Apostila de habilidades da anhembi morumbi

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Curso Superior de Gastronomia Habilidades Básicas de Cozinha Habilidades Básicas de Cozinha Profa. Ms. Marina de Souza Queiroz Tonete

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Curso Superior de Gastronomia

Habilidades Básicas de Cozinha

Habilidades Básicas de Cozinha

Profa. Ms. Marina de Souza Queiroz Tonete

Barbosa

Page 2: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

Sumário

1. Brigada de Cozinha .......................................................................................................................... 3

2. Tipos de Cortes ................................................................................................................................. 4

2.1 Uso da Faca ................................................................................................................................ 4

2.1 Uso da Faca ................................................................................................................................ 5

2.2 Como Segurar a Faca................................................................................................................... 6

2.3 Visão dos Principais Cortes .......................................................................................................... 7

2.4 Principais Facas e Utensílios de Cozinha ...................................................................................... 7

3. Acompanhamentos Aromáticos......................................................................................................... 8

4. Fundos ........................................................................................................................................... 10

4.1 Fumet de Peixe .......................................................................................................................... 12

4.2 Court Bouillon ........................................................................................................................... 12

4.3 Proporções padrão para fundos ................................................................................................. 12

5. Agentes Espessantes ........................................................................................................................ 13

5.1 Roux .......................................................................................................................................... 13

5.2 Slurry ......................................................................................................................................... 14

5.3 Beurre manié ............................................................................................................................. 14

5.4 Liaison aux jaunes et à la creme ................................................................................................. 14

5.5 Legumes .................................................................................................................................... 14

5.6 Gelatina .................................................................................................................................... 14

5.7 Sangue ...................................................................................................................................... 15

5.8 Ágar-ágar ................................................................................................................................... 15

5.9 Manteiga integral (monté au beurre, ou montar na manteiga) .................................................... 15

6. Molhos ........................................................................................................................................... 15

6.1 Um Pouco de História ............................................................................................................... 15

6.2 Classificação dos Molhos ........................................................................................................... 16

6.3 Molhos mãe .............................................................................................................................. 16

6.4 Molho bechamel ....................................................................................................................... 17

6.5 Molho velouté ........................................................................................................................... 18

6.6 Molho espanhol ........................................................................................................................ 19

6.7 Demi-glace ................................................................................................................................ 20

6.8 Molho de tomate....................................................................................................................... 20

6.9 Molho Holandês ........................................................................................................................ 22

6.10 Molhos Contemporâneos ........................................................................................................ 23

7. Sopas .............................................................................................................................................. 25

7.1 Sopas Leves ............................................................................................................................... 25

7.2 Sopas Espessas ........................................................................................................................... 27

7.3 Sopas Especiais .......................................................................................................................... 29

7.4 Sopas frias ................................................................................................................................. 29

8. Princípios de Cocção ...................................................................................................................... 29

8.1 O Calor ..................................................................................................................................... 30

8.2 Efeitos do Calor ......................................................................................................................... 30

8.3 Controle de Qualidade e Alterações na Cocção de Vegetais ...................................................... 31

8.4 Métodos de Cocção .................................................................................................................. 36

8.5 Amidos - Batata ......................................................................................................................... 42

8.6 Arroz ......................................................................................................................................... 42

9. Massas ............................................................................................................................................ 44

Referências Bibliográficas .................................................................................................................... 48

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1. Brigada de Cozinha

Cargo Função

CHEF Principal executivo da cozinha, o chef é o responsável pela

brigada.

SOUS-CHEF Segundo no comando.

CHEF DE PARTIE Responsável por cada praça.

SAUCIER Prepara salteados, braseados e molhos.

ROTISSEUR Prepara carnes e aves assadas.

GRILLARDIN Prepara grelhados.

POISSONIER Prepara peixes.

POTAGER Prepara sopas.

GARDE MANGER Responsável pela cozinha fria, ou seja, pelo preparo de patês,

terrines, canapés, saladas e molhos frios.

BOUCHER Faz parte do Garde Manger, é responsável pela limpeza, desossa e

corte de carnes e aves.

LEGUMIER Prepara legumes para a cocção.

ENTREMETIER Responsável pelo cozimento de legumes, amidos, ovos e frituras

por imersão.

TOURNANT Não tem uma praça específica, trabalhando onde for necessário.

PÂTISSIER Prepara massas e doces.

ABOYEUR Responsável por “cantar” as comandas para a cozinha.

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2. Tipos de Cortes

Brunoise: cubos com 3mm x

3mm x 3mm. Em geral, este

corte tem como 1a

parte o

julienne.

Cubos pequenos: 6mm x 6mm

x 6mm.

Cubos médios: 9mm x 9mm x

9mm.

Cubos grandes: 1,5cm x

1,5cm x 1,5cm.

Julienne Fina: corte com o

mesmo processo do julienne,

mas a espessura das fatias é

mais fina (1,5mm).

Julienne: corta-se o legume

em fatias longitudinais, que

depois são cortadas em bastões

com 3mm x 3mm x 2.5 a 5 cm.

Bastonetes: corte longitudinal

com 6mm x 6mm x 5 a 6cm.

Paysanne: corte obtido a

partir do bastonete, com 6mm x

6mm x 2mm.

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2.1 Uso da Faca

A french knife, também conhecida como

chef’s knife (faca do chef), é a faca básica

para picar e fatiar.

Além da mão humana, a faca é o principal instrumento de trabalho de um chef de cozinha.

Deve-se, portanto, tratá-la com grande respeito e mantê-la bem cuidada e afiada. Para afiar

uma faca:

Coloque a pedra de afiar sobre um pano

umedecido para que não escorregue;

Molhe a pedra;

Com movimento de baixo para cima, deslize

a faca sobre a pedra, mantendo pressão

uniforme durante o processo;

Vire a faca e repita o movimento;

Para finalizar, acerte a lâmina com a chaira.

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2.2 Como Segurar a Faca

Visão de Cima

Pegue a faca com a mão dominante,

colocando o polegar e o indicador paralelos à

lâmina e juntando os outros dedos no cabo da

faca.

Visão de Lado

Observe a posição dos dedos auxiliares

no cabo da faca.

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2.3 Visão dos Principais Cortes

2.4 Principais Facas e Utensílios de Cozinha

FACA DE DESOSSAR Corta em volta dos ossos. Para desossar aves e carnes.

FACA DE PÃO Lâmina serrilhada.

CUTELO Corta ossos e fatia ingredientes.

FACA DO CHEF Faz cortes diversos e é a mais versátil.

FACA DE FATIAR Lâmina longa. Possibilita fatiar finamente.

FACA DE AÇOUGUE Pesada. Utilizada para cortar ossos e fatiar carnes.

FACA DE VEGETAIS Pequena, para cortes menores.

DESCASCADOR DE LEGUMES Remove a pele e a casca de vegetais e frutas.

CHAIRA Acerta (penteia) o fio da faca.

PEDRA Afia a faca. Possui um lado mais abrasivo do que o outro.

Existe em diversos tamanhos e é feita de diferentes materiais,

como cerâmica, diamante industrial, alumínio, etc.

Chips: espessura fina

Vichy: espessura média

Português: espessura grossa

Corte Fatiado

Brunoise

Julienne

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3. Acompanhamentos Aromáticos

São misturas de ingredientes (normalmente legumes, ervas e especiarias) utilizadas para

adicionar sabor às preparações (in Professional Chef, 2006). As combinações clássicas são:

mirepoix, bouquet garni, sachet d’épices, cebola piqué, cebola brûlé e matignon.

Deve-se observar as proporções de cada ingrediente da combinação, pois ela deve realçar o

sabor da preparação, e não dominar. Caso seja necessário, esses complementos podem ser

retirados após terem liberado o sabor desejado à produção.

Mirepoix: Mistura de vegetais usada para dar sabor

a fundos, molhos e outras preparações culinárias.

O tamanho dos vegetais é diretamente proporcional ao

tempo de cocção e ao tipo de produto final.

Porcentagem básica: 50% cebola + 25% salsão + 25% cenoura

Mirepoix branco: É usado para garantir que a

preparação final mantenha a coloração clara.

25% Cebola 25% Nabo

25 % Alho-poró 25% Salsão

20% cabos de cogumelos (opcional)

Bouquet garni: Combinação de vegetais e ervas,

cuja composição básica contém talos de salsão cortados

em bastonetes, talos de salsinha, tomilho e louro,

amarrados por um barbante, com uma folha de alho-

poró.

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Cebola brûlé: Cebola cortada ao meio e

caramelizada usada para dar sabor e,

principalmente, cor a preparações como

consommés e fundos.

Cebola piqué: Cebola espetada com uma

folha de louro e cravo. Usada na produção de

molho bechamel e algumas sopas.

Sachet d'épices: Saquinho de especiarias

composto de louro, pimenta em grãos, talos de

salsinha e tomilho. Opcionalmente, pode-se

ainda acrescentar cravo e alho.

Matignon: Mirepoix acrescido de bacon ou

presunto, na seguinte proporção: 2 partes de

cenoura, 1 parte de salsão, 1 parte de alho-poró, 1

parte de cebola e 1 parte de bacon ou presunto.

Opcional: 1 parte de cogumelos, ervas e

especiarias.

Geralmente é servido com a preparação. Portanto,

os itens devem ser descascados e cortados em

tamanhos uniformes.

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4. Fundos

Fundo é um líquido saboroso produzido pelo cozimento lento de ossos, mirepoix e

ingredientes aromáticos em água ou remouillage - fundo feito com ossos que já foram usados

para o preparo de um fundo. É mais fraco do que um fundo de primeira qualidade. (in

Professional Chef, 2006.)

Fundo é usado como base de sopas, molhos e outras preparações culinárias.

