APO - Praça Marechal Floriano - Londrina - 2014

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trabalho de Avaliação Pós-Ocupação (APO) realizado na praça Mareachal Floriano Peixoto na cidade de Londrina.

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  • ANA CAROLINA FERNANDES

    JSSICA GOMES J. DEBORTOLO

    JULIANA HAYACHIDA FRUTUOSO

    KAREN LIMA SERRA

    ROXANE DELOCHE

    AVALIAO PS-OCUPAO:

    Praa Marechal Floriano Peixoto

    Londrina

    2014

  • ANA CAROLINA FERNANDES

    JSSICA GOMES J. DEBORTOLO

    JULIANA HAYACHIDA FRUTUOSO

    KAREN LIMA SERRA

    ROXANE DELOCHE

    AVALIAO PS-OCUPAO:

    Praa Marechal Floriano Peixoto

    Trabalho da disciplina de Avaliao Ps-

    Ocupao

    Prof. Dr. Cesar Imai

    Prof. Dr. Sidney Guadanhim

    Londrina

    2014

  • LISTA DE ILUSTRAES

    Figura 1: Esquema da APO ...................................................................................................7

    Figura 2: Vista area de Londrina e suas praas, anos 50 ....................................................14

    Figura 3: Vistas da Praa Marechal Floriano em dia de comemorao cvica, 1943 ..........15

    Figura 4: Praa da Matriz em 1938, foto Carlos Stenders ...................................................16

    Figura 5: Vista da Praa da Matriz com o traado primitivo em asterisco, dcada 30.........16

    Figura 6: Foto colorizada da Praa Floriano Peixoto com seus canteiros floridos, 1945.....17

    Figura 7: Banco-bola como marca Praa Marechal Floriano...............................................17

    Figura 8: As Sombras da Praa Marechal Floriano..............................................................21

    Figura 9: Localizao da cidade de Londrina no estado do Paran .....................................24

    Figura 10: Localizao do centro na cidade ........................................................................25

    Figura 11: Localizao da praa Marechal Floriano no centro da cidade ...........................25

    Figura 12: Delimitao da praa Marechal Floriano ...........................................................25

    Figura 13: Extenso da rea pesquisada da praa Marechal Floriano .................................26

    Figura 14: Implantao da Praa Marechal Floriano ..........................................................27

    Figura 15: Pontos fotografados ...........................................................................................29

    Figura 16: Proposta de projeto ...........................................................................................58

    Fotografia area 1: Evoluo 1970 ....................................................................................18

    Fotografia area 2: Evoluo 1974 ....................................................................................18

    Fotografia area 3: Evoluo 1991 ....................................................................................19

    Fotografia area 4: Evoluo 1997 ....................................................................................19

    Fotografia area 5: Atual (2014) .......................................................................................20

    Fotografia 1: Indicao do percurso / Acesso ....................................................................30

    Fotografia 2: Indicao do percurso / Acesso ...................................................................31

    Fotografia 3: Indicao do percurso / Acesso ....................................................................32

    Fotografia 4: Indicao do percurso / Mobilirio e vegetao ..........................................32

    Fotografia 5: Indicao do percurso / Mobilirio e vegetao ..........................................33

    Fotografia 6: Indicao do percurso / Uso ........................................................................34

    Fotografia 7: Indicao do percurso / Uso ........................................................................34

    Fotografia 8: Indicao do percurso / Mobilirio e vegetao ..........................................35

    Fotografia 9: Indicao do percurso / Acesso sanitrios ...................................................36

    Fotografia 10: Indicao do percurso / Uso .....................................................................36

    Fotografia 11 e 12: Condies dos assentos ....................................................................37

    Fotografia 13: Escadas como assentos informais ..............................................................37

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    ABNT - Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    NBR - Norma Brasileira

    APO Avaliao Ps-Ocupao

  • SUMRIO

    1 INTRODUO .............................................................................................................. 6

    2 CONCEITUAO DE AVALIZAO PS-OCUPAO .......................................................... 7

    2.1 Avaliao Ps-Ocupao .................................................................................................. 7

    2.2 Mtodos de pesquisa da Avaliao Ps-Ocupao (APO) .............................................. 7

    2.2.1 Walkthrough .................................................................................................................. 7

    2.2.2 Mapa Comportamental .................................................................................................. 8

    2.2.3 Poema dos Desejos ........................................................................................................ 8

    2.2.4 Mapeamento Visual ....................................................................................................... 8

    2.2.5 Mapa Mental .................................................................................................................. 8

    2.2.6 Seleo Visual ............................................................................................................... 8

    2.2.7 Entrevista ....................................................................................................................... 9

    2.2.8 Questionrio .................................................................................................................. 9

    2.3 Histrico Avaliao Ps-Ocupao (APO) ...................................................................... 9

    2.4 Caractersticas da apo e suas ramificaes ..................................................................... 10

    3 METODOLOGIA .......................................................................................................... 11

    3.1 Referncias de Mtodo ................................................................................................... 11

    3.2 Instrumento Adotado ...................................................................................................... 12

    3.3 Roteiro Metodolgico ..................................................................................................... 12

    3.3.1 Walkthrough ................................................................................................................ 13

    3.3.2 Entrevista ..................................................................................................................... 13

    3.3.3 Aplicao do Pr-teste ................................................................................................. 14

    4 CARACTERSTICAS DO OBJETO ................................................................................... 14

    4.1 Histrico da Praa Marechal Floriano ............................................................................ 14

    4.2 Evoluo ......................................................................................................................... 15

    4.3 Estudo de Correlato ........................................................................................................ 21

    4.4 Compreenso a partir do estudo de correlato ................................................................. 23

    4.5 Normas tcnicas para espaos pblicos ......................................................................... 23

    5. LEVANTAMENTO FSICO ............................................................................................. 24

    5.1 Localizao ..................................................................................................................... 24

    5.2 Descrio do projeto ....................................................................................................... 26

    5.3 Walkthrough ................................................................................................................... 28

  • 6 PR-TESTE ............................................................................................................... 38

    6.1 Aplicao ........................................................................................................................ 38

    6.2 Diagnstico do Pr-teste ................................................................................................. 39

    6.3 Consideraes ................................................................................................................. 40

    7 LEVANTAMENTO COMPORTAMENTAL ........................................................................... 40

    7.1 Entrevista ........................................................................................................................ 40

    7.2 O Questionrio ................................................................................................................ 41

    8 TABULAO E DIAGNSTICO ...................................................................................... 42

    9 PROPOSTA ............................................................................................................... 57

    9.1 Localizao ..................................................................................................................... 57

    9.2 Escala .............................................................................................................................. 57

    9.3 Acessos ........................................................................................................................... 57

    9.4 Vegetao ....................................................................................................................... 59

    9.5 Equipamentos Pblicos (Mobilirio) .............................................................................. 59

    9.6 Banheiro ......................................................................................................................... 60

    9.7 Pavimentao .................................................................................................................. 60

    9.8 Iluminao ...................................................................................................................... 60

    9.9 Zoneamento de Uso Misto .............................................................................................. 61

    10 CONCLUSO ........................................................................................................... 62

  • 5

    REFERNCIAS .................................................................................................................... 63

    ANEXOS ................................................................................................................................ 65

    ANEXO A Perguntas auxiliares para entrevista especfica.................................................. 66

    ANEXO B Anotaes da entrevista especfica com Prof. Yamaki ...................................... 70

    ANEXO C Transcrio da entrevista com a Prof. Thamine Ayoub.................................... 72

    ANEXO D Perguntas e respostas durante o walkthrough .................................................... 78

    ANEXO E Pr-teste .............................................................................................................. 80

    ANEXO F Questionrio ....................................................................................................... 82

  • 6

    1 INTRODUO

    Essa anlise tem o objetivo de levantar os aspectos positivos e negativos de uma praa

    (do ponto de vista do usurio), para adquirir conhecimento ao se pensar em um novo projeto

    de praa, baseando-se na Praa Marechal Floriano Peixoto.

    Esse lugar, ao passar dos anos, tornou-se um smbolo da cidade de Londrina, e seu fluxo

    intenso, devido sua localizao central. A praa est prxima de outros locais importantes

    e este foi um dos motivos pelos quais esta foi escolhida para a pesquisa.

    Diferentemente de uma praa de influncia menor (tal como uma praa de bairro), a

    Praa Marechal Floriano Peixoto est implantada na rea central, e possui abrangncia de toda

    a cidade. Apesar disso, alguns aspectos analisados servem para ambas as escalas, tais como o

    revestimento do piso, os acessos praa, o porte e o tipo de vegetao, os espaos para

    determinadas atividades que promovam movimentao em diferentes horrios, os

    equipamentos urbanos e a normatizao dos passeios atravs da NBR 9050.

    O foco desta pesquisa est na apropriao dos usurios desta praa. Para isso, seu

    julgamento sobre o mobilirio, sombreamento, dimenses, vegetao, segurana,

    pavimentao, acessos, manuteno, iluminao foi importante no Questionrio, mtodo

    utilizado pelo grupo para a Avaliao Ps-Ocupao. Alm do mais, pudemos levantar dados

    socioeconmicos e perceber as conexes entre os fluxos da populao da regio e da cidade.

    Um estudo anterior ao Questionrio procurou entender a relao entre a praa e a

    cidade, seu significado, sua imagem, suas vrias funes, alm de compreender seu histrico,

    os diferentes carteres dos usurios durante os anos e quais as suas necessidades.

  • 7

    2 CONCEITUAO DE AVALIZAO PS-OCUPAO

    2.1 AVALIAO PS-OCUPAO

    Avaliao Ps-Ocupao (APO) um processo sistematizado e rigoroso de avaliao

    de edifcios, passado algum tempo de sua construo e ocupao (RHEINGANZ, P. et al.,

    2009). Ao considerar os conceitos de APO, seus mtodos esto associados s propriedades

    tcnicas, sensoriais, comportamentais, afetivas, perceptivas e estticas.

    A APO deve focar as necessidades dos usurios da edificao, para prever as

    consequncias das resolues de projeto durante as atividades nela. Sendo assim, tem-se base

    para a melhoria de futuros projetos.

