquinas

• Desenho de Estruturas

• Desenho Arquitetônico

• Desenho Elétrico/Eletrônico

• Desenho de Tubulações

Mesmo com nomes diferentes, as diversas formas de apresentação do desenho

projetivo têm uma mesma base, e todas seguem normas de execução que permitem suas

interpretações sem dificuldades e sem mal-entendidos. Os desenhos não-projetivos são

utilizados para representação das diversas formas de gráficos, diagramas, esquemas,

ábacos, fluxogramas, organogramas etc..

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FORMAS DE ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DO DESENHO

TÉCNICO

Os desenhos são feitos a mão livre, por meio de instrumentos ou computadores.

Obedecem uma certa ordem na sua confecção:

I. Esboços ou rascunhos – em geral, a mão livre, cotados ou não,

guardando-se aproximadamente as proporções do desenho apresentado.

II. Desenho preliminares – sujeitos a modificações, são feitos em conjunto

e mais ou menos certo.

III. Desenhos definitivos – trabalhos que dependem dos desenhos anteriores;

são detalhados na escala e contém todos os elementos necessários à

inteira compreensão do objeto e, eventualmente, a sua execução.

IV. Cópia – é a multiplicação do desenho definitivo (original). As cópias

podem ser de várias espécies:

- simples cópia do original a lápis ou tinta;

- cópias heliográficas, em papel próprio, sensível à luz;

- “clichês” para impressão em tipografia;

- cópias plotadas.

A PADRONIZAÇÃO DOS DESENHOS TÉCNICOS

Para transformar o desenho técnico em uma linguagem gráfica foi necessário

padronizar seus procedimentos de representação gráfica. Essa padronização é feita por

meio de normas técnicas seguidas e respeitadas internacionalmente.

As normas técnicas são resultantes do esforço cooperativo dos interessados em

estabelecer códigos técnicos que regulem relações entre produtores e consumidores,

engenheiros, empreiteiros e clientes. Cada país elabora suas normas técnicas e estas são

acatadas em todo o seu território por todos os que estão ligados, direta ou indiretamente,

a este setor. No Brasil as normas são aprovadas e editadas pela Associação Brasileira de

Normas Técnicas – ABNT, fundada em 1940.

Para favorecer o desenvolvimento da padronização internacional e facilitar o

intercâmbio de produtos e serviços entre as nações, os órgãos responsáveis pela

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normalização em cada país, reunidos em Londres, criaram em 1947 a Organização

Internacional de Normalização (International Organization for Standardization – ISO)

Quando uma norma técnica proposta por qualquer país membro é aprovada por

todos os países que compõem a ISO, essa norma é organizada e editada como norma

internacional.

As normas técnicas que regulam o desenho técnico são normas editadas pela

ABNT, registradas pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e

Qualidade Industrial) como normas brasileiras -NBR e estão em consonância com as

normas internacionais aprovadas pela ISO.

Os procedimentos para execução de desenhos técnicos aparecem em normas

gerais que abordam desde a denominação e classificação dos desenhos até as formas de

representação gráfica, como é o caso da NBR 5984 – NORMA GERAL DE DESENHO

TÉCNICO (Antiga NB 8) e da NBR 6402 – EXECUÇÃO DE DESENHOS

TÉCNICOS DE MÁQUINAS E ESTRUTURAS METÁLICAS (Antiga NB 13), bem

como em normas específicas que tratam os assuntos separadamente, conforme os

exemplos seguintes:

• NBR 10647 – DESENHO TÉCNICO – NORMA GERAL, cujo objetivo é

definir os termos empregados em desenho técnico. A norma define os tipos de desenho

quanto aos seus aspectos geométricos (Desenho Projetivo e Não-Projetivo), quanto ao

grau de elaboração (Esboço, Desenho Preliminar e Definitivo), quanto ao grau de

pormenorização (Desenho de Detalhes e Conjuntos) e quanto à técnica de execução (À

mão livre ou utilizando computador)

• NBR 10068 – FOLHA DE DESENHO LAY-OUT E DIMENSÕES, cujo

objetivo é padronizar as dimensões das folhas utilizadas na execução de desenhos

técnicos e definir seu lay-out com suas respectivas margens e legenda.

• NBR 10582 – APRESENTAÇÃO DA FOLHA PARA DESENHO

TÉCNICO, que normaliza a distribuição do espaço da folha de desenho, definindo a

área para texto, o espaço para desenho etc.. Como regra geral deve-se organizar os

desenhos distribuídos na folha, de modo a ocupar toda a área, e organizar os textos

acima da legenda junto à margem direita, ou à esquerda da legenda logo acima da

margem inferior.

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• NBR 13142 – DESENHO TÉCNICO – DOBRAMENTO DE CÓPIAS, que

fixa a forma de dobramento de todos os formatos de folhas de desenho: para facilitar a

fixação em pastas, eles são dobrados até as dimensões do formato A4.