Os fundos podem ser divididos em duas principais categorias:

Por cor:

Claro: ossos + água + mirepoix + aromáticos

Escuro: ossos assados + água + mirepoix caramelizado + purê de tomate + aromáticos

Por ingredientes:

Vegetais

Aves

Carnes

Peixes

Passos importantes para o preparo do

fundo (in Professional Chef, 2006):

1. Começar com líquido frio, para possibilitar a

liberação de sucos e nutrientes no fundo

produzido;

2. Cozinhar adequadamente em fogo lento, sem

ferver, para não turvar o líquido e não reduzi-lo

antes de todos os sabores serem extraídos dos

componentes;

3. Cozinhar durante o tempo adequado, para que o

sabor e os nutrientes sejam liberados;

4. Retirar as impurezas sempre que necessário,

escumando;

5. Não adicionar sal, pois se trata de uma base;

6. Não tampar;

7. Coar, resfriar, etiquetar e armazenar

adequadamente.

Critérios de

avaliação dos

fundos:

Condimentos bem

balanceados;

Aroma agradável;

Cor apropriada.

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FUNDO

ESCURO CLARO

lave e seque os ossos ossos congelados ossos frescos carcaça

escalde os ossos lave os ossos suar com mirepoix

coe e enxágue

asse os ossos até tostarem por igual

caramelize o mirepoix e o extrato de tomate

misture os ossos com o líquido frio

abaixe o fogo e deixe cozinhar

cozinhe lentamente o tempo necessário

retire a espuma periodicamente (dépouiller)

acrescente o mirepoix e as ervas aromáticas uma hora antes do término do cozimento

coe utilize

etiquete

conserve

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4.1 Fumet de Peixe

Trata-se de uma preparação em que a carcaça do

peixe e o mirepoix são suados em gordura antes da

adição de água fria e de um ácido (vinho branco). A

sequência de preparo é idêntica a do fundo de

peixe. O fumet é bem mais saboroso do que o

fundo de peixe, porém o resultado final não é tão

claro.

Devido à estrutura frágil, as carcaças de peixes e

crustáceos requerem um tempo de cozimento curto,

cerca de 30 a 45 minutos, o suficiente para extrair

todo o seu sabor. Para esse tipo de preparação, o mirepoix deve ser cortado em pedaços

pequenos, para poder transferir suas propriedades para o fundo em um curto período de

cozimento.

4.2 Court Bouillon

É um líquido saboroso, feito de vegetais, ervas aromáticas, especiarias, um ácido (vinho, suco

de frutas cítricas, vinagre, etc.) e água (Barreto, 2008). Serve para cozinhar determinados

alimentos, como peixes, crustáceos, carnes brancas e vegetais, que absorvem o sabor dos

ingredientes aromáticos do líquido. Depois, esse líquido pode ser usado em outras

preparações.

4.3 Proporções padrão para fundos

Tipo de Osso Tempo Líquido Mirepoix Ossos Sachet d'épices

Boi/Vaca 8 horas 5.750 l 450 g* 3.600 kg 1

Vitela 6 horas 5.750 l 450 g* 3.600 kg 1

Frango 5 horas 5.750 l 450 g* 3.600 kg 1

Peixe 30/45 min 5.750 l 450 g* 3.600 kg 1

Carneiro/Porco 5 horas 5.750 l 450 g* 3.600 kg 1

* para produzir fundo escuro, adicionar 180 g de purê de tomate.

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5. Agentes Espessantes

Servem para dar mais corpo a molhos, sopas, cozidos e braseados (Barreto, 2008). O tipo de

espessante utilizado em cada preparação terá um efeito definitivo no prato final. Os principais

são:

5.1 Roux

Combinação em proporções iguais de um amido e uma gordura, quase sempre farinha de trigo

e manteiga clarificada*. O tipo de gordura influenciará sutilmente no resultado final do prato.

Normalmente, deve-se combinar o roux ao líquido da seguinte maneira:

Roux frio em líquido quente;

Roux quente em líquido frio.

Esse procedimento deve ser realizado lentamente,

sem parar de mexer, evitando a formação de grumos

e garantindo um bom resultado final. Após a adição

do roux a um líquido, deve-se cozinhar essa

preparação por pelo menos 20 minutos, mexendo

ocasionalmente, para todo o sabor da farinha de trigo

desaparecer, cozinhando-a.

Os principais tipos de roux são (variando com o

tempo de cozimento):

Branco

Amarelo

Escuro

Negro

* Manteiga clarificada: é a pura gordura

da manteiga. O propósito de se clarificar

a manteiga é elevar seu ponto de fumaça,

possibilitando o uso em temperaturas

mais altas, uma vez que os sólidos do

leite contidos na manteiga queimam em

baixas temperaturas.

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5.2 Slurry

É um amido (araruta, amido de milho ou farinha de

arroz) dissolvido em um líquido frio na proporção 1

amido : 2 líquido. A aparência e textura do slurry devem

ser de creme de leite fresco e a mistura deve sempre ser

adicionada lentamente a um líquido quente,

mexendo-se constantemente para evitar a formação

de grumos. Deve-se cozinhar o slurry na preparação

apenas até que se atinja a consistência desejada.

5.3 Beurre manié

Literalmente “manteiga trabalhada”, é uma mistura de 50%

de manteiga em ponto de pomada e 50% de farinha de

trigo, utilizada fria em pequenas quantidades. Também é

conhecida como “roux cru”.

5.4 Liaison aux jaunes et à la creme

Mistura de 20% de gemas e 80% de creme de leite fresco, utilizada na finalização de

preparações. Não deve ser diretamente adicionada ao líquido quente, mas sim temperada

gradualmente, para evitar que as gemas talhem. Muito empregada para ajuste de textura e para

enriquecer produções.

5.5 Legumes

Alguns legumes em forma de purê também agem como agentes

espessantes.

5.6 Gelatina

Utilizada para dar corpo a líquidos ou preparações que forem servidas frias. Quanto maior a

quantidade de açúcar ou de ingredientes ácidos, maior a quantidade de gelatina necessária.

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5.7 Sangue

Utilizado como agente espessante em diversos pratos. Ex: Galinha ao molho pardo, embutidos

específicos tais como chouriço, morcilla, etc.

5.8 Ágar-ágar

É um agente estabilizante preparado a partir de algas marinhas. Pode ser encontrado em pó, e

quando dissolvido em água aquecida e depois resfriado, o ágar-ágar gelifica, espessando a

preparação que pode ser servida fria ou quente.

5.9 Manteiga integral (monté au beurre, ou montar na

manteiga)

Utilizada principalmente na finalização de molhos. A manteiga integral gelada, emulsionada

em pequenas parcelas, contribui com um leve espessamento, além de trazer untuosidade e

brilho ao preparo. Obs.: uma vez montado na manteiga, o preparo não deve mais ferver.

6. Molhos

6.1 Um Pouco de História Molho é um meio líquido utilizado para adicionar sabor, umidade, aparência e ajustar a textura

de preparações culinárias. Pode ser quente, frio, doce, salgado, liso ou com pedaços. A palavra

molho, que deriva do latim salsus (salgado), nasceu da necessidade de salgar, temperar por

igual um alimento. Depois, o molho passou apenas a umedecer e complementar as

preparações, chegando até a ser mais importante do que o próprio alimento, como sugere o

dito popular nordestino: “Faça o molho e bote pedras”.

“Não é preciso encharcar um prato com o molho para

torná-lo mais atraente. Muito molho arruína o prato,

algumas colheres de chá são o suficiente”.

Chef Jasper White

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Antigamente, os molhos eram utilizados para disfarçar o odor desagradável de alimentos que

começavam a deteriorar, e eram compostos basicamente de vinagre, sal, azeite e cebola.

Com raras exceções, o preparo dos molhos se baseia em alguns preceitos importantes:

1. Uso de equipamentos adequados, como panelas de fundo grosso para garantir a distribuição

uniforme de calor e evitar que o molho queime ou talhe;

2. Uso de fundos de boa qualidade;

3. Uso dos agentes espessantes apropriados para se obter boa textura, sabor e aparência;

4. Temperar corretamente, buscando um sabor adequado.

Além disso, os molhos devem ser compatíveis com o prato, com o estilo de serviço, com o

método de cocção e com o sabor final da preparação.

6.2 Classificação dos Molhos O francês Antoine Carême foi o responsável pela criação da metodologia de classificação dos

molhos. Os “molhos mãe” e os “molhos compostos” são as principais categorias. Há também

os “molhos contemporâneos”, que incluem uma série de molhos variados, como os relishes, as

salsas, as compotas, etc.

6.3 Molhos mãe

Um molho é considerado “molho mãe” quando puder ser preparado em grandes quantidades,

para depois ser aromatizado, finalizado e guarnecido de inúmeras maneiras, produzindo os

famosos “molhos compostos”.

Deve-se observar os seguintes aspectos em um bom molho:

Sabor;

Umidade;

Riqueza (proteínas, sais, etc.);

Apelo visual atraente.

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6.4 Molho bechamel

Molho à base de leite, roux branco e complementos

aromáticos, com sabor e textura cremosa. É um molho

de grande importância devido a seu caráter neutro e

suave/cremoso.

Se preparado adequadamente, o resultado do

bechamel deve ter um sabor cremoso e uma

coloração clara, que reflita seu ingrediente principal, o

leite. Deve ser cozido durante o tempo necessário, em

fogo brando, para não ficar com gosto de farinha ou

grumos. Embora se trate de um molho opaco, o

bechamel deverá ter uma coloração final brilhante e ligeiramente marfim.

O bechamel pode ser preparado com diferentes consistências, de acordo com a preparação na

qual será utilizado. Na consistência mais leve, o bechamel pode ser utilizado como base para

sopas, na consistência média pode ser usado como molho. O bechamel mais grosso serve de

base para recheios e pratos assados e gratinados.