    Figura 1: Esquema da APO

    Figura 1: Esquema da APO

    Fonte: ORNSTEIN; ROMERO (2003)

    2.2 MTODOS DE PESQUISA DA AVALIAO PS-OCUPAO (APO)

    De acordo com Rheingaz et al. (2009), os mtodos mais usuais de APO so

    Walkthrough, Mapa Comportamental, Poema dos Desejos, Mapeamento visual, Mapa Mental,

    Seleo Visual, Entrevista e Questionrio, os quais esto descritos a seguir.

    2.2.1 WALKTHROUGH

  • 8

    uma metodologia criada por Kevin Lynch e proveniente da Psicologia Ambiental,

    resume-se em um percurso p composto por atividades complementares como fotografar,

    desenhar e gravar udio e vdeo. Esse mtodo tem por finalidade familiarizar os pesquisadores

    ao local ou edificao. Assim, feita uma identificao descritiva para anotar os pontos

    positivos e negativos dos ambientes analisados.

    2.2.2 MAPA COMPORTAMENTAL

    o registro grfico da relao usurio-ambiente visto com que esse instrumento pode-

    se identificar os fluxos, os usos, as interaes, a distribuio da populao no local, alm dos

    espaos construdos.

    2.2.3 POEMA DOS DESEJOS

    o exemplo do conjunto de frases simples escritas ou desenhos feitos por usurios

    que ajudem a apontar seus desejos, necessidades e sentimentos em relao ao edifcio. Seu

    criador foi Henry Sanoff.

    2.2.4 MAPEAMENTO VISUAL

    Mtodo desenvolvido por Ross Thorne e J.A.Thurnbull e foca no mobilirio existente,

    em barreiras, inadequaes e outros itens do ambiente. Aplicvel tanto em ambientes internos

    como urbanos.

    2.2.5 MAPA MENTAL

    J nos anos 50, Lynch criou o Mapa Mental, cuja tcnica consiste em desenho feito a

    partir da memria ou imageabilidade que o lugar construdo traz ao indivduo. Ele pode

    relatar impresses pessoais ou informaes adquiridas por outros meios.

    2.2.6 SELEO VISUAL

    A Seleo Visual tende a avaliar os significados dados pelos usurios ao local. Sendo

    assim, analisa as impresses deixadas pelas tipologias arquitetnicas, cores, texturas, entre

    outras, na qualidade de vida das pessoas.

  • 9

    2.2.7 ENTREVISTA

    A Entrevista definida como conversao que atende a um certo objetivo de pesquisa.

    O sucesso do mtodo depender do foco das questes e tambm da maneira do entrevistador

    de lidar com o indivduo.

    2.2.8 QUESTIONRIO

    O Questionrio tambm utiliza do dilogo entre usurio do local e entrevistador,

    porm, visa descobrir regularidades em grupo de pessoas com determinada opinio sobre o

    ambiente. uma avaliao de desempenho, e seu sucesso depende da hierarquizao de

    informaes, alm de novos conhecimentos adquiridos.

    2.3 HISTRICO AVALIAO PS-OCUPAO (APO)

    No campo internacional, vrios mtodos so adotados por psiclogos ambientais

    norte-americanos h mais de 40 anos, visando medir o desempenho dos ambientes para se

    obter dados da influncia do comportamento humano e vice-versa. (ORNSTEIN; ROMERO,

    2003)

    Como vistos nos relatos de Castro, Lacerda e Penna (2004), os EUA foram pioneiros

    em APO, em questes sobre o indivduo e o ambiente em 1947. Nesta poca, Roger Baker e

    Herbert Wright, no Kansas, iniciam estudos na rea de psicologia ambiental e ecolgica.

    Essa avaliao origina-se dos campos das cincias sociais e da construo civil. Suas

    tcnicas foram desenvolvidas de formas diferentes de acordo com os respectivos pases.

    Com fundamentos em Ornstein e Romero (2003), j em 1969 a fundao

    Environment Design Research Association (EDRA), converge pesquisadores de diferentes

    campos com o intuito de aprimorar propostas interdisciplinares.

    Baseado em Elali e Veloso (2004), nota-se que nos EUA a APO inicialmente foi

    relacionada ao comportamento; na Gr-Bretanha, esta tinha o vis da percepo espacial; na

    Frana, a Avaliao Ps-Ocupao refere-se percepo espacial atravs de informaes

    psico-espaciais; no Japo, viso filosfica-cultural; na Alemanha, ecologia; e na Amrica

    Latina, aos aspectos poltico-culturais.

    Segundo Ornstein e Romero (2003), nos Estados Unidos, em 1947, Baker e Wright

    realizam a Midwest Psycological Field Station. O objetivo era estudar a influncia da

    sociedade no desenvolvimento infantil. Posteriormente, em 1960, Kevin Lynch deixa seu

  • 10

    legado sobre planejamento urbano, arquitetura e psicologia ambiental no livro A imagem e a

    cidade. J em 1969, desenvolveram a revista Environment and Behavior e em 1976 criou-se

    uma nova diviso denominada Population and Environmental Psychology pela APA.

    Enquanto isso, de acordo com Lopes et al. (2011), na Europa cria-se a International

    Association for People-Environment Studies (IAPS), em 1981, a qual realiza conferncias a

    cada 2 anos.

    No Brasil, as pesquisas iniciaram-se nos anos 70 e evidenciaram os quesitos fsico

    tcnicos das edificaes. O objetivo desta avaliao seria colaborar com programas de

    manuteno dos edifcios estudados, alm de dar respaldo a novos projetos. Quesitos

    comportamentais ganharam importncia pelos pesquisadores basileiros de maneira gradual. A

    evoluo de interesse consolidou-se nos anos 90 e ainda no final desta dcada, surgem novas

    propostas culturais e contextuais.

    De acordo com Ornstein e Romero (2003), entre 1972 e 1987, o Instituto de

    Pesquisas Tecnolgicas (IPT) do Estado de So Paulo aperfeioou a APO. Mais tarde, novos

    grupos tambm fizeram o mesmo como a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo; o Ncleo

    Orientado para Inovao de Edificaes (NORIE), da Universidade Federal do Rio Grande do

    Sul; a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Pernambuco

    (UFPE); o grupo de estudos Pessoa Ambiente (GEPA) da Universidade Federal do Rio

    Grande do Norte ; a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Rio de Janeiro e o Laboratrio

    de Psicologia Ambiental da Universidade de Braslia. Tambm h atividades realizadas

    pelo Centro de Tecnologia de Edificaes (CTE), com sede na cidade de So Paulo. Por volta

    de 2003, o NUTAU/USP, que abriga pesquisadores da FAU-USP, detm mais experincias

    deste ramo no Brasil.

    2.4 CARACTERSTICAS DA APO E SUAS RAMIFICAES

    Com base em Elali e Veloso (2004, p. 3), o usurio necessrio para a pesquisa de

    APO, e ento, para analisar os aspectos proveitosos do espao construdo. Isso enfatiza o uso

    como foco dos trabalhos da rea, o que explica os estudos realizados no local. Sendo assim,

    pode-se revisar a expresso C = f (P.A), ou seja, comportamento a funo entre pessoa e

    ambiente(LEWIN, 1965 apud ELALI; VELOSO, 2004). Comportamento, neste caso, pode

    ser substitudo por Uso. Entende-se portanto, que uso funo da relao entre pessoa e

    ambiente.

  • 11

    Kurt Lewin aprofundou-se na Gestalt ao se estabelecer nos EUA, e ento centra sua

    pesquisa na psicologia social aplicada, quando foca na ao do meio (social e no social)

    sobre comportamento coletivo.

    3 METODOLOGIA

    3.1 REFERNCIAS DE MTODO

    O mtodo de aplicao da APO est associado aos aspectos tcnicos, sensoriais,

    comportamentais, afetivos, perceptivos, estticos, entre outros. As pesquisas estudam alguns

    temas que focam em critrios qualitativos de desempenho e a partir destes, elaborar diretrizes

    e propostas de projeto. Ornstein e Romero (2003) citam duas fases da metodologia que devem

    acontecer simultaneamente: o ponto de vista tcnico e a aferio da satisfao do usurio e s

    a partir do cruzamento dessas anlises pode-se obter o diagnstico. No trabalho desenvolvido,

    temos a opinio de dois arquitetos e urbanistas que apontam a vertente tcnica e os usurios

    respondendo sobre o funcionamento.

    Segundo Ornstein e Romero (2003), APO se distingue dos outros mtodos de

    avalies de desempenho pois considera fundamental o atendimento das necessidades ou

    nvel de satisfao do usurio. Ainda de acordo com os autores, a APO demesiada relevante

    no caso de programas de interesse social que adotam solues urbansticas, arquitetnicas e

    construtivas em larga escala sendo que a populao, assim como os seus hbitos, atitudes e

    crenas so bem distintos. Caso haja avaliao positiva, esses fatores devem ser cadastrados e

    recomendados a projetos futuros, caso seja negativo, as recomendaes so para que

    minimize ou corrija o problema.

    As abordagens esttico-visuais so indicadas por Elali e Veloso (2004) pois as

    mesmas baseiam-se em anlise morfolgica e tipolgica; visuais, como a semitica; sintticas,

    a qual relaciona os usos forma do ambiente e perceptivas; podendo haver anlises a partir de

    mapas mentais ou cognitivos. (LYNCH, 1995 apud ELALI; VELOSO, 2004)

    No trabalho em questo foram utilizados os intrumentos Walkthrough, Entrevista

    especfica e Questionrio.

  • 12

    3.2 INSTRUMENTO ADOTADO

    Um questionrio pode ser definido como um instrumento

    de pesquisa que contm uma srie ordenada de perguntas

    relacionadas com um determinado assunto ou problema,

    que devem ser respondidas por escrito sem a presena do

    pesquisador. (RHEINGANTZ et al, 2009, p.79)

    Para a realizao da avaliao da praa optou-se por usar o mtodo do questionrio

    pois o mais comumente utilizado para se obter informaes sobre comportamentos, atributos

    e atitudes de usurios de ambientes construtivos (ROMERO; ORNSTEIN, 2003). No

    desenvolvimento do questionrio foi levado em conta os aspectos tcnicos, sensoriais,

    comportamentais, afetivos, perceptivos, estticos, entre outros. Ornstein e Romero (2003)

    afirmam que o questionrio um mtodo que atinge um nmero maior de entrevistados,

    dando ainda mais confiabilidade pesquisa, pois podem ser aplicados pessoalmente, pelo

    telefone, pelo correio ou pela internet. O mtodo bastante til quando o objetivo descobrir

    semelhanas entre diferentes grupos de pessoas por meio da comparao de respostas sobre

    questes especficas.