• NBR 8402 – EXECUÇÃO DE CARACTERES PARA ESCRITA EM

DESENHOS TÉCNICOS que, visando à uniformidade e à legibilidade para evitar

prejuízos na clareza do desenho e evitar a possibilidade de interpretações erradas, fixou

as características de escrita em desenhos técnicos.

Além das normas citadas acima, como exemplos, existem também outras

normas da ABNT, como:

• NBR 8403 – APLICAÇÃO DE LINHAS EM DESENHOS – TIPOS DE

LINHAS – LARGURAS DAS LINHAS

• NBR10067 – PRINCÍPIOS GERAIS DE REPRESENTAÇÃO EM

DESENHO TÉCNICO

• NBR 8196 – DESENHO TÉCNICO – EMPREGO DE ESCALAS

• NBR 12298 – REPRESENTAÇÃO DE ÁREA DE CORTE POR MEIO DE

HACHURAS EM DESENHO TÉCNICO

• NBR10126 – COTAGEM EM DESENHO TÉCNICO

• NBR8404 – INDICAÇÃO DO ESTADO DE SUPERFÍCIE EM

DESENHOS TÉCNICOS

• NBR 6158 – SISTEMA DE TOLERÂNCIAS E AJUSTES

• NBR 8993 – REPRESENTAÇÃO CONVENCIONAL DE PARTES

ROSCADAS EM DESENHO TÉCNICO

Existem normas que regulam a elaboração dos desenhos e têm a finalidade de

atender a uma determinada modalidade de engenharia. Como exemplo, pode-se citar: a

NBR 6409, que normaliza a execução dos desenhos de eletrônica; a NBR 7191, que

normaliza a execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado; NBR

11534, que normaliza a representação de engrenagens em desenho técnico.

Uma consulta aos catálogos da ABNT mostrará muitas outras normas

vinculadas à execução de algum tipo ou alguma especificidade de desenho técnico.

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1.2. Materiais e acessórios

São vários os materiais utilizados para a perfeita execução de um desenho

técnico. Porém, atualmente, os desenhos técnicos tem sido feitos utilizando o

computador como ferramenta indispensável no processo, dada a facilidade de possíveis

modificações necessárias na fase preliminar e perfeição dos desenhos definitivos. No

entanto, para isto é necessário um computador compatível com os programas

específicos à estas tarefas, além de uma impressora de boa qualidade e que imprima os

desenhos definitivos no tamanho desejado.

Os principais matérias de desenho são:

• Pranchetas com tecnígrafos;

• Régua T, pranchetinha e

esquadros;

• Compassos e transferidores;

• Lápis e borracha;

• Fita adesiva;

• Escalímetros ou escalas;

• Nanquim;

• Canetas de nanquim;

• Normógrafos;

• Curva francesa;

• Gabaritos;

• Papéis.

1.2.1. Pranchetas com tecnígrafos

Constitui a própria mesa de desenho, reclinável ou não. Deve ter a superfície

plana, confeccionada de maneira que não empene com o tempo. É normalmente

conjugada com o tecnígrafo (Figura 1).

Tecnígrafos: Substitui a régua T, esquadros, réguas graduadas e transferidores.

Consta de um sistema de alavancas móveis, com duas réguas perpendiculares entre si,

presas num cabeçote com movimento de rotação e graduadas em graus e frações de

graus. Movimenta-se para todos os pontos da prancheta, podendo traçar paralelas,

horizontais, perpendiculares e ângulos, com maior rapidez e eficiência.

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FIGURA 1 – Conjunto prancheta tecnígrafo

1.2.2. Régua “T” , régua paralela e esquadros

Régua “T” – Constitui uma régua com formato de um “T”. Em conjunto com

o par de esquadros (30O e 45O), conjugados, permitem o traçado de linhas horizontais,

perpendiculares e oblíquas, de 15 em 15O (Figura 2). Substitui o tecnígrafo, mas ainda

sim necessitam da mesa específica de desenho para serem utilizados.

FIGURA 2 – Régua “T” e esquadros

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Régua paralela – Utilizada em substituição à régua T (Figura 3)

Figura 3 – Esquema ilustrativo de régua T e régua paralela

Atualmente a mesa específica para desenho tem sido substituída por uma

pranchetinha pouco maior que o tamanho da folha A3, que já vem com um fixador

parafusado, que faz a função da régua “T”. Esta pranchetinha permite maior mobilidade

podendo ser utilizada em locais que não sejam a mesa específica de desenho (Figura 4).

Figura 4 – Pranchetinha com régua paralela

1.2.3. Réguas graduadas

Utilizadas para se medir e tomar medidas dentro e fora do desenho. São

chamadas de duplo decímetro (20 cm) ou triplo decímetro (30 cm). Podem ser

graduadas de um milímetro de um lado e meio milímetro do outro lado.