São aspectos importantes no preparo de bechamel:

Os ingredientes aromáticos devem ser selecionados de acordo com o produto final

desejado. A cebola piqué é o complemento aromático mais utilizado, bem como a noz-

moscada (que deve ser utilizada com cautela);

Escolha uma panela adequada, tanto em relação ao tamanho quanto ao material. Não se

aconselha o uso de panelas de alumínio no preparo desse molho, pois podem alterar a

coloração final. Prefira as panelas com fundos duplos e triplos, de material mais pesado;

Utilize sempre roux quente em líquido frio e roux frio em líquido quente.

Os 5 “molhos mãe” são:

Bechamel (leite + roux branco)

Velouté (fundo claro + roux amarelo)

Espanhol (fundo escuro + roux escuro + mirepoix)

Tomate (tomate + roux (opcional))

Holandês (manteiga + gemas)

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6.5 Molho velouté

O nome deste molho, que é a base para inúmeros molhos brancos, é traduzido do francês

como aveludado, suave e macio ao paladar. O velouté é feito à base de fundo claro, roux

amarelo e ingredientes aromáticos, e deve seguir alguns padrões de qualidade:

Seu sabor deve refletir o sabor do

fundo utilizado, ou seja, quase

neutro;

Deve ter coloração pálida em tons

marfim, nunca acinzentada;

Sua aparência deve ser translúcida e

brilhante;

A textura deve ser aveludada, sem

grumos ou traços de farinha de trigo;

O molho deve ser encorpado, ter

consistência de nappé leve.

O molho velouté possibilita inúmeras derivações e é também muito utilizado como base para

sopas. São aspectos importantes no preparo do velouté:

Partir de bons ingredientes. O fundo deve ser aquecido e provado antes de ser incorporado

ao molho;

Os ingredientes aromáticos e o tipo de fundo devem ser selecionados de acordo com o

produto final desejado;

Escolha uma panela adequada, tanto no tamanho quanto no material. Não se aconselha o

uso de panelas de alumínio no preparo desse molho, pois podem alterar a coloração final.

Prefira as panelas com fundos duplos e triplos, de material mais pesado;

A quantidade de roux utilizada dependerá da consistência desejada, e pode-se substituir

roux por slurry de amido de milho ou araruta quando se quiser um molho mais translúcido,

claro e sem gordura;

Utilize sempre roux quente em líquido frio e roux frio em líquido quente.

Derivados do bechamel Para cada litro de bechamel, adicione:

Molho Creme: 250 a 360 ml de creme de leite + gotas de limão.

Molho Mornay: 120 g de gruyère ralado + 30 g parmesão ralado + 60 g manteiga.

Molho Nantua: 120 ml creme de leite +180 g de manteiga de lagostim.

Molho Soubise: 500 g de cebola picada suada em 30 g de manteiga.

Molho Mostarda: 80 g de mostarda de Dijon ou mostarda escura inglesa.

Molho Aurora: 60 g de purê de tomate ou purê de tomate seco + 60 g de manteiga

na hora de servir.

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6.6 Molho espanhol

É o molho base de preparo de todos os molhos escuros. Não costuma ser servido em seu

formato original, mas ainda é muito utilizado nas cozinhas dos bons restaurantes. É usado para

preparar demi-glace. São aspectos importantes no preparo do molho espanhol:

Partir de bons ingredientes. O fundo deve ser

aquecido e provado antes de ser incorporado ao

molho;

A adição de mirepoix deve ser feita com cautela,

pois se o fundo utilizado já estiver bastante

aromatizado, esta adição se torna desnecessária;

O purê de tomate deve ser caramelizado e cozido

propriamente, podendo ser substituído por

extrato, tomate fresco ou até mesmo molho de

tomate*;

O roux escuro contribui muito na textura e sabor

final deste molho e deve ser bem preparado (alguns chefs costumam preparar este roux no

forno para evitar que queime e fique amargo);

Utilizar sempre roux quente com líquido frio e roux frio em líquido quente.

* Pinçage: processo de caramelizar um ingrediente (tomate, ossos, aromáticos, carnes) na presença

ou ausência de gordura, segundo o caso. Para o tomate, esse processo reduz acidez, doçura ou

amargor excessivos, o que pode afetar o resultado final do molho.

Derivados do velouté Para cada litro de velouté adicione:

Molho Bercy: 60 g de échalotes (salteadas na manteiga)+ 250 ml de vinho branco +

250 g de fundo de peixe.

Molho Cardinal: 250 ml de fundo de peixe + 1 l de velouté de peixe (reduzir a metade)

+ 500 g de creme de leite + q.b. de pimenta caiena (leve para ferver)

+ 45 g de manteiga de lagostim.

Molho Normandy: 120 g de cogumelos + 120 ml fundo de peixe + 1 litro de velouté de

peixe (reduzir) + gema de ovos e liaison.

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6.7 Demi-glace

Molho feito com partes iguais de molho espanhol e

fundo escuro, reduzido à metade. O mais utilizado dos

derivados do espanhol, um bom demi-glace deve ter as

seguintes características:

Sabor rico;

Aroma de “assado”;

Coloração marrom escura;

Aparência translúcida e brilhante;

Sabor e textura encorpada;

Consistência nappé.

6.8 Molho de tomate Há várias formas de se produzir molho de tomate. Em algumas versões, utiliza-se o azeite de

oliva como gordura, em outras, banha de porco ou manteiga. Sua textura é menos aveludada e

refinada do que a dos demais “molhos mãe”, e por esse motivo, o molho de tomate levou mais

tempo para ser reconhecido como um dos grandes molhos.

Derivados do espanhol

O demi-glace é um dos diversos molhos derivados deste molho mãe. Adicionando-se os ingredientes

abaixo para cada litro de espanhol obtemos ainda, por exemplo:

Molho Bordelaise: 250 ml de vinho tinto seco + 60 g de échalotes picadas + 1 folha

de louro + q.b. pimenta preta +60 g de manteiga derretida.

Molho Chasseur: 120 g de cogumelos + 15 g de échalotes na manteiga + 250 ml de

vinho branco + 170 g de tomate em cubos.

Molho Chateaubriand: 500 ml vinho branco + 60 g de échalotes picadas + gotas de limão

+ pimenta caiena + 120 g de manteiga + estragão picado.

Molho Madeira: ferver demi-glace (reduzir) +120 ml vinho madeira.

Molho Machand de Vin: 250 ml vinho tinto seco + 60 g de échalotes picadas + demi-glace.

Molho Piquant: 30 g de échalotes picadas + 120 ml vinho branco + 120 ml vinagre

de vinho + demi-glace + 60 g de pepinos em conserva + 15 g de

estragão fresco + 15 g salsinha fresca.

Page 21: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

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O molho deve ter um sabor forte de

tomate, sem traços de amargor,

acidez ou doçura. Os demais

ingredientes adicionados ao molho

devem complementar o sabor, sem

se destacar de qualquer maneira.

Depois de pronto, pode ser

guarnecido e decorado com os

ingredientes desejados, de acordo

com sua utilização.

A textura final deve ser de nappé e a

cor, levemente opaca. Todavia, se

cozido, coado e processado corretamente, o molho terá uma cor marcante e um leve brilho.

O molho de tomate é o acompanhamento mais apropriado para produções crocantes (fritas),

pratos à base de vegetais, massas e alguns salteados.

São Aspectos importantes no preparo do molho de tomate:

Por haver tantas variações no preparo do molho de tomate, os ingredientes devem ser

selecionados de acordo com a receita escolhida;

Os ingredientes básicos são sempre tomates maduros, purê de tomate, gordura (de porco,

azeite de oliva, óleo ou manteiga), fundo, vegetais, sachet d’épices ou bouquet garni;

O tomate é um vegetal com alto grau de acidez, por isso prefira panelas e materiais não

reativos para o cozimento, como o aço inoxidável;

Cozinhe sempre em fogo baixo para não queimar o molho, levando em consideração a alta

concentração de açúcar do tomate;

Evite a cocção excessiva para não concentrar o sabor do tomate.

Derivados do molho de tomate Para cada litro de molho de tomate, adicione:

Molho Creole: 170 g de cebola em cubos pequenos + 120 g de salsão fatiado + 5 g de alho

+ 30 ml de óleo + molho de tomate + louro + cravo + 120 g de pimenta

verde picada + molho picante de pimenta.

Molho Milanaise: 140 g de cogumelos fatiados + 15 g de manteiga + molho de tomate + 140

g de presunto cozido cortado em julienne + 140 g de língua cortada em

julienne.

Page 22: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

22

6.9 Molho Holandês Trata-se de um molho clássico francês,

elaborado com manteiga clarificada, gemas,

ácido, sal e pimenta. Esse molho transformou os

pratos cozidos à base de ingredientes como

vegetais e peixes em algo especial. O molho

holandês pertence ao grupo de “molhos

emulsionados” (emulsão é a mistura mecânica

de dois líquidos que não se misturam

naturalmente, como por exemplo água e óleo).

Por não se tratar de uma verdadeira mistura, é

um molho bastante frágil, podendo separar-se facilmente. Ele deve ter uma textura aveludada e

macia, coloração ligeiramente amarelada, levemente ácido e sabor marcante de manteiga.

São aspectos importantes no preparo do molho holandês:

Utilize sempre manteiga de excelente qualidade e ovos extremamente frescos;

Existe uma divergência sobre o uso da manteiga: alguns chefs dizem que a manteiga

clarificada produz um molho mais estável, outros preferem a manteiga integral derretida,

que resulta em um molho com sabor mais cremoso;

O tempero do molho holandês deve ser suave, composto apenas de algumas gotas de limão,

sal e pimenta;

Prepare o molho holandês sempre em banho-maria e coe em étamine para um resultado

melhor;

A temperatura do molho não pode nunca passar dos 70ºC, quando a proteína das gemas

coagula, talhando o molho.

