Apostila Básica de Áudio

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  • Apostila Bsica de

    UDIO6a Edio

    Filippo Valiante Filho (Filippino)

  • Apresentao

    Esta apostila nasceu observando-se a necessidade, em meio as igrejas evanglicas, de se ter pessoastreinadas para operar, montar e cuidar dos equipamentos de udio. Esse tipo de treinamento, porm, nopoderia ser excessivamente tcnico e terico. Era preciso tornar a cincia do udio simples e acessvel atodos; deixando de lado a matemtica e enfatizando a prtica e o bom senso. Para isso, adotou-se umalinguagem simples e cotidiana, utilizando-se da familiaridade de muitos com termos da msica.

    continuando neste objetivo que esta apostila chega sua sexta edio, mais consistente, mais clara, maismadura. Um manual de treinamento para ser utilizado tambm no dia-a-dia, como um guia de consultarpida, ou como uma explicao que se d pessoalmente.

    Espera-se que para muitos, este seja apenas um ponto de partida para o aperfeioamento, a descobertados porqus, e mesmo a profissionalizao.

    Finalmente, esperamos contribuir para a melhoria da qualidade de som nas igrejas evanglicas e, tambm,para uma mudana na maneira como so encarados o equipamento e a equipe de udio dentro dasigrejas.

    Boa leitura! Bom aprendizado. E uma tima prtica.

    Filippo Valiante Filho

    Taboo da Serra, Outubro de 2004.

  • Sumrio1. Introduo e Noes Bsicas........................................................................................................42. Som. O Que ?..............................................................................................................................5

    2.1. As Caractersticas do Som......................................................................................................52.2. Freqncia...............................................................................................................................62.3. Decibel.....................................................................................................................................7

    3. Equipamentos................................................................................................................................93.1. Microfones & Direct Boxes......................................................................................................93.2. Mesas de Som.......................................................................................................................103.3. Equalizadores........................................................................................................................123.4. Processadores de Dinmica..................................................................................................133.5. Efeitos....................................................................................................................................153.6. Amplificadores, Crossovers & Caixas Acsticas...................................................................15

    4. Ligao e Operao.....................................................................................................................174.1. Ligao dos Equipamentos...................................................................................................174.2. Regulando o Equipamento....................................................................................................214.3. Operao...............................................................................................................................234.4. Manuteno...........................................................................................................................244.5. Treinando a Audio..............................................................................................................25

    5. Consideraes Finais..................................................................................................................26Ministrio de Som - Viso Ministerial.................................................................................................27Mini-Glossrio de udio Ingls-Portugus.........................................................................................29Sobre a Reproduo e Distribuio desta Apostila...........................................................................35Sobre o Autor:....................................................................................................................................35

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  • 1. INTRODUO E NOES BSICAS

    Quando estamos numa igreja, num teatro, ou num show, ouvindo um belo som estreo vindo dascaixas acsticas, no nos preocupamos com o que foi preciso fazer, ou com o que aconteceu,para que aquele som chegue aos nossos ouvidos. Mas preciso que muita coisa acontea...

    Os vrios sons, de cada um dos microfones e de cada um dos instrumentos, precisam sermisturados para que possamos ouvi-los todos de uma vez. Esse o papel da mesa de som, fazera mistura e permitir que algum a controle. A mesa se som fornecendo em sua sada um nicosom com todos os outros misturados.

    S que a aparelhagem, o tamanho do local, a arquitetura, e muitos outros fatores, tambminfluenciam no som. Para compensar essas influncias, entram em cena o equalizador e algunsoutros equipamentos perifricos.

    E tambm tm aqueles equipamentos que tiram os chiados; do uma freada nos vocais,oradores e instrumentistas mais empolgados; os que produzem efeitos como a sensao de seestar num estdio, quando se est em uma sala pequena, ou de se estar em uma sala pequena,quando se est num salo de grande porte; os que...

    No final, essa histria toda tem que chegar a nossos ouvidos. Para isso existem osamplificadores e as caixas acsticas. Pronto! Aquele belo som estreo da primeira frase j estchegando aos nossos ouvidos que, a essa altura, j imaginam um pouco do que foi preciso fazerpara que isso acontecesse.

    Que tal conhecermos melhor esses equipamentos? Saber como lig-los e, principalmente, comomanuse-los! Nos prximos captulos, falaremos sobre o que som e quais so suascaractersticas. Teremos uma noo bsica dos principais componentes de um sistema desonorizao: microfones, mesas, equalizadores, compressores, gates, amplificadores e caixasacsticas. Vamos aprender como ligar um sistema de sonorizao simples, ajust-lo e, o principal,oper-lo.

    A esta altura, voc j deve ter reparado que a mistura que fizemos dos sons dos instrumentos evocais, e tambm o som que passa pelos equipamentos, no est em uma forma audvel. Osom, para ser trabalhado dentro de cada equipamento, est em forma de eletricidade. Portanto, apartir daqui, vamos chamar esse som em forma de eletricidade de sinal (eltrico). Para quepossamos ouvir esse sinal, ele precisa ser convertido em som audvel.

    Os microfones so os equipamentos que converte o som audvel em sinal eltrico. Os captadoresmagnticos de violo, guitarra e contrabaixo exercem funo semelhante. O sinal convertidonovamente em som audvel atravs dos alto-falantes, que compem as caixas acsticas.

    Apenas como curiosidade, na eletrnica, os microfones, captadores e alto-falantes so chamadosde transdutores. As resistncias do ferro de passar roupas e do chuveiro eltrico tambm sotransdutores. Um transdutor um componente que transforma um tipo de energia em outra. Aresistncia do chuveiro transforma eletricidade em calor. O microfone transforma som emeletricidade e o alto-falante, eletricidade em som.

    Mais uma curiosidade para encerrarmos nossa introduo. A eletricidade produzida em ummicrofone, possui tenso de zero vrgula alguns volts, menos que uma pilha de 1,5 volts.Enquanto em uma caixa acstica, a eletricidade produzida pode chegar a uma tenso to grandequanto os 110 volts da tomada.

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  • 2. SOM. O QUE ?

    O grande (e pesado) Aurlio, define som como "fenmeno acstico que consiste na propagao deondas sonoras produzidas por um corpo que vibra em meio material elstico. Sensao auditivacriada por esse fenmeno. Claro!?

    Vamos tentar os livros de Fsica e Acstica. Eles definem som mais ou menos assim: forma deenergia mecnica que se propaga como onda longitudinal num meio material e que tem apropriedade de sensibilizar nossos ouvidos.

    No precisa resmungar, o que eles querem dizer que o som :

    Energia: quem nunca sentiu a roupa balanar perto de uma caixa acstica? Ou quem nuncasentiu o corpo tremer com um som grave?

    Produzido por vibraes: observe a corda de um violo, ela s produz som quando vibra, certo?Idem para um prato de bateria ou qualquer de seus tambores. Ns falamos fazendo o ar passaratravs de nossas cordas vocais que vibram conforme nosso crebro comanda as palavras.Para ouvirmos, essas vibraes chegam aos nossos ouvidos que possuem uma membrana,nossos tmpanos, que tambm passa a vibrar; essas vibraes so transformadas em impulsosnervosos enviados para nosso crebro que faz com que entendamos o que est chegando aosnossos ouvidos.

    Que se propagam em um meio: normalmente, ouvimos o som atravs do ar, mas ser quevoc nunca reparou que pode ouvir algum conversando do outro lado da parede em uma salafechada? Se voc mergulhar em uma piscina, e algum gritar seu nome, voc no ouve? Vocnunca brincou, ou viu algum brincar, com aqueles telefones feito com copinhos e uma linhaesticada? Isso nos mostra que alm de se propagar no ar, o som se propaga tambm nosslidos e nos lquidos.

    Portanto, o som se origina de uma vibrao que se propaga pelo ar (ou outro meio) at chegar anossos ouvidos.

    2.1. As Caractersticas do Som

    O som possui quatro caractersticas:

    Intensidade: relativa a fora do som, distingue sons mais fracos de sons mais fortes. Imagineuma balada e um rock tocados ao piano ou violo, a balada tocada mais fraca, com menorintensidade, enquanto o rock mais intenso, mais forte. H uma medida chamada decibel quese relaciona com a intensidade.

    Timbre: costuma ser definido como a "cor" do som, pois atravs dele podemos identificar ummesmo som produzido por fontes diferentes como, por exemplo, dois instrumentos musicaistocando a mesma nota ou duas pessoas cantarolando a mesma melodia.

    Durao: se os sons so mais longos ou mais curtos.

    Altura: se os sons so graves ou agudos. Os sons mais baixos so os graves, como o som deum contrabaixo, de uma trompa, do bumbo da bateria. Os sons mais altos so os agudos comoos de um apito, flautim, ou a voz de um soprano lrico. Os sons intermedirios so os mdios,

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  • como a maioria das vozes das pessoas, ou aqueles radinhos AM. Portanto, a rigor est erradopedir para algum falar mais alto quando no se est conseguindo ouvir, falar mais alto seriafalar mais fino", mais agudo; o certo seria pedir para a pessoa falar mais forte. A altura do som ligada a sua freqncia.

    2.2. Freqncia

    Freqncia significa o quanto alguma coisa se repete e se essa repetio maior ou menor. Porexemplo, se algum perguntar com que freqncia voc faz aniversrio, a resposta ser uma vezao ano. Se a pergunta com que freqncia voc vai escola, ou ao servio, a resposta pode sercinco vezes (dias) por semana.

    Ns vimos que o som produzido por vibraes e que para podermos trabalhar esse som,precisamos transform-lo em eletricidade, que chamamos de sinal. Essas vibraes e asconseqentes oscilaes do sinal podem ser mais rpidas, ou mais lentas. Quanto mais rpidas,maior ser a freqncia e mais agudo o som. Quanto mais lentas, menor ser a freqncia, e maisgrave o som.

    Em udio, e na eletrnica, medimos a freqncia em quantidades de oscilaes por segundo. Aunidade da freqncia o Hertz (pronuncia-se rrtiz), cujo smbolo Hz. O mltiplo mais usado emudio o kilo (k). 1 kHz igual a 1000Hz. O ouvido humano, tipicamente, escuta de 20Hz (sonsmais graves) at 20KHz (sons mais agudos).

    Para termos uma noo melhor de freqncia, vamos comparar as notas musicais com suasrespectivas freqncias. Os instrumentos musicais so afinados com referncia na nota l (A) daoitava central, cuja freqncia de 440Hz. Temos a seguir uma tabela das freqncias das notasna oitava central.