    A composio do questionrio teve tambm como base os critrios de qualidade

    estabelecidos em Yamaki (2008) para a avaliao de uma praa tais como primeira impresso,

    relevo, acesso, escala, vegetao, mobilirio, visuais, apropriao, entre outros.

    3.3 ROTEIRO METODOLGICO

    A estruturao do mtodo de avaliao do desempenho da Praa Marechal Floriano

    em relao s necessidades do usurio foi:

    1. Definio do local a ser plicada a APO.

    2. Anlise walkthrough: visitas tcnicas de reconhecimento da praa e levantamento

    de possveis problemas para o foco da avaliao; observao do comportamento do

    usurio na rea e entrevista com usurios caractersticos.

    3. Elaborao da entrevista aos especialistas, tendo como tema base os estudos sobre a

    Praa Marechal Floriano e problemas detectados no walkthrough.

    4. Entrevista com especialistas sobre o assunto.

  • 13

    5. Elaborao do pr-teste baseado nas informaes obtidas pelo grupo sobre o objeto

    de pesquisa.

    6. Aplicao do pr-teste com os transeuntes do local.

    7. Anlise de satisfao da eficincia do pr-teste.

    8. Reformulao das perguntas do questionrio.

    9. Aplicao do questionrio com os transeuntes do local.

    10. Anlise de satisfao da eficincia do questionrio.

    3.3.1 WALKTHROUGH

    Segundo Rheingantz (2009), o walkthrough um mtodo que combina

    simultaneamente uma observao com uma entrevista. A realizao de um passeio no

    ambiente para o reconhecimento do modo de utilizao do usurio e levantamento de aspectos

    positivos e negativos a serem aprofundados. Essa tcnica precede todos os estudos e

    levantamentos por ser simples e fcil de aplicar e existe diversas opes de registro do local

    como gravador de udio e vdeo, fotografia, plantas, mapas, check-lists, desenhos, etc.

    Sabendo disso, o grupo foi a campo analisar a rea e fazer o levantamento fsico da

    praa, o qual est descrito mais a frente no item 5.3.

    3.3.2 ENTREVISTA

    Um outro mtodo utilizado na APO da praa Marechal Floriano foi a entrevista

    especfica por ser vantajosa pela sua rapidez e confiabilidade nas respostas, pois as entrevistas

    so realizadas com pessoas-chave local, ou seja, pessoas que tm um maior conhecimento

    sobre o edifcio ou rea onde a APO ser aplicada. (ROMERO;ORNSTEIN, 2003)

    Foram realizadas portanto, entrevistas especficas com dois especialistas: a Arq. Urb.

    Prof. Thamine Ayoub, a qual tem uma dissertao sobre praas e o Prof. Dr. Humberto

    Tetsuya Yamaki, que especialista em praas por ter feito pesquisas sobre o tema e publicou

    os livros Labirinto da memria: paisagens de Londrina (2006) e Praas Histricas: avaliao

    do carter (2008) os quais contm informaes sobre a Praa Marechal Floriano.

  • 14

    3.3.3 APLICAO DO PR-TESTE

    Antes de iniciar a fase da aplicao dos questionrios indicada a realizao de um

    pr-teste para analisar a clareza e a compreenso das perguntas pelos usurios, assim como a

    eficincia da coleta de dados. Aps entrevistas com os especialistas, foram elaboradas

    questes a fim de coletar informaes que justifiquem a influncia do projeto na utilizao e

    na percepo do ambiente pelo usurio. Durante a visita ao local, o pr-teste foi feito com 5

    (cinco) usurios escolhidos aleatoriamente para futura avaliao e ser discorrido no item 6.

    4 CARACTERSTICAS DO OBJETO

    4.1 HISTRICO DA PRAA MARECHAL FLORIANO

    "Praa monumento, praa smbolo, praa convergncia de pblico, praa de

    celebrao, praa de manifestaes politicas e culturais" (YAMAKI, 2008)

    Os primeiros traados que posteriormente se tornariam as primeiras praas do

    municpio, surgiria a partir da necessidade de homenagear personalidades pioneiras da cidade

    de Londrina foi datada em Maio de 1932 e assinada pelo Geodesista Russo Alexandre

    Razgulaeff da Companhia de Terras Norte do Paran. No incio eram apenas simples

    canteiros, na planta no descrevia com a denominao de praas e sim, jardins. Segundo

    Zucker (1975), A soluo nos remete a alguma semelhana aos espaos livres de planos

    inclinados, os greens das cidade na Nova Inglaterra, no sculo XVII. (apud YAMAKI,

    2006, p. 36).

    Figura 2. Vista area de Londrina e suas praas, anos 50

    Fonte: acervo: MHL (apud YAMAKI, 2008, p. 21)

  • 15

    J a Praa atualmente batizada por Praa Marechal Floriano, espao esse que pertence

    a elipse central do plano incial. No comeo era apenas conhecida como Praa Matriz por estar

    locada em umas das laterias da Igreja Matriz. Apenas em 1943 que a praa batizada com o

    nome atual aps uma remodelao tornando-se polo de atrao de pessoas, gerando um

    espao agradvel de lazer no centro da cidade. Noticiada em um jornal local.

    A remodelao da Praa Floriano Peixoto deu ao ponto central de nossa urbs, aspecto

    bastante agradvel aos olhos dos visitantes. O ajardinamento do descuidado recanto constitui

    ainda motivo de alegria e orgulho...Londrina possui hoje, um lindissimo jardim, ode

    desabrocham flores as mais variegadas, de uma policromia gritante e deveras festiva. No

    entanto, naquele logradouro pblico hoje to querido, e procurado, evidencia-se s quintas-

    feiras e aos domingos principalmente, dias em que um aluvio de pessoas para ali existentes.

    A maioria das famlias, geralmente acompanhadas de filhos menores, obrigada a

    permanecer de p, horas a fio... (PN, 7.3.43, apud Yamaki 2006, p. 38)

    Figura 3: Vistas da Praa Marechal Floriano em dia de comemorao cvica, 1943.

    Fonte: acervo: MHL (apud YAMAKI 2008, p.39)

    Atualmente a Praa conhecida como a Praa da Bandeira aps a instalao de

    mastros pelo poder pblico para homenagiar as naes amigas das Amricas. Existe at uma

    lenda referente a esse traado que lembra a bandeira Inglesa.

    4.2 EVOLUO

    Ao longo dos anos, houveram vrias transformaes na praa de estudo. Em 1932, era

    apenas um espao livre, um simples canteiro na planta inicial, j com seu traado em

    asterisco. Sendo considerado um dos pontos mais pitorescos de Londrina ou um jardim

  • 16

    que surge na floresta (YAMAKI, 2008). No final da dcada de 30, no centro da praa havia

    um coreto de madeira.

    Figura 4: Praa da Matriz em 1938, foto Carlos Stenders

    Fonte: acervo: MHL (apud YAMAKI, 2008, p. 39)

    Em 1943 aconteceu a remodelao da antiga Praa da Matriz com a proposta em cima

    do traado primitivo em asterisco que caracterizava o novo traado urbano da poca. Na

    execuo do projeto de remodelao foram plantadas novas rvores e arbustos, os quais

    demarcavam os caminhos internos. Recebe o nome de Praa Marechal Floriano.

    Figura 5: Vista da Praa da Matriz com o traado primitivo em asterisco, dcada 30.

    Fonte: acervo: MHL (apud YAMAKI 2008, p.39)

    A Praa teve sua inaugurao em 7 de Setembro de 1943. As rvores seculares haviam

    sido derrubadas, cedendo lugar a canteiros reforando os antigos caminhos e um singelo

    altar com mastro de bandeira no centro (YAMAKI, 2006). No centro o coreto foi substitudo

    por um altar com mastro de bandeira. Nesta poca, h uma crtica de nmero de bancos

  • 17

    insuficientes, bancos esse que possui um design constitudo por bola (figura 6) tornando o

    mobilirio um diferencial da praa.

    As obras que ora esto sendo executados, sob orientao de competentes engenheiros

    da Prefeitura Municipal, obedecem a um plano tcnico e demoradamente estudado. Logo aps

    a terraplanagem surgir o belssimo traado de um moderno jardim, cujo desenho nos foi dado

    ver. Terminada que seja a primeira fase dessa obra, ser contratado um floricultor e as mais

    lindas e variadas plantas ornamentais sero cultivadas nos simtricos canteiros do primeiro e

    maravilhoso jardim londrinense!Um colossal monumento de cimento armado dominar o

    aprazvel logradouro pblico, atestando a perenidade do nosso culto cvico o Altar da

    Ptria! (PN, 7.7.43. apud YAMAKI, 2006, p. 38).

    Figura 6: Foto colorizada da Praa Floriano Peixoto com seus canteiros floridos, 1945

    Fonte: acervo: MHL (apud Yamaki 2008, p.37)

    Figura 7: Banco-bola como marca Praa Marechal Floriano.

    Fonte: acervo: MHL (apud Yamaki 2008, p.37)

  • 18

    Por volta de 1950, foram instalados 22 mastros de bandeira em volta da praa para

    homenagear as naes amigas das Amricas. Existe a lenda que seu traado dado na forma

    da bandeira inglesa, fato pouco provvel. Yamaki ainda acrescenta durante a entrevista

    realizada, a importncia de considerar que mitos e lendas so importantes, pois enriquecem o

    imaginrio de antigas frentes de colonizao.

    Fotografia area 1: Evoluo 1970

    Fonte: Ippul (2014)

    Fotografia area 2: Evoluo 1974

    Fonte: Ippul 2014

  • 19

    Fotografia area 3: Evoluo 1991

    Fonte: Ippul 2014

    Fotografia area 4: Evoluo 1997

    Fonte: Ippul 2014

  • 20

    Fotografia area 5: Atual (2014)

    Fonte: Google 2014

    Atualmente a Praa Marechal Floriano bem arborizada, tendo com imagem inicial

    As sombras da Praa Marechal Floriano (YAMAKI, 2008). Sua vegetao caracterizada

    por uma grande quantidade de rvores de grande porte que proporcionam grande

    sombreamento e forrao rasteira, j o piso do calamento foi recentemente trocado de petit

    pave por paver.