Derivados do molho holandês Para cada litro de molho holandês adicione:

Molho Béarnaise: 60 g de échalotes picadas + 75 g de estragão picado + 5 g de pimenta

branca + 250 ml de vinagre de vinho branco + gemas (processo do

molho holandês) + coe e termine temperando com sal e pimenta

caiena.

Molho Choron: 60 g de purê de tomate + 60 ml de creme de leite + molho béarnaise.

Molho Foyot: adicione ao béarnaise 90 ml de glacê de vitela.

Molho Grimrod: molho holandês + açafrão.

Molho Maltaise: adicione ao holandês 60 ml de suco de laranja vermelha + 10 g de

casca de laranja vermelha ralada.

Molho Mousseline

(Molho Chantilly): 250 ml de creme de leite batido em chantilly (junte ao holandês na hora

do serviço).

Page 23: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

23

6.10 Molhos Contemporâneos Estes molhos não pertencem nem à categoria de “molhos mãe”, nem à categoria de “molhos

compostos”, e costumam ser preparações que exibem uma variedade muito grande de

ingredientes, possibilitando uma série de novas criações.

A função dos molhos contemporâneos, entretanto, é a mesma dos “molhos mãe” e seus

compostos: dar sabor, textura, umidade e cor às preparações. Distinguem-se dos “molhos

mãe” nos seguintes aspectos:

Demoram menos tempo para ser preparados;

São específicos para algumas preparações e/ou técnicas;

Podem ser engrossados e finalizados mediante o uso de emulsões, amidos modificados ou

reduções, e quase nunca o roux;

Não permitem derivações.

Os molhos contemporâneos incluem:

a) Jus lié

Molho produzido pela recuperação dos sucos de cocção que, em cozinhas comerciais, substitui

o demi-glace, uma vez que seu preparo é mais rápido. Pode ser espessado por redução ou com

amidos, que agem mais depressa do que outros agentes espessantes. O sabor é menos rico e

encorpado e a textura mais leve que o demi-glace.

b) Beurre Blanc / Beurre Rouge

Molho feito com vinho seco e cebola picada, reduzido em fogo médio, ao qual se acrescenta,

gradualmente, manteiga sem sal, formando uma emulsão. Acompanhamento ideal para peixes

e vegetais. O beurre blanc tem textura e leveza semelhante ao molho holandês. Seus três

ingredientes básicos são: échalotes, vinho e manteiga.

O beurre rouge é um molho preparado da mesma forma, com a substituição de vinho branco

por tinto. Um bom beurre blanc e um bom beurre rouge têm sabor neutro, o que favorece a

percepção de sabores de outros temperos adicionados, como por exemplo ervas, especiarias e

purê de vegetais, complementando assim os pratos que ele irá acompanhar.

A coloração básica é pálida e brilhante, e somente se altera mediante a introdução de outros

ingredientes saborosos.

Variações de beurre blanc e beurre rouge:

Limão e Dill: 30 ml suco de limão + beurre blanc + 60 g de dill picado

Pimenta Rosa: 30 ml pimenta rosa + beurre rouge

Page 24: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

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c) Manteigas compostas

Fazem parte do rol dos molhos contemporâneos e são consideradas um tipo de molho, usadas

na finalização de carnes grelhadas ou assadas. A manteiga é aromatizada com uma série de

ingredientes, como ervas, nozes, raspas da cascas de frutas cítricas, alho, échalotes, gengibre e

vegetais. Elas dão sabor, cor e textura a vários outros molhos e preparações. Podem ser

preparadas com muita antecedência e armazenadas em embalagem plástica sob refrigeração

por muitos dias, sem perder a qualidade. Alguns exemplos:

Salsinha: salsa e suco de limão.

Ervas: mix de ervas (cebolinha, estragão, dill, erva-doce) e suco de limão.

Alho: alho + suco de limão + erva de preferência.

Anchovas: óleo de anchovas.

Camarão: camarão seco moído.

Mostarda: mostarda Dijon.

Basílico: échalote + manjericão + suco de limão.

Maître d’hôtel: salsa + suco de limão + pimenta do reino branca.

d) Coulis

Purê de legumes ou de frutas, aquecido em banho-maria ou cozido em fogo lento, que no final

pode ou não receber manteiga ou creme de leite.

e) Salsa

Molho de origem mexicana, composto por legumes, ervas e às vezes frutas (quase sempre

cruas, para que mantenham a sua natureza crocante). É sempre frio e acompanha pratos

quentes ou frios.

f) Compota

Preparação à base de legumes ou frutas inteiras, geralmente banhados em uma calda, azeite ou

vinagre, com ervas e/ou especiarias.

g) Relish

Preparação de origem indiana que se assemelha ao chutney, mas é mais condimentada. Trata-

se de um purê agridoce feito de frutas e vegetais, ao qual são adicionados condimentos e

especiarias.

h) Chutney

Preparação de origem indiana, em forma de geleia agridoce e picante, feita com vários tipos de

frutas ou vegetais cozidos em vinagre e ervas aromáticas. Normalmente serve-se frio.

i) Vinagrete

Emulsão temporária de ácido e óleo, originalmente preparada com vinagre, azeite, sal e

pimenta. É possível produzir inúmeras variedades de vinagrete, dependendo do tipo de

ingrediente adicionado à composição inicial.

j) Infusão de óleos

Óleos aromatizados com ervas, especiarias, etc.

Page 25: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

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k) Sabaiones salgados

Introduzidos com a Nouvelle Cuisine, resultam da mistura de gemas com fundos de cocção,

azeite de oliva ou creme de leite, ervas, vinho seco ou champanhe, obtidos pelo mesmo

processo de um sabaione doce (emulsionado em banho-maria).

A maioria dos molhos, tanto os “molhos mãe” quanto seus derivados e os contemporâneos,

pode ser preparada com antecedência, ser resfriada e armazenada adequadamente. Na hora

de servir, basta apenas esquentá-los sob fogo direto. Entretanto, alguns molhos mais delicados,

como os à base de creme de leite, devem ser aquecidos em banho-maria.

Por mais simples que pareça a preparação de um molho, o chef que os prepara deve ser

extremamente habilidoso e seguir os princípios básicos de preparo e de armazenamento, o que

resultará em um molho perfeito.

7. Sopas

São líquidos aromatizados, servidos às refeições

antes do prato principal. As variedades são

infinitas. Seu nome deriva do verbo alemão

suppen (sorver), que se tornou Suppe (sopa),

originando a soup inglesa, a zuppa italiana, a

soupe francesa e a sopa portuguesa.

As sopas dividem-se em duas principais

categorias: leves e espessas.

7.1 Sopas Leves Todas derivam de fundos e são preparadas mediante a adição de ingredientes saborosos que

serão cozidos neste fundo.

Caldo

Sopa à base de carne, não clarificada, podendo ser usada para as mesmas finalidades de um

fundo. O caldo, entretanto, pode ser servido puro.

Page 26: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

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Consommé

Caldo preparado com base em um fundo de

carne, ave, peixe ou legumes, reduzido,

fortificado e clarificado.

Tem por característica ser cristalino, saboroso e

livre de gorduras. Geralmente é servido no

início da refeição, podendo ser quente ou frio.

Princípios de clarificação

Para se fazer um bom consommé é necessário

partir de um bom fundo. Antes de preparar o

consommé, verifique a qualidade do fundo, levando uma pequena quantidade à fervura para

testar seu aroma e sabor.

A clarificação é um processo feito mediante uma mistura de carne moída, clara de ovo,

mirepoix, ervas e temperos, tomate ou algum outro ácido. Essa combinação de ingredientes é

responsável pelo sabor e aparência final do consommé.

A clarificação deve começar a frio, com os ingredientes preferencialmente gelados, para que a

proteína coagule lentamente, possibilitando a extração de mais sabor e nutrientes, bem como a

absorção de impurezas.

O tamanho do corte do mirepoix é fundamental, devendo ser pequeno a fim de possibilitar sua

aglutinação junto com as claras e a carne. Se os pedaços estiverem grandes, eles não ficarão

presos ao “tampão”.

Importante: A guarnição do consommé deve ser tão bem preparada quanto o consommé;

O corte dos vegetais deve ser pequeno e uniforme;

Os temperos utilizados devem realçar o sabor do consommé e nunca predominar.

Page 27: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

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Vegetais

Sopa de vegetais, cuja base é um caldo ou um fundo no qual os ingredientes são cozidos total

ou parcialmente.

Procedimento básico de preparo:

Suar os vegetais aromáticos;

Adicionar o fundo, caldo ou água e deixar ferver lentamente;

Juntar os ingredientes restantes em intervalos apropriados;

Cozinhar até que todos os ingredientes estejam macios e o sabor da sopa desenvolvido;

Ajustar os temperos;

Adicionar a guarnição escolhida e servir (ou resfriar e armazenar adequadamente).

7.2 Sopas Espessas

Creme

Sopa com consistência cremosa e aveludada,

feita à base de molhos mãe (bechamel ou

velouté) e finalizada com creme de leite ou

liaison.

Sopa velouté

Sopa creme à base de fundo claro, espessada

com roux amarelo e finalizada classicamente

com liaison de creme de leite e ovos.

O procedimento de preparo dessas duas sopas é bastante parecido, pois os ingredientes

principais geralmente são cozidos no velouté ou no bechamel até ficarem macios. Depois de

cozidos, os ingredientes sólidos são coados, processados e novamente adicionados à sopa, que

será finalizada da maneira apropriada, resultando em uma consistência aveludada.