    Nota Freqncia Nota FreqnciaD 263,63 Hz F # - Sol b 369,99 Hz

    D # - R b 277,18 Hz Sol 391,99 HzR 293,66 Hz Sol # - L b 415,31 Hz

    R # - Mi b 311,13 Hz L 440,00 HzMi 329,63 Hz L # - Si b 466,16 HzF 349,23 Hz Si 493,88 Hz

    Para obtermos as notas uma oitava abaixo, dividimos sua freqncia por dois. Para obtermos asnotas uma oitava acima, multiplicamos por dois; duas oitavas por quatro; trs oitavas por oito...

    A figura1 seguinte, que ser de grande valia para equalizao, mostra a tessitura dos instrumentose das vozes, bem como suas relaes com as freqncias. A tessitura indica quais notas oinstrumento, ou a voz, capaz de emitir; ou em outras palavras, quais freqncias cadainstrumento, ou voz, produz.

    1Referncias: Lies Elementares de Teoria Musical. Samuel Archanjo. Ed. Ricordi. Dicionrio de Acordes para Piano e Teclado - 2 Ed. Luciano Alves. Ed. Irmos Vitale. O Mundo Maravilhoso da Msica - Ed. Melhoramentos.

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  • 2.3. Decibel

    hora de explicar o to famoso decibel, aquele dB que aparece escrito em todos osequipamentos de udio. Primeiramente, esse nome foi dado em homenagem a Graham Bell, oinventor do telefone. O valor em decibel resultado de uma relao matemtica especial entreduas medidas, tomando um determinado valor em relao a um outro valor de referncia.

    Pode parecer complicado, e de fato , porm h uma maneira um pouco mais fcil de entender.Pense no seu aparelho de som, na sua casa, talvez o volume dele v de 0 a 10. O quanto vocsente o som bater com o volume no 8 por exemplo? Agora, imagine-se num megashow, em umgrande estdio. Vamos dizer que o volume do equipamento de som tambm esteja no 8... Comcerteza voc sentir o som bater muito mais, certo? Ser, como alguns dizem, um tapa naorelha. Parece bvio, ento, que uma escala de 0 a 10 no se presta para compararmosintensidades de som, certo!?

    Da mesma forma, h uma srie de outras medidas que tambm no podem ser comparadas emuma escala de 0 a 10.

    Agora imagine que, ao invs de comparar o volume de 0 a 10, voc compare justamente o quantoo som est batendo, sem se preocupar com a posio do volume? Assim, se o seu equipamentode som for um pouco mais potente, voc talvez consiga a mesma sensao sonora de umequipamento de som para show. Parece que agora a medida vai dar certo. Mas ela ainda estmuito subjetiva. Algum que est acostumado com violo e voz pode achar o som de um show demsica pop ensurdecedor, enquanto um metaleiro vai dizer que no est nem fazendo ccegas.A soluo adotar, e padronizar, uma referncia comum para todos. Se adotarmos comoreferncia o volume produzido naturalmente por um violo, veremos que no show de msica pop osom estar alto, enquanto no show de heavy metal o som estar... bem, estar ensurdecedor, defato.

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  • Umas dessas referncias, adotadas na prtica, o valor menos intenso que o ouvido humano capaz de distinguir, o chamado limiar de audibilidade. Se medirmos o quanto o som estbatendo, ou melhor, quanto de presso sonora chega aos nossos ouvidos, uma relaomatemtica (logartmica) entre esses valores nos fornece a intensidade do som em dB SPL, que a abreviao de Sound Pressure Level Nvel de Presso Sonora. justamente esse o tipo demedida fornecida pelos decibelmetros, e que aparecem nas leis sobre poluio sonora existentesno pas.

    Existem dezenas de referncias padronizadas para o clculo dos decibis. A referncia adotada indicada por uma letra aps o dB: dBu, dBv, dBU, dBV, dBi, dBm, dB SPL... Os dB que aparecemnos equipamentos so, na maioria das vezes, dBu, que indica a intensidade dos sinais eltricos.

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  • 3. EQUIPAMENTOS

    3.1. Microfones & Direct Boxes

    Os microfones so dispositivos eletrnicos responsveis pela captao do som e pela suaconverso em sinal eltrico. Eles so as primeiras peas do sistema e das que mais influenciamno resultado final. Precisamos utilizar microfones de qualidade e apropriados para cada aplicao.Os microfones pertencem principalmente a dois tipos: dinmicos e a condensador (que geralmenteutilizam alimentao atravs de pilha ou phantom power).

    Microfones a condensador (eletreto) respondem a freqncias mais altas e podem captar o som adistncias maiores, por isso so mais utilizados como microfones para instrumentos de sopro,"overall" de bateria (para captar os pratos) e como microfones de coral (direcionais de longoalcance). Os microfones a condensador geralmente utilizam alimentao eltrica proveniente deuma pilha ou phantom power, que uma tenso de 48VDC gerada pela mesa de som e quealimenta o microfone.

    A vantagem da phantom power eliminar interferncias no sinal e permitir distncias maiores decabos. Seu nome (fonte fantasma) deve-se ao fato de no vermos qualquer tipo de fonte, pois aalimentao vai pelo prprio cabo do microfone. Nem todos os microfones a condensador podemser ligados com phantom power, ao ligar-se um microfone que no preparado para isso, teremos"churrasco" de microfone.

    Os microfones dinmicos se prestam a praticamente toda e qualquer aplicao e no precisam dealimentao. Eles normalmente possuem um componente que bloqueia a phantom power, nohavendo nenhum problema em utiliz-los, porm, alguns microfones de qualidade inferior podemsofrer um desgaste excessivo, ou mesmo dar choque quando ligados com phantom.

    Cada microfone possui sua aplicao definida. Existem microfones que so especficos paravocais, geralmente possuindo uma resposta moldada para dar mais corpo e brilho a voz;microfones para instrumentos costumam ser mais fechados, para pegar apenas o que est nafrente (alto-falante, tons e caixa de baterias); microfones de bumbo possuem uma resposta melhornas baixas freqncias; microfones para coral, ou shotgun, para microfonao a distncia,possuem um alcance longo e estreito (diretivos).

    Um ltimo detalhe sobre microfones aquela espuminha que pode ser externa ou interna. O nomedela wind screen e serve para diminuir aquele sopro, como na letra s (sibilncia) e tambm ossoquinhos provocados pela pronncia das letras p e b (PB noise). Portanto, fundamentalconhecermos a aplicao dos microfones (suas prprias construes fsicas j nos dizem muito) eus-los corretamente.

    Teclados e contrabaixos possuem freqncias graves que no conseguem ser captadas pormicrofones. Por isso, para "microfonar" esses instrumentos usamos direct boxes, que sodivisores eletrnicos ligados entre o instrumento e o cubo, com sada tambm para mesa de som.O direct-box (DI Box) preserva o som que sai do instrumento e atenua o sinal para a ligao namesa de som. Os direct-boxes possuem uma chave Ground Lift que utilizada para eliminareventuais chiados ou rudos. Alguns direct-boxes so alimentados com phantom-power, valendo-se das mesmas vantagens que so trazidas aos microfones.

    Existem tambm as sadas de linha dos combos de instrumento (cubos), que so semelhantes aosdirect boxes, porm aps o combo (o direct box fica entre o instrumento e o combo), mas possuemalgumas desvantagens, por isso o mais usual a microfonao dos combos de guitarra e o uso dedirect boxes para teclado e baixo.

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  • 3.2. Mesas de Som

    Tambm conhecida como mixer, do termo original em ingls, a mesa de som o principalcomponente do sistema. Nela ns misturamos todos os sinais, mas principalmente, alm demisturar, ns controlamos essa mistura equilibrando os volumes da maneira correta e regulando osinal de cada canal para ter-se o melhor resultado possvel. Vamos ver as conexes e os controlesde uma mesa pela estrutura de cada canal, a partir da entrada e as diversas sadas, lembrandoque veremos uma mesa genrica com os controles mais comumente encontrados. Podemos

    encontrar controles diferentes, mais ou menos controles, nomes e ordensdiferentes, porm isto o essencial das menores s maiores e melhores mesasde som.

    Na parte de trs da mesa, ou em algumas na parte superior, temos as entradasde cada canal (in), geralmente com dois jacks, um para plugue XLR, balanceado,onde devem ser ligados microfones e direct-boxes, outro para plugue P10 parasinal de linha desbalanceado. S podemos usar uma das duas entradas do canalpor vez. Chamamos de sinal de linha ao sinal vindo direto de um instrumento,deck, cd player ou ainda sadas de linha de combos para instrumento; essessinais possuem um nvel mais elevado que os sinais de microfone.

    Logo na entrada do canal encontramos o controle de ganho (gain, trim,sensitivity). Esse controle atenua, ou refora, o sinal de entrada. importanteno confundi-lo com o volume que atua na sada no canal. Atenuamos o ganhoquando o canal est distorcendo (saturando) e aumentamos o ganho quandopercebemos que est faltando sinal na entrada da mesa.

    Aps o ganho podemos encontrar o boto PAD (ou -20dB) que atenua o sinal deentrada, usa-se nos canais com sinal de linha na entrada. Muitas das mesas quepossuem dois jacks de entrada por canal possuem um circuito internoequivalente ao PAD no jack P10, dispensando a chave externa de PAD. Outrasmesas, mesmo que com apenas um jack de entrada, podem receber nveis maisaltos na entrada com o ganho no mnimo, tambm dispensando o PAD.

    Um outro recurso um pouco menos comum a chave de inverso de faseeltrica, representada pelo smbolo . Essa chave inverte os pinos 2 e 3 do jackXLR (positivo e negativo). Ela existe porque as mesas inglesas tm a polaridadeinvertida entre positivo e negativo em relao as demais mesas, logo seus cabostambm so invertidos. Assim, com esse recurso podemos utilizar qualquer cabona mesa.

    Na entrada dos canais tambm temos o boto que liga o "Phantom Power". Oacionamento, de acordo com a mesa pode ser em cada canal, a cada grupo decanais (de 4 em 4 por exemplo) ou um nico boto que aciona o phantom detoda a mesa ou de parte dela, porm de uma s vez. bom lembrar que o

    phantom utilizado sempre com conectores XLR.