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1.2.4. Compassos e transferidores

Compassos – instrumentos destinados a traçar circunferências e seus arcos

(Figura 5).

Transferidores – servem para medir e determinar ângulos (Figura 5).

FIGURA 5 – Compasso e transferidores de 360 e 180º

1.2.5. Lápis e borracha

Os lápis são utilizados para se traçar esboços, trabalhos preliminares ou até

mesmo os trabalhos definitivos. O tipo do lápis utilizado num desenho depende da

finalidade do desenho, qualidade do papel e espessura das linhas.

A classificação é feita de acordo com a espessura de sua grafite. A classe mais

comum é “HB”, onde a dureza cresce no sentido 6B (mais macio), 5B, 4B, 3B, 2B, B,

HB, F, H, 2H, 3H, até 9H (extremamente duro). Para desenhos definitivos em papel

vegetal, com a finalidade de se tirar cópias heliográficas, ou papel pouco resistente

(cartolina), recomenda-se lápis mais macios. Já em desenhos definitivos em papel mais

resistente (canson), principalmente no traçado de linhas finas, recomenda-se a utilização

de lápis mais duros.

A borracha, utilizada em conjunto com o lápis, deve ser macia, pouco áspera, e

branca.

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1.2.6. Fita adesiva

Serve para fixar o papel sobre a mesa, sem danificá-lo. Outros materiais de

fixação menos utilizados são: percevejos, tachinhas e grampeadores.

1.2.7. Escalímetros ou escalas

São réguas graduadas nas escalas convenientes de acordo com a finalidade. De

aplicação direta, dão as medidas reduzidas para a escala utilizada. A escala triangular é

a mais interessante por apresentar seis variações. Um escalímetro é composto pela

combinação das escalas 1: ..., 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100, 1:125 e 1:200 (Figura 6).

FIGURA 6 – Escala triangular ou escalímetro

1.2.8. Nanquim

É a tinta utilizada para os trabalhos definitivos sobre o papel vegetal.

1.2.9. Canetas de nanquim

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Servem para traçar as linhas e legendas dos desenhos a nanquim. Há várias

marcas no mercado, todas elas de qualidades aceitáveis. Existem canetas com diferentes

espessuras de pontas ou pontas móveis com diversas espessuras. O abastecimento é

feito por bombeamento de tinta em seu depósito, ou por cartuchos fixos ou descartáveis

(Figura 7). O conjunto gráfico se classifica pelas espessuras de seus traços, assim, uma

caneta com ponteiro n.o 0,2 gera traços com 0,2 mm de espessura. Os ponteiros

geralmente variam de 0,2 a 1,2.

FIGURA 7 – Caneta de nanquim desmontável.

1.2.10. Normógrafos

São réguas transparentes com guias laterais, onde são modeladas as letras e

números de uma legenda (Figura 8). Se encontram em diversos tamanhos, sendo

numeradas pela medida da altura das letras em milímetros; assim o número 5 mede 5

mm de altura. Variam do número 2 ao 28.

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FIGURA 8 – Conjunto para legenda com normógrafo.

1.2.11. Curva francesa

Destina-se ao traçado de curvas quaisquer que não sejam de circunferência.

Existem vários tipos. Para seu emprego correto tem-se que determinar preliminarmente

um número suficiente de números da curva. Aí então é aplicada a curva francesa,

unindo os pontos, escolhendo a parte que melhor se adapte à porção da linha

considerada curva. Segmentos por seguimentos são traçados até completar a curva total,

sempre tendo o cuidado de evitar desencontros e saliências (Figura 9).

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FIGURA 9 – Curva francesa.

1.2.12. Gabaritos

São réguas onde as convenções e símbolos de aparelhos são modelados em

diversas escalas. Variam com a finalidade. Os gabaritos facilitam e melhoram o

acabamento de um desenho (Figura 10).

FIGURA 10 – Gabarito

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1.2.13. Papéis

São materiais onde estão contidos ou vão conter os desenhos. Devem ser

resistentes, de superfície lisa e uniforme. Podem ser opacos, utilizados para esboços e

desenhos preliminares, e transparentes, onde são feitos os originais e cópias. O papel

não deve ser mal cortado, amarrotado, enrugado, sujo ou rasgado. Existem vários

tamanhos de papel, derivados do formato básico A0 (A zero), que é um retângulo

harmônico de 1 m2 de área.