Procedimento básico de preparo:

Suar os vegetais aromáticos em uma pequena quantidade de

gordura;

Adicionar a farinha e cozinhar o roux;

Acrescentar o líquido frio (fundo ou leite) e deixar ferver

lentamente;

Juntar os ingredientes principais, levando em consideração o

tempo de cozimento de cada um;

Colocar o bouquet garni ou sachet d’épices;

Cozinhar em fogo lento até todos os ingredientes ficarem macios;

Escumar frequentemente a sopa;

Tirar o bouquet garni ou sachet d’épices, que não deve ficar muito tempo para que os

condimentos não percam o sabor de frescos;

Page 28: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

28

Remover os ingredientes sólidos da sopa e passá-los no processador de alimentos,

formando um purê;

Reincorporar o purê ao líquido, adicionando apenas a quantidade necessária para

atingir a consistência correta da sopa;

Se desejar uma consistência mais aveludada, coar a sopa;

Ajustar os temperos;

Finalizar a sopa com creme de leite ou liaison e servir (ou resfriar e armazenar

adequadamente).

Purê

Sopa engrossada com o purê do

ingrediente principal, que normalmente

é um vegetal rico em amido ou grão

seco. O líquido-base pode ser um

fundo, um caldo ou água. É um pouco

mais espessa do que a sopa creme e

tem uma textura mais grosseira. Podem

ser servidas quentes ou frias.

Procedimento básico de preparo:

Suar os vegetais aromáticos;

Acrescentar o líquido e ingredientes adicionais;

Deixar ferver lentamente;

Juntar o bouquet garni ou o sachet d’épices;

Cozinhar até que os ingredientes fiquem macios, escumando sempre que necessário;

Tirar o bouquet garni ou o sachet d’épices;

Escorrer os sólidos e passá-los no processador de alimentos, adicionando o líquido do

cozimento até atingir a consistência desejada;

Ajustar os temperos;

Servir (ou resfriar e armazenar adequadamente).

Cuidados necessários para a adição do creme de leite ou liaison Nunca adicionar creme de leite ou liaison frios à sopa quente. Aqueça-os antes de adicioná-

los à sopa ou “tempere-os*” com um pouco de sopa quente antes de acrescentá-los à sopa.

Sempre que possível, adicione o creme de leite ou liaison apenas no último momento, antes

de servir.

Nunca ferva a sopa depois de acrescentar os ingredientes cremosos.

* Temperar: adicionar 1/3 da preparação quente ao líquido frio (creme de leite ou liaison), o que

aumentará sua temperatura. Então recoloque essa mistura temperada na sopa.

Page 29: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

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Bisque

Sopa cujo ingrediente principal é um crustáceo (camarão, lagosta,

siri), e que possui tanto características da sopa creme quanto da

sopa purê. A base líquida é um fundo ou fumet de peixe, junto

com vegetais aromáticos. O agente espessante mais comum é o

arroz.

Entretanto, versões mais modernas desta sopa usam o roux como

agente espessante, o que lhe confere uma textura mais macia e

maior estabilidade. O procedimento básico de preparo é

semelhante ao da sopa purê.

7.3 Sopas Especiais

Essa categoria de sopas inclui especificidades de um país ou região que não se encaixam em

nenhuma das classificações resumidas acima.

7.4 Sopas frias

As sopas frias são preparadas de várias maneiras. A vichyssoise é uma sopa creme à base de

alho-poró e batata. O gaspacho é uma sopa de ingredientes crus (tomate, pepino, pimentão,

alho, etc.) batidos no liquidificador, bem como a sopa de melão cantaloup.

8. Princípios de Cocção A cocção é a aplicação do calor no alimento com o intuito de modificar sua estrutura, alterar o

sabor, amaciá-lo e torná-lo adequado para a digestão.

Exemplos: Chowder: sopa cujo ingrediente básico é a batata e a carne de porco.

Minestrone: sopa de origem italiana, que contém vegetais, grãos e massa.

Garbure: sopa tradicional francesa, que contém repolho, batata e vegetais.

Gumbo: especialidade da cozinha creole, de Nova Orleans. É uma sopa estilo cozido, que

inclui vegetais como quiabo, tomate e cebola, e um ou mais tipos de carne, além de roux

negro, o que lhe confere um sabor incomparável e inconfundível.

Page 30: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

30

8.1 O Calor

O calor é um tipo de energia. Quando um alimento fica quente, suas

moléculas vibram, aumentam e “batem” umas nas outras transferindo

energia entre si. Quanto mais as moléculas se movem, mais quente

fica o alimento.

O calor é o princípio básico utilizado na cocção de alimentos. Pode

ser direto ou indireto, podendo ser gerado a partir de diversas fontes,

como: gás, eletricidade, ondas eletromagnéticas, natural, etc.

A transmissão de calor acontece por meio de:

Condução: transmissão direta

- Significa o contato direto do alimento com o calor;

- É o mais lento, pois precisa de contato físico direto;

- Ocorre por propagação, do exterior para o interior.

Convecção: Transferência de calor através de um fluído líquido ou gasoso. Pode ser:

Natural: o movimento das moléculas do fluído acaba por movimentar também as moléculas do

alimento. O ar ou líquido quente sobe, provocando essa movimentação contínua e circular.

Artificial: uso de movimentos artificiais para acelerar a movimentação do meio para promover

maior agitação de moléculas, como ventilação no forno.

Radiação: A energia é transferida por ondas de luz ou calor, como micro-ondas, torradeira,

salamandra, etc.

8.2 Efeitos do Calor

Os alimentos são compostos de proteínas, carboidratos, água, gordura e minerais. As mudanças

de textura, formato, cor e sabor ocorrem quando o calor é aplicado a cada um desses

componentes.

Proteína: na proteína, o termo próprio para a cocção é a coagulação. Ao cozinhá-la, perde-se

umidade e volume, ficando compacta.

Amido: o termo próprio para a cocção do amido é gelatinização. Quando o amido está em

contato com um líquido quente, suas moléculas “incham”, fazendo com que cozinhe. A

gelatinização se dá entre 66 e 100º C.

Açúcar: o termo usado para a cocção do açúcar é caramelização. Quando se dá a

caramelização, os alimentos sofrem alteração de cor e sabor. A caramelização se dá a partir de

170º C.

Page 31: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

31

Água: a água, quando submetida ao calor, evapora. Todos os alimentos contêm água em sua

composição, em maior ou menor proporção. Quando a temperatura interna dos alimentos

aumenta, as moléculas de água evaporam, causando a DESIDRATAÇÃO.

8.3 Controle de Qualidade e Alterações na Cocção de Vegetais

A cocção afeta os alimentos alterando sua textura, sabor, cor e valor nutricional.

Compreendendo bem sua reação, podemos controlar as mudanças e transformar os alimentos

de forma positiva e favorável às características que buscamos.

Textura

A alteração da textura é a principal mudança ao cozinharmos os vegetais, pois as fibras e

amidos se transformam pela exposição ao calor.

Fibras

A pectina e a celulose são as principais fibras contidas nos vegetais, que dão ao vegetal

estrutura e firmeza. A cocção as amolece.

A quantidade de fibras varia:

- De acordo com o vegetal. Por exemplo, espinafre e tomate contêm menos fibras do que as

cenouras.

- De acordo com suas características. Por exemplo, cenouras velhas são mais fibrosas do que

cenouras novas.

- De acordo com cada parte do vegetal. Por exemplo, a ponta do aspargo contém menos

fibra que seu caule, portanto é mais macia e cozinha mais rapidamente.

As fibras se tornam mais firmes (duras) na presença de:

- Ácidos: o contato com ácidos aumenta o tempo de cocção das fibras.

- Açúcares: eles fortalecem a celulose, deixando-a mais firme.

Dois fatores são extremamente importantes quando

pensamos em cozinhar vegetais:

1. O que acontece no processo de cocção? Como os vegetais mudam quando cozidos?

2. Como controlar estas mudanças?

Page 32: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

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As fibras se tornam mais ternas (macias) na presença de:

- Calor.

- Produtos alcalinos (como o bicarbonato de sódio). Porém, o contato de vegetais com

produtos alcalinos faz com que percam seu valor nutritivo.

Atingindo o ponto de cocção ideal

Um vegetal estará cozido corretamente quando

atingir a maciez desejada. Esse estágio varia de

vegetal para vegetal. O importante é que sejam

mantidas suas características quanto à crocância e

textura, além do sabor, cor e preservação de

nutrientes.

Por isso é importante considerar o seguinte:

- Faça cortes uniformes para atingir o mesmo

ponto de cocção;

- Cozinhe o mais próximo possível do momento do serviço;

- Cozinhe os vegetais separadamente, pois cada um tem um tempo de cocção diferente

(quebra de celulose);

- Nunca cozinhe demais os vegetais;

- Resfrie os vegetais depois de cozidos (no caso de pré-preparo), evitando que o calor

residual continue o cozimento.

Hortaliças

Conceituação

São vegetais cultivados em horta, e representam as partes comestíveis das plantas: raízes

tuberosas, tubérculos, caules, folhas, flores, frutos e sementes.

Vegetais cozidos propriamente irão apresentar as seguintes características:

- COR: brilhante e natural.

- APARÊNCIA: natural.

- TEXTURA: macia, preservando as características do vegetal.

- SABOR: natural.

Page 33: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

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Partes Comestíveis das Hortaliças

1. Folhas: acelga, agrião, alface, almeirão, couve, espinafre,

mostarda, repolho, rúcula. Fornecem, em média, 20

cal/100 g.

2. Vagens e Grãos: ervilha, ervilha torta, fava, vagem, feijões

verdes, milho verde. Têm de 40 a 80 cal/100 g.

3. Tubérculos e Raízes: beterraba, cenoura, nabo, rabanete, aipim, mandioquinha, batata,

batata-doce, cará, inhame. Têm alta concentração de amido, e por isso mais de 80 cal/100

g.