    Passemos ao equalizador, primeiramente podemos encontrar uma chave que liga ou desliga oequalizador (EQ), na posio desligada o sinal passa pelo equalizador sem sofrer nenhumamudana. A seo de equalizao pode ter diversas variantes, mas o mais comum termosagudo, um ou dois controles de mdios e grave. Esses controles de mdios podem ser fixos, ouseja atuantes apenas naquela freqncia pr-determinada ou podem ser divididos em dois botes,um para atenuao/reforo e outro para a escolha da freqncia de atuao (semi-paramtrico).Por fim, na seo do equalizador, encontramos um boto que liga o filtro de graves (HPF, low cutfilter) que corta o sinal abaixo da freqncia especificada, geralmente entre 70 e 100 Hz. Esse filtro muito til para evitar o som de "puf" dos microfones (rudo de P e B) e evitar a captao desinais de baixa qualidade, j que os microfones comuns no respondem bem baixas freqncias.

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  • Os controles de equalizao respondem geralmente entre 10 e 12 kHz para agudos, entre 1 e 2,5kHz para mdios, quando fixos e, entre 60 e 100 Hz para graves.

    Aps o equalizador temos os controles das sadas auxiliares. Elas podem ser de dois tipos: "pre-fader" e "post-fader." Os auxiliares pre-fader so utilizados para monitorao (retornos de palco) eos auxiliares"post-fader", s vezes indicados como "EFF", EFX ou "effect" em algumas mesas,so utilizados para ligao de efeitos. A diferena entre os dois tipos que em um a sada tomada antes do controle de volume do canal (pre) e no outro a sada tomada aps o controle devolume (post) e portanto se cortarmos o volume do canal cortamos tambm a sada auxiliar.Algumas mesas possuem um boto que determina se os auxiliares sero pre ou post-fader.

    Prosseguindo, encontramos mais um boto giratrio, s que esse leva o som junto com ele para olado que voc o virar, o boto que nos d uma viso panormica do canal, o lado em que o somvai sair, s do lado direito, s do lado esquerdo, igual para os dois lados ou um pouco mais paraum lado do que para outro, essa a funo do boto PAN.

    Chegou a hora daquele boto do contra, o Mute, pressionando-o voc corta o som do canal,deixando-o mudo como o nome j diz. Junto dele costumamos ter alguns leds (aquela luzinhacolorida que na verdade um componente eletrnico). Esses leds so: um para indicar que ocanal est com o mute acionado; outro para indicar que h sinal na entrada do canal (-20dB,signal, sig), assim podemos saber quando e quais canais esto recebendo sinal e outro led paraindicar que o canal est com sobrecarga (OL, peak), ou seja com o sinal j distorcendo. Algumasmesas tm um led bicolor que acende verde quando h sinal e vermelho quando h sobrecarga.

    Temos agora os botes de solo para ouvirmos o som do canal ou dos canais selecionados no fonede ouvido. O solo pode ser antes do controle de volume (AFL) ou aps o controle de volume (PFL)que o mais comum. Um led se acende para indicar que o canal est com o solo selecionado. Lpelo canto da mesa, perto dos masters encontramos o volume do fone de ouvido e em algumasmesas um boto para seleo entre AFL e PFL.

    Chegamos, enfim, ao fim do canal, desculpe o trocadilho. Temos o controle deslizante de volume,mais conhecido como "fader" (lembram-se do pos e post-fader). Ao lado do fader, nas mesas comsubgrupos temos os botes que endeream o canal para os pares de subgrupos queselecionarmos e/ou diretamente para o master atravs do boto mix (ou L/R).

    Acabamos o bloco dos canais, agora vamos para a "master section" a seo de sada da mesa.Ela fica no canto direito ou no meio da mesa, dependendo do modelo. Nela temos os subgruposatravs dos quais facilitamos nossa mixagem, criando controles de volume de blocos, porexemplo, endereando-se os canais de uma bateria para um subgrupo, para aumentarmos oudiminuirmos o volume da bateria como um todo mexemos no volume do subgrupo. Cada par desubgrupo costuma ter um par de faders, com seus respectivos PAN's e botes solo e um botomuito importante (Mix, L/R) que enderea o subgrupo para o master, assim ele pode funcionarcomo subgrupo ou como um sub-master (mais um master para alguma outra funo).

    E agora ele, o to falado, o to importante, o grande... Master! O master o volume principal damesa, pode tambm ser indicado como L/R ou Main. Hoje cada vez mais comum as mesaspossurem o master estreo normal e mais um master mono com a mistura dos dois canais, sendoque podemos usar as sadas mono e estreo ao mesmo tempo. Junto ao master costumamos terboto de solo e um boto de mute geral da mesa.

    Vista a sada principal, vejamos os caminhos auxiliares, alis os prprios tambm costumam terum controle geral de volume com boto rotatrio mesmo, uma espcie de master da via auxiliarsempre acompanhada do boto solo.

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  • Para o caminho de ida do auxiliar criaram um caminho de volta, embora no seja o nico, so oscontroles de AUX Return. Eles so como que canais estreo com duas entradas (L/R) e umvolume, os AUX geralmente no possuem equalizao mas costumam possuir endereamento,PAN e solo. So utilizados para ligao de efeitos, e tambm podemos utilizar com playback ouCD, que so fontes que geralmente no precisam de equalizao, liberando-nos alguns canais namesa.

    comum encontrarmos mesas com entrada estreo de fita (Tape in) direta para o master e sadaestreo de gravao (Tape out) com o mesmo sinal do master, atravs de plugues RCA. Tambmpodemos ter mais um par de sadas estreo chamado de Control Room que possui o mesmo sinaldo master, mas com um controle de volume a parte, geralmente usado em estdio, onde omaster utilizado para a gravao e os monitores do estdio so ento ligados na sada controlroom. simplesmente uma cpia do master, por isso pode ter diversas utilidades.

    Para facilitar a comunicao com o palco, criaram um tal de talkback, onde o operador fala em ummicrofone embutido na mesa ou ligado na entrada apropriada e o som sai nas vias de monitor.Podemos escolher as vias em que o som vai sair e obviamente controlar o volume.

    Para acabar, faltou falar daquelas luzes que esto piscando at agora e voc j estava achandoque amos esquecer de dizer o que . As duas ou mais fileiras de leds (ou mostrador de ponteiro)so chamadas de VU e mostram a intensidade do sinal de sada da mesa, tanto de um canalquanto de uma sada (aux, main) que estiver com o solo selecionado. Para sabermos o queestamos vendo, h um led que indica se o que o VU est indicando o nvel do master ou do solo.

    Todos esses controles que foram vistos possuem seus respectivos jacks para conexo. Sadas domaster mono e estreo, subgrupos, vias auxiliares, control room, tape out e fones de ouvido; eentradas de AUX, tape in, talkback mic e obviamente as entradas de cada canal.

    Outra conexo que pode existir nos canais, subgrupos e master a insert, que pode aparecercomo um nico jack P10 estreo ou jacks in e out. As conexes de insert so como se a fbrica damesa deixasse que ns ligssemos outro equipamento direto no circuito, abrindo-o e enviando osinal para algum equipamento que o processaria e devolveria o sinal processado no mesmo local(no meio do canal antes do fader ou antes do fader do master). Usamos as conexes de insertpara ligao de outros equipamentos ou como direct outs. Direct outs so sadas ligadas junto como conector de entrada do canal para que se possa enviar o sinal para um gravador ou para outramesa. Quando existe apenas um jack insert usamos cabos "Y" para a ligao de algumequipamento, no caso inserimos o plugue P10 pela metade (at a primeira trava) para o insertfuncionar como direct out.

    Terminamos de conhecer um pouco melhor o principal equipamento de um sistema de som, agorapodemos ver os demais equipamentos.

    3.3. Equalizadores

    Comeando novamente com definies formais, vamos ler um trecho de um antigo manual de umequalizador da Styllus Eletrnica a respeito de sua funo:

    "A funo do equalizador compensar de forma precisa, as diferenas tonais causadas pelaacstica ambiente, pela resposta deficiente das caixas acsticas ou ainda pela qualidade da fontede programa. As gravaes em estdios so feitas em ambientes tratados acusticamente, aocontrrio de uma instalao domiciliar onde o local da audio normalmente no ideal para umaboa reproduo, mveis em geral, cortinas ou qualquer outro objeto que esteja na sala de audio,podem refletir ou absorver determinadas freqncias. Uma diferena de nvel entre os canais podeocorrer quando da locao das caixas em ambientes acusticamente assimtricos. O equalizador projetado para ajudar a restaurar a qualidade originalmente obtida no estdio. A equalizao podetambm ajustar caractersticas tonais especficas tais como diminuir a freqncia de ressonncia

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  • ou intensificar um solo delicado, bem como fazer a equalizao de freqncia encontrada emmuitas gravaes ao vivo."

    Em outras palavras, seja pela mesa, amplificadores, caixas acsticas e principalmente pelo prprioambiente, nunca temos o som desejado, podemos perder um pouco de agudo, ou um pouco degrave, s vezes temos algumas freqncias sobrando, o som est embolado ou coisas deste tipo.A equalizao (ajuste do equalizador) visa corrigir essas imperfeies reforando ou atenuando osinal em cada freqncia para que possamos ouvir todas as freqncias com a mesmaintensidade (resposta de freqncia uniforme), melhorando a qualidade final do som.

    Aps equalizarmos, temos o grfico das modificaes simplesmente olhando para o equipamento,por isso o nome de equalizador grfico.

    Na parte traseira dos equalizadores temos os jacks Input e Output de cada canal alm do conectorde alimentao. Alguns equalizadores possuem tambm sada de gravao.

    Na parte frontal temos os controles deslizantes com a freqncia em que atuam escritas embaixode cada um. So duas sees de controles por equalizador (estreo) mas tambm existemequalizadores mono. Quando os controles esto no meio, temos o sinal tal como entrou; quandoabaixamos os controles temos uma atenuao do sinal e para cima temos um reforo do sinalnaquela faixa de freqncia. Aproveitando, tanto o equalizador grfico como os equalizadores damesa de som quando posicionados para no reforar e nem atenuar, ou seja, no modificar osinal, dizemos que a equalizao est flat.

    Os botes In/Out definem se o equalizador vai atuar ou o sinal passar sem nenhuma modificao,inclusive sem alterao de ganho. O boto Power liga e desliga o equalizador e os controles Gainajustam o ganho de cada canal. Os leds Peak ou Clip acendem indicando que o sinal de entradado respectivo canal est muito alto. Caso existam leds Signal indicam que h sinal na respectivaentrada do equalizador. Os equalizadores tambm podem ter filtros HPF como os das mesas, sque variveis, eliminando as freqncias abaixo da selecionada pelo respectivo controle. Esserecurso pode ser utilizado para eliminar rudos indesejveis ou interferncias eltricas. Tambmpodem aparecer filtros LPF, que eliminam as freqncias a partir da selecionada, poupandoamplificadores, caixas acsticas e at ouvidos.