    A praa mantm no centro o altar e o mastro, porm retirou-se as bandeiras em volta, e

    o traado continua um asterisco. H instalao sanitria masculina e feminina, com o horrio

    de funcionamento de segunda a sexta-feira das 07:00 as 16:00 e sbado das 07:00 as 11:00.

    H lixeiras de design simples distribudas por toda a praa e a iluminao artificial fornecida

    por postes de altura reduzida para serem abaixo das copas das rvores.

  • 21

    Figura 8: As Sombras da Praa Marechal Floriano.

    Fonte: acervo: MHL (apud Yamaki 2008, p.34)

    4.3 ESTUDO DE CORRELATO

    A aplicao de Avaliaes Ps-Ocupao em espaos pblicos podem buscar

    compreender tanto quantitativamente, quanto qualitativamente o comportamento dos usurios

    naquele local. Neste trabalho foi feita uma anlise de correlatos de APO, Dissertao

    apresentada ao Programa de Ps-Graduao em Construo por Amorim de Costa Ivana

    (2011). O projeto de Requalificao da Praa Rui Barbosa, conhecida como Praa da Estao

    do municpio est localizada em um dos pontos mais baixos do vale do Ribeiro Arrudas.

    Essa dissertao foi escolhida por apresenta no decorrer do trabalho levantamentos, anlise

    histrica entre outros elementos que determinam o carter, alm da aplicao de uma

    Avaliao Ps-Ocupao que tem como objetivo levantar a opinio e a percepo do usurio

    em relao ao espao aps sua requalificao.

    A proposta do projeto era criar um espao vocacionado para pedestres e eventos,

    maximizando as possibilidades de utilizao da Estao Centra, so Terem Metropolitano e do

    Museu de Artes e Ofcios. A rea tem carter referencial para a populao e a melhoria das

    condies de acessibilidade fundamental para a apropriao do espao. (BGL, 2004; p. 6.

    apud AMORIM, 2001). Para se avaliar o nvel de aceitao da populao optou-se por aplicar

    questionrios sendo que a sua elaborao ocorreu de forma a diagnosticar os aspectos

    positivos e negativos ocorridos aps o processo de requalificao da Praa Rui Barbosa.

    Foram propostos dois tipos de questionrios, um a ser aplicado com a populao e outro a ser

    aplicado com profissionais, que, de alguma forma, participaram do processo de revitalizao.

    (AMORIM, 2001)

    O primeiro questionrio foi elaborado para ser aplicar a populao de uma forma que

    fosse possivel diagnosticar a percepo do pblico em relao a melhoria da paisagem urbana

  • 22

    e ambiental bem como sua identificao com o local geral, uma vez que a preservao de uma

    de um espao s se concretiza com a participao da sociedade na utilizao do mesmo.

    (AMORIM, 2001, p. 89).

    Foram aplicados 100 (cem) questionrios, para usurios que estavam no local ou que

    estavam circulando pelo local em horrios e dias alternados durante a semana e alguns finais

    de semana. Aps aplicao do questionrio, levantamento dos resultados e avaliao dos

    mesmos o pesquisa conclui que essa avaliao comprova, anteriormente interveno, que o

    espao era pouco utilizado por no possuir atrativos ou atividade que permitiam um grande

    fluxo de pessoas, uma vez que se tratava de um espao degradado cujo potencial de lazer no

    era devidamente explorado, sendo somente um local de estacionamento de veiculos e de

    passagem. Aps a interveno, o espao passou a receber mais pessoas uma vez que se tornou

    requalificado como espao de lazer e estar, com o fluxo de pedestres privilegiado, o que

    justifica o aumento do nmero de usurios. (AMORIM, 2001, p. 90 e 91)

    O questionrio ainda apresentava perguntas: Voc considera a reforma da praa

    positiva no aspecto simblico?. (AMORIM, 2001, p. 91) Pergunta essa que teve 100% de

    afirmao, sendo perceptiva populao a importncia da revitalizao da praa.

    O segundo questionrio foi elaborado para ser aplicado a profissionais que estavam

    diretamente ligados ao processo de revitalizao, sendo possvel levantar aspectos mais

    tcnicos. Durante a aplicao do questionrio ainda acrescentaram perguntas que ocasionaram

    em experincia e opinies por parte dos mesmos, demostrando a importncia da preservao

    da praa.

    O questionrio tipo 2 tambm deve perguntas como: Voc concorda que a

    revitalizao da praa considera a incluso da populao no espao urbano em termos

    simblicos? (AMORIM, 2001, p. 99). Conforme a pesquisa apresentado a pergunta teve

    100% de afirmao, tendo como base os argumentos da importncia do resgate da histria da

    cidade. No aspecto mais tcnico no que diz respeito a infraestrutura, como equipamentos

    urbanos, paisagismo-manuteno, segurana, transporte e acessibilidade alguns itens no

    foram considerados reinsero da populao. Itens como transporte pblico tambm foram

    apontados na avaliao como ponto negativo, pois limita a utilizao por parte da populao

    pela precariedade do transporte pblico.

    E a concluso foi que a experincia da preservao da Praa da Estao foi

    considerada positiva diante dos entrevistados, uma vez que contribuiu efetivamente para a

    discusso do patrimnio, que um exemplo vivo e atual de preservao do espao pblico. A

  • 23

    interveno traz tona a discusso sobre os espaos urbanos e a revitalizao das reas

    centrais, alm do resgate da preservao atravs da conscientizao da populao.

    (AMORIM, 2001, p. 100)

    4.4 COMPREENSO A PARTIR DO ESTUDO DE CORRELATO

    O estudo do correlato possibilitou a compreenso dos aspectos que devem ser

    levantados e analisados no que diz respeito a apropriao do usurio aps uma requalificao

    do espao. Mesmo no sendo o foco do trabalho a revitalizao da Praa Marechal Floriano e

    sim a criao de diretrizes para projetos futuros, podemos compreender o quanto pode ser

    perceptivo populao um espao projetado para atender uma demada urbana e em que

    aspectos devemos focar para ter uma compreenso maior da formao do carter que pode ser

    adquirir ou ser perdido com o tempo que est ligado como a questo de qualidade do projeto

    que permite sobreviver e se manter atual. Compreendendo que para requalificar um espao ou

    propor um novo muito mais complexo, avaliar e compreender os aspectos fsicos que

    determinam o carter a ser preservado ou modificado para valorizao do mesmo. O resultado

    dessa avaliao pode servir como diretriz de projeto para futura implantao de espaos

    semelhantes em outras reas urbanas.

    4.5 NORMAS TCNICAS PARA ESPAOS PBLICOS

    No possvel encontrar Normas especfica no que diz respeito a diretrizes projetuais

    para Praas Urbanas. A ABNT apenas apresenta e garante diretrizes na Lei Federal

    n 10.098), decretos (como o Decreto n 3.298) a ABNT NBR 9050, que diz respeito a

    Acessibilidade de edificaes, mobilirio, espaos e equipamentos urbanos. No se trata de

    uma norma que influencia diretamente na elaborao do projeto, mas ajudam a verificar a

    existncia de todos os elementos indispensveis dessa natureza naquele ambiente. A ABNT

    NBR 9050/2004 e os princpios de Desenho Universal uma Norma extensa que tem como

    objetivo estabelecer e definir aspectos relacionados s condies de acessibilidade no meio

    urbano. Estabelece critrios e parmetros tcnicos a serem observados no projeto,

    construes, instalao e adaptao de edificaes, mobilirio, espaos e equipamentos

    urbanos s condies de acessibilidade (incluso), indicando especificaes que visam

    proporcionar maior quantidade possvel de pessoas independentemente de idade, estatura ou

    limitao de mobilidade e a utilizao segura do ambiente ou equipamento.

    Considerando as exigncias da NBR 9050, podemos acrescentar que preciso que o projeto

  • 24

    para centros urbanos e espaos pblicos livre, proporcione alm de lazer, a incluso

    dos usurios com diferentes habilidades e restries. Tendo conscincia de que,

    a existncia de barreiras fsicas, informativas e latitudinais, muitas vezes restringe o uso

    desses espaos. Para a elaborao de espaos livres pblicos acessveis, ento, essencial o

    estudo das restries e limitaes apresentadas pelos usurios. Sendo importante ressaltar

    o papel do arquiteto na elaborao de espaos acessveis a todos os usurios,

    independente do tipo fsico, idade ou restries que possam apresentar.

    5. LEVANTAMENTO FSICO

    5.1 LOCALIZAO

    A praa em anlise situa-se no centro da cidade de Londrina, a qual localizada no

    norte do Estado do Paran, Federao do Brasil, a 369 km da capital paranaense, Curitiba.

    Londrina considerada como uma cidade grande, com uma populao estimada de 506.701

    habitantes (IBGE/2010), e a quarta cidade mais populosa da regio Sul do Brasil, regio

    sobre aquela ela tem uma grande influncia. Fundada nos anos 1930, Londrina uma cidade

    nova que durante todo o sculo XX floresceu e experimentou um alto ndice de crescimento

    populacional e econmico.

    Figura 9 Localizao da cidade de Londrina no estado do Paran

    Fonte: Google Maps

  • 25

    Figura 10 Localizao do centro na cidade

    Fonte: Google Maps

    Figura 11 Localizao da praa Marechal Floriano no centro da cidade

    Fonte: Google Maps

    Figura 12 Delimitao da praa Marechal Floriano Fonte: Google Maps

  • 26

    Figura 13 Extenso da rea pesquisada da praa Marechal Floriano

    Fonte: Google Maps

    5.2 DESCRIO DO PROJETO

    De acordo com Yamaki (2008) a planta inicial de Londrina (ano 1932) foi constituda

    por uma malha xadrez, quatro tringulos que resultaram em uma elipse central tangenciada

    por uma diagonal. A da praa Marechal Floriano, ainda sem esse nome, no incio no trazia

    indicao de praas e sim de uns jardins nos limites da Matriz, sugerindo a vegetao como

    elemento dominante. Somente vinte anos aps a implantao do municpio a Lei 216/53

    definiu que a praa um espao delimitado pelos eixos das ruas imediatas e determinou lotes

    direcionados s praas. Foi determinada sua implantao j no primeiro traado da Cidade de

    Londrina com sua fundao datada em 1934. Tal implantao acontece na lateral da Matriz,

    fugindo do tradicional de praa que acontecem na frente do edifcio, observando que isso

    acontece, porque existia na inteno inicial do projeto que quem chegasse pela Avenida

    Celso Garcia, um via importante de acesso a cidade pudesse visualizar primeiramente a

    Matriz.