2. CLASSIFICAÇÃO E APLICAÇÃO DOS MATERIAIS

2.1. Lápis

Os lápis são classificados de acordo com a espessura de sua grafite. A classe

mais comum é “HB”, onde a dureza cresce no sentido 6B (mais macio), 5B, 4B, 3B, 2B,

B, HB, F, H, 2H, 3H, até 9H (extremamente duro). Outra classificação é a numérica: 1

(macio), 2, 3, 4 (duro). Para desenhos definitivos em papel vegetal, com a finalidade de

se tirar cópias heliográficas, ou papel pouco resistente (cartolina), recomenda-se lápis

mais macios. Já em desenhos definitivos em papel mais resistente (canson), para o

traçado de linhas finas, recomenda-se a utilização de lápis mais duros.

2.2. Canetas de nanquim

O conjunto gráfico se classifica pelas espessuras de seus traços, variando,

geralmente, de 0,2 a 1,2. Os mais usados são os nos 0,2, 0,3, 0,4 e 0,5 em desenho

técnico, tanto para traçado de linhas como para legendas com normógrafos

2.3. Normógrafos

São encontrados de acordo com a medida da altura das letras (em milímetros),

variando de 2 a 28. O normógrafo comum vem acompanhado de uma pena com bico

especial de diâmetro apropriado para cada tamanho de letra.

2.4. Papel

O tamanho do papel depende do tamanho e quantidade dos desenhos. As folhas

de papel da série A derivam de um retângulo harmônico de 1 m2 de área chamado A0.

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Retângulo harmônico é aquele que tem seu lado maior igual à diagonal do quadrado

formado pelo lado menor (Figura 11).

Embora não seja regra, normalmente utiliza-se os formatos A6 como fichas.

Formatos maiores que A0 para trabalhos especiais. E os outros para originais.

Nos originais deve-se ter o papel maior, antes de cortá-lo, conforme pode ser

visto na Tabela 1 (NBR 10068):

Tabela 1 – Formato básico dos papéis da série A

Formato

série A

Linha de corte

mm/mm

Margem

mm

Folha sem cortar

(mínimas) mm/mm

4A0 1.682 x 2.378 20 1.720 x 2.420

2A0 1.189 x 1.682 15 1.230 x 1.720

A0 841 x 1.189 10 880 x 1.230

A1 594 x 841 10 625 x 880

A2 420 x 594 7 450 x 625

A3 297 x 420 7 330 x 450

A4 210 x 297 7 240 x 330

A5 148 x 210 5 165 x 240

A6 105 x 148 5 120 x 165

Do lado esquerdo, deixa-se uma margem de 25 a 30 mm, para a fixação das

cópias em classificadores ou capas, após a dobragem.

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Figura 11 – Retângulo harmônico e derivação dos formatos

2.5. Dobragem de papéis

As folhas de desenho devem ser dobradas de forma que não se estrague o seu

conteúdo, mantendo a estética e qualidade da dobragem. Esta deve ser feita de forma

que se possa fixar o desenho num classificador ou pasta, e que se possa abri-lo sem

retirá-lo da mesma. A parte externa da folha dobrada deve ser maior que as demais, de

forma que se forme uma orelha, onde fique a mostra a legenda, com informações que

possam identificar de qual desenho se trata, sem a necessidade de abri-lo.

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CAPÍTULO II

1. Legendas, letras e anotações (NBR 3402)

As legendas, também chamadas na gíria profissional de carimbo constituem

todas as indicações escritas ou numeradas do desenho, necessárias a sua exata

compreensão.

A legenda do rótulo da folha é localizada no canto inferior direito do papel. No

rótulo constará título, escala, firma, desenhista, datas, projetista, número do desenho,

etc.

As letras usadas em qualquer parte do desenho serão do tipo caligrafia técnica.

Os seus tamanhos serão proporcionais ao desenho. São letras maiúsculas no rótulo,

combinações de maiúsculas e minúsculas em outras anotações. Os títulos serão sempre

em letras maiores.

A folha representada abaixo serve para descrever como será a adotada nas

aulas práticas de Desenho Técnico, bem como como deve ser feito o Rótulo para

identificação de cada desenho.

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Forma de escrever é carimbo que identifica cada um

A grafologia, ciência que estuda o gesto gráfico, pode revelar tudo a respeito

da personalidade do caráter do indivíduo, além de fobias, depressão, psicoses e conflitos

emocionais .

Um simples texto redigido pode dizer muito mais sobre uma pessoa do que se

imagina. É possível saber se ela está tensa, ansiosa ou feliz. Como é sua personalidade,

o que busca na vida, o quanto evoluiu e qual a velocidade do seu pensamento. Qualquer

emoção é registrada na ponta da caneta. Até mesmo um simples resfriado modifica a

maneira de escrever.