    3.4. Processadores de Dinmica

    A dinmica musical se constitui das variaes de intensidade e das nuances de um programamusical, algo bem conhecido para msicos. Pense em uma msica bastante trabalhada,certamente ela tem trechos vocais quase sussurrantes e grandiosos e explosivos refres, solosinstrumentais arrasadores e aquela quebradinha bem suave; essa a dinmica da msica, avariao da sua intensidade de execuo. Um orador ora fala com intensidade normal, ora falapropositadamente mais baixo, mais alto ou at grita. Os processadores de dinmica entram emcena para ressaltar a dinmica e prevenir excessos tanto para o equipamento como para nossosouvidos, protegendo ambos. Os processadores de dinmica existentes so os compressores, oslimiters (limitadores), os noise gates, os expanders (expansores) e os companders (compressores-expansores). Vamos falar um pouco mais sobre os dois primeiros que so os mais utilizados.

    Os compressores atenuam o sinal de entrada quando este passa acima de um certo limiar nvelescolhido pelo usurio (threshold) e a atenuao se d numa proporo tambm escolhida pelousurio, chamada de taxa de compresso (ratio). Exemplificando quando estamos com taxa decompresso de 2:1 temos o sinal de sada igual a metade do sinal de entrada, mas apenas onde otrecho do sinal passa do nvel selecionado. Exemplificando em nmeros, se o nosso limiar(treshold) for 5, e a taxa de compresso de 2:1. Um sinal de entrada de intensidade 7, seratenuado para 6; e um sinal de entrada de intensidade 10, ser atenuado para 7,5. Isso melhora aextenso dinmica do sinal e ainda preserva os equipamentos e os ouvidos. Lembrando que aprincipal causa de queima de caixas acsticas e amplificadores a presena de sinal saturado emsuas entradas, o que sobrecarrega seus circuitos. Os compressores e limiters evitam esse tipo de

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  • problema. Os limitadores so basicamente o uso de altas taxas de compresso para evitar que osinal passe do nvel selecionado (taxas tipicamente de 10:1 ou mais). Praticamente todos oscompressores encontrados no mercado so compressores/limitadores.

    Os controles existentes em todos os compressores so:

    Threshold: o nvel de entrada a partir do qual o compressor vai atuar.

    Ratio: controle da taxa de compresso de 1:1, nenhuma compresso at :1, compresso totalquando atingido o nvel de threshold.

    Attack: controla o tempo que levar para o compressor entrar em atuao aps o sinal passardo nvel de threshold.

    Release: controla o tempo que levar para o compressor deixar de atuar aps o sinal voltar aficar abaixo do nvel de threshold.

    Output: um controle de volume que pode ser usado para reforar ou atenuar o nvel de sinalde sada do compressor.

    Peak/RMS ou Manual/Auto: boto que seleciona o modo que o compressor vai monitorar o sinalde entrada. No modo peak/manual o sinal monitorado constantemente e podemos selecionarnosso prprio tempo de attack e release. No modo RMS/Auto o compressor ajustaautomaticamente esses tempos.

    Hard Knee/Soft Knee ou vocal/instrument: boto que seleciona entre uma curva de compressomais brusca, imediata ou uma curva mais suave e musical.

    Bypass: boto que desativa o compressor, fazendo com que o sinal passe sem ser modificado.

    Os compressores costumam ter VU's com a indicao da reduo do sinal, ou seja a atuao docompressor, nvel de sinal de entrada e nvel de sinal de sada. A depender do modelo, pode haveralgum tipo de seleo da indicao.

    Por fim, os compressores possuem um boto que sincroniza a atuao dos dois canais, para usoem estreo.

    Esses so os controles bsicos existentes na maioria dos compressores. No painel traseiro temosas conexes de entrada e sada de cada canal e de alimentao. Tambm podemos ter umaconexo de side chain em cada canal que funciona como uma espcie de insert, podendocontrolar a atuao do compressor atravs de um outro sinal, til para narraes sobre umamsica de fundo, por exemplo.

    Os noise-gates atuam como botes mute inteligentes. Imagine a seguinte situao: um oradorest falando normalmente e s percebemos sua voz, quando ele faz uma pausa ouvimos algumchiado que pode ser do prprio sistema, ou algum rudo ambiente captado e que passa a serpercebido. O ideal seria cortar o microfone durante a pausa e abrir novamente quando o orador forfalar. E exatamente isto o que os noise gates fazem.

    Os noise gates cortam o sinal quando ele cai abaixo do nvel selecionado no controle de threshold(limiar), ou atenuam muito no caso dos expander gates. Porm, antes de cortar ele espera umcerto tempo selecionvel por outro controle ou boto. Se o tempo for muito curto, ou o thresholdmuito alto, podem haver cortes indesejveis do sinal. Os gates possuem um led para indicarquando o sinal cortado. comum encontrarmos gates incorporados compressores.

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  • 3.5. Efeitos

    Efeitos so aparelhos que modificam o som, essa modificao pode ser produzida de maneiraanalgica (hoje praticamente s utilizada para instrumentos) ou digital. Os efeitos digitais maiscomuns so o reverber (reverberao) que simula ambientes, como hall (sala pequena), stadium(estdio), church (igreja); o delay que atrasa o som podendo gerar eco de acordo com o tempo deatraso e o chorus que simula vrias vozes ou instrumentos a partir de um; esses efeitos possueminfinidades de variaes, alm de obviamente existirem muitos outros tipos de efeito. Hojeencontramos equipamentos multi-efeitos que possuem memrias e podem aplicar vrios efeitossimultaneamente, alm de outros processamentos como, por exemplo, o de-esser que eliminasibilncia, aquele som chato de "sssss". As entradas dos processadores efeitos so retiradas damesa e suas sadas retornam novamente para ela, para serem mixados com o sinal original. Comoveremos mais adiante, efeitos so processadores paralelos.

    Os efeitos geralmente vm com programas pr-configurados, que podem ser modificados earmazenados. Alguns parmetros importantes so o delay time que determina o atraso de tempopara se comear a aplicar o efeito, o decay time que determina por quanto tempo o efeito sermantido aps cessar o sinal sobre o qual est sendo aplicado, o mix/dry/wet que determina amistura do sinal com e sem efeito (meio a meio, mais com efeito ou mais sem efeito) e o levelque determina o nvel de efeito aplicado. Os processadores de efeito tambm possuem controlesdos sinais de entrada e sada.

    3.6. Amplificadores, Crossovers & Caixas Acsticas

    Os amplificadores so a reta final do sinal de udio antes que ele volte a ser som novamente. Elesaumentam o sinal, at a muito baixo, dando-lhe potncia suficiente para alimentar as caixasacsticas. Os amplificadores tambm recebem o nome de potncias.

    Na parte frontal dos amplificadores temos as chaves liga-desliga e os atenuadores de cada canal.s vezes temos tambm um VU que indica o nvel do sinal de sada. Existindo leds comoprotection ou fuse, quando acesos indicam que algum fusvel se queimou ou foi acionado algumcircuito de proteo.

    Na parte traseira temos as conexes Input, que so as entradas dos amplificadores, e Speakersou Outputs, onde ligamos as caixas acsticas. Tambm temos os fusveis e as chaves 110/220V.Alguns amplificadores possuem dois jacks de entrada por canal, ligados juntos para que possamosenviar o mesmo sinal para a entrada de um outro amplificador. As chaves stereo/mono selecionamse o amplificador funcionar em estreo, com duas entradas independentes ou mono, ligando asentradas dos canais internamente, fazendo com que os dois canais amplifiquem o mesmo sinal.Outro modo de operao do amplificador em "bridge mono" onde os dois canais tornam-se umnico canal mono capaz de extrair a potncia mxima do amplificador.

    A sada do amplificador possui uma impedncia limite de funcionamento, a impednciacorresponde resistncia eltrica que a caixa acstica (carga do amplificador) oferece ao mesmo.Podemos ligar as caixas acsticas at obtermos impedncia maior ou igual a suportada peloamplificador, o uso de impedncias inferiores pode queimar o equipamento. Quando ligamoscaixas de mesma impedncia uma as outras, atravs de cabos comuns, obtemos a impednciaresultante dividindo o valor indicado para uma caixa pelo nmero de caixas.

    Por exemplo, temos uma caixa de 8 ohms, ligando-se esta caixa a outra de tambm 8 ohms aimpedncia resultante de 4 ohms (duas caixas). Interligando-se quatro caixas obtemos 2 ohms.Essa regra vale apenas para caixas de mesma impedncia. Trs caixas de 8 ohms interligadasdo 2,6 ohms. Esta conta na verdade uma associao de resistncias em paralelo.

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  • As caixas acsticas acomodam os alto-falantes, drivers e tweeters que so os transdutores, quecomo visto na introduo, convertem o sinal eltrico vindo do amplificador novamente em som. preciso escolher e dimensionar corretamente o conjunto caixa acstica-amplificador e, quandonecessrio, o crossover, para obter-se o melhor resultado sonoro. O posicionamento das caixasacsticas tambm um fator muito importante.

    Uma caixa acstica possui alto-falantes especficos para graves e mdios, drivers para mdios eagudos e, ou, tweeters para agudos. As caixas "full-range" cobrem todas as freqncias e podemser complementadas por caixas para sons graves, equipadas com woofer ou "sub-woofer", queso alto-falantes especficos para baixas freqncias.

    Os "crossovers", ou divisores de freqncia, separam o sinal que deve passar para cadatransdutor da caixa acstica. Os divisores podem ser externos ou internos (dentro da prpria caixaacstica), tambm podemos utilizar os dois ao mesmo tempo com um crossover externoseparando sub-woofer de caixa full-range e o crossover interno da caixa full-range funcionandonormalmente (ligao muito comum).

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  • 4. LIGAO E OPERAO

    4.1. Ligao dos Equipamentos

    Antes de explicar as ligaes propriamente ditas, vamos abordar mais um conceito importante.Usamos vrios equipamentos num sistema de som: efeitos, compressores, equalizadores, gates,enhancers, etc. Nos efeitos, o sinal normal (sem efeito) misturado com o sinal processado (comefeito), o que chamamos de processamento paralelo, ou seja, mixamos o sinal original e oprocessado. Equalizadores e processadores de dinmica recebem um sinal em suas entradas, omodificam e apresentam um novo sinal na sada, deixando de lado o sinal original; a istochamamos processamento serial.