    A praa constituda no formato de um asterico que possibilitou a criao de 8

    acessos, sendo 7 (sete) por escadaria, 1 (um) que acompanha o nvel da calada. Atualmente

    existe uma rampa que est localizada entre o calado e a praa juntamente com uma das

    escadarias por uma questo atual de acessibilidade, que a partir de levantamento constatou-se

    que no est nos padros determinados pela norma de acessibilidade ABNT NBR 9050. Os

    caminhos responsveis pela circulao interna da praa acompanha esse traado criando um

  • 27

    Figura 14: Implantao da Praa Marechal Floriano sem escala

    Fonte: Autor

  • 28

    ncleo central, aonde esta localizado um altar do mastro, criado para colocar a bandeira do

    municpio, soluo projetual que fez com que a praa fosse conhecida com o passar do tempo

    como Praa da Bandeira juntamente com outros mastros que seriam para homenagiar as

    naes amigas que atualmente foram retirados.

    A praa ainda apresenta um sanitrio pblico subdividido em feminino e masculino

    com uma cabine em cada direcionada para portadores de deficincia. Para o acesso ao

    sanitrio existe um rampa que aps levantamento mostra que tambm no esta nos padres de

    acessibilidade determinados pela NBR 9050. No foi possvel levantar a data da construo

    do mesmo, porm concluimos que, atravs das fotos areas, que sua implantao foi a sua

    remodulao em 1943.

    Os bancos so feitos de concreto armado e distribudos por toda a praa, a base

    possuem o formato em bola e o assento linear sem encosto. A vegetao foi plantada e

    distribuda por canteiros, os quais foram determinado no vo que se forma aps o traado

    inicial do asterisco. Na fachada que voltada para o atual calado localiza-se floreiras, cuja

    finalidade foi perdida atualmente pela falta de flores e so utilizadas como assento informal

    pelos usurios.

    A iluminao acontece em toda praa, sendo os postes locados prximo aos bancos e

    abaixo das rvores que promovem um sobreamento por serem todas de grande porte, optando

    pelo rebaixamento para maior campo de abrangncia da luz.

    5.3 WALKTHROUGH

    A realizao de um walkthrough nos permite entender melhor como os usurios

    utilizam a praa e tambm a levantar os elementos mais marcantes do lugar. Por isso, foi feito

    um levantamento fotogrfico dos mobilirios, das vegetaes, dos diferentes ambientes que a

    praa oferece, como tambm do comportamento dos usurios, das diferentes posturas e suas

    possveis percepes durante o percurso.

    Portanto, no dia 26 de Fevereiro de 2014 foi realizado o walkthrough para o trabalho e

    observou-se primeiramente os acessos. Percebeu-se que a praa Marechal Floriano possui

    apenas um acesso em rampa e alm disso ele no est dentro da Norma de Acessibilidade

    ABNT NBR 9050. Um segundo foco foi o piso e apesar de haver varredores fazendo a

    manuteno da limpeza da praa, o piso foi encontrado sujo pelas fezes dos pombos que

    descansam nas rvores. Assim como os pisos, os bancos situados abaixo das rvores tambm

  • 29

    Figura 15: Pontos fotografados durante o walkthrough sem escala

    Fonte: Autor

  • 30

    estavam sujos pelas pombas, os limpos, tinham sol sobre e por isso poucos deles eram

    utilizados. As gramas esto em devida manuteno assim como as rvores. Os sanitrios, que

    funcionam das 7h s 16h durante a semana e das 7h s 10h nos finais de semana, estavam em

    boa conservao. O odor, o piso e os equipamentos sanitrios estavam em ordem, havendo um

    vaso sanitrio quebrado e vazamento, mas nada que tornasse o banheiro inutilizvel. A rampa

    de acesso aos banheiros tambm no acessvel conforme a NBR 9050. Os degraus vistos ao

    longo de toda a praa eram muitas vezes utilizados como assentos informais. No centro da

    praa h um mastro sem bandeira e os degraus ao redor dele tambm usados como assento.

    Lixeiras foram encontradas pela praa. As jardineiras ao redor da praa no possuem flores e

    assim como os muros tambm eram utilizadas como assento.

    Diversos usurios foram observados no local durante o walkthrough. Foram utilizadas

    as tcnicas da fotografia e da pergunta ao usurio caracterstico (ANEXO C), como o

    sorveteiro, o fotgrafo Lambe-lambe e o vendedor de CDs que utilizam a praa h anos como

    comrcio. A esses usurios foi questionado sobre como eles utilizam o local, como veem a

    praa, detalhes sobre usos de outras pessoas, detalhes sobre a praa, vegetao histrica da

    praa e com as respostas foi possvel adicionar ao questionrio algumas perguntas importantes

    de uso e manuteno da praa.

    Fotografia 1 Indicao do percurso / Acesso

    Fonte: Autor

  • 31

    Chegamos a Praa Marechal Floriano pela Avenida Paran ou Calado, como

    conhecido. A praa aparece como uma respirao vegetal dentro deste centro da cidade bem

    densificado.

    A praa est em um nvel mais alto que o Calado, ento devemos subir escadas ou

    uma rampa para acess-la. As fotografias 1, 2 e 3 mostram alguns dos possveis acessos da

    praa, sendo apenas uma rampa (fotografia 3).

    Na fotografia 1 observa-se uma pessoa utilizando a escada para acessar a praa pelas

    esquinas e algumas outras pessoas usando as floreiras como assentos informais. A fotografia 2

    exibe a escada de acesso central voltada para a avenida So Paulo.

    Fotografia 2 Indicao do percurso / Acesso

    Fonte: Autor

  • 32

    Fotografia 3 Indicao do percurso / Acesso

    Fonte: Autor

    Fotografia 4 Indicao do percurso / Mobilirio e vegetao

    Fonte: Autor

  • 33

    A praa um lugar com muitas rvores de grande porte. Mas no seu centro, ela

    oferece um espao vazio de vegetao, com um altar e um mastro.

    Na fotografia 4 perceptvel a existncia de diversas rvores compondo a sua

    vegetao, sendo a maioria delas de grande porte. O piso j apresenta marcas brancas que so

    as fezes dos pombos, fora isso no foi notado nenhum defeito.

    Observa-se tambm, usurios de passagem e outro utilizando os bancos.

    Fotografia 5 Indicao do percurso / Mobilirio e vegetao

    Fonte: Autor

    Na fotografia 5, possvel observar a presena do espao vazio no centro da praa. No

    lado direita da foto, podemos adivinhar as escadas que conduzam at o mastro. Podemos ver

    que todos os bancos so posicionados no limite deste espao central, fazendo assim do mastro

    um ponto focal da praa, o que mastro a evoluo de uso da praa, porque antigamente o

    mastro estava utilizado em eventos, e agora no tem mais esses eventos.

    Nas fotografias 6 e 7, podemos ver que os usurios tm comportamento

    diferentes: h pessoas sentadas nos bancos sozinhos, conversando, jogando baralho ou

    interagindo no geral, e outros que apenas esto atravessando a praa, usando-a apenas como

    passagem. De fato, ela oferece vrios caminhos, formando um asterisco, que atende todos os

    lados da praa.

  • 34

    Fotografia 6 Indicao do percurso / Uso

    Fonte: Autor

    Fotografia 7 Indicao do percurso / Uso

    Fonte: Autor

  • 35

    Fotografia 8 Indicao do percurso / Mobilirio e vegetao

    Fonte: Autor

    A praa oferece vrios mobilirios urbanos como banheiros, bancos, iluminaes e etc.

    o que adequado para desenvolver atividade nesta praa. Contudo, podemos notar que tem

    bancos que so evitados pelos usurios, devido a sujeira causada pelos pombos ou ento, por

    estar sob o sol.

    Os sanitrios da praa so subenterrados, e como podemos ver na fotografia 9,

    somente o telho sai da terra e faz sinal para os usurios. Podemos observar a presena de duas

    serventes que juntas cuidam da limpeza do banheiro. Este espao tambm usados por

    moradores das ruas, que vm se abrigar no beiral para dormer ou proteger contra intempries.

  • 36

    Fotografia 9 Indicao do percurso / Acesso sanitrios

    Fonte: Autor

    Fotografia 10 Indicao do percurso / Uso

    Fonte: Autor

  • 37

    A praa um espao de encontro importante da cidade pois localiza-se na rea central

    da cidade. Por isso, tm bastante manifestaes como na fotografia 10 podemos ver um

    encontro do Movimento dos Artistas de Rua de Londrina.

    Fotografia 11 e 12 Condies dos assentos

    Fonte: Autor

    Nas fotografias 11 e 12 observa-se que os assentos quando esto limpos geralmente

    por situar onde no h rvore sobre o mesmo, e portanto h incidncia de sol ou ento quando

    h sombra, ele est sujo por causa dos pombos. possvel ver que a usuria utiliza um jornal

    para que a sua cala no suje.

    Fotografia 13 Escadas como assentos informais

    Fonte: Autor

  • 38

    Na fotografia 13 v-se os usurios sentados na escada para comer o seu almoo,

    provavelmente comprado nos carrinhos de lance situados na calada da praa. Eles esto

    comendo rpido, aproveitando da sombra. Os vendedores de lanches inclusive, j colocam

    mesas com cadeiras de plsticos dentro da praa para uma comodidade dos seus clientes.

    6 PR-TESTE

    6.1 APLICAO

    Conhecido o mtodo de Avaliao Ps-Ocupao que ser aplicado pela equipe, uma

    avaliao teste foi necessria para a identificao de possveis problemas de compreenso do

    usurio ao serem questionados sobre a praa, sua necessidade e tambm a viabilidade de

    acrescentar, alterar ou at mesmo retirar perguntas. Uma linguagem mais popular foi utilizada

    para que houvesse uma sincronia entre pesquisa e pesquisado a fim que percebssemo a

    melhor forma de abordagem, vocabulrio e at mesmo formulao das perguntas.