4. Bulbos: alho-poró, alho, cebola, échalote. Também são pobres em calorias: 20 cal/100 g.

5. Flores: alcaparra, alcachofra, brócolos, couve-flor e flor-de-abóbora. Pobres em caloria: 20

cal/100 g.

6. Caules: aipo, aspargo, ruibarbo e palmito. Todos pobres em

calorias.

7. Cogumelos: frescos e secos: boleto, caetetuba, porcini,

shiitake, trufa. Com 2,4% de carboidratos e 1,7% de proteína.

8. Brotos de grãos germinados: alfafa, feijão, lentilha, tremoço,

trigo.

9. Frutos: tomate, quiabo, abóbora, berinjela, jiló, pepino,

chuchu, pimentão, abobrinha.

10. Plantas aromáticas: alfavaca, alecrim, manjericão,

cebolinha, cerefólio, coentro, endro, hortelã, louro,

manjerona, salsa, sálvia, orégano, tomilho.

Classificação Segundo Teor em Glicídios

Grupo A, com cerca de 5% de glicídios: abobrinha, acelga, agrião, aipo, alface, almeirão,

aspargo, berinjela, brócolos, cebolinha, coentro, couve, couve-flor, espinafre, folhas de todas as

hortaliças, jiló, mostarda, palmito, pepino, pimentão, rabanete, repolho, salsa, tomate.

Grupo B, com cerca de 10% de glicídios: abóbora, beterraba, cenoura, chuchu, ervilha verde,

nabo, quiabo, couve-de-bruxelas, vagem.

Grupo C, com cerca de 20% de glicídios: aipim, batata, mandioquinha, cará, inhame,

mandioca, milho verde, pinhão.

Page 34: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

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Valor nutritivo

As hortaliças são boas fontes de vitaminas, minerais e fibras. As hortaliças verdes e as amarelo

alaranjadas são boas fontes de beta caroteno e, quando consumidas cruas, também são boas

fontes de vitaminas B1, B

2 e C.

Os vegetais em geral podem ser classificados de vários modos:

1) Pelas características botânicas: essa descrição geralmente é feita em Latim. O nome é

composto de duas palavras, a primeira com letra maiúscula que indica o gênero e a

segunda com letra minúscula que indica a espécie. Por exemplo, o pimentão (Capsicum

annuum);

2) Pelo grau de parentesco (agrupamento das espécies): para se estabelecer pontos de

relacionamento entre os diversos grupos, são levadas em conta não só as características

visíveis a olho nu (como o tipo de folha, de caule, etc.), mas também as características

anatômicas (como a forma e a disposição dos feixes, etc.), e ainda as características

químicas (como a composição das substâncias encontradas nas plantas);

3) Pela cor: nesse tipo de classificação, o principal enfoque é dado aos componentes

químicos, responsáveis pelas características físicas e nutricionais dos vegetais. A cocção a ser

aplicada deverá ser apropriada a cada tipo de vegetal, para que não perca as características

anteriormente citadas.

Para que possamos obter o melhor aproveitamento dos vegetais,

algumas regras devem ser levadas em conta:

1. Procure pelos legumes e hortaliças da estação, pois é quando eles estão mais frescos e são

encontrados em maior abundância. É também quando estão mais saborosos e conservam todo

o seu valor nutritivo;

2. Utilize os métodos corretos de cocção para cada tipo de vegetal;

3. Descasque-os sempre o mais próximo do uso, para que não percam umidade e para que não

haja mudança na coloração;

4. Por meio da cor dos vegetais podemos identificar precisamente o tipo de pigmento

predominante que contêm, e assim prepará-los da forma mais adequada.

Page 35: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

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Adições químicas na cocção dos legumes alteram suas características da seguinte forma:

CAROTENO FLAVONOIDE CLOROFILA

ÁCIDO

(limão, vinho,

vinagre, etc.)

- Retarda a cocção, criando

maior resistência.

- Não altera a coloração.

- Retarda a cocção, criando

maior resistência.

- Ressalta a cor.

- Retarda a cocção, criando

maior resistência.

- Perde a cor.

BASE

(bicarbonato de

sódio)

- Acelera a cocção com a

quebra da celulose

desestruturando as fibras,

ocorrendo a perda de

nutrientes e provocando

um sabor amargo.

- Não altera a coloração.

- Acelera a cocção, há a

perda de nutrientes e pode

provocar sabor amargo.

- Perde a cor.

- Acelera a cocção, há a

perda de nutrientes e

pode provocar sabor

amargo.

- Retém a cor.

Vegetais congelados

Ao utilizar vegetais congelados, observe sua procedência e data de validade. Examine também

se eles foram recebidos e armazenados em condições ideais (controle de temperatura).

Classificação quanto aos pigmentos:

a) Clorofila: pigmento mais largamente distribuído na natureza, provocando uma colocação verde

às hortaliças (espinafre, brócolos, couve, escarola);

b) Carotenoides: grupo que compreende o caroteno (amarelo alaranjado - cenoura, abóbora,

mandioquinha) e o licopeno (vermelho - tomate, pimentão vermelho);

c) Flavonoides: grupo que compreende as antocianinas (vermelho arroxeado - beterraba, repolho

roxo, berinjela) e as antoxantinas (branco e branco amarelado - couve-flor, batata, nabo).

Page 36: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

36

8.4 Métodos de Cocção

Branquear

Consiste em pré-cozinhar o alimento por alguns minutos sem chegar ao cozimento completo,

mantendo a cor, a textura, inativando enzimas e inibindo micro-organismos, com o intuito de

finalizá-lo posteriormente.

Cocção por completo

Cocção em meio líquido até o cozimento completo do alimento. O alimento estará cozido

quando estiver macio ao toque do garfo (fork tender).

Considerações importantes para a cocção de vegetais:

1. Preparar adequadamente os vegetais (corte, limpeza, etc.);

2. Ferver em meio líquido adequado ao tipo de vegetal;

3. O líquido deve cobrir os vegetais, e estar em quantidade suficiente para que se movam

enquanto estão fervendo sem que grudem uns nos outros;

4. Levar sempre os vegetais mais duros à cocção antes dos demais;

5. Os vegetais brancos, amarelos e vermelhos podem ser cozidos com a panela tampada. Os

vegetais verdes nunca devem ser cozidos com a panela tampada;

6. Cozinhar os vegetais até o ponto desejado. Em seguida, coar, resfriar, ou utilizá-los

imediatamente em outra preparação.

Cocção no vapor

Método onde o alimento entra em contato com o vapor produzido

pelo líquido (fundo, água) quando em ebulição. É uma das formas

de cocção que mantém mais íntegros os componentes nutricionais

dos alimentos.

Os alimentos podem ser preparados no vapor através de fornos

combinados, ou com o uso de panelas e utensílios apropriados para

esse método.

Considerações importantes para se cozinhar vegetais no vapor:

1. Preparar adequadamente os vegetais (corte, limpeza etc.);

2. Manter distância entre os vegetais para que o vapor possa circular melhor.

Grelhar

É um método que consiste em cozinhar alimentos

numa grelha colocada sobre uma fonte de calor.

É utilizado quando se quer cozinhar um vegetal

rapidamente, preservando seus nutrientes naturais,

suculência e sabor. O calor radiante da grelha

carameliza o vegetal, dando-lhe um sabor agradável e

característico deste tipo de cocção.

Page 37: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

37

Aspectos importantes quando se grelha vegetais:

1. Selecionar os vegetais mais adequados para esse tipo de preparação;

2. Observar o tipo de corte e o tamanho, pois o resultado (cocção X uniformidade) é

diretamente proporcional ao tamanho do produto;

3. É necessário adicionar gordura na hora de grelhar os vegetais.

Assar

É um tipo de cocção onde o alimento é exposto ao

ar seco e quente, com temperatura controlada, por

um tempo adequado.

Aspectos importantes ao assar vegetais:

1. Escolha vegetais apropriados para este tipo de

cocção;

2. Preaqueça o forno à temperatura desejada;

3. O tamanho e o tipo de corte são diretamente

proporcionais ao resultado final do produto.

Purê

É uma técnica muito utilizada com vegetais, geralmente usada como um tipo de preparação ou

como pré-preparo (como recheio de tortas, suflês, etc.).

Para se produzir um purê, os vegetais devem passar por um processo de cocção prévio, que

pode variar entre assado, cozido em água ou no vapor. Após esse processo, deverá ser

amassado e transformado em purê.

Brasear

Este método consiste em selar o alimento principal

e suar os acompanhamentos aromáticos, quando

necessário, em gordura quente, depois serão

cozidos em meio líquido.

Guisar

Este método é similar ao braseado, diferindo no tamanho do ingrediente a ser preparado, que

deve estar no tamanho de uma “mordida”.

Aspectos importantes para se brasear ou guisar vegetais:

1. Utilizar vegetais apropriados para esses métodos de cocção;

2. Atentar para o tempo de cocção dos vegetais, cozinhando-os apenas até estarem macios ao

toque do garfo.

Page 38: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

38

Principais diferenças entre os dois métodos

Braseado Guisado

Porções Porções maiores. Porções menores.

Líquido O líquido cobre o vegetal de 1/3 a 1/2

durante a cocção.

O líquido cobre o vegetal.

Molho O molho é coado. O molho não é coado.

Cocção A cocção geralmente é feita no forno,

podendo ser feita no fogão.

A cocção geralmente é feita no

fogão, podendo ser feita no forno.

Utensílio A panela deve ser tampada. A panela não deve ser tampada.

Fritura por imersão

A fritura por imersão é a cocção de um alimento submerso em

gordura quente, adequada e própria para resistir a altas

temperaturas.