    As sadas dos efeitos voltam para a mesa em entradas especficas como as AUX Returns ou emcanais comuns. Os processadores so ligados no caminho entre a mesa e o amplificador ou nosinserts da mesa, o que produz o mesmo resultado.

    Eis um esquema de ligao tpico para um sistema de som:

    Ligamos microfones, instrumentos e playbacks na mesa. Como j comentamos quanto aos efeitos,mandamos o sinal da mesa para eles atravs de uma sada auxiliar e retornamos por um canal ouaux return. Ligamos os processadores um seguido do outro, ou atravs de cabos Y nos inserts. Naprimeira maneira ligamos a sada de um equipamento na entrada do prximo. Quando utilizamosinserts, ligamos o p do Y no insert desejado da mesa e ligamos as outras pontas, conforme apinagem mais adiante, na entrada do primeiro equipamento e a outra na sada do ltimo;interligamos os equipamentos com cabos da sada de um para a entrada do outro. A vantagem deutilizarmos os inserts das mesas de manter um cabeamento mais organizado, alm de facilitar autilizao do multicabo que pode ser ligado s na mesa, sem precisar ser esticado at um rack.Aps os processadores, o sinal chega as potncias, indo ento para as caixas acsticas. PA eretorno utilizam potncias e processadores diferentes; os retornos so ligados a partir das sadasauxiliares e as potncias a partir do master da mesa.

    P.A. abreviao de Public Address e o som que dirigido ao pblico. Os sides so umaespcie de mini P.A. que funcionam como retornos e so encarados como tal. Dentro desseesquema podemos ligar uma aparelhagem simples com mesa, equalizadores (PA e retorno),compressores (PA e retorno) potncias e caixas (PA e retorno); ou qualquer outro sistema maiscompleto e complexo, com dzia de equipamentos de efeito e processadores.

    Obviamente alguns equipamentos possuem seu lugar correto nesse esquema. Por exemplo o maisusual deixar compressores gerais (para master e auxiliar) aps equalizadores e imediatamenteantes do amplificador ou, caso exista, antes do crossover. Ficando a seqncia para P.A. e

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  • retorno: mesa - equalizador - compressor - amplificador - caixas acsticas. A prxima figura mostraum exemplo de ligao de um sistema de sonorizao. A seqncia crossover-amplificador-caixasser explicada logo a seguir.

    Quanto aos crossovers, h duas maneiras de lig-los. A primeira e mais utilizada, alis, no geral,mais recomendada, antes de todos os amplificadores. No desenho temos o esquema para aligao de uma caixa full-range com divisor de freqncias interno e uma caixa externa de sub-graves, utilizando um crossover externo de 2 vias. Esse um tipo de ligao muito comum edevemos nos lembrar de que as caixas de graves e sub-graves tm melhor desempenho quandoesto no cho. Se utilizssemos um crossover de 3 vias teramos mais um amplificador ligado amais uma caixa.

    Outra possibilidade para essa configurao de PA ligar o crossover como se fosse um bass-booster, sem cortar os graves das caixas full-range. Note que utilizamos a entrada do primeiroamplificador para ligar o crossover.

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  • Ao instalarmos um equipamento de udio devemos tomar cuidado com a parte eltrica, pois elapode ser fonte de interferncias alm de poder colocar o equipamento em risco quando mal feita.A instalao eltrica deve ser adequada e com bom aterramento, que extremamente necessrio.Por melhor e super-dimensionada que possa ser a instalao eltrica, devemos sempre utilizarfiltros de linha e estabilizadores para os equipamentos.

    Outro cuidado de suma importncia a utilizao de bons cabos de udio. O cabo deve possuirmalha bem tranada, que no se desfaa sozinha s de olharmos para ela; acredite, issoacontece em muitos cabos. Seus condutores internos (+ e -) devem ser tranados e suas capasdevem ser siliconadas, alm disso a capa externa no deve ressecar facilmente. Quanto aosplugues, devem ser metlicos, resistentes e de tamanho (dimetro) proporcional bitola do cabo aser utilizado. Procure utilizar plugues banhados a ouro, por possurem durabilidade maior.

    Os cabos de udio podem ser desbalanceados (positivo e terra) ou balanceados (positivo, negativoe terra). Os cabos balanceados so mais imunes a interferncias e podem ter comprimentosmaiores, alm das conexes balanceadas possurem um nvel mais alto de sinal (ganho de 6dB).Devemos usar ligaes balanceadas sempre que possvel. Utilizamos a malha do cabo para oterra, a cor quente para o positivo (vermelho) e a cor fria para o negativo (preto/branco); quando ocabo desbalanceado podemos ligar o negativo com a malha. Nas figuras vemos a pinagem dosplugues XLR, que ainda so chamados por muitos de cannon, que nas verdade uma marca.Vemos tambm a pinagem dos plugues P10 (plugues de guitarra). Lembrando que as mesasinglesas possuem os pinos + e - (2 e 3) do conector XLR invertidos.

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  • A pinagem dos cabos Y para uso nos inserts das mesas a seguinte:

    importante que os cabos sejam bem soldados (no tenham solda fria). Tambm sempre bomtest-los antes de utiliz-los, dado que um cabo em curto pode danificar a sada de umequipamento, ou dar uma boa dor de cabea a quem estiver procurando o problema. No se devesoldar a malha carcaa do plugue XLR (a tira de metal oposta ao pino 3).

    Cabos e mais cabos, vamos falar dos multicabos. Por dentro dessas mangueiras pretas passamvrios cabos juntos, de modo a facilitar a instalao dos sistemas de sonorizao. A cada umdesses cabos nos referimos como vias do multicabo. O uso mais tpico e mais necessrio ainterligao da mesa at o ponto de ligao dos microfones e instrumentos, geralmente o palco;mas tambm podemos usar outros multicabos como extenses do multicabo principal. Na pontaonde ligamos os cabos, h uma caixa que pode ser chamada de banheira, medusa, ou snake.

    No multicabo podemos ter sinais indo e voltando ao mesmo tempo, ou seja, os sinais dosmicrofones e instrumentos vo at a mesa de som pelo multicabo. Os sinais para os retornos epara o PA voltam pelo mesmo multicabo at os amplificadores, ou crossovers. Jamais utilize sinalamplificado no multicabo pois isso traz uma srie de problemas. Quando da instalao (passagem)do multicabo, evite cruzar com fios eltricos ou dar voltas excessivas; procure o caminho maiscurto e deixe o multicabo bem protegido.

    Algumas derradeiras consideraes so fazer-se uma instalao limpa, organizada, separando aomximo cabos de udio de cabos eltricos, identificando adequadamente os cabos eequipamentos, no utilizando comprimentos exagerados e ocultando ao mximo os cabos. Semuma boa instalao impossvel conseguir-se uma boa e duradoura qualidade de som.Reforando: devemos tomar todo o cuidado com a instalao do equipamento para garantirmos omelhor de sua qualidade sonora e de sua vida til. Jamais economize com cabos, plugues, ouadequao da instalao eltrica. A melhor qualidade de som no est em equipamentos caros esim na boa instalao e na boa utilizao dos equipamentos.

    4.2. Regulando o Equipamento

    Instalado o equipamento chegou a hora de o regularmos para se extrair o mximo rendimento.Vamos ver apenas o bsico e comeamos pelo mais importante que a equalizao. Vamos trat-la de maneira que possamos faz-la bem, mas com um mnimo de recursos. Juntamente com aequalizao vamos ajustar tambm os volumes das potncias.

    importante saber, antes de comearmos a equalizao, que h uma caracterstica de nossaaudio muito fcil de comprovar, mas que sempre passa desapercebida. Ns passamos a ouviras freqncias mais baixas a partir de uma certa intensidade, portanto, quando comeamos aaumentar o volume, iremos ouvir primeiro os sons mdios e agudos e, depois de um certo ponto que comearemos a ouvir os graves.

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  • O procedimento para a equalizao o seguinte. Primeiro, ligamos um aparelho de CD na mesade som. Escolhemos um ou mais CDs bem gravados e que conheamos bem. Deixamos o canalda mesa flat, com o volume em 0dB e ajustamos o ganho de maneira que os trechos mais fortesda msica atinjam 0 dB no VU da mesa (solo do canal). O master da mesa tambm deve estar em0 dB. No equalizador deixamos os canais em in e o ganho inicialmente no zero. No equalizador,deixamos seus canais em in e colocamos todos os controles de freqncia no meio (flat) epodemos cortar (abaixar todo) o controle de 20Hz se houver e, caso seus falantes de graves sejamde 15", corte tambm os de 25 e 31Hz, se houverem. Para retornos, com o falantes de 10, ou 12,podemos abaixar todos os controles antes dos 60Hz, ou at os 100 Hz. Os equalizadores tmgeralmente 15, 30 ou 31 faixas de ajuste por canal, por isso alguns equalizadores no tero todasas freqncias especificadas aqui. Se houver um boto para ajuste do ganho dos controles, deixe-o na posio de menor ganho. Podem haver tambm filtros para a mxima e mnima freqnciaque o equalizador trabalha (HPF e LPF), deixe o LPF em 20 kHz e o HPF a partir da ltimafreqncia que foi cortada (20 ou 31 Hz).

    Os volumes das potncias devem ficar no mximo. Caso o som esteja alto demais, abaixe osatenuadores, at obter o volume desejado. Caso o som ainda esteja baixo, voc pode aumentar oganho do equalizador, mesmo que necessite coloc-lo no mximo. Esse volume da potncia, naverdade apenas um atenuador. As potncias no amplificam mais ou menos quando mexemosnele, elas amplificam sempre igual. Quando regulamos os atenuadores, diminumos o sinal quechega na potncia, fazendo com que ela tenha menos sinal para amplificar, por isso o volume menor. Podemos atenuar de todo o sinal de entrada at deixar pass-lo totalmente. Portanto, noh nenhum problema em deixar as potncias no mximo.

    Equalize cada lado do PA por vez e depois repasse os dois lados juntos. Equalize cada via demonitorao (retorno) por vez (s o monitor sem PA) e repasse todas juntas. No final abrimos tudo,PA e monitores para vermos se est tudo legal e repassar o volume de cada um. Na equalizaodevemos ouvir o som de maneira direta, sem obstculos, mesmo que para isso tenhamos de nosdeslocar de onde est o equalizador. Nosso objetivo obter o mximo de qualidade e nitidez.