    Aps a elaborao das perguntas do questionrio procurou-se tomar como base o

    chek-list recomendado pelos autores por SOMMER e SOMMER (1997) para a avaliao e

    verificao de sua eficcia, apresentado a seguir:

    1. A pergunta realmente necessria? o quo til ser a sua resposta?

    2. O item est claro e sem ambiguidades?

    3. O respondente est apto a responder pergunta?

    4. O respondente est disposto responder a pergunta como solicitado?

    5. As questes ambguas foram eliminadas?

    6. O item est to curto quanto possvel, alm de claro e preciso?

    7. As questes de mltipla escolha oferecem opes compreensveis? Elas

    incluem as categorias no sei e no se aplica? H uma categoria

    outros, quando aplicvel?

    8. As questes podem ser afetadas por aspectos sociais (como dizer a coisa

    certa)? Se sim, a questo pode ser alterada para reduzir os vieses pessoais?

    9. As palavras de sentido negativo, como no, foram realadas?

  • 39

    10. As questes equilibram itens favorveis e desfavorveis? (Sommer; Sommer

    1997: 135).

    Os pr-testes foram aplicados pelos integrantes da equipe a 5 (cinco) usurios

    escolhidos aleatoriamente com o formato de breve entrevista, onde o prprio entrevistador

    ficou responsvel pelo preenchimento da ficha de questes e eventuais anotaes, sem contato

    do usurio com a mesma. Tal tcnica ser aplicada para levantamento do questionrio final.

    OBS: O questionrio do pr-teste segue no ANEXO E

    6.2 DIAGNSTICO DO PR-TESTE

    Na aplicao do pr-teste, a caracterizao do perfil do usurio foi possvel devido as

    questes iniciais, as quais eram direcionadas a identificar o local de moradia do usurio, o

    meio de transporte utilizado para se deslocar at a praa e quantidade de dia e horas que

    utilizam o local a fim de traar um perfil populacional no levantamento final do estudo.

    Ao ser aplicado o pr-teste foi possvel a observao de falta de compreenso com o

    mtodo de mltipla escolha com grau de intensidade timo, bom, ruim e pssimo. Os usurios

    muitas vezes apontavam caractersticas ruins de acordo com a pergunta feita porm ao

    finalizar ao invs de falar que estava ruim, diziam que estava bom.

    Foi feita apenas uma pergunta sobre a localizao da praa e foi perceptvel a dvida

    causada nos usurios.

    As perguntas de 2 a 5 tiveram uma compreenso considervel, porm a formatao da

    mesma deve ser repensada buscando ser mais direta. A pergunta nmero 6, que procura

    relacionar o entorno do calado no obteve o resultado esperado, os usurios no sabiam/

    sentiam confortveis a opinar sobre isto.

    A pergunta de nmero 7 nos mostrou que no existe a necessidade de quatro opes,

    as pessoas se restringiam a dizer apenas se gostaram ou no gostaram, sem maiores

    esclarecimentos, no necessitando de uma grande escala de avaliaes.

    As questes de nmero 8 e 9, onde se solicitava a enumerao dos quesitos

    importantes causou grande confuso e dificuldades de entendimento e at mesmo de resposta

    aos usurios. Para estas perguntas, estuda-se a possibilidade de solicitar que o entrevistado

    apenas indique as opes que considera importante, sem a necessidade de orden-las em grau

    de importncia. As perguntas de preferncia no comparativo de imagens tiveram sucesso,

    tendo fcil compreenso e aceitao por parte dos usurios.

  • 40

    6.3 CONSIDERAES

    No aspecto da formatao, foi observado que os comentrios reservados para a

    pergunta final do questionrio, acabam por ocorrer durante toda a entrevista, em meio s

    perguntas, e para tal propomos adicionar uma linha ao final de cada bloco de questes, para

    que o entrevistador possa preencher com comentrios adicionais, que nos possibilitem um

    melhor entendimento sobre os anseios dos usurios. Alguns termos presentes no questionrio

    teste tambm tero que ser repensados, e a clareza e objetividade das perguntas tambm sero

    revistas e reavaliadas. Trata-se de intervenes pontuais na pergunta, porm que podem

    facilitar a melhor compreenso e at mesmo a legitimidade das tabulaes.

    A partir do pr-teste estudou-se a possibilidade de se acrescentar novas perguntas,

    porm a viabilidade, necessidade e o pr-teste de aceitao das mesmas ainda sero discutidos

    e realizados para avaliar sua eficcia de adeso no questionrio final.

    7 LEVANTAMENTO COMPORTAMENTAL

    7.1 ENTREVISTA

    As entrevistas especficas com os especialistas Arq. Urb. Prof. Thamine Ayoub e o

    Prof. Dr. Humberto Tetsuya Yamaki, foi de alta importncia para maior compreenso da

    equipe assim como para a elaborao do questionrio.

    Durante o bate-papo com a Arq. Urb. Prof. Thamine Ayoub foi abordado e explicado os

    aspectos iniciais que devem ser pensados sobre uma praa quanto sua localizao e escala e

    sobre vrios outros pontos, principalmente, na questo de projeto de praa por ser o seu foco

    da sua pesquisa que tem como base os autores Ghel e Whyte; sobre mobilirio urbano, como

    por exemplo a iluminao, como ela deve ser, qual a sua disposio e o que isso influencia;

    quais os tipos de assentos, como devem ser, sua disposio e porqu. Essa entrevista nos

    direcionou a formular o questionrio, sobre como e quais aspectos abordar que seriam

    pertinentes para uma anlise dos pontos positivos e negativos para uma elaborao de um

    novo projeto de praa.

    J a entrevista com o Prof. Dr. Yamaki teve outra direo. Por ter um grande

    conhecimento sobre a praa em anlise, Yamaki comentou sobre o surgimento de Londrina,

    sobre a funo da praa como um smbolo ao ser projetada e como as pessoas vm

  • 41

    descaracterizando-a ao alterar o seu projeto inicial, como a pintura do basalto no altar do

    mastro que agora necessita de manuteno constante. Comentou sobre o Plano Diretor de

    Preservao de Londrina que foi aprovado apenas em 2011 e tambm sobre o mito de que os

    acessos e caminhos dentro da praa foram baseados na bandeira inglesa e que esse traado

    no era novidade na histria da urbanizao na poca em que a praa foi projetada.

    7.2 O QUESTIONRIO

    Aps a insatisfao do pr-teste, foram feitas alteraes das questes e um novo

    questionrio foi desenvolvido a fim de permitir uma melhor compreenso do entrevistado

    assim como para facilitar a compreenso no momento da tabulao. Foram respondidos 102

    questionrios e o modelo do questionrio encontrado no ANEXO F.

    Ainda no pr-teste e mantido no questionrio final, a primeira parte do questionrio

    voltada a perguntas pessoais do usurio. Foi possvel descobrir se a pessoa de Londrina ou

    no, qual regio da cidade reside, a faixa etria, o grau de escolaridade, o gnero, sua

    ocupao, o transporte utilizado para chegar at o local, como utiliza, por dias da semana e

    por quanto tempo.

    Na questo 2, foi questionado sobre a localizao da praa e com quais elementos ele

    a associa, se o calado, a Matriz, se independente ou algum outro ponto de referncia.

    Tambm questionou-se a partir de palavras indicadas qual a sua memria visual e olfativa,

    ainda permitindo a escolha de outras, com a inteno de analisar qual a percepo da praa

    com seu entorno por cada usurio.

    Atravs do item 3, foi avaliada sua escala conforme suas funes e necessidades dos

    usurios, para ser prevista qual a dimenso ideal.

    Foi avaliado no item 4 qual a opinio dos usurios da vegetao existente, sobre a

    quantidade de rvores e gramado e qual o julgamento na escala de valores, se isso influencia

    de uma forma positiva ou negativa.

    Sobre o mobilirio urbano analisado os assentos, quanto a quantidade de bancos,

    conforto, sua conservao e limpeza; tambm quanto a iluminao se suficiente durante o

    dia e durante a noite; quanto a segurana durante o dia e a noite sobre o que influenciaria;

    sobre o banheiro pblico se julgam necessrio ou no e sua conservao; quanto ao piso

    existente sobre sua conservao e segurana gerada ao andar; se os acessos e caminhos

    internos so suficientes ou no; e todos esses aspectos foram julgados se so uma forma

    positiva ou negativa.

  • 42

    Com as anlises sobre cada assunto e o complemento com uma escala de valores,

    facilitou para uma melhor direo aos resultados.

    8 TABULAO E DIAGNSTICO

    A aplicao do questionrio foi feita por todas as integrantes do grupo e prevaleceram

    os dias ensolarados, quando era mais provvel de ter usurio que parasse para responder as

    questes. Foram aplicados em 8 (oito) dias diferentes e a durao das entrevistas variaram

    entre 5 (cinco) e 20 (vinte) minutos.

    O perfil dos usurios entrevistados de maioria masculina e com idades variadas,

    maioria entre adultos a idosos. Com baixo nvel de escolaridade, h um nmero considervel

    de pessoas desempregadas e grande quantidade de aposentado que vem a praa para lazer,

    vrios dias durante a semana por duas, trs, quatro, cinco horas ou mais. H tambm variadas

    ocupaes dos usurios, pela caracterstica heterognea da localizao. Por ser rea central

    atrai as pessoas que moram prximo, na prpria rea central, mas tambm de toda as regies

    da cidade, indo a p e a maioria de nibus, talvez por trabalharem por perto, o que no

    abrange a pesquisa. Atravs desse instrumento de questionrio, difcil analisar os usurios

    que apenas usam para passagem ou intervalo, pelo pouco tempo, no aceitam responder.

  • 43

  • 44

  • 45

  • 46

    Percebe-se que difcil para os usurios associarem a praa com um espao

    especfico. De fato, 41% dos usurios associam a praa com a Igreja Matriz, a praa foi

    concebida para servi-la, porm com a presena de uma via entre elas, causa uma separao.

    Enquanto 33% associam com o calado, mas o desnvel e uma escadaria divide os espaos. E

    22% acham a praa independente, por estar elevada e em diferente desnvel por praticamente

    todos os acessos.

    Analisando a memria visual, um grande nmero se lembra primeiramente da Igreja Matriz. E

    a olfativa, a grande maioria se lembra de pombos, por existir uma grande quantia.