Produtos fritos por imersão podem ser cobertos por uma camada

de massa mole, farinha de rosca ou farinha de trigo, para

adicionar crocância e sabor a essas preparações.

Os vegetais devem estar em tamanho adequado e uniforme para

favorecer a cocção rápida e completa. A temperatura ideal para

proceder essa cocção é de 160º C a 180º C.

Tipos de fritura por imersão:

- Cesta: o alimento é colocado em uma cesta que é mergulhada na gordura quente, retirada

quando o alimento já está macio e dourado;

- Cesta Dupla: certos tipos de alimentos tendem a flutuar quando colocados em contato

com a gordura e, ao mesmo tempo, necessitam de uma cocção prolongada. Para este tipo

de alimento, é recomendado o uso de cesta dupla, pois assim a segunda cesta segura o

alimento para que fique inteiramente submerso na gordura;

- Pesca: os alimentos são imersos livremente na gordura, e “pescados” com uma

escumadeira ou aranha quando atingem o ponto de cocção desejado;

- Em 2 tempos (ou branqueamento): o alimento é frito primeiramente a uma temperatura

de 120º C e depois a 180º C, para proporcionar a cocção interna e crocância externa. Essa

técnica é muito utilizada para vegetais ricos em amido como batata, mandioca, etc.

Page 39: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

39

Fritura em frigideira

Método de cocção similar à fritura por imersão, diferindo

apenas pela quantidade de gordura utilizada e pelo tipo de

panela. Na fritura em frigideira, a gordura deve cobrir

apenas a metade do alimento, e a cocção se desenvolve

em dois estágios: frita-se a parte inferior do produto e vira-

se para fritar a parte superior. A fritura deve apresentar a

mesma coloração dourada de ambos os lados. A panela

adequada para esse tipo de cocção é a sautoir. Caso se

deseje fazer um molho para acompanhar o produto frito,

ele deverá ser servido à parte.

Considerações importantes ao fritar vegetais:

1. Aquecer a gordura na temperatura correta;

2. Colocar os vegetais a serem fritos, já empanados (se for o caso), em uma só camada, sem

que se sobreponham;

3. Esperar a gordura voltar à temperatura ideal antes de iniciar uma nova remessa de fritura.

Empanamento

Este processo visa dar ao alimento uma finalização crocante e dourada, protegendo o alimento.

Considerações importantes quando se empana vegetais:

1. O vegetal a ser empanado deve estar seco;

2. Preparar todo o mise en place do empanamento;

3. Fritar imediatamente após o empanamento para que vegetal não solte água (umidade) e

danifique o processo;

4. Após a fritura, colocar o vegetal sobre papel absorvente para a retirada do excesso de

gordura.

Existem vários tipos de empanamento, como:

Empanamento simples: utiliza-se apenas um tipo de farinha (trigo,

milho, amêndoa, etc.);

Empanamento completo: utiliza-se farinha de trigo, ovo batido (ou

algum líquido) e farinha de rosca;

Empanamento com massa mole: utiliza-se uma massa de consistência

leve, mas aderente, feita essencialmente com uma farinha, um líquido e

um aromatizante.

Page 40: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

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Gordura x fritura

A qualidade de um alimento produzido a partir de fritura é diretamente proporcional ao

cuidado com a gordura utilizada. Cada tipo de gordura possui uma característica diferente

quanto ao sabor e sua capacidade de resistência ao calor, e isso deve ser considerado quando

se planeja usar uma ou outra gordura.

Tipos de Gordura e seus Pontos de Fusão e Fumaça

Tipo Fusão Fumaça

Manteiga Integral 36ºC 121ºC

Manteiga Clarificada 36ºC 190ºC

Óleo de Milho -11ºC 230ºC

Azeite 0ºC 190ºC

Óleo de Soja -20ºC 257ºC

Óleo de Girassol -17ºC 225ºC

Gordura animal 20ºC 205ºC

Gordura vegetal Hidrogenada 20º C 220º C

Conservação da gordura:

- Local seco e arejado;

- Coberta;

- Livre de resíduos, preferencialmente coada;

- Efetuar periodicamente um teste de saturação da gordura.

Inimigos da gordura:

- Sal;

- Altas temperaturas;

- Umidade;

- Exposição ao ar (oxidação);

- Metais;

- Resíduos;

- Ácidos graxos.

Indicadores da necessidade de troca da gordura:

- Baixo ponto de fumaça;

- Presença de espuma;

- Alteração na cor;

- Alteração no sabor;

- Alteração no odor;

- Cocção lenta;

- Escurecimento do alimento posto em contato com ela.

Page 41: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

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Legislação:

De acordo com a Portaria CVS-6/99 de 10/3/99 publicada em 12/3/99 no Diário Oficial do

Estado:

- Os óleos e gorduras utilizados em frituras não podem ser aquecidos a mais de 180ºC;

- O óleo deve ser desprezado sempre que houver alteração de qualquer uma das seguintes

características sensoriais (cor, odor, sabor, etc.), ou físico-químicas (ponto de fumaça).

Podem ser realizados testes físico-químicos comerciais rápidos, desde que comprovada a

sua qualidade e eficácia;

- A reutilização do óleo só pode ser realizada quanto este não apresentar quaisquer

alterações das características físico-químicas ou sensoriais. O óleo deve ser filtrado em filtro

próprio ou pano branco fervido por 15 minutos. Quando utilizar fritadeiras com filtro,

seguir as recomendações do fabricante e observar as características físico-químicas ou

sensoriais.

Saltear

Neste método, a cocção é feita rapidamente, em

temperatura elevada e pouca gordura.

O alimento a ser salteado deve ser naturalmente

macio, ou então deve passar por uma cocção

prévia para amolecer, pois em se tratando de uma

técnica rápida, os alimentos mais duros não

atingirão a textura desejada.

O molho dos alimentos salteados, caso exista,

deverá ser sempre feito utilizando-se da mesma

panela em que foi feito o salteado, para

aproveitar os sucos residuais liberados durante a cocção.

A panela adequada para este tipo de cocção é a sauteuse.

Aspectos importantes quando se salteia vegetais:

1. Vários são os vegetais que se prestam para serem salteados, verifique a uniformidade do

corte utilizado;

2. Muitos vegetais devem passar por algum processo de cocção prévio antes do salteamento,

como a couve-de-bruxelas, que deve ser branqueada antes. Assim, verifique sempre o tipo

de vegetal e o processo mais adequado para a sua cocção antes de salteá-lo;

3. A adição de ervas e temperos deve ser feita no final da cocção.

Os vegetais devem ser salteados aos poucos para evitar o resfriamento da sauteuse, o que

provocaria a queda da temperatura na cocção. Portanto, deve-se estar atento ao tamanho da

panela utilizada em relação ao volume de vegetais a serem salteados.

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8.5 Amidos - Batata Algumas produções especificam a utilização de

batatas novas, cerosas, rijas, farináceas ou velhas. A

distinção entre a batata cerosa e farinácea é a mais

importante.

As batatas cerosas têm muita umidade e menos

amido que as farináceas. A sua pele é relativamente

fina e sua polpa tem uma cor amarelada e um

aspecto ceroso. São rijas, cozinham bem e não se

desfazem se forem cozidas alguns minutos além do

tempo necessário. São ótimas para saladas, caçarolas

e purês. As batatas farináceas têm pouca umidade e

açúcar e, por terem muito amido, ficam douradas

quando fritas ou assadas, sendo indicadas para fritura.

A maioria das batatas velhas é farinácea.

Qualquer que seja a variedade, deve-se escolher batatas rijas e pesadas e eliminar as moles,

com manchas, com brotos e esverdeadas.

Conserve as batatas em local fresco, seco e escuro, para evitar o desenvolvimento da solanina

(substância que “esverdeia” a batata e a torna amarga, indigesta e tóxica), e fora de embalagens

plásticas fechadas, pois sua má conservação acelera o processo de apodrecimento e ocasiona a

perda de nutrientes.

Por ser um alimento de sabor bastante neutro e muito versátil, as batatas podem ser preparadas

utilizando-se todos os métodos de cocção: assadas, fritas, fervidas, cozidas no vapor, salteadas,

empanadas, braseadas, guisadas, utilizadas em sopas, pães, gnocchi, pudins, saladas, etc.

8.6 Arroz Na natureza existem basicamente duas variedades de arroz: de grão

longo e de grão curto. Seu comportamento é diferente quanto à

cocção: os de grão longo, quando cozidos, ficam leves, macios e

soltos, e os de grão curto (ou pérola) ficam úmidos, cremosos e

ligados.

Existem outros termos que diferenciam os tipos de arroz, a partir de

seu processamento:

O arroz polido (arroz branco) é um grão que passa por um processo de remoção da

casca e do germe, removendo também muitos de seus nutrientes. É geralmente polido para

melhorar sua aparência, suavizar seu sabor e amaciar os grãos (desse processo se originou

sua nomenclatura);

Page 43: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

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O arroz enriquecido é o arroz polido que recebe a adição de ferro e vitaminas no processo

de polimento;

O arroz integral é o grão descascado não polido, preservando assim seus nutrientes. Tem

um sabor amendoado, textura fibrosa e uma cocção mais longa;

O arroz parboilizado é um grão pré-cozido no vapor em altas temperaturas (com casca)

que força as vitaminas e os minerais para o interior do grão, conservando-o, antes de ser

descascado e polido;

O arroz malequizado passa por um processo similar ao parboilizado, diferindo apenas pela

temperatura de pré-cocção e o tempo de exposição ao vapor, mas com a mesma finalidade.

O arroz selvagem, apesar do nome, não é um arroz, e sim uma semente de uma gramínea. É

marrom escuro, tem sabor forte e tempo de cocção prolongado.