    Provavelmente perceberemos que os PAs e retornos no esto perfeitos, precisamos ento ajustaros controles de freqncias do equalizador em busca do melhor som possvel. Podemos nosorientar pelo seguinte:

    O controle prximo de 60 Hz pode ser usado para cortar rudo eltrico, junto com o de 80 Hzinfluenciam bumbo e contra-baixo; as vozes, guitarras, a parte superior do teclado e a maior partedos instrumentos musicais esto nas freqncias mdias, entre 0,4 a 4 kHz; os controles a partirde 5 kHz lhe proporcionam clareza e nitidez ou, quando em exagero, excesso de sibilncia (ssss,sssse); as freqncias abaixo de 250Hz atuam em instrumentos graves e tambm em baixosvocais, podem dar o peso necessrio, mas quando em excesso abafam o som. A freqncia de125 Hz costuma amenizar rudos de P e B. Quando as freqncias mdio-agudas ou agudas estomuito altas o som pode apitar (microfonia), a soluo atenuar essas freqncias.

    comum reforarmos um pouco as freqncias mais altas, devido nossa dificuldade de ouvi-las,porm, com algumas combinaes de ambiente, equipamentos e caixas, pode ocorrerradicalmente o contrrio. Se existir diferena de volume entre os lados do PA devemos atenuar oganho do equalizador no lado mais forte at que ambos se igualem.

    Durante a equalizao devemos utilizar msicas mais suaves e msicas mais pesadas e quandoterminarmos interessante repassar tudo com um bom microfone para fazer-se os pequenosajustes que ainda forem necessrios. Para saber se a equalizao est bem feita simples,abaixamos o master at um volume mnimo, devemos ter nitidez no som, mesmo apesar dovolume baixo. Aumentamos o master, passando do zero at ficar consideravelmente alto, o somno pode perder nitidez e comear a embolar todo. Dois conselhos finais para a equalizao: sempre melhor atenuarmos as freqncias que esto sobrando do que reforarmos as que faltam.Procure manter sua curva de equalizao (o desenho formado aps o ajuste) o menos foradapossvel, se a curva estiver quase flat melhor.

    A equalizao no para ser mexida a qualquer hora, ela fixa, pelo menos na imensa maioria dotempo. A equalizao da mesa sim para usarmos a nosso bel-prazer.

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  • O ajuste bsico de compressores para PA ou side :

    Threshold: comece com 0dB e ajuste para comear a comprimir prximo dos picos de sinal deentrada; em alguns compressores com VUs coloridos, quando ele entrar no amarelo.

    Ratio: a taxa mais comum para esse tipo de aplicao de 4:1, ou 3:1.

    Attack e Release: pode-se deixar automtico ou experimentar sua prpria configurao, quandobons pontos de partida so entre 5 e 50ms para attack e cerca de 500ms para release.

    Output: deve ser utilizado para compensar eventuais perdas de volume com a compresso, ouquando for preciso conseguir um pouco mais de som. O ponto de partida 0dB.

    Selecione a curva de compresso mais suave e macia e, para aplicao em PA ou side, se ocompressor estiver em estreo "linke" os dois canais.

    A maneira mais usual de se regular o noise gate, tambm para PA ou side, abrirmos o som,isto , levantar os volumes, inclusive os microfones, e ouvirmos o rudo existente. Ajustamo entoo threshold do gate at que ele feche. Qualquer sinal que passar do nvel de threshold far comque o gate abra, deixando o sinal passa normalmente. Para PA e side costumamos usar temposde acionamento de mdio para lento.

    Quando nosso sistema utiliza crossovers, eles devem ser ajustados antes do equalizador. Istoporque o ajuste da freqncia de crossover, ganho de graves e de mdio-agudos, j so na prticauma equalizao. Para ajustarmos a freqncia de crossover devemos considerar a resposta dacaixa, que podemos obter em catlogo ou manual do fabricante, ou com o revendedor. No caso degraves, essa freqncia costuma estar entre 100 e 300Hz e para sub-graves entre 40 e 80 Hz. Oouvido deve dar a ltima palavra para julgar a freqncia correta. O reforo, ou atenuao, decada via deve ser ajustado para obter uniformidade no som da caixa. Esse ajuste far com que oequalizador seja mantido mais prximo do flat.

    Ajustado o equipamento bom anotar a regulagem e guardar em um lugar seguro e ao mesmotempo de fcil acesso, para quando for necessrio arrum-la ou refaz-la. Agora estamos prontospara aprender um pouco sobre a operao.

    4.3. Operao

    Para sermos bons operadores de som precisamos de experincia; prtica, prtica, prtica...Existem alguns pontos bsicos e at alguns segredinhos que iro ajudar muito e queapresentamos a seguir.

    Ao ligar o equipamento, comece pelo filtro de linha, depois a mesa, os perifricos em ordem, ouseja, primeiro os equalizadores, depois os compressores, etc. E, por fim, os amplificadores. Nahora de desligar, siga a ordem inversa, desligando primeiro os amplificadores, depois osperifricos, depois a mesa. Isto evita que os picos de sinal produzidos na sada dos equipamentosprejudiquem os equipamentos que esto ligados na seqncia. Isso inclui tambm aquelesestouros nas caixas de som na hora de ligar o equipamento.

    Os ajustes de equalizadores (PA e retornos), crossovers e delay so basicamente fixos, apsregulados devem ser mantidos e conferidos, isto sim, sempre que operarmos o som. J noscompressores e noise-gates mexemos um pouco de acordo com a necessidade.

    Controles de ganho e volume na mesa nunca ficam no mximo, pois nessa condio o sinal distorcido. O master costuma ficar estacionado em 0dB quando a mesa nos permite usar mais doque esse valor, ou um pouco abaixo quando o limite for o 0dB. Se estivermos precisando abaixar o

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  • volume de todos os canais ou aumentar, sinal que precisamos mexer no master ou em algumoutro equipamento para atenuar ou reforar o sinal, o controle output do compressor pode ser umaboa sada quando precisamos reforar o sinal.

    E agora vai um segredinho: a relao entre ganho e volume nos canais. Devemos procurartrabalhar com os volumes de cada canal em torno do 0dB e ajustarmos o ganho para isso. Quandoestamos colocando muito ganho, aumentamos um pouco mais o volume do canal. Quandoestamos com o ganho muito baixo, a no ser que estejamos com sinal de linha onde o ganhogeralmente mnimo, abaixamos o volume do canal e aumentamos um pouco o ganho. Portanto osegredo buscar o equilbrio entre ganho e volume no canal, o que garante a melhor qualidade dosinal e, por conseqncia, do som.

    Quanto a equalizao valem as dicas que j foram colocadas, especialmente o pargrafo que falasobre a atuao de cada freqncia. Os ajustes de graves das mesas costumam atuar nafreqncia de 80 ou 100Hz e os agudos nas de 10 ou 12kHz. Os mdios muitas vezes possuem afreqncia ajustvel, so os chamados semi-paramtricos ou sweep, e ajudam bastante nossotrabalho. Os filtros HPF devem ser utilizados sempre, com exceo da utilizao de aparelhos deCD, decks e rdio, direct-boxes (teclados e contra-baixos) e bumbo quando utilizando microfoneespecfico; se bem que, mesmo no caso de microfones de bumbo, algumas vezes convenienteutilizar o filtro HPF.

    Ao aumentarmos o ganho do canal permitimos que os microfones captem o som mais longe,assim quando uma pessoa est utilizando um microfone, aumentando o ganho permitimos que elafale mais longe dele; porm, ganho demais, ou agudo demais, so duas das causas da nossaarquiinimiga microfonia.

    A microfonia provocada pela realimentao do som, isto ocorre quando o som que sai na caixaacstica captado novamente no microfone; da saindo novamente na caixa acstica e retornandoao microfone, com o som retornando caixa acstica e voltando ao microfone... Nesse processo ovolume vai aumentando, aumentando, comea aquele zunido, at chegar no apito irritante edestruidor de tweeters, drivers e ouvidos, que a microfonia. Portanto a microfonia mais comum causada por um ou mais microfones captando o som que est saindo em alguma caixa acstica.As solues, de acordo com o caso, so afastar o microfone da caixa ou, caso esteja apontadopara a caixa (vocais com microfone de mo) mudar sua posio, ou diminuir o ganho do canal, ouo volume, ou ainda fazer tudo isso.

    Para cortar momentaneamente a microfonia pode-se fazer uma jogada rpida de volume no canalespecfico ou no prprio master, abaixando-o um pouco e voltando-o para a posio original bemrpido (menos de 1 segundo), isto tambm funciona para evitar que a microfonia acontea quandocomea aquele zunido tpico.

    Outra causa de microfonia quando o palco treme, ento os microfones que esto nos pedestaispodem provocar uma microfonia um pouco diferente, com som grave e que vai comeando comoum ronco. Para elimin-la devemos atuar nos controles de grave, volume e sensibilidade doscanais, e tambm importante firmarmos bem as bases dos pedestais de microfone, sem ficarcom elas totalmente encostadas no cho.

    Algumas mesas de som, nos volumes de cada canal, monitores e master, possuem dois estgios;no primeiro regulamos o volume at o centro, marcado com U ou 0, ou seja, regulamos desde aausncia do som at a intensidade de entrada (na posio U/0); do centro at o mximo adicionado um ganho extra ao sinal. Da mesma forma na equalizao, onde at o centro temosatenuao, no centro o ponto neutro e, aps, reforo na faixa de freqncia correspondente.

    No mixe pelo fone de ouvido pois, o que ouvimos nele bem diferente do que ouvimos no PA. Ofone pode ser usado para identificar o que, ou quem, est em cada canal; para detectarmosproblemas e para repassar a equalizao em cada canal, ajustando algum detalhe depois que tudoj esteja arrumado. O fone deve ser uma ferramenta e no uma muleta, no se torne dependentede fone para mixar e se isto estiver acontecendo melhor esconder seu fone por algum tempo.

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  • Quando colocamos msica de CD, ou fita, de bom gosto comear a aumentar o volumelentamente, o que chamamos de fade in e no trmino da msica abaixarmos o volume lentamente,fade out. Este recurso muitas vezes utilizado em mixagens de fitas e CDs, ora feito pelosprprios msicos, ora feito na mixagem pelo operador. Muitas vezes podemos utilizar o fade commsica ao vivo mesmo.