  • 47

    Quase todos os usurios acham que a praa tem uma escala suficiente,

    proporcionalmente a sua localizao central e necessidade dos usurios. De fato, ela supre

    diferentes atividades ocorrentes, como vendedores ambulantes, idosos jogando, pessoas

    somente sentadas.

  • 48

    A maioria dos usurios acham que a quantidade de rvores suficiente conforme as

    necessidades e isso uma qualidade de boa a tima. De fato, h uma grande quantidade de

    rvores que oferecem bastante sombra, somente alguns espaos ensolarados. O mesmo para

    os espaos gramadas, suficiente, agrada a grande maioria, porm h reclamaes sobre a

    manuteno da prefeitura.

  • 49

    Um pouco mais da metade dos entrevistados acham a quantidade de bancos suficientes

    de acordo com a quantidade de usurios, a mesma porcentagem de pessoas julgaram entre

    bom e timo. Quanto ao conforto do banco, a grande maioria entrevistada criticaram de ruim

    a pssimo, a reclamao feita foi a falta de encosto, o que foi analisado que grande parte

  • 50

    permanece na praa de duas a cinco horas, por isso a necessidade de bancos mais

    confortveis. De uma forma pior a conservao e limpeza dos bancos, pois h muitos

    pombos que causam sujeira e a prefeitura no a mantm limpa e conservada.

    Durante o dia, os entrevistados gostam do sombreamento causado pelas rvores,

    devido a diminuio do calor solar. E um nmero relevante de entrevistados no utilizam a

    praa durante a noite, ento no souberam responder sobre isso e os que souberam julgaram

    de ruim a pssimo, tanto a iluminao dentro da praa, quanto em seu entorno, observa-se o

    fato de alguns postes de luminria no estarem funcionando e serem mal distribudos, pois

    algumas rvores causam sombreamento na luz feita.

  • 51

  • 52

    Entre os usurios entrevistados, quase a metade no utiliza o banheiro pblico existe

    na praa, embora a grande maioria dizem ser necessrio. Os usurios e mesmo os no usurios

    do banheiro julgam-no em mau estado de conservao e manuteno e cobram um melhor

    trabalho da prefeitura.

  • 53

    Quanto segurana, a maioria dos entrevistados julgam a praa segura durante o dia,

    essa sensao de segurana se d pela concentrao de pessoas, observado que a praa tem

    um grande fluxo e permanncia de pessoas. Por outro lado, durante a noite julgam-se

    insegura, justificado pelo fato de no haver policiamento, iluminao e concentrao de

    pessoas.

  • 54

  • 55

    Dentre os usurios entrevistados, uma grande parte criticou de ruim a pssima a

    conservao do piso, houveram reclamaes sobre buracos e limpeza das fezes de pombos,

    por isso quando chove se torna escorregadio.

    ACESSOS

    A maioria das pessoas utilizam a escada, seja preferencialmente ou somente por estar

    mais perto, isso justificado pelo fato de haver sete acessos por escada, sendo somente um

    tambm composto por uma rampa que no acessvel segundo a NBR9050.

    A quantidade de acessos e os caminhos de dentro em formato de asterisco atendem as

    necessidades dos usurios, pois ele oferece vrias opes de sada e entrada, observa-se que a

    grande maioria julgou suficiente e na escala de valores de bom a timo.

  • 56

  • 57

    9 PROPOSTA

    Baseado no levantamento fsico, comportamental e no mtodos aplicados como:

    walkthrough, entrevista e questionrio nos possibilita a criao de diretrizes projetuais para

    futuras Praa Centrais, tendo como referncia um projeto antigo da Praa Marechal Floriano,

    que sobreviveu ao tempo se tornando um espao pblico histrico e como sua configurao se

    consistitui como o passar do mesmo e a questo do projeto se manter atual ou no, por uma

    srie de fatores decorrente das alteraes das necessidades do usurio ou questes que antes

    no discutidas como a da acessibilidade. As diretrizes esto divididas em tpicos como:

    Localizao, Escala, Acessibilidade, Vegetao, Equipamentos Pblico, Pavimentao,

    Iluminao, Zoneamento de uso misto.

    9.1 LOCALIZAO

    A localizao algo essencial para assegurar a sobrevivncia do projeto. Por se tratar

    de diretrizes para praas centrais, no que diz respeito a localizao o projeto teve sempre

    acontecer em um ponto inicial do municipio estrategicamente pensando para ser um espao

    marcante e convergente em vrios aspecto, que seja de fcil acesso por qualquer tipo de

    transporte ou at mesmo a p ou um local determinado pelo zoneamento que tenha uma

    inteno circulao, pois a mesma que garante o fluxo constante que traz ao espao um uso

    intenso proporcionando vida e durabilidade da praa.

    9.2 ESCALA

    No que diz respeito ao tamanho da praa, podemos observar uma satisfao por parte

    do usurio, nos mostrando que o tamanho da praa e proporcionar as atividades prevista para

    o espao.

    Diretrizes: Evite dimenses excessiva ou restrita em relao ao entorno. A escolha de

    reas de implantao teve ser baseado no programa de necessidade e no planejamento urbano

    que prev o crescimento do municpio, tentando ao mximo fazer uma previso a longo tempo

    para garantir a utilizao e a sobrevivncia do espao. Alm da criao de Micro e mini

    praas e de outras de mdio porte prximas, como estratgia de conexo entre os espaos

    pblicos, pois assim garante uma integrao e articulao dos espaos.

    9.3 ACESSOS

    Uma boa praa deve irradiar sua influncia como os braos de uma estrela do mar.

  • 58

    (YAMAKI, 2008)

    Por se tratar de uma praa central que tende a ter um fluxo constante de usurios indo

    e vindo de todas as direes e de vrios pontos da cidade muitas das vezes apenas como

    passagem, ou at mesmo decorrente do tipo de zoneamento, sendo comum o uso comercial

    ao redor. Para diretrizes necessrio a previso das mltiplas possibilidades de acesso e com

    alternativas de caminhos que possibilitem novas descobertas ( Humberto, 2008) possveis

    rotas que facilite essa passagem ou at mesmo a circulao interna da praa, evitando que o

    prprio usuario trae esses caminhos de uma forma clandestina caminhos esse que so

    conhecidos populamente como caminhos de ratos, que geralmente so consequncia de um

    mal planejamento. A ateno ao entorno e como essa praa se conecta com os restante das

    sinalizaes das vias, como por exemplo a locao dos acesso prximo a faixas de pedestre

    para que seja algo continuo no trajeto do usurio.

    No quesito acessibilidade importante que o projeto seja executado conforme a norma

    NBR 9050 que preve a incluso de todo tipo de deficiente ao espao e que d ao usurio o

    direito de escolher o tipo de acesso, seja por escada ou por rampa conforme a sua necessidade,

    assegurando totalmente a diversidade de uso e no sua restrino. Como referncia temos um

    trabalho feito na Universidade Federal de Santa Catarina pelo Grupo Pet Arquitetura e

    Urbanismo com o ttulo Projeto de Espaos Livres Pblicos de Lazer para Todos. No trabalho

    apresentam se exemplos com diferentes ambientes de um espao pblico livre, em que

    cada letra no desenho representa um soluo projetual.

    Figura 16 Proposta de projeto

    Fonte: ELY et al., 2003

    A diferenciao no tratamento dos pisos por cor, textura e desenho determina as reas

  • 59

    de circulao e de permanncia (onde esto situados os mobilirios). O piso guia (A) indica

    ao deficiente visual o percurso livre de obstculos. Esse piso sedestaca pela cor e ranhuras

    que, pelo tato, apontam o sentido a ser seguido, permitindo odeslocamento de forma segura e i

    ndependente.A regularidade do piso e a dimenso do passeio (B) favorecem o deslocamento d

    o cadeirante, que pode assim executar as manobras necessrias.

    9.4 VEGETAO

    Para diretrizes no quesito da vegetao necessrio a ateno no tipo que ser

    especificado, tendo ao mximo no propor aquelas com pouca influncia estrutural do

    espao. A ausncia total ou at mesmo o excesso deve ser um item muito bem planejado,

    baseado sempre no inteno projetual, tendo sempre em vista um perpectiva futura dessa

    vegetao e como ela ira se configurar com o passar do tempo ou at mesmo na ausncia de

    manuteno por parte do poder pblico, pois essa questes pode trazer ao espao uma

    sensao de insegurana e abandono, no sendo algo convidativo ao usurio.

    9.5 EQUIPAMENTOS PBLICOS (MOBILIRIO)

    A implantao do mobilirio urbano em um espao publico tem como funo a

    melhoria do conforto das pessoas, mas tambm marca a identidade dos espaos. A

    localizao do mobilirio fundamental para o projeto das reas predefinidas na setorizao

    de atividades, pois so eles que determinam os locais de permanecia e na ausncia deles a de

    passagem. O projeto de mobilirio pode incluir bancos, conjuntos de mesas e cadeiras,

    lixeiras, luminrias, corrimos e etc.

    No que se refere ao bancos necessrio a variao de modelo que variam em ter ou

    no encosto, proporcionando ao usurio a escolha conforme sua preferncia adaptando assim

    o conforto a esttica, porque tanto bancos e luminrias deve possuir um design exclusivo e

    sua distribuio tem que ser homogenia no espao, fortalecendo o traado e criando uma

    identidade para o local. Conjuntos de mesas e cadeiras tambm devem ser considerados pois

    na praa em estudo no possui esse tipo de mobilirio e foi possvel observar a partir do

    levantamento que os usurios utilizam se da praa para praticar atividades que necessitam, por

    exemplo para jogos com cartaz. Lixeiras espalhadas em pontos estratgico como em todos os

    acessos e no decorrer da circulao do usurio para que o deslocamento no seja grande e

    assim deixar a cargo apenas do usurio de no jogar lixo no cho.

  • 60

    9.6 BANHEIRO

    Na questo do banheiro pblico o levantamento e a pesquisa mostra que mais da

    metade dos usurios defende a instalao e compreende a importncia de te lo. Reforando

    como diretriz a implantao de um Sanitrio em uma praa central que visa atender a

    demanda do fluxo intenso de uma regio que geralmente e cercada por edifcio comerciais

    que no permitem o uso livre da populao de suas instalaes. Sendo responsabilidade do

    poder pblico prev essa necessidade. Na mesma linha de pensamento podemos incluir

    bebedouro que garante acesso a gua, para usurios que permanecem por um longo tempo ou

    at mesmo de passagem.