A psicóloga e grafóloga Rosilene Cruz fez o teste: pediu que a paciente

registrasse no papel sua assinatura, “a expressão única e pessoal da nossa identidade

pública”, como ela mesma define. Em questão de segundos, percebeu, por meio da

leitura das letras, que a mulher estava exausta, sem paciência com certos procedimentos

repetitivos à sua volta. Disse também que a pessoa tem uma inteligência superior, é

sensível, delicada, mas detesta gente prolixa, que a sua emoção transborda a ponto de

deixar qualquer assunto ou tarefa de lado, se ficar chateada, mesmo que não tenha

chegado ao fim. Por incrível que pareça, todas essas características podem ser lidas a

partir da assinatura de alguém.

Num texto, então, Rosilene consegue captar detalhes da personalidade, como

introversão e extroversão, caráter, honestidade, além de memória, fluência verbal,

alcoolismo, depressão, fobias e até conflitos psicológicos ou talentos e aptidões.

Segundo ela, “o teste é simples: num papel sem pauta, a pessoa deve escrever 20 linhas

com caneta esferográfica de ponta fina. A leitura das letras é função da grafologia,

ciência que estuda o gesto gráfico, mas que não tem nada de sobrenatural ou de

manipulação. É um método de investigação que tem diversas escolas, algumas

imperfeitas, mas não se pode culpar a grafologia pelo que é comum a todos os ramos do

conhecimento”, explica Rosilene, citando o grafólogo espanhol Maurício Xandró. Muito

usada como ferramenta para seleção de candidatos em diversas empresas, a grafologia

ajuda ainda na avaliação e planejamento de carreira, clareza de ideias, curso do

pensamento e tem condições de analisar aspectos de um determinado momento de vida

da pessoa. Coordenadora técnica da Vara Cívil da Infância e da Juventude e professora

da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a própria Rosilene se sentiu atraída

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pela grafologia quando, há 20 anos, foi submetida a esse método de seleção para

trabalhar numa empresa. “Fiquei tão impressionada que passei a estudar e a me

aprofundar no assunto.” No início, ela viajava e comprava livros de grafófolos

espanhóis, como Xandró e Augusto Vels, dos franceses Jules Crépieux-Jamin e Guide

Pulver e do alemão Ludwig Klages, precursores da ciência que estuda as letras.

Fonte:

http://www.uai.com.br/UAI/html/sessao_8/2009/04/26/em_noticia_interna,id_sessao=8

&id_noticia=107910/em_noticia_interna.shtml

IMPORTANTE:

Entre as letras mais usuais, a caligrafia técnica demonstra ser eficiente na

seleção de empregos. Quando analisada por Psicólogos, este tipo de grafia demonstra

segurança, pensamento rápido para a tomada de decisões e imparcialidade. Além disso,

é uma característica da maioria dos Engenheiros escreverem com este tipo de letra.

SITE PARA TESTE RÁPIDO SOBRE SEU TIPO DE LETRA:

https://br.vonvon.me/quiz/23

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Linhas

Serão utilizadas linhas de três espessuras: grossa, média e fina. Fixada a

espessura da linha grossa no desenho, a linha média será a metade da linha grossa e a

fina a metade da média.

Devem ser pretas e de diferentes tipos, para determinar diferentes

representações, como pode ser vista no Quadro 1 abaixo:

QUADRO 1 – Convenções de linhas

Linha Denominação Uso

Contínua larga - Contornos visíveis

- Arestas visíveis

Contínua estreita - Linhas de cota

- Linhas de chamada

- Hachuras

- Linhas auxiliares

Contínua estreita a mão livre ou

em ziguezague

- Limites de vistas ou cortes

parciais

Tracejada estreita

(tracejada larga)

- Contornos não visíveis

- Arestas não visíveis

Traço ponto estreita - Linhas de centro

- Linhas de simetria

Traço ponto estreita, larga nas

extremidades e nas mudanças de

direção

- Planos de corte

Os tipos e larguras das linhas são padronizados para que um desenho possa ser

entendido por qualquer pessoa, sem que haja erro de interpretação, o que poderia acabar

causando vários problemas, como falhas de execução, entre outros.

Existem vários tipos de erros habituais do iniciante, ao executar os traçados. Os

mais importantes são:

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a) Desuniformidade – acontece na espessura das linhas, distância entre traços,

tamanho da legenda e indicações escritas.

b) Cruzamento de linhas convergentes – as linhas devem convergir para um

mesmo ponto, e não se cruzar.

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CAPÍTULO III

1. Desenho geométrico

1.1. Ângulos formados por duas retas paralelas interceptadas por uma

transversal

• Os ângulos 1, 3, 5 e 7 são iguais;

• Os ângulos 2, 4, 6 e 8 são iguais;

• Os ângulos 3 e 6, 4 e 5, 2 e 7, 1 e 8 formam 1800

1.2. Triângulos

“A soma dos ângulos internos de um triângulo qualquer é de 1800.”

25

“Num triângulo qualquer, a medida do ângulo α é igual à soma das medidas

dos dois ângulos internos A e B.”