    E por fim a essncia da mixagem, um princpio da qualidade total: "um lugar para cada coisa ecada coisa no seu lugar". Essa frase do programa 5S a essncia da boa mixagem. Cadainstrumento e cada voz tm o seu lugar e a mixagem consiste em deixar cada coisa no seu lugar,ajustando o ganho e o volume para que aquela voz ou instrumento aparea o quanto precisaaparecer e, ajustando a equalizao para que aparea com o som que deve aparecer. Assim oresultado ser uma boa mixagem, ou seja, um bom som.

    4.4. Manuteno

    Toda instalao de sonorizao requer cuidados para que sua qualidade seja mantida. Muitasvezes difcil implantar uma cultura de manuteno preventiva, mas ela sempre mais rpida,menos trabalhosa e mais barata que a manuteno corretiva, aquela quando o equipamento pifou.

    Um cuidado bsico para a conservao do equipamento simplesmente cobri-lo. Ter uma flanelasempre a mo tambm recomendvel.

    De tempos em tempos, desde que curtos, deve ser feita uma manuteno preventiva bsica,onde, alm da flanela, entrem em cena alguns panos umedecidos com detergente neutro(umedecido e no molhado), para a limpeza dos equipamentos. Aproveite para desconectar todosos cabos, e limp-los. Pode-se passar silicone neles. Limpe as espumas que protegem asventoinhas dos amplificadores. Inspecione os cabos e conectores e refaa, ou substitua, os queno estiverem bons. Enfim, limpeza, verificao e pequenos consertos.

    A cada semestre, pea a ajuda de um tcnico ou operador bem experiente para uma manutenomais aprofundada. Essa manuteno deve incluir a limpeza interna dos equipamentos, caixas ecabeamento, inclusive as medusas; aproveite para fazer uma limpeza externa mais cuidadosatambm. Deve-se checar o perfeito funcionamento de cada equipamento. Pode ser necessriolimpar potencimetros e botes, o que pode ser feito com um spray especfico, ou requerer otrabalho de um tcnico. Verifique tambm a instalao eltrica, a impedncia das caixas acsticase a fixao das mesmas. Troque as espumas dos microfones (wind screens) e, eventualmente, asdos filtros das ventoinhas. Aps terminar a manuteno e religar o equipamento, aproveite paraverificar novamente a regulagem.

    4.5. Treinando a Audio

    Para ser um bom operador de som preciso ter uma boa audio, mas sobretudo uma audiobem treinada. Podemos treinar nossa audio seguindo algumas dicas simples, ensinadas muitasvezes em escolas de msica. Nosso objetivo conseguir identificar e separar cada voz einstrumento em meio a vrios outros. Alm disso precisamos conhecer cada estilo musical e suascaractersticas sonoras. Vamos adquirir tambm um pouco de senso crtico e comear a moldarnosso prprio estilo de operao de som.

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  • Comece colocando duas ou trs fontes de som ligadas ao mesmo tempo. Podem ser trs rdiosem estaes diferentes. Deixe um deles num volume um pouco maior que os outros. Concentre-seno som produzido por ele de maneira a entend-lo, isolando o som em sua mente, sem sepreocupar com os outros rdios, como se os houvesse desligado. Quando conseguir fazer isso,coloque os rdios todos no mesmo volume e comece a tentar isolar o som de cada um, difcil nocomeo, mas no nada impossvel.

    Praticado o exerccio anterior, vamos passar ao CD ou outra fonte sonora de boa qualidade quevoc tenha acesso. Vamos comear a ouvir diferentes estilos, observando quais instrumentos maisse destacam e quais so mais exigidos em cada estilo. Abaixe totalmente o volume de seuaparelho de som e comece a aumentar lentamente at que consiga ouvir baixos e bumbos comdefinio. Procure separar cada instrumento em sua mente, desligando os outros instrumentos;faa a mesma coisa com as vozes. Associe o som dos instrumentos com seus nomes, mesmo quevoc tenha que pesquisar para descobrir. importante que um operador de udio conhea osinstrumentos musicais, seus nomes e seus timbres. Em tempo, o estudo dos instrumentosmusicais recebe o nome de organologia. Comece com msicas que tenham poucas vozes einstrumentos e v aumentando a dificuldade de seu treinamento, at chegar a orquestras egrandes bandas.

    Comece a criticar o que est ouvindo, o que voc mixaria diferente? O que no ficou legal? Oque ficou muito bom? Ser que podemos encontrar algum erro de mixagem? Essas crticas lheajudaro a determinar seu estilo de mixagem. No h um nico jeito de mixar. Cada operador temseu jeito e deixa a mixagem com sua cara. Tenha personalidade. O que necessrio que suamixagem seja correta e coerente com o estilo musical e o pblico, que as vozes tenham clareza eque a audio no seja prejudicada por falta ou excesso de volume. Continue exercitando suaaudio e no pare jamais, a no ser que queira parar com udio.

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  • 5. CONSIDERAES FINAIS

    Agora a hora de praticar os conhecimentos, no tenha medo de errar ou fazer alguma besteira, otempo e as experincias nos fazem ficarmos mais seguros e melhores.

    No tenha vergonha de ouvir outras pessoas, mesmo que saibam menos que voc, o pouco queelas sabem pode ser algo que voc ainda no sabe.

    Procure pesquisar e aprender o mximo, atravs de outras pessoas mais experientes, revistas elivros tcnicos, sites de empresas de udio na internet e o que mais for possvel. Aproveite todasas oportunidades de aperfeioamento e aprendizado e mantenha-se atualizado pois o udio umacincia que ainda se desenvolve muito rapidamente.

    No tenha preguia de ler os manuais.

    No vicie em tais modelos e tais configuraes, conhea novos equipamentos e as possibilidadespara o sistema que voc trabalha normalmente. Devemos estar prontos para uma mudana.

    No se afobe para resolver um problema repentino, seja frio, pense primeiro e ento aja.

    Mais um vez, seja frio.

    Tenha bom senso.

    Dedique-se.

    No preciso ser profissional para agir com profissionalismo e fazer seu trabalho como se fosseum.

    Pea capacidade a Deus.

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  • Ministrio de Som - Viso Ministerial

    Geralmente abordamos dois aspectos quanto a viso do ministrio de som, infelizmente a maioriadas pessoas, mesmo as que j esto no ministrio acham que unicamente chegam na igreja,ligam a mesa de som, regulam e depois desligam tudo no final do culto. Mas o ministrio de somno apenas ligar o som para o pregador, para o louvor. Quem est na mesa de som estexercendo um ministrio e faz parte do culto no seu contexto, no um coadjuvante, e simintegrante do culto.

    O que acontece quando uma pessoa entra na igreja e o som est altssimo e ininteligvel? Eladesanima, no verdade? Como uma pessoa, mesmo que evanglica, pode ser liberta com olouvor e edificada na palavra e nos testemunhos se essa pessoa no conseguir entender o louvore a pregao?

    Pois , para que as pessoas possam entender a palavra, o louvor, os testemunhos, as oraes eas ministraes preciso que haja algum no som, e mais do que simplesmente operando, masexercendo seu ministrio.

    Existe algo muito importante que ministramos: quem est no ministrio de som est abrindo o cultojunto com o irmo que est abrindo o culto; est ministrando o louvor junto com o grupo de louvor;est pregando a Palavra de Deus junto com o pastor. "primeira lida" parece um pouco estranho,mas a voz de quem est no plpito passa por quem est no som, que tem a responsabilidade defazer as pessoas entenderem "confortavelmente" para que possam ficar concentradas e seremtocadas pelo Esprito Santo.

    Para fazer algo junto com algum e prosperar, necessrio caminhar na mesma viso e com omesmo objetivo; e no ministrio, com a mesma uno. Portanto o ministrio de som tem quecaminhar na mesma direo, na mesma viso e na mesma uno da igreja e dos demaisministrios.

    O segundo aspecto envolve a uno do ministrio de som. um ministrio onde necessriobuscar crescimento espiritual, santidade e uno, sim; mas o ministrio de som envolve tambmconhecimento humano, pois udio uma cincia. Portanto alm do preparo espiritual, necessrioexistir um preparo humano e intelectual, e se os dois lados no andarem juntos e devidamenteordenados o ministrio no prospera, tanto individual (operador e roadie) como coletivo (ministrioem si).

    No antigo testamento, quando foi construdo o tabernculo, foi necessrio o trabalho de ourives,joalheiros, carpinteiros, marceneiros, costureiros, onde cada um trabalhou segundo a suaespecialidade, fazendo a obra do Senhor com o emprego de seus conhecimentos e de suasprofisses. o que acontece hoje no ministrio de som, fazemos a obra do Senhor empregandonossos conhecimentos e buscamos nos aperfeioar para podermos dar o melhor ao nossoSenhor. Nosso trabalho um trabalho de construo, de mo-de-obra que no qualquer pessoaque sabe executar, como foi o trabalho daqueles poca da construo do tabernculo.

    E o que Deus fez quando da construo do tabernculo? Vamos conferir em xodo 31:1-11."Disse mais o Senhor a Moiss: Eis que chamei pelo nome a Bezalel, filho de Uri... e o enchi doEsprito de Deus, de habilidade e de conhecimento, em todo artifcio para elaborar desenhos etrabalhar em ouro, em prata, em bronze... para toda sorte de lavores. Eis que lhe dei porcompanheiro Aoliabe... e dei habilidade a todos os homens hbeis para que me faam tudo o quetenho ordenado: a tenda da congregao, a arca do Testemunho... eles faro tudo segundo tenhoordenado." E ainda em xodo 35:30-35. "Disse Moiss aos filhos de Israel: Eis que o Senhorchamou pelo nome a Bezalel... e o Esprito de Deus o encheu de habilidade, inteligncia econhecimento em todo artifcio, e para elaborar... Tambm lhe disps o corao para ensinar aoutrem, a ele e a Aoliabe... Encheu-os de habilidade para fazer toda obra de mestre, at a maisengenhosa...".

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  • Se essa lista fosse refeita hoje, colocaramos o som nela com toda certeza e esta uno estsobre o ministrio de som:

    1. Deus nos chamou pelo nome, foi Ele quem nos escolheu para o ministrio.

    2. Deus nos encheu com seu Esprito, e nos encheu de habilidade e de conhecimento paratrabalharmos com udio, para trabalharmos no Ministrio de Som.

    3. No vers. 6 notamos que Deus deu capacidade aos homens hbeis para que fizessem segundoaquilo que o prprio Deus planejara, portanto devemos nos habilitar. Devemos buscar oconhecimento e aprender. O udio e a acstica so cincias que caminham rpido e ainda vodemorar a chegar a um ponto de evoluo mais lenta, cabe a ns nos habilitarmos, e a nossacapacidade vem de Deus (confira II Corntios 3:5).