O arroz italiano do tipo “riso” é o grão utilizado na produção de risottos. Um grão de arroz de

um bom risotto deve ser capaz de atingir a característica cremosa, que caracteriza o risotto,

mas ao mesmo tempo deve estar firme à mordida. Das inúmeras variedades de arroz

apropriadas para se produzir um risotto, três são consideradas as melhores: Arborio, Carnaroli e

Vialone Nano.

Arborio é um grão grande, roliço e rico em amilopectina, amido que se dissolve no

cozimento, produzindo um risotto mais cremoso. É o mais popular arroz italiano no mundo;

Carnaroli é considerado o “rei dos arrozes” na Itália. É longo e rico de amilose, motivo pelo

qual se mantém mais tempo al dente quando cozido. Também apresenta alta concentração

de amilopectina;

Vialone Nano é um grão pequeno e curto que contém muita amilose, que não amacia

facilmente durante o processo de cocção, apesar de ter amilopectina suficiente para

classificá-lo como uma variedade boa para o preparo do risotto. Considerado um arroz

semifino, muito popular na região do Veneto.

Além desses, há outras inúmeras variedades de arroz utilizadas na gastronomia, como: Basmati

- aromático (para pratos orientais); Japonês - branco de grão curto; Pudding - grão curto (cozido

ou assado); Tailandês - com fragrância de jasmim.

Técnicas de cocção do arroz

Pilaf

Técnica originária da Pérsia e da Turquia,

consiste na cocção de grãos no intuito de

deixá-los tenros, soltos e leves.

Em uma panela aquecida, com ou sem

gordura, coloque o arroz, acrescente o líquido

quente e cozinhe-o com a panela tampada

direto no fogão ou no forno.

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Risotto

Esta técnica explora as propriedades de certas

variedades de arroz italiano cujos grãos são

envoltos por um amido macio conhecido como

amilopectina. Durante a cocção, este amido se

dissolve, ligando-se cremosamente aos grãos e

fundindo-os. Os aromáticos do risotto geralmente

são a cebola e a manteiga, mas qualquer produto

comestível poderá agregar sabor ao risotto básico.

Para se produzir um bom risotto, deve-se seguir

corretamente seu método de preparo, mexendo

constantemente para que o amido se solte e se torne um agente aglutinador.

A panela utilizada deve transmitir e reter calor suficiente para cozinhar o arroz em chama alta

sem grudar no fundo, portanto, panelas de fundo grosso e ligas pesadas são mais indicadas.

Os risottos podem ser agrupados em dois estilos que diferem quanto à cremosidade: mais

denso (muito usado no Piemonte e na Emilia-Romagna) e mais alongado (abundância de

líquido), ou all’onda, muito comum na região de Veneto.

Tipos de Arroz, Tempo de Cozimento e Rendimento

Tipo Quantidade

seca*

Quantidade de

líquido*

Tempo de cocção

(em minutos)

Rendimento*

Polido 1 2 15 a 20 3

Enriquecido 1 2 15 a 20 3

Parboilizado 1 2 20 a 25 3 a 4

Integral 1 3 40 a 45 4

Selvagem 1 3 30 a 45 4

* em volume

9. Massas

A Farinha: a farinha de trigo é o produto dos grãos de trigo livre de impurezas.

Comercialmente, as farinhas são avaliadas com base no grau de peneiramento (quantidade de

farinha em quilos, por 100 quilos de trigo limpo). A farinha integral é o produto da moagem do

trigo sem peneiramento.

A Semolina: é o produto do grão duro, moído e peneirado.

Sêmola: é o produto residual da extração da semolina.

Page 45: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

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Massa Industrializada

As massas secas industrializadas incluem formatos conhecidos como espaguete, penne, fusilli,

etc. A semolina (grano duro) e a água são os ingredientes que compõem as massas

industrializadas. A semolina é submetida à moagem e é peneirada, a água deve conter baixos

teores de sódio, magnésio, cloro e ferro. Desde a mistura da farinha à água, tudo é feito por

máquinas. A massa é misturada, aberta e cortada mecanicamente, depois é submetida a uma

ventilação intensa para secagem, antes do empacotamento.

De acordo com a legislação, a massa seca industrializada deve ser feita de semolina.

Massa Fresca

A composição básica da massa fresca é:

farinha, ovos, sal e azeite (opcional). A

proporção média é de 100 g de farinha de

trigo para cada ovo, diminuindo

progressivamente até chegar a 1 quilo de

farinha para 7 ovos, podendo usar uma

proporção de até 50% de farinha de trigo

para 50% de semolina.

A massa é feita manualmente, aberta à

mão (com o rolo de macarrão) ou à

máquina, cortada ou recheada.

Existem algumas considerações

importantes quando se prepara massa

fresca, a saber:

Instalações e equipamentos:

- Mesa comprida e larga de superfície lisa e limpa;

- Rolo de abrir massa ou máquina de abrir massa (manual ou automática);

- Espátula de ferro (para recolher resíduos da mesa);

- Carretilha (para cortar a massa).

Método para abrir a massa com uma máquina:

1) Corte um pedaço de massa e alise-o até formar um retângulo ou ficar oval;

2) Coloque a alavanca da máquina na abertura

mais larga e passe a massa;

3) Dobre a massa em três e repita o processo

algumas vezes;

4) Coloque a alavanca na próxima abertura, um

pouco mais estreita, e passe a massa

novamente;

5) Repita o processo até estar com a massa na

espessura desejada;

6) Enxugue a massa com farinha de trigo (se

necessário) e corte no formato desejado.

Page 46: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

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Como abrir a massa usando as mãos:

1) Corte um pedaço da massa e estenda-a com um rolo de macarrão;

2) Abra a massa uniformemente, com movimentos para frente e para trás, até a espessura

desejada;

3) Enxugue a massa com farinha de trigo (se necessário) e corte com uma faca no formato

desejado.

Como cozinhar a massa:

1) Coloque a quantidade correta de água numa panela adequada (1 litro para cada 100 g de

massa);

2) Leve à fervura e salgue a água (1 colher de sopa de sal por litro de água);

3) Coloque a massa quando a água estiver no ponto mais alto de ebulição, e mexa

imediatamente para que se mova livremente no líquido;

4) Cozinhe a massa até estar al dente, ou no ponto de cocção desejado;

5) Escorra imediatamente e sirva acompanhada de um molho, ou resfrie-a imediatamente;

acrescentando um fio de óleo neutro ou azeite, e guarde-a para uso posterior.

Como colorir a massa:

- Açafrão: dissolver um pouco do pó nos ovos batidos;

- Trocar o peso de um ovo (60 g) pelo equivalente em

purê do legume a ser utilizado para colorir, como o

espinafre.

As massas italianas podem ser divididas em três grupos:

1) TIRAS: Fettuccine, Spaghetti, Capellini, Lasagna,

Tagliatelle, etc ;

2) TUBOS: Rigatoni, Manicotti, Ziti, Penne, Spira, etc;

3) FORMAS: Conchiglie, Farfalle, Fusilli, Rotelle, Orzo,

etc.

Outro grupo importante é o das massas recheadas, como Ravioli, Cappelletti, Cannelloni,

Tortelli, etc.

Nos países orientais, as massas apresentam formas bastante diversas, mas geralmente são

massas longas, feitas de farinha de arroz, algas marinhas, feijão verde, etc.

Massas finas e compridas pedem um molho leve, massas tubulares e curtas podem levar um

molho de consistência média (como bechamel ou ragu), massas largas pedem molhos

enriquecidos e massas recheadas necessitam de um molho que complemente seu recheio em

sabor e textura.

A escolha do molho

A escolha do molho é fundamental

para o sucesso de um prato à base

de massa. Cada tipo ou formato de

massa assimila melhor um tipo de

molho.

Page 47: Apostila de habilidades da anhembi morumbi

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Massa fresca recheada

Para se preparar massa fresca recheada,

alguns fatores devem ser levados em

consideração, a saber:

- Trabalhe apenas com massa fresca,

úmida recém-preparada;

- Prepare o recheio com antecedência

para que ele esteja frio (ou gelado) e

sem excesso de umidade;

- Utilize um saco de confeitar para

otimizar e acelerar a produção;

- Defina previamente o tipo de corte a

ser produzido.

Os tipos e formatos mais comuns de massas recheadas são:

TORTELLINI OU CAPPELLETTI: a partir de massa retangular com 3 cm de largura, são

dobrados diagonalmente ao meio, formando 2 triângulos sobrepostos e unidos pelas pontas.

TORTELLONI, TORTELLI OU RAVIOLI: a partir de massa retangular, o recheio deve estar no

centro e a massa deve ser recortada na forma de quadrados com o auxílio de uma carretilha.

CANNELLONI: quadrados de massa de aproximadamente 10 cm x 10 cm, são recheados e

fechados como um tubo.

LASAGNA: camadas regulares de massa delicada e leve, são intercaladas por camadas de

recheio salgado e molho. O tamanho da massa deve estar de acordo com o tamanho do

recipiente aonde ela será preparada.

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Referências Bibliográficas

ARAÚJO, Wilma M.C., MONTEBELLO, Nancy di Pilla, BOTELHO, Raquel B. A., BORGO, Luiz Antônio. Alquimia

dos alimentos. Nacional, 2007.

BARRETO, Ronaldo Lopes Pontes. Passaporte para o sabor. São Paulo: Editora Senac, 2008.

CIA – Instituto Americano de Culinária. Chef profissional.

Cooking essentials: the new professional chef.

HAZAN, Marcella. Fundamentos da cozinha italiana clássica. São Paulo: WMF Martins Fontes, 1997.

LABENSKY, Sarah R., HAUSE Alan M. On cookin: Techníques from Expert Chefs.

LANG, Jenifer Harvey. Larousse gastronomique.

Este Material foi Desenvolvido pelo

CURSO SUPERIOR DE GASTRONOMIA

DA UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

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