1.3. Construção de polígonos

1.3.1. Construção de retângulos a partir de certos dados

Construção de um quadrado equivalente a um retângulo dado

Seja ABCD o retângulo dado. Prolongue BC até o ponto E, determinado pela

igualdade CE = CD. Sobre BE como diâmetro, construa um semicírculo e prolongue

DC até encontrar este semicírculo em F.

CF é o lado do quadrado equivalente e CFGH é o quadrado.

26

Construção de um quadrado equivalente a um triângulo dado

Seja ABC o triângulo dado. Divida sua altura ao meio e tire por esse meio a

paralela ED à base BC. Trace perpendiculares à reta BC, nos pontos B e C, as quais

interceptem a reta ED, formando o retângulo BCDE, de área equivalente ao triângulo

dado. Use o método de cálculo de um quadrado equivalente, para obter o quadrado

equivalente ao triângulo.

Construção de um retângulo equivalente ao quadrado ABCD, sobre o lado

do retângulo com comprimento dado AE.

27

Pela extremidade E, levante uma perpendicular até encontrar o lado DC (fig.

1), ou seu prolongamento (fig. 2). O ponto de encontro, em ambos os casos, é o ponto F.

Junte A a F, de modo que a reta AF corte BC, ou seu prolongamento, no ponto G. BG

será o comprimento do outro lado do retângulo equivalente que se procura.

Este retângulo será representado, em ambas as figuras, por AEHJ.

1.3.2. Construção de triângulos a partir de certos dados

Construção de um triângulo sendo dados: a altura, a base e o ângulo

oposto a esta.

Seja AB a base. Construa o ângulo ABC igual ao ângulo dado e tire BO

perpendicular a BC. Divida AB ao meio e levante pelo ponto médio D uma

perpendicular a AB, cortando BO no ponto O (centro do semicírculo de raio BO). No

prolongamento de DO marque um ponto E, tal que DE seja igual à altura dada. Tire, por

E, a paralela EF à reta AB. Junte F a A e B.

AFB é o triângulo pedido.

28

Construção de um triângulo sendo dados: a base, um ângulo da base e o

perímetro.

Seja AB a base dada e CAB, o ângulo dado da base. Marque CA igual ao

perímetro diminuído de AB. Junte C a B e divida essa distância ao meio. Pelo ponto

médio D, levante uma perpendicular que corta AC em E. Junte E a B.

AEB é o triângulo pedido.

Construção de um triângulo retângulo, dados a hipotenusa e um ângulo

agudo.

Seja AB a hipotenusa. Com AB como diâmetro, descreva um semicírculo.

Marque o ângulo CAB igual ao ângulo dado. A linha CA corta o semicírculo em D.

Junte D a B.

ADB é o triângulo pedido.

29

1.4. Divisão de retas em partes iguais

1.4.1. Método das linhas paralelas

Para dividir uma reta de tamanho desconhecido em partes iguais ou

proporcionais, convém sempre usar a construção indicada na Figura abaixo (1). Para

dividir a reta AB em 5 partes iguais, foi traçada a reta AC com 5 cm a partir de A;

ligando C a B e traçando paralelas a esta reta em cada divisão da régua, teremos

dividido AB em 5 partes iguais, com rapidez e exatidão.

O mesmo princípio utiliza-se para dividir uma reta em partes proporcionais,

conforme pode ser visto na figura 2, onde a reta AB acha-se dividida em 3 partes

proporcionais a 2, 3 e 4.

1.4.2. Método do compasso

Para dividir uma reta num número qualquer de partes iguais, por intermédio de

um compasso de pontas secas, procede-se como está indicado na figura abaixo. Deste

processo, extrapola-se à divisão de uma reta em partes iguais utilizando-se para isto um

compasso comum.

30

1.5. Retificação de arcos

Seja AB o arco que submete o ângulo AOB. Ligue A a B e prolongue até C,

sendo BC = ½ AB. Com centro em C e raio igual a AC, descreva o arco AD. Pelo ponto

B, tire uma perpendicular a OB. Essa linha cortará o arco em D e a distância DB é a reta

procurada, isto é: a reta de comprimento igual ao arco AB.

31

CAPÍTULO IV

1. Escalas (NBR 8196)

Escala de um desenho é a relação entre as medidas do desenho e as da figura

real. É muito importante em desenho técnico, pois sem ela seria impossível se

representar graficamente pequenos e grandes objetos.

A escala do desenho deve ser escrita no rótulo. Quando o desenho for feito em

diferentes escalas, apenas a escala principal ali permanece. As outras são escritas juntas

aos desenhos correspondentes.

Existem duas formas de representação das escalas, a numérica e a gráfica.