    4. Deus tambm disps o corao deles para ensinarem. Portanto cabe a ns, tambm, prepararpessoas para exercerem o ministrio.

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  • Mini-Glossrio de udio Ingls-Portugus

    Este mini-glossrio apresenta a traduo e, eventualmente, uma breve explicao dos principaistermos e abreviaes em ingls utilizados em udio. Veja glossrios mais abrangentes na seolinks do site udio nas Igrejas. Verso de 3/10/2004.

    AA, Ampere. Ampre, unidade de intensidade de corrente eltrica.

    Acoustic, Acoustical. Acstico, relativo acstica.

    Acoustic Guitar. Guitarra acstica, violo; vd guitar.

    Acoustics. Acstica.

    AFL, After Fade Listening. Monitorao de um canal ou grupo de canais de uma mesa de som,aps o respectivo controle de volume. Vd PFL.

    Amplifier. Amplificador.

    Audio. udio.

    Audition. Audio.

    BBalanced. Balanceado; sinal carregado em dois condutores com defasagem de 180 entre si (+ e-), mais um condutor terra (malha de proteo), trazendo imunidade a rudos e interferncias epossibilitando maiores distncias. Vd unbalanced.

    Bass. Contrabaixo; bumbo de bateria.

    Battery. Bateria, pilha.

    Bypass. Condio em que o sinal passa por um equipamento sem sofrer nenhuma alterao, aentrada ligada diretamente sada, como se o equipamento no estivesse ali.

    C Cable. Cabo.

    Channel. Canal.

    Clip. Pico (de sinal), sobrecarga, saturao.

    Compander. Compressor-expansor; vd compressor e expander.

    Compressor. Compressor, processador de dinmica utilizado para limitar a extenso dinmica deum sinal.

    Condenser. Condensador, eletreto (microfone).

    Connector. Conector.

    Crossover. Divisor de freqncias.

    Cymbal. Prato (de bateria, ou percusso).

    D dB, Decibel. Decibel.

    Decay. Decaimento.

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  • Deck. Toca-fitas, gravador.

    Delay. Atraso.

    Direct Box. Equipamento que efetua casamento de impedncias, usado para conectarinstrumentos musicais a outros equipamentos como mesas de som.

    Direct Out. Sada de sinal, sada de linha de cubos ou mesas de som.

    Distortion. Distoro.

    Driver. Excitador de udio para freqncias mdias e agudas, usado em conjunto com umacorneta.

    Drum. Bateria (instrumento de percusso).

    Dynamic. Dinmico.

    E Echo. Eco.

    Effect, EFX. Efeito.

    Equalizer. Equalizador.

    Electronic. Eletrnico.

    Electronics. Eletrnica.

    Expander. Expansor, processador de dinmica utilizado para ampliar a extenso dinmica de umsinal.

    F Fader. Controle deslizante.

    Filter. Filtro.

    FOH, Front of House. Indica a mesa de som principal, localizada na rea de sonorizao (emmeio audincia/pblico) em um sistema de som. O mesmo que House Mixer.

    Frequency. Freqncia.

    Front side. Side colocado frontalmente.

    G Gain. Ganho, sensibilidade.

    Graphic. Grfico.

    GND, Ground. Terra.

    Grounding. Aterramento.

    Guitar. Guitarra; vd acoustic guitar.

    H Harmonic. Harmnicos, freqncias harmnicas, isto , as que so mltiplas de uma freqnciafundamental.

    Hear. Ouvir.

    Hearing. Audio.

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  • Hertz, Hz. Unidade de medida de freqncia, ciclos por segundo.

    Hi, High. Agudos, alto.

    Hi-hat. Chimbau (de bateria).

    Horn. Corneta.

    House Mixer. Vd FOH.

    HPF, High Pass Filter, Low Cut Filter. Filtro passa altas, filtro que s permite a passagem desinais com freqncia superior ajustada.

    I In, Input. Entrada.

    Insert. Inserir; conector que combina entrada e sada para interligao de perifricos, utilizado comcabos Y. Vd Y-cable.

    J Jack. Conector fmea.

    K Keyboard. Teclado.

    Kick. Bumbo (de bateria).

    k, Kilo. Equivale ao prefixo "quilo"; mil (1.000), multiplicador por 1.000 (1 kHz = 1.000 Hz).Minsculo na abreviao (k e no K).

    L L, Left. Esquerda.

    Limiter. Limitador.

    Loud Speaker. Alto-falante.

    Lo, Low. Graves, baixo.

    Low Cut Filter. Vd HPF.

    LPF, Low Pass Filter. Filtro passa baixas, filtro que s permite a passagem de sinais comfreqncia inferior ajustada.

    M m, Milli. Mili, um milsimo (0,001), divisor por 1.000.000 (1mA = 0,001A).

    M, Mega. Um milho (1.000.000), multiplicador por 1.000.000 (1 MHz = 1.000.000 Hz).

    Main. Principal.

    Master. Mestre, principal, refere-se normalmente a volume.

    Mic, Microphone. Microfone.

    Middle, Mid. Mdios.

    Mid range. Alto-falante para freqncias mdias.

    Mixer. Mesa de som, misturador.

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  • Monitor. Monitor, retorno de palco; cf return.

    N Noise. Rudo.

    Noise Gate. Processador de dinmica usado para reduo de rudos.

    Noise Reduction. Reduo de rudo

    O Ohm, . Unidade de resistncia ou impedncia eltrica.

    OL, Overload. Pico (de sinal), sobrecarga, saturao.

    Out, Output. Sada.

    P P.A., Public Address. Dirigido ao pblico, em um sistema de udio, refere-se todas as partesdo sistema com essa finalidade, ou seja, caixas, amplificadores, perifricos, etc. No exterior otermo aplicado apenas para sistemas de grande porte. Vd. Sound Reinforcement.

    PAN, Panoramic. Panorama, refere-se distribuio do sinal entre os diversos canais,normalmente esquerdo e direito.

    Parametric. Paramtrico.

    Peak. Pico (de sinal), sobrecarga, saturao.

    PFL, Pre Fade Listening, Solo. Monitorao de um canal ou grupo de canais de uma mesa desom, antes do respectivo controle de volume, o mesmo que solo. Vd PFL.

    Phantom Power. Tenso de alimentao contnua, normalmente de 48V, usada para alimentarmicrofones ou direct boxes, pode ser fornecida pela mesa de som ou por fontes externas. O nomefora fantasma deve-se ao fato de eliminar a necessidade do uso de pilhas, uma vez que atenso fornecida pelo prprio cabo de udio.

    Phase. Fase.

    Phones. Fone de ouvido.

    Plug. Plugue, conector.

    Processor. Processador.

    Power. Potncia, fora.

    Power Amplifier. Amplificador de potncia.

    Q Q. Indce de mrito, indica por quantas oitavas um filtro atua.

    R R, Right. Direita.

    Range. Extenso, faixa de atuao.

    Ratio. Taxa.

    Record, REC. Gravar, gravao.

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  • Return. Retorno de sinal; vd monitor.

    RF, Radio Frequency. Radiofreqncia, sinal de rdio.

    Rigger. Montador de udio, ou iluminao, que se utiliza de tcnicas de alpinismo.

    Roadie. Membro de uma equipe de udio que trabalha no palco, realizando a montagem deequipamentos e instrumentos, microfonao, etc.

    S Sensitivity. Sensibilidade, ganho.

    Shield. Malha (de cabos).

    Side. Refere-se um tipo de monitorao (retorno) geral no palco, como uma espcie de PAprojetado para o prprio palco.

    Side Fill. Side colocado lateralmente.

    Signal. Sinal.

    Snare. Caixa (de bateria).

    Solo. Vd PFL.

    Sound. Som.

    Sound Reinforcement. Reforo Sonoro, sonorizao; nome dado sonorizao de ambientesde pequeno e mdio portes, incluindo igrejas, teatros, casas de show, etc. Vd P.A.

    Speaker. Caixa de som.

    Stage. Palco.

    T Tape. Fita.

    Tape Deck. Toca-fitas, gravador.

    THD, Total Harmonic Distortion. Distoro harmnica total.

    Threshold. Limiar; nvel a partir do qual uma determinada funo acionada (compresso, porex.).

    Time. Tempo.

    Tom-tom. Tom-tom (de bateria).

    Treble. Agudo.

    Trim. Ganho, sensibilidade.

    TRS, Tip-Ring-Sleeve. Conector balanceado composto da seguinte forma: tip - positivo (+), ring -negativo (-), sleeve - malha/terra.

    Tweeter. Tipo de alto-falante para freqncias altas (agudos).

    U Unbalanced. Desbalanceado; sinal carregado em um condutor (+) mais um condutor terra (malhade proteo). Vd balanced.

    V V, Volt. Unidade de tenso eltrica.

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  • VU meter. Abreviao de volume units, mostrador de volume (nvel de sinal de udio).

    W W, watt. Unidade de medida de potncia.

    Wireless. Sem fio.

    Woofer. Tipo de alto-falante para freqncias baixas (graves).

    X X. Utilizado para abreviar a palavra cross (cruzar/cruzado), x-over, por exemplo, o mesmo quecrossover.

    Y Y-cable. Cabo Y, cabo que utiliza trs conectores, um para entrada e sada, conectado a umaentrada do tipo insert, do qual saem dois cabos com um conector cada; um destes conectores ligado a uma sada e o outro a uma entrada. Vd insert.

    Z Z. Smbolo para impedncia, vd ohm.

    Smbolos , . Defasagem, ngulo de defasagem; smbolo presente em boto de inverso de fase. , Ohm. Unidade de resistncia ou impedncia eltrica.

    Referncias do Glossrio

    Rane Professional Audio Reference. Diversas edies. Rane Corporation.

    Novo Dicionrio de Termos Tcnicos InglsPortugus. 19a Edio, Revista e Ampliada.Eugnio Frstenau. Editora Globo. 1995.

    MerriamWebster's Collegiate Dictionary - 10th Edition. MerriamWebster, Inc. 1995.

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    Filippo Valiante Filho (Filippino) trabalha com udio em igrejas h 13 anos. idealizador e editor dosite udio nas Igrejas (http://www.audionasigrejas.org). Formado em engenharia eltrica pela PUC-SP e tcnico em eletrnica pela Escola Tcnica Federal de So Paulo; tendo estudado, tambm,teclado e piano. Pode ser contatado pelo e-mail [email protected].

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