    Pontos focais so importantes edificaoes, lugares ou paisagens

    localizados no entorno da rea de projeto, que precisam ser mapeados

    a fim de se relacionarem com o novo espao a ser criado

    (ELY et al., 2003, p. 30)

    No projeto da praa Marechal Floriano, ausente um ponto focal, o qual necessrio

    por uma questo atrativa e convidativa do espao, pois proporciona um entretenimento ao

    usurio que permanece na praa por um perodo.

    9.7 PAVIMENTAO

    A praa em estudo revestida por um piso denominado paver que garante

    permeabilidade ao solo mais que o asfalto, sendo alm disso perceptivo atravs do

    questionrio sua aprovao por parte do usurio no quesito de segurana do piso. A escolha

    do tipo de piso dever levar em considerao aspectos como o tipo de uso do espao, a

    intensidade de fluxos, a necessidade ou no de drenagem superficial e o ideal esttico. Um

    mesmo tipo de piso possibilita distintas aplicaes, dependendo da paginao escolhida e da

    forma como ele se integrar aos demais pisos, s reas e ao jardim.

    9.8 ILUMINAO

    A iluminao na praa em estudo, apresentou uma satisfao por parte dos usurios.

    Mesmo muitos deles alegarem no frequentar a praa no perodo noturno, por uma questo de

    segurana pblica. Sendo diretrizes para futuras praas central a diviso em iluminao das

  • 61

    vias adjacentes e iluminao do ambiente interno.

    A iluminao das vias adjacentes extremamente importante para o deslocamento do

    usurio pois proporciona uma sensao de segurana, sendo um dos quesitos mais importante

    para que a praa seja convidativa a um vida noturno, juntamente com a iluminao do

    ambiente internamente que devem ser locadas prxima as reas de atividades, bancos, mesas,

    etc. com posteamento mais baixo, de modo a ficar abaixo das copas das rvores tendo uma

    iluminao plena do espao, proporcionando ao usurio tambm dentro do ambiente a

    sensao de segurana, alm de um conforto da iluminao para o desenvolvimento de

    atividades ou at mesmo de passagem, tornado um espao agradvel. A questo da esttica da

    luminria extremamente importante, pois faz a praa adquirir um carter esttico e nico.

    9.9 ZONEAMENTO DE USO MISTO

    O estabelecimento de uma zona de uso misto na rea central visa garantir a vitalidade

    e dinamismo do espao a qualquer momento do dia. Mesclando ocupaes de uso comercial e

    de servios no trreo e primeiro pavimento com o uso residencial nos pavimentos superiores,

    garante-se uma pluralidade do espao.

    A questo da segurana fica reforada pelo princpio das fachadas ativas, onde as

    ruas so vigiadas pelos moradores, que de suas janelas percebem todo o movimento que

    acontece na via. Garantir o uso residencial em reas comerciais contribui muito para a

    segurana local, assim como promove um uso da rea fora dos horrios comerciais,

    principalmente no perodo noturno.

    Porm, apenas as ocupaes residenciais no garantem todo o dinamismo necessrio

    no perodo da noite para a regio, necessrio incentivar a implementao concomitante de

    atividades de fluxo noturno no local, como por exemplo bares e restaurantes, instituies de

    ensino, estabelecimentos culturais (cinemas, teatros, concha-acstica, vilas culturais, entre

    outros). Estas atividades associadas ao uso residencial imprimiriam uma ocupao noturna

    que asseguraria tambm a segurana do espao e consequentemente sua maior utilizao.

  • 62

    10 CONCLUSO

    A praa alvo do estudo apresentou atravs do levantamento e da anlise, questes que

    devem ser observadas, valorizadas e preservadas em um espao pblico que adquiriu com o

    tempo um carter histrico. Praa Marechal Floriano, Praa da Matriz, Praa da Bandeira

    tantos nomes que define e demostram o processo que um espao pode sofrer com a

    configurao de uma cidade e a importncia de um bom projeto urbano que garanta essa

    durabilidade. Fica como referncia e diretrizes tudo aquilo que se estabeleceu e se manteve ao

    longo do tempo e tudo aquele que sobreviveu como diretrizes para que novos erros no se

    repita em futuros projetos.

    Foram utilizadas as metodologias de avaliao: primeiramente walkthrough para

    conhecimento da praa, depois entrevistas especfica com pessoas de um conhecimento

    abrangente sobre o assunto, um pr-teste para garantir um melhor resultado da avaliao e um

    questionrio de entrevista direcionado.

    Foi pensado previamente em quais informaes seriam necessrias, teis e como

    influenciariam posteriormente, a partir da avaliao dos pontos negativos e positivos de uma

    praa central existente, esses resultados direcionaram para uma proposta de elaborao de um

    novo projeto de praa em uma rea central.

    Erros e acertos que se tornaram visveis e compreendido atravs de uma Avaliao de

    Ps-Ocupao que busca mtodos que fazem os profissionais terem uma percepo de como o

    usurio se utiliza do espao aps a entrega do projeto e assim transforma esses dados em

    melhorias. Sendo extremamente importante para o arquiteto urbanista compreender a

    responsabilidade do impacto e aceitao de sua obra perante a sociedade.

    Porm, concluiu-se que teria sido adquirido melhores resultados se esses mtodos de

    avaliao estivessem sido associados a outros, como mapeamento comportamental ou seleo

    visual, pois oferecem mais preciso e maior abrangncia sobre o assunto.

  • 63

    REFERNCIAS

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    29/03/2013.

    YAMAKI, Humberto. Praas histricas: avaliao do carter. Londrina: Edies

    Humanidades, 2008. 45 p.

    YAMAKI, Humberto. Labirinto da memria: paisagens de Londrina. Londrina: Edies

    Humanidades, 2006. 145 p.

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    ANEXOS

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    ANEXO A

    Perguntas auxiliares para entrevista especfica com o Prof. Dr. Humberto Yamaki e

    Arq. Urb. Prof. Thamine Ayoub retiradas dos livros Labirinto da memria - Paisagens

    de Londrina (YAMAKI, 2006) e Praas Histricas - Avalio do Carter

    (YAMAKI, 2008) e pesquisas online

    Tipologia e Histria e significado da praa e do entorno

    Pergunta: "Praa Monumento, praa Smbolo, praa convergncia de pblico, praa de

    celebrao, praa de manifestaes polticas e culturais". So algumas tipologia de praa, qual

    seria a da Praa Marechal Floriano? Se todas. Qual na sua opinio predomina e o que no

    aspecto urbano proporciona essa tipologia?

    "A praa como local de encontro, de namoro, de paquera, de feira, de footing, de

    brincar, de futebol, de jogar conversa fora com os amigos e enfim, de relaxar e ver o mundo

    passar. Nesse sentido, a praa torna-se uma extenso de nossa casa. "

    Pergunta: Qual seria o perfil do usurio de uma praa na regio central de uma

    cidade?

    Low (1990) afirma que existem seis variveis culturais que definem a questo: 1.

    Genealogia identificao histrica com o lugar atravs da famlia, 2. Perda e Destruio

    Algumas situaes, como no caso de terremotos, constroem ou fortalecem a ligao com o

    lugar, 3. Propriedade a maneira mais simples em que a ligao com o lugar pode ser criada,

    4. Cosmologia ligao segundo a religio e mitos, 5. Peregrinao ligao atravs de

    visitas, usualmente em cunho religioso e 6. Narrativa histricas de moradores sobre a

    interao com o lugar. Na definio do carter de praas histricas, a genealogia e a narrativa

    assumem papeis vitais.

    Pergunta: A Praa Marechal Floriano alm de ser uma praa histrica est ligada

    diretamente a Matriz, no caso um templo religioso. Marx: Uma igreja, uma praa, regra geral

    nas nossas povoaoes antigas. Por que alm da definio do carter de praas histricas, no

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    caso a Genealogia e a Narrativa no podemos acrescentar Cosmologia? Atualmente existe

    essa ligao com o templo para determinar o carter e o uso de uma praa?

    Sob o ponto de vista da arte, a Praa mais do que um simples vazio. Zucker

    Carter a expresso peculiar (do Edifcio). Para que exista carter (na arquitetura)

    no pode deixar de haver alma, o que constitui o reflexo do pensamento.

    Ligaes com o lugar pode ser criada.

    Na publicao People Places (1998), Cooper Marus faz uma reviso dos autores com

    Sittte, Rossi, Krier, Rowe e os neotradicionalistas no novo Urbanismo. Identifica trs linhas

    bsicas de anlise: forma, esttica e comportamento.

    importante a criao de praa no como um simples artefato e sim um suporte as

    atividades humanas.

    O carter algo que torna o espao unico. um conjunto de elementos reconhecveis

    que torna um local diferente do outro, independentemente de ser bom ou ruim. (Landscape

    Character Assessment, 2007)

    10 itens a saber:

    Impresso inicial;

    Relevo;

    Acessos;

    Escala;

    Vegetao;

    Mobilirio;

    Visuais;

    Outras paisagens;

    Histria e Significados;

    Apropriao pela comunidade;

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    Denominao Oficial de Praas: Lei 216/53 (1953)

    Escala e Apropriao pela Comunidade:

    Dimenso da praa em relao ao bairro, aos quarteiroes e as edificaoes do entorno.

    A Escala pode favorecer o controle visual e a sociabilidade.

    Pergunta: Sobre a implantao no projeto inicial houve inteno visual na localizao

    da praa (em relao a outras praas ou paisagens urbanas)?

    Pergunta: Por se tratar de uma praa central existe um controle visual e uma

    sociabilidade? Se sim quem so os principais usurios que exercem essa funo? Moradores,

    trabalhadores?

    Vegetao: a Importncia de um bom projeto paisagstico.

    Analisar a relao da vegetao com as possibilidades de uso.

    Na Praa Marechal Floriano podemos observar uma evoluo no projeto paisagstico

    de uma simples traado, para canteiros floridos e atualmente uma arborizao.

    Pergunta: Atualmente a praa bem arborizada, tendo com imagem inicial As

    sombras da Praa Marechal Floriano. No contexto atual o uso de lazer e descanso est

    relacionado a isso? E por se tratar de uma praa central em uma zona de comrcio