1.1. Escala numérica

Aparece na forma da razão D:R (desenho: figura real). A menor será reduzida

à unidade, tendo como conseqüência sempre a forma 1:R (escala de redução) ou D:1

(escala de ampliação). A escala natural aparece da forma 1:1.

Exemplo: A escala 1:50 (lê-se um para cinqüenta) é uma escala de redução,

onde um cm de desenho eqüivale a 50 cm da figura real, ou seja, a figura real foi

desenhada 50 vezes menor.

Assim, em uma escala de redução, quanto maior o número da direita, mais

reduzido o desenho representado, conforme pode ser observado na figura a seguir.

32

Em desenho arquitetônico, as escalas mais usadas estão apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1 – Escalas mais comuns

Tipo Escalas

Ampliação 50:1 20:1 10:1

5:1 2:1

Natural 1:1

Redução 1:2 1:5 1:10

1:20 1:50 1:100

1:200 1:500 1:1000

1:2000 1:5000 1:10000

1.1.1. Cálculo de escalas

Exemplo: Imagine que se deseje desenhar um objeto de 20 m, e que deva ter no

desenho, no mínimo 16 cm e no máximo 25 cm.

A relação será 16 cm do desenho para 2000 cm do objeto, ou 16:2000.

Transformando o menor valor em unidade e conservando a mesma proporção, tem-se

1:125 no mínimo. Fazendo o mesmo processo para o máximo têm-se 1:80. Entre este

intervalo de 1:125 e 1:80, a escala mais conveniente a ser utilizada é a 1:100. Neste

caso, o objeto de 20 m será representado no desenho por 20 cm.

1.2. Escala gráfica

É a representação da escala numérica ao longo de uma barra graduada (Figura

1). Ela é feita marcando-se medidas reais da figura sobre uma linha horizontal na escala

numérica do desenho. É bastante usada em cartas e mapas topográficos.

Figura 1 – Escala gráfica

Talão Bloco

33

Principais escalas e suas aplicações

1.2.1. Escala em cartografia

Em cartografia, a escala é uma informação que deve constar na

carta e pode ser representada, geralmente, pela escala numérica e/ou

gráfica.

Conforme verificado a seguir, a representação de um mesmo tema

(distancia) pode se dar em diferentes escalas.

34

35

Como se medir distâncias em cartografia

Como exemplo deste tipo de medição, para o mapa a seguir, qual a

distancia, em km, entre o Distrito Federal e o Rio de Janeiro?

36

37

CAPÍTULO V

Centralização de objetos 2D

É a disposição harmônica da representação gráfica de um ou mais objetos na

folha de desenho, seguindo as recomendações da NBR10582. No caso de 2 ou mais

desenhos, estes não necessariamente serão individualmente centralizados, mas sim, o

conjunto como um todo deverá ser centralizado. Entre cada desenho e as margens

deverá ser deixada uma distância “X” e entre os desenhos “2X”. A seguir serão

apresentados alguns exemplos ilustrativos.

Exemplo 1

X + 40 + X = 100 2X + 40 = 100 2X = 60 X = 30 cm.

Ou seja, no sentido do X, deve-se deixar 30 cm antes e depois do desenho,

para que este esteja centralizado na horizontal. O mesmo procedimento deve ser feito

para a Vertical, considerando a altura da folha e do desenho.

x x

100 cm

40 cm

38

Exemplo 2

X + 40 + 2X + 20 +X = 100 4X + 60 = 100 4X = 40 X = 10 cm.

Ou seja, no sentido do X, deve-se deixar 10 cm antes do primeiro e depois do

ultimo desenho, e entre os desenhos deve-se deixar 20 cm (2.X), para que este esteja

centralizado horizontalmente. O mesmo procedimento deve ser feito para a Vertical,

considerando 2Y entre os desenhos, a altura da folha e dos desenhos.

Exercício:

Considere uma folha A4 deitada. Calcule “X” e “Y” para a figura a seguir, se esta for

desenhada na escala 2:1.

x x

100 cm

40 cm

2x

20 cm

39

Centralização de objetos 3D

Todo objeto 3D deve ser inscrito dentro de um cubo e este ficar a uma

distância “X” de cada uma das margens verticais e “Y” das margens

horizontais. Este cubo deve ser construído a partir de um retângulo 2D,

centralizado como visto anteriormente.

40

CAPÍTULO VI

1. Projeções

Uma figura é representada, normalmente, pelas suas projeções ortogonais,

denominadas “vistas”, que serão tantas quantas forrem necessárias para perfeita

visualização e compreensão da figura desenhada. Estas vistas recebem nome de acordo

com a natureza do desenho. As projeções ortogonais servem para representar um objeto

3D (largura, altura e profundidade) em combinações de 2D (largura e altura; altura e

profundidade; largura e profundidade). A disposição destas vistas no conjunto será

regida segundo normas técnicas (Figura 1).

FIGURA 1 – Disposição das vistas segundo as Normas Técnicas Brasileiras

Na obtenção das vistas, os contornos e arestas visíveis são desenhados com

linha grossa continua.

41

As arestas e contornos que não podem ser vistos da posição ocupada pelo

observador, por estarem ocultos pelas partes que lhe ficam à frente, são representados

por linha média tracejada (linha invisível ou aresta oculta).

Exemplo de vistas ortogonais de uma construção. Identifique os erros no

desenho das vistas

42

2. Cotagem (NBR 10067 e NBR 10126)

As cotas constituem as dimensões gerais dos desenhos técnicos e são

executadas segundo as seguintes regras:

• Cada dimensão só será cotada uma vez, evitando-se as repetições

desnecessárias. Em se tratando de desenho de execução, devem constar todas

as medidas necessárias para se executar a obra;

• As linhas de cota e as auxiliares de cota não devem tocar a linha do desenho,

permanecendo aproximadamente 1 cm afastadas do desenho e de 8 a 12 mm

afastadas entre si (Figura 2);

• As linhas de cota e suas auxiliares deverão ser traçadas em linhas finas e

contínuas, interrompidas apenas no lugar onde se coloca a cota, e terminadas

por flecha (desenho mecânico), ponto ou traço inclinado em 45o em linha

grossa (desenho arquitetônico) (Figura 3);

• As cotas maiores ficarão sempre por fora das menores (Figura 2);

FIGURA 2 – Extremidade da linha de cota FIGURA 3 – Cotagem de segmentos retos

• Os valores das cotas serão escritos sempre acompanhando o sentido da linha de

cota, horizontalmente no sentido normal e perpendicularmente de baixo para

cima. Recomenda-se valores escritos com tamanho de 3 a 4 mm e nunca

inferior a 2 mm;

• Em geral, todas as cotas deverão ser expressas na mesma unidade, sem

mencioná-la;

43

• As flechas, quando empregadas para cotar pequenas distâncias, serão

invertidas, sendo o valor da distância colocado lateralmente (Figura 4);

• A cotagem de uma circunferência poderá ser feita pelo seu raio, utilizando

apenas uma flecha em uma extremidade e um pequeno círculo na outra

extremidade, quando for apenas um arco. A cota de raio pode também ser

expressa pelo seu valor, precedida pela letra “r”, indicando o arco (Figura 4).

44

FIGURA 4 – Exemplos de cotagem

45

CAPÍTULO VII

1. Perspectivas

A representação por perspectiva tem a vantagem de mostrar o detalhe como é

visto ao olho nu, facilitando assim sua visualização. São três os principais tipos de

perspectivas usadas em Desenho Técnico: isométrica, cavaleira e exata.

1.1. Perspectiva isométrica

A perspectiva isométrica parte do princípio de que todas as figuras têm origem

de um paralelepípedo, que, depois de trabalhado, pode-se transformar numa figura com

forma própria. A projeção ortogonal deste “paralelepípedo de origem” é feita numa

posição tal que suas três arestas frontais tenham a mesma inclinação, formando entre si

ângulos de 120o, característica esta da perspectiva isométrica. A aresta perpendicular

determina a altura, a aresta maior o comprimento e a menor a largura (Figura 1).

A partir deste paralelepípedo pode-se dar forma definitiva à figura através da

introdução das suas dimensões internas, bastando, para isso, lembrar a direção das três

arestas frontais (Figura 1). As arestas secundárias devem manter o paralelismo das três

arestas frontais. Apenas arestas que representem planos inclinados não acompanham

este paralelismo.

46

FIGURA 1 – Traçado de uma figura em perspectiva isométrica

1.2. Perspectiva cavaleira

Nesta as três arestas frontais em torno do eixo não fazem ângulos iguais entre

si. Os ângulos são variáveis, exceto um de 90o, formado pela aresta frontal das alturas e

pela horizontal dos comprimentos. A aresta das larguras é uma linha oblíqua que faz

30o, 45o ou 60o com a horizontal (α) e que tende a se afastar do observador. Também

existe paralelismo entre arestas de mesma direção (Figura 2).

47

FIGURA 2 – Traçado de detalhes em perspectiva cavaleira

1.3. Perspectiva exata ou cônica

É aquela que representa a figura, tal como é vista pelo observador a uma

determinada distância, com todas as suas deformações aparentes. Não há paralelismo e as

linhas de uma mesma direção tendem a convergir para um único ponto. É bastante usada

para representação de fachadas de uma casa em desenho de apresentação (Figura 3).

FIGURA 3 – Representação de uma perspectiva exata ou cônica

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Exercício: Desenhar o objeto tridimensional abaixo, centralizado na folha A3 utilizando

a escala 1:4. Considerar os valores em cm e que a perspectiva é isométrica.